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Prioridades são prioridades -

as finanças como ferramenta


Hoje, um dos assuntos mais falados é o poder de definir suas
prioridades, otimizando o tempo, que é escasso e raro. Para
alguns, a prioridade é a estabilidade profissional; para outros, a
família; para outros, um amor; para outros, um filho; para outros,
ainda, uma casa. As prioridades são individuais e buscadas todos
os dias de forma consciente ou inconsciente.
Se a dificuldade em se ter prioridade como indivíduo é latente,
imagine num relacionamento a dois; e ainda tem gente que deseja
incluir uma terceira pessoa (falo isso sem julgamentos, apenas
pelo fato de haver dificuldades na prática).

Este capítulo se dedica a incentivar os casais na busca de


definição de prioridades como forma de amenizar os conflitos e
melhorar a comunicação no dia a dia. Na prática, quem discute, ou
pelo menos, tenta discutir a relação são as mulheres. E, num
casamento (independentemente se é união estável, com
comunhão de bens, separação de bens ou cada um na sua casa),
deve-se ter em mente que casar é uma VOCAÇÃO (em CAIXA-
ALTA mesmo). Alguns são talhados para tal; outros não.

Aí, entra o debate financeiro entre o casal, pois se trata de


uma sociedade como qualquer outra na vida dos negócios.
Envolve a transparência de para onde está indo o dinheiro do
casal, com que se gasta, prestação de contas, prioridades
emocionais ou patrimoniais, e, o mais importante: a confiança de
fazer com que essa relação dure o tempo que for necessário com
confiança e verdade.

FABIO RHEIN
Sim, porque pode dar errado; então, uma das partes se sentirá
lesada e quem ganhará serão os advogados num eventual
divórcio litigioso, com perdas emocionais irreparáveis. Ressalto
que a legislação e as varas de família estão lotadas de processos
e decisões injustas. Por isso, acredite: veja bem se é talhado para
o casamento. Tenha atenção à sua breve existência e saiba que
três questões definem sua saúde mental e financeira.

1. Com o que vou trabalhar?


2. Com quem vou casar?
3. Quero ter filhos?

Havendo erros nas decisões citadas acima, não adianta


culpar pais, amigos, economia e políticos por sua infelicidade.

FABIO RHEIN
Dicas para o casal

a. Existe infidelidade financeira

Dinheiro não deve ser assunto proibido entre casais. Essa


infidelidade atrapalha o convívio familiar. Especialistas e estudos
no exterior apontam diversos fatores que antecedem um divórcio:
rotina, desrespeito de ambos os lados, agressividade, tédio, falta
de sexo, ausência de diálogo/definição de objetivos... Mas o
principal aparece e expõe os demais quando surge o assunto
finanças. Ou seja, aqueles que decidiram ser talhados para um
relacionamento devem abrir o jogo sobre como andam suas
finanças, pois para uma vida saudável financeiramente a dois é
preciso ter sinceridade e transparência. Atendo inúmeros casais
nessa área e a principal reclamação está no fato de um dos dois
se sentir "explorado" nesse quesito.

b. Divisão das despesas

Se ambos os cônjuges possuem renda, então é importante


que haja uma contribuição mútua nos gastos familiares. Uma
saída prática é que cada cônjuge contribua com as despesas de
forma proporcional à sua renda.

Suponha que as despesas da casa sejam de 10 salários


mínimos. Se o casal possui renda em conjunto de 20 salários
mínimos, sendo 12 salários mínimos de uma das partes e 8
salários mínimos de outra, então eles devem contribuir na
proporção 60%-40%, respectivamente.

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O casal pode também optar por dividir as despesas com
algum outro critério que não seja de maneira proporcional à renda.
O ponto importante é que nenhum dos cônjuges fique com o
pensamento de que está sendo injustiçado pela falta de empenho
do outro cônjuge em contribuir para o bem estar financeiro da
casa.

c. Valor fixo individual


Um casal não precisa concordar sobre tudo o tempo todo. A
primeira possibilidade é que o casal procure estipular um valor fixo
para que cada cônjuge utilize como desejar por todo o mês. Já a
segunda possibilidade, cuja escolha dependerá da preferência do
casal, é que, em primeiro lugar sejam pagas as contas da casa,
seja reservado um valor para investimentos, e, o que sobrar, casa
um consome conforme preferir. Tenho um amigo empresário que
usava o que sobrava para suas aulas de kitesurf. Por ser
empreendedor, abriu meses depois uma escola no nordeste do
País e conta hoje com faturamento anual de 2000 salários
mínimos.

d. Reserva de segurança
Imprevistos acontecem e podem representar grandes gastos,
afetando diretamente a qualidade de vida do casal. Tenha uma
reserva financeira que cubra pelo menos três meses das suas
despesas fixas.

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Além de servir para imprevistos, ter uma reserva de
segurança é importante para garantir liberdade na execução de
alguns projetos, como é o caso de quem deseja realidade uma
transição de carreira ou de projetos.

e. Reservar para viver

Às vezes, é importante dar uma escapadinha do mundo,


viajar, ir a bons restaurantes e fazer um programa diferente. Mas,
esses programas podem se tornar muito caros e apertam o
orçamento.

Os sonhos desejados podem também ser mais ambiciosos,


exigindo um esforço financeiro maior.

f. Formalizar a relação

Se o casal já mora junto e não tem nenhum documento que


formalize a união, é bom ficar atento. Não é preciso casar,
necessariamente, mas um contrato de união estável é necessário,
no qual se defina o regime da união. Nos dias atuais, sugiro
separação total de bens e que não haja mudança no nome de uma
das partes.

O principal ponto nessa dica de finanças para casais é que


uma união entre duas pessoas gera impactos jurídicos e
patrimoniais. Por isso, é importante que o casal esteja
formalmente preparado para evitar constrangimentos e embaraços
em situações indesejadas, como morte e divórcio, por exemplo.

FABIO RHEIN
Conto

Personagens

Isabela: influenciadora digital, 30 anos, mão de dois


meninos de pais diferentes e com quase 150 mil seguidores nas
mídias sociais.
Marcelo: engenheiro de produção, 36 anos, sem filhos,
sem reflexões internas.

Isabela, com 30 anos, já havia tido dois casamentos


frustrados e tem dois filhos de pais diferentes; musa fitness e
influencer, tem quase 150 mil seguidores e é casada atualmente
com Marcelo, sem filhos e com 36 anos.

Ela dedicava sua vida a dar dicas de vida saudável e


publicar sobre seu dia a dia, ensinando atitudes coerentes sobre
amor-próprio e relacionamento. Nas mídias sociais, tudo era
perfeito: constantemente tirava fotos de viagens nacionais e
internacionais. Na vida real, sem as telas e a tecnologia, tudo não
passava de engano e decepção. Casados há três anos, ele, um
engenheiro de produção vindo de uma família de classe média
carioca, tinha dificuldade para lidar com os assédios permanente
que sua companheira recebia on-line. Tudo foi exacerbando até
que perdeu seu emprego como gerente de uma multinacional
chinesa em Macaé, no RJ.

Isabela, dependente financeiramente até então de Marcelo,


aceitava sem questionar as atitudes desrespeitosas dele. Frases
comuns eram: "Troque essa roupa, porque não vou sair com você

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vestida assim", "Tire um pouco desse batom, você gosta de
chamar atenção, né?"; e o último comentário (na opinião deste
escritor aqui, o mais sórdido) foi: "Me deixe ver a calcinha que está
vestindo. Se estiver indecente, você vai tirar nem que seja pela
cabeça".

Mesmo assim, com o desemprego inesperado dele, ela se


propôs a pagar todas as contas do casal até que Marcelo tivesse
uma recolocação profissional. Nos dois primeiros meses, foi
assim, mas tudo se transformou quando ele, por falta de
autoconhecimento e estima por sua companheira, deu um tapa no
rosto dela dentro do veículo do casal, com a desculpa que não
admitia tal situação vivida.

Isabela não aceitou continuar e saiu de casa em seguida.


Hoje, está vivendo na casa de uma amiga, curando suas feridas e
entendendo que Marcelo não tinha controle financeiro quando
colocado sob grande pressão. Logo em seguida, pensou: "Se
apanho por tentar ajudar, imagino se tivesse um filho com esse
sujeito".

Marcelo, por sua vez, desesperado, vive entre as consultas


on-line com uma psicóloga e a tentativa de trazer sua "ex-
companheira" para junto de si. Cabe lembrar que as despesas
eram divididas igualmente pelo casal, mesmo Marcelo recebendo
na época quatro vezes mais que Isabela.

Nesse processo traumático, ela interrompeu sua atividade


física e dieta, o que a fez engordar 10 quilos e iniciar um processo
de descontentamento de seus seguidores em seus canais nas
mídias sociais. Já Marcelo promete mudar, mas usufrui de
inúmeros "contatos" com outras mulheres vindas de aplicativos de
relacionamento.
FABIO RHEIN
Perguntas para reflexão:

1. Se o casal tivesse realizado uma reserva de emergência e


tivesse mais frieza nas decisões em momentos de pressão, as
consequências poderiam ser outras?
2. Foi certa a decisão de Isabela de não ter mais uma criança
nesse contexto, lembrando que já havia duas?
3. Trabalho, relacionamento e filhos são afetados por aspectos
financeiros?

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FABIO RHEIN
Sobre o livro:
Você tem dificuldades para lidar com
suas finanças pessoais? Tem o hábito
de misturar o dinheiro da sua empresa
com os gastos do dia a dia? Seja você
assalariado, um prestador de serviços
autônomo ou um grande empresário,
conhecer a fundo alguns aspectos
essenciais de como você deve gastar
o que ganha é o único caminho para
uma vida financeira saudável.

Nesta obra, você verá quais são as armadilhas mais comuns


quando o assunto é gerir o próprio patrimônio e como contorná-las
sem transformar sua rotina em um cavalo-de-batalha. Com cases
inspirados na realidade, o autor expõe como sociedades e
relacionamentos podem prosperar mesmo em tempos de
incerteza, como os enfrentados após a pandemia de Covid-19.

FABIO RHEIN
Sobre o autor:
Formado em administração,
com especialização em
Gestão Empresarial pelo
Centro Federal Celso Suckow
da Fonseca (CEFET-RJ).

Possui MBA em Gestão


Financeira, Controladoria e
Auditoria e Pós-MBA com
ênfase em Finanças
Avançadas e Avaliação de
Empresas pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV).
Mestre em Economia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM-
RJ). Doutor em Finanças.

Possuir ampla experiência em reestruturação de organizações nas


áreas de processos e finanças (sócio-diretor na Rhein Consultoria
Empresarial), ampla experiência em consultorias, treinamentos e
auditorias em empresas como SEBRAE, BTG PACTUAL, BBVA,
TIM, Firjan (RJ), Michelin e Petrobrás.

Trabalhou por seis anos como consultor/auditor em uma das


principais empresas de consultoria do mundo. Foi CFO de
empresas nacionais e entrangeiras e professor do IBMEC-RJ nas
disciplinas Finanças Corporativas, Contabilidade Financeira e
Valuation (Graduação de Ciências Econômicas) e Análise
Fundamentalista (MBA Master em Ativos Financeiros).

Participa de entrevistas e escreve sobre Economia para os


principais jornais do país.
FABIO RHEIN
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@fabiorheinoficial
fabio@rheinconsultoria.com

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