Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A IMPRENSA E A FÉ PROTESTANTE
CURITIBA
2022
1 Introdução
O texto tem por base minha proposta de tese para doutoramento que trata do
estabelecimento da fé protestante da denominação dos batistas nas terras
brasileiras. Um dos intermediários é o missionário judeu-polonês Solomon Luíz
Ginsburg, que se converteu ao protestantismo na Europa e, em terras brasileiras
tornou-se um fiel missionário da denominação batista, patrocinado pela Junta
Missionária de Richmond na Virgínia. O período em que esteve no Brasil foi
responsável, entre outros, por criar a Convenção Batista Brasileira, foi o criador e
editor de O Jornal Batista, periódico que consiste em uma de minhas principais
fontes pois acompanha o nascimento da organização denominacional no Brasil e
circula até o presente como fonte de informação e propagação da fé dos membros
das igrejas batistas espalhadas pelo país. Além desses elementos também foi o
organizador do primeiro hinário batista no Brasil, o Cantor Cristão. Neste hinário foi
seu principal editor, autor e tradutor de hinos caros aos batistas até o presente.
1
R. Engelsing estima que de 3% a 4% da população alemão sabia ler por volta de 1500.
(GILMONT, 1999, p. 58).
(2006) constata, portanto, que, desde o início da música protestante existe a
aproximação da música popular com a música erudita.
O estilo difundido por Calvino, os Salmos, eram assim chamados porque ele
entendia que os Salmos da Bíblia eram a única forma de se cantar a Deus. Eles
eram cantados metricamente em uníssono e à capella. Calvino, assim como Lutero,
prezava pela simplicidade musical. O chefe da igreja de Genebra publicou o Saltério
com regras rígidas de composição; eles se tornaram populares e influenciaram a
música sacra na Inglaterra, Escócia e Estados Unidos.
Para além da difusão dos textos, as músicas também passam a ser
impressas, muito embora elas sirvam, principalmente, como um suporte de memória
(GILMONT, 1999, p. 61), considerando que a maioria dos fiéis eram, além de
incapazes de ler as letras, também pouco, ou nada, conhecedores de notação
musical.
Constata-se que, nesta difusão de saberes impressos, reformadores como
Lutero e Calvino, tiveram um primeiro momento de euforia com a difusão dos
escritos e, após um amadurecimento das ideias, passaram a olhar a grande
distribuição de livros como algo que precisava ser avaliado, cuidado e muitas vezes,
censurado. Gilmont afirma que o panorama que precede parece levar a duas
exegeses contraditórias da história da leitura: a Reforma mudou tudo, a Reforma
nada mudou (1999, p.71).
A oralidade manteve-se fundamental na difusão e consolidação da fé
europeia do período. O uso da Bíblia passou a ser estimulado de preferência nos
cultos; quando em família, orientado por comentários autorizados. Conclui-se que a
livre interpretação da Bíblia não foi difundida assim tão livremente quanto se
supunha. No entanto, Gilmont conclui que os protestantes, embora sofram algumas
restrições, ainda assim são convidados à leitura, todavia, não se pode afirmar que a
alfabetização em larga escala da sociedade europeia se deu exclusivamente pelo
elemento religioso.
4 Considerações finais