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Testes e Comissionamento
de Relés
21.1 Introdução
21.2 Testes elétricos de tipo
21.3 Testes de compatibilidade eletromagnética
21.4 Testes de segurança do produto
21.5 Testes de tipo ambientais
21.6 Testes de software
21.7 Testes de tipo de validação dinâmica
21.8 Teste de produção
21.9 Testes de comissionamento
21.10 Equipamento de teste de injeção no secundário
21.11 Teste de injeção no secundário
21.12 Testes de injeção no primário
21.13 Teste do esquema lógico de proteção
21.14 Testes de atuação e de alarme
21.15 Testes periódicos de manutenção
21.16 Projeto de esquemas de proteção para manutenção
21.17 Referências
Tabela 21.1 Especificação do elemento de sobrecorrente do relé 21.2.2 TESTES DE VALORES NOMINAIS
Elemento Faixa Incremento Esses testes são realizados para garantir que os com-
I>1 0,08 - 4,00 In 0,01 In ponentes sejam usados dentro de suas especificações
I>2 0,08 - 32 In 0,01 In e que não haja risco de fogo ou choques elétricos sob
condições normais de carga ou durante uma falta no
Direcionalidade Avante/Reversa/Não direcional
sistema elétrico. Isso se faz em adição à verificação de
RCA -95° to +95° 1° que o produto atende as suas especificações técnicas.
Característica DT/IDMT A seguir, são descritos alguns dos testes de valores
Tempo de Atraso Definido 0 - 100 s 0,01 s nominais realizados em relés de proteção, sendo que
IEC Normalmente Inverso os parâmetros especificados são normalmente aque-
IEC IDMT Tempo de Atraso IEC Muito Inverso les da norma IEC 60255-6.
IEC Extremamente Inverso
UK Inverso de Longa Duração
Ajuste de Multiplicador de Tempo 21.2.3 SUPORTABILIDADE TÉRMICA
0,025 - 1,2 0,025
(TMS) A suportabilidade térmica de um TP, TC e dos cir-
IEEE Moderadamente Inverso cuitos dos contatos de saída é determinada para ga-
IEEE Muito Inverso
IEEE Extremamente Inverso rantir adequação com condições de carga contínua
IEEE IDMT Tempo de Atraso e sobrecarga de curta duração. Além da verificação
US-CO8 Inverso
US-CO2 Inverso de Curta funcional, o critério de aprovação é de que não exista
Duração
detrimento na estrutura do relé, ou nos seus compo-
Seletor de tempo (TD) 0,5 - 15 0,1 nentes, quando o produto é submetido a condições
Tempo de rearme IEC (somente DT) 0 - 100 s 0,01 s de sobrecarga que podem acontecer em serviço. A
Tempo de rearme IEEE IDMT/DT suportabilidade térmica é verificada num período de
Tempo de rearme IEEE DT 0 - 100 s 0,01 s tempo de 1 s para TCs e 10 s para TPs.
IEEE Moderadamente Inverso
IEEE Muito Inverso 21.2.4 CARGA DE RELÉS
IEEE Extremamente Inverso
Tempo de rearme IEEE IDMT As cargas da alimentação auxiliar, entradas isoladas
US-CO8 Inverso
US-CO2 Inverso de Curta oticamente, TPs e TCs são medidas para verificar que
Duração
o produto atende a sua especificação. A carga dos pro-
dutos com um grande número de circuitos de entrada/
Tabela 21.2 Testes funcionais de tipo de sobrecorrente saída é dependente da aplicação i.e. incrementa-se de
Teste 1 Exatidão de partida e desarme trifásico não direcional para am- acordo ao número de portas de contatos (com isola-
bos os estágios, sobre toda a faixa de ajuste. mentos óticos) de entrada e saída que são energizadas
Teste 2 Exatidão de partida e desarme trifásico direcional sobre faixa de em condições normais de carga do sistema de potên-
ajuste RCA completa na direção avante, varredura do ângulo da cia. Usualmente, espera-se que não mais que 50% de
corrente. tais portas sejam energizadas em uma aplicação.
Teste 3 Exatidão de partida e desarme trifásico direcional sobre faixa de
ajuste RCA completa na direção reversa, varredura do ângulo da
corrente. 21.2.5 ENTRADAS DO RELÉ
Teste 4 Exatidão de partida e desarme trifásico direcional sobre faixa de As entradas do relé são testadas numa faixa especifi-
ajuste RCA completa na direção avante, varredura do ângulo da
corrente. cada. As entradas incluem aquelas da tensão auxiliar,
Teste 5 Exatidão de partida e desarme trifásico direcional sobre faixa de TP, TC, frequência, entradas digitais isoladas otica-
ajuste RCA completa na direção reversa, varredura do ângulo da mente e circuitos de comunicação.
corrente.
Teste 6 Teste de limiar de tensão de polarização trifásica
21.2.6 CONTATOS DE SAÍDA DO RELÉ
Teste 7 Precisão do temporizador DT sobre todo o intervalo de ajuste
Teste 8 Precisão das curvas IDMT sobre o intervalo de precisão declarado Contatos de saída do relé de proteção são testados para
verificar que atendem a especificação do produto. Os
Teste 9 Precisão de IDMT TMS/TD
teste de tipo de suportabilidade e robustez devem ser
Teste 10 Efeito de modificar a corrente de falta no tempo de operação realizados usando cc, já que a alimentação normal de
do IDMT.
energia é realizada através de uma bateria da substação.
Teste 11 Mínimo início de partida e atuação para curvas IDMT.
Teste 12 Precisão dos temporizadores de rearme.
Teste 13 Efeito de quaisquer sinais de bloqueio, entradas óticas, VTS, reli-
21.2.7 RESISTÊNCIA DE ISOLAÇÃO
gamento automático. O teste de resistência de isolação é realizado de acor-
Teste 14 Memória de polarização de tensão do ao IEC 60255-5, ou seja, 500V c.c. ±10%, para um
Figura 21.1 Ondulação C.A. sobreposta na alimentação Figura 21.2 Forma de onda de teste de distúrbios de alta
C.C. do teste. frequência.
21.3.5 TESTES DE TRANSITÓRIOS RÁPIDOS produto não deve apresentar falha durante o teste,
e ainda deve operar dentro de sua especificação de-
O teste de Transitório Rápido simula a interferên-
pois da sequência de teste e não deve sofrer nenhum
cia de AT causada por operações de desligamento
dano permanente.
em subestações GIS ou por uma falha do isolamento
SF6 entre os condutores e a carcaça aterrada. Essa
interferência pode ser acoplada nos circuitos do relé 21.3.7 INTERFERÊNCIA NA FREQUÊNCIA
ou então pode ser diretamente introduzida via en- DO SISTEMA
tradas de TC ou TP. O teste consiste de uma série
Esse teste simula o tipo de interferência que é causa-
de pulsos em intervalos de 300 ms, sendo que cada
da quando existe uma falta no sistema de potência e
pulso consiste em um trem de pulsos de 50 ns com
fluem altos níveis de corrente de falta nos condutores
tempo de rampa de subida muito rápido (geralmente
primários ou na malha de terra. Isso causa interfe-
5 ns) (Figura 21.3), com um pico de tensão de 4 kV
rência de 50 Hz ou 60 Hz induzida nos circuitos de
de magnitude.
controle e de comunicação.
Não existe um padrão internacional para esse
teste, mas um deles, usado por algumas concessio-
nárias é:
a. 500 V r.m.s., modo comum,
b. 250 V r.m.s., modo diferencial,
Para esses testes o relé é colocado numa cabi- São usados, frequentemente, níveis de vibração de
ne de umidade e energizado com os valores de ser- 1 gn sobre frequências alternadas de 10 Hz-150 Hz.
viço normal durante a duração total dos testes. Em Testes sísmicos usam excitação em um único eixo,
termos práticos, isso significa usualmente energizar usando um frequência de teste de 35 Hz e picos de
o relé com correntes e tensões a 10% do limiar de deslocamento de 7,5 mm e 3,5 mm, respectivamente,
operação. Durante toda a duração do teste o relé é nos eixos x e y abaixo da frequência de cruzamento
monitorado para assegurar que não aconteçam ope- e aceleração de pico de 2,0 gn e 1,0 gn nesses eixos,
rações indesejadas. abaixo da frequência de cruzamento.
Depois que o relé é retirado da cabine de umi- A segunda categoria consiste de robustez a vi-
dade, é medida a resistência do seu isolamento para bração, suportabilidade a choques e testes de sola-
garantir que não houve deterioração abaixo do nível vanco. Esses testes são projetados para simular os
declarado. O relé é então testado novamente, e final- efeitos de longo alcance de choques e vibrações que
mente desmontado para verificar a existência de si- podem acontecer durante o transporte. Esses testes
nais de corrosão de componentes e crescimento de são realizados com o produto desenergizado. Depois
fungos. desses testes, o produto deve ainda operar dentro
O critério para aprovação no teste é que não ocor- de sua especificação sem apresentar sinais de dano
ram operações indesejadas, incluindo operações tran- mecânico permanente. A Figura 21.10 mostra o equi-
sitórias dos dispositivos indicadores. Depois do teste, pamento sob teste sísmico, enquanto uma forma de
a resistência do isolamento do relé não deve ter-se onda para teste de choque/solavanco é apresentada
reduzido significativamente, e ele deve ser capaz de na Figura 21.11.
realizar todas as suas principais funções de proteção
e comunicação dentro da tolerância estimada. O relé
também não deve sofrer corrosão ou crescimento de
fungos, e usualmente tomam-se fotografias em cada
PCB e no gabinete como registro disso.
21.6.5 TESTE DE INTEGRAÇÃO DE SOFTWARE trar que não foram introduzidas mudanças não inten-
E HARDWARE cionais na funcionalidade (ou seja, erros e defeitos).
Cada mudança a um produto de software exis-
O teste de integração de software e hardware é rea- tente deve ser considerada de direito próprio. É im-
lizado no ambiente alvo, ou seja, ele usa o hardware possível especificar um conjunto padrão de testes de
objetivo, seu sistema operacional, acionadores etc. regressão que possa ser aplicado para detectar todos
Usualmente esse teste é realizado depois do teste de os erros e defeitos introduzidos1. Cada mudança no
Integração de Software e Hardware. Testar as inter- software deve ser analisada para determinar os riscos
faces de hardware é um aspecto importante do teste que pode existir de mudanças indesejadas à funciona-
de Integração Software e Hardware. Os casos de tes- lidade que está sendo introduzida. Aquelas áreas de
te para os testes de Integração são tipicamente ba- maior risco precisarão do teste de regressão. O teste
seados naqueles definidos como testes de Validação. de regressão definitivo é realizar novamente todo o
Porém, a ênfase deve estar em identificar erros e pro- programa de teste de Validação, atualizado para levar
blemas. O Teste de Integração geralmente termina em consideração as mudanças realizadas.
com uma execução do teste de validação. O teste de regressão é extremamente importan-
te. Caso não seja realizado, existe um alto risco de
21.6.6 TESTE DE VALIDAÇÃO que os erros sejam encontrados no campo. Realizar o
teste de regressão não reduz a zero a chance de erro
O propósito do teste de validação (também conhecido ou defeito no software, mas a reduz. A determinação
como teste de Aceitação de Software) é verificar se o do teste de regressão necessária é muito mais fácil
software atende aos requisitos de sua especificação se existe rastreabilidade documentada adequada de
funcional. O teste de Validação é realizado contra a requisitos de software pelo projeto (novamente pro-
especificação de requisitos de software usando o am- priamente documentado e atualizado), codificação e
biente alvo. Em circunstâncias ideais, alguém inde- teste.
pendente do desenvolvimento de software realiza os
testes. O teste de Validação é Caixa-preta por natu-
reza, ou seja, não leva em consideração a estrutura
21.7 TESTES DE TIPO DE VALIDAÇÃO
interna do software. Para relés, as funções que não DINÂMICA
são de proteção, incluídas no software são considera-
Existem dois métodos possíveis de demonstrar dina-
das tão importantes quanto as funções de proteção e,
micamente o rendimento satisfatório de esquemas ou
portanto, testadas com o mesmo cuidado.
relés de proteção; o primeiro método é aplicar de fato
Cada teste de validação deve predefinir crité-
faltas no sistema de potência e o segundo é realizar
rios de avaliação a ser usados para decidir se o teste
teste completo sobre um simulador de sistema de po-
falhou ou foi concluído com sucesso. Os critérios de
tência.
avaliação podem ser explícitos sem espaço para má
O primeiro método é muito raramente usado – os
interpretação ou ambiguidade.
tempos envolvidos são extensos e os riscos de dano
fazem o teste muito caro. Portanto, somente é usado
21.6.7 RASTREABILIDADE DOS TESTES numa base muito limitada e as faltas aplicadas são
DE VALIDAÇÃO restritas em número e tipo. Por causa disso, usual-
mente se requere um período de prova em condições
É vital a rastreabilidade do teste de validação
de serviço para novos equipamentos de proteção.
aos requisitos de software. Cada requisito de softwa-
Como as faltas podem acontecer no sistema de potên-
re documentado na especificação de requisitos de
cia em intervalos pouco frequentes, pode levar cer-
software deve ter ao menos um teste de validação, e é
ta quantidade de anos antes que todos os possíveis
importante poder demonstrar isso.
problemas sejam descobertos, e durante esse tempo
podem ter sido realizadas outras instalações.
21.6.8 MODIFICAÇÕES DE SOFTWARE - Simuladores de sistemas de potência podem ser
divididos em dois tipos:
TESTE DE REGRESSÃO
a. aqueles que usam modelos analógicos de sis-
Teste de regressão não é um tipo de teste por direito temas de potência;
próprio. É um nome de cobertura dado ao teste re- b. aqueles que simulam, o sistema de potência
alizado quando um produto de software existente é matematicamente, usando técnicas digitais
modificado. O propósito do testes de regressão é mos- de simulação.
_
1. Em Teoria da Computação isto é conhecido como o HALTING PROBLEM: Não existe um algoritmo que possa decidir se
qualquer algoritmo é correto (N.T.).
Figura 21.12 Simulador digital de sistema de potência para testes de relé/esquema de proteção.
Quando for necessário verificar a resposta de f. podem ser especificadas em software um conjun-
um relé ou esquema de proteção a um transitório de to de rotinas de testes para ser executadas sem
um sistema de potência real, o transitório pode ser supervisão (ou apenas com monitoramento es-
simulado usando software sofisticado de análise de porádico) até terminar, deixando disponível um
sistemas de potência e os resultados podem ser trans- registro detalhado dos resultados do teste.
feridos digitalmente ao simulador, ou os dados arma-
zenados referentes ao transitório podem ser usados, Um bloco esquemático do equipamento é apre-
na sua forma digital, ou analógica, como entradas sentado na Figura 21.13, baseado num computador
para os modelos do simulador. A conversão de sinais que calcula e armazena os dados digitais represen-
de saída envolve circuitos para eliminar os degraus tando as tensões e correntes do sistema. O computa-
de quantização normalmente presentes na conversão dor controla a conversão dos dados digitais em sinais
D/A convencional. Podem ser interpostos modelos analógicos, e monitora e controla os relés sob teste.
analógicos da característica do sistema transdutor
entre os processadores de sinais e os amplificadores 21.7.2.2 Software de Simulação
de saída quando isso é necessário.
Esse equipamento apresenta muitas vantagens Diferentemente da maioria do software usado para
sobre o equipamento de teste tradicional: análise de sistemas de potência, o software usado é
a. o modelo do sistema de potência é capaz de re- adequado para a modelagem de transitórios rápidos
produzir transitórios de alta frequência tais como que ocorrem nos primeiros milissegundos depois do
ondas viajantes; início da falta. São usados dois programas de simu-
b. podem ser realizados testes envolvendo constan- lação muito precisos, um baseado em técnicas no do-
tes de tempo muito grandes; mínio do tempo e o outro em técnicas no domínio da
c. não é afetado pelos harmônicos, ruído ou varia- frequência. Em ambos os programas, são representa-
ções de frequência na alimentação c.a.; das linhas de transmissão de circuito único e duplo
d. é capaz de representar a variação da corrente as- mediante parâmetros de modelos totalmente distribu-
sociada com as faltas do gerador e as oscilações ídos. Os parâmetros da linha são calculados a partir
de potência; da construção física da linha (simétrica, assimétrica,
e. pode-se modelar efeitos de saturação nos TCs e transposta ou não transposta), levando em considera-
TPs; ção o efeito da geometria do condutor, a impedância
Esquemas de proteção unitários envolvem relés rente de magnetização deve, então, ser registrada
que não precisam se comunicar com outros; isso leva em intervalos de tensão similares a medida que se
a alguns requisitos de testes adicionais. O caminho reduz a zero.
de comunicação entre os relés é testado usando equi-
pamento adequado para garantir que o caminho é
completo e que a intensidade do sinal recebido encon-
tra-se dentro da especificação. Relés numéricos po-
dem ser providos com facilidades de teste loopback
(interface de rede virtual que recebe imediatamente
todo tráfego enviado por meio dela) que permitem
que uma parte ou todo o elo de comunicação seja tes-
tado desde um ponto.
Depois de completar esses testes, é usual confi-
gurar o relé com as especificações necessárias. Isso
pode ser feito, manualmente por meio dos controles
do painel frontal, ou usando um PC portátil e soft-
�����
ware adequado. Qualquer que seja o método usado,
é desejável que uma outra pessoa realize uma verifi-
cação de que as configurações estão corretas. Nessa Figura 21.16 Verificação de polaridade de transformador
etapa também é configurado o esquema lógico pro- de corrente.
gramável.
Deve-se tomar cuidado de que o equipamen-
to de teste tenha capacidade conveniente. O valor
21.9.3 TESTES DE TRANSFORMADORES
da corrente de curta-duração não deve exceder o
DE CORRENTE valor do secundário do TC, para permitir a medi-
Os seguintes testes são normalmente realizados an- ção da corrente de saturação. Essa corrente estará
tes da energização dos circuitos principais. em excesso no valor do secundário do TC. Como
a corrente de magnetização não será sinusoidal,
deve ser usado um amperímetro de ferro móvel ou
21.9.3.1 Verificação de Polaridade de tipo dinamômetro.
Cada transformador de corrente deve ser testado in- Frequentemente se verifica que transformadores
dividualmente para garantir que as marcas das pola- de corrente com corrente nominal do secundário de
ridades no primário e secundário estão corretas; veja 1A ou menos possuem um ponto de inflexão de tensão
a Figura 21.16. O amperímetro conectado ao secun- maior do que a alimentação local. Nesses casos, deve-
dário do transformador de corrente deve ser do tipo se usar um transformador de interposição de ajuste
de um imã permanente de núcleo móvel robusto, de para obter a tensão necessária para verificar a curva
centro zero. Para energizar o enrolamento primário é de magnetização.
usada uma bateria de baixa tensão, por meio de um
de botão de polo único. Ao fechar o botão, o amperí-
metro C.C., A, deve fornecer um deslocamento positi-
vo e, ao abri-lo, um deslocamento negativo.
Depois que os dados foram inseridos, deve-se ve- ou “aberto” como conveniente, ou manualmente an-
rificar a adequação para atender os ajustes recomen- tes de remover a tampa e inserir a conexão de tes-
dados como calculados no estudo de ajustes de prote- te ou então automaticamente ao remover a tampa.
ção. Quando se usa software adequado para a entrada Quando se remove a tampa, fica exposta a plaque-
de dados, a verificação pode ser considerada comple- ta do bloco com a codificação das cores, indicando
ta se os dados foram verificados antes de se baixar os claramente que o esquema de proteção não está em
ajustes do relé. De outro modo, pode ser necessária serviço, e pode-se desconectar também qualquer ali-
uma verificação subsequente dos dados inseridos por mentação auxiliar c.c. usada para alimentar as saídas
inspeção, ou pode-se considerar adequado fazer isso de atuação do relé.
no momento de inserção dos dados. O registro dos Descartando o bloco de teste as conexões são
ajustes forma uma parte essencial da documentação imediatamente restabelecidas nos transformadores
de comissionamento entregue ao cliente. de corrente principal e as conexões de teste são re-
movidas. A troca da tampa de teste do bloco então
remove os curto-circuitos que tinham sido aplicados
21.10 EQUIPAMENTO DE TESTE aos circuitos secundários do TC principal. Quando
DE INJEÇÃO NO SECUNDÁRIO são usados vários relés em um esquema de proteção,
pode-se se ajustar um ou mais blocos de teste no pai-
Os testes de alimentação no secundário são sempre nel do relé para testar todo o esquema, em vez de
realizados antes dos testes de alimentação no primá- testar apenas um relé por vez.
rio. O propósito do teste de alimentação no secundá- Blocos de teste usualmente oferecem facilidades
rio é demonstrar a correta operação de um esquema para monitoramento e teste de injeção no secundá-
de proteção que está à jusante das entradas para o(s) rio de qualquer esquema de proteção de sistema de
relé(s) de proteção. Os testes de alimentação no se- potência. O bloco de teste pode ser usado com uma
cundário são sempre realizados antes que os testes conexão multiterminal para permitir isolamento e
de alimentação no primário. Isso se deve ao fato de monitoramento de todos os caminhos condutores se-
que, durante o teste inicial, se minimiza o risco do lecionados, ou com uma conexão monoterminal que
equipamento de BT sob teste. O primário (AT) do permite que as correntes em condutores individuais
equipamento é desligado, portanto não ocorre dano. sejam monitoradas. A Figura 21.19 ilustra um bloco
Esses testes e o equipamento necessário para realizá- de teste moderno e conexão de teste.
-los são descritos, geralmente, no manual do fabrican-
te do relé, porém são dados, a seguir, alguns detalhes
para os principais tipos de relés de proteção.
O teste deve incluir todo esquema lógico. Se a relé (usualmente o mais simples) seja exercitado,
lógica é implementada usando as facilidades de es- usando um conjunto de teste de injeção no secun-
quema lógico programável, podem ser necessárias dário, para garantir que o relé opera nas condições
entradas digitais adequadas para ser aplicadas e as esperadas, baseado nos ajustes do elemento envol-
saídas monitoradas (veja a Seção 21.13). É claro que um vido. Outra alternativa é exercitar a funcionalidade
conjunto moderno de teste pode facilitar testes desse completa de cada relé. Isso raramente é requerido
tipo, reduzindo o tempo necessário para o teste. no caso de relés digitais ou numéricos, provavelmen-
te sendo realizado apenas em caso de suspeita de
falha de operação do relé.
Para ilustrar os resultados que podem ser ob-
tidos, a Figura 21.24, mostra os resultados obtidos
com um conjunto de teste moderno ao determinar os
ajustes de alcance, de um relé distante, usando uma
técnica de busca.
A Figura 21.25 ilustra tal teste, baseado no uso de ii. a máxima corrente na qual ocorre rearme;
pontos discretos da impedância. Esse tipo de teste iii. o tempo de operação em valores adequados
pode não ser adequado em todos os casos, e o equi- da corrente;
pamento de teste pode ter a habilidade de gerar for- iv. a curva de tempo/corrente em dois ou três
mas de onda que simulem uma oscilação de potência pontos com o multiplicador de tempo de ajus-
e aplicá-las ao relé (Figura 21.26). te TMS configurado em 1;
v. o tempo de rearme em corrente zero com o
TMS em 1.
Nos relés digitais e numéricos a manutenção é te separados quanto possível, e o uso de cabos
apoiada pela visualização das quantidades medidas. comuns deve ser evitado, exceto quando esses
Um valor incorreto de uma quantidade é uma clara cabos são essenciais ao correto funcionamento
indicação de que algo está mal, ou no relé, ou no cir- dos circuitos.
cuito de entrada. iii. Cada grupo de circuitos que está eletricamente
separado de outros circuitos deve ser aterrado
por um fio-terra independente.
21.15.2 TESTES DE MANUTENÇÃO iv. Quando um transformador de tensão comum ou
Testes de injeção no primário são normalmente con- uma alimentação de cc é usada por vários circui-
duzidos somente durante o comissionamento inicial. tos, cada circuito deve ser alimentado por liga-
Se ocorre falta do esquema e se suspeita das prote- ções separadas ou com fusíveis. A retirada desses
ções do relé, ou se foram realizadas alterações en- deve isolar completamente o circuito envolvido.
volvendo o cabeamento dos relés desde os TPs/TCs, v. A alimentação de energia aos esquemas de pro-
então os testes de injeção no primário podem ser re- teção deve ser segregada daquela que alimenta
petidos. outros equipamentos e provida com um circuito
O teste de injeção no secundário pode ser reali- de proteção totalmente discriminativo.
zado em intervalos adequados para verificar o desem- vi. Não deve ser usada uma única chave para inter-
penho do relé, e, se possível, deve-se permitir que o romper ou fechar mais de um circuito.
relé acione os disjuntores dos circuitos envolvidos. O vii. As terminações nos painéis dos relés devem ser
intervalo entre os testes dependerá de quão crítico acessíveis, já que elas podem vir a ter de ser alte-
é o circuito envolvido, da disponibilidade do circuito radas se são feitas extensões. Os painéis moder-
para testes e da tecnologia dos relés utilizados. O tes- nos proveem facilidades especiais de testes, de
te de injeção no secundário é necessário somente nos modo que as conexões não precisam ser usadas
ajustes selecionados do relé e os resultados devem ser durante testes de rotina.
verificados com aqueles obtidos durante o comissio- viii. As caixas de união devem ter tamanho adequa-
namento inicial do equipamento. do, e se expostas ao tempo, devem ser a prova
É melhor não interferir com os contatos do relé, d’água.
a menos que eles estejam obviamente corroídos. O de- ix. Todo o cabeamento deve ser soldado para identi-
sempenho dos contatos é totalmente verificado quan- ficação, e colorido por fase.
do o relé é acionado. x. Relés eletromecânicos devem ter altos torques
Testes de isolamento também são realizados no de operação e de restrição e pressões altas de
cabeamento do relé a terra e entre os circuitos, usan- contato; para evitar poeira, devem ser protegi-
do um testador de 1.000 V. Esses testes são necessá- dos os mancais e deve ser evitado o uso de cabos
rios para detectar qualquer deterioração na resistên- muito finos para conexões de bobinas. Gabinetes
cia do isolamento. antipoeira com ventilação eficiente são essen-
ciais para este tipo de elemento eletromecânico.
xi. Relés estáticos, digitais e numéricos devem ter
21.16 PROJETO DE ESQUEMAS DE facilidades de testes acessíveis no painel frontal
PROTEÇÃO PARA MANUTENÇÃO para ajudar na procura de falhas. O manual do
relé deve detalhar claramente os resultados es-
Se os seguintes princípios são mantidos tanto quanto perados em cada ponto de teste quando em fun-
possível, então o perigo de alimentação reversa é di- cionamento correto.
minuído e é facilitada a investigação das faltas:
i. Devem ser usados blocos de testes, para permitir
que seja usada uma conexão de teste, e que uma 21.17 REFERÊNCIAS
unidade defeituosa seja rapidamente substituída
sem interromper o serviço. 21.1 Protective Relays Application Guide, 3rd edi-
ii. Os circuitos devem ser mantidos tão eletricamen- tion. AREVA Transmission and Distribution,
Protection and Control, 1987.