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Ministério da Educação

Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia Sertão Pernambucano

Armazenamento da
água no solo
Candidato: Patrícia Ferreira da Silva
Mestre: Engenharia Agrícola

Petrolina - PE
Fevereiro de 2015
Objetivos

Fornecer aos alunos conhecimento básico sobre o


armazenamento da água no solo, sua importância visando
o manejo eficiente da água, do solo e das plantas
Definição

Consiste na água retida no solo, em certo volume de


limitada pela profundidade de interesse
Classificação da água no solo
Água no solo
Relações de massa e volume dos constituintes do solo

Ma – massa de ar Vw – volume de água


Mw – massa de água Vs – volume de sólidos
Ms – massa de sólidos Vt – volume total de solo
Mt – massa total de solo Vp – volume de poro
Va – volume de ar
Relações de massa e volume
Parâmetros de massa e volume

Porosidade do solo (α)


𝑉𝑝 𝑉𝑎 + 𝑉𝑤
𝛼= = 𝑒𝑚 𝑐𝑚−3 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠 . 𝑐𝑚−3 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜
𝑉𝑡 𝑉𝑠 + 𝑉𝑎 + 𝑉𝑤

𝑚𝑠
Densidade de partículas 𝜌𝑝 = em 𝑔 . 𝑐𝑚−3
𝑉𝑠

𝑚𝑠 𝑚𝑠
Densidade do solo 𝜌𝑠 = = em 𝑔 . 𝑐𝑚−3
𝑉𝑡 𝑉𝑎+𝑉𝑠+𝑉𝑤
Relações de massa e volume
Parâmetros de massa e volume

Umidade (Base peso)

𝑚𝑤 𝑚𝑡 − 𝑚𝑠
𝑤= = 𝑒𝑚 𝑔 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎. 𝑔−1 𝑑𝑒 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑚𝑠 𝑚𝑠

Umidade (Base volume)

𝑉𝑤 𝑉𝑤
𝜃= = c𝑚3 de água. 𝑐𝑚−3 de solo
𝑉𝑡 𝑉𝑎+𝑉𝑠+𝑉𝑤
Relações de massa e volume
Determinação da Umidade do Solo

Método direto - Método gravimétrico

Métodos indiretos: - Método dos blocos de resistência elétrica


- Método do tensiômetro
- Método da moderação de nêutrons
- Reflectometria no domínio do tempo
As principais propriedades físicas do solo e a
retenção de água
 Textura
As principais propriedades físicas do solo e a
retenção de água
 Estrutura
Disponibilidade de água no solo e o
armazenamento
 Capacidade de campo CC
Disponibilidade de água no solo e o
armazenamento
 Ponto de Murcha Permanente PMP
Disponibilidade de água no solo e o
armazenamento
 Água Disponível
Disponibilidade de água no solo e o
armazenamento
 Curva de retenção de água no solo
Disponibilidade de água no solo e o
armazenamento
 Água disponível no solo para as plantas
Disponibilidade de água no solo e o
armazenamento
 Fator de reposição(f)
Armazenamento da água no solo

Interesse para irrigação

Expressar a quantidade de água existente no solo, em


determinado momento, em termos de altura (lâmina de
água). Para isso, considera-se o solo como um
reservatório.
Determinação do armazenamento
 Quantidade de água fornecida por irrigação, chuva ou
utilizada pela planta e utilizada pelo solo, expressa em mm

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝐿)
ℎ(𝑚𝑚) =
Á𝑟𝑒𝑎 (𝑚2)

ℎ =V

 Se aplicarmos 1 Litro de água sobre uma superfície plana e


impermeável de 1 m2 , obteremos uma lâmina líquida de 1 mm

 Para uso de lâmina é preciso conhecer a umidade do solo base


volume.
Lâmina de água armazenada no solo (h)
 Volume de água: Vw = x.y.h
Separação da fração
líquida de um volume de
solo de dimensões x y z
𝑉𝑤 𝑐𝑚3 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎
ℎ= = 2
𝑜𝑢 𝑐𝑚
𝑋∗𝑌 𝑐𝑚 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜

𝑉𝑤 𝑉𝑤 𝑋∗𝑌∗ℎ ℎ
𝜃= = = =
𝑉𝑡 𝑋∗𝑌∗𝑍 𝑋∗𝑌∗𝑍 𝑍
Lâmina de água armazenada no solo (h)
 Perfil homogêneo

ℎ = θ ∗ 𝑍 → cm de água ∆ℎ = 𝑍(θ𝑓 − 𝜃𝑖) → cm de água

ℎ = 𝑈𝑔 ∗ ρ𝑠 ∗ 𝑍 → cm de água
 Perfil homogêneo

Exemplo: Determine o armazenamento da água no volume de


controle do solo limitado pela profundidade de 20 cm, sendo a
umidade gravimétrica 0,174 g g-1 e massa especifica 1,31 g cm-3.

ℎ = 𝑈𝑔 ∗ ρ𝑠 ∗ 𝑍 → cm de água

ℎ = 0,174 ∗ 1,31 ∗ 20

ℎ = 4,56 cm de água Ou ℎ = 45,6 mm


Lâmina de água armazenada no solo (h)

 perfil de umidade não homogêneo


Método das Somas
𝐿 𝐿
ℎ = ෍ 𝜃𝑖 ∆ℎ = ෍(𝜃𝑓 − 𝜃𝑖 ) ∗ ∆𝑍
𝑖=1 𝑖=1

h = Lamina armazenada em Profundidade


∆h = Variação da lamina armazenada
θi = Umidade volumetrica de cada camada inicial
θf = Umidade volumetrica de cada camada final
∆Z = variação da profundidade
Lâmina de água armazenada no solo (h)

 perfil de umidade não homogêneo


Método das Somas
Exemplo: Calcule a água armazenada em um solo de 0 -5 e de 0-10
cm de acordo com a profundidade e umidade abaixo.
Profundidade Umidade θ
(Z) em (cm) (cm3 cm-3)
0-1 0,101
1-2 0,132
2-3 0,154 ℎ0−5 = 0,101 + 0,132 + 0,154 + 0,186 + 0,201

3-4 0,186
ℎ0−5 = 0,774 cm ou 7,74 mm
4-5 0,201
5-6 0,222
ℎ0−10
6-7 0,263 = 0,101 + 0,132 + 0,154 + 0,186 + 0,201 + 0,222
7-8 0,300 + 0,263 + 0,300 + 0,358 + 0,399
ℎ0−10 = 2,316 cm ou 23,16 mm
8-9 0,358
9-10 0,399
 perfil de umidade não homogêneo
Método da umidade média no perfil
𝑍
𝑍

ℎ = ෍ 𝜃𝑖 → ℎ = න 𝜃∆𝑍
𝑖=1 0

∆z era igual a unidade, o


seu valor não aparecia na expressão.

h = Lamina armazenada em
Profundidade

θi = Umidade de cada camada

∆z = Profundidade da camada
 perfil de umidade não homogêneo
Método da umidade média no perfil
 perfil de umidade não homogêneo
Umidade
Equação do tipo θ (t) → ∫

Retângulo

Profundidade
𝑍

ℎ = න 𝜃∆𝑍
0

ℎ = θ1∆𝑍 + θ2∆𝑍 + ⋯ + θ𝑛∆𝑍


ℎ = (θ1 + θ2 + ⋯ + θ𝑛 )∆𝑍

θ1 + θ2 + ⋯ + θ𝑛 ∆𝑍𝑛
ℎ=
𝑛
 Integrando

ℎ = 𝜃ഥ ∗ 𝑍

𝐿2

ℎ𝐿2−𝐿1 = න 𝜃∆𝑍 = 𝜃ҧ (𝐿2 − 𝐿1 )


𝐿1

Armazenamento da área do
ℎ = 𝜃ഥ (𝐿2 − 𝐿1 )
retângulo
 Exemplo 1: Em uma área experimental cultivada com feijão, a
umidade volumétrica do solo foi determinada em varias
profundidades e em duas épocas diferentes
10/04/2010 17/04/2010
Z(cm)
θ(cm3 cm-3)
0 0,503 0,470
10 0,486 0,425
20 0,425 0,382
30 0,395 0,342
40 0,387 0,335
Pede-se:
 Os perfis de umidade no solo para os dias 10 e 17/04.
 Determinar o armazenamento de água na camada de solo de 50 c para o dia
10/04, empregando os métodos do somatório e da umidade média no perfil.
 Determinar o consumo de água da cultura do feijão entre os dias 10 e 17/04,
sabendo-se que neste período não houve irrigação ne precipitação
(desconsidere a Ascenção capilar e a drenagem)
Pede-se:
 Os perfis de umidade no solo para os dias 10 e 17/04.
 Determinar o armazenamento de água na camada de solo de 50 c
para o dia 10/04, empregando os métodos do somatório e da
umidade média no perfil.
 Determinar o consumo de água da cultura do feijão entre os dias
10 e 17/04, sabendo-se que neste período não houve irrigação ne
precipitação (desconsidere a Ascenção capilar e a drenagem)
Perfil de Umidade
Método do Somatório

ℎ = ෍ 𝜃𝑖
𝑖=1

ℎ50(10Τ04) = 100(0,503+ 0,486 + 0,425+ 0,395 + 0,387) = 219,6mm

Método do Somatório e da umidade média no perfil

ℎ = 𝜃ഥ (𝐿2 − 𝐿1 )

(0,503+ 0,486 + 0,425+ 0,395 + 0,387)


𝜃ഥ 10/04 = = 0,4392 cm3 cm-3
5

ℎ = 0,4392 ∗ 500 = 219,6 𝑚𝑚


Variação de armazenamento

(0,470+ 0,425+ 0,382+ 0,342 + 0,335)


𝜃ഥ 17/04 = = 0,3908 cm3 cm-3
5

ℎ = 𝜃ഥ (𝐿2 − 𝐿1 )

ℎ50 17/04 = 0,3908 ∗ 500 = 195,4 𝑚𝑚

∆ℎ𝐿2 − 𝐿1 = 219,6 −195,4 = 3,45 𝑚𝑚 𝑑𝑖𝑎−1


7
Bibliografia Basica
Carvalho, D. F.;Oliveira, L. F. C. Planejamento e Manejo
Da água na agricultura irrigada. Ed. UFV, 2012. 240p.

Bernardo, S.; Soares, A. A.; Mantovani, E. C. Manual de


irrigação. 8.ed. Viçosa: UFV, 2008. 625p.

Gomide, R.L. Monitoramento para manejo da irrigação:


instrumentação, automação e métodos. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 27., 1998,
Poços de Caldas. Anais... Lavras: Sociedade Brasileira de
Engenharia Agrícola, 1998. cap.2, p.133-238.

Reichardt, K. Capacidade de campo. Revista Brasileira de Ciência


do Solo, Viçosa, v. 12, n. 3,
p. 211-216, 1988.
Obrigado Pela Atenção

Patrícia Ferreira da Silva


Doutoranda em Engenharia Agrícola
Irrigação e Drenagem - UFCG
patrycyafs@yahoo.com.br

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