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UEMG

Universidade do Estado de Minas Gerais

Irrigação e Drenagem

Relações solo-água-planta-
atmosfera
Prof. Dr. João A. Fischer Filho

2023
Determinação da água no solo
Métodos diretos
➢ Método gravimétrico (Padrão de Estufa)
Bastante preciso → se baseia na determinação das massas de uma amostra de
solo seca e úmida.

Massa de água Mt − Ms
𝑈𝑠 = =
Massa de solo Ms

Coleta o solo → pesa → coloca na estufa a 110⁰C por 24 horas → pesa.


Determinação da água no solo
Métodos diretos
➢ Método gravimétrico (Padrão de Estufa)
Bastante preciso → se baseia na determinação das massas de uma amostra de
solo seca e úmida.

Massa de água Mt − Ms
𝑈𝑠 = =
Massa de solo Ms

Coleta o solo → pesa → coloca na estufa a 110⁰C por 24 horas → pesa.


Inconveniências para irrigação – só permite conhecer a umidade do solo, no mínimo, 24
horas após a amostragem, além de exigir balança e estufa.
Determinação da água no solo
Métodos diretos
➢ Método gravimétrico (Padrão de Estufa)
Para fins de irrigação é mais conveniente unidade com base em volume;
Permite converter em lâmina por profundidade do solo.

θ = Us × ds
Determinação da água no solo
Ex 1. Na tabela a seguir, apresentam-se os resultados das pesagens de um solo
determinado pelo método-padrão de estufa. Calcule a umidade com base em massa e
volume.
Prof. M1 M2 M3 Anel (cm)
(cm) (g) (g) (g) d h
0 – 20 215,6 198,4 107,1 6,20 2,52
20 – 40 225,2 200,4 106,2 6,20 2,52

M1 – massa da amostra do solo; M2 – massa da amostra após 48 h na estufa; M3 – massa do anel


d – diâmetro do anel; h – altura do anel
Determinação da água no solo
Métodos indiretos
➢ Método tensiométrico
É um método direto para a determinação da tensão de água no
solo e indireto para a determinação da umidade do solo.
Para medir a tensão da água no solo utiliza-se o tensiômetro.
Determinação da água no solo
➢ Método tensiométrico
Para transformar os resultados de tensão em umidade → traça uma curva de
retenção de água no solo.

• Coleta amostras de solo


• Laboratório → amostras são submetidas a
diferentes tensões (Câmara de “Richards”)
• Relação entre a pressão e a umidade final
• De posse dos resultados → traça uma
curva.
Determinação da água no solo
Ex 2. Considere um tensiômetro instalado a uma profundidade de 40 cm em um solo
argiloso (ds = 1,28 g/cm3). Determine a umidade em volume para o dia em que a leitura
foi de -0,55 atm. A equação da curva característica de água no solo é:

−0,15
𝑈(%) = 22,3 × 𝑇 T – tensão da água no solo, em atm.
Determinação da água no solo
Métodos indiretos

➢ Reflectometria no domínio do tempo – (TDR)


Mede a constante dielétrica do solo → tempo gasto por
um pulso eletromagnético percorrer uma haste de aço.
Relaciona com a umidade do solo.
Não destrutivo, rápido, pouco dependente de fatores
locais e bastante preciso.
Disponibilidade de água no solo
Armazenamento de água no solo
Chuva, evapotranspiração e irrigação → expressos em altura ou lâmina (mm) → não
depende da área de coleta.

𝐴𝑟𝑚 = 𝜃 × ℎ

Arm – armazenamento de água no solo (mm)


h – profundidade do solo (cm)
Disponibilidade de água no solo
Armazenamento de água no solo
Chuva, evapotranspiração e irrigação → expressos em altura ou lâmina (mm) → não
depende da área de coleta.

𝐴𝑟𝑚 = 𝜃 × ℎ
1 cm

Arm – armazenamento de água no solo (mm/cm) 1 cm


h – profundidade do solo (cm) 1 cm

ϴ = 0,4 cm3/cm3
Disponibilidade de água no solo
Ex 3. Considere o perfil da umidade da tabela abaixo.

Umidade em Umidade em
Profundidade
28/01 31/01
(cm) (cm3/cm3) (cm3/cm3)
0 – 15 0,331 0,295
15 – 30 0,368 0,351
30 – 45 0,410 0,393 1. Determine o armazenamento de água para os
45 – 60 0,484 0,474 dias 28/01 e 31/01 por camada e para o perfil
inteiro do solo.
60 – 75 0,439 0,435
2. Determine o consumo de água entre esses dias.
75 – 90 0,421 0,421
90 – 105 0,396 0,422
105 – 120 0,370 0,400
Disponibilidade de água no solo
Disponibilidade de água no solo

CAPACIDADE DE CAMPO – É o teor de água mantido no solo depois que o excesso de


água gravitacional tenha drenado.
45
40

Umidade (% massa seca)


35
30

Métodos de determinação: 25
20
✓ Em laboratório – pela curva 15
de retenção de água no solo
10
5
0
0,01 0,1 1 10 100

Potencial mátrico (atm)


Disponibilidade de água no solo

✓ Em campo – a CC é definida em uma curva de variação da umidade em função do


tempo, quando a drenagem é suficientemente lenta e pode ser desprezada.

60
Profundidade = 0,30 m Solo arenoso
Solo franco-arenoso
Valores típicos de CC (% massa seca): 50

Teor de água (%)


Textura arenosa: 10 a 20 40

30
Textura franco-arenosa: 15 a 27 CC = 27% (?)

20
Textura franco-argilosa: 31 a 42
CC = 12%
10
Textura argilosa: 39 a 49
0
0 12 24 36 48 60 72 84 96 108
Tempo (horas)
Disponibilidade de água no solo
PONTO DE MURCHA PERMANENTE – É o teor de água no solo em que a planta
em crescimento sofre murcha e não mais se recupera.

Representa o teor de umidade no solo abaixo do qual a planta não conseguirá


retirar água na mesma intensidade que ela transpira.

Para fins de irrigação o PMP é definido como o teor de


água em um solo submetido à tensão de –15 atm.
Disponibilidade de água no solo

AD → Água
disponível
Cálculo da disponibilidade de água
DISPONIBILIDADE TOTAL DE ÁGUA NO SOLO (DTA)
É uma característica do solo → corresponde à água nele armazenada no intervalo
entre as umidades correspondentes à capacidade de campo e ao ponto de murcha
permanente.

𝑈𝐶𝐶 − 𝑈𝑃𝑀𝑃
DTA = × 𝑑𝑠
10

DTA – disponibilidade total de água no solo (mm/cm de solo)


Ucc – umidade na capacidade de campo (% em massa)
Upmp – umidade no ponto de murcha permanente (% em massa)
ds – densidade do solo (g/cm3)
Cálculo da disponibilidade de água
CAPACIDADE TOTAL DE ÁGUA NO SOLO (CTA)
Tanto a água da chuva como a da irrigação só devem ser consideradas disponíveis
para a cultura no perfil do solo que esteja ocupado pelo sistema radicular.

CTA = DTA × 𝑧

CTA – capacidade total de água no solo (mm)


DTA – disponibilidade real de água no solo (mm/cm de solo)
z – profundidade efetiva do sistema radicular (cm)
Cultura Z (cm) Cultura Z (cm) Cultura Z (cm)
Abacate 60 – 90 Beterraba 40 Melão 30 - 50
Abacaxi 20 – 40 Café 50 Milho 40
Abóbora 50 Café 40 - 60 Morango 20 - 30
Cana-de-
Alcachofra 70 40 Nabo 55 - 80
açúcar
Alface 20 – 30 Cebola 20 - 40 Pastagem 30
Alfafa 60 Cenoura 35 - 60 Pepino 35 - 50
Algodão 60 Couve 25 - 50 Pêssego 60
Alho 20 - 30 Couve-flor 25 - 50 Pimenta 50
Amendoim 30 Ervilha 50 - 70 Pimentão 30 - 70
Arroz 30 - 40 Espinafre 40 - 70 Rabanete 20 - 30
Aspargo 120 - 160 Feijão 40 Soja 30 - 40
Aveia 40 Laranja 60 Tabaco 30
Banana 40 Linho 20 Tomate 40
Batata 25 - 60 Maçã 60 Trigo 30 - 40
Batata-doce 50 - 100 Mangueira 60 Vagem 40
Berinjela 50 Melancia 40 - 50 Videira 60
Cálculo da disponibilidade de água
CAPACIDADE REAL DE ÁGUA NO SOLO (CRA)
É a fração da capacidade total de água no solo que a cultura poderá utilizar sem
afetar significamente a sua produtividade.

CRA = CTA × 𝑓

DRA – disponibilidade real de água no solo (mm/cm de solo)


CAD – capacidade de água disponível (mm/cm de solo)
f – fator de disponibilidade de água no solo (adimensional)
Cálculo da disponibilidade de água
Grupos de culturas para definir a fração f

Grupo Culturas
1 Cebola, pimentão, batata, pepino, cenoura
2 Banana, repolho, tomate, ervilha, vagem, melão, melancia, videira
3 Feijão, alfafa, amendoim, abacaxi, trigo, cítricas, girassol
4 Algodão, milho, sorgo, soja, beterraba, cana-de-açúcar, fumo
Valores da fração f

Grupo ETo (mm/dia)


2 3 4 5 6 7
1 0,50 0,42 0,35 0,30 0,25 0,22
2 0,68 0,58 0,48 0,40 0,35 0,32
3 0,80 0,70 0,60 0,50 0,45 0,42
4 0,88 0,80 0,70 0,60 0,55 0,50
Cálculo da disponibilidade de água
Cálculo da disponibilidade de água
Ex 4. Calcular a CRA (em mm) para a seguinte condição:
Local: Bebedouro
Solo: Ucc = 32%; UPMP = 18%; ds = 1,2 g/cm3
Cultura: milho; z = 50 cm; f = 0,5
E em m3/ha?
Cálculo da disponibilidade de água
Ex 5. Cana-de-açúcar; ETo = 4 mm/dia
Solo: Ucc = 22%; UPMP = 11%; ds = 1,3 g/cm3
Determinar: CRA
Cálculo da água disponível
6. Solo: Ucc = 31%; UPMP = 16%; ds = 1,15 g/cm3
Cultura: cebola, z = 30 cm
Área A - ETo = 2 mm/dia
Área B - ETo = 6 mm/dia

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