Você está na página 1de 31

ESTADO DO ACRE

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

RESOLUÇÃO CEE/AC Nº 177/2013

Dispõe sobre Diretrizes Gerais para a Educação


Profissional Técnica de Nível Médio no
âmbito do Sistema de Ensino do Estado do
Acre.

A Presidente do Conselho Estadual de Educação do Acre, Profª. Iris Célia Cabanellas


Zannini, no uso das atribuições que lhe confere a Lei Complementar nº 162 de 20 de junho de
2006;

Considerando a necessidade de adequar as normas que regulam a oferta de Educação


Profissional Técnica de Nível Médio, no âmbito do Sistema de Ensino do Estado do Acre, ao
disposto na Lei 9.394/1996 alterada pela Lei 11.741/2008, Decreto nº 5.154/2004, na
Resolução CNE/CEB nº 3/2008 alterada pela Resolução CNE/CEB nº 4/2012 e a Resolução
CNE/CEB nº 6/2012.

RESOLVE:

TITULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Capitulo I
Objeto e Finalidade

Art. 1º - Esta Resolução estabelece normas e regula procedimentos correlatos à oferta


de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, no âmbito do Sistema Estadual de Ensino
do Estado do Acre.

Art. 2º - A Educação Profissional e Tecnológica, nos termos da Lei nº 9.394/96


(LDB), alterada pela Lei nº 11.741/2008, abrange os cursos de:
I - formação inicial e continuada ou qualificação profissional;
II - Educação Profissional Técnica de Nível Médio;

1
III - Educação Profissional Tecnológica, de graduação e de pós-graduação.

Parágrafo único - As instituições de Educação Profissional e Tecnológica, além de


seus cursos regulares, oferecerão cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional para o trabalho, entre os quais estão incluídos os cursos especiais, abertos à
comunidade, condicionando-se a matrícula à capacidade de aproveitamento dos educandos e
não necessariamente aos correspondentes níveis de escolaridade.

Art. 3º - A Educação Profissional Técnica de Nível Médio é desenvolvida nas formas


articulada e subsequente ao Ensino Médio, podendo a primeira ser integrada ou concomitante a
essa etapa da Educação Básica.

Art. 4º - A Educação Profissional Técnica de Nível Médio, no cumprimento dos


objetivos da educação nacional, articula-se com o Ensino Médio e suas diferentes modalidades,
incluindo a Educação de Jovens e Adultos (EJA), e com as dimensões do trabalho, da
tecnologia, da ciência e da cultura.

Art. 5º - Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, ofertados em


estabelecimentos de ensino mantidos pelo poder público e pela iniciativa privada, têm por
finalidade proporcionar ao estudante conhecimentos, saberes e competências profissionais
necessários ao exercício profissional e da cidadania, com base nos fundamentos científico-
tecnológicos, socio-históricos e culturais.

Capitulo II
Princípios Norteadores

Art. 6º - São princípios da Educação Profissional Técnica de Nível Médio:


I - relação e articulação entre a formação desenvolvida no Ensino Médio e a
preparação para o exercício das profissões técnicas, visando à formação integral do estudante;
II - respeito aos valores estéticos, políticos e éticos da educação nacional, na
perspectiva do desenvolvimento para a vida social e profissional;
III - trabalho assumido como princípio educativo, tendo sua integração com a ciência,
a tecnologia e a cultura como base da proposta político-pedagógica e do desenvolvimento
curricular;

2
IV - articulação da Educação Básica com a Educação Profissional e Tecnológica, na
perspectiva da integração entre saberes específicos para a produção do conhecimento e a
intervenção social, assumindo a pesquisa como princípio pedagógico;
V - indissociabilidade entre educação e prática social, considerando-se a historicidade
dos conhecimentos e dos sujeitos da aprendizagem;
VI - indissociabilidade entre teoria e prática no processo de ensino-aprendizagem;
VII - interdisciplinaridade, assegurada no currículo e na prática pedagógica, visando à
superação da fragmentação de conhecimentos e de segmentação da organização curricular;
VIII - contextualização, flexibilidade e interdisciplinaridade na utilização de
estratégias educacionais favoráveis à compreensão de significados e à integração entre a teoria
e a vivência da prática profissional, envolvendo as múltiplas dimensões do eixo tecnológico do
curso e das ciências e tecnologias a ele vinculadas;
IX - articulação com o desenvolvimento socioeconômico-ambiental dos territórios
onde os cursos ocorrem, devendo observar os arranjos socioprodutivos e suas demandas locais,
tanto no meio urbano quanto no campo;
X - reconhecimento dos sujeitos e suas diversidades, considerando, entre outras, as
pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, as pessoas
em regime de acolhimento ou internação e em regime de privação de liberdade,
XI - reconhecimento das identidades de gênero e étnico-raciais, assim como dos
povos indígenas, quilombolas e populações do campo;
XII - reconhecimento das diversidades das formas de produção, dos processos de
trabalho e das culturas a eles subjacentes, as quais estabelecem novos paradigmas;
XIII - autonomia da instituição educacional na concepção, elaboração, execução,
avaliação e revisão do seu projeto político-pedagógico, construído como instrumento de
trabalho da comunidade escolar, respeitadas a legislação e normas educacionais, estas
Diretrizes Curriculares Nacionais e outras complementares de cada sistema de ensino;
XIV - flexibilidade na construção de itinerários formativos diversificados e
atualizados, segundo interesses dos sujeitos e possibilidades das instituições educacionais, nos
termos dos respectivos projetos político-pedagógicos;
XV - identidade dos perfis profissionais de conclusão de curso, que contemplem
conhecimentos, competências e saberes profissionais requeridos pela natureza do trabalho, pelo
desenvolvimento tecnológico e pelas demandas sociais, econômicas e ambientais;
XVI - fortalecimento do regime de colaboração entre os entes federados, incluindo,
por exemplo, os arranjos de desenvolvimento da educação, visando à melhoria dos indicadores

3
educacionais dos territórios em que os cursos e programas de Educação Profissional Técnica de
Nível Médio forem realizados;
XVII - respeito ao princípio constitucional e legal do pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas.

TITULO II
DA ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO
Capitulo I
Formas de Oferta

Art. 7º - Os cursos e os programas de Educação Profissional Técnica de Nível Médio


são organizados por eixos tecnológicos, possibilitando itinerários formativos flexíveis,
diversificados e atualizados, segundo interesses dos sujeitos e possibilidades das instituições
educacionais, atendendo ao Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, observando a identificação
das ocupações no mercado de trabalho, mediante a Classificação Brasileira de Ocupações -
CBO.

Art. 8º - O Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio, implantado pelo


Parecer CNE/CEB nº 11/2008 e Resolução CNE/CEB nº 03/2008, e alterado pela Resolução nº
4, de 6 de junho de 2012 do Conselho Nacional de Educação, institui que os cursos serão
organizados pelos Eixos Tecnológicos, a saber:
a) Ambiente e Saúde;
b) Controle e Processos Industriais;
c) Desenvolvimento Educacional e Social;
d) Gestão e Negócios;
e) Informação e Comunicação;
f) Infraestrutura;
g) Militar;
h) Produção Alimentícia;
i) Produção Cultural e Design;
j) Produção Industrial;
k) Recursos Naturais;
l) Segurança;
m)Turismo, Hospitalidade e Lazer.

4
§ 1º - A atualização do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos será realizada pelo
Ministério da Educação, em regime de colaboração com as redes, instituições e órgãos
especificamente voltados para a Educação Profissional e Tecnológica, representados pela
(CONAC) - Comissão Executiva Nacional do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível
Médio ou similar.

§ 2º - São permitidos cursos experimentais, não constantes do Catálogo, devidamente


aprovados pelo órgão próprio de cada sistema de ensino, os quais serão submetidos anualmente
à CONAC ou similar, para validação ou não, com prazo máximo de validade de 3(três) anos,
contados da data de autorização dos mesmos.

Art. 9º - A Educação Profissional Técnica de Nível Médio deverá ser desenvolvida


nas seguintes formas:
I – articulada com o Ensino Médio, desenvolvida de forma:
a) Integrada - Ofertada somente a quem já tenha concluído o Ensino Fundamental,
com matrícula única na mesma instituição, de modo a conduzir o estudante à habilitação
profissional técnica de nível médio ao mesmo tempo em que conclui a última etapa da
Educação Básica;

b) concomitante:
1 - Ofertada a quem ingressa no Ensino Médio ou já o esteja cursando, efetuando-se
matrículas distintas para cada curso, aproveitando oportunidades educacionais disponíveis, seja
em unidades de ensino da mesma instituição ou em distintas instituições de ensino;
2 - Desenvolvida simultaneamente em distintas instituições educacionais, mas
integrada no conteúdo, mediante a ação de convênio ou acordo de intercomplementaridade,
para a execução de projeto pedagógico unificado;

II - subsequente, desenvolvida em cursos destinados exclusivamente a quem já tenha


concluído o Ensino Médio.

Art. 10 - Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio podem ser


desenvolvidos nas formas articulada, integrada na mesma instituição de ensino, ou articulada
concomitante em instituições de ensino distintas, mas com projeto pedagógico unificado,
mediante convênios ou acordos de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao
desenvolvimento desse projeto pedagógico unificado na forma integrada.

5
§ 1º - Os cursos assim desenvolvidos, com projetos pedagógicos unificados, devem
visar simultaneamente aos objetivos da Educação Básica e, especificamente, do Ensino Médio
e também da Educação Profissional e Tecnológica, atendendo tanto a estas Diretrizes, quanto
às Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, assim como às Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica e às diretrizes complementares definidas
por este Conselho Estadual de Educação.

§ 2º - Os cursos devem atender às diretrizes e normas nacionais definidas para a


modalidade específica, tais como Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo,
Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola, Educação de pessoas em regime de
acolhimento ou internação e em regime de privação de liberdade, Educação Especial e
Educação a Distância, atendendo também as diretrizes complementares definidas por este
Conselho Estadual de Educação.

§ 3º - As instituições ofertantes de educação profissional e tecnológica devem integrar,


em seu projeto pedagógico, a concepção de organização pedagógica inclusiva que promova
respostas às necessidades educacionais de todos os estudantes, observando:
a) Currículo flexível voltados para o desenvolvimento de competências;
b) Recursos pedagógicos e equipamentos adequados;
c) Material didático adaptados às necessidades educacionais especifica;
d) Capacitação da equipe pedagógica, docente e apoio;
e) Eliminação de barreiras atitudinais, arquitetônica, de comunicação e sinalização,
entre outras;
f) Encaminhamento para o mundo do trabalho para atividades artísticas, intelectual ou
psicomotora e acompanhamento de egressos.

Art. 11 - A oferta de cursos na forma subsequente, caso o diagnóstico avaliativo


evidencie necessidade, devem ser introduzidos conhecimentos e habilidades inerentes à
Educação Básica, para complementação e atualização de estudos, em consonância com o
respectivo Eixo Tecnológico, garantindo o perfil profissional de conclusão.

Art. 12 - A oferta da Educação Profissional para os que não concluíram o Ensino


Médio pode se dar sob a forma de articulação integrada com a Educação de Jovens e Adultos.

Parágrafo único - As instituições de ensino devem estimular a continuidade dos


estudos dos que não estejam cursando o Ensino Médio e alertar os estudantes de que a
certificação do Ensino Médio é condição necessária para a obtenção do diploma de técnico.

6
Capitulo II
Organização Curricular

Art. 13 - Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, organizados


por eixos tecnológicos, descritos no Art. 8º desta Resolução, conforme consta no Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos, instituídos e organizados pelo Ministério da Educação ou em
uma ou mais ocupações da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), devem considerar
para a estruturação dos cursos:
I - a matriz tecnológica, contemplando métodos, técnicas, ferramentas e outros
elementos das tecnologias relativas aos cursos;
II - o núcleo politécnico comum correspondente a cada eixo tecnológico em que se
situa o curso, que compreende os fundamentos científicos, sociais, organizacionais,
econômicos, políticos, culturais, ambientais, estéticos e éticos que alicerçam as tecnologias e a
contextualização do mesmo no sistema de produção social;
III - os conhecimentos e as habilidades nas áreas de linguagens e códigos, ciências
humanas, matemática e ciências da natureza, vinculados à Educação Básica deverão permear o
currículo dos cursos técnicos de nível médio, de acordo com as especificidades dos mesmos,
como elementos essenciais para a formação e o desenvolvimento profissional do cidadão;
IV - a pertinência, a coerência, a coesão e a consistência de conteúdos, articulados do
ponto de vista do trabalho, assumido como princípio educativo, contemplando as necessárias
bases conceituais e metodológicas;
V - a atualização permanente dos cursos e currículos, estruturados em ampla base de
dados, pesquisas e outras fontes de informação pertinentes.

Parágrafo único - Os currículos dos cursos de Educação Profissional Técnica de


Nível Médio devem proporcionar aos estudantes:
a) Diálogo com diversos campos do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura
como referências fundamentais de sua formação;
b) Elementos para compreender e discutir as relações sociais de produção e de
trabalho, bem como as especificidades históricas nas sociedades contemporâneas;
c) Recursos para exercer sua profissão com competência, idoneidade intelectual e
tecnológica, autonomia e responsabilidade, orientados por princípios éticos,
estéticos e políticos, bem como compromissos com a construção de uma sociedade
democrática;

7
d) Domínio intelectual das tecnologias pertinentes ao eixo tecnológico do curso, de
modo a permitir progressivo desenvolvimento profissional e capacidade de
construir novos conhecimentos e desenvolver novas competências profissionais
com autonomia intelectual;
e) Instrumentais de cada habilitação, por meio da vivência de diferentes situações
práticas de estudo e de trabalho;
f) Fundamentos de empreendedorismo, cooperativismo, tecnologia da informação,
legislação trabalhista, ética profissional, gestão ambiental, segurança do trabalho,
gestão da inovação e iniciação científica, gestão de pessoas e gestão da qualidade
social e ambiental do trabalho.

Art. 14 - As instituições de ensino devem formular, coletiva e participativamente, nos


termos dos arts. 12, 13, 14 e 15 da LDB, seus projetos político-pedagógicos e planos de curso.

Art. 15 - O currículo, consubstanciado no plano de curso e com base no princípio do


pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, é prerrogativa e responsabilidade de cada
instituição educacional, nos termos de seu Projeto Político Pedagógico, observada a legislação
vigente.

Art. 16 - O planejamento curricular fundamenta-se no compromisso ético da


instituição educacional em relação à concretização do perfil profissional de conclusão do curso,
o qual é definido pela explicitação dos conhecimentos, saberes e competências profissionais e
pessoais, tanto aquelas que caracterizam a preparação básica para o trabalho, quanto às comuns
para o respectivo eixo tecnológico, bem como as específicas de cada habilitação profissional e
das etapas de qualificação e de especialização profissional técnica que compõem o
correspondente itinerário formativo.

Parágrafo único - Quando se tratar de profissões regulamentadas, o perfil profissional


de conclusão deve considerar e contemplar as atribuições funcionais previstas na legislação
específica referente ao exercício profissional fiscalizado.

Art. 17 - No planejamento e na organização de cursos de Educação Profissional


Técnica de Nível Médio, a instituição ofertante deverá considerar:
I - atendimento às demandas socioeconômico-ambientais dos cidadãos e do mundo do
trabalho, em termos de compromisso ético para com os estudantes e a sociedade;

8
II – adequação à vocação regional e às tecnologias e avanços dos setores produtivos
pertinentes;
III - conciliação das demandas identificadas com a vocação e a capacidade da
instituição ou rede de ensino;
IV - possibilidade de organização curricular, segundo itinerários formativos, de acordo
com os correspondentes eixos tecnológicos, em função da estrutura sócio ocupacional e
tecnológica, consonantes com políticas públicas indutoras e arranjos sócio produtiva e cultural
local;
V - identificação de perfil profissional de conclusão próprio para cada curso, que
objetive garantir o pleno desenvolvimento de conhecimentos, saberes e competências
profissionais e pessoais requeridas pelo mundo do trabalho.

Art. 18 - Os planos de curso, coerentes com o respectivo projeto político pedagógico,


serão submetidos à aprovação deste Conselho, contendo no mínimo os seguintes itens:
I - identificação do curso;
II - justificativa e objetivos (demonstrando por meio de estudos, pesquisas ou análises
de dados a demanda da formação para o mercado);
III - requisitos e formas de acesso;
IV - público alvo;
V - número de alunos e turmas a serem atendidos;
VI - perfil profissional de conclusão;
VII - organização curricular (contemplando o itinerário formativo);
VIII - competências e habilidades e bases tecnológicas a serem desenvolvidas no
itinerário formativo;
IX - carga horária total dos cursos e de seus componentes curriculares;
X - processo metodológico;
XI - critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores;
XII - critérios e procedimentos de avaliação;
XIII - plano de estágio, quando houver, com os respectivos convênios firmados com
instituições concedentes;
XIV - biblioteca, instalações e equipamentos (descrevendo os ambientes de
aprendizagem- laboratórios, equipamentos e materiais específicos);
XV - perfil do pessoal docente e técnico;
XVI - certificados e diplomas a serem emitidos.

9
§ 1º - A organização curricular deve explicitar:
I - componentes curriculares de cada etapa, com a indicação da respectiva bibliografia
básica e complementar;
II - orientações metodológicas;
III - prática profissional intrínseca ao currículo, desenvolvida nos ambientes de
aprendizagem;
IV - estágio profissional supervisionado, em termos de prática profissional em
situação real de trabalho, assumido como ato educativo da instituição educacional, quando
previsto.

§ 2º - As instituições educacionais devem comprovar a existência das necessárias


instalações e equipamentos na mesma instituição ou em instituição distinta, cedida por
terceiros, com viabilidade de uso devidamente comprovada.

Art. 19 - A prática profissional, prevista na organização curricular do curso, deve estar


continuamente relacionada aos seus fundamentos científicos e tecnológicos, orientada pela
pesquisa como princípio pedagógico que possibilita ao educando enfrentar o desafio do
desenvolvimento da aprendizagem permanente, integra as cargas horárias mínimas de cada
habilitação profissional de técnico e correspondentes etapas de qualificação e de especialização
profissional técnica de nível médio.

§ 1º - A prática na Educação Profissional compreende diferentes situações de vivência,


aprendizagem e trabalho, como experimentos e atividades específicas em ambientes especiais,
tais como laboratórios, oficinas, empresas pedagógicas, ateliês e outros, e ainda investigação
sobre atividades profissionais, projetos de pesquisa e/ou intervenção, visitas técnicas,
simulações, observações e outras.

§ 2º - A prática profissional supervisionada, caracterizada como prática profissional


em situação real de trabalho, configura-se como atividade de estágio profissional
supervisionado, assumido como ato educativo da instituição educacional.

Art. 20 - O estágio profissional supervisionado, quando necessário em função da


natureza do itinerário formativo, ou exigido pela natureza da ocupação, será incluído no plano
de curso como obrigatório, devendo ser realizado em empresas e organizações públicas e
privadas, à luz da Lei nº 11.788/2008 e conforme Diretrizes específicas editadas pelo Conselho
Nacional de Educação e pela Resolução CEE/AC nº 61/2009.

10
Parágrafo único - O plano de realização do estágio profissional supervisionado deve
ser explicitado na organização curricular e no plano de curso, uma vez que é ato educativo de
responsabilidade da instituição de ensino.

Capitulo III
Duração dos Cursos

Art. 21 - A carga horária mínima de cada curso de Educação Profissional Técnica de


Nível Médio é indicada no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, segundo cada habilitação
profissional, acrescida da carga horária destinada ao estágio supervisionado.

Art. 22 - Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, na forma


articulada com o Ensino Médio, integrada ou concomitante em instituições de ensino distintas
com projeto pedagógico unificado, têm as cargas horárias totais de, no mínimo, 3.000, 3.100 ou
3.200 horas, conforme o número de horas para as respectivas habilitações profissionais,
indicadas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, seja de 800, 1.000 ou 1.200 horas.

Art. 23 - Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, na forma


articulada integrada com o Ensino Médio, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos,
têm a carga horária mínima total de 2.400 horas, devendo assegurar, cumulativamente, o
mínimo de 1.200 horas para a formação no Ensino Médio, acrescidas de 1.200 horas destinadas
à formação profissional do técnico de nível médio.

Parágrafo único - Nos cursos do Programa Nacional de Integração da Educação


Profissional com a Educação Básica, na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
(PROEJA) exige-se a seguinte duração:
I - mínimo geral de 2.400 horas;
II - pode ser computado no total de duração, o tempo que venha a ser destinado à
realização de estágio profissional supervisionado e/ou dedicado a trabalho de conclusão de
curso ou similar nas seguintes proporções:
a) Nas habilitações com 800 horas, podem ser computadas até 400 horas;
b) Nas habilitações com 1.000 horas, podem ser computadas até 200 horas;

III - no caso de habilitação profissional de 1.200 horas, as atividades de estágio devem


ser necessariamente adicionadas ao mínimo de 2.400 horas.

11
Art. 24 - Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio oferecidos nas
formas subsequente e articulada concomitante, aproveitando as oportunidades educacionais
disponíveis, portanto sem projeto pedagógico unificado, devem respeitar as cargas horárias
mínimas de 800, 1.000 ou 1.200 horas, conforme indicadas para as respectivas habilitações
profissionais no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, instituídos e mantidos pelo MEC.

Art. 25 - A carga horária mínima, para cada etapa com terminalidade de qualificação
profissional técnica prevista em um itinerário formativo de curso técnico de nível médio, é de
20% (vinte por cento) da carga horária mínima indicada para a respectiva habilitação
profissional no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, instituídos e mantidos pelo MEC.

Art. 26 - A carga horária mínima dos cursos de especialização técnica de nível médio
é de 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária mínima indicada no Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos para a habilitação profissional a que se vincula.

Art. 27 - A carga horária destinada ao estágio profissional supervisionado, quando


previsto em plano de curso, em quaisquer das formas de oferta de curso técnico de nível médio,
deverá ser adicionada à carga horária mínima estabelecida para a respectiva habilitação
profissional, observando o que dispõe à Resolução CEE/AC nº 61/2009.

Capitulo IV
Dos Cursos a Distancia

Art. 28 - A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação


didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização dos meios
e tecnologias de informação e comunicação com discentes e docentes, desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

Art. 29 - As Instituições de Ensino, devidamente credenciadas, que desejarem oferecer


Educação Profissional Técnica de nível médio por meio de EAD, deverão solicitar autorização
junto ao CEE, para obter o credenciamento e o reconhecimento dos cursos, atendendo às
exigências constantes da legislação vigente.

Art. 30 - As instituições sediadas em outras unidades da federação, que queiram


oferecer os cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio por meio de EAD neste

12
Estado, poderão fazê-lo, encaminhando processo ao CEE para o devido credenciamento,
apresentando os seguintes documentos:
I – cópia do ato de credenciamento emitido pelo Conselho de origem;
II – Projeto Político Pedagógico – PPP;
III – Regimento Interno;
IV – plano de curso contendo os itens estabelecidos no Art. 18 desta Resolução.
V – cópia dos convênios ou outras formas de colaboração com instituições de ensino
localizadas no Estado.
VI – habilitação jurídica, regularidade fiscal e capacidade econômica financeira,
conforme dispõe a legislação em vigor;
VII – plano de desenvolvimento escolar;
VIII – quadro docente e administrativo, com qualificações exigidas pela legislação em
vigor, preferencialmente, com formação em EAD;
X – plano de avaliação presencial do aluno;
XI – descrição detalhada dos serviços de suporte e infra-estrutura adequados à
realização do Projeto Político Pedagógico, relativamente a:
a) Instalação física e infra-estrutura tecnológica como pólo de apoio pedagógico às
atividades escolares que garantam acesso dos estudantes à biblioteca, rádio,
televisão e internet aberta às possibilidades da chamada convergência digital;
b) Pólo de apoio presencial para o desenvolvimento de atividades pedagógicas e
administrativas relativas aos cursos e programas ofertados à distância;
c) Bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico e acesso por meio de redes
de comunicação, sistemas de informação, com regime de funcionamento e
atendimento adequado aos estudantes de Educação a Distância;
d) Recursos tecnológicos e materiais didáticos adequados às realidades locais e dos
cursos.

§ 1º - O pedido de ampliação da abrangência de atuação nos termos deste artigo,


somente poderá ser efetuado após o credenciamento da instituição e o reconhecimento do
primeiro curso à distância da instituição, instruído com documento que comprove a existência
de estrutura física e recursos humanos necessários e adequados ao funcionamento dos pólos,
observados os referenciais de qualidade, comprovados em avaliação in loco.

§ 2º - O reconhecimento de curso na sede não se estende às unidades fora da sede, para


registro do certificado ou qualquer outro fim.

13
§ 3º - No caso de expirar o prazo do ato de autorização e de decisão final desfavorável
do processo de credenciamento de instituição e de autorização de curso, os interessados só
poderão apresentar nova solicitação relativa ao mesmo pedido após 02 (dois) anos contados do
ato que encerra o processo.

§ 4° - A Educação a Distância deve oferecer aos alunos referenciais teórico-práticos


que permitam a aquisição de competências cognitivas, habilidades e atitudes que promovam o
pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.

Art. 31 - Para os fins de que trata o processo de credenciamento/recredenciamento, os


projetos políticos pedagógicos de cursos e programas na modalidade à distância deverão:
I - obedecer às diretrizes curriculares nacionais, estabelecidas pelo Ministério da
Educação para a Educação Profissional Técnica de nível médio, bem como o disposto nesta
Resolução;
II - prever atendimento apropriado a estudantes com deficiência;
III - explicitar a concepção pedagógica dos cursos e programas a distância, com
apresentação:
a) Dos respectivos currículos;
b) Do sistema de avaliação;
c) Do número de vagas proposto;
d) Do sistema de avaliação do estudante, prevendo avaliações presenciais e avaliações
à distância;
e) Da descrição das atividades presenciais obrigatórias, tais como defesa presencial de
trabalho de conclusão de curso e das atividades em laboratórios científicos, bem
como o sistema de controle de freqüência dos estudantes nessas atividades, quando
for o caso.

Art. 32 - Os cursos técnicos de nível médio oferecidos, na modalidade de Educação à


Distância, no âmbito da área profissional da Saúde, devem cumprir, no mínimo, 50%
(cinquenta por cento) de carga horária presencial. No caso dos demais eixos tecnológicos, será
exigido um mínimo de 20% (vinte por cento) de carga horária presencial, nos termos das
normas específicas definidas por este Conselho Estadual de Educação.

§ 1º - Em pólo presencial ou em estruturas de laboratórios móveis devem estar


previstas atividades práticas de acordo com o perfil profissional proposto, sem prejuízo da
formação exigida nos cursos presenciais.

14
§ 2º - A atividade de estágio profissional supervisionado, quando exigida, em razão da
natureza tecnológica e do perfil profissional do curso, terá a carga horária destinada ao mesmo,
no respectivo plano de curso, sempre acrescida ao percentual exigido para ser cumprido com
carga horária presencial.

Art. 33 - O funcionamento da instituição não credenciada ou a oferta de cursos ou


programas sem os devidos atos de autorização, credenciamento ou recredenciamento configura
irregularidade, sendo considerados nulos os atos praticados.

Art. 34 - Identificadas deficiências, irregularidades ou descumprimento das condições


originalmente estabelecidas, mediante ações de supervisão ou de avaliação de cursos ou
instituições credenciadas para Educação a Distância, o Conselho Estadual de Educação
determinará, em ato próprio, observado o contraditório e ampla defesa:
I – instalação de diligência, sindicância ou processo administrativo;
II – suspensão de reconhecimento ou da renovação de autorização de cursos da
educação básica ou profissional;
III – intervenção;
IV – desativação de cursos;
V – descredenciamento da instituição para educação à distância; ou
VI – encaminhamento ao Ministério Público em caso de descumprimento.

Art. 35 - O início do curso de Educação a Distância somente poderá ocorrer após


exarado os competentes atos de credenciamento e autorização para funcionamento pelo
Conselho Estadual de Educação e Secretaria de Estado de Educação e Esporte no prazo de 12
(doze) meses a partir da data de publicação do respectivo ato.

Parágrafo único – Caso a implementação de cursos autorizados não ocorra no prazo


definido no caput deste artigo, os atos de credenciamento e autorização de cursos serão
automaticamente tornados sem efeito.

Art. 36 - Os convênios e acordos de cooperação celebrados para fins de oferta de


cursos ou programas de Educação a Distância entre instituições de ensino brasileiras e seus
similares estrangeiros deverão ser, previamente, submetidos à análise e homologação pelo
Conselho Estadual de Educação para que os diplomas e certificados emitidos tenham validade
nacional.

15
Art. 37 - O credenciamento das instituições será limitado a 4 (quatro) anos, podendo
ser renovado após avaliação.

Parágrafo único – Os resultados da avaliação mencionados deverão ser considerados


para os procedimentos de renovação de credenciamento.

Art. 38 - Caberá à instituição educacional credenciada a guarda, em sua sede, dos


documentos escolares de todos os alunos matriculados, mantendo-os, permanentemente, à
disposição dos órgãos competentes.

Art. 39 - Os cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio, desenvolvidos


na forma de Educação a Distância poderão aceitar transferência e aproveitar estudos obtidos
pelos alunos em cursos presenciais, da mesma forma que as certificações totais ou parciais
obtidas em cursos de Educação a Distância expedidos por instituições de ensino credenciadas
poderão ser aceitos em cursos presenciais.

Art. 40 - A avaliação é parte integrante do projeto do curso com características


formativas e somativas.

§ 1º - A avaliação formativa realizada ao longo do desenvolvimento do curso deve


assegurar a sempre crescente melhoria de aprendizagem, o aprimoramento do ensino, a
correção, recuperação das deficiências de aprendizagem como pressuposto do sucesso
parcial/total e da promoção do aluno.

§ 2º - A avaliação somativa permite determinar o grau de aproveitamento dos alunos e


a validação do material didático utilizado, bem como a eficácia de todo o trabalho
desenvolvido.

§ 3º - A verificação da aprendizagem do aluno da Educação Profissional Técnica de


nível médio por meio de EAD para fins de certificação ou diplomação realizar-se-á por meio do
cumprimento das atividades programadas e avaliações presenciais elaborados pela própria
instituição credenciada, conforme os procedimentos e critérios definidos no projeto político
pedagógico da instituição.

§ 4º - Os resultados das avaliações presencias deverão prevalecer sobre os demais


resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância.

16
§ 5º - Nos cursos de Educação Profissional a distância haverá controle de frequência
dos alunos quando das atividades presenciais obrigatórias.

Art. 41 - Os cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio, desenvolvidos


por meio de EAD, autorizados antes da vigência desta Resolução, terão o prazo de 01 (um) ano,
a partir da data de sua publicação, para adequar seus projetos político-pedagógicos às presentes
normas.

TITULO III
DA PRÁTICA PROFISSIONAL E DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Capitulo I
Prática Profissional

Art. 42 - A prática profissional constitui e organiza a educação profissional,


permeando todos os componentes curriculares, não se constituindo em disciplina/componente
curricular específico devendo ser incluída na carga horária mínima do curso definida no
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos.

§ 1º - Essa prática poderá se efetivar, integralmente, na escola e em empresas e


organizações, desenvolvida através de projetos, estudos de casos, visitas técnicas e viagens
orientadas, simulações, pesquisas e trabalhos de campo e de laboratório em ambientes
específicos.

§ 2º - Os cursos no âmbito da área profissional de saúde, por sua natureza, deverão ter
a pratica profissional antecedida do estágio supervisionado obrigatório em
ambientes/laboratórios da própria unidade de ensino.

§ 3º Quando a instituição não dispuser de laboratório específico para realização da


prática profissional do curso, a escola deverá submeter ao Conselho Estadual de Educação
proposta de utilização de outros ambientes/laboratório com instituições afins, para fins de
autorização.

Capitulo II
Estágio Profissional Supervisionado

Art. 43 - O estágio profissional supervisionado, obrigatório ou não, quando previsto e


assumido intencionalmente pela Escola como ato educativo e atividade curricular de sua

17
responsabilidade, presente na sua proposta pedagógica e nos instrumentos de planejamento
curricular do curso, é uma das estratégias de integração teórico-prática, intencionalmente
integrada com o currículo do curso, nos termos da legislação específica e das normas vigentes
sobre a matéria, cuja carga horária, deve ser adicionada aos mínimos exigidos para a respectiva
habilitação profissional.

Art. 44 - O estágio supervisionado, obrigatório ou não, deve atender aos dispositivos


da Lei nº 11.788/2008, em consonância com as normas definidas pelo Parecer CNE/CEB nº
35/2003, Resolução CNE/CEB nº 1/2004 no que não contrariar a citada Lei, bem como a
Resolução CEE/AC nº 61/2009.

TITULO IV
DA AVALIAÇÃO, APROVEITAMENTO DE ESTUDOS E CERTIFICAÇÃO
Capitulo I
Avaliação da Aprendizagem

Art. 45 - A avaliação da aprendizagem dos estudantes visa à sua progressão para o


alcance do perfil profissional de conclusão, sendo contínua e cumulativa, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos, bem como dos resultados ao longo do processo
sobre os de eventuais provas finais.

Paragrafo único – Os critérios e procedimentos da avaliação de aprendizagem do


aluno deverão constar nos respectivos planos de curso e Regimento Escolar, conforme Art. 18
inciso XII desta Resolução.

Capitulo II
Aproveitamento de Estudos e Saberes Profissionais Anteriores

Art. 46 - A avaliação da aprendizagem utilizada, para fins de validação e


aproveitamento de saberes profissionais desenvolvidos em experiências de trabalho ou de
estudos formais e não formais, deve ser propiciada pelas instituições de ensino, cursos
reconhecidos, devidamente credenciados, na respectiva área como forma de valorização da
experiência extraescolar dos educandos, objetivando à continuidade de estudos segundo
itinerários formativos coerentes com o perfil profissional de conclusão do curso.

18
§ 1º - As instituições de ensino devem elaborar diretrizes e procedimentos
metodológicos para avaliação e validação dos saberes profissionais desenvolvidos pelos
estudantes em seu itinerário profissional e de vida, para fins de prosseguimento de estudos ou
de reconhecimento dos saberes avaliados e validados, com vista à certificação profissional, de
acordo com o perfil profissional de conclusão do curso.

§ 2º - As instituições de ensino devem oferecer oportunidades de complementação de


estudos, visando a suprir eventuais insuficiências formativas constatadas na avaliação.

Art. 47 - Para prosseguimento de estudos, a instituição de ensino poderá promover o


aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores do estudante, desde que
diretamente relacionados com o perfil profissional de conclusão da respectiva qualificação ou
habilitação profissional, que tenham sido desenvolvidos:
I - em qualificações profissionais e etapas ou módulos de nível técnico regularmente
concluído em outros cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio;
II - em cursos destinados à formação inicial e continuada ou qualificação profissional
de, no mínimo, 160 horas de duração, mediante avaliação do estudante;
III - em outros cursos de Educação Profissional e Tecnológica, inclusive no trabalho,
por outros meios informais ou até mesmo em cursos superiores de graduação, mediante
avaliação do estudante;
IV - por reconhecimento, em processos formais de certificação profissional, realizado
em instituição devidamente credenciada pelo órgão normativo do respectivo sistema de ensino
ou no âmbito de sistemas nacionais de certificação profissional.

Capitulo III
Certificação

Art. 48 - A avaliação e certificação, para fins de exercício profissional, somente


poderão ser realizadas por instituição educacional devidamente credenciada que apresente em
sua oferta o curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio correspondente,
previamente reconhecida.

Paragrafo único - Mediante autorização deste Conselho, as instituições de ensino que


não tenham o correspondente curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, mas
ofertem cursos inscritos no mesmo eixo tecnológico, cuja formação tenha estreita relação com

19
o perfil profissional de conclusão a ser certificado, podem realizar os processos previstos no
caput deste artigo.

Art. 49 - O diploma e o certificado de Curso de Educação Profissional Técnica de


Nível Médio, deverão ser expedidos e registrados pela instituição de ensino, explicitando o
título de técnico da respectiva habilitação profissional e o eixo tecnológico à qual a mesma se
vincula, de acordo com os critérios abaixo:
I - a escola responsável pela última certificação de determinado itinerário de formação
técnica deve expedir o correspondente diploma, observado o requisito de conclusão do ensino
médio;
II - os certificados de qualificação profissional e de especialização profissional técnica
de nível médio devem explicitar o título da ocupação certificada;
III - os históricos escolares que acompanham os certificados e diplomas devem
explicitar os componentes curriculares cursados, as competências estruturantes definidas no
perfil profissional de conclusão do curso, com suas respectivas cargas horárias, frequência e
aproveitamento dos concluintes;
IV - os certificados e diplomas de cursos técnicos devem contemplar dados da
instituição mantenedora e mantida, legislação educacional que fundamenta a expedição dos
mesmos, endereço completo da instituição, dados pessoais do estudante, (disciplinas ou
componentes curriculares, projetos, núcleos temáticos ou outros critérios ou formas de
organização) e respectiva carga horária, competências definidas no perfil profissional de
conclusão, conhecimentos e experiências anteriores aproveitados no curso, dados da
escolaridade anterior;
V - o diploma e o certificado expedidos têm validade nacional desde que o curso esteja
validado no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica -
SISTEC;
VI - é obrigatória a inserção do número do cadastro do SISTEC nos diplomas e
certificados dos concluintes de Curso Técnico ou correspondentes Qualificações e
Especializações Técnicas.

Art. 50 - A certificação de alunos com deficiência deverá considerar o dilatamento de


prazo para conclusão da formação, de certificação intermediária, ou antecipação de estudos,
que não limitem o direito dos estudantes de aprender com autonomia, sob alegação da
deficiência.

20
Art. 51 - A revalidação de certificados de cursos técnicos realizados no exterior é de
competência das instituições de Educação Profissional integrantes do sistema federal de ensino,
como também pelas instituições públicas credenciadas pelo órgão normativo do respectivo
sistema de ensino.

Art. 52 - A inclusão de dados da instituição, dos cursos e dos alunos no SISTEC não
desobriga a instituição educacional de prestar as devidas informações ao censo escolar do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), para fins
estatísticos e de exigência legal, tal como o cálculo do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB).

TITULO V
DO CREDENCIAMENTO/RECREDENCIAMENTO, AUTORIZAÇÃO E
RECONHECIMENTO DOS CURSOS
Capitulo I
Do Credenciamento/Recredenciamento

Art. 53 - As instituições públicas ou privadas que se propuserem a oferecer


Educação Profissional Técnica de Nível Médio (habilitação, qualificação e especialização)
devem legalizar-se junto ao Conselho Estadual de Educação para obter o credenciamento e/ou
recredenciamento da instituição, autorização de funcionamento e reconhecimento dos seus
cursos.

Art. 54 - As instituições públicas ou privadas que se propuserem a oferecer cursos de


Educação Profissional a distância, no nível básico e/ou médio, devem legalizar-se junto ao
Conselho Estadual de Educação para obter o credenciamento e/ou recredenciamento da
instituição, autorização de funcionamento e o reconhecimento dos seus cursos, obedecendo,
também, ao disposto no Decreto Federal nº 5.622/2005, o Parecer CNE/CEB nº 41/2002, bem
como ao disposto nesta Resolução.

§ 1º - O Credenciamento e/ou recredenciamento é o ato administrativo constatador e


permissivo de funcionamento de instituição de Educação Profissional Técnica de Nível Médio,
integrante do Sistema de Ensino do Estado do Acre, podendo ocorrer simultaneamente ao
pedido de reconhecimento de cursos.

21
§ 2º - Reconhecimento de cursos é o ato administrativo de legalização expedido pelo
Conselho Estadual de Educação.

§ 3º - O Conselho Estadual de Educação é o órgão competente para o Credenciamento


de Instituição pública ou privada para a oferta de Educação Profissional Técnica de Nível
Médio, integrante do Sistema de Ensino do Acre, bem como para o reconhecimento dos seus
cursos.

Art. 55 - Para efeito dos artigos 53 e 54, as instituições de Educação Profissional


Técnica de Nível Médio do Sistema de Ensino do Estado do Acre, serão regularizadas mediante
os seguintes atos:
I - credenciamento e/ou recredenciamento da instituição de ensino;
II - reconhecimento de cursos;

Art. 56 - A validade dos atos de regularização dar-se-á por meio e pela ordem dos
seguintes documentos legais:
I - Parecer aprovado pelo Colegiado do CEE/AC;
II - Resolução expedida pelo CEE/AC e publicada no Diário Oficial do Estado do
Acre;

Art. 57 - O pedido de credenciamento da instituição e o reconhecimento de cursos


deve ser dirigido à Presidência do Conselho Estadual de Educação, por meio de ofício,
explicitando o que se requer, no prazo de 120 (cento e vinte) dias que antecedem à data prevista
para o início das atividades.

§ 1º - O pedido que trata o Caput deste artigo deverá ser encaminhado a este Conselho
Estadual de Educação em duas vias, sendo uma impressa e a outra em arquivo eletrônico.

§ 2º - São vedadas a efetivação de matrículas e o início do curso antes de sua


autorização pelo Conselho Estadual de Educação.

Art. 58 - As instituições que, comprovadamente, iniciarem Cursos Técnicos ou


Especializações Técnicas antes do Ato Legal de Autorização do Conselho Estadual de
Educação do Acre e da publicação no DOE/AC serão notificadas e suas atividades suspensas e

22
os infratores serão denunciados pelo Conselho Estadual de Educação do Acre ao Ministério
Público do Estado para as devidas providências.

Art. 59 - Recebidos os pedidos de credenciamento e/ou recredenciamento de


Instituição e de reconhecimento e/ou autorização para oferta de novas turmas de cursos
reconhecidos, o CEE/AC constituirá Comissão para visita “in loco”, a qual emitirá relatório
sobre a avaliação das condições institucionais para a oferta dos cursos pleiteados.

§ 1º - As despesas com deslocamentos, diárias, traslado e honorário de especialistas, se


for o caso, com a Comissão de que trata o caput deste artigo, decorrentes da vistoria para
credenciamento da instituição e/ou reconhecimento de cursos, correrão por conta da instituição
solicitante, seja ela pública ou privada.

§ 2º - As diligências baixadas pelo conselheiro relator a processos em tramitação no


CEE/AC que não atenderam às exigências desta Resolução, deverão ser providenciadas no
prazo de até 60 (sessenta) dias, contados a partir de seu recebimento, sob pena de arquivamento
do processo, dando-se ciência ao interessado desse procedimento.

Art. 60 - Compõem o processo de solicitação de credenciamento e autorização de


instituição de Educação Profissional para a oferta de curso de Educação Profissional Técnica de
Nível Médio, dirigido ao Conselho Estadual de Educação, as seguintes peças: Plano de
Desenvolvimento Institucional – PDI, Regimento Escolar - RE e Projeto Político Pedagógico -
PPP.

I – Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, que contemple:


a) Missão, visão e valores;
b) Ato de criação, para as instituições públicas, através de decreto governamental ou
equivalente e, para as mantidas pela iniciativa privada por manifestação expressa do
mantenedor em ato jurídico ou declaração própria, e suas eventuais alterações;
c) Registro do mantenedor, se da iniciativa privada, junto aos órgãos competentes:
cartórios de títulos e documentos, junta comercial e cadastro geral dos contribuintes
do Ministério da Fazenda;
d) Documentação que possibilite a verificação da capacidade de autofinanciamento e
idoneidade econômico–financeira da entidade mantenedora, à luz da legislação da

23
Constituição de Empresas (Código Tributário Nacional e Código Civil Brasileiro)
no caso das escolas particulares;
e) Comprovação de propriedade e/ou contrato de locação do imóvel, sua localização,
endereço, planta baixa ou croqui dos espaços e das instalações, relação do
mobiliário, equipamentos e acessibilidade aos alunos que apresentem necessidades
educacionais especiais, mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas
urbanísticas, na edificação incluindo instalações e equipamentos mobiliários;
f) Cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica;
g) Certidões negativas de débitos para com a Seguridade Social e para com o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço, Ministério da Fazenda, etc.
h) Quadro do corpo docente e administrativo, especificando as funções e
comprovando a qualificação e habilitação do profissional por meio de “Currículo
Vitae”;
i) Cópia do ato legal de designação para o cargo de diretor, vice-diretor e secretário
escolar e de outro tipo de organização de gestão escolar;
j) Quadro demonstrativo do sistema de contratação de pessoal docente, técnico e
administrativo da entidade, respeitando as normas legais;
k) Plano de formação continuada dos colaboradores;
l) Atestado das condições de habitabilidade e segurança, acompanhados da respectiva
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART emitida pelo CREA da região;
m)Atestado de inspeção da Vigilância Sanitária atualizado;
n) Laudo técnico de vistoria e avaliação do Corpo de Bombeiro;
o) Biblioteca com índice do acervo bibliográfico.

II – Regimento Escolar da instituição deve ser elaborado à luz da legislação vigente;

III - Projeto Político Pedagógico:


a) O Projeto Político Pedagógico da escola é o trabalho compartilhado de todos,
expressando sua proposta educacional com enfoque principal no processo ensino
aprendizagem, objetivando oportunizar maior qualidade em suas ações. Em sua
dinâmica terá que transformar a escola num espaço de investigação, articulação de
experiência e estudos direcionados para a melhoria da qualidade do ensino. Deve
se fundamentar na concepção de homem, sujeito ativo do processo do seu
desenvolvimento histórico, atender às necessidades básicas de aprendizagem dos

24
alunos, concretizar as diretrizes curriculares nacionais sobre os conteúdos básicos,
bem como manter vinculação com a escola e o mundo do trabalho.

b) O Projeto Político Pedagógico deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:


1. Justificativa da instalação da instituição, ilustrada com dados de pesquisa que
revele a necessidade de sua criação;
2. Missão, visão, objetivos educacionais e valores;
3. Indicação dos eixos tecnológicos, formas de oferta e eventuais cursos e programas
em que pretendem atuar,
4. Forma de oferta;
5. Fundamentações: legal, epistemológica e metodológica;
6. Princípios norteadores;
7. Articulação entre as áreas da educação, do trabalho e emprego, da ciência e da
tecnologia;
8. Diagnóstico da realidade escolar e do contexto, objetivando a inclusão social;
9. Avaliação da aprendizagem;
10. Sistema de avaliação institucional.

IV – Plano do Curso, conforme itens definidos no art. 18 desta Resolução.

§ 1º - Constatada a regularidade e/ou sanadas as irregularidades do processo, o


Conselheiro (a) Relator (a) emitirá seu parecer, à luz das exigências legais, para aprovação pelo
pleno.
§ 2º - Do parecer de reconhecimento dos cursos de Educação Profissional Técnica de
Nível Médio, a ser ofertado, o conselheiro relator deverá descrever em síntese todos os itens
constantes do art. 18 desta Resolução.

Art. 61 - Exarados os atos autorizativos, as unidades pertencentes ao Sistema de


Ensino do Estado do Acre, credenciadas para oferta de cursos técnicos de nível médio,
independentemente da sua categoria administrativa, devem se cadastrar no Sistema Nacional de
Informações da Educação Profissional e Tecnológica - SISTEC.

Parágrafo único - Compete ao Conselho Estadual de Educação do Acre validar o


cadastro no SISTEC relativo às instituições da rede pública e privada.

25
Capitulo II
Da Mudança de Mantenedor

Art. 62 - A transferência de mantenedora, obedecidas à legislação civil e fiscal, deve


ser comunicada ao Conselho Estadual de Educação do Acre, instruída com os seguintes
documentos:
I - ofício ao Presidente do Conselho Estadual de Educação do Acre;
II - documento oficial e atualizado do Contrato Social;
III - cópia atualizada do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;
IV - certidões negativas atualizadas de débitos para com a Seguridade Social, para
com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço- FGTS e com a Receita Federal;
V - regimento da instituição com as alterações do mantenedor;
VI - identificação dos novos dirigentes das instituições mantenedoras e mantidas;
VII - documento que comprove a ocupação legal do imóvel em nome do novo
mantenedor.

Capitulo III
Da Mudança de Endereço

Art. 63 - A mudança de endereço deve ser comunicada ao Conselho Estadual de


Educação do Acre, instruída com os seguintes documentos:
I - ofício ao Presidente do Conselho Estadual de Educação do Acre;
II - documento oficial e atualizado do contrato social;
III - cópia atualizada do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;
IV - documento que comprove a ocupação legal do imóvel;
V - plantas das edificações e atestado de suas condições de habitabilidade,
acessibilidade e segurança, acompanhada da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica
- ART emitida pelo CREA da região;
VI - Regimento da instituição com alteração;
VII - Laudos técnicos dos órgãos competentes, devidamente atualizados.

Capitulo IV
Da Mudança de Denominação

Art. 64 - A mudança de denominação deve ser comunicada ao Conselho Estadual de


Educação do Acre, instruída com os seguintes documentos:

26
I - ofício ao Presidente do Conselho Estadual de Educação do Acre;
II - documento oficial e atualizado do Contrato Social;
III - cópia atualizada do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;
IV - certidões negativas atualizadas de débitos para com a Seguridade Social, para
com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço- FGTS e com a Receita Federal;
V - regimento da instituição com alteração.

Capitulo V
Do Encerramento das Atividades Escolares

Art. 65 - O Encerramento das atividades escolares em instituições de ensino de


Educação Profissional Técnica de Nível Médio é ato pelo qual a instituição deixa de integrar o
Sistema de Ensino do Estado do Acre, podendo decorrer da decisão voluntária da entidade
mantenedora ou por determinação do Conselho Estadual de Educação.

Art. 66 - No encerramento voluntário das atividades, a Instituição deverá comunicar


oficialmente ao Presidente do Conselho Estadual de Educação do Acre, expondo os motivos e
procedimentos a serem adotados, para a salvaguarda dos direitos dos estudantes.

§ 1º - O expediente referido no caput deste artigo deve ser protocolado com


antecedência mínima de 180 (cento e oitenta) dias, antes da data do encerramento pretendido.

§ 2º - É de responsabilidade da instituição de ensino cumprir, com exatidão, o plano


de execução do encerramento, garantindo os direitos dos estudantes, com particular atenção
para a expedição da documentação escolar regular.

§ 3º - O encerramento de atividades escolares será objeto de Ato Legal expedido pelo


Conselho Estadual de Educação do Estado do Acre, contendo as medidas cabíveis para a
salvaguarda dos documentos da vida escolar dos alunos.

Art. 67 - O encerramento das atividades escolares de instituição de ensino por


determinação do Conselho Estadual de Educação, ocorrerá quando:
I - expirar o prazo de Credenciamento ou Recredenciamento da Instituição, do
reconhecimento de cursos, sem que haja a manifestação do responsável pela instituição de
ensino quanto à renovação dos atos;

27
II - ficar comprovado, após processo competente de apuração de irregularidades, o
comprometimento da qualidade da oferta de Curso Técnico pela instituição, nos termos desta
Resolução.

§ 1º - Quando o encerramento das atividades escolares for de forma temporária, o


Parecer do Conselho Estadual de Educação do Acre deve indicar o período de vigência de
sustação das atividades, que não deve ser superior a 1 (um) ano.

§ 2º - Decorrido esse período e estando no prazo de vigência da autorização, a


instituição, mediante autorização do Conselho Estadual de Educação do Acre, pode retomar as
atividades escolares, comunicando oficialmente ao Conselho Estadual de Educação.

§ 3º - Não havendo interesse da instituição, na retomada das atividades escolares, esta


deve comunicar ao Conselho Estadual de Educação do Acre o encerramento definitivo das
atividades.

§ 4º - A documentação escolar, durante o período de sustação temporária das


atividades, deve permanecer na respectiva instituição de ensino, sob a guarda e a
responsabilidade da entidade mantenedora.

§ 5º - No caso de encerramento definitivo das atividades escolares de uma instituição


de ensino, mediante revogação dos atos de credenciamento e autorização de curso, a mesma
deve adotar as seguintes medidas de cautela para assegurar o direito dos estudantes:
I - verificar a situação da vida escolar dos estudantes, concedendo-lhes, se for o caso, a
transferência para outras instituições de ensino;
II - proceder ao recolhimento dos arquivos da instituição de ensino e encaminhar à
instituição indicada pelo Conselho Estadual de Educação do Estado do Acre, salvaguardando
sua autenticidade e integridade.

§ 6º - Em qualquer caso de encerramento definitivo, a instituição fica proibida de


receber matrículas.

Capitulo VI
Da apuração de irregularidades e do Descredenciamento da Instituição de Educação
Profissional Técnica de Nível Médio

Art. 68 - A apuração de irregularidades no funcionamento de instituições que ofertam


Educação Profissional Técnica de Nível Médio ou dos cursos por elas ofertados, deve ser

28
realizada por uma comissão especial designada para este fim pela presidente do Conselho
Estadual de Educação do Acre, por meio de Portaria.

Parágrafo único - A comissão de que trata o caput deste artigo deve ser constituída
por, no mínimo 4(quatro) membros, sendo: um Conselheiro, um técnico do Conselho Estadual
de Educação do Acre, um representante do Conselho Profissional (quando houver) e um
especialista da área.

Art. 69 - Todas as denúncias de irregularidades apuradas pela Comissão devem ser


encaminhadas ao Conselho Estadual de Educação, sob a forma de relatório circunstanciado dos
fatos, para análise e emissão de Parecer indicativo sobre as providências requeridas pelo caso.

Art. 70 - Em todas as fases da sindicância deve ser assegurado ao investigado o direito


de ampla defesa.

Art. 71 - As sanções cominadas às irregularidades são:


a) Advertência por escrito, tendo em vista a natureza e o alcance da irregularidade;
b) Suspensão temporária de matrícula de novos estudantes;
c) Suspensão da oferta de curso(s) irregular(es);
d) Suspensão temporária das atividades da instituição;
e) Denúncia dos infratores ao Ministério Público do Estado;
f) Descredenciamento da Instituição.

Art. 72 - Aplicadas quaisquer das sanções previstas nesta Resolução o investigado


deve ser notificado por escrito, pelo Conselho Estadual de Educação, mediante aviso de
recebimento ou ciência em documento apropriado para, que no prazo de 30 (trinta) dias,
contados a partir da notificação, apresente recurso nos termos das normas do Sistema de Ensino
do Estado do Acre.

TITULO VI
DA AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 73 - As instituições de Educação Profissional Técnica de nível médio,


devidamente credenciadas, devem participar das avaliações EPT, promovidas pelo Ministério
da Educação e demais órgãos do Sistema, garantida a divulgação dos resultados, com a
finalidade de:

29
I - promover maior articulação entre as demandas socioeconômico-ambientais e a
oferta de cursos, do ponto de vista qualitativo e quantitativo;
II - promover a expansão de sua oferta, em cada eixo tecnológico;
III - promover a melhoria da qualidade pedagógica e efetividade social, com ênfase no
acesso, na permanência e no êxito no percurso formativo e na inserção socioprofissional;
IV - zelar pelo cumprimento das responsabilidades sociais das instituições, mediante
valorização de sua missão, afirmação da autonomia e da identidade institucional, atendimento
às demandas socioeconômico-ambientais, promoção dos valores democráticos e respeito à
diferença e à diversidade.

Art. 74 - A instituição de Educação Profissional Técnica de Nível Médio ofertante, no


âmbito do Estado do Acre deverá, realizar, periodicamente, pesquisa de egressos e avaliação
dos seus serviços, visando a garantir a qualidade da oferta.

Parágrafo único - Os resultados obtidos deverão ser disponibilizados para a


comunidade escolar e demais interessados, bem como instruir processo de recredenciamento.

TITULO VII
DA FORMAÇÃO DOCENTE

Art. 75 - A formação inicial para a docência na Educação Profissional Técnica de


Nível Médio realiza-se em cursos de licenciatura ou em programas de formação pedagógica
para portadores de diplomas de educação superior em consonância com a legislação e com as
normas específicas definidas pelos Conselhos Nacional e Estadual de Educação.

§ 1º - Os sistemas de ensino devem viabilizar a formação a que se refere o caput deste


artigo, podendo ser organizada em cooperação com o Ministério da Educação e instituições de
Educação Superior.

§ 2º - Ao professor graduado, não licenciado, em efetivo exercício na profissão


docente ou aprovado em concurso público, será assegurado o direito de participar e ter
reconhecido seus saberes profissionais em processos destinados à formação pedagógica,
podendo ser considerado equivalente às licenciaturas:

30
I - excepcionalmente, na forma de pós-graduação lato sensu, de caráter pedagógico,
sendo o trabalho de conclusão de curso, preferencialmente, projeto de intervenção relativo à
prática docente;
II - excepcionalmente, na forma de reconhecimento total ou parcial dos saberes
profissionais de docentes, com mais de 10 (dez) anos de efetivo exercício como professores da
Educação Profissional, no âmbito da Rede CERTIFIC;
III - na forma de uma segunda licenciatura, diversa da sua graduação original, a qual o
habilitará ao exercício docente.

TITULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 76 - As instituições que ministram cursos de Educação Profissional deverão:


I – disponibilizar e garantir o acesso de seus alunos, ao Regimento, ao Plano de
Desenvolvimento Institucional – PDI, ao Plano de Curso e as cópias de portaria de
credenciamento, recredenciamento, autorização e reconhecimento de curso;
II - inserir nos documentos escolares os atos de credenciamento, recredenciamento,
autorização e reconhecimento de curso.

Art. 77 - Os casos omissos serão analisados pelo Conselho Estadual de Educação do


Acre.

Art. 78 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando a


Resolução CEE/AC nº 379/2008.

REGISTRE–SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.

Rio Branco-AC, 10 de setembro de 2013.

Consª. Iris Célia Cabanellas Zannini


Presidente do CEE/AC

Aprovada em Reunião Ordinária do Colegiado no dia 11de setembro de 2013.

Publicada no DOE Nº 11.215 – 07/01/2014

31

Você também pode gostar