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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Autorizada pelo Decreto Federal n o 77.496 de 27/04/76


Recredenciamento pelo Decreto n°17.228 de 25/11/2016
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
COORDENAÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UEFS


SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - 2021

Teorias implícitas de professores universitários da área de ciências exatas, sobre os


conhecimentos prévios de seus alunos

Manuela Machado dos Santos1; Iron Pedreira Alves2;


1. Bolsista PROBIC/UEFS, Graduando em Licenciatura em Pedagogia, Universidade Estadual de Feira de Santana,
e-mail: manuelamedeiiros@gmail.com
2. Orientador, Departamento de Educação, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: ipalves@uefs.br

PALAVRAS-CHAVE: Teorias implícitas; professores; conhecimento prévio.

INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, de acordo com Pozo (2006), os modos de ensinar, bem como os de
aprender, parecem ter mudado de maneira muito mais significativa na teoria que na
prática. Isso inclui, obviamente, as atitudes frente aos conhecimentos que os alunos
possuem antes de serem ensinados nos diversos espaços de educação formal, incluindo a
Universidade. Numa sociedade como a nossa, em que a educação tem um papel
fundamental, esta última não pode ficar insensível às novas demandas oriundas das mais
diversas esferas de participação social, desde o mundo do trabalho às sempre novas
maneiras de comunicação interpessoal, passando por outras quase infinitas atividades
humanas. Segundo Pérez Echeverría, Mateos, Scheuer e Martín (2006), as teorias
implícitas são entendidas como um conjunto de princípios que restringe nossa forma de
enfrentar as distintas situações de ensino. Estas teorias são denominadas implícitas, pois,
apesar de dirigirem nossas ações, são realizadas sem passar por um processo
explicitamente consciente. Pozo e colaboradores (Pozo et al, 2006) propõem basicamente
três concepções implícitas sobre aprendizagem: Teoria direta, a interpretativa e a
construtiva. Na teoria direta há uma expectativa de reprodução do conhecimento, já que
o conhecimento deve refletir, como um espelho, a realidade. Esta forma de conceber o
conhecimento entende que o saber é uma questão de tudo ou nada. A aprendizagem é
vista como um “saber mais”, no sentido de acumular saberes, ampliando o repertório de
conhecimento (procedimental ou declarativo) do aprendiz. Já a teoria interpretativa
aparece como uma fase de transição. Mesmo possuindo a mesma base epistemológica da
teoria direta, para a qual existe uma única verdade dos fatos, esta propõe que a
aprendizagem é algo que consome tempo e demanda esforço deliberado, além de
mobilizar processos cognitivos. Para obter uma boa aprendizagem é necessário reduzir
ao mínimo as distorções provocadas por estas atividades mediadoras levadas a cabo pelo
aprendiz. A teoria construtiva parte da ideia de construir conhecimentos sobre a realidade
(e não de extrair dela esses conhecimentos) e se diferencia das primeiras teorias
principalmente pelos princípios epistemológicos segundo os quais podem existir
diferentes graus de questionamentos e verdades sobre um mesmo objeto e a sua
apropriação implica, necessariamente, uma transformação do conteúdo que se aprende e
do aprendiz.
MATERIAL E MÉTODOS OU METODOLOGIA (ou equivalente)
Este trabalho foi inicialmente realizado a partir de uma revisão de literatura abordando a
articulação das teorias implícitas de professores universitário e o conhecimento prévio de
seus alunos. Foram entrevistados ao todo 13 professores do departamento de ciências
exatas, ao qual, foi feita entrevistas contendo um total de 8 perguntas sobre as teorias
implícitas, via google met. e também enviada para serem respondidas por escrito. Ao final
da realização das entrevistas foi feita a analise de dados com base nos estudos de Alves e
Pozo. A analise dos dados foi feita a partir da questão 5, se baseando nas seguintes
perguntas, Como a presença ou ausência desses requisitos, podem interferir no ensino?
(isto é, em sua prática pedagógica? Como a presença ou ausência desses requisitos pode
interferir na aprendizagem dos seus alunos? Seus alunos possuem esses requisitos? O que
você faz quando eles não têm esses requisitos?

RESULTADOS E/OU DISCUSSÃO (ou Análise e discussão dos resultados)

QUESTÕES TEORIA TEORIA TEORIA


DIRETA INTERPRETATIVA CONTRUTIVA
Como a [...] Isso termina Então, o que
presença ou causando um atraso acontece é que a
ausência desses tanto para ele quanto gente tem que
requisitos, para mim, porque também pensar
podem interferir sabendo que a gente na metodologia
no ensino? tem essa reincidência tentar
de alunos que vem renovações…
mal preparado para a
disciplina.
Como a A ausência de A presença dos Eu tento fazer
presença ou requisitos básicos requisitos é durante as aulas é
ausência desses impede a concepção fundamental para um estimular a
requisitos pode das soluções de melhor participação.
interferir na engenharia desenvolvimento da
aprendizagem requeridas na aprendizagem das(os)
dos seus alunos? disciplina. discentes.
Seus alunos Não foi feita Até o momento, não
possuem esses nenhuma análise percebi uma
requisitos? diagnóstica para defasagem que fosse
saber a porcentagem prejudicial ao curso.”
dos alunos que
possuem esses
requisitos, mas
acredito que a
maioria não possua.
O que você faz Na maioria das vezes Na medida do Geralmente
quando eles não vou revisando possível, tento dedico uma parte
têm esses algumas coisas à minimizar as da carga horária
requisitos? medida que vai dificuldades inicial do
precisando. revisando o conteúdo semestre para
necessário, mas revisão dos
incentivo fortemente principais
que os mesmos conceitos
procurem revisar o necessários à
conteúdo de forma disciplina.
autônoma.

Tal como foi feito em Alves e Pozo (2014), as entrevistas foram classificas em Teoria
direta, interpretativa e construtiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS (ou Conclusão)

Ampliando a concepção de teorias implícitas, que segundo Pozo (2009), são um conjunto
de supostos implícitos, de ordem epistemológica, ontológica e conceitual, que restringem
(norteiam) as predições, os juízos, as interpretações, as decisões, as ações e as
verbalizações dos sujeitos, assume-se que as concepções implícitas são noções informais
que o homem comum possui sobre um assunto. A preposição que aqui discutimos faz
parte de todo o processo do conhecimento prévio do estudante universitário, viabilizando
a valorização dos mesmos, para que sua aprendizagem seja significativa.
Nesta percepção percebemos o quanto os conhecimentos adquiridos mudam de situação,
assim como a falta dos requisitos para aprender interferem na aprendizagem do aluno e
pratica pedagógica do professor. Nesta perspectiva, são várias as prerrogativas em
relação aos estudos sobre a concepção de teoria implícita, o que exemplifica as
compreensões no que se refere às representações mentais que fazem parte do sistema de
conhecimentos de um indivíduo e que intervêm em seus processos de compreensão,
memória, raciocínio e planificação de sua ação.

REFERÊNCIAS

ALVES, I. P., POZO, J.I. Las concepciones implícitas de los profesores universitarios
sobre los requisitos para el aprendizaje. Revista da FAEEBA – Educação e
Contemporaneidade, Salvador, v. 23, n. 41, p. 191-203, jan./jun. 2014.

ALVES, I. P., POZO, J.I. Teorias Implícitas De Professores Universitários De Cursos De


Formação Docente Sobre Dificuldades De APRENDIZAGEM. Rev.Int. de Form. de
Professores (RIFP), Itapetininga, v. 5, e020022, p. 1-26, 2020.
ECHEVERRIA, M. P. P.; SCHEUER, N.; Mateos, M.; MARTÍN, E. Enfoques en el
estudio de las concepciones sobre el aprendizaje y la enseñanza. En J. I. Pozo, N. Scheuer,
M. P. Pérez Echeverría, M. Mateos, E. Martín, M. de la Cruz. (Orgs.) Nuevas formas de
pensar la enseñanza y el aprendizaje: Las concepciones de profesores y alumnos.
Barcelona: Graó, 2006, p. 95-134.

POZO, Juan I. La nueva cultura del aprendizaje en la sociedad. In: POZO, Juan I. et al.
Nuevas formas de pensar la enseñanza y el aprendizaje: Las concepciones de profesores
y alumnos. Barcelona: Graó, 2006. p. 29-53.

POZO, J. I. Adquirir una concepción compleja del conocimiento: Creencias


epistemológicas y concepciones de aprendizaje. In POZO, Juan Ignacio y
ECHEVERRIA, M. Del Puy Perez. (Cords.) Psicología del aprendizaje universitario: La
formación en competencias. Madrid:Ediciones Morata, 2009.

POZO, J. I. Adquirir una concepción compleja del conocimiento: Creencias


epistemológicas y concepciones de aprendizaje. In POZO, Juan Ignacio y
ECHEVERRIA, M. Del Puy Perez. (Cords.) Psicología del aprendizaje universitario: La
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STRAUSS, S. Teaching as a natural cognitive ability: Implications for classroom


practice and teacher education. In D. Pillemer and S. White (Eds.) Developmental
psychology and social change. New York: Cambridge University Press, 2005, p. 368-
388.

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