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Análise interpretativa: “O movimento do construcionismo social

na psicologia moderna”

Nome: Ryan Lopes de Freitas

No começo da obra, Gergen se ocupa da construção da


perspectiva histórica do movimento construcionista e suas raízes
teóricas, propondo a orientação construcionista como uma
realocação da psicologia geral para a posição de objeto desta
análise. Dialogando com a crítica da concepção positivista de
ciência, do dualismo empirista e a lógica da experiência sensível.
O autor introduz o tema assumindo que suas premissas se dão
ambiciosas e que o movimento ainda não alcançara um número
vantajoso de preponentes.
No segundo tópico, o texto declara os pressupostos
relacionados ao conhecimento do mundo, o qual seria uma
descrição contextual do meio social do indivíduo. Lógica que
confronta mais uma vez a tradição empirista que considera a
experiência referente ao conhecimento do mundo, ou seja, seu
reflexo. A linguagem e sua produção de sentido se mantêm
inerente ao fator do intercâmbio social neste tópico, representando
a influência da obra Investigações filosóficas de Wittgenstein
(1963), ao utilizar as convenções linguísticas e suas
problematizações relacionadas a possibilidade do reducionismo
das terminologias aplicadas ao conhecimento, o nome
antecedendo a coisa.
Gergen no terceiro tópico da obra, esclarece as diretrizes
endogênicas (pensamento inato e processamento de informação) e
exogênicas (conhecimento cópia do mundo) que perpassam o
campo psicológico. Assim, destacando a importância do
construcionismo não se limitar a essa antinomia e visar
ultrapassá-la, ou seja, para a proposta construcionista de fato se
consolidar, toda a concepção de epistemologia precisaria ser
revisada segundo Gergen.
O aspecto da metateoria exogênica (teoria das teorias
cientìficas) é reconhecido como destaque no engendrar da história
da ciência, sendo o maior alvo direcionado pelo autor, como o
empecilho para que aconteça a hegemonia psicológica. Nesse
aspecto a tradição comportamentalista e positivista se deu mais
influente pelos fatores sócio-históricos .
Na outra metade da obra, a construção textual empreende a
problematização da objetividade fomentada pelas práticas
discursivas positivistas-empíricas, questionando até qual ponto a
explicação psicológica se torna precisa e não apenas um
subproduto do positivismo e seus consensos linguísticos. O autor
exemplifica o uso do termo “raiva” para um comportamento
biológico, indagando se sentimos a mesma raiva que outros
grupos sociais ao redor do mundo, tornando etno-psicológica as
explicações do campo epistemológico, o qual se sujeita ao
interesse da revisão da construção do conhecimento.
É assumido o relativismo deste movimento, porém
enfatizado a negação de que tudo vale, a teoria do autor esclarece
a sujeição crítica das regras normativas da concepção de ciência,
portanto para que haja um progresso duradouro, outras áreas do
conhecimento como a antropologia, ciências sociais, história e a
filosofia devem ser integradas e articuladas a tal movimento
combativo.
No final do texto, há a reclamação dos poucos analistas
sociais empenhados na proposta de revisão do conhecimento
metateórico psicológico, esclarecendo que esta orientação ou
movimento ainda não propõe soluções ou conclusões prévias,
somente um começo fidedigno a contextualização cultural e social
situada nos processos de troca de conhecimento e linguagem
humana.

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