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Módulo: TQS Projeto Estrutural Assistido por Computador

Verificação ELU e ELS, Não linearidade, Estabilidade Global e


Interação solo- estrutura

Docente: Prof. Marco Aurélio Tavares Caetano


✓ @marcocaetano
✓ Engenheiro Civil – Universidade Estadual de Goiás – 2008
✓ Acervo técnico mais de 3,0 Milhões de m² projetados.
✓ MBA Gestão de Projetos – IPOG – 2012
✓ MBA Projeto, Controle e Execução de Estruturas e Fundações
– IPOG – 2014
MARCO AURÉLIO TAVARES ✓ Sócio da Prova Projetos e Validação (@provaprojetos)
CAETANO ✓ Professor Graduação PUC-GO – Estruturas (Horista
Concursado)
✓ Professor Pós-Graduação RTG
✓ Professor Pós-Graduação E-Class.
✓ Professor Pós-Graduação Dalmass
✓ Professor Pós-Graduação Instituto Monte Pascoal / Incursos
✓ Professor Pós-Graduação ESB
✓ Professor Pós-Graduação UniRV
EMENTA
Aplicação dos conceitos das estruturas de concreto armado utilizando softwares comerciais para
lançamento, análise estrutural, dimensionamento e detalhamento em estruturas de concreto armado.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Funcionalidades básicas para emprego de software;


2. Lançamento da arquitetura no software;
3. Definição do modelo estrutural;
4. Posicionamento das vigas, lajes e pilares;
5. Detalhamento e análise do dimensionamento de lajes;
6. Detalhamento e análise do dimensionamento de vigas;
7. Detalhamento e análise do dimensionamento de pilares;
8. Dicas para otimização de projeto estruturais.
9. Definição de carregamento segundo ABNT NBR 6120 (2019), NBR 6123 (1988);
10. Combinações de carregamento de acordo com a ABNT NBR 8681 (2003);
11. Dados de entrada do software: Características do materiais; ajustes de durabilidade e desempenho
(ABNT NBR 15575:2013);
12. Processamento do modelo estrutural;
13. Visualização dos deslocamentos da estrutura;
14. Visualização espacial do pórtico analisado;
15. Geração da memória de cálculo.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
✓ Fusco, P.B. – Técnica de armar as estruturas de concreto, Editora Pini, São Paulo, 1995.
✓ CARVALHO, R.C.; FIGUEIREDO FILHO, J.R. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto
armado. 3ª. edição. São Carlos: Editora da UFSCAR, 2014.
✓ Giongo, J. S. e Silva, R. C. Modelo bielas e tirantes aplicados ao concreto armado, Projeto Reenge, EESC-
USP, São Carlos, SP, 2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

✓ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto. Rio de
Janeiro, 2023.
✓ CLÍMACO, J. C. T. S. - Estruturas de concreto armado. Fundamentos de projeto, dimensionamento e
verificação. Brasília: UnB Editora, 2005.
✓ ARAÚJO, J. M. - Curso de concreto armado. Vol. 1. Porto Alegre: Editora Dunas, 2023.
✓ ARAÚJO, J. M. - Curso de concreto armado. Vol. 2. Porto Alegre: Editora Dunas, 2023.
✓ ARAÚJO, J. M. - Curso de concreto armado. Vol. 3. Porto Alegre: Editora Dunas, 2023.
✓ ARAÚJO, J. M. - Curso de concreto armado. Vol. 4. Porto Alegre: Editora Dunas, 2023.
PARÂMETRO DE INSTABILIDADE GLOBAL
Parâmetros de instabilidade P-Delta e Gama-Z de acordo com a ABNT NBR 6118 (2023).
Princípios e diferenças
Simplificações e limites dos métodos
Simplificações e limites dos métodos

NBR 6118:2023

15.2 Campo de aplicação e conceitos fundamentais


Esta seção se aplica principalmente a estruturas constituídas por barras submetidas
à flexão composta, onde a contribuição da torção, nos efeitos de 2ª ordem, possa ser
desprezada.
Se toda estrutura deforma, então sempre haverá efeito de segunda ordem!!!

Lembrem-se: Toda estrutura é deformável!


Estabilidade x Instabilidade
Como visualizar se a estrutura é estável?

A NBR 6118:2023 - Segunda ordem globais menor que 10% pode-se desprezar seus efeitos.

Sempre
Se e somente se < 10%
Avaliação dos efeitos de 2ª ordem

Procedimentos que podem ser utilizados


• Processo Rigoroso
• Processos Simplificados
• Avaliação através de Parâmetros

Ɣz e α
Avaliação dos efeitos de 2ª ordem

Rigorosos
• Modificações em matrizes de rigidez, vetores de cargas e sua atualização do ponto de
aplicação.
Avaliação dos efeitos de 2ª ordem
Procedimentos que podem ser utilizados

Simplificados

•Exemplo: processo P-


Avaliação dos efeitos de 2ª ordem

Parâmetros

Parâmetros de instabilidade α Coeficiente gama z


Avaliação da deslocabilidade através de parâmetros

Parâmetro 

onde
 : parâmetro de instabilidade
1=0,2+0,1n, se n≤3
1=0,6 , se n≥4
H : altura total do edifício
P : peso total da edificação
E I : rigidez à flexão do sistema de contraventamento

Estrutura indeslocável se  for menor que:


0,7 : para sistemas de contraventamento compostos
apenas por pilares-parede
0,6 : para sistemas mistos
0,5 : para sistemas compostos apenas por pórticos
Gama z (z)

Md2=Md1*0,95z
Coeficiente z 1
 = z
M
1− d

M 1d

onde
M : acréscimo de momento devido aos deslocamentos horizontais
M1 : momento de 1a. ordem

z  1,10 : estrutura indeslocável


z  1,10 : estrutura deslocável

M =  Fvi x ei M1 =  Fhi x di

Qual parcela é determinante Fv ou Fh?


Coeficiente z

Elementos de nós fixos


Coeficiente z

Elementos de nós móveis


Obrigatoriamente a NLF e NLG, implicando no dimensionamento considerando os efeitos
globais e locais de 2ªordem.
Coeficiente z

Elementos de nós móveis

Análise aproximada
Momento de 2a. ordem aproximado por:
M2 = 0.95z M1
z 1,3
Porque z somente acima de 4 pavimentos e estrutura simétrica?
Resultados da Avaliação da NLG pelo Parâmetro z

Procedimento Utilizado

•50 estruturas diferentes


•Cálculo da NLG através de processo rigoroso
•Cálculo do z através do procedimento padrão
•Avaliação das diferenças de NLG-rigoroso e estimativa z

Análise das diferenças para


•Normais nos pilares (global)
•Momento nos pilares (global e 5 faixas ao longo da altura)
•Cortantes em vigas (global e 5 faixas ao longo da altura)
•Momentos em vigas (global e 5 faixas ao longo da altura)
Esforço normal nos pilares -
Resultados globais

1,458

1,276

1,196

1,160

z
1,140

1,124

1,104

1,068

1,040
-6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00
Dif. % entre NLG e  z
Momento fletor nos pilares - Faixa 1

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129

1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-8,00 -6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00

Dif. % entre NLG e  z


Momento fletor nos pilares - Faixa 2

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129

1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00
Dif. % entre NLG e  z
Momento fletor nos pilares - Faixa 3

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-5,00 0,00 5,00 10,00 15,00

Dif. % entre NLG e  z


Momento fletor nos pilares - Faixa 4

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-15,00 -10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00

Dif. % entre NLG e  z


Momento fletor nos pilares - Faixa 5

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-40,00 -30,00 -20,00 -10,00 0,00 10,00

Dif. % entre NLG e  z


Esforço cortante nas vigas - Faixa 1

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
Dif. % entre NLG e  z
Esforço cortante nas vigas - Faixa 2

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00
Dif. % entre NLG e  z
Esforço cortante nas vigas - Faixa 3

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-5,00 0,00 5,00 10,00 15,00
Dif. % entre NLG e  z
Esforço cortante nas vigas - Faixa 4

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-15,00 -10,00 -5,00 0,00 5,00
Dif. % entre NLG e  z
Esforço cortante nas vigas - Faixa 5

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-30,00 -20,00 -10,00 0,00 10,00
Dif. % entre NLG e  z
Momento fletor nas vigas - Faixa 1

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
Dif. % entre NLG e  z
Momento fletor nas vigas - Faixa 2

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157

z
1,140
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00

Dif. % entre NLG e  z


Momento fletor nas vigas - Faixa 3

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157
1,140

z
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-5,00 0,00 5,00 10,00 15,00

Dif. % entre NLG e  z


Momento fletor nas vigas - Faixa 4

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157
1,140

z
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-15,00 -10,00 -5,00 0,00 5,00

Dif. % entre NLG e  z


Momento fletor nas vigas - Faixa 5

1,458
1,290
1,257
1,196
1,170
1,157
1,140

z
1,129
1,116
1,104
1,076
1,060
1,040
-30,00 -20,00 -10,00 0,00 10,00

Dif. % entre NLG e  z


z
Conclusões

• O processo simplificado/parâmetro gama z apresenta resultados satisfatórios.


• Para esforços normais em edificações usuais o gama z em relação a análises
rigorosas apresenta erros na ordem de 3% contra a segurança e 5% a favor.
• Em relação aos momentos o parâmetro gama z apresenta erros na ordem de 1,2%
e tendem aumentar se o índice passar de 1,20.
• Para os esforços ao longo da estrutura, nota-se que nas últimas faixas há um maior
afastamento da segurança.
• Valores acima de 1,25 para gama z devem ser evitados, principalmente devido ao
efeitos contra a segurança nos pavimentos intermediários.
• O coeficiente gama z possui boa precisão dentro dos parâmetros mencionados.
z
Conclusões

• Normas produzem formulações que são sempre aproximadas.


• A NBR 6118:2023 majora todos os momentos independente
do tipo de carga que os provoca e independente do andar.
• Andares com menores carga axial sofrem menos os efeitos de
2ªordem. Ex.: Edifício baixos e andares superiores.
• A análise de 2ª ordem fará maiores diferença se os momentos
provocados pela carga lateral forem significativos.
ISE- INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
ISE – Interação Solo-Estrutura
Princípios e normatização
ABNT NBR 6118 (2023)
ABNT NBR 6122 (2020)
Um entendimento genérico
ISE (interação solo-estrutura) é tudo em termos estruturais.

Estrutura=Superestrutura + Mesoestrutura + Infraestrutura + Solo Suporte.


Estrutura

Infra-estrutura
(“fundação”)
Sistema de transferência

Solo suporte
(fundação verdadeira)
Dificuldades da implantação da ISE

Dificuldades de cálculo

Modelagem complicada

Comportamento do solo não linear

Interação entre profissionais

Pouco material e estudos sobre o tema


Fatores que influenciam na ISE

Número de pavimentos

Processo construtivo

Edificações vizinhas

Rigidez relativa estrutura-solo

Planta de forma

Tipo de análise Linear/Não-linear; Estática/Dinâmica

A resposta estrutural retroalimenta a ISE


Deformação e resposta na ISE conforme tipo de solo e rigidez da
fundação
ISE – Influência da Rigidez da Estrutura
ISE – Rigidez x Recalques.
ISE – Rigidez x Recalques.
ISE – Rigidez x Recalques.
ISE – Rigidez x Recalques.
ISE – Rigidez x Recalques.

Gusmão Filho(1995)
ISE – Rigidez x Recalques.
ISE nas estruturas antigas x atuais?
ISE – Exemplo Teórico

Edifício modelado no
SAP90
15 Lajes
Variação da Carga nos Pilares
Variação da Carga nos Pilares
Variação da Carga nos Pilares
Variação da Carga nos Pilares
Variação da Carga nos Pilares
Variação da Carga nos Pilares
Variação da Carga nos Pilares
ISE – Danos na estrutura
Consequências da ISE
Além do risco de colapso nos pilares e vigas, pode haver danos
nas alvenarias e instalações em geral.
Considerações finais ISE

• A consideração da ISE requer um conhecimento do comportamento dos recalques da


estrutura ao longo do seu carregamento;
• A estimativa de recalque requer o conhecimento dos parâmetros do solo, principalmente
módulo de elasticidade (E);
• Considerações a partir do NSPT esvaziam a análise da ISE.
Considerações finais ISE

• A ISE ainda é praticamente desprezada em obras convencionais.


• Para uma modelagem mais precisa é indispensável a observância de seus efeitos.
• A redistribuição de cargas pode ser considerável, comprometendo a estrutura. Pode-se atingir
valores da ordem de 30% dos esforços.
• Pilares e vigas estão sujeitos aos efeitos deste fenômeno.
• Em pilares há redistribuição e em vigas a alteração podendo levar a inversão de valores dos
esforços.
Porque a ISE ainda é tão incipiente nas análises?
Onde entra a ISE na modelagem de uma edificação?
FIM

Prof. Marco Aurélio Tavares Caetano


marcocaetano@gmail.com (pessoal e docência)
contato@provaprojetos.com (projetos)

62-98121-7287

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