Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O MBA em Value Investing com Luiz Barsi vai abrir as inscrições para sua ter-
ceira turma no dia 14 de agosto.
Então já converse com sua família, seus pais, seu cônjuge ou seus filhos e expli-
que que você não quer perder a chance de fazer esse curso de jeito nenhum.
Prepare-se para garantir sua vaga com o maior desconto e não perca o evento
presencial com o maior investidor da Bolsa brasileira!
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
|Prólogo
No verão de 2022, um casal de Laguna, no litoral sul de Santa Catarina, parou
na rodovia para socorrer um homem de 83 anos que sofrera um acidente dirig-
indo uma camionete. Estava começando a chover, a visibilidade diminuía, e ele
acabou caindo numa valeta ao tentar sair da pista principal para a marginal, onde
pretendia chegar a um posto de combustível.
O homem não havia se machucado gravemente, a não ser por algumas luxações
e hematomas, e o casal o convidou para passar a noite na casa deles. O homem
aceitou. Ele saíra de São Paulo pela manhã e estava a caminho de Gramado, na
Serra Gaúcha (seu plano era pernoitar em Laguna antes de seguir viagem no dia
seguinte).
Boa leitura!
3
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
1. O Menino do Quintalão
Luiz Barsi Filho teve uma origem humilde, filho de um descendente de italianos
(de quem herdou o nome) e de uma descendente de espanhóis, Maria Margarida
Ruiz Santos Barsi. Seu primeiro lar foi em um sobrado no bairro paulistano da
Mooca que pertencia aos avós paternos, que viviam no andar de cima, deixando
o térreo para ser dividido entre os pais de Barsi e as famílias de outros três tios.
Barsi tinha pouco mais de um ano quando o pai morreu. A situação, que já não
era muito confortável, piorou. Ele e a mãe tiveram de se mudar para um cortiço
no bairro do Brás, que chamavam de Quintalão. O avô de Barsi não considerava
a nora – a mãe de Barsi – como alguém da família e disse que ela só poderia ficar
na casa da Mooca se pagasse um aluguel alto. A mãe não teve condições financei-
ras, se mudou e começou a trabalhar arduamente, primeiro numa fábrica de cha-
rutos, e, um pouco mais tarde, como vendedora de uma bombonière de cinema.
Desses tempos mais doloridos, Barsi guardou o carinho e a união com sua mãe,
uma mulher trabalhadora e amorosa, rígida quando necessário em relação às mui-
tas travessuras do filho. No entanto, Barsi não romantiza a situação. “Não tinha
nada de bonito na pobreza”, diz ele. “Nunca tive a expectativa de ser um homem
rico. Tudo o que eu queria era nunca mais voltar à pobreza de onde vim.”
À medida que crescia, Barsi começou a trabalhar para contribuir com as despesas
da família. Aos sábados e domingos, ele ajudava a mãe a vender doces no cine-
ma. Nos demais dias, engraxava sapatos na esquina da rua Rangel Pestana com a
Professor Batista de Andrade, também no Brás.
Ele só saiu do cortiço aos 20 anos, quando a mãe usou a indenização que recebeu
ao sair da bombonière do cinema para dar entrada num pequeno apartamento no
bairro (ela passou a trabalhar como costureira num ateliê).
Durante muito tempo, Barsi se distanciou da família paterna, que os tinha ex-
pulso do sobrado em que viviam – e só se reaproximou muitos anos mais tarde.
Na década de 1970, quando já ganhava algum dinheiro, ele comprou um imóvel,
mais tarde demolido para a construção de um galpão.
Para Barsi, foi a infância difícil que o motivou a buscar a riqueza financeira.
“Rico é aquele que se contenta com o que tem”, afirma ele. “Sob esse aspecto,
sempre fui e ainda sou pobre, pois nunca me contentei com o que tinha e ainda
hoje não me contento. É isso que me impulsiona. Não vou parar por aqui.”
4
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
2. O Contabilista
Apesar das dificuldades na infância e de ter de trabalhar como engraxate e vend-
edor de balas, Barsi nunca deixou de estudar. Sua mãe só permitia que ele fizesse
os bicos para ajudar nas despesas da família aos fins de semana ou depois da
escola. Barsi frequentou escolas públicas e, aos 12 anos, entrou em uma escola
técnica de comércio. Com 14 anos, conseguiu um emprego como office boy em
um laboratório de origem americana que prestava serviços à Gessy, fabricante de
produtos de higiene que mais tarde foi vendida ao grupo que hoje é a Unilever.
Durante esse período, ele entregava a maior parte do salário para a mãe, que
administrava as despesas da casa. Ele tinha uma rotina intensa, mas sempre se
cobrava um bom desempenho nos estudos, motivado pelo desejo de melhorar de
vida. Completou o curso de Economia e Contabilidade em 1962, aos 23 anos.
Durante o dia, Barsi passou a trabalhar como auditor, prestando serviços em uma
empresa chamada Ratio. O serviço proporcionou um aprendizado valioso sobre o
mundo empresarial e o mercado financeiro. Ele começou a entender o funciona-
mento das empresas, a importância dos dividendos e a possibilidade de se tornar
sócio de um negócio através da compra de ações.
Foi nesse momento que Barsi percebeu que poderia investir em ações de negócios
promissores e receber os dividendos gerados por eles, além de ter a oportunidade
de lucrar com a valorização das ações no mercado financeiro.
5
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
janeiro de 1962 e tiveram quatro filhos: Ieda Maria, Luiz e os gêmeos Luciano
e Luciane. As diferenças entre o casal, porém, desgastaram a relação. Um dos
principais pontos de conflito era justamente a administração do dinheiro (Barsi
era mais econômico).
Após a separação, ele concordou em ceder a casa onde viviam e pagar uma pensão
alimentícia generosa para seus filhos. Com poucos recursos, Barsi voltou a morar
com a mãe e enfrentou desafios financeiros para sustentar a mãe, a ex-esposa e
os quatro filhos.
Incentivado por amigos, ele começou a frequentar a Bolsa. Apesar de ter pouco
dinheiro para investir, retomou ideia de comprar ações para ganhar dividendos
ou obter lucros com a negociação de papéis voláteis. “Eu era um homem de 30
anos e suspeitava que dentro de mim houvesse certo apetite pelo risco que os
empregos todos que havia tido não satisfaziam”, diz ele. “Talvez a Bolsa tivesse
algo para mim.”
3. O Investidor Iniciante
Naqueles tempos em que não havia internet nem celular, as informações circula-
vam por meio de conversas pessoais.
6
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Naquela época, as negociações eram feitas por meio de títulos ao portador rep-
resentados por cautelas. As negociações eram agitadas e emocionantes, com os
corretores anunciando os preços dos papéis e os investidores gritando suas in-
tenções de compra e venda. A bolsa funcionava no Pátio do Colégio, no coração
do centro de São Paulo.
4. O Sócio de Corretora
No início dos anos 70, a Bolsa de Valores estava em crescimento devido aos
Fundos 157 e comprou uma sede própria – o prédio do antigo Banco Mercan-
til de São Paulo, na rua Álvares Penteado. A bolsa que conhecemos hoje é uma
sociedade de capital aberto, mas naquele momento, funcionava como um clube
formado por 134 sociedades corretoras. Só elas podiam operar. Barsi então de-
7
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Na época, havia mais de 20 Bolsas de Valores no Brasil, mas não demoraria até
que a de São Paulo se consolidasse como a maior do país – o que era natural,
considerando o peso da economia paulista. Foi nesse período que surgiu o pregão
de viva-voz, que perdurou até 2010.
Aos poucos, porém, Barsi percebeu que ser dono de uma corretora não trazia
tanta satisfação quanto ele esperava – as responsabilidades administrativas o af-
astavam do que realmente gostava de fazer, que era operar no mercado. Foi quan-
do ele decidiu vender sua participação na Cruzeiro do Sul e migrar para outra
corretora, a Montanarini, onde atuava como operador de forma independente.
No início dos anos 1970, a Bolsa de Valores de São Paulo passou por uma de suas
maiores crises. Muitas empresas que haviam aberto o capital devido ao grande
volume de recursos proporcionados pelos fundos 157 não se mostraram à altura
do desafio e acabaram falindo. Ao mesmo tempo, o governo era negligente na
fiscalização dos fundos.
Diante desse cenário, Barsi concentrou suas operações de maneira direta em al-
gumas das poucas empresas que mantinham os papéis em Bolsa. Uma delas era a
fabricante de papéis e celulose Ripasa, de Limeira, no interior paulista. Embora
atuasse no mesmo ramo que a Klabin, que ia de vento em popa, a Ripasa não de-
colava. Barsi então foi chamado pelo principal executivo da empresa, que pediu
a ele para agir como market maker, garantindo oferta de compra e venda de seus
papéis. Práticas como essa não são mais permitidas hoje em dia, mas na época
não havia regulamentação.
Barsi trabalhou com a Ripasa por seis meses, e também comprava para si próprio
as ações da empresa, que pagava bons dividendos. Desfez-se dos papéis algum
tempo depois, quando fundos começaram a investir na Ripasa, quintuplicando o
valor das ações – com o dinheiro da venda, comprou ações de uma concorrente,
a Papel Simões.
8
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
5. O Equilibrista
A companhia era liderada por Nagib Audi, industrial nascido em Bauru, filho de
libaneses. Seus balanços eram aparentemente lucrativos e esboçavam perspecti-
vas de crescimento promissoras. A empresa se beneficiou de um mecanismo de
sustentação criado pelo Banco Central, que permitia a negociação de valores para
evitar oscilações dos preços das ações. Esse esquema proporcionou uma valori-
zação constante das ações da Audi, atraindo investidores deslumbrados.
Não foi um caso isolado. Outro exemplo de transação estranha daqueles tempos
envolveu a empresa Tecnosolo. Uma corretora promovia uma falsa espiral de alta
nas ações da empresa, oferecendo recompra garantida por preços cada vez mais
9
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
6. O Teórico
Ele passou a estudar, então, o modelo de aposentadoria nos Estados Unidos, onde
as pessoas se aposentam investindo em ações, recebendo dividendos para pagar
suas despesas – e chegou à conclusão de que investir em ações era uma alterna-
tiva viável e segura para garantir uma aposentadoria tranquila.
Foi essa a origem do estudo “Ações Garantem o Futuro”, que tratava original-
mente sobre como montar uma carteira previdenciária baseada em ações para o
recebimento de dividendos. Barsi mostrou o texto a algumas pessoas – e uma
delas o levou até os executivos da CESP, que pediram ao autor autorização para
publicar o estudo em forma de livro.
Barsi bem que tentou apresentar suas ideias a pessoas importantes do governo –
entre elas o então ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto. Não teve muito
sucesso. Ele, no entanto, se orgulha de ter seguido sua própria estratégia de in-
vestimento, se aposentado com base naquilo que já era proposto em “Ações Ga-
rantem o Futuro”. Foi isso o que o tornou bilionário. Ainda hoje, amigos a quem
10
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
ele apresentou seus estudos nos anos 70 lamentam não terem lhe seguido.
7. O Milionário
Barsi determinou, na época, que sua carteira seria composta por um número lim-
itado de ações – em torno de 12, considerando que se cada uma delas pagasse
dividendos uma vez por ano, ele teria algo próximo a uma renda mensal.
Até pela falta de capital que na época o impedia de fazer grandes investimentos
de uma vez só, Barsi acabou desenvolvendo o hábito de fazer aplicações gradati-
vas – e comprar aos poucos se revelou uma boa estratégia de investimentos.
Uma das bases da estratégia era o fato de que os dividendos são pagos pela quan-
tidade de ações que o investidor possui, e não pelo seu valor de mercado. Portan-
to, o ideal é possuir a maior quantidade de ações possível, e só é possível comprar
muitos papéis quando o mercado está em baixa.
O sonho de Barsi era chegar a ter, nas empresas investidas, uma participação
suficiente para indicar representantes ao conselho fiscal ou de administração e
opinar nos rumos do negócio – o que se concretizou muitas vezes com o passar
do tempo.
11
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Barsi, porém, viu. E foi assim que, em algum momento da segunda metade dos
anos 1970, o menino engraxate que chegou a viver num cortiço se descobriu
milionário. “Certamente fiquei muito feliz quando consultei meu extrato e vi
ali o número que para muitos é mágico, mas esse momento não ficou na minha
memória”, afirma ele. “Embora o primeiro milhão tenha sido importante, não
fiquei satisfeito. Como aliás não me sinto ainda hoje.”
8. O Aposentado
No final da década de 1970, Barsi percebeu que os dividendos pagos pela sua
carteira já lhe garantiam uma renda suficiente para que pudesse se aposentar. Ele
mal tinha 40 anos, e nem passou pela sua cabeça a possibilidade de parar de tra-
balhar. A diferença importante é que, a essa altura, ele já não precisava mais tirar
dinheiro do próprio bolso para investir – os próprios dividendos recebidos eram
recursos para o reinvestimento.
12
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
9. A Raposa
Ao estudar empresas que pagavam bons dividendos, Barsi se encantou com a
Klabin, companhia centenária fundada pelo imigrante lituano Maurício Freeman
Klabin no final do século XIX. A empresa começou como uma gráfica em São
Paulo e se tornou uma das maiores indústrias de papel e celulose do Brasil.
A Klabin, na visão de Barsi, era uma empresa sólida, bem gerida e comprometida
com questões de sustentabilidade, navegando bem pelas crises econômicas. E,
acima de tudo, pagava bons dividendos. O investidor comprou os primeiras pa-
péis da empresa na década de 1970.
Era sabido que a empresa não seguia estritamente as regras do mercado finan-
ceiro. Frequentemente, a Klabin divulgava notas informando o pagamento de
dividendos que já haviam sido efetuados para a família antes de tornar os papéis
“EX-dividendo”. O termo significa que o preço das ações é ajustado para baixo,
descontando o valor dos dividendos pagos. A Klabin possuía ações nominativas
e ao portador, sendo que as ações nominativas se tornavam EX na data da assem-
bleia ou divulgação dos resultados, enquanto as ao portador precisavam aguardar
a determinação dessa data.
No dia seguinte, Barsi decidiu vender suas ações da Klabin na Bolsa. Pôs na
tabuleta um valor acima do preço EX-dividendo e encontrou compradores dis-
postos a pagar pelo valor pedido. Ao perceber o que tinham feito, muitos vol-
taram para reclamar - mas Barsi argumentou que ele apenas deixou a oferta escri-
ta na tabuleta. Foram os compradores que decidiram adquirir as ações pelo valor
13
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
pedido. O investidor comprovou seu argumento: havia otários na Bolsa. “Não fui
eu que vendi, foram eles que compraram”, diz.
Anos mais tarde, em 2014, Barsi diz ter tomado o troco. Ao ingressar no nível 2
de governança corporativa do novo mercado, a Klabin alterou as regras que as-
seguravam o pagamento de 10% de dividendos adicionais aos acionistas prefer-
enciais (como era o caso dele na época), substituindo-as pelo direito de tag along
(que garante aos minoritários o direito de receber pelas ações o mesmo valor
pago aos majoritários em caso de venda da empresa).
Barsi não gostou, pois tinha ações preferenciais com o objetivo de maximizar
dividendos. Chegou a escrever uma carta à SEC (Securities and Exchange Com-
mission) nos Estados Unidos, buscando proteção como acionista minoritário,
mas a SEC informou que a questão deveria ser resolvida na Justiça brasileira.
Barsi argumenta que a experiência dele nos turbulentos anos 80 comprova que
as ações são a melhor maneira de proteger o dinheiro da inflação. Apesar dis-
so, muitos brasileiros têm receio de investir nas empresas e preferem opções de
renda fixa oferecidas pelos bancos, pagando altas taxas de administração. Além
disso, é impressionante para ele que muitos investidores não tenham a adequada
percepção de risco em ativos como criptomoedas, mas desconfiam do mercado
de ações.
Barsi argumenta que a renda fixa não proporciona ganhos reais e não resulta em
acúmulo de riqueza. Ele defende a ideia de investir em ações como forma de se
proteger da inflação, principalmente por meio do recebimento de dividendos.
14
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
A ressalva: as pessoas não devem ter medo de comprar ações, desde que o façam
com o propósito de investir, não de especular. Para ele, quem entra no mercado
com mentalidade especulativa sempre será um perdedor no longo prazo. “O único
jeito que descobri de enriquecer com ações é bem menos mirabolante: comprar,
guardar e reinvestir”, diz ele.
Após tomar posse, Collor implementou medidas drásticas: o dinheiro dos brasile-
iros foi confiscado, com um limite de saque de 50 mil cruzeiros, e o restante fi-
caria bloqueado nos bancos por 18 meses. A maioria das pessoas nunca recuperou
esse dinheiro. Segundo os jornais da época, o total de recursos dos brasileiros em
aplicações, poupança e conta corrente era de 120 bilhões de dólares, dos quais 95
bilhões foram bloqueados.
Com sua filosofia de investimentos, porém, Barsi não tinha dinheiro aplicado
nas modalidades afetadas pelo plano. Collor capturou todos os ativos, menos as
ações – e alguns dias depois do confisco das aplicações nos bancos, Barsi rece-
beu dividendos do Banco Bandeirantes.
15
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Nahas foi uma figura polêmica no mercado financeiro brasileiro. Ele era conhe-
cido por seu estilo agressivo e arriscado de investimento. Muitos o culpam pela
quebra da Bolsa do Rio de Janeiro – Barsi, no entanto, acredita que houve no
caso responsabilidade também dos então dirigentes da Bovespa, responsáveis por
mudanças nas regras que prejudicaram Nahas.
Nascido no Líbano, Nahas chegou ao Brasil em 1969 com uma pequena fortuna.
Ele era conhecido por suas transações ousadas e pela habilidade em manipular o
mercado. Uma de suas estratégias era a criação de “camas de gato”, nas quais os
investidores ficavam presos em armadilhas complexas.
Para Barsi, Nahas se beneficiou dessas práticas, girando grandes quantias e re-
alizando operações duvidosas, como comprar e vender ações para si mesmo por
meio de laranjas.
Num dado momento, a Bolsa de São Paulo tomou medidas para restringir as
atividades de Nahas, exigindo que 30% das operações fossem liquidadas no dia
seguinte. Essa mudança dificultou suas operações e limitou sua capacidade de
comprar ações sem dinheiro em mãos.
16
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
12 – O Consultor
Ao longo de sua trajetória como investidor, Luiz Barsi Filho sempre esteve liga-
do a corretoras que lhe ofereciam estruturas profissionais para atuar. Depois de
vender a Cruzeiro do Sul, ele passou por Montarini, Barros Jordão e Souza Bar-
ros. Operou por muito tempo também na Cobansa, até que essa corretora fosse
vendida para o grupo Votorantim. Em 1994, ele iniciou uma parceria com a Elite,
que só começou a enfraquecer em 2019.
Nos anos 90, Barsi já era um homem rico, mas levava uma vida simples. Ainda
dividia um apartamento com a mãe. Foi nessa época que iniciou o relacionamen-
to com sua atual esposa, Magaly, com quem teve uma filha, Louise Barsi.
Problemas de saúde, porém, fizeram com que Barsi passasse a ter mais cuidado
com a qualidade de vida. Barsi sofreu seu primeiro infarto quando Magaly ainda
estava grávida de Louise, que nasceu em setembro de 1994.
Barsi estava a caminho do seu primeiro bilhão, mas mantinha uma rotina sem
ostentação. Enquanto crescia, Louise ouvia do pai as primeiras lições sobre ações
(ele dizia que eram pequenas partes de boas empresas). Aos 14, ele montou para
ela uma carteira composta de ações da Ultrapar, que renderiam o equivalente a
300 reais por mês em dividendos, que seriam a mesada.
17
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
tênis.
Um exemplo: em 1998, Barsi tinha ações do banco Noroeste há mais de duas dé-
cadas quando essa instituição foi comprada pelo Santander, que estava reforçan-
do sua presença no Brasil. O Santander pagou um bom valor pelas ações aos mi-
noritários – Barsi recebeu um cheque de 5 milhões de reais pela sua participação,
o que na época era o maior valor que ele havia recebido de uma única vez. Esse
dinheiro foi reinvestido na Klabin e no Banco do Brasil.
Nem todas as experiências, porém, foram tão boas. Barsi descreve, por exemp-
lo, o caso do Banco Econômico. Em meados dos anos 1980, ele havia adquiri-
do ações dessa instituição com base em condições de pagamento favoráveis em
relação aos dividendos que seriam distribuídos. No fim das contas, a operação foi
lucrativa. Em 1995, no entanto, o Econômico acumulava prejuízos e sofreu inter-
venção do Banco Central. Cerca de 900 mil clientes tiveram as contas bloqueadas
e 276 agências fecharam as portas. Pipocaram denúncias de que o patrimônio do
banco havia sido desviado para contas dos controladores em paraísos fiscais. Em
2007, o banqueiro Ângelo Calmon de Sá foi condenado por gestão fraudulenta.
Barsi tinha 35 milhões de ações e acabou perdendo uma grande soma.
Outra experiência negativa foi com o Banco Nacional, que faliu devido a fraudes
e maquiagem nos balanços, resultando em perdas financeiras. Barsi também per-
deu dinheiro com o Banco do Progresso, que pediu falência, e com o Banco Ban-
deirantes, que foi vendido por um valor baixo, reduzindo seus dividendos.
No geral, porém, Barsi mantém a confiança no setor bancário. “Não tenho certeza
se a melhor maneira de descrever o que houve é que eu tenha perdido muito com
os bancos nos anos 90”, diz ele. “Na verdade, deixei de continuar ganhando.”
18
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Ainda hoje, o Banco do Brasil ainda é um dos ativos mais importantes da sua
carteira.
14. O Visitador
Os eventuais equívocos numa trajetória de 50 anos não abalaram as convicções
de Luiz Barsi Filho. Cada um dos fracassos (e não foram muitos) o ajudou a aval-
iar melhor as empresas. Para ele, é fundamental conhecer o que existe em cada
companhia além daquilo que as cotações mostram. Para isso, a melhor tática é
visitar as empresas e conhecer as fábricas, complexos industriais e escritórios.
Nessas ocasiões, ele procura perceber o estado de espírito dos colaboradores e
como isso se reflete no ambiente empresarial.
Uma vez superadas as perdas com os bancos e os dois infartos, Barsi aproveitou
a estabilidade financeira e passou a fazer viagens mais longas com sua família.
19
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Ele, Magaly e Louise faziam viagens de carro para Gramado, no Rio Grande do
Sul, e dali para Buenos Aires, visitando novas cidades ao longo do caminho. Eles
também comemoraram o aniversário da filha na Disney e fizeram uma viagem de
40 dias pela Europa.
Barsi menciona que mesmo durante essas viagens, ele mantinha contato com co-
legas de trabalho e acompanhava o mercado financeiro diariamente.
A essa altura, porém, o fato de o país estar em crise não significava que Barsi
também estaria. Ele sempre aproveitou esses momentos, geralmente relacionados
a períodos de baixa nos preços das ações, para comprar barato papéis de boas em-
presas. Esse mesmo raciocínio serviu para as crises que vieram de fora do Brasil,
como a do subprime, em 2008.
Eventos políticos nunca deixam de interferir no mercado. Mas ele gosta de relem-
brar uma frase do megainvestidor americano Warren Buffett: sempre que pos-
sível, devemos manter nossa atenção nas empresas, deixando a política para os
políticos.
Nas crises mais recentes, Barsi sempre esteve a postos para comprar. Um exem-
plo foram seus investimentos na Unipar, uma empresa do setor petroquímico,
cujas ações adquiriu quando seus valores estavam extremamente baixos.
20
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
No início dos anos 2000, o governo Lula decidiu estruturar o setor petroquímico
no país, criando três polos em parceria com empresas privadas, sendo a Unipar
uma das candidatas para uma parceria com a Petrobras.
Barsi começou a comprar ações da Unipar em 2006, quando estavam sendo nego-
ciadas a 2,10 reais. Naquela época, o Brasil estava em uma fase de crescimento
econômico e a demanda por produtos petroquímicos estava em alta. A Petrobras
exigiu que a Unipar expandisse sua produção, e a empresa tomou um empréstimo
bilionário do BNDES para atender a essa demanda crescente.
É nesse ponto que Barsi explica a metáfora do “jacaré de boca aberta”. Os jac-
arés, diz ele, ficam parados com a boca aberta esperando a oportunidade de que
um passarinho pouse ali em busca do alimento que fica preso entre seus dentes
– é nesse momento o abocanham. Isso aconteceu, por exemplo, quando um acion-
ista da Unipar, insatisfeito com a situação da empresa, vendeu a Barsi uma par-
ticipação de 10%, dando a ele uma posição significativa no capital da companhia.
As ações da Unipar levaram quase uma década para se valorizar muito além do
ponto que Barsi previa quando começou a comprá-las. Poucos tiveram, como ele,
paciência e disciplina para esperar. Quem esperou teve lucros estratosféricos.
21
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
17. O Guerreiro
No começo dos anos 2000, Luiz Barsi Filho começou a comprar ações da Eternit
devido aos bons dividendos que a empresa pagava. A Eternit era conhecida por
sua estabilidade e capacidade de pagamento, sendo considerada uma ação defen-
siva. Havia, no entanto, um problema: uma das suas principais matérias-primas
para a fabricação de telhas era o amianto, considerado cancerígeno sob determi-
nadas condições de manejo. Essa substância era crescentemente alvo de apertos
na regulamentação, sendo proibida em várias partes do mundo.
A pressão para banir o amianto no Brasil aumentou e, em 2017, seu uso foi proi-
bido. A Eternit, cujos dividendos já vinham minguando, precisou entrar com um
pedido de recuperação judicial para proteger-se de dívidas significativas.
Apesar das diferenças daquele período, Barsi e Lirio Parisotto têm filosofias de
investimento semelhantes. Hoje ambos mantêm a proximidade e uma admiração
mútua. A Eternit passou pela recuperação judicial, adaptou suas fábricas para
usar fibras alternativas e busca retornar como uma empresa saudável. Barsi man-
22
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
18. O Turrão
Nem mesmo investidores experientes como Luiz Barsi Filho estão livres de
equívocos. Um dos que ele costuma contar é o do investimento na empresa de
telecomunicações Oi, que em 2012 prometia pagar 8 bilhões de reais em dividen-
dos nos três anos seguintes. A promessa acabou não sendo cumprida – e Barsi se
desfez das ações da companhia com prejuízo.
Outra experiência negativa foi com a Embratel, que durante décadas deteve o
monopólio das telecomunicações no Brasil. A empresa foi privatizada no gov-
erno FHC, nos anos 1980, quando foi adquirida pela americana MCI. Barsi era
acionista da companhia em 2004, quando a MCI vendeu a Embratel para a Tel-
mex, controlada pelo magnata mexicano Carlos Slim, que logo manifestou a in-
tenção de fechar o capital da empresa.
Barsi protestou contra isso, alegando que a medida era proibida pelo edital de
privatização. Não deu resultado: a Embratel fechou o capital em 2012. Barsi op-
tou por não vender suas ações, o que resultou em papéis sem liquidez e de difícil
negociação.
Barsi afirma que sempre buscou estimular os filhos a seguir seus passos e con-
struir carteiras que pagassem bons dividendos. Louise é quem melhor representa
suas filosofias de investimento. Com dois sócios – Felipe Ruiz e Fabio Baroni
–, ela criou um negócio digital chamado AGF (Ações Garantem o Futuro) para
difundir o Jeito Barsi de Investir, a filosofia de investimentos de seu pai. Atual-
mente Louise participa de conselhos de empresas e tem um olhar atento para o
mercado de investimentos.
Em 2008, dez anos depois do segundo infarto, uma anomalia em seu eletrocardio-
grama durante uma consulta de rotina levou Barsi a uma cirurgia cardíaca para
colocar cinco pontes de safena. A operação foi bem-sucedida, mas a recuperação
foi difícil, dolorida e traumática – e ele ainda contraiu pneumonia. Num certo
dia, um dos médicos que o atendia tentou relacionar a ocupação de Barsi no mer-
cado financeiro com seus problemas cardíacos – mas ao final acabou pedindo
recomendações de investimento.
23
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Outra empresa que reduziu os dividendos aos acionistas é a Ultrapar. Entre out-
ros empreendimentos, a empresa é dona dos postos de combustíveis Ipiranga,
da distribuidora de gás Ultragaz e da petroquímica Oxiteno. A remuneração dos
acionistas, porém, caiu quando a companhia adquiriu a rede de farmácias Extra-
farma, um negócio muito distante do seu DNA original. Barsi decidiu, então, se
desfazer dos papéis que detinha.
Ele afirma, no entanto, não ser impaciente quando a redução dos dividendos é
temporária. É o caso da companhia de energia AES, que em 2021 deixou de pagar
dividendos devido à crise hídrica que prejudicou ou o setor elétrico.
24
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Outro exemplo é o da Cosan. Ele decidiu investir na empresa, que abriu seu
capital em 2005 como uma empresa de açúcar e álcool. Na época, o CEO da em-
presa, Rubens Ometto, afirmava que um dia as petroleiras se associariam a ela.
Em 2010, quando a Cosan fez uma associação com a British Petroleum (BP) e
adquiriu os postos de combustível da Shell no país, Ometto foi elogiado. Barsi
comprou ações da Cosan pouco depois desse evento, a preços entre 2,80 e 3 reais
por ação, e as vendeu por cerca de 90 reais quase uma década depois.
20. O Polemista
No final de 2012, a presidente Dilma Rousseff enfrentou aumentos significativos
nos custos de energia elétrica, e ela tentou conter esses aumentos com um decre-
to. Em setembro daquele ano, ela emitiu uma medida provisória, a MP 579, com
novas regras para concessões no setor elétrico. A MP indicava que a intenção de
praticar preços mais baixos seria decisiva para a renovação dos contratos e para
o pagamento de uma indenização futura. A Eletrobras, empresa estatal do setor
elétrico, anunciou que seguiria as novas regras.
25
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
1 real em um ano.
A reação de Luiz Barsi Filho? A um jornal, ele declarou que Dilma merecia um
beijo na boca. Graças a ela, ele podia comprar ações da Eletrobras a preços muito
baixos.
Mais uma vez, a filosofia de Barsi foi posta à prova – e passou no teste. Aos
poucos, o mercado foi se recuperando. A bolsa voltou a subir. “Aprendi que é
preciso ter um pouco de sangue de barata para operar na bolsa, ignorando o curto
prazo, pensando a médio e longo prazo”, diz ele. Para toda crise, há um antídoto,
sejam as próximas eleições para substituir um governante, políticas públicas para
debelar problemas econômicos e financeiros e vacinas para lidar com questões
sanitárias. A grande lição da pandemia, para Barsi, foi sobre a necessidade de ol-
har para o futuro e se preparar para enfrentar situações inesperadas, que possam
afetar a fonte de receita de uma pessoa ou empresa.
Em 2021, ele decidiu investir no IRB, a maior resseguradora do país, que passava
por um processo de reconstrução de sua credibilidade. Ele acreditava que a em-
presa estava sendo negociada abaixo de seu valor real.
O IRB foi criado em 1939 e foi uma estatal até ser transformado em empresa mis-
ta nos anos 1990. Em 2017, a empresa abriu o capital e teve uma valorização ini-
cial, com suas ações chegando a valer 45 reais. Em 2021, quando Barsi começou
a comprá-los, esses papéis estavam cotados a pouco mais de 5 reais – e continu-
26
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Ele acredita que parte do que aconteceu com as ações do IRB se deve ao “aluguel
de ações”. Por esse mecanismo, um acionista empresta suas ações para toma-
dores que precisam delas temporariamente. Os tomadores muitas vezes realizam
vendas a descoberto, ou seja, vendem ações que não possuem na expectativa de
recomprá-las a um preço mais baixo e obter lucro.
Apesar de o aluguel de ações ser permitido em vários países, o autor destaca que
no Brasil essa prática é mais intensa, especialmente devido à predominância de
especuladores em relação aos investidores. Quando há uma grande quantidade
de ações alugadas e vendidas no mercado, a tendência é que os preços caiam. O
IRB, por exemplo, tinha 135 milhões de ações alugadas em 2021, o que exercia
uma pressão negativa sobre o preço.
Barsi ressalta que, apesar de cometer erros, ele acredita no que está comprando.
Não é a primeira vez que acontecem situações como essa, em que ele vai na con-
tramão do mercado.
Há muitos exemplos disso. No passado, Barsi diz ter sido chamado de louco por
comprar determinadas ações – mas sua persistência foi recompensada pela valo-
rização das ações. Foi o que aconteceu com a Suzano, que ele começou a comprar
por 3,80 reais – os papéis chegaram a 60 reais.
Ele acredita que situações semelhantes aconteçam com o IRB e com outras com-
panhias, como a Cielo. Fundada em 1995, essa empresa é uma provedora de
tecnologia e serviços para o varejo. Apesar da concorrência acirrada e da queda
na utilização das maquininhas da Cielo, Barsi confia na capacidade inovadora da
empresa e em seu potencial de recuperação. Ele comprou ações da Cielo quando
estavam sendo negociadas a 2 reais, considerando que estavam subvalorizadas.
27
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
21. O Filósofo
Num país tão desigual como o Brasil, é natural que um investidor como Luiz
Barsi Filho desperte curiosidade nas pessoas. Frequentemente perguntam se ele
gasta dinheiro. Sua resposta é que gasta, sim, mas com racionalidade e rein-
vestindo a maior parte do que ganha. Ele critica aqueles que tratam o dinheiro
como algo descartável.
Essa é uma das razões que o torna muito criterioso na hora de investir. Quando
não encontra oportunidades interessantes, opta por deixar o dinheiro na renda
fixa para preservar o capital. É, nas palavras dele, a situação em que jacaré fica
com a boca aberta.
Segundo Barsi, ele continua fazendo o mesmo que fazia em 1971, quando começou
a investir em ações. Antes de aplicar seu dinheiro numa empresa, procura reunir
todas as informações disponíveis e entra em contato com o CEO, o presidente
do conselho e o diretor de relações investidores. Ele recentemente fez isso com
o diretor de RI da Auren, plataforma de comercialização de energia que resultou
da união dos ativos da CESP com a Votorantim e o fundo CPP (Canada Pension
Plan), para expressar sua preocupação com o aluguel de ações e como isso pode-
ria afetar o valor das ações da empresa.
Seu objetivo com o livro “O Rei dos Dividendos” foi deixar um legado e compar-
tilhar a experiência de enriquecer no mercado de ações. Ele destaca a importância
de prioridade, disciplina e paciência como elementos decisivos e a necessidade
de se manter uma abordagem técnica e analítica, com foco no médio e longo pra-
zo.
28
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
Barsi só lamenta não ter convencido mais pessoas a investir em empresas bra-
sileiras para promover o progresso do país e a riqueza individual. Ele encoraja
os investidores a pensarem em si mesmos como pequenos donos de empresas e
a terem uma mentalidade de longo prazo – mesmo que para isso seja necessário
começar com investimentos muito pequenos, como foi o caso dele próprio.
Hoje em dia, porém, ele vê cada vez mais pessoas interessadas em descobrir sua
filosofia de investimento – e atribui isso à filha caçula, Louise. Ela e seus dois
sócios têm se empenhado para divulgar o Jeito Barsi de Investir, que consiste no
seguinte
29
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
30
RESUMO DO LIVRO “O REI DOS DIVIDENDOS”
|Epílogo
Ao final do livro, Luiz Barsi Filho se pergunta: “o que será do dinheiro que gan-
hei e investi quando eu me for?”
Aos 84 anos, ele faz algumas reflexões. Acredita, por exemplo, em uma força
suprema capaz de criar elementos e realizar façanhas que não estão ao alcance
do homem: o Sol, o vento, a Lua, os mares. Ele lembra da mãe, de quem cuidou
até o último dia de vida, fazendo tudo o que era possível — mas a hora da morte
chega e ninguém é capaz de revertê-la.
Barsi demonstra gratidão pela vida – tem uma boa casa, uma boa cama, passei-
os, boa comida e nada lhe falta. Trabalha todos os dias, observando até hoje as
oscilações do mercado. Costuma fazer a melhor refeição do dia com a esposa e,
às vezes, com a filha caçula. Depois, tira um cochilo antes de voltar a revisar as
operações do dia.
Ele guarda com carinho memórias de programas com a família, passeios e via-
gens – como a que fez nos anos 80 para a Patagônia argentina. Lá, num povoado
chamado San Martin de Los Andes, os locais contaram sobre um Iago que valia
a pena conhecer — o Lácar. Barsi lembra que o lago era lindo e plácido. Diante
dele, tirou as sandálias e se aproximou com cautela, sentindo as pedrinhas do
leito do lago pinicando a sola dos pés. A água estava gelada, apesar do sol bril-
hante. Olhando as montanhas e o lago, ele pensou: “Se eu tiver que morrer aman-
hã, sinto muito, mas vou dizer à morte que volte daqui a seis meses”, relembra
ele. “Talvez eu pense assim até hoje.”
31
MBA EM VALUE INVESTING
COM LUIZ BARSI
Quer aprender todas as técnicas de seleção de ações do maior investidor pes-
soa física da Bolsa brasileira?
O MBA em Value Investing com Luiz Barsi vai abrir as inscrições para sua ter-
ceira turma no dia 14 de agosto.
Então já converse com sua família, seus pais, seu cônjuge ou seus filhos e expli-
que que você não quer perder a chance de fazer esse curso de jeito nenhum.
Prepare-se para garantir sua vaga com o maior desconto e não perca o evento
presencial com o maior investidor da Bolsa brasileira!