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JOÃO PESSOA
2023
1
JOÃO PESSOA
2023
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação
BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Through my experiences with a group of elderly women, I realized that aging is a universal and
continuous process of human life cycles. And this perception was accentuated with the creation
of Banda Castelo Forte, which is a project aimed at elderly women. This band was created by
me, realizing that many elderly women in the city were part of the church and that we could
develop a broader musical project, aimed at this audience, thus enabling them to leave their
comfort zones. This study had as its general objective to investigate the meaning ofmusical
practice in the lives of the elderly women who are part of the Banda Castelo Forte and as
specific objectives: to understand how and why the elderly women participate in the group, to
analyze the relationship of the elderly women with music and to understand whatare the
benefits of practicing music in the lives of the elderly. The present study was developed with
the elderly, that is, people aged 60 years or more, who are part of the Banda Castelo Forte,
which is located in the Evangelical Church Assembly of God, located in the city of Caaporã/PB,
located on the south coast of Paraíba. The analysis of the data highlightedsome interesting
aspects regarding the insertion of the elderly in Banda Castelo Forte, it was envisioned that the
musical practice brings a satisfaction of a desire and overcoming it, as if it were the realization
of a dream that could not be lived before, it was perceptible to identify that being a member of
that band has a singular meaning, unique in the life of the elderly, it also brought a contribution
to an improvement in the quality of life when it promotes integration and socialization, filling
free time and the use of intellectual, spiritual and emotional.
LISTA DE APÊNDICE
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 08
2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................. 10
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 14
3.1 Envelhecimento........................................................................................................ 14
3.2 A Educação Musical para Idosos........................................................................... 17
4 METODOLOGIA....................................................................................................... 21
5 ANÁLISE DE DADOS............................................................................................... 23
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 36
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 38
APÊNDICE A - TCLE.................................................................................................. 41
APÊNDICE B - Roteiro de Entrevista......................................................................... 44
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1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
que as atividades musicais permitiram não só trabalhar diversas funções motoras, cognitivas e
emocionais como também promoveram a interação. No geral, a investigação permitiu
comprovar que o grupo de participantes, através de técnicas musicais, foi capaz de ser
responsável no processo do seu próprio desenvolvimento, manifestando uma série de evoluções
ao longo do tempo, descritas como benefícios causados pela interação com a música.
A partir do trabalho de Fernandes et al (2017), o mesmo teve o intuito a criação de um
grupo musical no Centro de Convivência voltada para idosos, denominada de Banda 6.0.O
objetivo do estudo foi criar uma banda na qual os componentes eram os próprios líderes e
componentes do grupo. Com a criação da banda, foi possível perceber que os idosos começaram
vivenciar novas experiências e consequentemente se sentirem importantes. No geral, o estudo
conseguiu comprovar que os idosos que estavam participando da Banda 6.0, começaram a ter
novas perspectivas de vida, como também melhora no auto estima, melhorando a convivência
com os demais idosos.
Ainda nessa direção, o trabalho de Bergmann (2012), foi realizado com idosos que
frequentavam regularmente as aulas de música do Curso de Campinas. O objetivo do estudo foi
conhecer o impacto da educação musical na memória, concentração, coordenação motora,
socialização e disposição, a partir da opinião dos idosos que frequentaram as aulas. O estudo
foi de natureza qualitativa e utilizou uma metodologia de estudo de caso em que foram
entrevistados 50 idosos. Como consequência da pesquisa, descobriu - se que os idosos podem
aprender coisas novas, e que a música pode melhorar a qualidade de vida, estimulando a
socialização, a integração, a preservação do tempo livre e o uso de recursos intelectuais e
emocionais.
Já Kohlrausch e Ferraz (2020), buscaram abordar questões relacionadas ao
envelhecimento populacional e à educação musical para adultos maduros e mais idosos. Foram
apresentados dois relatos pessoais de experiência: o primeiro sobre estudo de música e violino
para maiores de 50 anos, e o segundo sobre aulas particulares de viola e violino para idosos.
Nesse contexto, o artigo enfatizou o valor da educação musical, os benefícios da música na
qualidade de vida, bem como as oportunidades e desafios para o desenvolvimento profissional
com o objetivo de estimular uma melhor prestação de serviços a essas pessoas.
Corroborando Ferreira e Faustino (2020), enfatizou em seus estudos o era descrever os
efeitos do uso da música em idosos institucionalizados. O estudo foi exploratório descritivo
qualitativo do qual participaram seis idosos com idade média de 88,3 anos. Boas experiências
com atividades musicais foram observadas pelos pesquisadores e relatadas
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adequar os critérios da pesquisa, durante a análise dos dados do estudo, foi constatado que a
música proporciona paz, tranquilidade e aguça outros sentimentos. Como resultados o estudo
enfatizou que os idosos utilizaram a música para expressar seus sentimentos mais profundos,
desde saudades nostálgicas até desconfortos vividos dentro da própria instituição, sendo assim
a pesquisa mostrou que a música ajuda a proporcionar novas vivências na fase final da vida.
Paula e Scherer (2011), em seu trabalho avaliou-se a memória, a linguagem e a
expressão corporal destes idosos por meio da música. Durante as observações do estudo
procurou-se entender como a música pode influenciar as relações dos idoso com meio no qual
estão inseridos. O estudo foi desenvolvido através de observações com intuito de analisar a
função social que a música e a musicoterapia estabelecem a partir de experiências vividas pelos
indivíduos da terceira idade.
Nessa mesma direção, Martins (2017) apresentou um estudo de caso com relato
etnográfico, que se desenvolveu qualitativamente, através de sessões de observação, com o
objetivo de analisar a função social que a música e a musicoterapia estabelecem a partir de
experiências vividas pelos indivíduos da terceira idade. A pesquisa foi desenvolvida em um
Instituto de Longa Permanência para Idosos (ILPI), com idosos que passam o dia ou são
residentes da instituição que apresentam graus de doenças no que diz respeito à sua saúde, seja
mental, física ou social. Mediante as observações foi identificado, que a música e a
musicoterapia, pode funcionar como um eficaz instrumento de socialização de idosos,
melhorando o funcionamento de suas mentes e corpos, como também melhorando a memória
afetada por alguma doença já instalada.
Nessa mesma direção, Mattos (2016), em seu estudo de caso de caráter qualitativo,
teve como objetivo investigar as potencialidades e as contribuições da educação musical para
a terceira idade numa perspectiva social, física e psicológica através do trabalho vocal. O estudo
foi realizado através de uma entrevista semiestruturada, com um grupo da terceira idade
que faz aula de canto em uma escola de música do Rio de Janeiro. Mediante as observações foi
identificado na pesquisa que as atividades realizadas durante as aulas de canto, fortaleceram
para uma melhor socialização, uma realização intra e interpessoal, autoestima, criatividade,
liberdade de expressão.
Corroborando com os autores supracitados e analisando a perspectiva que o
envelhecimento tem sido uma das etapas mais difíceis da vida dos seres humanos, um dos
momentos em que eles se sentem mais sozinhos e desvalorizados, e sabendo que a música pode
contribuir para modificar esse cenário, percebe-se a necessidade de avaliar os efeitos da música
na vida do público idoso.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 O Envelhecimento
Ao decorrer dos séculos o papel da pessoa idosa foi sofrendo algumas alterações,
pois durante alguns períodos o idoso era considerado um membro importante na sociedade,
carregando a função de repassar as tradições e a cultura para os mais jovens. No entanto, de
acordo com Rodrigues e Junior (2020, p. 57), “o reconhecimento da figura do idoso nem sempre
se deu em razão do mérito da sobrevivência ou da sabedoria obtida em razão dela.”, isso porque
em algumas sociedades do passado, os idosos eram reconhecidos e respeitados apenas pela
riqueza e influências na política. Mas em geral, para Santos (2018) “as sociedades da
antiguidade, consideravam o estado da velhice dignificante e adotavam como sábio aquele que
atingia essa etapa”, isso porque, independente do pensamento da sociedade e da idade desse
público mais velho, eles possuíam um grande poder sobre as tomadas de decisões, coisaque não
acontece na atualidade.
O cenário para o público da terceira idade começou a sofrer alterações a partir do final
do século XIX. Ao encontro a esse fator, Nascimento (2000) afirma que “ser velho vem
mudando de nome e de modos de ser desde 1960 na França e 1970, no caso do Brasil”. Com
isso, os idosos deixaram de ser fontes de sabedoria e começaram a ser julgados pela
incapacidade de produção, pois “até muito recentemente, tratar da velhice nas sociedades
industrializadas era traçar um quadro dramático de perda de status social dos velhos”
(DEBERT, 1997, p.41). Assim, é possível notar que o idoso a longo dos anos foi deixando de
fazer parte da lógica de trabalho, por estar numa idade vista como improdutiva.
Observa-se, com isso, que está se tornando cada vez mais difícil o processo de
envelhecimento na sociedade atual, uma vez que, o papel que o homem ganha na sociedade está
associado justamente ao trabalho e à produção, fazendo com que os indivíduos sejam
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Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos
ou mais. Brasil (2003), enfatiza que o mesmo entendimento está presente na Política Nacional
do Idoso (instituída pela lei federal 8.842), de 1994, e no Estatuto do Idoso (lei 10.741), de
2003. A primeira tem como objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, entre eles à saúde,
ao trabalho, à assistência social, à educação, à cultura, ao esporte, à habitação e aos meios de
transportes, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva
na sociedade.
A velhice é delimitada por uma fase mais para o fim da vida, caracterizado por uma
etapa da vida biológica com consequências psicológicas. Na perspectiva de Buczek (2016),
enfatiza que a “velhice” é também uma etapa de crescimento e desenvolvimento, assim como
em todas as outras fases da vida, nela acontecem alterações emocionais, psíquicas, físicas e
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sociais. Chamada por muitos de melhor idade, terceira idade, a velhice pode proporcionar
ganhos e ser produtiva. Em complemento, Dardengo e Mafra (2018) definem o termo “velhice”
como sendo a última etapa do ciclo da vida, independente de condições de saúde e hábitos de
vida, podendo ser acompanhado de perdas psicomotoras, sociais e culturais.
Na fase da velhice surgem conflitos e crises podem ser desencadeados por alguns
fatores comuns dessa fase da vida, tais como: mudanças físicas, perdas cognitivas e perceptivas,
mudança nos papéis sociais, aposentadoria, doenças crônicas e degenerativas. Há,portanto, no
envelhecimento tanto processos de declínio quanto a possibilidade de manutenção e
desenvolvimento em domínios psicológicos específicos.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento como “um
processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de
deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira
que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto,
aumente sua possibilidade de morte” (BRASIL, 2006).
Sendo assim, na perspectiva de Silva (2012), o envelhecimento é um processo
inevitável, nele percebe-se um conjunto de perdas físicas e da qualidade do funcionamento do
organismo, uma vez que a capacidade regenerativa do organismo vai decrescendo com a idade,
o que por sua vez, provoca alterações psicológicas e sociais. Estas alterações podem sermais
rápidas ou mais lentas e podem levar a um processo de crescente vulnerabilidade. Em
contrapartida, Dardengo e Mafra (2017), enfatizam que envelhecimento é um processo em que,
para cada pessoa, as mudanças físicas, comportamentais e sociais desenvolvem-se em ritmos
diferentes, sendo a idade cronológica apenas um dos aspectos, entre outros, que podemou não
afetar o bem-estar do idoso
Mediante o envelhecimento, um dos maiores desafios à pessoa idosa é conseguir
contribuir para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer ao logo da vida, elas
possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível.
No entanto, Ministério da Saúde, enfatiza que possibilidade aumenta na medida em que a
sociedade considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as potencialidades e o
valor das pessoas idosas. Portanto, parte das dificuldades das pessoas idosas está mais
relacionada a uma cultura que as desvaloriza e limita, impossibilitando muitas vezes de serem
protagonistas da sua própria história (BRASIL, 2006).
Corroborando com os autores supracitados, sabe-se que é importante assegurar a
qualidade de vida dos idosos até o final de seus dias, não apenas no quesito saúde física, mas
também na saúde psíquica, através de pequenas mudanças, como: melhorar o sentimento
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desses indivíduos de pertencimento à sociedade. Isso porque, nessa etapa da vida os idosos são
vistos como pessoas sem função social, tendo seus projetos e conhecimentos ignorados. Santos
(2014), ressalta que se fazem necessários meios que possibilitem o engajamento e socialização
desse público, e que possam também melhorar a autoestima dos mesmos, como éo caso da
prática musical.
Diante do exposto, o envelhecimento tem sido uma das etapas mais difíceis da vida
dos seres humanos, um dos momentos em que eles se sentem mais sozinhos e desvalorizados,
e sabendo que a música pode contribuir para modificar esse cenário, percebe-se a necessidade
de avaliar os efeitos da música na vida do público idoso (KOHLRAUSCH, 2021).
Ademais, ainda de acordo com Santos (2014, p. 30), “a música pode ser um grande
instrumento de inclusão social desse público. Além disso, a mesma traz consigo muitos
benefícios para os idosos”. Então, é provável que projetos ou atividades musicais façam com
que as idosas se sintam mais dispostas e alegres.
Diante das informações expostas e do fato que o Brasil possui uma grande população
idosa e que ela vem crescendo cada vez mais, nota-se a necessidade de uma inclusão social dos
mesmos que pode proporcionar uma melhor qualidade de vida, podendo ser realizada através
de alguns projetos ou atividades direcionadas para esse público, como é o caso das atividades
musicais, que podem ser vistas como instrumento de inclusão social, principalmente para os
idosos.
“Historicamente, a educação seja de qual área for tem sido feita de modo sistemático
para jovens e adultos. A educação musical caminha nessa mesma direção há muito tempo.”
(SANTOS, 2014, p. 30). A educação deixa de lado, portanto, o público idoso, em especial a
educação musical, que muitas vezes só é acessível aos idosos quando é fornecida de maneira
informal, reforçando a ideia de que esse público é deixado de lado socialmente. No entanto,
ainda de acordo com Santos (2014), suas pesquisas mostram que os idosos possuem uma grande
capacidade de aprender e criar coisas novas, e que se trabalhar em cima disso com a música,
todas essas habilidades podem ser desenvolvidas.
A música, na definição dos dicionários, é a arte de combinar sons, de executar uma
peça musical. Mas também é considerada remédio para a alma, uma maneira de se expressar,
e está ligada a campos como arte, ciência, memória, sentimentos, emoções, aprendizagens,
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prazer e terapia. Nesse caso, a música é aquela atividade de lazer com a qual a pessoa se
identifica e é identificada (KOHLRAUSCH, 2021).
Diante do exposto, cabe analisar a educação musical para a população idosa. Assim,
Figuerêdo (2008), com base em vários autores, argumenta que, cada vez mais estão surgindo
programas voltados para melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas. Dentre esses
programas, estão os projetos musicais que contribuem para a socialização, aprendizagem e
sensação de bem-estar dos idosos. Em complemento, Miranda e Godeli (2003) afirmam que as
características encontradas na relação do público da terceira idade com a música é a mesma
encontrada no público mais jovem, mas alguns pontos precisam de atenção maior se o foco
dessa relação for melhorar a qualidade de vida do público em questão. Aliado a isso, faz-se
necessário o profissional da área musical considerar as características tanto da música quando
dos indivíduos que se encontram no processo de envelhecimento.
Pois bem, o professor de música que deseja trabalhar com idosos deve ter
muitos cuidados durante as vivências musicais, afinal, estará lidando com
pessoas de épocas diferentes, pessoas que trarão consigo histórias, problemas
de diversas ordens, além disso, costumes, crenças, trejeitos que por vezes
coloca alguns empecilhos nas atividades, ou seja, esse trabalho exige muita
paciência, criatividade, sensibilidade, dinamismo; também cuidado quando
usar de algum esforço físico durante as atividades, pois, é sabido que os
senhores já não desfrutam da mesma força e energia de 30 anos atrás.
(SANTOS, 2014, p. 17)
No mais, a música para Cerdeira et al. (2017, p. 20), facilita “o aprendizado por ativar
numerosos neurônios. [...] A pulsação do ritmo da música auxilia na precisão dos movimentos
corretos, como também na melhoria da resistência muscular.” O idoso na maioriadas vezes tem
sua voz modificada em decorrência do desgaste e envelhecimento (MATTOS, 2016), e isso
pode ser modificado através da educação musical, uma vez que, a música traz consigo muitos
benefícios fisiológicos, dentre eles a respiração e entonação. Também ajuda a combater o
estresse e tristeza, principalmente no público da terceira idade.
Segundo Kohlrausch, (2021), é necessário trabalhar música com grupo de idosos,
tendo como intuito o desenvolvimento de experiências transformadoras de suas realidades, no
sentido educacional amplo e, especificamente na Educação Musical. Essa educação deve
motivar os participantes com a possibilidade concreta de aprendizagem que pode ser,
gradativamente, alcançada, atendendo as expectativas próprias de cada fase desse trabalho e
na sua individualidade.
Ademais, ainda de acordo com Mattos (2016, p. 3), “a educação musical constitui-se
como importante recurso para os idosos, visto que, traz benefícios e melhoria na qualidade de
vida, proporciona aspectos para o desenvolvimento da criatividade e expressão da sua
individualidade”. Nessa mesma visão, pode-se perceber que o ensino da música melhora e
fortalece relações sociais, possibilitando uma transformação na vida dos idosos, tanto
fisicamente quanto psicologicamente, melhorando o sentimento de pertencimento à sociedade
e, consequentemente, a autoestima dos mesmos.
Como se vê, o ensino de música traz muitos benefícios para os idosos. Melhora
a convivência social implicando numa boa comunicação entre elese o mundo
que os cercam, diminui os estresses do dia-a-dia, aumenta a autoestima, bem
como a confiança em si mesmo, desenvolve a criatividade, age sobre a
memória, estimula a ação dos dois lados do cérebro, trabalhando a área motora
e retardando o processo de envelhecimento, provoca melhoriasdo bem-estar e
qualidade de vida. (SANTOS, 2014, p. 20).
Corroborando com os autores, Gomes (2012), enfatiza que a música é algo que sopra
ao individuo como relaxamento e bem-estar, além dos inúmeros benefícios que mesma traz para
a vida dos idosos, tais como: alivio do estresse e sofrimento, melhoria da qualidade de vida e
na recuperação de diversas patologias.
A partir de tudo que foi exposto, é nítida a contribuição fisiológica, neural e
psicológica da educação musical para a população idosa. As atividades musicais devolvem para
o idoso, a vontade de viver, de socializar, a felicidade e o brilho no olho de quem ama a vida e
seu processo. Mas, isso só acontece quando são respeitadas as vivências e individualidades de
cada ser.
A educação musical proporcionou e vem proporcionando para os idosos grandes
benefícios e isso pode corroborar e estimular outras pesquisas na área ou sobre o tema, como
também estimular que outras pessoas desenvolvam projetos como este, voltados para o público
idoso – que precisa ser mais valorizado na atualidade. Além disso, espera que esse estudo ajude
a explicitar a importância desse tipo de ação na vida dos idosos e para a sociedade em geral.
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4 METODOLOGIA
A metodologia é dedicada a explicar como essa pesquisa foi pensada e construída com
o objetivo de: Investigar o significado da prática musical na vida das idosas que fazem parte da
Banda Castelo Forte. Para chegar a esse objetivo, será utilizada uma abordagem qualitativa que
segundo Minayo (2014), examina evidências baseadas em dados verbais e visuais para entender
um fenômeno em profundidade. Portanto, seus resultados surgem de dados empíricos, coletados
de forma sistemática. Esse tipo de abordagem visa elucidar a perspectiva das participantes, sua
maneira de ver o mundo e suas ações
O presente estudo foi desenvolvido com as idosas, ou seja, pessoas com 60 anos ou
mais, que fazem parte da Banda Castelo Forte, que está situada na Igreja Evangélica Assembleia
de Deus, localizada na Cidade de Caaporã, situada no litoral Sul da Paraíba.
Até a conclusão do trabalho a referida banda era composta por 55 integrantes, e para
participar da pesquisa foram utilizados alguns critérios de inclusão: Entrevistar idosas que estão
na banda desde sua fundação; Idosas que estão no período intermediário entre o inícioda banda
e o período de realização da pesquisa; e Idosas que ingressaram do último ano até o momento.
Ao todo formam entrevistadas 09 idosas, sendo 03 para cada critério de inclusão.
Para realização da pesquisa foi utilizado O Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (Apêndice A), no qual constam as informações inerentes a pesquisa, o
mesmo foi entregue a cada participante em um envelope lacrado.
O TCLE, garante os direitos as participantes de serem informadas da pesquisa,
de desistir de participar em qualquer momento, o respeito à sua privacidade, a
confidencialidade das informações pessoais e identidade, bem comotraz informações
pertinentes ao estudo. A participação nesse estudo e os procedimentos
utilizados obedeceram aos critérios de ética presentes ao Conselho Nacional de Saúde
(CSN).
Trataremos todas as informações sem que haja identificação de particularidades de
cada entrevistada, por isso foi utilizado pseudônimo, com o intuito de preservar a identidade
das participantes do estudo.
Foi utilizado uma abordagem inicial simples, em formato de entrevista
semiestruturada, no qual Silva et al, (2006), enfatiza que é um instrumento no qual o
pesquisador busca informações nas falas, sendo uma conversa que tem como fim coletar os
fatos vivenciados pelos sujeitos-alvo da pesquisa. A entrevista foi gravada, e estava
semiestrutura com perguntas inerentes ao objeto de estudo, essa conversa é conduzida com a
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A intenção desta seção foi trazer alguns aspectos que permitam conhecer brevemente
as trajetórias musicais das idosas, como elas conhecerem a Banda Castelo Forte, se tocavam ou
praticavam instrumento e o que levou as mesmas a participar da referida banda.
A partir dos dados, foi possível perceber que a aproximação das participantes com a
Banda Castelo forte ocorreu de diferentes formas, a maioria das entrevistadas afirmaram que se
aproximaram do grupo após assistir uma apresentação, conforme demonstra a fala de uma das
integrantes, “conheci a Banda quando a mesma estava tocando no congresso de senhoras,
achei muito lindo a banda tocar o hino Faraó, me encantou e criou um desejo de participar da
banda” (ISABELA MENEZES, p. 60). Nessa mesma direção, a integrante Lívia Maria comenta
como se aproximou da banda: “conheci a Banda através de um direcionamento de Deus”
(LÍVIA MARIA, p. 46). Ainda nesse contexto a idosa Maria da Paz enfatiza na sua fala,
“conheci a Banda através do nosso maestro Leleo, ele criou um grupo de música com apoio da
nossa igreja e do Pastor” (MARIA DA PAZ, p. 50). Ainda nessa mesmaperspectiva, Benedita
Silva afirma em seu depoimento: “conheci a banda Castelo Forte não sei a data, mas foi uma
tardezinha quando Érica tinha chegado do ensaio, vinha com outra
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irmã que estava com o ganzá, peguei no instrumento e gostei, eu disse assim: vou entrar na
Banda Castelo Forte também” (BENEDITA SILVA, p. 57).
Após uma análise fidedigna dos dados, foi possível identificar que a aproximação das
integrantes ao instrumento, aconteceu de duas formas distintas, a maioria das entrevistadas
afirmaram que nunca tocaram algum instrumento antes de participar da Banda Castelo Forte,
conforme demonstra a fala da integrante Lívia Maria: “nunca toquei instrumento, meu sonho
era tocar piano desde criança, mas nunca tive essa oportunidade”(LÍVIA MARIA, p.46). Em
contrapartida, apenas uma integrante afirma ter habilidade com instrumentos antes de entrar
na Banda, conforme menciona a participante Maria da Paz: “antes de tocar na Banda eu tocava
outros instrumentos na igreja como: teclado e violão” (MARIA DA PAZ, p. 50).
A partir dos dados, foi possível perceber que a aproximação das participantes a
participar da Banda Castelo forte, ocorreu de diferentes maneiras, cada integrante narra sua
entrada na Banda de uma forma única e singular, como demonstra a fala da idosa Lívia Maria:
“entrar na banda é para ter mais responsabilidades, compromisso no que eu quero aprender e
eu quero assumir esse papel de tocar na banda” (LÍVIA MARIA, p.46). Corroborando, Maria
da Paz afirma em seu depoimento: “o que me levou a participar da banda Castelo Forte, foi
um dia que Senhor Jesus falou comigo, pedindo para louvar e tocar um instrumento depois na
minha velhice” (MARIA DA PAZ, p. 50). Ainda nessa direção, Marta Bezerra: “comenta que
se interessou pela Banda porque era algo diferente que não tinha aqui na cidade” (MARTA
BEZERRA, p. 54). Ainda nessa perspectiva afirma a idosa Benedita Silva: “o interesse pela
banda veio quando eu estava trabalhando, eu via você Leleo ensinando, eu achava muito bonito
e quis aprender” (BENEDITA SILVA, p.57). Nesse mesmo direcionamento, Isabela Menezes
afirma: “o que levou ao desejo de participar da banda foi testando as minhas perspectivas devido
a cirurgia que eu fiz e eu fiquei com a deficiência no braço, então para mim tocar na Banda foi
um desafio” (ISABELA MENEZES, p. 60). Ainda nesse contexto, Cláudia Maria comenta:
“que decidiu entrar na banda, quando a vi tocar no congresso das senhoras” (CLAÚDIA
MARIA, p. 64). Corroborando com as demais idosas, a integrante Gisele Alves, declara: “o que
me levou a participar da banda foi o incentivo das meninas que já estavam na Banda, fico
emocionada e sinto prazer em tocar o instrumento” (GISELE ALVES, p. 68).
Após o levantamento minucioso de todos os dados, foi identificado que 06 idosas
conheceram a Banda Castelo Forte através do congresso de senhoras realizados na Assembleia
de Deus na cidade de Caaporã/PB, 01 conheceu através do direcionamento de Deus, 01 ao
convite do maestro e 01 através de outras irmãs. Como conheceram a Banda
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Castelo Forte, das 09 irmãs entrevistadas, apenas 01 tocava instrumento antes de entrar na
banda, as demais nunca tiveram contato a algum tipo de instrumento. Com relação ao que levou
as idosas a participar da Banda o que mais prevaleceram: ter mais responsabilidade e
compromisso, tocar na velhice, algo novo que não havia na cidade, por limitação de doença,
incentivo das componentes, lindo a banda tocar e curiosidade em participar da banda.
Mediante ao que foi elencado, é perceptível verificar que cada integrante traz consigo
uma maneira diferente e singular de como conheceram a Banda Castelo Forte, a alegria que elas
sentem em fazer parte do grupo, e uma felicidade que elas têm em tocar um instrumento mesmo
estando na terceira idade.
A intenção desta seção foi trazer alguns aspectos abordados que levaram ao
entendimento da aproximação das idosas aos instrumentos musicais a Banda Castelo Forte.
Após o levantamento dos dados foi possível perceber que a aproximação das
participantes a Banda Castelo forte, aconteceram em diferentes épocas, algumas idosas estão
desde a fundação da Banda, como menciona em sua fala a idosa Lívia Maria: “estou há cinco
anos na Banda, desde o começo, estamos aqui lutando e a cada dia aprendendo um pouco mais”
(LÍVIA MARIA, p. 46). Ainda nesse mesmo direcionamento, enfatiza em sua fala a integrante
Benedita Silva: “participo da Banda Castelo Forte a 4 anos” (BENEDITA SILVA, p.57).
Corroborando com a demais participantes do estudo, a idosa Aparecida Queiroz, enfatiza em
seu depoimento: “estou participando da banda há 3 anos” (APARECIDA QUEIROZ, p. 74).
Dessa forma, foi possível reconhecer que as participantes entraram no grupo em diferentes
momentos, cada integrante narra de maneira singular como surgiu o interesse em participar da
banda Castelo Forte.
Mediante a análise das falas das idosas, foi identificado que as mesmas tocam
instrumentos diferentes, como menciona a integrante Lívia Maria: “toco afoxé, me simpatizei
com esse instrumento e desde que eu coloquei no coração, não quis mais mudar” (LÍVIA
MARIA, p.46). Nesse mesmo sentido em sua fala, Maria da Paz enfatiza: “toco acordeom, a
nossa sanfona” (MARIA DA PAZ, p. 50). Corroborando com as demais integrantes, a idosa
Marta Bezerra em sua declaração afirma: “toco ganzá, porque eu achei bonito e gostei”
(MARTA BEZERRA, p. 54). Ainda nesse contexto a integrante Isabela Menezes, afirma em
sua fala: “meu instrumento é pandeiro, o maestro me convidou para tocar o pandeiro porque
estava precisando de pandeirista” (ISABELA LOPES, p. 60). Nessa mesma direção, a
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integrante Cláudia Maria comenta que toca na Banda o atabaque: “inicialmente comecei a tocar
afoxé, só que não me identifiquei, fiquei triste. Foi quando me apaixonei pelo atabaque”
(CLÁUDIA MARIA, p. 64). Mediante as falas das idosas foi identificado que cada integrante
ama o instrumento que escolheram tocar, porém ainda tem algumas componentes que querem
ousar a tocar outro instrumento.
Conforme as análise dos dados, foi vislumbrado que as integrantes da Banda Castelo
Forte descrevem suas prática musical de maneira singular, cada integrante com sua própria
percepção, conforme descreve em sua fala a integrante Lívia Maria: “minha relação com
instrumento é muito gostosa, hoje vejo uma relação tão profunda vamos tocando suavemente,
porque estamos em uma relação muito profunda com instrumento, é muito bom” (LÍVIA
MARIA, p. 46). Nesse mesmo direcionamento enfatiza Maria da Paz: “instrumento para mim
é vida, quando eu começo a louvar eu começo me alegrar na presença do Senhor” (MARIA DA
PAZ, p. 50). Corroborando com as falas das idosas supracitadas, Marta Bezerra ressalta: “que
sua experiência com banda é que está se saindo bem” (MARTA BEZERRA, p. 54). Nesse
mesmo direcionamento Benedita Silva enfatiza em sua colocação: “acredito que minha prática
musical está melhorando, à medida que estamos naquele momento, ensaiando estamos ali
aprendendo, né? A vontade de praticar aquele instrumento e ali vamos aprendendo”
(BENEDITA SILVA, p. 57). Já a idosa Cláudia Maria ressalta: “que sua experiência tem sido
incrível” (CLÁUDIA MARIA, p. 65). Ainda nessa perspectiva, em sua resposta a integrante
Aparecida Queiroz, avalia sua prática: “assim... é um momento só meu...só meu, ali eu não eu
não penso em nada. Quando estou ali tocando só é eu e Deus, é uma coisa ímpar, uma coisa
única” (APARECIDA QUEIROZ, p. 74). Mediante as falas das idosas, foi possível identificar
que cada idosa aborda de forma pura e profunda sua prática musical, elas enfatizam que é um
momento único, momento de intimidade com elas, o instrumento e com Deus.
Após a intepretação da análise dos dados em relação ao tempo que estão na banda,
03 idosas estão a 5 anos, 03 a 4 anos e 03 a 3 anos. Relacionando aos instrumentos que tocam:
02 integrantes tocam afoxé, 02 tocam ganzá, 02 pandeiros, 02 atabaques e 01 sanfona. Como
descrevem a prática musical, as idosas descrevem: relação gostosa e profunda, processo de
aprendizado, instrumento vida, relação íntima, bonito, sinto bem quando toco e incrível.
Mediante ao que foi analisando, é possível identificar o quanto a música tem agregado
coisas boas na vida das idosas, as mesmas se sentem bem quando estão tocando e acabam tendo
uma relação intima com o instrumento e consequentemente com a música. Foi possível
vislumbrar também, que cada integrante se avalia positivamente em relação ao
27
Ser integrante é uma grande responsabilidade, porque nós temos que cumprir
com o nosso dever, se somos componentes nós temos que honrar a palavra
do nosso maestro, se é para consagrar, ensaiar, cantar, orar tudo isso ele
ensina, até a se exercitar fisicamente para não ficarmos com as nossas mãos
e dedos doendo então isso para mim é honroso o trabalho do nosso maestro é
valoroso não tem comparação (MARIA DA PAZ, p. 52)
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Ainda nessa perspectiva, Gisele Alves ressalta em sua fala: “ser integrante da banda
Castelo Forte é um privilégio para nós, pois temos um professor excelente e aprendemos com
facilidade, participamos dos trabalhos da igreja, nas comissões, festividades e incentivando
outras também a tocar instrumento” (GISELI ALVES, p. 69). Corroborando com os
depoimentos da idosas acima, Maria das Dores ressalta: “ser integrante é ser pontual em tudo,
obedecer a todos os regimes que nela contém” (MARIA DAS DORES, p.72). As integrantes da
banda Castelo Forte têm um grande compromisso com a referida banda, as mesmas se sentem
privilegiadas, como também tem muitas responsabilidades com o grupo, seja na pontualidade,
assiduidade e obediência ao direcionamento do regente do grupo.
A partir dos dados, foi possível perceber que as participantes em relação ao que mais
gostam de fazer quando estão em grupo, foi analisado que todas as idosas ressaltaram que amam
tocar, ensaiar, cantar e agradecer a Deus com todo o grupo conforme enfatiza Maria das Dores:
“o que mais gosto de fazer em grupo é tocar e louvar unidas com as irmãs, recebendo as
instruções do nosso maestro” (MARIA DA DORES, p.72). Corroborando comas falas citadas
anteriormente, Claudia Maria em seu posicionamento enfatiza: “olha eu seique as viagens
são ótimas, mais quando é o ensaio eu amo demais” (CLÁUDIA MARIA, p. 65). Mediante as
falas das idosas, foi possível reconhecer que elas possuem um grande envolvimento com os
ensaios, elas amam tocar, cantar, ensaiar e viajar, porém, a satisfação maior é fazer a obra do
Senhor da terceira idade.
Ainda no mesmo direcionamento de análise de dados, foi possível vislumbrar como é
a relação da participante com as demais integrantes do grupo. Foi identificado que as idosas
têm um relacionamento interpessoal muito bom, foi apresentado através de inúmeras
demonstrações que elas se consideram como irmãs, são bênçãos de Deus, se analisam como
uma família, são unidas conforme menciona a integrante em sua fala Benedita Silva: “a relação
com as demais integrantes gosto de todas, é uma alegria, não têm diferença de nenhuma para
mim, todas são iguais” (BENEDITA SILVA, p 58). Ainda no mesmo sentido Cláudia Maria
enfatiza: “minha interação com a banda é maravilhosa, somos uma família, somos todas irmãs
na obra do senhor, aquele grupo é maravilhoso” (CLÁUDIA MARIA, p. 66). Enfatizando as
falas supracitadas a participante Maria das Dores corrobora: “nossa relação é união, porque
através da união vem a força” (MARIA DAS DORES, p. 72). As idosas têm um relacionamento
interpessoal bastante significativo com as demais integrantesdo grupo, as mesmas se sentem
unidas, justamente porque foram estabelecidos laços de afeto e relação de família entre as
mesmas, talvez ainda mais motivada pela relação e vínculo religioso existente nas falas.
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Foi vislumbrado através as falas das participantes diversos sentimentos que expressam
quando estão ensaiando com o grupo, foram elencadas diversas emoções, no qual está
enfatizado pela fala da integrante Lívia Maria: “sinto uma honra de chegar nessa idade e ter
aprendido a tocar um instrumento foi difícil, porém é um privilégio” (LÍVIA MARIA, p . 48).
No mesmo sentido a idosa Maria da Paz enfatiza: “quando estou ensaiando me sinto muito bem
e feliz, parece que eu estou indo para uma festa, quando chego lá vejo aquelas irmãs, nos
abraçamos é aquele amor fraternal” (MARIA DA PAZ, p. 52). No mesmo sentido Isabela
Menezes aborda, em sua fala: “os ensaios tem sido muito bom proveitoso, muitas vezes não
quero ir devido a algum incômodo, mas de repente quando chego lá mudo, porque estou muito
feliz e realizada” (ISABELA MENEZES, p. 62). Na mesma percepção, a integrante Maria das
Dores, ressalta: “os nossos os ensaios são bons, são maravilhosos, pois vemos a segurança que
tem o meu maestro, ele transmite e ensina como manusear cada instrumento, acho muito lindo”
(MARIA DAS DORES, p.72). Corroborando com as demais idosas, a integrante Aparecida
Queiroz relata em seu depoimento:
Os ensaios são ótimo, eu sempre eu fico feliz, quando você Leleo, chega e diz:
irmã Ziza tá errado minha irmãzinha, a partir do momento que você está
sempre por perto para mim é bom, porque eu quero crescer e eu estou
crescendo assim, pois nunca pensei na minha vida tocar um instrumento é
muito prazeroso (APARECIDA QUEIROZ, p. 75).
Mediante as informações analisadas, foi identificado que para as idosas ser integrante
da banda é Castelo Forte ter uma boa relação com o instrumento, responsabilidade, ir aos
ensaios, se doar, ser pontual, privilegio. O que mais gostam de fazer em grupo: 07 participantes
enfatizaram que é tocar o instrumento, 02 ensaiar e louvar a Deus. Com relaçãoa interação
com as demais integrantes da Banda: 02 idosas alegaram somos todas iguais, 01 saudável, 03
unidas, 02 maravilhosos somos família e 01 benção do céu. Como são os ensaiose o que sentem
ao ensaiar os resultados foram: honra tocar na terceira idade, feliz parece que vou a uma festa,
importante porque aprendemos, alegria, proveitoso, ótimo e maravilhoso.
Diante do que foi exposto é perceptível reconhecer que fazer parte da Banda Castelo
Forte trouxe grande interação a vida das idosas, tendo em vista que elas constituíram uma nova
família e com isso acabam adquirindo uma relação harmoniosa, respeitosa com as demais
integrantes do grupo, permitindo assim uma socialização e interação. E isso, faz com que as
mesmas, se sintam confiantes e tenham prazer em sair de casa e socializar com as demais
integrantes do grupo.
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Nessa seção foi apresentado o porquê das permanências das idosas na Banda Castelo
Forte até os dias atuais.
De acordo com as falas das idosas, foi identificado diversos motivos das mesmas ainda
permanecerem até os dias atuais na Banda Castelo Forte, muitas responderam respostas íntimas
como mostra a fala de uma das integrantes, Lívia Maria: “o que me fez permanecer nogrupo até
hoje foi a FÉ e é um desafio muito grande, ver irmãs da terceira idade tocando, isso tudo é para
honra e glória do nome de Jesus” (LÍVIA MARIA, p. 48). Na mesma perspectiva Maria da Paz,
ressalta em seu posicionamento: “o que me fez permanecer é muito amor que sinto pela Banda
Castelo Forte” (MARIA DA PAZ, p. 52). Ainda complementando as falas das demais
participantes Benedita Silva: “o que me faz permanecer até hoje na banda é a vontade de tocar,
eu só deixo de tocar quando Deus me guardar” (BENEDITA SILVA, p.59). Na mesma direção
a integrante Isabela Menezes relata: “o que me faz permanecer na Banda é continuar fazendo a
obra do senhor, fazer com perfeição, é não perder os ensaios, é obedecer, sabendo que a
recompensa do nosso trabalho vem do Senhor” (ISABELA MENESES, p. 62). Mediante as
falas das idosas, foi notório ver que cada idosa expressa de forma singular seus referidos
motivos de permanecerem na banda, a religiosidade e a fé são pontos norteadores da
participação e permanência na banda.
Através da análise das respostas das idosas foi possível compreender que as todas as
integrantes do grupo enfatizam que as apresentações da Banda Castelo Forte acontecem igrejas,
conforme mostra o relato de Lívia Maria: “as apresentações sempre são na igreja e é muita
emoção, sinto o gozo do Espírito Santo, toco e sinto que Deus está conosco respondendo cada
detalhe das nossas vidas” (LÍVIA MARIA, p.48). Ainda nesse direcionamento Marta Bezerra
enfatiza em sua fala: “as apresentações acontecem aqui na nossa igreja e somos convidados
para tocar fora nos estados do Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, já tocamos em
várias igrejas e lugares, é muito bom e muito importante” (MARTA BEZERRA, p.55).
Em relação ao desempenho de tocar instrumentos, muitas idosas apresentaram seus
posicionamentos de diferentes formas, cada uma elencou de maneira singular como mostra o
relato da entrevistada Lívia Maria: “minha avaliação com o instrumento é que desenvolvi mais,
aprendi mais, tive dificuldade, hoje devido o tempo adquiri mais aprofundamento e
relacionamento no instrumento e estamos aprendendo cada dia” (LÍVIA MARIA, p. 48).
Corroborando com a idosa supracitada Marta Bezerra aborda em sua fala: “meu
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desenvolvimento da banda, foi um pouco difícil no início, mas no decorrer dos cinco anos eu
acredito que estou desenvolvendo bem meu instrumento” (MARTA BEZERRA, p. 56). Na
mesma direção Isabela Menezes enfatiza da seguinte maneira: “meu desenvolvimento está
melhor do que ontem, no início era muito ruim não sabia pegar no pandeiro, alguém até não
acreditou que eu ia conseguir, mas eu consegui fazer as primeiras notas e agora estou
desenvolvendo melhor” (ISABELA MENEZES, p. 63). Ainda nesse sentido a integrante Gisele
Alves enfatiza em seu depoimento: “interpreto meu desenvolvimento maravilhoso, pois quando
comecei eu nem sabia pegar no instrumento e hoje praticamente sei tocarsozinha” (GISELE
ALVES, p. 70). As idosas narram seu desempenho como uma superação, no início eram muitos
medos e dificuldades, porém com persistência e perseverança, conseguiram alcançar cada
obstáculos. Hoje, elas já um uma percepção que estão melhorando a cada dia e isso faz com
que as mesmas sempre procurem se aperfeiçoar e ter mais compromisso com a banda e a prática
musical.
Após a análise dos dados, foi identificado o que fez as participantes permanecer no
grupo: 03 idosas enfatizaram amor que sentem pela banda, 03 prazer em tocar, 01 fé, 01
continuar fazer a obra de Deus 01 a graça de Deus vida. Em relação aos ensaios acontecem na
sede da igreja e as apresentações acontecem nas igrejas locais da cidade como também em no
estado da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. As idosas interpretam seu desempenho:
todas as irmãs enfatizaram que estão melhorando, bem mais práticas com o instrumento,
desenvolvendo e adquirindo conhecimentos.
Mediante no que foi analisando nas falas das integrantes, o motivo das permanências
das idosas na Banda Castelo Forte, é o amor que elas têm pela banda e a certeza que estão
fazendo a obra do Senhor. Após entrarem na banda, conseguiram compreender que conseguem
superar seus próprios limites, como medo e incertas de não conseguir manusear o instrumento
e consequentemente viver o novo. Além disse fazer parte da referida banda, faz com que idosas
acabem saindo da zona de conforto, pois elas começam a viajar e acabam sendo protagonistas
da sua própria história.
Nessa seção formam apresentados a percepção de mudança de vidas das idosas depois
que entraram na Banda Castelo Forte.
Após a análise minuciosa dos dados foi possível reconhecer que antes da criação da
Banda Castelo Forte a vida das integrantes era diferente como menciona: Lívia Maria: “eu
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vou dizer a você que não era vazia, mas estava faltando alguma coisa, a banda preencheu e
completou, porque a música nos traz muitas coisas boas como: saúde para nossa mente, para o
nosso coração, nosso emocional, espiritual e muitas coisas” (LÍVIA MARIA, p 49). Mediante
a fala da idosa supracitada, é perceptível reconhecer, que a música e a integração da mesma
na banda Castelo Forte é extremamente relevante, pois preencheu espaços. A música conseguiu
proporcionar bens materiais, que já não estavam mais sendo vivenciados, sendo assim a música
consegue atingir lugares que antes não foram preenchidos, proporcionando satisfação de prazer
e calmaria para a alma. Em complemento a fala anterior Maria da paz enfatiza que: “antes da
participação da Banda era uma pessoa triste, procurava uma coisa para me alegrar” (MARIA
DA PAZ, p 53). Ainda nessa direção a entrevistada Gisele Alves explica: “a música ela traz
liberdade, amor e tudo de bom para nossa vida. Hoje tenho mais alegria e quando vamos viajar
tudo se torna maravilhoso” (GISELE ALVES, p. 70). Enfim, corroborando com as demais
idosas a integrante Maria das Dores, aborda em seu posicionamento: “minha vida antes da
banda era legal, bom, mas depois que estou participando da banda tem sido bem melhor”
(MARIA DAS DORES, p.73). As narrativas dasintegrantes mostram o quanto a participação
na banda melhorou a vida delas. Elas começarama ter consciência que a banda e a música estão
proporcionando experiências ainda não vividas,as mesmas enfatizam que estão mais alegres e
que a banda preencheu um vazio que existia e hoje não existe mais.
Mediante a análise fidedigna das falas, foi perceptível compreender que a Banda
Castelo trouxe inúmeros benefícios a vida as integrantes como mostra a fala da idosa Isabela
Menezes:
Está no grupo um ato de superação, porque em 2015 eu tive câncer de mama,
eu fiz uma cirurgia e me tornei inválida para a sociedade, mas para banda, para
o grupo, eu sou uma pessoa útil, porque eu consigo tocar o pandeiro, eu me
sinto realizada. Então para mim é um ato de superação, eu achava que eu não
ia conseguir, mas estou de pé estou tocando com a minha deficiência, mas com
desejo de dever cumprido (ISABELA MENEZES, p. 63).
A banda Castelo Forte trouxe muitos benéficos a vida dessas idosas, cada uma narra
de uma forma singela e com muita profundidade cada superação imposta pela vida. Ao serem
inseridas na banda, ao tocarem um instrumento, elas conseguem compreender que todos os
obstáculos se tornam pequenos e que são capazes de superá-los, posteriormente começam a
narrar uma nova história das suas próprias vidas. Nessa direção em seu posicionamento Lívia
Maria enfatiza: “a música sempre traz alguma coisa, uma resposta de Deus para nossas vidas,
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um alento para a alma deprimida e Deus tem tocado através de instrumento é através de
instrumento de Deus tem dado um som para cada um e tem alimentado a nossa alma” (LÍVIA
MARIA, p. 47). Nessa mesma perspectiva Maria da Paz menciona em sua fala: “a música,
trouxe tudo de volta para mim, ela trouxe alegria porque muitas irmãs começaram a tocar na
terceira idade. A música veio como um remédio para nossas mentes, pois muitas irmãs que
tinham problema de depressão se sentiram aliviadas com a prática da música” (MARIA DA
PAZ, p. 51). Ainda nesse contexto em sua fala Cláudia Maria elenca a música trouxe:
“paciência, amor, dedicação e estrutura, porque quando tocamos, escutamos hinos, vejo que
algo muda dentro de nós, a música mudou a minha vida” (CLÁUDIA MARIA, p.66).
Enfatizando as falas das idosas supracitadas Gisele Alves elenca: a música conforta a alma, ela
traz benefícios materiais e espirituais (GISELE ALVES, p. 70). Ainda corroborando as
Aparecida Queiroz, enfatiza:
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
se preparando para ter um envelhecimento saudável, pois muito do que seremos, dependerá das
nossas escolhas. A música tem uma contribuição importante para essa etapa da vida,
fortalecendo o convívio social, a liberdade de expressão, e uma aprendizagem musical com
êxitos, melhorando a saúde, o bem-estar e a vontade de viver.
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REFERÊNCIAS
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PÓS- GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 16., 2006, Brasília. Anais [...]. Brasília, DF: ANPPOM,
2006.
APÊNDICE A - TCLE
TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARTICIPANTE
Prezada Srª,
Estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada “BANDA CASTELO FORTE: uma vivência
musical voltada às idosas”, coordenada pela Docente Carla Pereira dos Santos. Você está sendo
convidada a participar deste estudo. A seguir, esclarecemos e descrevemos as condições e
objetivos do estudo:
NATUREZA DA PESQUISA: Esta é uma pesquisa que tem como finalidade investigar o
significado da prática musical na vida das idosas que fazem parte da Banda Castelo Forte. Este
projeto foi desenvolvido pelo Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba.
BENEFÍCIOS: Ao participar desta pesquisa, você não terá nenhum benefício direto;
entretanto, esperamos que futuramente os resultados deste estudo sejam usados em benefício
de outras pessoas que estudem vivência musical voltada às idosas, receberá as publicações feitas
a partir desta pesquisa de maneira impressa ou digital, desde que seja de seu interesse.
PAGAMENTO: Você não terá nenhum tipo de despesa por participar deste estudo, bem como
não receberá nenhum tipo de pagamento por sua participação. Após estes esclarecimentos,
solicitamos o seu consentimento de forma livre para que participe desta pesquisa. Para tanto,
preencha os itens que se seguem.
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Eu, , entendi os
objetivos desta pesquisa, bem como a forma de participação. Eu li e compreendi este Termo
de Consentimento, portanto concordo em participar do referido estudo.
Local e data:
Assinatura do participante.
Local e data:
Pesquisador responsável
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APÊNDICE B
ROTEIRO DE ENTREVISTA
DADOS PESSOAIS
Nome completo:
Endereço:
Idade:
Estado Civil:
Escolaridade:
Profissão:
Local de Nascimento:
Com quem reside:
Perguntas relacionadas à aproximação e interesse das idosas pela banda, bem como a
atuação e participação delas no grupo
Conter perguntas relacionadas ao envolvimento das idosas com o grupo e com a prática
musical desenvolvida, bem como o significado dessa participação para elas.
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1°) Como é ser integrante do grupo (o que você sente e o que você faz)? Tem ensaios,
apresentações? Tem algo mais que você faz junto com os demais integrantes?
2°) O que você mais gosta de fazer junto com o grupo?
3°) Como são os ensaios e o que você sente ao ensaiar com o grupo?
4°) Como é sua relação com os outros integrantes da banda?
5°) Fale um pouco sobre as apresentações. Onde acontecem e o que você sente ao se
apesentar?
6°) Como você se sente quando está tocando na banda?
7°) O que te faz permanecer no grupo?
8°) Como é sua prática musical?
9°) Você encontra dificuldades em participar da banda? Quais?
10°) Como você interpreta hoje seu desenvolvimento no instrumento?
11°) Você considera que a música trouxe alguma coisa para você e sua vida?
12°) Como era sua vida antes da participação da banda?
13°) A prática musical trouxe alguma contribuição para você ou para sua vida? Comente
quais.
14°) O que significa para você participar do grupo? (pode falar mais? Melhorou de alguma
forma alguns aspectos de sua vida?).