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Pós-venda
Como melhorar o relacionamento
e garantir a lealdade de seus clientes
Editora
Quantum 2ª Edição
F
Introdução
Como você vai acompanhar neste livro, quando falamos de pós-venda, imediatamente nos vêm
à mente a palavra fidelização. E hoje, mais do que nunca, tornou-se mais difícil fidelizar um
cliente. Isso acontece porque: os clientes buscam produtos e serviços de melhor qualidade,
preço competitivo e, especialmente, o atendimento especial; e possuem um número
incontrolável de opções de compra e as facilidades nas transações comerciais, advindas do
desenvolvimento das telecomunicações.
Segundo o especialista Antônio Augusto Simão Neto, poder experimentar, tocar, conhecer e
testar os produtos passou a ser um direito mais amplo do consumidor. E deixar de comprar
daquela fábrica ou loja tornou-se um fato que acontece a cada instante. “O seu cliente de hoje
passa a ser o cliente do seu concorrente amanhã. Você não vê, mas acontece pela força do
mercado, pela força do consumo e pelas mudanças de comportamento do próprio cliente. E
nesse vai-e-vem de mudanças, quem será mais competitivo? Aquele que souber administrar o
saldo de clientes”, alerta Simão. Esse saldo, na verdade, é a diferença entre o número de
clientes conquistados e o número de clientes perdidos num determinado período de tempo.
Administrar as tendências desse saldo com um sistema de pós-venda pode representar o fator
de sucesso ou retrocesso da sua empresa.
A verdade é que nenhum profissional de vendas de sucesso vai deixar que os dados e históricos
de negociação de seus clientes se deteriorem em seus arquivos, de computador ou não. Eles
podem ser trabalhados de várias formas. Engana-se quem pensa que só em grandes empresas
se pratica o marketing de relacionamento como grande ferramenta de vendas, pesquisas,
análise de satisfação, pós-venda, etc. A pequena empresa é omissa e, na maioria das vezes, tem
medo de dar o primeiro passo – o primeiro pensamento é a elevação dos custos. E, quando faz
algo diferente, fica surpreendida com os resultados. Tudo vai depender da forma como a
empresa irá trabalhar todo esse rico banco de dados. E o pós-venda vem ao encontro da
necessidade de manter clientes ou aumentá-los em número.
Você vai ver que, muitas vezes, o sucesso de algumas empresas se dá pela prática correta e
constante do cuidado com seus clientes. Elas conhecem o verdadeiro valor de um cliente e,
acima de tudo, sabem que conquistar um novo custa bem mais.
Em resumo, ao dar mais esse passo para o aprimoramento profissional, você vai perceber que
saber usar os diversos artifícios do pós-venda poderá representar um bom desempenho da sua
empresa como um todo. Pense nisso! Descubra o que você pode fazer para fidelizar os
seus clientes. Trate-os como um patrimônio!
Boa leitura.
Raúl Candeloro
©2006 by Raúl Candeloro
Todos os direitos reservados
Candeloro, Raúl
Pós-venda : como melhorar o relacionamento e garantir a lealdade de
seus clientes / Raúl Candeloro ; ilustrações Anderson Loureiro. ; -- Curitiba :
Quantum, 2006. -- (Coleção passos da venda / coordenação Rodrigo Saporiti)
ISBN 85-98204-07-2
06-8942 CDD-658.812
Como começar? 09
Como fazer a coisa certa na hora do pós-venda? 19
Como compreender o ponto de vista do cliente? 29
Como reagir quando os clientes reclamam? 41
Como evitar problemas no relacionamento com os clientes? 55
Como lidar com clientes furiosos? 67
Como tornar-se um mestre em fidelização? 79
Como perceber as mudanças na relação? 97
Como lembrar de tudo? 107
Glossário 121
C
omo começar?
09
V antagens e benefícios (não só
financeiros) de melhorar o
pós-venda com seus clientes
Embora muitos possam achar que cuidar do relaciona-
mento com os clientes significa perder um tempo precioso,
que poderia ser utilizado para prospectar novas vendas, como
você vai ver neste livro, o efeito é exatamente o contrário. A
fidelização oferece uma imagem melhor de sua empresa – e
mais lucros. Veja como isso acontece:
10
3. Diminuindo custos administrativos – Pedidos de mais infor-
mações e reclamações podem sair muito caro. Se você tiver
de fazer um recall ou redesenhar um projeto, por exemplo,
seus custos totais podem acabar sendo imensos. Ao me-
lhorar seu pós-venda, você diminuirá significativamente
seus custos administrativos. Além disso, você pode dedicar
mais tempo a outras atividades mais produtivas.
11
6. Maior participação de mercado – A não ser que você esteja
na rara posição de monopólio (e mesmo assim eu me
cuidaria bastante), você está competindo no mercado com
a imagem de todos os seus concorrentes. Sua reputação de
honestidade e pronto atendimento vão atrair clientes,
aumentando portanto o seu share de mercado.
12
Os 12 mandamentos para lidar com clientes
13
5 Faça com que os funcionários que recebem telefonemas
anotem todos os dados: nome, endereço, telefone, fax,
data em que o cliente chamou e por que e quando é mais
conveniente contatá-lo (aliás, distribua o checklist apre-
sentado logo a seguir para ter certeza de que todos em sua
empresa estão preparados para receber e transmitir as in-
formações que você precisa).
14
9 Arquive sempre a correspondência do cliente junto com
uma cópia da que você mandou. Isso pode ser de grande
valia, caso o cliente escreva de novo.
15
Um checklist de como administrar contatos
e reclamações por telefone
16
Para finalizar, a newsletter The Service Edge oferece ainda um
procedimento simples de 5 passos para melhorar o contato
com clientes. Desenvolvido originalmente para encontros
pessoais. Estes passos foram adaptados para quem “encon-
tra” o cliente pelo telefone:
I. Cumprimente o cliente.
II. Pergunte como você pode ajudar o cliente.
III. Escute o cliente.
IV. Ajude o cliente.
V. Convide o cliente a voltar.
17
“ O relacionamento entre um
vendedor e um comprador
raramente termina após a venda ”
Theodore Levitt
18
C omo fazer a
coisa certa na hora
do pós-venda?
19
A final de quem é a
responsabilidade do pós-venda?
Segundo o consultor Antonio Braga, no interior de muitas
empresas é comum encontrarmos cartazes afixados nas
paredes com os dizeres “Volte sempre”. Também, após a
concretização da venda, o vendedor ainda diz mecanicamente
“Obrigado e volte sempre”. Será que o cliente volta? Ele
obedece a essa ordem? Infelizmente, a maneira como a frase
está exposta ou como é dita pelo vendedor, dá a impressão de
uma ordem, até mesmo porque nada é feito no sentido de
que o cliente sinta-se estimulado a voltar.
20
Muitos vendedores de lojas, por exemplo, já não fazem
uma abordagem positiva, não conquistando com facilidade a
simpatia e confiança do cliente, mas, mesmo assim, alguns
ainda vendem. Entretanto, feita a venda, abandonam o clien-
te no meio do salão de vendas, sem conduzi-lo ou pelo menos
indicar onde é o caixa e o setor de embalagem. Fazem exata-
mente como o “cavalheiro” que deixa a dama no meio do
salão de festa após a dança.
21
Vejamos, através de algumas ações sugeridas por Braga,
como é simples, mas poderoso, o trabalho proativo de pós-
venda, para a conquista definitiva do cliente:
22
3. É uma boa oportunidade para avaliar o trabalho de pré-
venda e da venda, com o objetivo de corrigir falhas e
aprimorar os acertos. Procurar aproximar-se ao máximo
da perfeição. Analisar se argumentou corretamente, se o
cliente ficou realmente consciente dos benefícios do
produto ou serviço, se ficaram perguntas sem respostas,
permanecendo dúvidas, etc. Se as objeções foram de fato
superadas, deixando o cliente convicto disso, a ponto de
concordar com um feliz e entusiasmado “sim”.
23
5. Como seres humanos, somos suscetíveis a falhas e se
essas vierem a ocorrer, de maneira alguma pode-se fugir
delas. Muito pelo contrário, você deve agir imediatamen-
te no sentido de corrigi-las. Não deixe o cliente na mão.
Reclamou hoje, faça tudo para atender “ontem”, não
deixe para amanhã, que já fica tarde. Afinal, reclamações
não atendidas e má qualidade no atendimento geram
desgastes horríveis, chegando a responder por 80% das
perdas de clientes.
24
Foi bom para você?
25
Essa mudança na forma de se planejar e executar a estra-
tégia mercadológica das instituições levou uma corrente a
defender o que convencionou-se chamar de marketing de
relacionamento. Na construção desse relacionamento, a mola-
mestra é a comunicação mercadológica, principalmente con-
centrada no último estágio do processo de decisão de compra
(o pós-venda, do ponto de vista do ofertante), a saber:
26
prestamos muito mais atenção a seus anúncios publicitá-
rios do que aos das outras? Trata-se de uma busca de vol-
tarmos a um equilíbrio emocional pela paz de ter feito a
escolha de um determinado produto ou serviço, sobretudo
se este teve um preço alto ou se será visto pelas pessoas
que nos cercam. É aí que entra a empresa. Como profissio-
nal de vendas, você pode – e deve –, discutir com a dire-
toria ou departamento responsável a melhor forma de
comunicação mercadológica para certificar o cliente da
bela escolha que fez, seja por telefonemas no pós-venda,
seja por cartaz de parabenização, enfim, uma miríade de
formas que, no fundo, perguntam: “Foi bom para você?”
27
“ Se você quer superar o medo,
não fique sentado em casa
pensando no assunto. Saia e
faça alguma coisa ”
Dale Carnegie
28
C
omo compreender
o ponto de vista
do cliente?
29
A prenda a diferenciar-se através
do atendimento pós-venda
Vimos no capitulo anterior como a empresa pode colaborar
para implementar uma visão estratégica de pós-venda e aju-
dar a equipe de vendas. Agora é a sua vez. E a primeira coisa
que você precisa entender é que a satisfação é definida indi-
vidualmente por cada cliente. As expectativas de um, por
exemplo, podem ser bem maiores ou menores do que as de
outros. O que irrita você pode nem me incomodar, e o que faz
você feliz pode não ter a mínima importância para outra
pessoa.
30
Os produtos e serviços que compramos são geralmente os
mesmos para todo mundo. Viaje numa excursão, por exem-
plo, e todo mundo tem o mesmo clima, comida, entreteni-
mento e lugares para visitar. Assista a um show, e todo mun-
do na audiência assiste a mesma coisa. Viaje de São Paulo a
Nova York, e todo mundo viaja no mesmo avião, com o mes-
mo serviço de bordo e as mesmas condições meteorológicas.
Nesses três exemplos, eu garanto que vai ter gente feliz, e
também pessoas insatisfeitas e reclamando de alguma coisa
(ou de tudo).
31
Maneiras de evitar que seus clientes voltem
32
Em cada uma das instâncias acima, o funcionário (que
representa a empresa, na visão do cliente) cria situações de
conflito potencial, insatisfação e perda de clientes. Para cada
cliente que traz um problema à tona, reclamando, existem
pelo menos mais uns 15 ou 20 com o mesmo problema, mas
que preferem não dizer nada. O resultado é que provavel-
mente não comprarão mais de você, e contarão a diversas
outras pessoas sobre a experiência negativa que tiveram.
33
As 12 leis do atendimento pós-venda
34
2. O cliente nunca está completamente errado. Existe sempre
algum elemento na percepção do cliente que é a verdadei-
ra expressão da realidade por ele compreendida. Um clien-
te insatisfeito pode nos ensinar muitas lições, se mantiver-
mos a mente aberta e um comportamento receptivo e neu-
tro. Ele pode ser o reflexo da nossa propaganda, canais de
distribuição, estratégias de preço, normas administrativas
e métodos de venda que precisam de melhorias ou de uma
mudança radical.
35
5. Não passe o pepino para a frente. Se reclamaram para você,
o problema agora é seu: resolva. Quantas vezes aconteceu
de você ligar e ser transferido quatro vezes, antes de che-
gar à pessoa certa (isso quando ela está)? Quantas vezes,
como cliente, você já escutou a famosa frase “Isso não é
comigo”? Não fique na posição defensiva ou irritado quan-
do um cliente lhe trouxer uma sugestão ou reclamação.
Aceite o fato de que o problema realmente existe, e ajude a
resolvê-lo.
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7. Funcionários também são clientes. Qualquer funcionário,
que faça qualquer coisa dentro da empresa, está fazendo
isso diretamente ou indiretamente em função dos clientes.
Isso faz com que todos os funcionários sejam embaixado-
res, representantes e porta-vozes do cliente. Quando um
funcionário ou departamento falha em servir internamen-
te aos outros funcionários ou departamentos da empresa,
mais cedo ou mais tarde os clientes também vão sentir na
pele os resultados dessa incompetência ou falhas de co-
municação.
37
10. Mostre seu interesse, atenção e aja como se estivesse feliz que
o cliente resolveu dar-lhe seu dinheiro. As pessoas gostam de
comprar de outras pessoas que apreciam fazer negócios
com elas. Clientes acabam gastando mais dinheiro com
empresas amigáveis, que acomodam seus pedidos espe-
ciais e que demonstram seu interesse. Uma das maneiras
de mostrar esse interesse é transformando-se num expert
na sua área, para que, com um sorriso no rosto, você possa
resolver imediatamente qualquer problema que surgir,
sem ter de ficar dez minutos com o cliente dependurado
no telefone, esperando achar alguém que o ajude.
38
12. Esteja sempre um passo à frente do cliente, pensando e agindo
com a atitude de quem quer realmente resolver problemas.
Para sobreviver e prosperar neste novo milênio, as empre-
sas – e todos os seus funcionários – vão ter de pensar sobre
as necessidades e desejos futuros dos clientes, bem como
possíveis problemas e suas soluções. Se você ficar esperan-
do que seus clientes lhe tragam de bandeja os problemas
ou que comuniquem de forma organizada e compreensível
seus desejos e necessidades futuras, vai ser tarde demais,
principalmente se a concorrência já estiver trabalhando
nisso.
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“ Não é justo pedir aos outros
que façam aquilo que você não
está a fim de fazer ”
Anna Eleanor Roosevelt
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C omo reagir
quando os clientes
reclamam?
41
Q uando o cliente reclamar, não
peça desculpas: diga obrigado!
Uma reclamação, nos termos mais simples possíveis, é
uma declaração de expectativas não satisfeitas. Infelizmente,
a palavra reclamação tem conotação negativa, provocando as
mais diversas reações nos funcionários de uma empresa. Por
exemplo: se logo de manhã você chega ao escritório e a pri-
meira coisa que a secretária lhe diz é: “Um cliente ligou recla-
mando”, certamente você vai resmungar e dizer: “É hoje!”,
“Hoje vai ser fogo” ou “Já vi que hoje vai ser um daqueles
dias...”.
42
O problema é que reclamar jamais significou algo de
positivo, pelo contrário, significa impugnação, protesto ou
oposição (verbal ou escrita) e seu conceito se identifica em
queixar-se, proveniente do latim quassare, significando o ato
de golpear-se violentamente; uma manifestação de dor ou
pesar; emissão de gemidos por sofrimento. Reclamação é,
portanto, protesto, queixa, invocação, clamor, pedido, deman-
da, súplica, exigência, lamento, lamúria, reivindicação. Não é
de se admirar que ninguém goste de receber reclamações.
43
Pena que a reclamação não tenha um nome mais bonito e
elegante como feedback, porque a maioria dos vendedores se
esquece que o meio utilizado é a reclamação, mas que na
verdade a mensagem transmitida é o que interessa, pois ela
consiste em informações vitais para a sobrevivência e cresci-
mento da empresa. Reclamações diretas constituem a manei-
ra mais eficiente e menos dispendiosa de obter informações e
entender as expectativas dos clientes.
44
Empresas que trabalham para diminuir o número de
reclamações também podem estar cometendo um erro. O
primeiro, bastante comum, é o dos vendedores pararem de
repassar reclamações para a chefia. É mais ou menos como
aquela história do marido traído que tira o sofá da sala. Outro
perigo de se estabelecer metas para a redução de reclamações,
segundo Barlow e Moller, é que isso pode realmente aconte-
cer! Queremos o máximo de reclamações. É a única forma de
saber o que está acontecendo, principalmente em médias e
grandes empresas. Mas não adianta só falar, é preciso tam-
bém agir. Quantas vezes você já preencheu um formulário de
reclamação (em hotéis, por exemplo), e ficou imaginando se
aquilo daria em alguma coisa?
45
Um pouco de estatística
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E agora a coisa ficou pior ainda. A internet tornou públicas
(e instantâneas) todas as reclamações. Imagine você ser
maltratado pelo seu cartão de crédito, por exemplo, e decidir
fazer uma comunidade em um site de relacionamento sobre o
assunto. Em poucos dias você vai ter milhares de pessoas
discutindo, contando mais histórias de horror, a imprensa vai
descobrir – fazendo, para variar, um carnaval em torno do
assunto e, para finalizar, o cartão ia passar pelo vexame de ter
de pedir desculpas, se retratar, ou tomar uma atitude drástica
e antipática como processar o reclamante. Mas já pensou se a
empresa perder na justiça? Por isso é muito melhor ouvir as
reclamações e resolvê-las. Prevenir é sempre mais sábio do
que remediar.
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Este último assunto merece uma atenção especial. Já fala-
mos no livro Abordagem, da Coleção Passos da Venda, sobre a
importância de se utilizar a garantia de satisfação como argu-
mento de venda. Pois bem, é a hora da verdade. É agora no
pós-venda que ela precisa ser eficaz. Mas o que é uma garan-
tia eficaz? Ela deve, acima de tudo, assegurar ao cliente que
se ele estiver insatisfeito, por qualquer razão, a empresa (e o
vendedor) estará lá para ajudar. Sem constrangimentos, sem
perguntas provocativas. Em seu livro Garantias Extraordinárias,
Christopher Hart escreve:
48
“Não pode ser. Jamais alguém reclamou disto antes!”
1) Dizer obrigado.
2) Explicar por que você apreciou a reclamação.
3) Pedir desculpas pelo erro.
4) Prometer que alguma medida será tomada imediata-
mente.
5) Pedir as informações necessárias.
6) Corrigir o erro – imediatamente.
7) Verificar se o cliente está satisfeito.
8) Prevenir erros futuros.
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Por isso é tão importante o empowerment. Afinal, é necessá-
rio que não apenas os vendedores, mas todos os funcionários
da linha de frente tenham autonomia para resolver rapida-
mente os problemas mais comuns e freqüentes, ou que não
ultrapassem um determinado valor. Betsy Sanders, vice-presi-
dente da Nordstrom (uma das cadeias varejistas de maior
sucesso nos EUA), tem uma filosofia que deixaria muitos em-
presários centralizadores de cabelo em pé: na hora de resolver
problemas, ela diz aos seus mais de 20 mil funcionários “Use
seu próprio bom senso e julgamento, da melhor forma possí-
vel, todas as vezes”. E eles têm sido extremamente bem-su-
cedidos, chegando a ser tema de matérias na televisão e revis-
tas especializadas em negócios. Mas para que isso aconteça,
na maioria das empresas, é necessária uma mudança da filo-
sofia da empresa.
50
No seu livro Cultura Organizacional e Liderança, Edgar
Schein define culturas organizacionais como “padrões forma-
dos por pressupostos básicos compartilhados, que os grupos
aprendem com a experiência passada e julgam suficiente-
mente eficazes para que sejam ensinados aos novos membros
do grupo”. Schein enfatiza que, se as organizações querem
mudar suas culturas, primeiro precisam entendê-las, e então
os líderes precisam trazer novas crenças e implantar seus
pressupostos nas várias rotinas da organização. Segundo
Barlow e Moller, um dos meios de se fazer isso com reclama-
ções é definir uma filosofia e então se assegurar de que o
comportamento dos empregados em todos os níveis apoiam
essa filosofia.
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Coisas que sua empresa pode fazer para encorajar reclamações
52
v Permita que seus clientes reclamem com privacidade.
v Não se satisfaça com a primeira resposta que os clientes
lhe derem.
v Vá atrás dos que não respondem aos seus levantamentos
de opinião.
v Utilize um sistema de pontuação para obter dados sobre as
emoções dos clientes.
v Escolha aleatoriamente os clientes a quem pedir feedback.
v Solicite pontuações para valor e qualidade.
v Visite pessoalmente os seus clientes.
53
“ As soluções, eu já as possuo
há muito tempo. Mas ainda não
sei como cheguei a elas ”
Carl Friedrich Gauss
54
C omo evitar
problemas no
relacionamento
com os clientes?
55
13 maneiras garantidas
de irritar seus clientes
Toda empresa, por melhor que seja, pode cometer alguns
erros básicos que fazem com que a experiência do pós-venda
de um produto ou serviço seja mais difícil do que precisa ser.
Como exemplo, podemos dar as imobiliárias na hora de alu-
gar imóveis, consórcios que cobram ‘taxas residuais’ e as esta-
tais, com toda sua arrogância e ineficiência. É necessário que
todos os departamentos, principalmente o de vendas, enten-
dam que é necessário suavizar o ato da compra, deixando que
ele flua livremente, sem empecilhos. Ao eliminar esses 13
erros, você terá uma empresa muito mais “simpática”, com-
petitiva e dinâmica:
56
2. Cobrar errado – Eu sei que você vai me dizer que isso é res-
ponsabilidade do departamento financeiro ou de cobranças,
mas o cliente não quer nem saber – vai ligar para você para
saber o que aconteceu. Faturas incompletas, com valores
errados, que chegam depois da data de cobrança, etc., são
detalhes que devem ser tratados com muita atenção. Vender
já é suficientemente difícil sem problemas adicionais – a
última coisa que você pode querer é perder um cliente por-
que foi cobrado cem, sendo que o cliente só pediu dez. Além
disso, por um motivo que deveria ser estudado por psicólo-
gos, existe uma tendência do pessoal financeiro de ver o
cliente como uma fonte de problemas e incômodos, e não
como as pessoas que pagam seus salários. Encarando esse
problema, uma empresa canadense de telefonia celular eli-
minou termos depreciativos sobre clientes dentro da empre-
sa (como maus pagadores, inadimplentes, etc.). Pode pare-
cer um exagero, mas é a melhor maneira de mostrar ao
público interno que, até provar-se o contrário, todo cliente
merece o máximo de atenção e respeito.
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4. Efetuar mudanças sem avisar – As empresas que fabricam
calçados desportivos ficaram famosas por essa prática. Se
um lançamento tinha sucesso (o XT 200, por exemplo), no
ano seguinte eles tiravam o tênis de linha e lançavam o XT
210 – dez dólares mais caro. A mesma coisa com carros,
com suas maquiagens anuais e mais recentemente com
computadores e softwares – todo dia ficamos um pouco
mais defasados. Mas existe uma grande resistência por
parte dos consumidores a muitas dessas mudanças. Os
clientes geralmente são muito mais conservadores do que
parece. Acontece que as pessoas gostam de um pouco de
estabilidade. Imagine se o seu marido ou esposa acordar
um dia e disser que vai virar punk. Você pode até achar
engraçado, mas a graça toda vai acabar quando ele ou ela
pintar o cabelo de rosa, laranja e verde. Digo isso porque
muitas empresas acham que têm de fazer uma mudança
radical na sua apresentação, nos seus produtos ou nos
seus serviços. Minha recomendação é que, para não perder
a sua base de clientes fiéis, você implemente as modifica-
ções ao longo de um determinado período de tempo. A
não ser, é claro, que por um motivo mercadológico você
queira se livrar imediatamente dessa base de consumido-
res. Qualquer que seja o caso, porém, faça pesquisas com o
público-alvo desejado, para não ter de mudar tudo de novo
daqui a um ano. Só para você pensar: o logotipo da Coca-
Cola foi criado em 1886; o da Levi Strauss em 1853, o
Marlboro Man em 1953. Tudo que é bom dura.
58
5. Não aceitar reclamações ou devoluções – A maioria das
empresas tenta se proteger de alguns malandros e acaba
irritando a milhares de consumidores e clientes. O valor de
um cliente na sua empresa pode ser medido cientifica-
mente em reais. Só quem nunca se deu ao trabalho de
fazer essa conta é que maltrata um cliente que reclama.
Além disso, perde-se uma chance excelente de melhorar.
Aliás, ouvir o cliente que reclama não é função de apenas
uma pessoa ou departamento dentro da empresa – é fun-
ção de todos. Por isso os funcionários devem sempre rece-
ber treinamento básico para apresentar pelo menos um
mínimo de profissionalismo ao lidar com clientes irritados.
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7. Vendas de alta pressão – É o vendedor chato, o pessoal do tele-
marketing que mente para passar pela barreira da secretária,
o que não admite que você saia da loja sem levar pelo menos
uma lembrancinha, o vendedor chorão que rasteja imploran-
do um pedido qualquer para fechar a sua cota, etc. Todo e
qualquer tipo de técnica de alta pressão tem dois tipos de
resultados: um imediato e outro a longo prazo. Os dois devem
ser levados em consideração na hora de aplicar qualquer tipo
de técnica, principalmente as de fechamento. Lembre-se de
que vendedores de sucesso têm todos uma carteira de clientes
e adotam a postura de consultores na sua área de atuação. Às
vezes, um empurrãozinho é realmente necessário para fechar
uma venda, mas se ele se tornar comum, é porque alguma
coisa está sendo feita incorretamente.
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9. Descaso – Conheço a história de um senhor que entrou
numa loja de carros importados vestindo chapéu de palha
e chinelo de dedo. Um dos vendedores, mais por obrigação
do que por profissionalismo, atendeu-o e acabou venden-
do duas limusines que, juntas, custavam uma fortuna.
Seus outros colegas, que julgaram o cliente somente pela
aparência, aprenderam uma lição bem dura. A mesma
coisa acontece com empresas que trabalham no business to
business: tratam mal ou com descaso as micro, pequenas e
médias empresas, dedicando toda a sua atenção aos gigan-
tes. Acontece que todo gigante um dia foi pequeno, e são
justamente os menores clientes os que têm maior poten-
cial de crescimento. Também são mais leais, a concorrên-
cia é menor, pode se trabalhar com margens maiores e
você geralmente tem acesso direto aos decisores, muitas
vezes, ao próprio dono. A melhor maneira de crescer é
crescendo junto com seus clientes, por isso não desconsi-
dere o potencial dos clientes C, D ou E, sejam eles pessoas
físicas ou jurídicas.
61
10. Preço absurdo – Todos temos na cabeça uma série de referen-
ciais quanto ao valor relativo de alguma coisa. Um preço ge-
ralmente é considerado absurdo quando ele é desproporcio-
nalmente mais alto do que o que imaginávamos pagar. Isso
pode ser fruto tanto da ignorância do cliente quanto de um
posicionamento errado da empresa. Produtos commoditiza-
dos são os que mais facilmente caem nessa armadilha, e aca-
bam tendo de brigar por preço. Já as empresas que investem
num diferencial competitivo acabam conseguindo cobrar
mais. Então sua empresa tem duas opções: ou investe num
diferencial competitivo, treina a sua equipe para saber ven-
der e defender esse diferencial, e investe em propaganda
para tornar público esse posicionamento, ou vai acabar parte
do mercado de commodities, e os clientes vão achar o seu pre-
ço um absurdo. Como você acha que a Ferrari, a Lambor-
ghini, a Porsche, etc. fazem para cobrar US$ 1.000.000,00
por um carro? Haja diferencial competitivo!
62
11. Tamanho único – A solução padrão geralmente é padrão
apenas em irritar clientes. A média é uma coisa que não
existe. No seu livro Marketing Um a Um, Don Peppers cita
vários casos de empresas que fabricam produtos utilizando
a customização em massa. É a melhor maneira de agradar
e fidelizar clientes. Se você já está resmungando e
achando que na sua empresa não se aplica, compre o livro
que você vai entender melhor. Trabalhar em nichos é o
maior diferencial que a sua empresa pode ter. Entenda isso
antes que alguém o faça, pois é muito mais difícil vender
em um nicho já ocupado depois. Um bom exemplo foi
dado, certa vez, pela revista Istoé, que customizou suas
capas em época de eleição. Cada capital brasileira tinha na
capa as fotos de seus dois ou três principais candidatos. É
claro que dá mais trabalho, mas é um investimento
altamente recompensador, que ajuda a empresa a se
posicionar da melhor maneira, diferenciando-se da
concorrência (que neste caso não é ninguém menos do
que a revista Veja, da Abril, uma das melhores do mundo).
Fonte: Don Peppers é uma das maiores autoridades do mundo em marketing e criador
do conceito de Marketing Um-a-um (ou CRM – Customer Relationship
Management)
www.1to1.com.br
63
12. Falta de flexibilidade – Só aceitamos... Exige-se... Não pode-
mos... Uma vez vi um empresário discutir publicamente
com um cliente sobre um determinado procedimento de
entrega. Perguntei por que havia feito aquilo. Respondeu
ele: “Precisava dar um exemplo para todo mundo, senão
isso aqui vira uma bagunça”. Neuróticos que não conse-
guem lidar com o mundo caótico dos negócios deveriam se
dedicar a outras coisas, e não a vender. É impossível tentar
controlar o mercado, e isso ficou bem provado com o fra-
casso do comunismo. Veja bem: não estou defendendo a
ausência total de regras. Apenas sou da opinião de que
empecilhos à venda devem ser retirados na medida do
possível. Se um cliente com excelente histórico quer par-
celar uma compra, por que não? Quanto dinheiro você já
não ganhou com ele? Quanto ainda pode ganhar? Se a sua
empresa, devido às condições de mercado, precisa ser dura
em algumas situações, pelo menos considere o histórico do
cliente e veja se não é possível ser um pouco mais camara-
da. Não trate todos os seus clientes da mesma maneira,
pois nem todos são iguais uns aos outros. Você não quer
ser tratado de forma diferente como fornecedor? Então
trate bem os seus melhores clientes, e deixe eles lhe dize-
rem como preferem fazer negócios, incluindo formas e
prazos de pagamento. Afinal, o dinheiro é deles.
64
13. Burocracia – Já aconteceu de você ter de preencher uma
ficha quilométrica “só para cadastro”? E os hotéis, que
pedem que você preencha uma ficha ridícula justamente
quando você chega e está louco para tomar um banho e ir
dormir? Os melhores vendedores cuidam desse lado ope-
racional para o próprio cliente, pois sabem que isso é
essencial para que a venda “flua”. O cliente só tem de
assinar. Facilite a vida de todo mundo, eliminando qual-
quer tipo de burocracia desnecessária na sua empresa. Se
por algum motivo você precisa de uma série de informa-
ções para efetuar a venda, certifique-se de que é o vende-
dor que trabalha, e não o cliente. O cliente tem todo o
direito de ser preguiçoso; o vendedor nunca.
65
“ O que estiver realizando para
os outros é justamente o que
estará realizando por si mesmo ”
Micelde Montai
66
C omo lidar com
clientes furiosos?
67
O s 7 passos de Donna Siegel
para lidar com clientes em fúria
Certo. Você já viu o que e como fazer para construir um
relacionamento duradouro com seus clientes. Porém, como
dissemos, alguns erros podem acontecer – por sua culpa ou
de outra pessoa na empresa. Ou do próprio cliente que, sem
saber o que deveria fazer, fica furioso e resolve ligar para
você. E agora? Como lidar com essas situações?
68
Usando empatia com clientes furiosos
69
Criando um “sucesso” para clientes furiosos
70
Processos para ajudá-lo a lidar com clientes difíceis
71
Então a melhor coisa que você pode fazer para começar a
interagir é deixar o cliente falar. Enquanto o cliente des-
carrega a tensão, você consegue:
72
3. Descubra a raiz da questão – Muitas vezes isso não está
muito claro. Freqüentemente as pessoas ligam ou voltam
e simplesmente estão irritadas – muitas vezes nem elas
mesmas sabem o porquê. Outras vezes estão confusas,
sem saber o que realmente as incomoda. Seu papel é
identificar a raiz do problema para que você possa resol-
vê-lo. E suas ferramentas para conseguir descobrir isso
são as mesmas que qualquer vendedor usa para descobrir
as outras necessidades de um cliente: fazendo perguntas e
ouvindo com atenção. Suas perguntas deveriam encorajar
o cliente a fornecer os detalhes que permitirão a resolução
do problema. Fazer perguntas tem uma vantagem adicio-
nal: um efeito calmante sobre os clientes. O cliente come-
ça a ver que seu problema está começando a ser resolvido,
e começam então a cooperar e mudar de atitude.
73
5. Ofereça uma solução – Uma vez que você tenha descoberto
o verdadeiro problema e já saiba qual é o mínimo que seu
cliente espera de você, você está pronto para o próximo
passo: oferecer uma solução. Como já vimos, esta solução
pode ser tanto a resolução total do problema quanto o
mínimo de “sucesso” que você pode dar imediatamente
ao cliente. Antes de oferecer a solução, porém, você deve
preparar o ambiente para que o cliente entenda clara-
mente todos os benefícios da sua solução. Para isso:
74
6. Consiga um acordo verbal – Antes de tomar qualquer atitu-
de, você quer ter antes a certeza de que o cliente concorda
que a ação tomada vai ajudá-lo a resolver seu problema. A
melhor forma de fazer isso é conseguindo seu acordo ver-
bal. Esse passo é muito importante para assegurar-se de
que o cliente acredita que o que está sendo feito está
resolvendo ou que vai ajudá-lo a resolver seu problema.
Em caso negativo, descubra quais as preocupações exis-
tentes ou por que a hesitação – antes de fazer qualquer
coisa. Já que você identificou o problema, a solução, e por
que esta solução vai resolver o problema, é fácil continuar
a conversação, dizendo: “Você acha que isso vai resolver
seu problema?” – e espere a resposta!
75
7. Apresente quais são os próximos passos – Aqui encerramos o
processo, descrevendo o que vai ocorrer a seguir. Seus
clientes precisam desse reforço, mesmo que o problema
vá ser resolvido rapidamente. Em muitos casos, você
conseguirá resolver imediatamente a questão. Em outros,
vai demorar um pouco. Aqui é justamente quando você
deve prestar atenção aos próximos passos. Do contrário, o
cliente vai achar que caiu num “buraco negro”, e que seu
problema vai ser engavetado e esquecido. Aí o cliente fica
irritado novamente (e com razão). Não deixe seus clientes
com dúvidas: diga exatamente o que vai acontecer, e
quando. Não adianta nada ter feito tudo corretamente até
aqui, se o seu cliente sair do contato achando que só
perdeu tempo (lembre-se dos pequenos sucessos).
76
Sei que muitos clientes irritados são grosseiros, mal-edu-
cados e, muitas vezes, irracionais – mas continuam sendo
clientes (aqueles que pagam as contas, lembra-se?). É muito
fácil ser correto e educado quando tudo é lindo e maravilho-
so, mas os verdadeiros profissionais mantêm a linha mesmo
debaixo da mais pesada pressão. Afinal, conquistar um novo
cliente não custa muito mais do que manter um antigo?
77
“ Se você conhece uma pessoa
que está tentando afogar as
mágoas, poderia dizer-lhe que as
mágoas sabem nadar muito bem ”
S. Brown
78
C
omo tornar-se
um mestre em
fidelização?
79
5 maneiras de fazer seus clientes
voltarem sempre
Como você está acompanhando neste livro, sabe-se que
dá para crescer muito mais rapidamente se conseguirmos
vender mais produtos e serviços para nossos clientes antigos
do que apostar todas as fichas procurando conquistar novos
clientes. Afinal, você já investiu para encontrá-los – seja
através de anúncios no jornal, uma bela placa na frente da
empresa, malas-diretas ou visitas.
80
Você pode, planejando e usando um pouco a cabeça. Aqui
estão cinco atitudes que vão ajudá-lo a construir relaciona-
mentos mais fortes com seus clientes, fazendo com que vol-
tem diversas vezes para comprar:
81
E você, o que você pode fazer para construir uma atmos-
fera de sucesso nos seus negócios junto aos clientes? Exis-
tem diversos fatores que você deve levar em consideração:
82
2) Reconheça clientes freqüentes: Outra dica importante para
construir relacionamentos é reconhecer seus melhores
clientes. Você sabe que um cliente que fez negócios com a
sua empresa várias vezes vai provavelmente recomendá-lo
também. Para eles, fazer isso é muito fácil, porque existe
essa associação na cabeça deles.
83
3) Use as próprias palavras do cliente – As pessoas gostam de
comprar de outras pessoas com as quais sentem-se con-
fortáveis. Como vimos no livro Abordagem, da Coleção
Passos da Venda, existem muitas formas diferentes de
entrar em sintonia com os clientes, através das quais você
pode ajudá-los a sentirem-se confortáveis com você. Uma
das melhores dicas para fazê-lo de imediato é usar o mes-
mo vocabulário do cliente. Por exemplo: em algumas
regiões do Brasil “guaraná” é sinônimo de refrigerante.
(“O guaraná que o senhor vai querer é Coca-Cola?”).
Dependendo da região também, um cachorro-quente
pode ter vinas, lingüiças ou salsichas.
84
4) Fale com seus clientes – Já aconteceu de você entrar numa
loja, dar uma olhada em volta, sair, e não interagir com
nenhuma pessoa que trabalha lá dentro? Aqui entre nós,
francamente, quando isso acontece, como você sente-se
em relação à loja? Não muito bem, com certeza.
85
5) Excelência no atendimento – Provavelmente, a coisa mais
eficaz que você pode melhorar nas suas atitudes se quiser
que seus clientes voltem a comprar de você é oferecer um
atendimento exemplar. Por atendimento exemplar quere-
mos dizer dar aqueles passos extras que tanto fazem a
diferença para o cliente, é ir além.
86
Ao falar com seus clientes, você descobrirá quais benefí-
cios extras poderá oferecer para transformar seu atendimen-
to num modelo de perfeição. Reúna-se hoje mesmo com os
colegas de sua equipe para discutir isso – ou seja, quais idéias
podem ser implementadas imediatamente para oferecer
algum benefício ou comodidade extra aos clientes. Muitas
coisas são absolutamente simples e baratas, mas fazem uma
diferença enorme. Veja alguns exemplos:
87
Encontre mais utilidades para o seu produto ou serviço – Ao
realizar pesquisas entre seus clientes, milhares de empre-
sas no mundo todo acabaram descobrindo que eles usa-
vam seus produtos ou serviços para finalidades completa-
mente diferentes daquelas planejadas inicialmente. Como
você provavelmente não tem uma bola de cristal (e parece
que não se fabricam mais...), fica difícil imaginar todos os
usos possíveis para o que você vende. Mas, acredite, exis-
tem muitos. Por isso, pergunte, pergunte, pergunte. Você
pode acabar descobrindo novas utilizações, posicionamen-
tos mercadológicos e nichos lucrativos totalmente inex-
plorados para seus produtos e serviços.
88
Mostre entusiasmo – “Oh, céus... Oh, vida...”. Sempre que
vejo alguém reclamando da situação me lembro do Hardy,
um personagem dos desenhos animados que vivia recla-
mando de tudo. É claro que todas as bigornas acabavam
caindo na sua cabeça – criando um círculo vicioso difícil
de sair.
89
Imprima seu telefone em tudo que você produz – E também
seu fax, seu e-mail, sua caixa postal ou endereço. A co-
municação direta com clientes é fundamental para moni-
torar o mercado e tomar ações decisivas que podem modi-
ficar de maneira positiva seu futuro. Grandes empresas,
principalmente as que trabalham com o varejo, têm a ten-
dência de se esconder atrás de distribuidores, represen-
tantes, supermercados, assistências técnicas, etc. É um
erro, porque muitos de seus parceiros podem não se com-
portar como deveriam, e a única maneira de descobrir
(antes que seja tarde demais) é facilitando o contato com
a sua empresa. Além disso, como já vimos, falar constan-
temente com clientes acaba criando novas oportunidades
de negócios: desde novas maneiras de usar o seu produto
ou serviço até sugestões e modificações necessárias. Resu-
mindo: não existe melhor pesquisa de mercado do que
um número 0800 impresso em todo seu material.
90
Recompense a lealdade – Aumente prazos, dê descontos,
organize eventos fechados, etc. As empresas têm a ten-
dência de se acomodar e tratar os clientes que continuam
comprando como se fosse a coisa mais natural do mundo
(não é!). Todos os esforços e as melhores equipes se
concentram em ganhar contas novas.
91
Estabeleça padrões de desempenho – Já falamos de respon-
der a qualquer solicitação em 24 horas. Outras medidas
podem ser tomadas: faturas e notas fiscais devem ter uma
margem mínima de erro, reclamações devem ser resolvi-
das em determinado período, cada centavo investido em
alguma melhoria deve trazer de volta tanto em retorno
(mais dinheiro ou maior satisfação de clientes).
92
Participe de cross-trainings – O “treinamento cruzado” é a
melhor maneira de que todos entendam a sua relação
com o resto da empresa e com os clientes. É uma forma
de motivar e também de melhorar processos, pois as
pessoas podem analisar e entender o porquê de certas
atitudes em outros departamentos. Certa vez, uma grande
consultoria americana fez um estudo numa empresa de
cartões de crédito, tentando descobrir por que um deter-
minado processo levava tanto tempo para ser resolvido.
Descobriu que todos os departamentos eram extrema-
mente competentes na realização de suas próprias tarefas,
mas que, ao “passar o bastão”, surgiam inúmeros proble-
mas burocráticos que emperravam o andamento do tra-
balho.
93
Trate bem quem reclama – O sábio grego Sócrates disse
certa vez: “Fala, para que eu possa te ver”. Já dissemos
isso várias vezes, mas nunca é demais relembrar: pessoas
que se dão ao trabalho de reclamar são uma fonte incrível
de informações para a sua empresa.
94
Faça certo da primeira vez – É mais barato, economiza
tempo, aumenta a produtividade, agrada aos clientes e é
imensamente mais lucrativo. Coloque isso como um pa-
drão de desempenho, do qual já falamos anteriormente, e
conscientize a todos na empresa sobre a importância de
fazer certo da primeira vez.
95
“ Na natureza não existem
recompensas nem castigos
apenas conseqüências ”
Robert Ingersoll
96
Como perceber
as mudanças
na relação?
97
A companhe seus clientes através
da vida e venda mais
Certa vez, estive na Universidade de Stanford, participan-
do de um curso para editores de revistas. Um dos assuntos
mais discutidos era a sobrevivência ao longo do tempo de
uma determinada marca. É um problema que se aplica a
qualquer empresa, venda ela produtos ou serviços, mas em
nenhum lugar esse problema é mais acentuado do que no
ramo editorial. Por isso seu estudo pode ser muito revelador.
Esse exemplo certamente vai ajudá-lo a perceber, de forma
definitiva, como as necessidades e desejos de seus clientes
mudam, e como você deve estar atento a isso para fazer com
que o relacionamento com eles seja realmente duradouro –
ou para entender em que momento vocês terão, naturalmen-
te, de se separar.
98
Vamos dizer que alguém lance uma revista segmentada
para pais que vão ter bebês ou que acabaram de tê-los. Por
quanto tempo pode-se esperar que alguém assine tal publica-
ção? Três ou quatro anos, no máximo, a não ser que venham
mais filhos. De qualquer maneira, a tendência é perdê-lo,
simplesmente porque o produto (que na verdade é um ser-
viço – informação) não se encaixa mais nas necessidades do
cliente.
99
Nesse caso, existem quatro opções:
100
Outra opção é permanecer fixo na margem, deixando que
o rio passe por você. Nesse caso, domina-se a margem, mas
perde-se o resto. Como exemplo desse tipo de empresa, te-
mos o segmento da moda jovem. Enquanto adolescente, o
cliente permanece fiel. Depois, ao amadurecer, vai procurar
outras empresas, nas quais possa adquirir coisas mais de
acordo com seu novo perfil. Perdem-se clientes todos os dias,
mas como sempre vão existir jovens, o “estoque” é reposto
também diariamente.
101
Mais um exemplo: imagine que sua empresa produz CDs
de música clássica, principalmente sinfonias de Mozart. Com
esse posicionamento, seus clientes devem ter um perfil bem
definido. Assim, ela tem várias opções para se expandir:
102
A decisão a ser tomada depende de uma série de fatores,
principalmente do posicionamento da concorrência nos
outros nichos. De qualquer maneira, é muito importante,
nesses casos, definir duas coisas vitais:
103
Só que, de maneira geral, essa é uma maneira ineficiente
de crescer, pois é muito mais fácil vender um pouco mais
para os clientes atuais. Quer dizer, aumentando o valor des-
pendido per capita ou o valor do pedido médio. A expansão
geográfica ou para novos segmentos implica em construir
uma nova marca, o que automaticamente custa dinheiro e
leva certo tempo, bem como em montar uma carteira de cli-
entes ativos, que também leva tempo e tem um custo de
aquisição. Além disso, está provado que, quanto mais produ-
tos ou serviços um cliente compra de você, mais fiel ele é.
104
Leve este conceito para sua diretoria. Afinal, para fazer
isso eficientemente, é necessário apenas dividir o seu merca-
do em faixas ou nichos, um para cada público-alvo. Em se-
guida, é necessário montar uma estratégia de venda diferen-
ciada para cada um desses targets. Muitas vezes não é nem
necessário uma mudança radical do que vem sendo feito,
mas apenas uma melhor adequação dos recursos disponíveis.
Por exemplo: criando departamentos ou contratando profis-
sionais de vendas exclusivamente para atender alguns nichos
de mercado.
105
“ Não há rei que não tenha
um escravo dentre os seus
antepassados. Não há escravo
que não tenha um rei entre
os seus ”
Helen Keller
106
C
omo lembrar
de tudo?
107
P ós-venda, dever de todos
A receita para conquistar o cliente e gerar novos negócios
é muito simples: basta ouvi-lo e mostrar que você se importa
mesmo com ele. Segundo o especialista Nelson Botter, dessa
capacidade de gerar empatia e emoção para vender ninguém
escapa, seja uma grande administradora de consórcio seja a
oficina da esquina.
Fonte: Nelson Botter é diretor-sócio da Botter & Associados
www.botterassociados.com.br
108
Recente pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que o
índice de troca dos clientes de uma empresa para outra se
encontra entre 9% e 15%. Por outro lado, o uso de técnicas
member get member (quando um cliente indica outro) aumen-
tou 235%.
109
Quem deve fazer?
110
VENDEDOR EMPRESA
Ligar alguns dias após a Após ser concluída a venda,
venda para saber se o clien- ligar para agradecer e verifi-
te recebeu tudo o que foi car os dados importantes do
prometido (aproveite para cliente: documentos, ende-
pedir indicações de amigos reço, etc. Além disso, deve-
ou parentes). se verificar, também, se o
cliente tem alguma dúvida.
111
7 leis para pós-venda
112
4) Tecnologia, pode ser amigável – Caso sua empresa use
tecnologia e computadores em todos os setores, parabéns.
Porém, isso não é motivo para tornar o contato frio e
distante. Esteja sempre disponível para falar ao telefone e
faça visitas mesmo que não pretenda vender naquele
momento. Máquinas tornam o serviço mais ágil e rápido,
mas não devem substituir o contato humano.
113
Ciclo virtuoso
114
2) Nunca tome por garantido um cliente – Vendedores falam
sobre “seus clientes”, ou “seu território”. Isso é passado.
É o que continuamos fazendo pelos nossos clientes o que
importa, não o que fizemos no passado. Mesmo que este-
jamos processando pedidos com eficiência, entregando
dentro do prazo e mantendo um alto padrão de qualidade,
isso já não é mais suficiente. Não importa como vende-
mos. São nossas idéias, informações, conselhos e dicas
que nos dão o privilégio de tê-los como clientes.
3) Nunca ache que você tem todo o trabalho que precisa: Embo-
ra pareça inacreditável, ainda existem equipes de vendas
que acham que “possuem” uma fatia de mercado em vir-
tude da segurança que a situação da empresa em que tra-
balham transmite, criando “zonas de conforto”. Elas gos-
tam da tranqüilidade. Nada de dor, ou pressa, ou proble-
mas, ou urgência. Estão contentes com o que têm. Essa
atitude acaba transformando-se na cultura da empresa, e
permeia todos os níveis da organização. São essas equipes
de vendas as presas mais fáceis para concorrentes agressi-
vos, pois ficaram complacentes, e isso fica claro em tudo
que fazem, são extremamente vulneráveis. Seus clientes
sentem isso também, mas usam outro nome: arrogância.
115
4) Nunca assuma que você realmente conhece seus clientes –
Uma das principais funções de um vendedor deveria ser
coletar constantemente informações sobre seus clientes.
O que está acontecendo com eles? Que mudanças vêm
ocorrendo? Que dificuldades vêm encontrando? Quais são
as novas oportunidades? Se você não tem respostas rápi-
das para essas perguntas, você não pode resolver os pro-
blemas de seus clientes. É muito simples: sem essas infor-
mações, você só pode reagir. Parece que o tempo pára
depois que a primeira venda é feita. O vendedor trabalha
duro para criar um relacionamento e identificar necessi-
dades. O objetivo é identificar os pontos-chaves para o
cliente. Aí, todo o aprendizado pára uma vez feita a ven-
da. Meses depois, ao voltar, continuamos com aquelas
primeiras impressões, embora a realidade do cliente possa
ter mudado radicalmente (mais ou menos quando você
encontra um(a) ex-namorado(a) da adolescência – por
fora parece a mesma pessoa, mas por dentro, está com-
pletamente diferente). Enquanto relembramos o passado,
alguém vem e rouba nosso cliente!
116
5) Nunca assuma que amanhã será melhor do que hoje – Não
queremos dizer aqui que você deve agir como os pessimis-
tas de plantão e achar que amanhã vai ser um desastre. É
só para relembrá-lo que o futuro é imprevisível, e que –
em cada esquina – existem tanto oportunidades quanto
problemas esperando. Essa incerteza é boa, porque nos
força a fazer perguntas importantes. Por exemplo: o que
deveríamos fazer para dificultar a vida dos nossos concor-
rentes? O que aconteceria se perdêssemos nossos princi-
pais clientes? O que deveríamos fazer para estimular
novos negócios daqui a dois anos? Achar que amanhã vai
ser melhor é perigoso justamente por isso: você ignora o
futuro, não planeja, não faz perguntas incisivas, e depois
tem de correr atrás do prejuízo.
117
7) Nunca dependa da reputação do preço mais baixo – Bem, se
preciso aqui dar um conselho final – até porque, esta é a
última dica do último livro de nossa coleção – gostaria que
você lembrasse sempre desse item. Afinal, qualquer equipe
de vendas que tenha como único diferencial seu preço bai-
xo terá problemas sérios. Se preço baixo é tudo que você
tem a oferecer, você está dizendo ao mercado que não exis-
tem outros motivos para comprar da sua empresa. Você é
simplesmente um entregador; fazer negócios com você é
simplesmente um fator de conveniência momentânea. A
não ser que a empresa faça o esforço mercadológico neces-
sário para comunicar ao mercado as vantagens de fazer
negócios com ela, o cliente ficará com o preço como único
fator de comparação e escolha. Sempre existirá alguém que
irá aparecer com um preço mais baixo – acontece todos os
dias. Por isso, lembre-se da importância de adequar uma
proposta de valor à realidade de cada cliente. Isso não
muda nunca. O que muda no pós-venda é que ele dá a você
a oportunidade de monitorar os movimentos do cliente.
Você deixa de analisar a situação do cliente de uma forma
estática como numa fotografia, e passa a ver tudo como
num filme, com o roteiro de um longo e duradouro ciclo
virtuoso.
118
“ É bem mais fácil recebermos
um sorriso, quando sorrimos
para alguém ”
Thiago de Melo
119
A verdade
“ A verdade é um espelho
que caiu das mãos de Deus
e se quebrou.
Cada um recolhe um pedaço
e diz que toda a verdade
está naquele caco ”
Provérbio Iraniano
120
Glossário
121
V ocê está preparado?
1 Você sabe como realizar o pós-venda e conquistar uma imagem melhor para
sua empresa?
Sim Não
122
DESTAQUE AQUI
Nome:
Empresa: Cargo:
Endereço:
Telefone: E-mail:
Envie-nos sua resposta. O selo já está pago.
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NÃO É NECESSÁRIO SELAR
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