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Sebastião Afonso é mentor financeiro, formado em produção
de gás natural em canada, licenciado em gestão e administração
de empresas e certificado em finanças e negócios pelos Gurus
T. harv eker e bob protor. Atua nos mercados imobiliários e
financeiros. Sebastião é criador do Seminário das 3
Liberdades que ajuda pessoas a alcançar liberdade financeira
atraves do método múltiplas fontes de renda e autor do livro ser
rico, já ministrou vários cursos e mentorias em investimentos
nacional e internacional. Acompanha dezenas de profissionais
para o sucesso nos investimentos.
Falar agora com o Autor

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Sobre a versão digital
Essa versão do livro Ser Rico foi produzida e distribuída pela
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Quais São as Suas Credenciais Para Falar Sobre o
Assunto?
Quando, em Abril de 2019, decidi contar a um amigo
sobre a minha intenção de escrever um livro sobre educação
financeira e desenvolvimento pessoal, pairou, no nosso seio,
um silêncio ensurdecedor, a sua voz ficou embargada e o seu
semblante tornou-se tão céptico, como o de um estudante
cristão defensor do criacionismo a ser forçado a crer na teoria
da evolução das espécies.
Com a voz trémula, perguntou-me vivamente, num tom
irónico e sem meias palavras: “Quais são as suas credenciais para
falar sobre riqueza, prosperidade, sucesso financeiro e desenvolvimento
pessoal?”
Assim como aquele meu amigo, é provável que o
estimado leitor tenha tido a mesma inquietação, quando se
deparou com a capa deste livro e, pior ainda, por reparar que o
seu autor não é um “norte-americano” ou “brasileiro” – os
gurus nestas matérias. Assim, antes de qualquer cogitação,
gostaria de contar-lhe a história que está por detrás deste livro.
Chamo-me Sebastião Kengue Afonso, jovem de 34 anos,
natural do Tomboco, província do Zaire. Durante a minha infância,
vivi no Município do Soyo, onde, como qualquer jovem daquela
província, desde mais cedo, sonhei em trabalhar na Industria
Petrolífera, por influência dos pais dos amigos e colegas de escola. Era
visível o quão bem viviam, pelas posses que detinham. Confesso que
cobiçava ter a mesma vida, quando crescesse.
Os meus pais sempre foram muito pobres. Nós morávamos
numa casa de um quarto e sala, alugada, com toda a família e
tínhamos dificuldades em ter uma refeição condigna. O meu pai
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trabalhava como professor, e a minha mãe, no mercado municipal do
Soyo.
Aos 17 anos, decidi sair de casa e fazer a minha vida, e isto me
custou caro: Procurei por vários empregos, mas sem sucesso. A
convite de um amigo, começámos a fazer táxi - eu como cobrador e ele
como motorista. Tempo depois, consegui a minha carta de condução e
comecei a fazer táxi como motorista, entretanto apenas de ‘falidas’;
mas, isso não durou muito. Passado algum tempo, fiquei sem carro
para as tais ‘falidas’.
Em 2007, um primo meu convidou-me para trabalhar na sua
empresa sem proposta de contrato e sem salário, simplesmente aceitei o
convite. Passados 6 meses (já em 2008), surge uma oportunidade de
bolsa de estudo na empresa onde prestávamos serviços, na Angola
LNG. Em 2009, fui para Canadá e, em 2012, depois de me formar
regressei ao país. No mesmo ano, comecei a trabalhar e a obter o
dinheiro que tanto almejava: foi um sonho tornado-se realidade.
Além de Canadá passei, igualmente, pela Indonésia. Na altura,
fui colocado na área de produção da petrolífera Angola LNG, sedeada
na província do Zaire, Município do Soyo, com uma proposta de
salário generoso (em dólares norte-americanos). Nesta fase, achei que,
com o salário que auferia, teria uma vida abastada, que seria rico –
como se costuma dizer. Achei que todos os meus problemas estariam
resolvidos, que teria realizado todos os meus sonhos e que daria a mim
e à minha família tudo de bom e de melhor.
Pouco tempo depois, percebi que tudo aquilo era ilusão, pois as
despesas sempre superavam o meu salário e, no final do mês, acabava
sempre em dívidas e contas a pagar. Ao passar por essa situação,
‘joguei a kixikila’ e, várias vezes, perguntei-me “como era possível os
meus colegas, que auferiam o mesmo salário que eu, puderem ter uma
vida mais tranquila e financeiramente livre de quaisquer
preocupações”.

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Em 2015, constituí uma empresa, a Sky Laundry SU, Lda,
projecto de lavandaria que acabou falindo por uma gestão e
inexperiência da minha parte. Este facto marcou-me profundamente e
deixou-me traumatizado por muito tempo, com medo de falhar ao
ponto de evitar toda e qualquer iniciativa relacionada ao
Empreendedorismo.
No mesmo ano, quando a crise do petróleo começou a criar
enormes desafios à indústria petrolífera e por extensão à empresa na
qual trabalhava, o meu nome foi um dos vários a constar na lista do
pessoal a ser demitido. Foi um dos momentos aterrorizantes na minha
vida! Se, mesmo com o salário, era desafiante gerir as contas, não me
via aguentar e administrar a minha vida desempregado. Em pouco
tempo, evaporaram-se os meus sonhos com pensamentos negativos,
comecei a debilitar a minha saúde física e emocional.
Tudo mudou quando um colega de outro departamento, ao
aperceber-se da minha falta de vontade de viver e do meu estado
debilitado, lembrou-me que havia um enorme potencial em mim, que
bastava acreditar em mim mesmo e revestisse os meus pensamentos,
que a situação ia reverter-se da miséria à abundância.
Quando comecei a recuperar, fui a uma palestra, onde conheci
o livro “O Segredo”, de Rhonda Byrne, que me levou ao livro “A
Ciência de Ficar Rico”. Assisti ao filme “O Segredo” e às várias
palestras, no Youtube, sobre o assunto. Li variados livros sobre “A lei
da atracção” e como não conseguia alcançar resultados imediatos,
piorei ainda mais o meu estado, frustrando, assim, as minhas
expectativas em relação à prosperidade, dinheiro e riqueza.
Insatisfeito com os resultados, voltei a assistir ao filme “O
Segredo”, voltei a assistir à palestra no Youtube, e alguns aspectos
começaram a fazer sentido. Conheci o professor Marco Trombetta,
garimpeiro, que saiu do zero para milionário estudando a lei da
atracção. Comecei a estudar com uma equipa fabulosa de autores,

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pastores, professores, realizadores, designers e editores, dentre os quais,
Bob Proctor, Tonny Robins, Brayn Tracy, Jim Rom.
Depois de ter lido o livro “A Ciência de Ficar Rico”, nunca
mais parei de o ler e aplicar os seus princípios. Depois disso, comecei a
criar múltiplas fontes de rendas, que me levaram a ter liberdade
financeira em tão pouco tempo.
Assim, finalmente, percebi que o meu problema era não saber
exactamente o que queria, os pensamentos antecipatórios bloqueavam
a possibilidade de materialização dos meus sonhos, criando um escudo
para o sucesso. Hoje, sinto-me realizado, aposentar-me-ei aos 35 anos e
sou co-proprietário ou sócio em vários negócios – desde ourivesaria,
imobiliária e pesca. Portanto, o ‘Segredo’ está em sabermos o que
queremos, em sermos resilientes diante das circunstâncias menos
positivas da vida e, com determinação, correr atrás e nunca
desistirmos dos nossos sonhos!
Nos dias que correm, a minha missão de vida tem sido ajudar
pessoas a atingir a liberdade financeira, sem ter que passar pelas
adversidades que passei, facilitando o progresso destas pessoas rumo à
verdadeira prosperidade.
Por isso, neste livro – através da sabedoria de Bob Proctor,
Tonny Robins, Brayn Tracy, Jim Rom, Wallace Wattles, Patrícia
Horan, Joseph Marth, Napoleon Hill, Robert Kyosaki, Joseph Murphy,
Rhonda Byrne, Dale Carnegie, T. Harv Eker e tantos outros,
poderei contar para você – ao detalhe - como em quase cinco
anos, apesar de todas as adversidades impostas e um fraco
desempenho da nossa economia, consegui criar múltiplas
fontes de renda que sustêm o meu estilo de vida e da minha
família. Mas, antes vamos embarcar para uma viagem talvez
nunca antes feita – para compreender como as invisíveis leis do
universo e a matéria informe concorrem para o nosso bem e
como elas conspiram positivamente para a nossa realização
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pessoal, espiritual, profissional e financeira quando estamos
abertos a ela.
Poderemos desconstruir um conjunto de tabus sobre o
dinheiro, muito da nossa matriz político-cultural, e ajudá-lo-ei a
perceber como adoptando uma mentalidade de riqueza e
prosperidade é a forma certa de pensar para compreender como se
tornar rico.

Você está convidado!

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Reivindique o Seu Direito de Ser rico
“É de domínio público que todos nascemos iguais. Mas, será que todos
temos direito de ser rico?”
O direito à propriedade e a uma vida abundante é um
direito que cabe a todos os seres humanos, sem excepção de cor,
nacionalidade, país, religião ou convicção partidária ou
qualquer outro critério de segregação das pessoas. Em princípio,
ninguém deveria ter quaisquer vantagens para acumulação de
fortunas ou riqueza em função de qualquer aspecto
anteriormente mencionado – conforme elucida o n.º 2 do Art.
23.º da Constituição da República de Angola (CRA):
“Ninguém pode ser prejudicado,
privilegiado, privado de qualquer direito
ou isento de qualquer dever em razão da
sua ascendência, sexo, raça, etnia, cor,
deficiência, língua, local de nascimento,
religião, convicções políticas, ideológicas
ou filosóficas, grau de instrução,
condição económica ou social ou
profissão.” (CRA, 2010)
Estimado leitor, os direitos humanos e, se quisermos, o
direito de ter um bem, não são privilégios que a Constituição e a
Lei lhe conferem. Eles são seus, independentemente de
quaisquer circunstâncias e quer você os conheça, quer não!1 Por
isso, reivindique-os.

1 Angola foi admitida como membro das Nações Unidas em 1976. O nosso país aderiu e ratificou 11 tratados
internacionais de Direitos Humanos, dentre os quais, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O
estimado leitor poderá conferir os vários direitos declarados, na Constituição (2010), nomeadamente, o direito
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Infelizmente, ao longo da nossa vida, é-nos passada a
ideia de que os direitos humanos “são privilégios que nos são
atribuídos” pela Constituição e pela Lei. Eu acho essa ideia um
erro grave que, inconscientemente, leva à inacção e aprisiona
muitas pessoas a lutarem pelos seus sonhos. Repor a verdade
sobre isso é fundamental e fará toda a diferença na vida de
quem quiser começar a caçar a fortuna.
Mas, talvez haja quem diga que a grande maioria dos
países de matriz cristã (como o nosso) é menos desenvolvido
nos vários domínios e, pior ainda, que não é possível ser rico
num país monetariamente pobre. Será essa ideia verdadeira?
Este será um assunto que me deterei em analisar no próximo
tópico. Veremos como os sábios e fervorosos homens de Deus
concebiam a ideia de riqueza além da dimensão espiritual.

Texto-chave
1. Você nasceu livre e, como qualquer um, tem o direito de ficar rico.
2. Esqueça a ideia de que algumas pessoas foram destinadas à fortuna
e outros à miséria.
3. A Constituição, a Lei e a Declaração Universal dos Direitos
Humanos declaram que todos nós, sem excepção, somos chamados a
uma vida de abundância.

à propriedade privada e à livre iniciativa (Art. 14.º), o princípio da igualdade (Art. 23.º), o direito à vida (Art.
30.º), dentre outros.
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O Cristianismo e o Aumento da Pobreza Monetária
“O dinheiro é a raiz de todos os males?” – Uma das várias questões
colocadas reiteradamente ao longo dos meus treinamentos de mentoria
financeira.
Apesar de o Estado angolano não ter uma religião como sua
matriz de fé, isto é, ser laico (cf. Art. 10.º da CRA), 71% da sua
população diz ser cristã2.

Em 2019, o nosso país contava com cerca de 77 igrejas


legais e mais de 2000 confissões religiosas eram tidas como
ilegais. Dentre as principais causas, para a proliferação
vertiginosa de igrejas e seitas 3 , um pouco por todo país, a
pobreza ocupa o topo da lista.
Em Dezembro de 2019, o Instituto Nacional de
Estatísticas (“INE”) fez saber que, em 2018/2019, 41% da
população angolana vivia no limiar da pobreza (cerca de 12
milhões de pessoas) e estas viviam com 1,90 dólares por dia!
Traduzindo em miúdos os dados do INE, quase metade
da população angolana é ‘‘monetariamente pobre’’ e vive com
menos de 1.000 (Mil) kwanzas por dia!
“Mas, por que há tanta pobreza em Angola?” “Como explicar
o porquê da grande maioria da população [que diz ser cristã], viver na
penúria e na miséria quando a Bíblia (a “Constituição” da base
doutrinária do Cristianismo) está repleta de várias centenas de
milionários?”

2 7 Margens - Jornal digital de religiões, espiritualidades e culturas. Disponível em <https://sete


margens.com/aprovada-lei-de-liberdade-religiosa-em-angola>. Acesso em 20.Abr.2020.
3 De acordo com a Lei sobre a liberdade de religião, crença e culto, entende-se por Igreja o conjunto de fiéis
ligados pela mesma fé, e Seitas como grupos religiosos que, estando associados e unidos pela mesma crença, adoptam as
atitudes e comportamentos definidos pelas lideranças religiosas quer estas sejam legais ou não.
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Salomão é o mais conhecido no círculo cristão, tido como
o homem mais rico de todos os tempos (cfr. 1 Reis 3,1-28 e 2
Crónicas 1,1-17). Mas, o que a maioria dos cristãos não sabe é
que só no livro de Génesis, o primeiro livro da Bíblia,
encontramos alguns personagens – Adão, Abraão,
Melquisedeque, Ismael, Isaac, Jacó, José, Rute – cujas histórias
apresentam um mundo de abundância, bênção e riquezas
jamais imaginadas. Ao adentrarmos nas suas “biografias,
vislumbramos novas formas de atingir o amor, a paz e a
esperança, mas também o sucesso e a fortuna – elementos que
constituem, fundamentalmente, a riqueza como um todo.
Se formos fiéis ao texto bíblico, perceberemos que, em
cada história, é possível compreendermos, de maneira simples e
natural, o passo-a-passo para conseguirmos atingir os nossos
objectivos.
Jesus (também conhecido por “Yoshua” ou “Yeshua”), o
fundador do Cristianismo e o principal personagem da história
cristã que dividiu o tempo histórico em “antes de Cristo” (a.C.)
e “depois de Cristo” (d.C.), foi um Mestre da prosperidade e
com um estilo de vida que invejaria muitos milionários do nosso
tempo. Há quase dois mil anos, sem meias palavras, Ele foi
enfático ao afirmar que veio para que “os seus seguidores e,
senão mesmo, todos os homens - lato sensu”, tivessem vida e que
a tivessem em abundância4, transpondo a ideia de que a vida
deve ser rica em todos os aspectos.
As pessoas que se dizem ser cristãs tradicionais poderão,
de forma militante, dizer que isso é pura Teologia da Prosperidade,
e que é uma distorção do seu código doutrinário, pois que, no

4 “[…] Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em
abundância.” (João 10:10).
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Antigo Testamento, não houve numerosos homens de Deus
ricos, a não ser Salomão!
É provável que esses militantes tirem da cartola vários
textos bíblicos que remetem à renúncia e ao sacrifício (como
Lucas 9:23-24 e João 12:24), para poderem defender sua posição
a todo custo, sem ao mínimo puderem compreender o outro lado
da história.

Assim, para que o que escrevemos até aqui não caia na


incompreensão, nas próximas entrelinhas, deixaremos claro o
que é a Teologia da Prosperidade e como isso nada tem a ver com
o objectivo deste livro.
O professor de Teologia Felipe Aquino faz saber que a
Teologia da Prosperidade é uma corrente doutrinária que defende
a ideia de que o Evangelho é uma fonte de enriquecimento ou um
meio de se levar uma vida regalada “em nome de Deus”.
Segundo esta teologia, Deus concede riqueza e bens materiais a
quem Lhe é fiel e paga o dízimo com generosidade (AQUINO,
2020).
Portanto, longe de militarmos qualquer corrente
doutrinária como a teologia da prosperidade, é nosso desejo
que você saiba que tanto no plano dos direitos universais (como
vimos anteriormente), quanto no plano da criação, todos fomos
concebidos para a prosperidade e para uma vida regalada e
abundante; ou seja, você também pode ser rico, sem quaisquer
receios, “você nasceu rico”, acredita o professor Bob Proctor, no
seu bestseller “You where born rich”!
Desta forma, e respondendo a uma das questões
levantadas neste capítulo, a grande maioria da população angolana,
que diz ser cristã, continua na penúria, porque há uma visão retorcida,
descontextualizada e injusta sobre o dinheiro, riqueza e vida próspera;
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sobretudo num país como o nosso, onde os muito, muito ricos
constroem impérios de fortunas sem que consigamos reconstituir suas
trajectórias para saber como lá chegaram. Por meio dessa visão
retorcida – muito por conta da forma como é vista a riqueza no
círculo religioso do país – a riqueza é confundida
exclusivamente com o dinheiro taxando-a (erroneamente) como
sendo a raiz de todos os males. Essa visão, como veremos na nota
abaixo, é um sinal claro de ignorância, desonestidade
intelectual e da falta de uma verdadeira exegese bíblica por
parte de muitos líderes religiosos5.

Muitos líderes religiosos taxam o dinheiro como uma


‘coisa deste mundo’, abominável e merecedor de todo tipo de
adjectivos depreciativos por parte dos seus fiéis. Infelizmente,
nos últimos dois anos, em Angola e um pouco por todo mundo,
o dinheiro tem sido o principal responsável por lutas e separações
sectárias ao nível das igrejas.

Estatísticas mais recentes demonstram que a causa mais


frequente nas separações (incluindo o divórcio), infelizmente,
ainda é o dinheiro. Curiosamente, as mesmas estatísticas
revelam que a principal razão por que as pessoas entram em
discussões não é o dinheiro em si, mas o conflito entre a percepção
que os casais e, de uma forma mais extensiva, as pessoas têm
sobre o dinheiro, ou seja, a diferença entre os seus modelos de
dinheiro.

Reitero que, na verdade, o problema nunca foi, não é e


nunca será o dinheiro! Dinheiro é uma recompensa recebida por
algo útil, vendendo um produto ou prestando um serviço. Ao

5 Na verdade, o texto de I Timóteo 6:10-11 não diz que “o dinheiro é a raiz de todos os males”, mas sim o amor ao
dinheiro. Paulo, o professor do jovem Timóteo, ao escrever a carta, desejou protegê-lo da avareza, ou seja, do
apego demasiado e sórdido ao dinheiro; da vontade desenfreada de acumulação de riqueza sem ter em conta
os meios necessários para tal fim. Confira abaixo o que Paulo escreveu sobre esse assunto:
“Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram
em muitas aflições.”
21
ser uma recompensa pelas horas que prestamos ao oferecer um
produto ou serviço útil para o consumidor, o dinheiro não pode
ser visto como a raiz de todos os problemas. Aliás, a própria Bíblia
propõe uma linha de pensamento diferente, afirmando como
sendo o amor (desmedido) ao dinheiro, que não se importa com os
meios, mas apenas com os fins, o responsável de muitos males que o
nosso mundo se debate (como o roubo, peculato, branqueamento de
capitais, corrupção o assassinato, as guerras, a concorrência desleal,
etc.).
Ao ser assim, ao invés de fomentarmos um ambiente
favorável para a criação de riqueza, por meio do pensamento
retorcido sobre a riqueza, do enriquecimento ilícito, da
acumulação primitiva de capitais e das práticas lesivas à
economia como um todo, acabamos criando um cenário
propício para a destruição da riqueza.

Texto-chave
1. Quase metade da população angolana é ‘monetariamente pobre’ e
vive com menos de 1.000 (Mil) kwanzas por dia.
2. Não é o dinheiro a raiz de todos os problemas, e sim o amor
(desenfreado) ao dinheiro.
3. Assim como no plano dos direitos humanos, também no plano da
criação, todos somos chamados a ser ricos.
4. Não é Teologia da Prosperidade, almejar uma vida de abundância e
riqueza.

O País dos Pais Pobres


“Estudar para trabalhar por conta de outrem ou estudar para fazer o
meu próprio salário?”

22
Na introdução do famoso clássico “Pai Rico, Pai Pobre”, por
longas páginas, Robert Kyosaki conta-nos sobre o doloroso
processo de escolha que passou ao longo da sua infância, ao ter
que lidar com a influência da educação dos seus dois amados
pais: o “Pai Rico” e o “Pai Pobre”. Na verdade, segundo
Kyosaki, o “Pai Rico” ainda não era rico e o “Pai Pobre” ainda
não era pobre, mas apesar das suas conceituadas formações, os
dois possuíam visões totalmente conflituantes que o marcaram
para a vida toda. No quadro abaixo, colocamos um resumo
dessas visões:

# Lições do Pai Pobre


1 O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males;

2 Vai para escola e estuda para seres alguém no futuro;

3 Estuda arduamente para poderes trabalhar numa ‘’boa


empresa”;
4 Não compres isso. Aprende a poupar;

5 Trabalha no Governo para poderes merecer de todas as


mordomias;
6 Meu filho, nós já nascemos pobres. Nunca serás rico;

7 Filho, não ligues o dinheiro, ele não é tão importante


assim;
8 Quem nasce pobre morrerá pobre;
9 A riqueza desse país é apenas dos filhos dos que têm;

10 Tens de te contentar com o pouco, meu filho. É pouco,


mas é teu.
Fonte: Robert Kyosaki, 2017 (ligeiramente adaptado)
23
# Lições do Pai Rico
1 A falta de dinheiro é a causa de todos os problemas;
Estuda, empreende, cria o teu próprio negócio, a tua
2
própria empresa;
Dedica-te aos estudos para conseguires comprar uma 'boa
3
empresa';
4 Pensa no que podes fazer para comprar isso;
5 Desfaz-te da mentalidade de direito adquirido;
6 Filho, a riqueza constrói-se. Tu também podes ser rico;
7 Dinheiro é poder;
8 Eu não sou pobre, eu apenas estou quebrado;

A riqueza é ilimitada e está ao dispor de todos os que a


9
procuram;

10 Tu podes ganhar muito mais. Tudo depende de ti, meu


filho.
Fonte: Robert Kyosaki, 2017 (ligeiramente adaptado)
Seja sincero, caro leitor, com qual dos pais se parecem os pais
angolanos? Com o “Pai Rico” ou com o “ Pai Pobre”? Infelizmente,
penso ser unânime a resposta: com o “Pai Pobre”!6 Se, na sua
fábula, Kyosaki teve a sorte de ter dois pais (“Pai Rico” e “Pai
Pobre”) – o que impactou positivamente na sua educação
financeira – a realidade de muitas crianças e jovens angolanos é
totalmente diferente: a grande maioria tem apenas um único
pai: o “Pai Pobre”.

6 Não obstante Kyosaki, na sua fábula, utilizar o vocábulo “Pai” no seu livro, o contraste das lições remete a
qualquer indivíduo responsável pela educação de uma determinada família, seja ele “mãe”, “tio”, “tia”, “avó”,
“avô” ou qualquer outro parente pelo qual somos educados ao longo da nossa vida.
24
Por que num país fartamente rico como o nosso é frequente
encontrarmos um grande número de pais com mentalidade do “Pai
Pobre”?
O professor Domingos das Neves, citado por SOBA (2020)
no seu livro “Tornei-me licenciado: e agora?”, dá-nos uma pista ao
afirmar que muitos dos nossos pais venderam-nos à
“falsa-verdade” de que só teremos uma vida de sucesso se
fizermos faculdade, ou seja, nas palavras do próprio professor,
“Passamos o tempo a vender aos jovens a falsa-ideia de que ‘‘só te vais
safar na vida se tiveres um diploma de uma universidade’’.
Outro aspecto bastante visível, alertado por Kyosaki tem
a ver com a educação. As escolas do nosso país não ensinam
como funciona a mecânica do dinheiro no tempo. Muitos jovens
possuem cartões de crédito antes mesmo de concluírem seus
estudos, mas não têm qualquer noção sobre capital, juros,
poupanças e investimentos. As universidades formam
estudantes para fábricas e escritórios, mas não para a vida! As
notas altas, o diploma e a excelência académica não são
suficientes para sustentarem a tese dos “Pais Pobres” de “ser
alguém na vida”.

Talvez por conta desta realidade é que vemos bancários,


médicos, advogados, contabilistas e economistas quebrados ou
falidos, todos os fins do mês e vão pagando suas contas durante
toda a vida. Muitos deles vão para a escola, conseguem vários
diplomas, mas, financeiramente, continuam calouros,
improficientes e despreparados para enfrentar um mundo que
mais valoriza as despesas do que a poupança e o investimento.
Os “Pais Pobres”, por serem militantes de farda e
bandeira de uma educação medíocre e de uma vida sem riscos,
acreditam piamente que um diploma é mais valioso que o
know-how (o saber fazer as coisas) e, curiosamente, que a
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independência financeira é função de uma única variável: o
salário.
No nosso país, os “Pais Pobres” são uníssonos em
afirmar aos seus filhos que o melhor sítio para se trabalhar é na
função pública, não só porque lá trabalharam anos a fio, mas
porque transmite segurança e estabilidade no presente e no
futuro (após a aposentadoria), mas, infelizmente, muitos deles
não possuem a vida que tanto almejavam, não vivem a vida dos
seus sonhos!

Em suma, a educação dos “Pais Pobres” e, de uma forma


geral, a nossa matriz política-cultural, são enfáticas ao
transmitirem-nos a ideia de que quem tem dinheiro torna-se numa
pessoa de má reputação, que somente as pessoas más têm muito
dinheiro e que o dinheiro não cresce em árvores.
Por conta dessa falsa-educação sobre dinheiro, engessada
por uma série de paradigmas culturais, tememos, por
represálias, assumir ao público que gostamos de dinheiro e que
desejamos ser ricos!
Então, o que se pode fazer para inverter tal quadro?
Curiosamente, temos duas grandes tarefas: melhorarmos o
nosso sistema educacional e reconfigurarmos a nossa forma de
pensar sobre o dinheiro. Nos próximos tópicos, deter-nos-emos
a abordar sobre o segundo aspecto, através do incrível poder do
pensamento.

Texto-chave
1. Os lucros são melhores que os salários.

26
2. Os nossos pais exigem que trabalhemos a fio, tanto no
Estado, quanto no privado, para que tenhamos uma boa vida no
futuro. Eu pergunto: “Eles têm?”
3. Ao mudarmos ou reconfigurarmos a nossa visão sobre dinheiro,
transformamos completamente a nossa vida em direcção à
riqueza.

27
ProcrastiNAÇÃO, a NAÇÃO dos Pobres
“Farei isso depois: o maior ladrão de todos os tempos!”
Em Dezembro de 2019, uma associação de jovens pediu-me
para dar uma palestra sobre o “poder das escolhas”, mas, por
inexperiência minha (na altura), acabei por fazer uma
abordagem em volta do “poder da acção”. Curiosamente,
depois de a palestra ter terminado, vários adolescentes e jovens
vieram ter comigo, agradeceram-me pela participação e
perguntaram – “Ilustre Sebastião, quando é que será a próxima
palestra?” Por ser uma das poucas ocasiões onde pude partilhar,
além das minhas experiências, a trajectória de grandes
sonhadores, aquela actividade acabou tornando-se num dos
momentos mais marcantes da minha vida. Na verdade, o “poder
da acção” era um dos tópicos do tema que me propus abordar:
“nunca desista dos seus sonhos”.
Ao longo de quase uma hora, tive o privilégio de
partilhar as trajectórias de vários estudantes medíocres e
frustrados, hoje tidos como ícones nas indústrias que
empreenderam por largos anos, após várias tentativas
fracassadas. Dentre outros, falei da disciplina dos então jovens,
Walt Disney, Thomas A. Edison, Augusto Cury, que
idealizaram seus sonhos, correram e nunca se cansaram até
concretizá-los. Depois de se vestirem da “disciplina” – ao invés
de motivação – trilharam um caminho de sucesso que se
estende até aos nossos dias. Sabiam que não faziam parte da
ProcrastiNAÇÃO, a NAÇÃO dos pobres e, desde muito cedo,
decididamente, emigraram daquele ‘país’.

28
Assim como eles disseram àqueles adolescentes e jovens,
se você deseja trilhar um caminho de sucesso, deverá, antes de
tudo, deixar de fora algumas tralhas da sua mala de viagem, ou
seja, deverá eliminar “6 frases” que sustentam o “hábito de
procrastinar”:

1. “Depois, hei-de de fazer isso”


Protelar ou adiar algo ou mesmo deixar de empreender
qualquer acção que concorra para a concretização dos seus
sonhos, constitui a principal característica de pessoas
procrastinadoras.

A procrastinação constitui o inimigo número um (1) dos


nossos sonhos e, por isso mesmo, uma infâmia que enferma um
grande número de pessoas, com maior incidência para as mais
jovens, devido a fragilidade volitiva, a imaturidade emocional e
a falta de disciplina. Estou certo de que, ao adquirir a presente
obra, você se propôs a realizar algo importante para a sua
vida… portanto, não espere, anime-se em começar a
concretizá-lo agora e não deixe para depois.
Organizar as suas acções por grau de prioridade e criar
uma rotina de trabalho faz parte do amadurecimento pessoal,
profissional e da vida. Essa organização e rotina são o antídoto
para emigrar da procrastiNação e vestir a camisola da disciplina.

2. “Isso é impossível”
A partir do momento em que você declara que algo é
impossível, torna-se impossível! Walt Disney era ávido amante
de desafios, por essa razão a sua célebre frase “Eu gosto do

29
impossível porque lá a concorrência é menor”, hoje se tornou
sinónimo de disciplina e persistência. Mesmo que possa parecer
impossível, acredite nas suas capacidades. As pessoas podem
surpreender e fazer coisas incríveis na vida, quando acreditam
em si mesmas! Espero, arduamente, que os seus esforços
desafiem as impossibilidades, e lembre-se que os grandes
engenhos que a humanidade testemunhou foram feitos por
homens que a partida achavam possível fazê-lo.
O que diferencia o possível do impossível é apenas o
prefixo “im” de “impedimento” – o obstáculo que interfere você
de chegar ao possível. Já se perguntou quais são os empecilhos
que obstruem seu caminho?
Tenha consigo um caderno e passe a chamá-lo “Caderno
dos Sonhos”. Liste todos os “obstáculos” que lhe impedem de
perseguir os seus sonhos ou ideais e ao lado desses
“obstáculos” liste um conjunto de acções concretas e realizáveis
para os ultrapassar – um plano de acção. Lembrar que, nesse
processo de eliminação dos obstáculos, você pode contar com os
seus pais ou irmãos, seu melhor amigo, parceiro de negócio, seu
mentor ou coach, seu biógrafo ou até mesmo seu editor. O
objectivo é dispor de alguém que possa ajudá-lo e fazê-lo
recordar quais são os seus sonhos ou ideias de modo que jamais
possa retirar os olhos deles.
Para finalizar, em cada um dos obstáculos e seu
respectivo plano de acção, aconselhamos que aponte uma data
expectável para a sua realização, ou seja, para concretização do
processo de remoção de obstáculos; isso é fundamental para
que você possa acompanhar mais de perto e de forma
personalizada a sua evolução.

30
3. “Eu não consigo”
Geralmente, o “Eu não consigo” aparece logo após o “Isso
é impossível. Você já percebeu isso? Não existe maior fracasso do
que o medo de tentar. Começar já corresponde a metade da
acção e é simplesmente disso que as pessoas precisam: começar! É
necessário percebermos que todos nós estamos propensos a
erros, mas também somos chamados a aprender com eles e não
termos medo de voltar a tentar. O ciclo TET (tentar, errar e
[voltar a] tentar) é a fórmula dos desbravadores, dos
insatisfeitos, dos empreendedores, dos que não desistem, dos
que não se cansam de correr atrás dos seus sonhos, ou seja, o
ciclo TET é “A fórmula da vida”!
Para remover o “Eu não consigo” da sua mala de viagem,
substitua por “Eu consigo”, sempre que surgirem pensamentos
ou ideias negativistas. Sempre que lhe acometerem
pensamentos consumidores da força de vontade, utilize a
técnica DCD (“Duvidar, Criticar e Determinar”).
Duvidar: duvide de todos os pensamentos negativos,
questione a proveniência deles, seja céptico e evite aceitá-los
como um dado adquirido.

Criticar: julgue os seus pensamentos e avalie o seu


impacto em linha com os seus ideais. Eles são bons ou maus?
Transmitem uma sensação de pessimismo ou optimismo diante
das intempéries? Assuma-te como o juiz dos seus pensamentos
e “autor da sua própria história”7.

7 A teoria psicológica “Teoria da Inteligência Multifocal”, do psicólogo e psiquiatra brasileiro Augusto Cury,
afirma que a nossa mente não é capitaneada, simplesmente, pelo “Eu” (por pensamentos conscientes).
Portanto, às vezes, outros processos ou factores inconscientes que actuam nos bastidores da mente humana
como o auto-fluxo, o gatilho da memória ou a auto-checagem e a âncora da memória, podem aprisionar ou tornar
refém o “Eu” e usurpar a direcção da barca podendo inverter a rota do pensamento consciente. Assim, a técnica
DCD é expectável funcionar apenas nos bastidores, na zona “consciente”.
31
Determinar: decida o que você quer para si e para os que
lhe são próximos. Seja ousado e inverta a embalagem dos seus
pensamentos. É nesta última fase onde a técnica DCD entra
realmente em acção. Desta forma, sempre que você for assaltado
por pensamentos ruins, negativos, pessimistas ou homicidas em
relação aos seus sonhos, reverta-os logo com afirmações positivas e
optimistas. No tópico mais abaixo, onde demonstramos, por
meio da sabedoria milenar, o poder dos pensamentos,
abordaremos com mais detalhes sobre a determinação, a
necessidade de usarmos, de forma, inteligente a nossa mente
consciente e inconsciente para que você conquiste uma vida
plena e positiva.

Ao longo do processo DCD, você irá se deparar com


desafios (é normal) e lembre-se que desafios fazem parte do
processo de crescimento. Contudo, dê o seu melhor e sempre
que quiser desistir, simplesmente volte a tentar!

4. “Isso é muito difícil”


A maior parte das pessoas procrastinadoras fogem a
desafios, como gatinhos cuidados temem de água fria. São
especialistas em identificar sempre qualquer dificuldade em meio
a oportunidades. Com essa atitude, uma pessoa
procrastinadora cria um escudo para evitar fazer coisas novas,
inovadoras e criativas. Com o espírito negativista, semeia, na sua
subconsciência, a procrastinação e, inocentemente, começa a
redigir a sua própria carta de demissão. Planta ‘sementes’ do
negativismo e compromete a possibilidade de vir a progredir
na sua carreira e na vida. Aceitar responsabilidades sem titubear
é o primeiro passo para lidar com novos desafios!

32
Evite ser refém da preguiça. Quando você reclama que
determinada actividade “dá muito trabalho” ou “é muito
desafiante” e, à partida, você desiste de a desempenhar, por
isso, você está simplesmente a comprovar que é substituível e
que é incapaz de crescer como pessoa e como um excelente
profissional. É este o seu sonho? Pense nisso.

5. “Isso não depende só de mim”


É provável que esta seja uma das desculpas (=mecanismos
de defesa) mais usadas do mundo. Ela é usada não somente para
tentar “driblar” outras pessoas, mas, sobretudo, a nós mesmos.
Tudo o que nós construímos em nossas vidas nasce a partir do
nosso esforço, seja de forma directa ou indirecta. Tudo depende só
de mim, dizia Charles Chaplin. Para realizar um sonho,
desenvolver um projecto, construir prosperidade, fortuna,
conseguir dinheiro e ser feliz… você terá de se jogar na linha da
frente, nem que for para se atolar; ou seja, ninguém poderá
realizar os seus sonhos, se não tomar dianteira, se não assumir
o controlo da sua vida! Converta a expressão “Isso não depende
só de mim” em “isso depende de mim”, “eu estou no leme”, “eu estou
no controlo”, eu sou o “capitão do meu destino”, eu “sou o fazedor do
meu sucesso”.
6. “A culpa não é minha”
Isentar-se das consequências das nossas acções, constitui a
última fase do prisma da procrastinação, uma das mais insanas
acções que alguém pode fazer. Ao colocar a culpa nos outros,
você poderá comprometer o seu processo de melhoria e
crescimento pessoal, pois poderá levar-lhe a pensar que a
responsabilidade é externa a você. Portanto, assuma seus erros e,
sobretudo – reiterando – aprenda com eles. Ser
33
antiprocrastinador é ser responsável. É sentir que colabora na
construção do mundo, a nossa aldeia global.

Texto-chave
1. Substitua as expressões negativas por expressões positivas.
Doseie a sua vida com optimismo.
2. Sempre que se deparar com uma situação desafiante,
questione “Como posso fazer isso” ao invés de simplesmente
conformar-se com o facto de não tentar.
3. Faça hoje! Faça um pouco de cada dia. A procrastinação é o
maior ladrão de todos os tempos. Construa cada dia o brasão da
auto-responsabilidade.

4. Procure estar motivado, mas, sobretudo, procure ser


disciplinado.

Atinja o Seu Máximo Potencial


“Talento não é tudo: capitalize as suas habilidades”

Não existe qualquer beleza na pobreza! Esta afirmação


poderá ser interpretada como bastante dura, sobretudo, para
quem teve uma educação bastante conservadora em relação à
riqueza, ou para quem teve um “Pai Pobre” – na visão de
Kyosaki como vimos no tópico “Angola: o país dos pais pobres”.
Podem algumas pessoas louvar a pobreza, ou encontrar
prazer no sofrimento, mas o desejo de qualquer ser humano é ter
uma vida abundante e completa. É um desafio, uma pessoa,

34
depois de descobrir seus talentos e qualidades, libertar o seu
potencial máximo, o seu limite, se não tiver dinheiro para os
poder capitalizar (os talentos e qualidades). Para colocarmos as
nossas habilidades em acção, precisamos de vários recursos e
para os ter, necessariamente, precisamos de dinheiro. Para
poder perceber melhor as linhas anteriores, deixe-me contar-lhe
uma situação, que aconteceu com alguém muito próximo, sobre
a necessidade de termos dinheiro sempre que precisarmos.
Enquanto escrevia este livro, conheci um jovem
programador, bastante profissional na construção de
plataformas ou aplicações web como lojas digitais, blogs, sites,
instituições e qualquer tipo de solução informática, como já
dissemos, voltada à web. Um dia, o jovem recebeu um projecto
para construção de uma aplicação que fosse acessada a partir do
computador e do smartphone para os sistemas Android (“APK”)8
e iOS. Era um projecto ambicioso em que ele ganharia os seus
dois primeiros milhões.
Entretanto, para dar resposta ao desafio proposto, ele
teria de reunir habilidades especializadas adicionais na
construção de aplicações executáveis ou instaláveis para
plataformas mobile (APK e iOS). Por não ter habilidades
(know-how) para concretizar o projecto, adicionado ao facto de
não ter reunido dinheiro suficiente para eventuais formações
como as exigidas na altura, infelizmente, não pôde fazer tais
formações, que poderiam capitalizar o seu know-how e concluir
o projecto. Por não ter recursos que o pudessem elevar até ao
expoente máximo de conhecimentos de programação mobile, o jovem
perdeu mais de dois milhões de kwanzas.

8 APK, do Inglês, Android Application Pack é um arquivo de pacote destinado ao sistema operacional android.

35
Permita-me esclarecer-lhe que, hoje, quase toda a nossa
vida gira em torno do smartphone e das Apps, desde o Facebook
(para nos conectarmos com os nossos ente queridos),
WhatsApp (para trocarmos mensagens instantâneas), Airbnb
(para reservarmos hospedagens económicas ou de luxo, sem ter
que necessariamente passarmos as nossas férias num hotel
supercaro e burocrático) Tupuca (para solicitar refeição ou
outro artigo sem sair de casa), Kubinga (para pedirmos um táxi)
ou Musickool (para ouvirmos música de forma gratuita e pagar
os artistas por cada streaming ou reprodução).

Hoje, quase ninguém se lembra ou tem a paciência de


digitar endereços complexos como www.enderecoschatos.com,
fruto do crescimento da demanda por App mobiles executáveis.
Os programadores que não se capitalizarem serão
ultrapassados.
Wallace Wattles, autor do livro “A ciência de ficar rico”9,
traduz toda a nossa abordagem nos seguintes termos:

“O que quer que se diga em louvor da pobreza, o


facto é que não é possível viver uma vida
próspera e de sucesso, quando não se é rico.
Ninguém consegue chegar ao mais alto patamar
do talento ou do desenvolvimento espiritual sem
ter dinheiro suficiente. Para despertar
espiritualmente e desenvolver o talento, deve-se
ter muitas coisas, e não se pode tê-las sem
dinheiro para comprá-las”. (WATTLES, p.5)

9 O clássico “A ciência de ficar rico” (The science of getting rich) foi um livro, por muito tempo, esquecido. O
livro começou a ganhar notoriedade, quando Rhonda Byrne, autora do bestseller “O Segredo” menciona-o no
prefácio do seu livro.
36
Para Wallace, tudo na vida tem, em si, o desejo de
“crescimento”. Todos os seres vivos possuem o direito
inalienável de alcançar toda a sua capacidade instalada, ou seja, o
desenvolvimento que este ser for capaz de alcançar.
Reiterando o que já abordámos nas páginas iniciais, o
autor do clássico ‘’The science of getting rich’’ faz-nos lembrar
que a partir do momento em que nascemos, todos temos o
direito de usar e usufruir de forma livre e sem quaisquer
restrições todas as coisas que poderão concorrer para o nosso
“eclodir” – do ponto de vista mental, espiritual e físico – em
poucas palavras, o seu direito de ficar rico.
Todos, absolutamente todos, devíamos ser ousados,
desbravadores, ambiciosos, pensar grande, por vezes, além da
nossa capacidade real aparente… ninguém devia ficar satisfeito com
trabalhos precários, com um salário de sobrevivência, ou seja, com o
pouco quando é capaz de fazer e/ou ter muito mais. Como assim? –
Talvez questione o leitor: Por que todo aquele que possui tudo o
que deseja para viver a sua vida dos sonhos é rico? – e para se chegar
a este estágio, sejamos sinceros e deixemos de ser modestos,
temos de ter dinheiro!
Lembro-me das vezes em que muitos bons amigos
coaches e palestrantes, sabendo que os pudesse dar algum
suporte na organização de suas sessões de treinamento, com
toda a humildade, questionavam-me de que forma podiam
aprimorar as suas formações para que tivessem um visual mais
profissional e atractivo. Depois dessas sessões, eles sentiam-se
realizados (tornavam-se naquilo que desejavam ser), por terem tido
todas as condições necessárias e pelo facto de cada sessão
superar, em termos organizativos, uma após outra. No final,
percebemos que tudo isso foi graças às “coisas” que se podiam
comprar com o dinheiro que predispunham.
37
Em resumo, desejos são os nossos sonhos à procura de sua
realização ou concretização. O desejo de realizarmos as nossas
habilidades inatas é típico da natureza humana. Este desejo é
mais forte do que a nossa vontade de querermos ser aquilo que
podemos ser. Assim, para que possamos ser o que desejamos ser,
precisamos reunir um conjunto de coisas… e, para as ter acesso,
teremos de, necessariamente, ir enriquecendo para que as
possamos comprar.

Texto-chave
1. Atinja o máximo das suas potencialidades, só assim as
poderás capitalizar.
2. É muito desafiante poder capitalizar as nossas
potencialidades, sem termos dinheiro.
3. Desejos são os nossos sonhos à procura de sua realização.

38
O Poder do Pensamento
Quando, em 2015, altura em que o país começou a sentir os
efeitos da crise petrolífera, apercebi-me que o meu nome
constava da lista dos funcionários que tarde ou cedo seriam
despedidos por causa da baixa performance do sector, fiquei
completamente abatido, sem motivação nem entusiasmo pelo
trabalho que fazia. Os dias pareciam tão longos, e a outrora
dócil jornada laboral tornou-se num pesado fardo. A preguiça
apoderou-se de mim e passei a fazer parte de uma nova nação:
a procrastiNação. Já não sentia entusiasmo pelo trabalho e dia
após dia, a situação tornava-se cada vez pior.
Numa tarde ensolarada, um colega, que se havia
apercebido do meu semblante por já largo tempo, convidou-me
a almoçar. Depois de nos acomodarmos às mesas,
destemidamente, disse-me:
- “Sebastião, venho observando-te há já muitos dias e
preocupa-me em saber que já não pareces ter a mesma força de vontade
de quando começámos a trabalhar”… “Passa-se alguma coisa?” –
Acrescentou ele, ansioso por alguma resposta. Foi então que,
antes que eu me pronunciasse, aquele colega fez uma
observação que mudaria por completo toda a minha história:
- Parece-me que tens muito mais inimigos do que amigos
verdadeiros; pois, os amigos verdadeiros consolam-nos, dialogam
connosco. Nesse processo, podem até magoar-nos com verdades, mas
jamais nos alegram com mentiras. De seguida, finalizou:
- “Não existem pessoas preguiçosas, o que existe são pessoas
sem ambição, sem metas e sem disciplina. Lembre-se que todo o ser
humano tem um enorme potencial dentro de si que nem ele próprio
imagina!”
39
Aqueles enunciados pereciam, na altura, palavras
comuns, mas elas encerram um potencial que se forem bem
explorados, podem trazer resultados inimagináveis. É o que
vamos ajudá-lo a descobrir nas próximas entrelinhas.
O ser humano possui uma riqueza incalculável.
Compreender e assimilar isso poderá fazer toda a diferença no
seu dia-a-dia e será um determinante-chave para que você
tenha mais felicidade, alegria, sucesso, prosperidade, riqueza,
dinheiro, amor e paz.

A lei do pensamento constitui a primeira das 11 (onze) leis


do universo emocional. Ela não foi formulada por homens,
foram criadas pelo próprio universo e, por isso mesmo, não são
alteráveis. O que enuncia esta lei?10 Algo simples, mas bastante
profundo:

A mente é o poder-mestre que molda e realiza


(tudo) e o ser humano é a sua mente.

De acordo com a lei do pensamento, tudo o que nós


pensamos no mundo imaterial acaba por se tornar real no
mundo material, sejam alegrias ou doenças. Se pensarmos
positivos, se imaginarmos uma vida de abundância, o mundo
poderá conspirar para que tenhamos o que imaginámos. A nossa
realidade (material) é apenas o espelho da verdadeira realidade,
a realidade (imaterial).

10 Essa lei é uma asserção formulada (não criada ou inventada) pelos brasileiros Tiago Benevides e Tiago Borges,
criadores da academia Tiago Benevides. Ela é a mistura dos ensinamentos dos professores Wallace D. Wattles,
Bob Proctor e Rhonda Byrne.
40
Vários autores, sobretudo no campo da psicologia e da
neurociência, têm enfatizado cada vez mais a necessidade de
cultivarmos ideias positivas e optimistas em relação à realidade
presente e futura. Os pensamentos antecipatórios, as
preocupações com a existência, a ansiedade e o estresse (nas
suas versões doentias) são os principais responsáveis pelas
doenças psicossomáticas em todo o mundo.
No momento em que você declara decididamente o que
você quer, o universo também decide: nós moldamos o nosso
destino! O universo é como uma empresa de entregas (delivery
company), à espera do próximo pedido para poder efectivar a
encomenda. Todos têm os seus pedidos estocados, apenas
precisamos fazer o pedido certo. Por sermos o centro do
pensamento, com capacidade de gerarmos pensamentos
originais, se conseguirmos imprimir o nosso pensamento na
matéria pensante original, conseguiremos gerar criação, ou formarmos
aquilo que estamos a pensar.
Sei que parecem ideias muito espessas e místicas, mas
não são. Gostaria que o leitor reconsiderasse todas as
contradições que já ouviu a respeito dessa lei, sob pena de
comprometer o seu real entendimento. Para o efeito, esvazie a
sua mente… Por isso, gostaria que conferisse o relato abaixo de
uma jovem para que você entenda melhor:
Na altura de quarentena, uma jovem procurava, de todas
as formas, alguma coisa para poder animar os seus dias de
isolamento social ou humano. Como ela tinha inclinação para
leitura, um amigo seu indicou-lhe para que lesse o bestseller de
Rhonda Byrne, “O segrego”. Como as livrarias encontravam-se
todas fechadas, procurou alguma versão do clássico no formato
PDF (portable document format) através do Google e de páginas

41
como o WhatsApp e o Facebook. Depois de tanto procurar,
infelizmente, não encontrava a versão completa em e-book.
Ela desejava tanto o livro que, misteriosamente, após
semanas de procura, encontrou uma versão do livro na memória
do seu telemóvel. Após vários dias tentando entender como o
livro chegou até ela, não conseguiu encontrar uma explicação
lógica.

Ao longo do livro (que poderemos desvendar alguns


trechos na parte 1 deste livro), ela foi percebendo que, mesmo
sem ter conhecimento da lei do pensamento ou da atracção, acaba
atraindo muitas coisas positivas em sua vida:
“Eu tenho alguns clientes muito exigentes e bastante elegantes,
que só usam bolsas de marcas conhecidas e, muitas vezes, elas
enviavam-me imagens de alguns modelos que elas gostariam de ter.
Além disso, para que eu estivesse actualizada sobre os últimos modelos,
eu sigo várias páginas do Facebook dessas marcas. Acontecia que,
sempre que eu desejasse muito que uma marca saísse no balão de fardo,
bastava eu idealizá-la antes de dormir… para alguns poderá parecer
algo invulgar ou inexplicável, mas sempre que eu abrisse os balões de
fardo acontecia algo surpreendentemente extraordinário: as bolsas que
eu imaginava estavam bem ali, à minha frente!”
Ao longo da primeira parte deste livro, contaremos
vários outros relatos surpreendentes como este. O que
desejamos que o leitor compreenda é algo simples: “Você atrairá
o que pedir. Se é dinheiro que precisa, você o atrair. Se é determinado
produto – como aconteceu com a jovem do relato acima – você o
atrairá”.
Lembro-me ainda da história de um rapaz bastante
talentoso na escrita criativa que sonhava em ser escritor. Ele
escrevia desde os seus 15 anos. Aos 20 anos criou o seu blog

42
onde publicava os seus escritos sobre os mais variados assuntos
ligados à adolescência e juventude. Seus pais eram bastante
humildes e tinham uma posição bastante equilibrada sobre
dinheiro. Um dia desses, ele chegou aos seus pais e disse
determinadamente que seria pago por escrever. Os pais, apesar de
não contradizerem a vontade do filho, perguntavam,
constantemente, como ele conseguiria ganhar dinheiro através
da arte de escrever. Ele começou a escrever um (1) artigo por
semana e publicava trechos dele na rede social Facebook. Certa
vez, recebeu o convite de uma editora estrangeira com uma
repercussão internacional, para integrar a equipa de
ghost-writers. Num ano, ele assinava cerca de cinco a seis
contratos que lhe rendiam muitos milhões de kwanzas. Com
este valor, aquele jovem escritor diversificava em vários
investimentos, criando múltiplas fontes de renda.
O que podemos aprender destes relatos é que a mente é a
força mais poderosa do mundo. Quando decidimos mudar, tudo à
nossa volta também muda!

Na Bíblia Sagrada, também encontramos alguns relatos


bastante interessantes que nos convidam a sermos imaginativos
e por, meio dela, comunicarmos nossos pedidos à matéria informe
para criarmos formas – alcançarmos os nossos ideais. É esta ideia, no
final, embasada na oração do “Pai-Nosso” (cf. Lucas 11,1-13):
v9. E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai,
e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
v10. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele
que procura, acha; e ao que bater, se lhe
abrirá
Confira a sequência dos verbos: pedir, buscar, bater. O
nosso pensamento – gerador das nossas intenções (pedir) –
43
devem ser acompanhados de nossas acções (buscar e bater). O
leitor lembra-se da nossa analogia no início deste tópico? O
universo é como uma empresa de entregas, mas, para que a nossa
encomenda chegue até nós, é preciso que saibamos o que
queremos. Façamos o pedido e indiquemos o endereço correcto. Se
colocarmos o endereço incorrecto, a encomenda nunca chegará
até nós, por mais que peçamos milhões de vezes. Intenção sem
acção leva-nos à inacção.
Nos dois relatos que partilhámos, os seus protagonistas
estão sempre em acção, procurando, escrevendo, além de,
incessantemente, alimentarem as suas intenções de as
concretizarem na realidade material.
Estudiosos indicam que os humanos têm mais de 70.000
pensamentos por dia – quase 1 pensamento por segundo! Portanto,
procure seleccionar os melhores pensamentos e orientá-los para
uma vida melhor e mais abundante.
Num tópico mais adiante, abordaremos, de forma mais
exaustiva, como você pode mudar os resultados da sua vida. Mas,
por agora, gostaríamos que:
a) Você imaginasse a vida que gostaria de ter, ou seja,
alimente a sua mente de pensamentos positivos e
optimistas;
b) Leve a sério esse ideal e creia firmemente na lei do
pensamento.

Simplesmente isso e verá que as coisas vão mudando


exteriormente, como o reflexo de uma mudança interior. Essa
pode ser uma parva ideia para quem é excessivamente militante
da corrente filosófica do empirismo, contudo uma grande ideia para
você!

44
Na visão do professor Wattles, se perseguirmos
incessantemente a primeira lei do universo, a lei do pensamento,
chegaremos às seguintes conclusões:

“Existe uma matéria pensante, a partir da qual


todas as coisas são feitas e que, no seu estado
original, permeia, penetra e preenche os
interstícios do universo.
Um pensamento nessa substância produz aquilo
que foi visualizado pelo pensamento.
O indivíduo pode formar coisas no seu
pensamento e, ao projectar o seu pensamento na
sua substância informe, pode gerar a criação
daquilo em que está a pensar.
Para isso, o indivíduo tem de passar da mente
competitiva para a mente criativa; tem de
formar uma imagem mental clara das coisas que
deseja e gravar essa imagem nos seus
pensamentos com a determinação de alcançar e a
fé de que alcançará, fechando a mente a tudo o
que puder abalar a sua determinação, obscurecer
a sua visão ou destruir a sua fé.
E, para além de tudo isto, vamos ver agora que o
indivíduo tem de viver e agir de uma forma
certa.” (p.16)

Texto-chave
1. A mente é dos meios mais poderosos do mundo. Exlplore-a.

45
2. A diferença entre sucesso e insucesso reside na forma de
pensar.

46
Existe Mesmo uma Ciência para Ficar Rico?
Em 1910, o Dr. Wallace D. Wattles escreveu um livro
bastante ousado, “A ciência de ficar rico”. Talvez por causa da
ousadia e de um conjunto de conceitos bastante espessos e de
difícil compreensão, o livro foi esquecido por muitos anos….
Apenas 100 anos depois, o livro foi relembrado, quando citado
no bestseller “O segredo”, como vimos atrás. No clássico, Wattles
defende acirradamente que existe uma ciência para
enriquecermos. Uma ciência exacta como a Matemática!
Já percebeu que os detentores de altas somas de dinheiro
e de grandes propriedades parecem possuir certas habilidades
que os diferenciam de pessoas comuns? Na verdade não são, ao
certo, habilidades no sentido de talento ou qualquer outra
habilidade inata.
Os endinheirados têm uma forma certa de pensar e fazer as
coisas, ao passo que as pessoas comuns, por desprezarem essa
forma de pensar e fazer as coisas, trabalham duramente largos
anos por conta de um salário e acabam vivendo na penúria.
Para defender sua tese, Wattles enfatiza quatro aspectos
fundamentais:

1. Ficar rico não é uma questão de meio social: várias vezes


ouvimos dizer, por exemplo, que seria mais fácil enriquecer se
fôssemos norte-americanos, japoneses ou se vivêssemos num
país com uma política social melhor que a de outro país. Isso
não é, de todo, verdade. Colocar tal asserção como dogmática
traria algumas implicações como “por que as pessoas diferentes,
vivendo sob as mesmas condições que um milionário, não se tornam,
47
igualmente, milionárias ou até bilionárias? Ou seja, se a proposição
propalada pelo senso comum for verdadeira, as pessoas que
vivem no mesmo país, cidade ou bairro seriam ricas. Em
Angola, por exemplo, casebres convivem lado a lado com a
Centralidade do Kilamba.

Mais ainda, quando duas pessoas da mesma localidade,


com o mesmo trabalho, com as mesmas condições, obtêm
resultados tão diferentes quanto suas digitais, ou seja, um
continua cada vez mais rico e o outro cada vez mais pobre, isso
significa, de forma, clara que ficar rico não é uma questão de meio
social.

2. Ficar rico não é uma questão de talento: quantas pessoas


talentosas ficam estagnadas no caminho, não desenvolvem e
não chegam a tornar-se ricas? O talento por si só não explica a
ciência de ficar rico. Existem muitas pessoas talentosas que
continuam pobres, enquanto outras com talento mediano,
enriquecem fácil. Vários colegas, amigos e professores
talentosos de pessoas ricas como Zuckerberg, Gate e Jobs, Jack Ma,
apenas para citar alguns, são colaboradores de empresas
criadas por estas ‘cabeças’ no século XXI. Várias pessoas, que já
escreveram sobre a natureza de pessoas ricas, são unânimes em
afirmar que elas não têm qualquer talento, habilidade especial para o
que se propõe, ou capacidades superiores às demais. Assim, torna-se
evidente que as pessoas ricas, geralmente, não enriquecem por
serem talentosas ou por possuírem capacidades inatas que as
outras não tenham, mas por fazerem ou pensarem as coisas de
uma forma certa.

3. Fazer poupanças não é a única variável para ser rico: muitas


pessoas gastadeiras vão se tornando ricas, ao passo que os
ecónomos clássicos vão se tornando cada vez mais pobres.
48
4. Não se enriquece fazendo, necessariamente, o que o outro está a
fazer: duas pessoas diferentes trabalhando na mesma empresa,
auferindo os mesmos salários, estando nas mesmas posições,
uma pode vir a enriquecer e outra continuar anos e anos
dependente de seu mísero salário.

Depois de uma longa exposição, Wattles chega à conclusão


que se tornar rico é consequência de fazer as coisas de ‘certa forma’.
Se essa asserção for verdadeira significa que essa forma de fazer
as coisas e seus efeitos provocam causas semelhantes; e ao
descobri-la e/ou dominá-la qualquer pessoa também pode vir
enriquecer. Entender como descobrir essa forma de fazer as coisas,
ou seja, como funciona o objecto da ciência proposta por
Wattles, é o que nos deteremos em fazer nas próximas páginas.

Texto-chave
1. Existe, sim, uma ciência para ficar rico. Os endinheirados têm
uma forma certa de pensar e fazer as coisas.
2. Ficar rico não é uma questão de meio social.

3. Ficar rico não é uma questão de ter talento.


4. Fazer poupanças não é a única forma para ser rico.
5. Não se enriquece fazendo, necessariamente, o que o outro está
a fazer.

Então, Você Quer Mesmo Ser Rico?


“Existem mais pessoas a desistirem dos seus sonhos do que a
fracassarem!”

49
“Como assim?” “Quem não deseja ser rico, Sebastião?” –
Talvez questione nestes termos. Na verdade, a questão parece
provocativa, mas saiba que é o ponto de partida para quem
deseja mudar a sua vida financeira para melhor.
Muitos almejam a riqueza e ter uma vida de abundância,
outros desejam ter tudo o que sonham, mas só uma minoria
arregaça as mangas, coloca o pé no barro e se compromete com
o seu ideal.
Quando se trata de gerar riqueza, não existe sorte: as
pessoas não enriquecem da noite para o dia. Precisamos ter
coragem para seguir as pegadas dos que já se encontram no topo;
precisamos ser destemidos, “calçar os seus sapatos” e fazer uma
logística reversa do seu sucesso e é isso que procuramos fazer na
segunda parte deste livro.
A questão é que, por trás de um empreendedor de sucesso,
há uma história repleta de adversidades, lutas, intempéries,
desafios, fome, humilhações, fracassos e erros. Há um cemitério
de sonhos, há inúmeras histórias de desistência, enfim, há um
conjunto de privações – falo isso na primeira pessoa. Mas, em
meio a tudo isso, há também histórias de superação, de
crescimento pessoal e, por isso mesmo, de vitórias.

Na verdade, “as pessoas são reconhecidas um dia, pelo que elas


lutaram por anos”, porque, por natureza, todos temos, em nós, o
gene do imediatismo (em maior ou menor grau) que, ao
querermos alcançar a riqueza num passe de mágica, descartamos
o outro lado da história do sucesso: o lado negro, sombrio e
doloroso.
Então, se deseja muito ser rico (“Ser rico?” Sim. Isso mesmo:
ser rico), você precisa estar predisposto a lutar por isso; nem que,
para isso, tenha que derramar suor e lágrimas.
50
Nos tópicos anteriores, discorremos em várias páginas a
necessidade de arrancar de você a ideia errónea e retorcida sobre
dinheiro. Nestas páginas, queremos contar uma verdade que
muitos coaches e treinadores motivacionais esconde(ra)m de
você: o sucesso é inimigo da inacção! O sucesso não se move em
direcção ao nosso encontro… nós é quem devemos nos mover
em direcção a ele. Para isso, você precisará de ter luz (objectivos
claros), câmara (recursos) e acção (disciplina).
Resumindo, juntando o seu novo mindset financeiro, a sua nova
programação financeira, com os objectivos claros, recursos e
disciplina, você está apto para a nova jornada que começa: a
jornada milionária!

Texto-chave
1. Muitos almejam a riqueza e ter uma vida de abundância,
outros desejam ter tudo o que sonham, mas só uma minoria está
disposta a se comprometer com os seus sonhos.

2. Quando se trata de ficar rico, esqueça-se da sorte.


3. Por trás de um empreendedor de sucesso, há uma história
repleta de adversidades, lutas, intempéries, desafios, fome,
humilhações, fracassos e erros.

Redefina o Seu Modelo Mental de Riqueza


Enquanto escrevia este texto, um amigo contou-me que seu
avô, residente na província do Cunene, é proprietário de mais
de 5000 mil cabeças de bois, herdadas de seu pai e este,
igualmente, de seu predecessor numa cadeia de sucessão quase
infinita.
51
Com medo que caçadores furtivos ou outras pessoas
mal-intencionadas se apossem do gado, com a força que ainda
lhe resta, ele próprio se encarrega de levar os animais para o rio
e para o pasto. De forma regular, ele cumpria rigorosamente o
calendário de vacinação estabelecido pelas autoridades
sanitárias daquela província.
Quando o meu amigo foi visitá-lo pela primeira vez, além
de ficar encantado com o tamanho dos animais, a cifra de
atingir os milhares de gados bovinos, suscitou-lhe algumas
intrigantes e inevitáveis questões:
– Avô, o que pensa em fazer com todo esse gado? Já, alguma vez,
pensou em vender parte deles ou criar um matadouro para distribuição
de carne para as grandes superfícies comerciais do país?

– Sacrilégio! – Disse o avô, exclamando em tom de repúdio.


– O avô da tua mãe, o teu bisavô, deixou-me as cabeças de bois como
herança e não posso desrespeitá-lo, matando o gado e vender para os
‘ricos’ (referindo-se aos proprietários das grandes superfícies
comerciais).
- Mas você também é rico, avô! – Disse o meu amigo, sorrindo,
recordando o seu avô sobre o potencial poço de riqueza bem
debaixo do seu nariz. – Você pode vender parte dos bois, ainda vivos
ou como peças de carne, aos ‘ricos’ e mesmo assim deixar metade do
gado como ‘respeito’ do seu pai e em agradecimento dos seus
ancestrais.
Nos dias que se seguiram, numa linguagem acessível e com
exemplos contextuais, ou seja, ligados ao campo da
pecuária/pastorícia, o meu amigo foi dando algumas dicas
úteis sobre finanças pessoais ao seu avô.

52
Sem dizer uma só palavra e num tom reflexivo, o avô foi se
tornando receptivo às novas ideias, ao conceito de ‘activo
biológico’, aos novos princípios da mecânica milionária e da
ciência para ficar rico.
Passado um ano, o seu avô tornou-se proprietário de uma
mega fábrica de enlatados, enchidos e outros derivados de
carne de vaca.

Com os lucros provenientes da produção de carne, com a


ajuda desse meu amigo, investiu em várias cadeias de
distribuição através de um conjunto de minimercados da região,
talhos e outros supermercados do país tornando-se num dos
maiores distribuidores de carne bovina da zona centro-sul do
nosso país.

Hoje, o seu avô conta com vários empreendimentos nos


mais variados ramos e detém uma fortuna avaliada em
milhares de milhões de dólares norte-americanos!
Por conta da sua visita inesperada de férias, sua ousadia e
seus refinados conhecimentos em finanças, o meu amigo foi
indicado, ainda no início dos negócios como Chief Financial
Office (Director Financeiro) do grupo financeiro que controla
todos os investimentos.
***
Talvez vocês estejam a questionar-se como é que o meu
amigo conseguiu convencer o seu avô a multiplicar o seu
potencial poço de riqueza. Ou seja, como pôde tornar-lhe num
milionário quase em tão pouco tempo?
Apesar do processo não ter sido um sucesso do dia para a
noite, o meu amigo fez apenas uma coisa que deu abertura a

53
todas as outras: reprogramação da mentalidade financeira do seu
avô.
Depois das lições preliminares, o meu amigo explicou a ele
que o medo de perder o seu gado, ao invés de protegê-los (e até
contribuir para a sua reprodução), era, na verdade, o principal
responsável pelas aparentes e inexplicáveis perdas, pela morte
prematura dos vitelos (as crias das vacas) e até dos gados já adultos.
Portanto, se quisesse ser rico com a herança deixada pelos seus
ancestrais (sem desrespeitá-los, é claro), era necessário um novo
conceito de riqueza e de activo (biológico).
O meu amigo reeditou os arquivos de informação
registados na mente do seu avô e, através da função abaixo,
acabou criando um império!

PM x P x S x A = R

Sendo PM a nossa “programação mental” sobre dinheiro ou


riqueza; P, os nossos “pensamentos”; S, os nossos
“sentimentos”; A, as nossas “acções” e R, os resultados, a
consequência provocada pela reedição da nossa programação.
O meu amigo explicou ao seu avô que, curiosamente, a
nossa programação mental – de forma consciente ou
inconsciente – define os nossos pensamentos, os pensamentos
são responsáveis pelos nossos sentimentos; nossos sentimentos
configuram as nossas acções; e as acções conduzem-nos aos
resultados.

54
Mudando a nossa programação, acabamos por dar o
primeiro passo para mudarmos toda a nossa vida e, com ela,
começarmos a ver os primeiros resultados.

Para mudar o mindset ou a programação financeira do seu


avô, o meu amigo fez uso de três ferramentas-chave propostas
por T. Harv Eker:

a) Consciencialização ou aceitação - constitui o primeiro


passo para a radical mudança. Ela é fundamental, porque não se
pode reprogramar, reeditar, redefinir ou mudar algo cuja
existência ignoramos o tempo todo. Este princípio é válido tanto
para (re)programação do nosso modelo financeiro, bem como
as ciências como a Psicologia e a Medicina. Ter consciência de
que o problema existe é o marco desse processo.

b) Entendimento ou introspecção - conhecer a origem dos


arquivos mentais responsáveis pela constituição do nosso pobre
modelo financeiro, dos nossos falsos traumas sobre dinheiro,
enfim, da nossa pobreza potencial é tão crucial quanto termos
consciência de que eles existem. Igualmente, sabendo a origem
dos nossos pensamentos ou da nossa forma de pensar,
chegaremos à conclusão que o nosso modelo mental é formado,
fundamentalmente, pelo que víamos e, sobretudo, pelo que
ouvíamos ao longo da nossa infância e adolescência. Ou seja, ao
compreendermos que o mundo exterior (ponto de origem do
modelo) a nós, impacta significativamente a nossa forma de
pensar, estaremos cada vez mais próximos da nossa
(re)programação mental financeira.

55
c) Dissociação ou determinação - este consiste na capacidade
de determinar quais pensamentos influenciarão a nossa vida,
tendo em conta onde estamos e o que somos hoje. Infelizmente,
diferente dos arquivos do computador por onde escrevo estes
textos que podem ser eliminados quando quiser, os arquivos
mentais não podem ser eliminados, apenas reeditados. Quando
os absorvemos, de forma consciente ou inconsciente, eles são
gravados de forma indelével nas respectivas mentes consciente e
inconsciente. Assim, o que você pode fazer é dissociar, separar ou
afastar os pensamentos contraproducentes ou reeditá-los através
do recondicionamento (o que temos vindo a fazer ao longo destas
e das páginas anteriores), sobrepondo os velhos arquivos aos
novos.

Ainda sobre a redefinição do nosso mindset financeiro,


lembro-me de um quadro afixado na entrada de um restaurante,
de um elefante adulto preso com uma corda e esta amarrada no
tronco de uma mandioqueira. Quando vi aquela imagem, fui
invadido por um turbilhão de questionamentos dentre as quais:
“Como é que um elefante não consegue livrar-se de um ‘pauzinho’?”.
Houve várias cogitações. Na verdade, a imagem é icónica e
carrega uma linda e incrível história por detrás.

Quando mais novo, o “elefante bebé” foi mantido em


cativeiro, preso entre grossas correntes, e estas amarradas em
volta de uma árvore gigantesca e frondosa. Seus pais foram
mortos por caçadores furtivos, sedentos por marfim para venda
no mercado negro. Diz-se que, por mais que ele tentasse, todas
as suas façanhas eram inúteis.

Quando adulto, foi retirado daquela árvore e amarrado


naquela mandioqueira. Para ele, a corda representavam aquelas
grossas correntes e a mandioqueira, a gigantesca e frondosa árvore.
Sua mente foi redefinida e o seu exterior foi super ou

56
hiperdimensionado. Era assombrado pelo medo onde não havia...
e por uma realidade distorcida, quando podia facilmente
modificá-la.

O mesmo acontece com muitas pessoas. Governadas por


padrões doentios sobre dinheiro, afastam-no por mais que
insistiam em persegui-lo ou consegui-lo. Por medo de arriscar
ou perder o seu dinheiro, sofrendo de uma síndrome doentia em
poupar, mas não dão um salto qualitativo: não se desafiam, não
investem e se conformam com o pouco.

Portanto, por tudo isso, esperamos que você esteja


predisposto em largar todas as velhas formas de pensar
contraproducentes (elementos que configuram a mentalidade
de pessoas pobres), responsáveis por onde você está agora e se
comprometa com o seu sucesso financeiro.
Agora que você chegou até aqui, eu vou contar-lhe, ao
detalhe, como você pode criar múltiplas fontes de renda e viver
a vida dos seus sonhos.

Texto-chave
1. Para atingirmos resultados, é preciso, antes de tudo,
mudarmos a nossa programação mental (pensar, sentir e
actuar).

57
58
59
Como Fui Construindo as Minhas MFR
“Ganhar um salário por 22 dias de trabalho árduo, para gastar em 73
horas é um autêntico suicídio.”
Tenho visto que a grande maioria das pessoas ricas
(sobretudo, os africanos), parece querer tornar-se “rica” sem,
entretanto, poder levar outras pessoas consigo. Muitos revelam
quando é que chegaram ao topo da riqueza e da prosperidade,
mas poucas revelam como chegaram lá e, por isso mesmo, os
temerosos criam todo o tipo de percalços para que os mais
ousados tenham enormes dificuldades para descodificarem o
processo reverso e tornarem-se no próximo milionário.
Diferente de várias formações e treinamentos em que tenha
participado, mostrar-lhe-ei como fazer isso – não em função do
que eu tenha lido em vários livros de educação financeira, mas
em função da minha própria caminhada enquanto criador de
riqueza – independentemente do seu status ou da sua renda
(financeira) disponível no momento em que lê este livro.
Como vimos no início deste livro, quando comecei a
trabalhar a minha grande preocupação era a de não poder
trabalhar por longos anos e ter uma liberdade financeira antes dos
meus 40 anos.
Essa minha inquietude e insatisfação pelo trabalho árduo (quase)
perpétuo (mais ou menos 45 anos de trabalhos), pode parecer um
incentivo à ociosidade, mas foi o combustível e a garra necessárias
que alimentavam dia após dia o meu desejo de aposentadoria

60
prematura. Com essa visão futurista de riqueza, eu ia colocando
o tracejado do meu Mapa da Independência Financeira.
“Está bem, Sebastião, chega de história e conte-nos logo!” –
Alguns poderão, ansiosamente, questionar-me – “Como você
conseguiu tornar-se no “Seu Próprio Patrão?”, ou melhor, “Como é
que você consegue fazer com que o dinheiro trabalhe para si 24 horas
por dia, 7 dias por semana, 30 dias por mês e 365 dias por ano?”

***
Quando comecei a trabalhar numa Empresa de prestação de
serviço, a convite do meu primo, o meu salário não superava a
marca dos 50 mil kwanzas. Na altura, ainda frequentava o
Ensino Médio. Como qualquer colaborador de formação
técnica-média, eu detinha um salário que tinha um ciclo de vida
bastante curto: de 15 dias ou o equivalente a 2 semanas a contar
da data do recebimento!
Quando passei a trabalhar na Empresa Angola LNG 11 ,
depois de várias formações e ter criado um histórico de
desempenho profissional bastante relevante, comecei a auferir
um salário que podia suprir as minhas necessidades e as da
minha família. Entretanto, apesar disso, eu vivia uma vida
bastante arrojada, para um jovem ambicioso e sonhador, ou seja,
trabalhava simplesmente para comer. O ciclo de vida do meu
salário era tão curto que, no início da segunda quinzena do mês
seguinte, já não sobrava nada, conforme a figura abaixo:

11 Angola LGN é uma empresa angolana, sedeada na província do Zaire, responsável pela produção de gás
natural.
61
Fig x.: Ciclo de vida do meu salário quando predispunha uma
mentalidade de pessoa pobre.
Olhando para a figura anterior, hoje, percebo que,
independentemente do salário que eu auferia, não era o número
de zeros depois do primeiro dígito que constituía o real
problema.
Como o estimado leitor pode ver, a questão é que eu não
tinha qualquer noção sobre educação financeira ou sobre a
necessidade de se constituir poupança e, talvez por isso, nunca me
passou pela cabeça a importância de se constituir um fundo de
emergência para lidar com questões pontuais que pudessem
surgir ao longo do mês, na minha vida e na vida da minha
família.

Texto-chave
1. Muitos revelam quando é que chegaram ao topo da riqueza e
da prosperidade, mas poucas revelam como chegaram lá.

62
2. Muitos, mesmo sem saberem, vivem uma vida à corrida de
ratos… colocando a conta no vermelho.

3. Para lidar com os vários desafios nos dias actuais, é preciso


que a educação financeira seja precoce…

Obrigado por Pensarem em Me Demitir


“O pessimista vê a dificuldade na oportunidade, o optimista vê a
oportunidade na dificuldade”
Perder o emprego é a pior das fases que qualquer
trabalhador jamais gostaria de atravessar. Quando, em 2015,
com o colapso do mercado petrolífero e constantes reduções do
quadro de pessoal da indústria, devido à queda abrupta do
preço do Brent (de 100 para quase 20 dólares por barril), eu
soube que faria parte de um grupo de Colaboradores a ser
afastado da empresa… a ansiedade, a frustração e o medo de
perder o emprego tomaram conta de mim.
Todos os dias a minha mente fazia um flashback dos
momentos idos em que não aproveitei com sabedoria as
oportunidades que me foram proporcionadas e, igualmente,
corria um filme interminável sobre o meu futuro.
Foi apenas através destes episódios que eu percebi que
depender somente do salário era o primeiro passo para lidar com toda a
sorte de problemas como a ansiedade, depressão, frustração e,
literalmente, o suicídio; uma vez que, no actual cenário
macroeconómico, as despesas mensais (incluindo as de um
estilo de vida bastante humilde) sempre superam o nosso

63
rendimento mensal, o que gera uma “poupança negativa” ou
dívidas.
Foi assim que, com ajuda de vários treinamentos com
mentores como o PhD. Bob Proctor, T. Harv Eker e incríveis
livros de educação financeira e/ou auto-ajuda, como “A ciência
de ficar rico”, “Segredos da Mente Milionária”, “Você Nasceu Rico”,
“O Segredo”, “Quem Pensa e Enriquece, “Metas”, “Os 7 hábitos de
pessoas altamente eficazes”, “Pai Rico Pai Pobre”, apenas para citar
alguns, refiz completamente o meu modelo financeiro, ou seja, a
minha visão sobre dinheiro.
Quando li o capítulo “O segredo para o dinheiro”, do já citado
livro “O Segredo”, li, dentre outras, uma declaração que marcou
para sempre a minha vida:
“Se manteve pensamentos no passado de que a única forma de o
dinheiro chegar a si é através do seu emprego, então desista disso
imediatamente. Será que não consegue perceber que, enquanto
continuar a pensar assim, será essa a sua experiência? Estes
pensamentos não ajudam.”

No dia seguinte, imediatamente, comprei um mealheiro


(um cofrinho que servia para colocar as minhas moedinhas), um
pote (um frasquinho onde podia colocar quaisquer trocados ou
valores que restavam das compras ou de qualquer outra
actividade) e reparti o meu salário em 6 (quatro partes):

 50% Para Conta de “Necessidades Básicas”;


 10% Para Conta “Educação e Formação Financeira”;
 10% Para Conta “Poupança para Investimentos”;
 10% Para Conta “Livre ou Diversões”;
 10% Para Conta de “Sonhos”;
 10%Para Conta de “Doações ou Contribuições
Familiares”.
64
Esta foi a repartição que, na altura, eu achei a mais sensata,
o que, para o leitor, poderá ser adaptada em função de
situações muito pontuais.

A Conta de “Doações” não poderá ser inferior a 10% se


pertence a uma Igreja de matriz Cristã, por causa do Dízimo. A
Conta “Livre ou Diversões” poderá ser reduzida a 5% e a Conta
“Educação e Formação Financeira”, depois de ajustadas outras
rubricas, poderá ser 20% ou 30%. O mais importante é adequarmos
o nosso salário ao estilo de vida que desejamos ter.

Portanto, não importa se você ganha milhões ou apenas


centenas de kwanzas, se você é dono de fortunas ou de um
humilde salário, o mais importante é começar a administrar
agora, e o mais essencial é começar a administrar o que tem nas
suas mãos agora!
Para fazer um controlo rigoroso das despesas, eu baixei
óptimas planilhas do Excel gratuitas a partir do Google ou ainda
descarreguei Apps móveis grátis da AppStore ou PlayStore, as
quais, com as devidas adaptações, uso até hoje.
Depois de cinco (5) anos, com os seus desafios, erros,
acertos e tentações em puder gastar o meu fundo, eu dispunha
de um valor que pudesse fazer o que eu quisesse. Foi assim que
comecei a criar o meu próprio império…

Texto-chave
1. Aproveite da melhor forma, as adversidades, até mesmo em
situação de desemprego. Dê a volta por cima.
2. Não se fica rica com o que se ganha, mas com o que se investe
poupando.

65
3. Faça um controlo rigoroso das suas despesas.

Princípios Fundamentais Para Construir a Sua Fonte de


Renda
“Ter uma única fonte de renda é o passo certeiro em direcção à
pobreza!”

Com o Kwanza a desvalorizar-se dia após dia, o poder de


compra das pessoas vai reduzindo, uma vez que os salários
continuam os mesmos ou crescem mais lentamente que o ritmo
da inflação12.
Não nos vamos deter em conceitos técnicos sobre Economia,
pois não é este o nosso objectivo. Mas, para que você entenda o
que poderei explicar nos textos seguintes é importante que você
tenha em conta alguns aspectos chaves sobre a ciência
económica.
De forma muito básica e simplista, o que queremos dizer é
que, quando o preço da moeda estrangeira (a taxa de câmbio) aumenta,
o kwanza perde o seu valor real (lembre-se que a nossa economia é
fundamentalmente importadora) e, por isso mesmo, as pessoas
precisam de mais kwanzas (um aumentozinho nos seus salários) para

12 Explicar a cresce e a inflação anualmente (app Trading Economics)… o valor da taxa de câmbio do dólar/euro (ver no
site de um Banco Comercial)… o valor do salário mínimo nacional (ver site do MinFin).
66
poderem comprar as coisas que sempre adquiriram sem quaisquer
dificuldades.
Como aumentar a sua renda? Será que passa por aumentar
o seu salário? Aumentar os salários pode ser uma das vias, mas
também acaba por ser a via mais desafiadora, pois não
dependeria somente do leitor e exigiria que o seu empregador
abrisse mão das várias necessidades da organização para poder
aumentar o custo com o pessoal.
Assim, a via que entendemos ser a mais viável, sustentável e
pacifista consiste em criar múltiplas fontes de renda (“MFR”) ou,
se quisermos, fontes de renda alternativa (“FRA”).
A expressão múltipla para o contexto que aqui
apresentamos, significa, por um lado várias fontes, por outro,
traduz a ideia de que a renda alternativa deve ser facilmente
escalável, ou seja, capaz de produzir resultados imediatos em tão
pouco tempo e, igualmente, poder gerar outras fontes de renda,
num ciclo quase que infinitesimal...
Como você pode identificar se o seu negócio/projecto é ou
não uma MFR? Abaixo, enuncio alguns princípios
fundamentais para você distinguir se os seus rendimentos são
ou não resultantes de uma múltipla fonte de renda:

1) Uma múltipla fonte de renda não pode interferir na sua


principal fonte de renda;

2) Uma múltipla fonte de renda não pode consumir muito


tempo de planificação;

67
3) Uma múltipla fonte de renda não pode requerer muitos
processos (por exemplo, uma Lavandaria é uma fonte de renda
que consome muito tempo, exige muita planificação e requer
muitos processos. Isso porque as pessoas precisam de fontes de
renda que comecem a gerar rendimento num curto espaço de
tempo e que exigem do investidor um volume razoável de
financiamento capital que, como disse acima, não estrangule a
programação financeira da sua principal fonte);
4) Uma múltipla fonte de renda deve ser um negócio ou
projecto cuja gestão corrente possa ser facilmente transferida ou
adjudicada a terceiros. Ao invés de se tornar dono (“owner”) do
projecto ou negócio, você deve tornar-se parceiro (“partner”).
Também é recomendável que, neste processo, você fique com a
menor percentagem em relação ao seu parceiro (por exemplo,
45%/55%, 40%/60% ou mesmo 35%/65%; o importante é que a
maior percentagem do negócio, projecto ou empresa seja da
parte de quem vai gerir o negócio para que ele não se sinta
como um empregado, mas como um colaborador ou parte do
negócio).

Por que isso é fundamental? Com isso, você poderá ganhar


mais tempo para dedicar-se noutros projectos e você acabará
tendo uma equipa de gestão muito mais profissionalizada ou
especializada no ramo em que pretendes investir. Outro aspecto
interessante é que a parte mais técnica (operacional,
contabilística, fiscal) e burocrática (jurídica capital humano),
por sinal, a mais complexa, será da responsabilidade desse
parceiro.
Alguns poderão evocar a falta de confiança como sendo o
motivo para não terceirizarem a gestão de seus negócios ou as
suas MFR, contudo a confiança é um gerador de riqueza. Para que
as pessoas sejam confiáveis, é necessário que você, antes, seja
confiável.

68
5) Uma múltipla fonte de renda não pode ser um negócio ou
projecto que exija um quadro de pessoal bastante grande, de
modo a não comprometer a gestão e por forma a reduzir custos
desnecessários: o ideal são 2 (duas) a 4 (quatro) pessoas.
6) Uma múltipla fonte de renda pode ser criada a partir de um
espaço razoavelmente reduzido, a partir da garagem, da
varanda, enfim, de algum espaço que lhe ofereça as condições
necessárias para vender o seu produto ou prestar o seu serviço
de forma presencial ou online.

Texto-chave
1. Ter uma única fonte de renda é o passo certo para a pobreza.
2. Uma múltipla fonte de renda (MFR) não pode interferir na
sua principal fonte de renda.
3. Uma múltipla fonte de renda pode ser feita com poucos
recursos financeiros e a partir de uma varanda ou de um
quarto.

Colocando em Prática os Princípios da MFR


“Os princípios são como receitas de bolo: eles só funcionam na medida
e sequência exacta.”
Como disse no início deste livro, eu tenho um conjunto de
negócios e participações em negócio nos mais variados sectores.
Lembrar que nenhuma das minhas fontes de renda extra é uma
renda activa. Todas são rendas passivas!
A diferença entre uma renda activa e passiva está na
quantidade necessária de trabalho para a poder fazer funcionar.

69
Numa fonte de renda activa, você terá de trabalhar horas a fio,
Numa fonte de renda passiva você precisa apenas descansar no
seu sofá e consultar o saldo da sua
conta, através da internet banking, no QUATRO ETAPAS PARA
final do mês, na companhia de um PODER ZERO
EMPREENDER DO

bom vinho ou whisky velho.


1. Use seu tempo livre para
aprender coisas novas! Não
De forma muito básica, nas rendas tem desculpa: você pode
activas, você é o escravo do dinheiro; dormir 1h mais tarde, acordar
1h mais cedo, deixar o
nas rendas passivas, o dinheiro é o seu WhatsApp, Facebook ou
escravo, ou seja, o dinheiro trabalha Instagram por 1h ou mesmo
deixar de assistir a Netflix por
para si. 1h. Fazendo as contas, você
ganhou 4 horas no seu dia.
Durante anos, por conta de um Use esse tempo para
investimento que fiz num negócio de começar o seu próprio
negócio.
Ourivesaria, ganho uma renda passiva
2. Foque-se numa coisa de
mensal, um valor muito acima ao cada vez. Não é mágica, é
equivalente da taxa máxima oferecida Matemática. Se você usar
todo o seu esforço para se
pelos bancos nas remunerações de dedicar a uma coisa
depósito a prazo). No final do ano, específica, inevitavelmente,
essa coisa vai crescer. Então,
tenho uma milionária renda livre de não queira fazer tudo de uma
quaisquer impostos ou taxas. vez, construa bloco por
bloco.
O investimento só foi possível por 3. Entenda que errar não é
conta de uma oportunidade de uma escolha, é uma etapa!
Muitos deixam de criar
negócio identificada por um amigo negócios milionários por
numa zona com potencial crescimento medo de fracassar. Thomas
Edison tentou por mais de 10
deste mercado. Com o crescente mil vezes até inventar a
número de casamentos e a facilidade lâmpada.

ao acesso do mercado do ouro, percebi 4. Persista! As falhas são o


que era um negócio escalável e que, maior indicador de que você
está tentando, por isso, saiba
caso eu injectasse algum capital, o aprender com os erros,
projecto seria mais um caso de sucesso. melhorar o processo e refazer
tudo do zero, se for preciso.
Quando persistir não é uma
etapa, o sucesso é
inevitável. 70

Por: Tiago Fonseca


(ligeiramente adaptado)
Um outro investimento que fiz, por conta da rigorosa
educação financeira mencionada atrás, foi o de um projecto no
mercado da pesca. Através de um contrato semelhante ao de
locação financeira 13 (semelhante aos contratos que, nos últimos
tempos e com bastante frequência, têm sido feitos com os taxistas de
transportes colectivos urbanos). Por meio deste projecto, eu ganho
uma renda passiva mensal que totaliza vários milhões de
kwanzas anuais, sem fazer, literalmente, nada! Para se ter uma
ideia do quão interessante são estes tipos de rendimentos, no
capítulo “São os depósitos a prazo uma óptima fonte de renda
passiva?”, vamos procurar demonstrar como e por que você
deveria optar por investir em negócios ao invés de acomodar os
seus valiosos kwanzas numa conta bancária de poupança a prazo.
Um mercado bastante fértil, no nosso país, é o mercado
imobiliário. Apesar das constantes contracções ou queda de
preços, este mercado ainda é um dos mais promissores na nossa
Sociedade. Com uma franja populacional bastante jovem, a
corrida e o sonho pela casa própria, sem dúvida, constituem o
The Angolan Youth Dream (“O Sonho do Jovem Angolano”).
Com os valores dos rendimentos mensais resultantes dos
investimentos, adquiri alguns imóveis nalguns projectos
habitacionais do Estado e arrendei-os. Destes projectos eu
aufiro uma renda mensal que também globaliza um rendimento
líquido milionário anual.

Para criar uma folga financeira bastante sustentável,


também faço parte de uma empresa de Marketing de rede ou

13 Locação financeira (em inglês “leasing”) consiste é uma forma de financiamento em que o locador (o titular do capital),
de acordo com as orientações do seu cliente (o destinatário do financiamento), adquire um bem (móvel ou imóvel) e cede o
seu uso temporário por meio do pagamento de uma quantia periódica, num prazo estabelecido e, relativamente ao qual o
cliente tem uma opção de compra no final do mesmo prazo, conta o pagamento de uma quantia contratualmente definida
(denominado “valor residual”). https://economias.pt/locacao-financeira/
71
multinível como investidor ou estoquista, a Longrich, e recebo
um valor líquido mensal considerável.
Recentemente, tornei-me um parceiro VIP, dispondo de 1%
da riqueza global da Longrich! Este é o topo dos escalões. É o
sonho que qualquer parceiro da referida Empresa almeja
alcançar.
Com a digitalização do
mercado, a existência de qualquer O QUE É A LONGRICH
negócio ficou confinada à sua BIOSCIENCE?

presença no espaço digital. Ao É uma empresa multinacional


asiática que fabrica produtos de
longo dos últimos anos fui Saúde e Beleza e está em
convidado a abraçar um novo operação há mais de 34 anos.

projecto de Marketing Digital. A empresa fabrica diversos


Mesmo sem a minha presença (por produtos para várias
multinacionais conhecidas, como
ter uma equipa auto-gerenciável) a Woolworths, GSK Pharma,
o negócio gera para mim 30% das Unilever, Adidas, MAssmart, etc.

receitas mensais. A Longrich tem mais de 2 mil


produtos de oito diferentes
No ramo dos transportes, categorias, nomeadamente:

todos os meses na minha conta é 1. Cosméticos;

creditada uma boa quantia em 2. Produtos de saúde;


kwanzas. 3. Equipamentos domésticos;

Poderia, aqui, partilhar os 4. Mobiliário;

inúmeros projectos que tenho, mas 5. Logística.


não é objectivo deste livro dizer o Longrich é reconhecida pela
que tenho, mas mostrar-lhe como os qualidade do produto e, por isso,
fabrica produtos sob a forma de
consegui do zero, ou seja, passo a Original Equipment Manufacturer
passo. (“OEM”).

Entretanto, em todos esses


projectos, em geral, eu tenho uma
renda mensal passiva multimilionária.
72
Alguns leitores poderão entender os feitos mencionados
acima como uma ostentação ou luxúria. Para evitar distorções,
vale lembrar que é importante que os coaches ou autores,
sobretudo os ligados à educação financeira, ensinem com
exemplos e conhecimento de causa: uma palavra convence, um
exemplo arrasta multidões – como nos recorda Ghandi.
Mais do que motivar com palavras, é meu desejo que o
leitor entenda que cada palavra deste livro foi criteriosamente
seleccionada, antes de impressa, para que se sinta seguro e mais
predisposto a começar a construir o seu Mapa da Independência
Financeira.

Texto-chave
1. A diferença entre uma renda activa e passiva está na
quantidade de trabalho necessária para a poder fazer funcionar.
2. Nas rendas activas, você é o escravo do dinheiro; nas rendas
passivas, o dinheiro é o seu escravo, ou seja, o dinheiro trabalha
para si.

73
O Passo a Passo Para Construir as Suas Múltiplas Fontes de
Renda

1. Desenvolva as seis habilidades fundamentais do processo de


co-criação

Não lhe vou pedir para poder empreender sem dinheiro.


[In]felizmente não farei isso. Diferente de alguns livros sobre
educação financeira, tal como temos vindo a fazer ao longo
destas páginas, não partilharei frases prontas, fórmulas mágicas
para poder enriquecer no dia seguinte... ou recomendações
descontextualizadas. Partilharei, sim, a minha experiência
provada ao longo dos últimos anos.

Cada fonte de renda passiva que disponho hoje é o resultado


de um processo de amadurecimento – assim como o
crescimento – de erros, acertos e frustrações.

Para desenvolver a minha liberdade financeira ou o processo de


co-criação de riqueza, tive de conhecer e cultivar seis faculdades
cognitivas fundamentais:

1. Razão: é a faculdade responsável pelo acto de pensar. Ela


afigura-se fundamental, pois possibilita-nos fazer a avaliação de
uma situação, questionar e analisá-la. Ela também é responsável
pela capacidade de pensar e criar imagens mentais que
concorrem para o processo de mentalização (ou criação da
“coisa” na “matéria informe”).

74
2. Memória: é um processo mental onde estão registadas as
nossas crenças, paradigmas, recordações, emoções e
sentimentos. Para o processo de co-criação, muitas vezes, precisa
de ser reeditada, de modo a estar preparada para lidar com os
conteúdos nos novos arquivos ou modelos mentais.

3. Percepção: está relacionada com o modo como você


percepciona ou encara a vida. É necessário expandirmos nossa
percepção para que possamos compreender que as limitações
estão a interferir na nossa participação e no nosso processo de
co-criação.

4. Força de vontade (“will”): é responsável pela resiliência e pelo


reforço da nossa capacidade de foco ante à imaginação e à
atenção num dado objectivo. A força de vontade é a energia
contrária à fragilidade volitiva (falta de força de vontade) e ela
também se ocupa de trabalhar na materialização dos nossos
objectivos, sonhos ou projectos de vida. Ao longo do processo
de co-criação da riqueza e, consequentemente, de uma nova
realidade, precisamos de ter uma enorme força de vontade para
que possamos romper com padrões e crenças, e mudarmos
nossos hábitos.

5. Intuição: é a capacidade de você sentir coisas além do que


nossa mente (consciente) e sentidos podem detectar.
Chamamos a isso de “sexto sentido”. A intuição é a “voz” no
Universo que nos guia, respondendo àquilo que pedimos. A
intuição não é uma qualidade caracteristicamente feminina, como,
às vezes, tendemos a acreditar. Na verdade, a intuição é uma
75
qualidade resultante da contemplação e da experiência que nos
orientam em direcção às nossas aspirações, sonhos e projectos
de vida. Ela dá-nos a capacidade de antevermos eventuais
intempéries, assim como as ferramentas necessárias para
lidarmos com elas… para sermos resilientes mesmo quando as
adversidades parecem intermináveis ou quando os nossos
projectos e investimentos parecem incertos.

6. Imaginação: é a faculdade que nos possibilita criarmos a


realidade que desejamos. A imaginação também nos permite
experienciarmos essa nova realidade que está sendo co-criada,
antes mesmo que ela se materialize. Diferente do pensamento
(que se circunscreve em grande medida na mente consciente), a
imaginação é muito mais abrangente e ela abarca grande parte
da mente inconsciente. Não é sem razão que as célebres frases de
Albert Einstein14, “Em tempos de crise, só a imaginação é mais
importe que o conhecimento” e “O pensamento leva-te de A a B, a
imaginação leva-te para o mundo”, se tornaram tão notáveis até
nos nossos dias.

2. Defina onde você quer chegar, o que você quer e quanto você quer

Nos clássicos “O Segredo”, de Rhonda Byrne, e “A Ciência


para Ficar Rico”, de Wallace Wattles, encontramos, ao longo de
todo o livro, a importância do processo de mentalização e da
imaginação como o primeiro passo para construirmos o nosso
mapa para a independência financeira.

14 Físico alemão e um dos maiores génios do século XX que viveu entre os anos 1879 a 1955.

76
Por que estes dois livros enfatizam exaustivamente sobre estes
dois processos mentais como elementos chaves para a criação de
riqueza?

Se não é possível navegar pelo mar sem que saibamos onde se


quer chegar, igualmente não é possível alcançarmos qualquer
coisa que seja sem que saibamos o que queremos. Igualmente, é
fundamental que saibamos onde estamos. Como assim, Sebastião?
Não precisamos apenas saber onde queremos chegar e o que queremos?
– Alguns poderão questionar-se. Não!? Sabermos onde estamos
ou, se quisermos, o que somos hoje é tão importante quanto o que
queremos.
Imagine que você está em sua casa a arrumar as malas para uma
ou duas semanas de férias. A ansiedade pela paz interior, o desejo pela
brisa do vento e pela liberdade de correr descalço pela terra húmida,
não permitem que você se esqueça do mínimo detalhe. Você avalia a
sua lista de coisas por levar e da lista de tarefas por fazer antes de
partir que, por sinal, está tudo em ordem. Logo, você está pronto para
as suas benditas férias.
Certo de que não deixou nada para trás, você entra para o seu
carro, liga o GPS15 e digita o endereço de destino, esperando que o
sistema o auxilie na melhor e mais breve rota; passam-se alguns
segundos, o aparelho hesita em identificar onde você está, a sua
posição actual e a mensagem electrónica feminina informa-lhe que “é
impossível encontrar o seu local de destino”.

É justamente isso que acontece, quando você define onde


você quer chegar, mas não identifica o seu estado actual, ou seja,
onde você está. O autoconhecimento (uma qualidade que, nos
últimos tempos, vai se negligenciando) é fundamental no
processo de co-criação de riqueza. Conhecer as suas limitações,

15 Abreviação inglesa de “Sistema de Posicionamento Global”.

77
as suas motivações, as suas reacções e a sua capacidade de
resiliência ante às adversidades poderá ajudá-lo, por exemplo,
nas relações com os seus parceiros, colaboradores ou mesmo na
identificação dos sectores nos quais se sente mais confortável
em fazer os seus investimentos. Conhecendo-se a si mesmo,
saberá optimizar o seu tempo, recurso e poderá potencializar
cada vez mais as suas qualidades!

Outro aspecto fundamental quando identificamos o que


somos (ou onde estamos), o que queremos (ou onde desejamos chegar)
é definirmos o quanto desejamos ser ricos.

Definir o quanto desejamos pode parecer um processo


hercúleo, impossível ou desafiante, mas é necessário. Ao definirmos
quanto queremos ou desejamos, conspirará para que o universo
reconheça mais facilmente o que é seu. Não limite a sua mente:
pense grande, pense em riqueza, pense em abundância.
Lembre-se que, seja o que for que a sua mente possa concebê-la,
se fizer isso com fé e determinação, ela poderá tornar-se
realidade.

Defina metas e métricas claras: por exemplo “quanto você


deseja ganhar por mês”, “quanto você deseja alcançar no primeiro
trimestre, ou “quanto de riqueza você deseja alcançar até ao final do
ano”; as mesmas metas valem, se você é sócio de uma ou várias
empresas ou se participa de um ou vários negócios.

Não permita que os seus pensamentos limitem os seus


sonhos. Sonhos não só são projectos de vida… mas a sua vida.
Você paga para sonhar? Então por que permite que o medo e as
incertezas bloqueiem o seu génio milionário? Não tema em ser o
primeiro milionário da sua família!

78
3. Liste todas as possíveis múltiplas fontes de renda em que você tenha
interesse em investir

Um dos maiores desafios dos que decidem tornar-se rico,


tem a ver com a dificuldade de definir em que negócio investir
ou participar. Na verdade, você não precisa contratar
dispendiosos escritórios de Análise e Projecto de Investimento
(“API”) para fazerem um estudo de viabilidade do seu projecto
e produzirem um robusto documento de mais de 100 páginas
que, no final, não terá tão grandiosa serventia.

Assim, em linha com os “princípios fundamentais para


construir a sua fonte de renda” e como forma de ajudá-lo a
identificar potenciais negócios com uma alta velocidade de
fluxo de caixa, cujo processo operacional possa facilmente ser
convertível em liquidez (dinheiro vivo), partilho abaixo algumas
sugestões:

 Fazer marketing multinível ou marketing de rede;


 Fazer marketing digital e fazer gestão de redes sociais16;
 Participar de programas de afiliados;
 Escrever/publicar um livro (e-book, áudio-livro ou livro
físico);
 Fazer serviço móvel de troca de óleo auto;
 Desenvolver softwares (web/mobile) para mercados;
 Criar planos e/ou modelos de negócios;
 Fazer Quiosque(s) para venda de produtos diversos;
 Patrocinar treinamentos, seminários e publicações de
livros;

16 Existem mil e uma páginas de Facebook, Instagram, LinkedIn, até do WhatsApp que parecem cidades
fantasmas, tanto por inexperiência dos seus criadores, quanto por falta de conteúdo e disciplina. Revitalizar
tais páginas é uma óptima oportunidade de negócio para quem conhece o mundo digital, mas não sabe como aumentar a
sua carteira de clientes. Hoje, pode-se mesmo dizer que ‘quem não está no ciberespaço não existe’!
79
 Contratar empresários estrangeiros para o país (você
pode fazer isso por meio das redes sociais, seminários ou
conferências, ou outras actividades presenciais e online);
 Ser colunista em revistas, jornais e blogs;
 Comprar participações em startups rentáveis e/ou
escaláveis;
 Obter direitos de livros, seminários, produtos e serviços
de outros países (franchising);
 Fazer uma oficina de mecânica;
 Fazer palestra e vender cursos (presenciais ou online);
 Fazer serviços de entrega;
 Arrendar aparelhos para palestras, seminários e cursos
(projector, tela para projecção, pointer, microfones sem
fios/lapela, colunas de som);
 Arrendar imóveis;
 Fazer co-working;
 Participar de investimentos colectivos (crowdfunding);
 Comprar terrenos para revenda ou aluguer a empresas;
 Comprar espaços para parques privados;
 Comprar máquinas de vendas automáticas (vending
machine) e colocar em espaços públicos;
 Comprar máquinas para fazer gelados (ice cream);
 _________________________________________________
 _________________________________________________
 _________________________________________________.

Agora, listadas as possíveis “MFR”, escolha as cinco potenciais


fontes de renda que pretende investir.

Mas, como identificar em que projectos eu posso investir?


Muito simples. Para isso, vamos recorrer à Matemática.
“Matemática?” Sim. Mas, não se preocupe que não vamos falar

80
de derivadas, integrais ou números complexos. Para determinarmos
a taxa de sucesso que lhe dará uma visão razoável sobre quais
projectos poderás investir, vamos recorrer aos conjuntos.
Contudo, aqui, chamá-los-emos de “convergência”.

Convergência, conforme a expressão traduz, é a intersecção


entre algo que você gosta de fazer ou é bom fazendo
(preferencialmente os dois) e algo do qual as pessoas estão
interessadas em comprar ou pagar por ele. Para perceber isso,
basta sobrepor duas circunferências e sombrear a área
intersectada, conforme a seguir.

O QUE INTERESSA
SUA PAIXÃO, O
ÀS PESSOAS OU
QUE SABES
ESTEJAM
FAZER OU PODES
DISPOSTAS A
MELHOR
PAGAR

ÁREA DE CONVERGÊNCIA
Fonte: A Startup de $ 100 dólares (Chris Guillebeau).

81
Taxa de Convergência = (Sua paixão, o que sabes ou podes
fazer de melhor) / (O que interessa às pessoas ou estejam
dispostas a pagar).

De forma muito prática, imagine que você é óptimo em


marketing digital (consegue criar conteúdos criativos, gerir
páginas de redes sociais como o Facebook e Instagram e criar
peças de comunicação) e pode oferecer (em um mês), num único
pacote, este conjunto de serviços para até 5 (cinco) Startups em
fase de lançamento. Em contrapartida, há mais de 10 (dez)
Startups que precisam destes serviços para activação das suas
marcas e mostrarem os seus produtos e serviços para o
mercado e estão dispostas a pagar-te por prestar-lhes este
serviço… vejamos que, no final do nosso mês hipotético, você
terá uma taxa de convergência de até 100%!

6
1
7

2 8

3 9

10

Sua paixão, o que sabes ou podes fazer de melhor = 5 Startups

O que interessa às pessoas ou estejam dispostas a pagar = 10


Startups

Taxa de Convergência = 5/5 = 100%

82
Atenção que o inverso também é válido, ou seja, poderá
haver menos pessoas singulares, Startups ou até mesmo
empresas já consolidadas interessas pelo que você pode, sabes
ou está disponível a oferecer. Neste caso a sua taxa de
convergência será de 50%.

Você pode estar a perguntar-se o que fazer com as restantes


5 (cinco) Startups que não conseguiu atender.

As restantes, chamo-as de oportunidade remanescente e você


pode terceirizá-las. Com isso, você pode, inclusive, ganhar
algum comissionamento por contratá-las ou adjudicá-las a
outrem (preferencialmente, a pessoas que você acredita que
podem oferecer o mesmo serviço e com a mesma qualidade que
você ofereceria caso prestasse).

Claro que nem tudo de que gostamos ou sabemos melhor


fazer as pessoas estão interessadas em pagar. Contudo, na parte
que os dois círculos se sobrepõem (as suas habilidades ou
paixões ganham destaque), há uma forte probabilidade de gerar
um micronegócio escalável, ou seja, que pode vir a prosperar.

Depois desse exercício, reduza a lista de negócios ou


micronegócios propostos acima para apenas 5 (cinco).
Lembre-se de escolher aqueles dos quais você é “fera”,
excelente ou lhe traga maior satisfação em realizá-los.

Seguidamente, reduza as cinco (5) propostas de negócios ou


micronegócios seleccionadas anteriormente para apenas uma (1)
proposta. Será um processo difícil, mas terá de o fazer, de modo
que, na fase inicial, todo o seu empenho e foco estejam voltados
para um único projecto ou negócio.

Depois de seleccionar a ideia, comece a desenvolvê-la até


aprender o processo de criação de uma MFR. Essa deverá ser a
83
ideia na qual você começará a trabalhar a partir de agora: este é
um passo vital. Lembre-se que você apenas começará a ganhar
mais dinheiro depois de muito empenho, determinação,
disciplina e persistência em fazer isso.

4. Faça poupanças e canalize-as para os seus investimentos

Lembre-se que, nas páginas anteriores, reservava (hoje


reservo menos) cerca de 10% do meu salário para a minha
“Conta Poupança para Investimentos” e mais 10% para a minha
“Conta “Educação e Formação Financeira”. Por agora, vamos nos
focar na primeira conta. Por que é fundamental reservar todos os
meses (ou de forma periódica) parte do rendimento que você
consegue?

Em economia e finanças pessoais, existe uma fórmula mágica


que, infelizmente, muitos professores não ensinam como deve
ser nas nossas escolas. Na verdade, muitos passam a ter um
cartão de crédito ou débito sem saber o que é um “débito” ou
“crédito”. Não que, necessariamente, você deve saber. Mas,
saiba que, a partir do momento que você é titular de um cartão
de crédito, você é um potencial devedor (ou portador de uma
“dívida”) junto do seu Banco.

A fórmula a que me referi acima é a seguinte:

Se P = R – C e I = R – C

Logo P = I

R = Rendimento;

C = Consumo;
84
P = Poupança;

I = Investimento.

A disposição dos elementos foi propositada, e eu explico-lhe o


porquê:

Porque, para que haja consumo, poupança ou investimento


tem de haver, no mínimo, algum tipo de rendimento ou alguma
fonte de renda. Alguns poderão objectar colocando-se questões
do tipo “E, então os livros que afirmam que é possível empreender
sem qualquer tostão são uma farsa?” Não. Na verdade, não são
uma farsa… seus autores apenas ocultam parte da história. No
fundo, o que eles fazem é uma espécie de marketing agressivo
para puderem vender mais. Apenas isso. Entretanto, Wallace, no
seu clássico (já aqui citado), foi enfático em afirmar que, sempre
que precisarmos expandir nossas habilidades ou desenvolvê-las
em todas as dimensões, precisaremos de ter dinheiro… eu não
só concordo, como é o que lhe estou a procurar mostrar ao
longo deste livro.

“Por que a fórmula acima é mágica?” Porque, o segredo para


que eu pudesse começar qualquer negócio ou micronegócio
foram as poupanças que eu fui fazendo a partir de 2012, período
em que ganhei o meu primeiro salário. A poupança, na verdade,
é a parte do rendimento que não é gasta ou, simplesmente, a
parte de que dispomos depois de feitas todas as despesas com
consumo; daí que, na nossa função, o consumo subtrai o
rendimento. Atenção que eu falo de rendimento, e não de salário.

85
Neste livro, o rendimento é todo o dinheiro que você aufere
de qualquer actividade não-gratuita ou até mesmo uma doação
recebida. Pode ser salário, gratificação, comissionamento, bónus, etc.
Portanto, para poupar você não precisa ter, necessariamente, um
salário! Como no início da minha jornada financeira, eu possuía
uma única fonte de renda e poupava apenas 10% do meu salário.
Se, além do salário, você dispor de outras fontes de renda, então
você pode poupar 5% ou 10% do rendimento de cada fonte.
Repito: O importante é você dispor de um montante, no final de
algum período (poderá ser no final do mês, semana ou
quinzena).
POR QUE VOCÊ NÃO DEVE
Outro aspecto fundamental é TER MEDO DE PREVISÕES
que, preferencialmente, antes FATALISTAS?

mesmo de começar a poupar, você O professor canadense Henry


Mintzberg (1939), um dos
já pode ir definindo em que académicos mais renomados do
projecto deseja investir. mundo, sugere que os
empreendedores não devem ter
Findo o período, você terá medo das previsões fatalistas de
economistas nem seguir
necessariamente de investir, ou passivamente as recomendações
seja, a tua poupança deverá ser de gurus económico-financeiros.
Confira o porquê:
convertida em investimento(s) (P
“Três cientistas sofrem uma
= I). terrível exposição nuclear e cada
um tem direito a um último pedido.
Já disse aqui várias vezes o O russo diz que gostaria de
quanto você dever poupar, mas passar os seus dias finais no Mar
Báltico (um mar situado no Norte
talvez você não saiba ‘como você da Europa), com mulheres, vinho
e música. O italiano pede para ir
pode aplicar as suas poupanças’. para a Rivieira. Quando
perguntaram ao judeu qual o seu
último desejo, ele diz: ‘Eu gostaria
de consultar outro médico.’ É isso
5. Não tenha medo de investir que os empreendedores devem
fazer: desafiar a realidade e
Permita-me ser sincero que a explorar novas oportunidades!

parte mais complexa (contudo, não Fonte: Oportunidades disfarçadas

86
impossível) de qualquer processo de investimento é seleccionar a
área em que investir, sobretudo, na fase que atravessamos –
uma fase de crise económico-financeira profunda. Antes de lhe
contar como eu soube onde aplicar as minhas poupanças aos
vários investimentos que hoje possuo, gostaria de encoraja-lo a
não ter medo de investir.

Em tempos de crise, é comum as pessoas desencorajarem-se


(ou serem desencorajadas), temerem pelas suas escassas
poupanças e não investirem. Curiosamente, enquanto alguns
desistem por medo do risco de perder, num instante, o seu
capital resultante de rigorosas e dolorosas poupanças, outros,
destemidamente, avançam e investem apesar de estarem
conscientes dos riscos associados a este tipo de atitude.

O caro leitor lembra-se do famoso adágio “Quem não arrisca


não petisca” ou “No pain no gain”? Certamente, já terá ouvido.
Investir é uma arte, entretanto, mais do que saber como investir,
é importante saber quando. E, por incrível que pareça, a fase de
crise é a melhor de todas as fases para se investir. O arquitecto
francês Philippe-Patrick Starck chegou até mesmo a afirmar que
“Ele amava crises”! Pode até parecer um exagero… mas as crises
são óptimas mestras, tanto para as governantes das nações,
quanto para quem deseja empreender ou já tem um negócio
estruturado.

Einstein, num dos seus vários discursos, fez uma afirmação


que, até hoje, ecoa como sendo uma verdade universal: “Em
tempos de crise, a imaginação é mais importante que o conhecimento”.

Voltando ao que dizíamos no início, para poder escolher


um óptimo investimento, é necessário ser um óptimo observador
do comportamento do mercado:

87
- “De que as pessoas precisam, efectivamente?”
- “De que as pessoas estão sempre a queixar-se?”

A insatisfação é a mais nobre fonte de criatividade. Você a


reprime ou a alimenta? Contudo, não existe um mapa-guia ou
um cardápio de projectos prontos para você. (Se existir algum
avise-me. Viu que já identificámos uma oportunidade disfarçada?). O
segredo é você continuar e não ter medo de arriscar.

Um dos formandos, num dos meus treinamentos sobre “O


Segredo da Ciência para ficar rico”, depois de ter abordado, dentre
outras questões, sobre a “Acção Eficiente”17, questionou-me:

- “Sebastião, como posso tomar uma decisão eficiente?” Ou


melhor, “Como é que eu posso tomar decisões certas sobre em que
área investir?”

- “Por meio da experiência” – Respondi-lhe, introspectivo.

- E como é que eu ganho experiências? – Continuou ele, ansioso


por uma resposta.

- Tomando decisões erradas – Acrescentei, sem titubear.

Tudo o que sou e todos os projectos de que hoje disponho


são fruto das decisões que tomei ao longo dos vários anos.
Grosso modo, as decisões que hoje entendo como sendo as mais
correctas são resultados de experiências acumuladas por meio
do processo de tentativas e erros e, hoje, orgulho-lhe por isso,
por não ter medo de tentar, ainda que a maior parte das
decisões falhassem.

17 Para Wallace Wattles, autor de “A ciência para ficar rico”, existe “uma formar eficaz de fazer as coisas”. Wattles
acredita que essa forma é como uma fórmula matemática: ela é exacta. “Que forma é essa?” Em inglês diz-se
“effectuation” – ou seja, fazer o que puder, no sítio onde está: fazer tudo o que estiver ao seu alcance, aqui e agora. De
acordo com Wattles, aqueles que não se preocupam em aplicar a effectuation tornam-se um peso morto para a
Sociedade, Governo, comércio e indústria. Os que não fazem da melhor forma o que deveriam fazer atrasam o
progresso da humanidade.
88
Lembre-se: em momentos de crise, o melhor a fazer não é
partir seus cofres, sair correndo de casa e depositar as suas
poupanças no Banco. Esse é o momento de ‘sair’ e procurar
óptimas oportunidades disfarçadas e dar vida à ideia mais
estupidamente criativa que você sempre sonhou em torná-la
realidade. Percalços sempre existirão e você, provavelmente,
poderá não acertar na primeira, segunda ou terceira vez! E daí?!
Continue a tentar até não puder mais. Edison (1847-1931), um
dos mortais com mais invenções de todos os tempos, dentre os
quais, o projector de cinema e a lâmpada incandescente, dizia
que antes de tentar conseguir iluminar o mundo, gastou milhões
de dólares, errou cerca de mil e novecentas e noventa e nove
vezes, e acertou apenas na duo milésima vez! Contudo,
diferente do que as pessoas diziam, Edison admitiu que as
tentativas e erros foram uma óptima escola para aprendizado:

- “Eu não falhei. Eu encontrei mil e novecentos e noventa e nove


métodos que não funcionaram” – dizia ele.

Igual a Edison, eu também falhei inúmeras vezes, tanto por


inexperiência, quanto pela simples ânsia de querer ter um
negócio rentável da noite para o dia.

Era 2015. Impulsionado pela capacidade financeira que


dispunha, proporcionado pelos meus primeiríssimos salários,
adicionada à vontade de puder começar a construir a minha
estabilidade financeira, juntei alguns dos meus poupados kwanzas
e decidi criar formalmente o meu primeiro projecto de investimento.
Dei entrada da documentação no Guiché Único da Empresa
(GUE) e semanas depois tinha a minha empresa constituída. Foi
um grande marco para a minha carreira profissional e para a
minha vida pessoal, uma vez que uma larga maioria dos meus
contemporâneos (jovens angolanos) anseiam ser gestores dos seus

89
próprios negócios, terem um horário flexível, fazerem os seus próprios
salários e gozarem dos dividendos proporcionados por tais projectos.

Apesar da crise económico-financeira que já ia se


acentuando na altura, ainda havia alguma abertura económica,
e isso me deu a possibilidade de importar os equipamentos
básicos para poder começar o meu negócio. Tempo depois,
arrendei um espaço algures na zona do Morro Bento, numa
zona urbana da cidade-capital Luanda, contratei o pessoal e, em
dois meses, abri uma das primeiras Lavandarias a seco da área
em que estávamos instalados, a Sky Laundry, Lda.

O negócio parecia correr tão bem. Lembro-me, eu próprio,


de ter traçado um arrojado business plan (plano de negócios) e
um plano de marketing. A equipa conseguia dar resposta
atempada aos pedidos dos clientes, as contas com fornecedores
pareciam estar estáveis, o volume de facturação era animador
que, em poucos meses, já se ia aproximando da casa dos seis
dígitos.

Quase dois anos depois, o projecto não resistiu ao cenário


adverso que o país atravessa (e continua a atravessar) e veio a
colapsar. Com o processo de abate dos equipamentos, apesar de
não puder recuperar a totalidade dos investimentos feitos,
consegui tirar deste episódio inesquecíveis experiências,
valiosas lições que as carrego até hoje, cinco anos depois.

Dentre as várias lições apreendidas, gostaria de destacar as


seguintes:

a) Dividendos são melhores que salários;


b) Junte pessoas que entendam do negócio em que desejas
investir, fá-los sentirem-se donos do projecto, como
co-founders (co-fundadores);

90
c) Privilegie negócios que lhe proporcionem rendas passivas,
ao invés de rendas activas;
d) Rentabilize as suas poupanças
investindo, ao invés de as ter, O SUCESSO DE QUALQUER
NEGÓCIO ESTÁ NA FÉ DOS
simplesmente, como um “fundo SEUS ADMINISTRADORES
para emergências”; ou seja,
acumule, mas pense em investir
Um multibilionário, numa das
parte do valor acumulado; suas conferências, respondendo
e) O sucesso começa com a mudança aconferencistas
uma das questões de um dos
presentes numa
de uma mentalidade de pobreza das suas palestras disse o
(poverty mindset) para uma seguinte:
mentalidade de riqueza (richness
mindset). “Se alguém te convidar a
participar de um negócio,
“Uma caminhada de mil quilómetros participa do negócio mesmo que
não saibas de que se trata. Sê
começa com a decisão do primeiro paciente e aprende o processo
passo”, dizia Séneca, um dos maiores gradual e implacavelmente.
Permanece lá, mesmo que leve
filósofos de todos os tempos. Por isso, cinco anos para teres sucesso,
não tenha medo de investir, saia do porque, quando os benefícios
começarem a fluir, nunca mais
sentimento de segurança, saia da sua serás a mesma pessoa.
zona de conforto e jogue o jogo dos As pessoas não têm paciência
milionários: invista de forma inteligente! para construir um negócio por
três anos, mas têm paciência
para trabalhar numa empresa
por mais de 40 anos.

6. Em vez de criar ‘‘novas’’ empresas, É loucura como algumas


compre ‘‘pedaços delas’’ ou funde-se com pessoas acham que três ou
cinco anos num negócio é muito
‘velhas’ empresas. tempo para ficar rico. No
entanto, não pensam que 40 ou
Uma avalanche de negócios surge dia 45 anos num emprego é muito
tempo para ficar sem dinheiro!”
após dia. Tal como, há cinco anos,
Olhando para plateia e fixando
pulsava em mim a necessidade de ter a ao conferencista que
minha própria empresa, hoje é visível um perguntara, arremessou:
aumento de novas empresas, estejam “Lembrem-se que o sucesso de
qualquer negócio está na fé dos
seus administradores.” 91
elas a funcionar em espaços físicos ou ‘virtuais’.

Só para ter uma ideia, entre Janeiro de 2017 a Outubro de


2018, o GUE (Guiché Único da Empresa) contava com mais de
26 mil empresas. Em média, são abertas cerca de 1200 empresas
por mês18. Mas por detrás deste elevado número, há um aspecto
assustador.

Em 2017, de acordo com o Ministério da Economia, citado


pelo Jornal Expansão, a ‘taxa de mortalidade’ das Empresas em
Angola é de 70% ao ano; ou seja, em cada 100 empresas criadas,
apenas 30 sobrevivem até ao primeiro ano de existência19.

Pelas minhas estimativas, das cerca de 42 mil empresas


criadas entre 2017 e 2019, cerca de 29 mil empresas “encerraram
as suas actividades” antes do segundo ano de exercício
económico. As sobreviventes 13 mil, apesar de continuarem…
muitas delas não resistem até ao terceiro ano de existência.

Na altura em que escrevia os manuscritos deste livro, mais


de 10 mil empresas estagnariam no ‘Vale da Morte’, e várias
outras teriam dificuldades de sobreviver ao contexto adverso
do já deteriorado ambiente de negócios do país, acentuado pela
actual crise pandémica provocada pela COVID-1920.

18 Jornal de Angola. Disponível em <http://jornaldeangola.sapo.ao/economia


/criadas_em_ano_e_meio_26_mil_novas_empresas>. Consultado aos 14.set.2020.
19 Jornal Expansão. Disponível em <http://expansao.co.ao/artigo/74717/por-
cada-100-empresas-que-nascem-70-morrem-ao-fim-de-um-ano-de-actividade?seccao=5>. Consultado aos
14.set.2020.
20 O nosso país tem o 14.º pior ambiente de negócio do mundo, ocupando a posição 177.ª, num universo de
190 países, de acordo com o ranking mundial do Doing Business do Banco Mundial (BM) de 2020 (Nova Gazeta,
2020). Confira a análise na íntegra em <https://www.novagazeta.co.ao/artigo/
angola-mantem-na-posicao-177-no-ranking-doing-business>.
92
Fig x.: Vale da morte (“Valley of Death”). Fonte: Neverstop.Co

Alguns, nesta altura, poderão estar intrigados e a


questionarem: “Sebastião, por que estes números sombrios, quando,
nas últimas entrelinhas, me incentivou a sair do casulo e a criar o meu
próprio negócio?”

Há uma realidade, em Angola, que, infelizmente, precisa de


ser combatida: o espírito do anti-coperativismo.

Antes que avancemos um pouco mais sobre este assunto,


permitam-me abrir, aqui, um parênteses:
“Já se perguntou, por que grandes empresas, como Google, Apple,
Facebook e Microsoft, sempre tiveram co-fundador(es)?”Confira:

1) Google: há 22 anos, com objectivo de organizar a informação


mundial e torná-la universalmente acessível e útil, os
estudantes de doutoramento Larry Page e Sergey Brin,
fundam a Google;
93
2) Apple: uma grande maioria apenas conhece Steve Jobs, como
fundador da gigante Apple. Na verdade, para dar vida à Apple
Computer, Inc., em 1976, Jobs teve de contar com o apoio de,
Steve Wozniak e Ronald Wayne;

3) Facebook: a gigante rede social de 2004, hoje com mais de 1/3


da população mundial (se considerarmos que continuamos
estagnados nos 6 bilhões de habitantes), além de ser um
engenho de Mark Zuckerberg (na altura, estudante da
Universidade Stanford), é também um projecto colectivo do
brasileiro Eduardo Saverin, Andrew McCollum, Dustin
Moskovitz e Chris Hughes;

4) Microsoft: você já ouviu falar de Paul Allen? Decerto que não.


Mas, para dar vida à gigante de softwares, computadores
pessoais e outros produtos electrónicos, em 1975, Bill Gate
teve de contar com o apoio do seu amigo programador.

Então, por que teimamos em avançar para o mundo dos negócios


de forma solitária, quando podemos capitalizar nossos projectos com
ideias criativas de amigos e colegas, por exemplo? – Feche os
parênteses.

Voltando, na verdade, Angola não precisa de tantas


empresas quanto pensamos. O nosso país precisa de soluções
criativas e inovadoras para dar resposta aos mais diversos
problemas com os quais se debate nos domínios da educação,
economia, ambiente, agricultura, energias renováveis,
reciclagem, pesca, etc.

Precisamos de soluções eficientes, não de inúmeras empresas,


muitas delas, moribundas e improdutivas. As cerca de 1200
empresas constituídas, em média, mensalmente, são criadas
94
para resolver quais problemas? Para que serve uma empresa,
projecto ou negócio se não resolver problemas? Empreender, em
sete (7) palavras, resume-se em “resolver problemas e ser pago por
isso”. Quantos, ao empreenderem, tomam em conta este
princípio? Talvez uma minoria!

Se fôssemos mais cooperadores, mais inclusivos e menos


individualistas, as cerca de 1200 empresa constituídas num mês,
talvez seriam reduzidas em 10% delas, ou seja, em apenas 120.
E se desta cifra constassem verdadeiros negócios escaláveis,
este número fixar-se-ia ao longo do ano e muitas delas não
estagnariam no “Vale da Morte”.
“Quantos processos de fusão (ou mesmo aquisição) de empresas o
caro leitor já acompanhou no nosso país?” – Talvez apenas o
recente caso dos Bancos Millennium Angola e Privado
Atlântico, concretizado em 2016.

Mas, deixe-me recapitular: “Você sabe o que é fusão ou


aquisição?” Sem entrar em conceitos técnicos e complexos de
Corporate Finance (Finanças Corporativas), “o processo de fusão
consiste em tornar duas ou mais empresas numa só”. A fusão pode
dar-se no sentido horizontal ou vertical.

Quando acontece a combinação entre empresas do mesmo


sector, estamos perante uma fusão em sentido horizontal (fusão
entre os Bancos Millennium Angola e Privado Atlântico, a Sony
e Erickson, quando desenvolveram a SonyErikcson). Ao
contrário, a combinação de empresas entre sectores diferentes
ou cujos objectos sociais se complementam, dá-se o nome de
fusão em sentido vertical. Na fusão vertical, as empresas
fusionadas, geralmente, não são concorrentes (por exemplo,
uma empresa automobilística que se junta com uma empresa
que produz peças para carros).
95
A aquisição é quase semelhante ao anterior processo,
contudo esta consiste em “adquirir parte ou a totalidade de uma
empresa e incorporá-la noutra”.

Adiantei tais conceitos para demonstrar que poderão existir


vários projectos de investimentos adormecidos que, se forem
recapitalizados, ou reestruturados podem tornar-se em óptimas
fontes de renda activa ou passiva, dependendo dos ideais dos
seus investidores. Como assim? Por que fundir ou adquirir
empresas acaba por ser mais económico e mais inteligente?

Em Angola, crescemos com a mentalidade de ‘criar’ empresas e


não ‘comprar/vender’ empresas. Por isso, falar de fusões e
aquisições pode parecer confuso, inicialmente.

No entanto, exceptuando alguns procedimentos de fórum


jurídico-legal, as fusões e aquisições constituem óptimas
oportunidades de investimento, eficiência e criação de
sinergias.

96
Ao constituir uma empresa, um empreendedor terá de lidar
com um conjunto de planos: plano de negócio, plano de marketing e
publicidade, plano operacional, plano financeiro, política de capital
humano, plano de vendas, plano tecnológico, plano de contingência,
plano de continuidade de
negócio e outros tantos. Mas, QUE INFORMAÇÕES WARREN
BUFFET TOMA EM CONSIDERAÇÃO
a boa notícia é que nem ANTES DE INVESTIR?
sempre você precisa de todos 1. DESEMPENHO DA EMPRESA: como
esses planos. Ao adquirir está o desempenho da empresa? Como
foi o desempenho da empresa há cinco
uma empresa já estabelecida anos? Mas, o mais importante, como será
você, provavelmente, não o desempenho da empresa daqui a cinco
anos, tendo em conta um conjunto de
precisará de tudo isso. pressupostos, incluindo uma eventual
Poderá apenas pandemia como a COVID-19?
reestruturá-los. 2. RÁCIO DA DÍVIDA: qual é o rácio da
dívida sobre a estrutura de capital da
Por exemplo, ao adquirir Empresa? Para Buffet, empresa com um
rácio de endividamento muito elevado
um negócio ou micronegócio, (apesar da famosa ‘alavancagem
financeira’) é um ‘sinal vermelho’ (red
você já terá equipamentos e flag) para se puder investir. A razão do
uma equipa, patentes e Magnata é que, ao ser assim, grande
parte dos lucros serão canalizados no
marcas, modelos pagamento de dívidas a terceiros.
operacionais e estratégias e o 3. MARGEM DE LUCRO: empresas com
mais importante: clientes! óptimas margens de lucro e que,
preferencialmente, estejam a crescer é
Estimado leitor, você sabe um óptimo factor para Buffet.

por que a gigante Facebook 4. PRODUTOS ÚNICOS: para Buffet,


interessa-lhe empresas que estejam a
pagou 16 bilhões de dólares, produzir ou comercializar produtos que
em 2014, para compra do não sejam facilmente substituíveis. Esse
aspecto representa uma grande
aplicativo de mensagens diferencial para permanência da empresa
instantâneas WhatsApp 21 e num mercado altamente concorrencial.

cerca de 1 bilhão, em 2012,

21Cfr.https://blogbrasil.comstor.com/bid/375752/por-que-o-facebook-com prou-o-whatsapp.

97
pela rede social de compartilhamento de fotos, o Instagram22?

Vale adiantar que, até à data, o mensageiro WhatsApp não


proporciona quaisquer receitas directas para o Facebook. Assim,
a resposta está na base de usuários. Actualmente, o WhatsApp
conta com um crescimento diário de um (1) milhão de usuários
e está próximo de seu segundo bilhão. Mais de 450 milhões de
pessoas utilizam o aplicativo diariamente23. Já o Instagram, em
2018, contava com uma base de 1 bilhão de usuários 24 .
Actualmente, estudos recentes apontam que a rede social já
teria ultrapassado, o próprio Facebook em termos de usuários25.

Claro que ao nível do nosso país, ainda precisaremos


amadurecer em muitos aspectos sobre as fusões e aquisições,
tanto ao nível dos macronegócios quanto ao nível dos
micronegócios. Afinal, geralmente, os negócios, projectos ou
empresas carregam, em si, um marco sentimental, um traço da
nossa história e o ADN das nossas lutas. Contudo, os processos
de fusão ou aquisição, não implicam, necessariamente, a
desvinculação com o(s) seu(s) fundador(es).

Quando, em 2014, o Facebook comprou o WhatsApp, os


seus fundadores, Jan Koum e Brian Acton, continuaram a fazer
parte dos mais de 45 mil colaboradores da gigante rede social.

Portanto, da próxima vez que pensar em criar uma nova


empresa confira se não estará a deixar para trás, óptimas
oportunidades de negócio que estejam apenas a precisar de
sangue novo ou de uma ideia disruptiva para poder começar a

22Cfr.https://espiralinterativa.com/instagram-e-comprado-pelo-facebook- por-us1-bilhao/.
23Cfr.https://tecnoblog.net/151547/facebook-compra-whatsapp-16-bilhoes- de-dolares/.
24Cfr. https://blog.flyon.com.br/fatos-curiosos-sobre-o-instagram-2020/
25 Cfr.https://www.tecmundo.com.br/redes-sociais/150719-instagram-teria-

ultrapassado-facebook-numero-usuarios.htm.

98
tornar-se rentável. Então, constituir uma nova empresa ou
revitalizar uma já existente? Lembre-se do conselho do Dr.
Wallace D. Wattles: Aja de forma certa e seja eficiente!

Gostaria de fechar este tópico com um aspecto fundamental.


Já falámos algures, mas, gostaria de o reforçar:
“Você não precisa, necessariamente, ser o CEO do seu negócio. Não se
deixe corromper pela síndrome compulsiva de constituir empresas
(“SCCE”). Compre apenas ‘‘pedaço’’ delas e dê a quem saiba gerir.
Este é o princípio de Warren Buffet, um dos investidores mais bem-
-sucedidos de todos os tempos e a terceira pessoa mais rica do mundo.”
AFINAL, POR QUE VOCÊ QUER
EMPREENDER?
7. Contrate uma incubadora ou
peça suporte de um mentor
Empreender não é só sobre sair da
pobreza e ser rico ou alcançar a
Uma das maiores liberdade financeira como se prega por
preocupações dos aí... Empreender é levar as sociedades e
a humanidade ao próximo nível de
participantes do meu existência.
treinamento “Os segredos da
É contribuir na subsistência da
Ciência para Ficar Rico” humanidade, é participar no plano divino
prende-se com a capacidade de manutenção da humanidade e da
natureza...
de lidar com as adversidades
É resolver os problemas de hoje, de
encontradas ao longo do amanhã e lançar bases e alicerces pra
percurso para a os problemas das gerações futuras.

independência financeira. “Devemos pensar além do nosso ego”.

Ao iniciar a constituição Quem ainda pensa em si, é limitado, e


seu impacto não vai além do seu ego e
da sua MFR (“Múltipla Fonte do seu bolso ou cérebro!
de Renda”), é normal que
você se sinta, literalmente, Óscar Juvelino, Shaper.
perdido. Sem saber por onde
começar ou com quem contar. Em país como o Brasil, que

99
possui uma rede enorme de incubadoras ou hubs de
acompanhamento a empreendedores, a tarefa fica muito mais
simples.

Em Angola, ainda precisamos caminhar neste domínio, mas


existem algumas iniciativas como as acções promovidas pelo
Acelera Angola, Founder Institute Luanda, LISPA (powered by
Banco Nacional de Angola), Disruption Lab (powered by Banco
Millennium Atlântico), Orange Corners Angola (powered by
Embaixada da Holanda em Angola), que merecem ser
destacadas. Ao longo do ano, vários projectos de negócios,
maioritariamente juvenis, saem do papel para a realidade por
conta de tais organizações. Estas funcionam como incubadoras de
startups que, por meio de formações especializadas (Bootcamps,
Master Classses) e acompanhamento com mentores dos mais
variados domínios, preparam todo o terreno para que um
empreendedor expanda a sua ideia de negócio. Muitas das
organizações anteriormente mencionadas também podem
proporcionar um modesto pacote financeiro para investir em
necessidades de financiamento bem identificadas ao nível do
projecto.

No final, pretende-se, com estas iniciativas, que os


candidatos estejam treinados para saber driblar as intempéries da
profissão empreendedora. Mas, nem todos têm a oportunidade
de fazer parte de tais iniciativas. Algumas daquelas iniciativas
exigem que os candidatos paguem algum montante em fases
posteriores, o que torna mais do que necessário, o papel de um
mentor (ou Coach) para muitos dos jovens empreendedores sem
qualquer processo de incubação dos seus projectos.

Ter um mentor ajudá-lo-á a lidar, com maestria, as


dificuldades do processo de criação de riqueza. Um mentor,
geralmente, já terá passado por várias dificuldades que você
100
esteja ou poderá passar. Então, assegure-se de ter um mentor
que entenda as dores do seu negócio, ou seja, que conheça a sério
o seu negócio, que lhe dê garra e que aprimore o seu mindset de
riqueza.

Depois de fazerem parte de uma das turmas de


treinamentos, vários participantes afirmam ter redefinido seu
mindset e construírem uma nova visão sobre riqueza e dinheiro.

Ao longo de dias, trabalha-se em ferramentas de desbloqueio


mental financeiro, com base em dezasseis (16) princípios
propostos por Wallace e na proporcionada por T. Harv Eker.

É interessante saber que muitos estão empenhados no


processo de geração de riqueza, em constituírem fontes de renda
e rumarem para a independência financeira. Muitos, depois do
treinamento, conseguiram criar sua primeira fonte de renda e
desenvolveram as suas capacidades financeiras sem
precedentes.

O processo de tentativas e erros é um óptimo processo para


o aprendizado, mas nem todos precisam passar por ele. Por
vezes, aprender com os erros dos outros acaba por ser mais
inteligente do que o oposto. Assim, o mentor acaba por ser o
porta-voz deste processo. Nos treinamentos, os meus mentoriados
têm a excelente oportunidade de explorarem os seus mentores,
ouvirem na primeira pessoa as valiosas experiências colhidas ao
longo dos vários anos, tanto em negócios quanto em
treinamentos dados e recebidos.
Sobre o papel do mentor, lembro-me de um participante dos meus
treinamentos, um artista plástico, que começou a pintar desde muito
cedo. Era uma pessoa bastante talentosa e suas obras rasgavam vários
elogios de quem as comtemplasse. Quando jovem, ele lembra-se que
pintava o retracto do seu bairro, marcado pela penúria, miséria e toda
101
sorte de história menos positiva. Sua intenção era reportar, por meio
da tela, o seu dia-a-dia e apelar a quem de direito a necessidade de um
melhor saneamento básico, educação, saúde e segurança.
Entretanto, apesar da beleza dos seus quadros e de se tornar como
que um “porta-voz” da sua localidade por meio das belas artes, o
jovem artista sentia que o universo não recompensava, ou seja, tinha
enormes dificuldades financeiras para manter o seu atelier
funcionando.
Ao longo do treinamento, fiz-lhe perceber que a nossa mente capta
o que nós ‘‘pintamos’’ para ela, e este processo, por assim dizer,
‘molda’ a nossa realidade. Partilhei com ele que, se pintarmos somente
a miséria, a penúria e o lado menos positivo da vida, nosso retorno
será, igualmente, nestes moldes… pobreza, escassez e uma sorte de
privações. Depois de lhe ter explicado sobre o poder do que Wattles
chama de ‘matéria informe’, dei-lhe o desafio de puder pintar retractos
sobre riqueza, abundância e prosperidade.
Uma semana depois, ele ligou para mim e disse-me que foi um dos
50 nomeados para um dos prémios, de iniciativa de uma Empresa
nacional que, no quadro da sua responsabilidade social, decidiu
prestigiar artistas angolanos.
Tempos depois, estando numa conversa com a minha esposa,
recebo uma chamada que irrompe o nosso diálogo:
- Boa noite. É o Sr. Sebastião? – Questionou ele, não podendo
reconhecer o tom da minha voz de tanta felicidade pelo inesperado.
- Sim. Ele mesmo. – Respondi-lhe.
- Sr. Sebastião, muito obrigado por tudo quanto fez por mim.
Obrigado por ter mudado os meus paradigmas. – Continuou ele que,
finalmente, arremessou:

102
- Ganhei o prémio de melhor artista do concurso que eu havia-lhe
informado como sendo um dos finalistas. Éramos cinquenta (50),
fomos apurados dez (10) e, destes, sagrei-me vencedor! – Era notável a
tamanha satisfação daquele artista que, na altura, confessou já ter tido
vontade de desistir por várias vezes. Hoje, este mentoriado goza de
bastante prestígio, resgatou a auto-estima e voltou a viver. É
convidado a dar entrevistas em várias cadeias televisivas e rádios e,
aos poucos, foi ganhando autoridade para dar formações aos aspirantes
às ‘belas artes’!

Como no caso deste jovem artista, bem aproveitado, um


mentor constitui uma chave-mestra para o sucesso dos seus
projectos, negócios ou mesmo para a sua caminhada toda.
Muitos empreendedores e empresários de sucesso, inventores,
milionários e filantropos possuem um mentor, isto porque
ninguém se basta a si mesmo. Lembre-se: os padres não se confessam a
si mesmos!

Muitos destes grandes homens também passam por


momentos de desorientação e indecisões. Ter um mentor junto
deles traduz confiança, bravura e contribui, em grande medida,
para que as decisões sejam tomadas com segurança e com
menor risco possível. Você não precisa de lidar com os desafios
do seu projecto sozinho. Divide-os com o seu mentor e acerte de
primeira!
8. Faça o que puder com o que puder e onde puder
Era o apogeu da Segunda Guerra Mundial. Em virtude do
conflito da altura, a Empresa-matriz americana da Coca-Cola
suspendeu o envio da fórmula e um dos segredos mais bem guardados
do mundo para a sua filial alemã: xarope para a produção do
refrigerante mais famoso do mundo. Você já imaginou a tamanha
aflição daquela filial? Para que não pudesse fechar as portas, a direcção
da empresa teve de puxar pela imaginação - os responsáveis decidiram
103
realizar testes com as matérias-primas disponíveis em stock. Imaginem
que mais havia disponível? Malte (o mesmo que serve de base para
cerveja) e soro de leite. Claro que o resultado do teste para um novo
restaurante não foi dos melhores (era evidente). Ainda por conta dos
horrores da guerra, a Alemanha sofria com um terrível embargo por
ser um dos países adversários e, por conta desta situação, faltava-lhe
de quase tudo nas prateleiras dos seus supermercados. Sem quaisquer
alternativas, as pessoas eram, literalmente, obrigadas a tomar a ‘nova
bebida’. Sabias que, quando não há opções, as pessoas acham o
horroroso saboroso; o cubículo palácio, o insuficiente suficiente? Isso
mesmo: o produto ‘pegou’ e, por isso, hoje, temos a Fanta. O nome é
uma redução da palavra inglesa Fantastic. Hoje, a Fanta é o terceiro
refrigerante mais vendido do mundo!26

A história da Fanta faz-nos perceber o quanto somos tão


criativos nos momentos de escassez e noutros momentos de
definição. As pessoas, quando estão em suas zonas de conforto,
acabam por relaxar, conformar-se com o que têm (geralmente
pouco) ou com o que sabem (geralmente insuficiente) e, raras
vezes ou quase nunca evoluem. J. Maxwell, um dos gurus da
gestão moderna dizia, que a 8 (OITO) DESCULPAS SOBRE
personalidade de um líder é NEGÓCIOS QUE VOCÊ DEVE
ABANDONAR AINDA HOJE:
moldada no momento de
definição, naqueles momentos
em que não há, 1. Não tenho muito dinheiro para investir.
aparentemente, uma saída! 2. Não tenho bons contactos.

3. Não sou suficientemente inteligente


O caro leitor já imaginou para gerir um negócio.
se as larvas rejeitassem a
4. Não tenho tempo para começar um
metamorfose? Ou se as ostras negócio.
rejeitassem o desconforto? 5. Não consigo encontrar alguém
Infelizmente, não teríamos disposto a ajudar-me a criar um negócio.

6. Leva tempo demais para se montar um


negócio.
26 Cfr. Carlos Domingos em “Oportunidades Disfarçadas”.

7. Tenho medo. Montar um negócio é 104


algo arriscado demais para mim.

8. Já estou velho demais.


borboletas, tampouco belíssimas pérolas.

Quando questiono alguns jovens o que os impede de abrirem


seus próprios negócios, muitos dizem que é pela falta de recursos
financeiros – tanto próprios, quanto de empréstimos por parte
de terceiros como Banco, Sociedade de microcrédito ou mesmo
algum amigo ou familiar. O curioso é que, enquanto elas vão
falando, vão exibindo um Rolex, um iPhone 11 (conectado à
internet) ou ténis da GLX – quanta contradição. Têm algum
valor para alimentarem seus desejos, mas nunca os seus sonhos.
Temos de ser inventivos e bastante criativos, usando dos
recursos que temos à nossa disposição. É a isso que os ingleses
chamam de effectuation: a capacidade de usar dos recursos que se
dispõe e optimizá-los, aprimorá-los e fazermos o inimaginável (dê
novamente uma vista de olhos à história da Fanta!). Se, na altura, os
responsáveis da filial alemã, se dessem por derrotados,
atirassem a toalha para o chão e fechassem as portas só porque
não tinham o xarope para a Coca-Cola, talvez não teríamos a
Fanta hoje. E o curioso é que muitos acham a Fanta melhor que
a Coca-cola.

Nesta fase da COVID-19, aos poucos, vou testemunhando


muitas iniciativas que podem vir a tornar-se negócios
sustentáveis e escaláveis. Muitos vão fazendo jus a ideia “em
tempos de crise, a imaginação é mais importante que o conhecimento”.

Num dos meus treinamentos, conheci um jovem que


trabalhava numa empresa petrolífera. Por ter tido um contrato
de prestação de serviço que terminaria na altura, a Empresa,
para fazer manutenção dos custos, decidiu não renovar o
contrato e, por isso, não tinha qualquer direito de
indeminização. Era mais um jovem atirado às garras do
desemprego. “Foi desafiante conformar-me que eu era mais um
número das estatísticas de desemprego” – contou-me o jovem, com
105
um semblante abatido, desesperado e inseguro. Lembro-me
dele ter dito que não contou à esposa, por medo de represálias
da família e abandono por parte da esposa. “Foi um dos piores
momentos da minha vida” – lamentou o jovem.

Um dia qualquer, enquanto se debruçava para arrumar


seus livros, teve uma ideia que mudaria a sua vida para sempre.
Ele pensou “o que demais tenho em casa que posso usar para criar
meu próprio negócio?” Pensou em várias opções. Enquanto
continuava a arrumação, um dos livros da prateleira superior
da sua biblioteca caiu-lhe aos pés: era um livro sobre a biografia
de Elon Musk, o fundador da Tesla, da Space X e de tantos
outros engenhos dos nossos tempos. Foi por causa deste
incidente que decidiu aplicar os conhecimentos dos vários livros de
que dispunha (dentre os quais, Pai Rico Pai Pobre, Biografia de Steve
Jobs, Business Model Generation, a Startup de $ 100, A Startup
Enxuta, Pense Enriqueça). Passados três meses, com o pouco
dinheiro que possuía conseguir algumas certificações online em
Business Coach. Hoje, aquele jovem possui uma das maiores
Academias de Treinamento em Negócios na comunidade
Lusófona, com presença no Brasil, Angola, Moçambique e
Portugal. É isso que temos de fazer com os livros: estudá-los! E
com os conhecimentos neles adquiridos: aplicá-los! O
conhecimento, quando aplicado da maneira certa, torna-se um
activo bastante valioso; através do qual, construímos um
conjunto de conexões neurais capazes de transformar o
impossível, possível; o inexplicável, explicável; o desafiante,
engenhoso. Por meio dele, conhecemos histórias de pessoas que
viveram sob as mesmas condições ou até precárias, mas
moldaram suas realidades, apesar dos poucos recursos que
possuíam.

106
Predispuser-se a mudar a sua realidade apesar das
limitações de vária ordem acaba por ser uma ocasião oportuna
para libertar o optimismo, a criatividade, o engenho inventivo e
a imaginação, qualidades raras de brotarem num terreno
tranquilo e sem quaisquer desafios. A sua fonte de renda
passiva pode estar bem à sua frente. É provável que esteja a faltar
‘espanto’ e ‘ousadia’ para contestar o óbvio!

Texto-chave
Eis o passo a passo para começar a construir a sua MFR:

1. Desenvolva as seis habilidades fundamentais do processo de


co-criação.
2. Defina onde você quer chegar, o que você quer e quanto você
quer.
3. Liste todas as possíveis múltiplas fontes de renda em que
você tenha interesse em investir.
4. Faça poupanças e canalize-as para seus investimentos.
5. Não tenha medo de investir.
6. Em vez de criar ‘novas’ empresas, compre ‘’pedaço delas’’ ou
funde-se com ‘velhas’ empresas.
7. Contrate uma incubadora ou peça suporte de um mentor.
8. Faça o que puder com o que puder e onde puder.

107
(…) E agora?

Antes de começar este tópico, gostaria de partilhar com


você “o manifesto do novo”27. Ele funciona como um antídoto
contra a ‘doença’ do medo, uma receita para os destemidos e
inovadores e uma fórmula eficaz para a evolução da sua
mentalidade (mindset). A razão por que partilho este manifesto
nos textos finais do livro prende-se com o facto de muita gente,
mesmo chegando aqui, ainda ter medo do novo e sentir-se
incapaz de iniciar a sua jornada, apesar de todo arsenal

27 Cfr. “Oportunidades disfarçadas”, Carlos Domingos.

108
partilhado anteriormente. Assim, sugiro que o medite, estude,
interiorize, sobretudo, nos momentos em que estiver prestes a
desistir. Talvez já tenha ouvido por aí, mas deixe recordar-lhe
que, “no mundo do empreendedorismo e dos negócios, existem muito
mais dissidentes do que fracassados”. Você quer ser mais um
dissidente ou um guerreiro? A decisão é sua!

Confira abaixo o referido manifesto:


“Alguns temem o novo
Porque ele ameaça o estabelecido, contesta as convenções
Desafia as regras
Alguns evitam o novo
Porque ele traz insegurança, estimula o experimento, convida à
reflexão
Alguns fogem do novo
Porque ele nos retira da confortável posição de autoridades
E nos obriga a reaprender
Alguns zombam do novo
Porque ele é frágil, não foi consagrado pelo uso
Mas, essas pessoas esquecem-se que tudo o que hoje é consagrado
Um dia já foi novo
Alguns combatem o novo
Porque ele contraria interesses, desafia os paradigmas, não respeita o
ego, despreza o status quo
Mas tudo isso é inútil

109
Porque a história da humanidade mostra
Que o novo sempre vem
Por isso, recicle seus pensamentos, reveja seus pontos de vista
Actualize suas fórmulas, seus métodos, suas armas
Senão você será sempre um grande profissional
Um sujeito muito preparado para lutar numa guerra que já passou.”

Um dos motivos porque os Estados Unidos de América


desenvolveram de forma assustadora e construíram um
império inimaginável de bilionários e milionários, foi o facto de
os norte-americanos apostarem fortemente no
empreendedorismo, independentemente do ambiente de
negócio caracterizado da época. Uma outra razão foi que os
norte-americanos sempre tiveram líderes que estimulam o
espírito empreendedor e valorizam o espírito inquieto,
inventivo e disruptivo: o ex-presidente Roosevelt é um exemplo
a assinalar.

Com intuito de, hoje mesmo, você sair da mesmice, romper o


medo e começar a trilhar a sua jornada financeira, confira, a seguir,
estratégias práticas para começar a sua MFR. Todas elas
resumem-se em:

 Criar uma necessidade ou identificar uma oportunidade de


negócio para um público específico;
 Oferecer um negócio que satisfaça essa determinada
necessidade e que, por isso, seja escalável;
 Ter uma forma de pagamento simples e fácil.

110
MFR 1: Fazer Marketing multinível ou marketing de rede

Necessidade: o marketing de rede é uma óptima


oportunidade para grandes empresas, sobretudo, fazerem a
distribuição dos seus produtos, sem puderem investir milhões
de kwanzas ou dólares em gigantescas campanhas de
publicidades. Você pode ganhar dinheiro fazendo parte do
“efeito de rede” (member get member) e obtendo, por isso, uma
comissão em cada venda efectuada. No marketing de rede,
quanto mais você recrutar ‘novos afiliados’, mais hipótese você
tem de ganhar. Uma outra forma de você ganhar dinheiro por
meio deste tipo de marketing é você ser estoquista, de modo que
os afiliados tenham você como uma sucursal da
empresa-matriz.

Ao ser estoquista, é evidente que a sua margem de venda


acaba por ser cada vez mais elevada. Lembra-se da lei mais
famosa da economia? Sim: a da “Oferta e a Procura” – quanto
maior for a quantidade, menor é o preço (e vice-versa). Você
pode tirar um grande partido dela28.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: grandes e


médias empresas.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa, internet banking (estes pagamentos podem ser
a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: habilidades em venda,


capacidade de pitch, capacidade de persuasão, empatia e outras
soft-skills.

28 Uma das maiores empresas promotoras do Marketing de rede ou multinível é a Longrich. Você pode
contactar o autor através dos terminais disponíveis na página inicial do livro e poder fazer parte da nossa
rede, ganhando dinheiro a partir de casa.
111
Meios: computador (preferencial), capital humano (uma ou
duas pessoas) e um espaço físico para stocagem (caso você deseja
fazer parte do Marketing de rede enquanto estoquista).

Modalidade de trabalho: home-office (em casa) ou


teletrabalho (num Café ou onde quer que esteja).

MFR 2: Marketing digital

Necessidade: oportunidade de oferecer estratégias de


marketing para vender mais e de forma eficiente, optimizando
os recursos dos seus potenciais clientes. Com uma alinhada
estratégia de marketing, você saberá onde estão os verdadeiros
clientes e como oferecê-los o que realmente precisam. Apesar de
ser uma componente específica, o Marketing digital também
pode oferecer recursos sobre copywriting ou escrita criativa para
um melhor (re)posicionamento do produto dos seus clientes (as
Empresas e Startups) junto dos seus consumidores.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: micro,


pequenas e médias empresas.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa, internet banking (estes pagamentos podem ser
a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: formação em marketing,


branding e designer gráfico.

Meios: computador, aplicações gráficas, capital humano


(uma ou duas pessoas).

Modalidade de trabalho: home-office (em casa) ou


teletrabalho (num Café ou onde quer que esteja).

112
MFR 3. Escrever/publicar um livro (e-book, áudio-livro ou
livro físico)

Necessidade: um grande número de jovens tem vindo a


escrever e a divulgar os seus escritos por meio das redes sociais
Facebook, Wattpad, LinkedIn, do mensageiro WhatsApp, blogs
ou outras plataformas. Pelas leituras que faço, muitos textos
destilam bastante criatividade, originalidade, profundidade
investigativa, inclusive, histórias com enredos inéditos. Com o
aumento, igualmente, de clubes ou brigadas de leitura,
bibliotecas “despadronizadas”, escrever tornou-se numa
necessidade para os artesãos da escrita. Infelizmente, muitos deles
são desprovidos de quaisquer recursos financeiros para poder
patrocinar a publicação dos seus projectos de livro. Assim, ao
investir neste domínio, você poderá ganhar tanto como escritor,
quanto como patrocinador, por exemplo, sendo parceiro de um
projecto de crowdfundig ou financiando directamente a obra.
Entretanto, apenas alguns cuidados devem-se ter em conta,
nomeadamente:

 garantir que a obra é relevante para público-alvo;


 garantir que a capa do livro venda por si mesma;
 garantir que o autor já goza de alguma simpatia junto do
circulo literário ou que, através do “efeito de rede”, a
obra consiga impor-se por si mesma;
 garantir que o enredo suscitará junto dos leitores uma
segundo volume, versão, edição ou reimpressão.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: jovens


leitores, jovens estudantes, profissionais de determina
especialidade.

113
Forma de pagamento/recebimento: transferência bancária
por meio da Rede Multicaixa, internet banking (estes
pagamentos podem ser a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: formação de escrita criativa,


copywriting, formação técnica na especialidade da obra, etc.

Meios: computador (desde que tenha um editor de textos,


no caso de ser autor).

Modalidade de trabalho: home-office (em casa) ou


teletrabalho (num Café ou onde quer que esteja).

MFR 4: Fazer serviço móvel de troca de óleo auto


Necessidade: com o aumento vertiginoso de veículos
particulares, as restrições na importação de acessórios, fazer
serviços, nomeadamente, serviço móvel de troca de óleo auto
representa uma óptima oportunidade para quem deseja, a todo
custo, fazer desta trabalho uma fonte de renda extra.

Público-alvo com rápido potencial crescimento:


automobilistas.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa, internet banking (estes pagamentos podem ser
a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: formação em mecânica-auto.

Meios: filtros, óleo diesel, espaço-físico.

Modalidade de trabalho: presença física.

114
MFR 5: Desenvolver softwares (web/mobile) para
mercados

Necessidade: a programação e desenho de aplicações


web/mobile, sem dúvidas, vem conhecendo um rápido
crescimento, como nunca antes. O telemóvel tornou-se numa
extensão dos nossos membros superiores (as mãos): quase tudo
o que fizemos ao longo do dia é suportado por um smartphone.
Por meio dele é possível:

 Marcarmos as nossas viagens por meio do AirBnB;


 Realizarmos trabalhos pelo MSTeams ou no Zoom;
 Fazermos vendas por meio do Facebook, Messenger,
WhatsApp ou Instagram;
 Procurarmos empregos ou sermos contratados por meio
do LinkedIn;
 Pegarmos um táxi por meio da T’Leva ou Kubinga;
 Pedirmos uma refeição por meio do Tupuca;
 Fazermos cursos por meio da Editora Azul;
 Solicitarmos um livro por meio da Bookasso;
 Ouvirmos qualquer música feita em Angola por meio da
Musickool.

Portanto, ter habilidades para fazer aplicações mobile ou web


é uma óptima oportunidade para ter uma inesgotável renda extra,
uma vez que dias após dias surgem novas aplicações e com
funcionalidades incríveis, graças às exigências dos fundadores
das startups.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: startups,


escolas, empresas, organizações filantrópicas, hospitais,
organizações governamentais, departamentos ministeriais, etc.

115
Forma de pagamento: transferência bancária por meio da
Rede Multicaixa, internet banking (estes pagamentos podem ser
a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: formação em programação web,


programação mobile (módulos Android e iOS), web design, UX
experience, entre outras competências ligadas a
desenvolvimentos de aplicações.

Meios: computador ligado à internet, smartphone, sistemas


com aplicações de suporte e desenvolvimento de Apps.

Modalidade de trabalho: home-office (em casa) ou


teletrabalho (num Café ou onde quer que esteja).
MFR 6. Criar planos e/ou modelos de negócios

Necessidade: a febre do empreendedorismo deve ser


aproveitada da melhor forma por quem tem skills para poder
dar suporte antes, durante e depois da implementação de uma
ideia de negócio. Muitos, tanto por inexperiência, quanto por
falta de acompanhamento ou mentoria, naufragam no
desconhecido mar do empreendedorismo.

Fazer estudos de viabilidade, criar planos de negócios, de


vendas, e um plano operacional sob medida é uma óptima
oportunidade para apoiar os vários projectos e iniciativas que
têm vindo a morrer pouco tempo depois da sua implementação.
Muitos, inclusive, nem saem da fase de melhoria do
pós-lançamento do MVP (“Produto Mínimo Viável”).

Público-alvo com rápido potencial crescimento: startups e


outros projectos de negócio similares.

116
Forma de pagamento: transferência bancária por meio da
Rede Multicaixa, internet banking (estes pagamentos podem ser
a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: formação em economia, gestão,


contabilidade e auditoria ou especialização em API (Análise e
Projecto de Investimentos).

Meios: computador ligado à internet, smartphone.

Modalidade de trabalho: home-office (em casa) ou


teletrabalho (num Café ou onde quer que esteja).

MFR 7. Fazer Quiosque(s) para venda de produtos diversos

Necessidade: devido à sua mobilidade, os quiosques são


óptimas fontes de renda. Eles podem ser utilizados para
comercialização de quaisquer tipos de produtos que se pode
imaginar – desde alimentos rápidos (fast-food), papelaria,
materiais informáticos, desgastáveis, etc. Para uma maior
rentabilidade, é preferível que o projecto esteja próximo de
escolas, empresas ou em espaços públicos devidamente
autorizados pela Administração Local.
Público-alvo com rápido potencial crescimento: estudantes,
ou um público específico a ser definido em função do tipo de negócio.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa/TPA, internet banking (estes pagamentos
podem ser a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: habilidades em venda,


fundamentalmente.

117
Meios: os meios dependerão do tipo de negócio que se
pretende implementar.

Modalidade de trabalho: home-office (em casa).

MFR 8. Colunista em revistas, jornais e blogs

Necessidade: com a pandemia da COVI-19, muitas


redacções de jornais têm tido trabalho árduo para a construção
das suas peças jornalísticas. Se você é o cara das letras, você pode
ter a oportunidade de trabalhar em casa, sendo correspondente,
colunista residente, cronista e, com isso, ganhar dinheiro sem
sair de casa.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: blogs,


jornais, rádios, TV, portais de notícia, revistas, etc.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa/TPA, internet banking (estes pagamentos
podem ser a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: habilidades em jornalismo,


escrita criativa e copywriting.

Meios: computador ligado à internet e com o editor de textos


e um smartphone.

Modalidade de trabalho: home-office (em casa).

MFR 9. Comprar participações em startups rentáveis e/ou


escaláveis
Necessidade: essa é uma óptima oportunidade para
construir impérios e fazer fortunas no futuro. Você já imaginou

118
se tivesse 5% do capital da Dooh Ponto, da Tupuca, T’Leva ou
da Mamboo? Essas empresas, há três (3) anos, eram projectos
de negócio comuns e hoje gozam de uma robusta estrutura
financeira. Adquirir parte de empresas enquanto estão numa
fase embrionária é um passo certeiro para correr em busca da
sua liberdade financeira. Há um aspecto que tem vindo a minar
essa possibilidade: a falta de cooperação, e a ausência de
informação sobre o estágio das empresas e outros dados
relevantes para quem deseja entrar num micronegócio.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: startups ou


empresas em fase de pré-falência.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa/TPA, internet banking (estes pagamentos
podem ser a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: capacidade de negociação,


gestão, análise e projecto de investimentos.

Meios: computador ligado à internet e um smartphone (você


terá apenas os relatórios periódicos sobre o desempenho do
projecto levado a cabo pelo Órgão encarregue pela gestão
corrente).

Modalidade de trabalho: home-office (em casa).

MFR 10. Fazer palestra e vender cursos (presenciais ou online)

Necessidade: já ouviu falar da possibilidade de poder


ganhar dinheiro sem investir quase nada? Esta MFR poder ser
ridícula, para muitos e você poderá passar por vexames de
quem a desconhece. Caso você tenha certeza de que dispõe de
conteúdos relevantes que valem a pena ser partilhados, então
119
esta é a hora de mostrar o quanto você vale. Todo o
conhecimento apreendido deve ser aplicado, criando um o
efeito ‘‘bola de neve’’ e este deve ser um facto gerador para que
você tenha uma renda extra.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa/TPA, internet banking (estes pagamentos
podem ser a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: oratória, capacidade de


persuasão, liderança, dialéctica erística (capacidade de debater
ideias).

Meios: computador ligado à internet e com o editor para o


PowerPoint e um smartphone.

Modalidade de trabalho: home-office (em casa).

MFR 11. Fazer serviços de entrega

Necessidade: com o aumento galopante do volume de


vendas no sector de e-commerce, a necessidade de entrega de
produtos de um ponto para outro, também aumentou,
consideravelmente. Com a aquisição de motociclos, você pode
fazer a intermediação entre o comprador e o vendedor. Além de
ser uma oportunidade disfarçada, é menos uma preocupação
para que a gestão do negócio digital deixe de preocupar.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: startups ou


empresas que comercializam produtos por meio de plataformas
digitais.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa/TPA, internet banking (estes pagamentos
podem ser a crédito ou à vista).
120
Qualificações preferenciais: capacidade de negociação,
gestão, análise e projecto de investimentos.

Meios: motociclos e capital humano (motoboys).

Modalidade de trabalho: home-office (em casa).

MFR 12. Comprar terrenos para revenda ou aluguer à


Empresas

Necessidade: apesar da actual crise económico-financeira


acentuada pela pandemia, algumas empresas vêm a aumentar
as suas operações, o que demanda novos espaços tanto para
compra quanto para arrendamento. Adquirir terrenos em zonas
aparentemente longe da civilização ou em zonas remotas (mas
numa localização privilegiada) pode ser uma óptima
oportunidade para vender àquelas empresas, tempos depois.
Nestes tipos de negócios, terrenos comprados a preço de
‘bananas’ podem ser repassados a preços milionários.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: médias e


grandes empresas e pessoas particulares.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa/TPA, internet banking (estes pagamentos
podem ser a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: capacidade de negociação,


gestão, análise e projecto de investimentos.

121
Meios: capital e terra.

Modalidade de trabalho: home-office (em casa).

MFR 13. Fazer co-working

Necessidade: caso você tenha residências ou espaços em


zonas privilegiadas, você pode criar espaços de co-working para
startups ou empresas que estejam em fase inicial. No espaço,
você pode oferecer um conjunto de serviços e condições tais
como:

- Serviço de secretaria/recepção;

- Sala de reuniões;

- Serviço de estafeta;

- Computadores pessoais com acesso a Wi-Fi;

- Mentoria e treinamento, entre outros serviços.

Público-alvo com rápido potencial crescimento: startups e


pequenas empresas.

Forma de pagamento: transferência bancária por meio da


Rede Multicaixa/TPA, internet banking (estes pagamentos
podem ser a crédito ou à vista).

Qualificações preferenciais: capacidade de negociação,


gestão, análise e projecto de investimentos.

Meios: capital e terra.

Modalidade de trabalho: home-office (em casa) ou presencial.

122
Você Está no Leme…
Apesar de eu lhe apresentar um conjunto de conhecimentos,
ferramentas, informações e dicas para tornar-lhe independente
financeiramente, a capacidade de transformar tais recursos em
123
fonte de renda, para ir atrás dos seus sonhos, dependente
exclusivamente de você.
“Você deseja ser rico?” “Quanto você deseja?” “O que lhe falta
para transformar seu desejo em realidade?” “O que lhe falta para
começar hoje a criar a sua fonte de renda extra?”

Responder com, sinceridade, a tais questões será


fundamental para avaliar onde e como você está lidando com o
seu desejo, ou seja, para medir o que você tem para começar a
construir o seu império e, sobretudo, quais são as crenças que o
têm limitado.

Se você não acredita nos seus sonhos, quem você espera que
acredite? Seja o autor da sua própria história, mas não deixe de
ser protagonista da história dos outros.

Quando escrevia este livro, também fazia os meus


treinamentos. Num dia qualquer patrocinei o cartaz do
treinamento numa página bastante conhecida para aumentar o
alcance. O treinamento era ousado, icónico e, para muitos,
assustador: “A ciência de ficar rico”.

Muitos achavam que o mentor do treinamento era mais um


‘‘charlatão’’, um ‘‘louco’’ ou um ‘‘maníaco’’, em busca de dinheiro
e aprovação social. Poucos se deram ao trabalho de pesquisar
quem era o autor e o porquê daquele tema ousado.
Simplesmente… reagiram e vexaram…

Conto essa história para mostrar o quanto a mentalidade de


pobreza está enraizada em nosso consciente e, mais crítico ainda,
em nosso subconsciente. Muitos almejam a riqueza, mas poucos
estão comprometidos em cultivá-la, a estudá-la como ‘’ciência’’,
por meio de tentativas e erros!

124
Muitos estão obcecados por dinheiro, mas poucos se
predispõem a sacrificar seus vícios, hábitos e costumes tóxicos
que asfixiam o nosso optimismo e a nossa capacidade de lidar
com as intempéries.

Assim, para começar a construir o seu mapa de


independência além de redefinir os seus pensamentos para uma
mentalidade de riqueza, identifique o que você sabe fazer, aquilo
em que você é fera, é o cara! Identifique, igualmente, as pessoas,
empresas ou sectores que realmente precisam do seu serviço ou
que venham a necessitar. Eles não necessitam? O que lhe
impede de criar essa necessidade neles? Lembre-se, que antes
do telemóvel, jamais existia a necessidade das pessoas usarem o
smartphone. O que existia era a necessidade de se comunicar.

Medite diariamente nos princípios que caracterizam uma


MFR e empenhe-se a estudá-las afincadamente. Não tenha medo
de ser rico e engaje-se em viver a vida que você sempre sonhou. Você
está no leme, mas sempre estarei ao seu lado para o ajudar a capitanear
a sua barca, em busca do dinheiro, da abundância e da prosperidade.

Encontramo-nos no topo!

125
Declaração de Compromisso para Criação da 1.ª Renda Extra

Eu,______________________________________, de hoje em
diante, comprometo-me a ser auto-responsável pelo meu
desenvolvimento pessoal, ser autor da minha própria história e
viver uma vida de prosperidade, abundância e gratidão.

Comprometo-me em redefinir a minha visão sobre dinheiro,


cultivar uma mentalidade de riqueza.

Por isso, declaro que, dentro de _______________________


(defina um prazo alinhado às suas necessidades), passarei a ter
a minha primeiríssima renda extra ou outras rendas passivas
para aumentar a minha carteira de ‘‘investimentos’’, gerando
verdadeiros rendimentos.

Entretanto, prometo que, quando começar a viver a vida


dos meus sonhos e subir um degrau na prosperidade, subirei
quatro na humildade, três na gratidão e dois no compromisso
para melhoria da minha comunidade e, por extensão do meu
país, ou seja, tornarei concreta a filosofia “Ubuntu”.

Por fim, prometo-me encontra-lo no topo, Mentor Sebastião


Afonso.

Até breve!

126
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