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Resumo
A partir de 2020 o impacto da COVID-19 se tornou global, consequentemente, houve o
fechamento de muitas instituições e seus serviços passaram a ser ofertados remotamente. A
escola como instituição já vinha trabalhando com a modalidade do EAD, mas não voltada para
a educação básica. Dessa maneira, não apenas os alunos, mas também seus familiares,
precisaram se adaptar à nova situação, assim como os professores e as próprias instituições de
ensino. A Sociologia enquanto disciplina do Ensino Médio foi tão afetada quanto outras áreas
do conhecimento. Embora a Sociologia com seu caráter questionador tenha possibilitado uma
reflexão sobre os impactos da pandemia na sociedade, a falta de recursos e a perda da noção do
limite entre o público e o privado trouxe para a realidade do ensino da disciplina novas
problemáticas. Sendo assim, exporemos as problemáticas do ensino da Sociologia no período
pandêmico, tendo como ponto de partida a realidade cotidiana e aquilo que é proposto pelo
Currículo de Pernambuco.
INTRODUÇÃO
O período que ficou marcado como a maior pandemia do século 21 trouxe implicações
sanitárias para todos os âmbitos da vida em sociedade. Com isso, se fez necessário um
distanciamento social forçado, visto as emergências sanitárias de combate a COVID-19. Dessa
maneira, foi preciso uma readaptação ao modelo de vida social de maneira generalizada.
O campo da Educação de maneira generalizada sofreu grandes mudanças no tangente a
sua realidade cotidiana. Uma série de desigualdades que já se faziam presentes no período pré-
pandemia acabaram por serem acentuadas, bem como houve o surgimento de novas
problemáticas, principalmente no que se diz respeito ao ensino à distância, sendo essa “uma
primeira dificuldade, relacionada não aos conteúdos, mas à cultura escolar, de mediar a
educação à distância” (PALUDO, p. 47).
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Universidade Federal de Pernambuco, Recife/PE, mariaeduarda.lira@ufpe.br
2
Universidade Federal de Pernambuco, Recife/PE, elvis.souza@ufpe.br
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DESENVOLVIMENTO
Evidente que as escolas não tomam essa atitude por serem rígidas ou
intransigentes, mas o fazem impossibilidade de – considerando as condições
de acesso, formação docente, entre outras – revolucionar as formas de ensino
(PALUDO, p. 47).
– no período de pandemia se viram obrigadas a fazer amplo uso das ferramentas tecnológicas
como ferramentas de emprego didático.
A partir disso, surgiram diversos problemas, sendo um dos mais comuns conseguir
captar os alunos para que eles abrissem suas câmeras e, com isso, passassem a interagir
efetivamente. Para que assim pudessem empregar, por exemplo, um dos exercícios sociológicas
proposto pelo Currículo de Pernambuco “analisar que as relações sociais estabelecidas como
naturais (naturalizadas) não nasceram com o indivíduo, pelo contrário, foram construídas
socialmente no contexto em que se vive” (PERNAMBUCO, p. 295-296). Porém, tais esforços,
antes já dificultosos, tornaram-se ainda mais complicados durante pandemia, especialmente
porque
A formação dos professores dificilmente contempla a demanda EAD, não
existindo uma familiarização com as plataformas digitais, o que implica na
impossibilidade de aplicação de métodos usuais de avaliação e de ministrar
aulas (PALUDO, p. 48).
Vale ressaltar que essa deficiência atinge todos os docentes do ensino básico e não apenas os
professores de Sociologia. Além de que todas essas dinâmicas dentro do campo de ensino à
distância podem ser vistas como um lugar de “fronteira”, como destacado a seguir “a fronteira
é composta de valores e costumes de um lugar como os do outro, ou seja, é no lugar fronteiriço
que ocorrem os encontros com o estranho” (PASINI; CARVALHO; ALMEIDA, 2020). Em
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outros palavras, dentro das dinâmicas das aulas à distância passaram a se fazer presentes uma
série de costumes jamais vistos nas dinâmicas das aulas presenciais entre docente e discente. O
que trouxe graves implicações que, de certa forma, quebravam a lógica proposta pelo Currículo
de Pernambuco que é fazer com que os estudantes pensem de maneira crítica ao tentar analisar
as diversas dinâmicas da sociedade. Quanto a isso é preciso levar em consideração também o
fato de que muitos dos jovens ainda não tem uma consciência crítica formada, logo “a ideia,
segundo a qual ensinar reflexividade e recuo até mesmo na formação moral e cultural da
criança, constituiria uma operação psicologicamente desestabilizadora é, no fundo, a
manifestação de um profundo etnocentrismo” (LAHIRE, p. 55). Ademais, olhar para essas
questões dentro das dinâmicas do ensino à distância se tornou uma tarefa ainda mais difícil.
Ainda, de acordo com, o Currículo de Pernambuco o objetivo da Sociologia no Ensino
Médio é
O entendimento sobre a finalidade do ensino da Sociologia vai além do
objetivo de aprendizagem, intenta preparar para a cidadania. A intenção é
ultrapassar essa dimensão discursiva e avançar para sua materialização,
visando à formação humana e integral do ser ao desenvolver o pensamento
crítico-reflexivo do/a estudante” (PERNAMBUCO, p. 295).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
LAHIRE, Bernard. Viver e interpretar o mundo social: para que serve o ensino de Sociologia.
Revista de Ciências Sociais: RCS, v. 45, n. 1, p. 45-61, 2014.
PASINI, Carlos Giovani Delevati; CARVALHO, Elvino de: ALMEIDA Lucy Hellen Coutinho.
A educação híbrida em tempos pandêmicos: algumas considerações. Observatório
Socioeconômico Da Covid-19 (Ose), v. 9, 2020.