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À G:. D:. G:. A:. D:. U:.

Grande Oriente do Brasil


A:. R:. L:. S:. Honra e Virtude, n° 3834

Venâncio Aires, 05 de julho de 2021.


Caros Irmãos,
S:. F:. U:.

Apresento-lhes meu trabalho, no Grau de Aprendiz, sob o título de:

Beneficência Maçônica

No Rito Escocês Antigo e Aceito é explicado ao neófito que o Tronco de Solidariedade


arrecada dinheiro, denominado metais, que serão distribuídos depois aos necessitados. O
obreiro coloca o seu óbolo na mão e a fecha, coloca-a dentro da bolsa de coleta e lá dentro a
abre e solta a sua doação, deposita para si mesmo, fecha a mão e a retira fechada. Ao retirar a
mão fechada significa que assim como ele pode colocar o que lhe ditar o coração, também
poderá tirar quando necessidades o afligirem. Daí deduzindo que os necessitados a serem
socorridos em primeira instância são os próprios irmãos do quadro.
Existem relatos que creditam a origem deste procedimento como remanescente do
tempo em foi construído o templo de Salomão.
A circulação ritualística da bolsa de solidariedade obedece ao formato de duas estrelas
de seis pontas, que por sua vez são compostas cada uma por dois triângulos um dentro do
outro, em posição invertida.
A marcha inicia no ocidente, entre colunas, em direção ao oriente. O irmão hospitaleiro
coloca a bolsa junto à sua cintura, ao lado esquerdo do corpo e inicia a marcha. Sem olhar
para o que é depositado na bolsa vai passando por todos os obreiros em loja. O Venerável
Mestre, primeiro vigilante e segundo vigilante definem o primeiro triângulo; orador, secretário e
guarda do templo definem o segundo triângulo, o que resulta na primeira estrela; depois passa
pelos oficiais e obreiros do oriente, pelos mestres e oficiais da coluna do sul e pelos mestres e
oficiais da coluna do norte, definindo o terceiro triângulo; companheiros, aprendizes e o
cobridor externo formam o quarto triângulo e completam a segunda estrela. E por fim, o
cobridor externo segura a bolsa, e o próprio hospitaleiro deposita o seu óbolo na bolsa, retoma
a bolsa, lacra-a e conclui o giro da bolsa colocando-se entre colunas. Comunica ao Venerável
Mestre que a tarefa está cumprida e recebe instruções do que deve fazer em seguida.
Normalmente o hospitaleiro leva a bolsa lacrada até o altar do tesoureiro e ambos
conferem o valor coletado. Em seguida o tesoureiro comunica ao Venerável Mestre o valor
arrecadado. Para tornar o momento mágico o mestre de harmonia baixa a intensidade das
luzes e executa músicas suaves.
O retirar de metais não ocorre no instante em que o obreiro retira a mão da bolsa, mas
é solicitado ao Venerável Mestre que determinará a seu critério mandar efetuar sindicâncias,
para só então fornecer os recursos financeiros ao irmão em necessidade. Normalmente sequer
é o beneficiado quem faz a solicitação, na maioria das vezes tal ação parte do hospitaleiro,
mas pode ser qualquer outro irmão do quadro.
É necessário haver sempre uma razão válida, de real valor humanitário para se efetuar
algum socorro. E esta ajuda é feita muitas vezes de tal maneira que o beneficiado sequer sabe
de onde vem o recurso, é feita também de tal forma que não humilhe aquele; tem somente o
objetivo de amenizar o sofrimento de quem realmente necessita. Quando os fundos atingem
valor razoável, parte dele é destinado para obras de beneficência. Nunca é totalmente gasto,
sempre fica um fundo para a eventualidade de haver necessidade de socorrer algum irmão em
real necessidade emergencial.
É pela beneficência que o verdadeiro Maçom se torna digno na procura de alcançar a
glória de merecer de parte daquilo que ele considera do Grande Arquiteto do Universo, o seu
Deus, o prémio de fazer parte da edificação da sociedade.

A .: P.: Alfredo Peixoto Franco

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