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MANUAL DE

SEGURANÇA
@ CEB

2017
Conteúdo

CONTEÚDO ........................................................................................................................................ 3

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 4

CAPÍTULO II. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ................................................................................ 5

CONTACTOS DE EMERGÊNCIA................................................................................................................ 5
EM CASO DE EMERGÊNCIA: ................................................................................................................... 5
CAPÍTULO III. REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA ................................................................................... 8

CAPÍTULO IV. BOAS PRÁTICAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO ...................................................... 9

PLANIFICAÇÃO DO TRABALHO EXPERIMENTAL ..................................................................................... 9


MINIMIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS MATERIAIS PERIGOSOS ................................................................. 9
AVALIAÇÃO DO RISCO E GESTÃO DOS AGENTES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS .......................................... 9
PROCEDIMENTOS GERAIS DE BIOSSEGURANÇA .................................................................................. 10
PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA QUÍMICA .......................................................................... 14
CAPITULO V. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .................................................................. 20

BATAS ................................................................................................................................................... 21
ÓCULOS ................................................................................................................................................ 21
LUVAS ................................................................................................................................................... 21
RESPIRADORES E MÁSCARAS ............................................................................................................... 22
PROTETORES AUDITIVOS...................................................................................................................... 24
CAPÍTULO VI. GESTÃO DOS RESÍDUOS: SEGREGAÇÃO, ARMAZENAMENTO E DESCARTE .................... 25

RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS ................................................................................................................. 25


GRUPO I – RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ........................................................................................................ 25
GRUPO II – RESÍDUOS HOSPITALARES/DE LABORATÓRIO NÃO CONTAMINADOS ........................................................... 25
RESÍDUOS PERIGOSOS .......................................................................................................................... 27
GRUPO III – RESÍDUOS BIOLÓGICOS ............................................................................................................... 27
GRUPO IV – RESÍDUOS QUÍMICOS PERIGOSOS ................................................................................................... 29
SECTION VII. GASES COMPRIMIDOS.................................................................................................. 33
MANUAL DE SEGURANÇA – CEB | 2017 V1.1

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
O Centro de Engenharia Biológica (CEB) é um centro de investigação localizado na Universidade
do Minho em Braga. O CEB combina as ciências fundamentais – química, bioquímica, microbiologia
e biologia molecular – com as ciências da engenharia na obtenção de produtos ou processos de valor
acrescentado para as indústrias alimentares, químicas, biotecnológicas ou ambientais. O CEB é uma
unidade que pretende ser uma infraestrutura estratégica nas políticas de inovação I&D nas áreas da
biotecnologia e da bioengenharia, dos biomateriais, das ciências biomédicas e da vida, das ciências
do ambiente e agrícolas.
O termo “segurança” é por definição o estado de estar seguro; a ausência de perigo 1. Para a
Agência para a Segurança e Saúde no Trabalho (OSHA) um perigo é “uma propriedade intrínseca de
um componente do trabalho potencialmente causador de dano para o trabalhador ou para o ambiente
ou local de trabalho ou uma combinação destes” 2 . Neste contexto a segurança dependerá da
capacidade das organizações de controlar os perigos identificados para um nível aceitável de risco.
A segurança é uma preocupação da Direção do CEB e é uma responsabilidade coletiva que requer a
colaboração de todos. O corpo técnico garante o cumprimento das regras básicas de segurança.

HORÁRIO DE TRABALHO
Laboratórios do CEB: 8:00 – 21:00 Segunda a Sexta-feira
8:00 – 13:00 Sábado

Secretaria: 9:00 – 12:30 / 14:00 – 17:30

Corpo técnico: 9:00 – 12:30 / 14:00 – 17:30


Biblioteca: 9:00 – 12:30 / 14:00 – 17:30

HORÁRIO EXTRAORDINÁRIO (fora de horas)


Segunda a Sexta 21:00 – 8:00
Sábado a partir das 13:00, Domingo e dias feriados.

Um sistema eletrónico centralizado garante a abertura das portas no CEB. Apenas os


investigadores autorizados têm acesso aos edifícios fora do horário de trabalho. Contacte o seu
supervisor para pedir autorização de acesso ao CEB.

1
http://www.lexico.pt//
2
https://www.osha.gov/ ; https://osha.europa.eu/

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CAPÍTULO II. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

CONTACTOS DE EMERGÊNCIA

SEGURANÇAS: 253 60 10 10 (chamada interna): 0 253 60 10 10


CHAMADA DE EMERGÊNCIA: 112 (chamada interna): 0112

Equipa de Evacuação e Emergência:


CEB Edifício 7: 60 44 08
CEB II Edifício 5: 60 15 98

NO CASO DE DANOS PESSOAIS:

Existem caixas de primeiros socorros em cada laboratório e nos corredores dos edifícios do CEB.
Se necessitar de assistência médica, deverá apresentar os seguintes documentos na receção do
Hospital Público ou no Centro de Saúde:
 Formulário de registo de acidente que deverá ser preenchido na secretaria;
 Ficha de dados de segurança do material ou produto ou Material Safety Data
Sheet (MSDS) do químico ou microrganismo ao qual foi exposto.

EM CASO DE EMERGÊNCIA:

 NÃO ENTRE EM PÂNICO


 Informe os Seguranças ou o corpo técnico
Informações necessárias:

 Identificação pessoal
 Identificação do local da ocorrência
 Tipo de emergência
 Recursos humanos e materiais danificados
 Evolução provável da emergência

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No caso de receber uma ordem de evacuação, DEVE:


 Preparar para deixar o local utilizando a saída mais próxima;
 Desligar os equipamentos e as máquinas que estava a usar;
 Se estiver com convidados ou visitantes, deve acompanhá-los em
segurança até ao PONTO DE ENCONTRO mais próximo;
 Siga as instruções da Equipa de Evacuação e Emergência;
 Abandone o local rapidamente, mas SEM CORRER;
 Carregue apenas objetos pessoais de pequena dimensão;
 Durante o processo de evacuação, NÃO REGRESSE para buscar itens pessoais ou para
esperar por alguém.
Em caso de incêndio…
 Assegure-se que informou a segurança ou o corpo técnico;
 Abandone o local pela saída mais próxima.
Combata o incêndio APENAS se:
 É um incêndio confinado e de pequenas dimensões, onde não ocorreu propagação a outras
áreas;
 Está familiarizado com extintores de incendio, sem correr riscos;

Se não é capaz de extinguir o incêndio:


 Abandone o local imediatamente usando as saídas de emergência;
 Evite inalar o fumo deslocando-se agachado e, se possível, respirando através dum pano
molhado;
 Feche as portas;
 NÃO utilize o elevador;
 Dirija-se ao ponto de encontro assinalado;
 Siga as instruções da Equipa de Evacuação e Emergência;
 NÃO regresse ao edifício se não foi previamente autorizado.
No caso de sismo…
 NÃO corra para a saída;
 NÃO utilize o elevador;
 Mantenha-se afastado de janelas, espelhos, candeeiros, ou móveis;
 Proteja-se mantendo-se junto de uma ombreira da porta, um canto da sala, debaixo de uma
mesa ou secretária.

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No caso de um derrame químico…


A maioria dos derrames acidentais de agentes químicos nos laboratórios podem ser prevenidos.
Contudo a implementação de boas práticas de laboratório reduz significativamente a probabilidade
dos acidentes com químicos ocorrer.
Apenas um investigador experiente no laboratório deverá atuar no caso da ocorrência de um
derrame de pequenas dimensões, seguindo este procedimento:
 Alertar os colegas que se encontram na área afetada. Evitar inalar vapores tóxicos e identificar
o(s) reagente(s) químicos envolvidos – Consultar a ficha de dados de segurança (MSDS) do
reagente.
 No caso de um membro do laboratório estar contaminado com um reagente químico, deve-
se lavar abundantemente a área afetada da pele.
 Durante a limpeza, usar SEMPRE Equipamentos de Proteção Individual (EPI) tais como bata,
luvas, e óculos.
 Manter o derrame confinado a uma pequena área usando um kit absorvente comercial ou
outro material absorvente como a areia ou o bicarbonato de sódio (no caso de derrames com
ácidos).
 Colocar o absorvente usado num contentor identificado para ser posteriormente descartado.
 Adquirir novo kit para uma próxima emergência.

No caso de derrames de grande dimensão os procedimentos de emergência devem dar prioridade


ao risco imediato de perigo para os membros do laboratório afetado. Deve garantir-se o confinamento,
a limpeza efetiva do reagente químico e o descarte do material absorvente. Deve-se evacuar e
abandonar a área do laboratório afetada e informar o corpo técnico.

No caso de fuga de gás…


 NÃO ligue o interruptor da luz. Não use fósforos ou isqueiros.
 Tente fechar a válvula, SEM correr riscos pessoais.
 Ventile o local abrindo as janelas.
 Feche a porta para evitar a propagação do gás a todo o edifício.
 Evacue e abandone a área afetada.
 Informe o corpo técnico e siga as suas instruções.

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CAPÍTULO III. REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA


A avaliação dos riscos e a identificação de potenciais perigos associados ao manuseamento de
químicos e outras atividades laboratoriais são elementos-chave na prática de investigação. Os
membros do laboratório devem estar atentos aos acidentes ou incidentes que resultam de práticas
de trabalho pouco seguras.
Este manual de segurança é um guia de referência para o manuseamento e descarte de agentes
químicos e biológicos no CEB. Recomenda-se uma leitura atenta da informação contida neste
manual, complementada pela consulta de bibliografia específica referida ao longo do texto.
Adicionalmente, todo o investigador que pretenda iniciar os trabalhos no CEB é obrigado a frequentar
a formação inicial de segurança “Segurança nos laboratórios do CEB”.

Os acidentes são o resultado de práticas inconsequentes, falta de bom senso ou falha


no seguimento das regras básicas de segurança.

PARA A SUA SEGURANÇA:


 Evite estar só no laboratório. Durante o horário extraordinário, não é permitida a permanência
de investigadores sozinhos nos laboratórios.
 NÃO É PERMITIDO fumar em qualquer área do edifício.
 Os agentes químicos perigosos devem ser SEMPRE manuseados nas hottes químicas.
 NÃO É PERMITIDO pipetar com a boca, comer, beber e armazenar comida para consumo
próprio nos laboratórios.
 USE SEMPRE sapatos fechados quando manusear químicos perigosos ou agentes biológicos.
 NÃO USE headphones no local de trabalho.
 É OBRIGATÓRIA uma consulta prévia à MSDS dos agentes químicos perigosos antes da sua
manipulação.
 O manuseamento de agentes patogénicos ou químicos perigosos deve ser SEMPRE realizado
em áreas ou laboratórios específicos e deve ser reportado ao corpo técnico.
 Os membros do laboratório devem conhecer a localização do equipamento de segurança.
 Qualquer incidente ou acidente deve ser reportado ao corpo técnico.
 É OBRIGATÓRIO armazenar agentes químicos líquidos (solventes orgânicos, ácidos ou bases)
nos armários ventilados do armazém de reagentes químicos (sala EB0.10).

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LEMBRE-SE: cada indivíduo é responsável pela sua segurança e a dos outros

CAPÍTULO IV. BOAS PRÁTICAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO

PLANIFICAÇÃO DO TRABALHO EXPERIMENTAL

Planificar um ensaio experimental é um passo essencial na condução de práticas de laboratório


seguras. Fazer uma avaliação de risco baseada na revisão crítica de todos os potenciais perigos
associados a cada protocolo experimental, considerando todas as etapas do projeto durante o seu
ciclo de vida é um bom procedimento. A informação contida no protocolo experimental deve ser
detalhada no que se refere aos potenciais perigos e às medidas de segurança a implementar.

MINIMIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS MATERIAIS PERIGOSOS

De forma a evitar os acidentes, lesões e doenças, devem ser implementadas medidas preventivas
e de controlo do risco após a identificação e a avaliação dos perigos. Quatro medidas podem ser
implementadas a fim de controlar a exposição, e assim reduzir ou eliminar o perigo:
1 – Substituição de substâncias químicas e/ou processos por agentes químicos ou processos de
menor perigosidade. Este procedimento representa a melhor solução.
2 – Controlo de engenharia. Inclui medidas de automação para substituir a função de um indivíduo
sujeito à exposição. Este procedimento é geralmente dispendioso e pode-se optar por medidas
físicas de confinamento ou isolamento para reduzir a exposição.
3 – Controlo administrativo. Inclui os procedimentos escritos, o treino com supervisão, bem como
a duração, frequência e número de pessoas expostas.
4 – Equipamento de proteção individual (EPI). O uso de EPI é o tipo de controlo menos efetivo
para prevenção de perigos, e a sua eficácia depende da forma como é usado pelo utilizador.

AVALIAÇÃO DO RISCO E GESTÃO DOS AGENTES QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

No CEB, cada membro do laboratório é responsável pela gestão do ciclo de vida dos agentes
químicos e biológicos. Este procedimento minimiza os riscos humanos e ambientais e reduz custos.
De forma a garantir que os membros do laboratório estão conscientes dos riscos potenciais da
exposição química e biológica é exigido o preenchimento de um formulário - Workplace Risk
Assessment (WRA) antes de iniciar as atividades no laboratório, preferencialmente durante a

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elaboração da planificação do trabalho experimental. Os procedimentos que minimizam a exposição


e a gestão dos resíduos devem ser descritos nesse documento.

PROCEDIMENTOS GERAIS DE BIOSSEGURANÇA

Comer, beber, fumar, manipular lentes de contacto, e armazenar


comida não é permitido nas áreas laboratoriais.
A comida deve ser armazenada em locais apropriados fora das áreas
laboratoriais.

Os principais perigos associados a um agente biológico são:


- a sua capacidade de infeção: pode provocar doença a um hospedeiro humano ou animal
suscetível;
- a sua virulência determinada pela severidade da doença;
- a disponibilidade de medidas preventivas e tratamentos eficazes para a doença.
Uma lista de microrganismos classificados por grupo de risco está disponível em Portaria
1036/98, 15 December.

Tabela 1: Classificação por grupo de risco de microrganismos infeciosos 3

GRUPO CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO AS MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DA ORGANIZAÇÃO


DE RISCO ORIENTAÇÕES NIH PARA A INVESTIGAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE 3ª EDIÇÃO 2004 5
COM ADN RECOMBINANTE 2002 4
1 Agentes não associados a doenças no ser (risco individual BAIXO e risco BAIXO para a
humano adulto saudável. comunidade) Agente com baixa probabilidade de
causar doenças no ser humano ou em animais.
2 Agentes associados a doenças no ser (risco individual MODERADO e risco BAIXO para a
humano, de baixa severidade, e para os quais comunidade). Agente patogénico que causa doenças
existem medidas preventivas e de tratamento no ser humano ou em animais, mas que não constitui
eficazes. um perigo sério para os membros do laboratório, a
comunidade ou o ambiente. A exposição em
laboratório pode causar infeções graves mas o risco de
propagação na comunidade é limitado.
3 Agentes associados a doenças graves ou (risco individual ELEVADO e risco BAIXO para a
letais no ser humano, mas para os quais comunidade). Agente patogénico que causa doenças
estão disponíveis medidas preventivas e de graves no ser humano ou em animais, mas geralmente
tratamento eficazes. (risco individual não se propaga entre um individuo infetado para outro.
ELEVADO mas risco BAIXO para a Existem medidas preventivas e de tratamento eficazes.
comunidade).

3
http://www.cdc.gov/biosafety/publications/bmbl5/bmbl.pdf
4
NIH. Office of Biotech Act. NIH guidelines for research involving recombinant DNA molecules. Bethesda; 2002.
5
http://www.who.int/csr/resources/publications/biosafety/en/Biosafety7.pdf

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4 Agentes associados a doenças graves ou (risco individual ELEVADO e risco ELEVADO para a
letais no ser humano, e para os quais não comunidade). Agente patogénico que causa doenças
estão disponíveis medidas preventivas e de graves no ser humano ou em animais, de rápida
tratamento eficazes. (risco individual propagação entre um individuo infetado para outro, e
ELEVADO e risco ELEVADO para a para o qual não estão disponíveis medidas preventivas
comunidade). e de tratamento eficazes.

Os agentes manipulados no CEB pertencem aos grupos de risco 1 ou 2.


Não é permitido manipular agentes pertencentes aos grupos de risco 3 e 4.
Os membros do laboratório que trabalham com agentes patogénicos devem ter conhecimento
dos níveis de confinamento onde estes podem ser manipulados em segurança. Adicionalmente,
prevenir os riscos biológicos e a sua exposição é obrigatório por lei, segundo o Dec. Lei 84/97, 16
April. Para os trabalhos de investigação que envolvam organismos ou microrganismos geneticamente
modificados (OGM e MGM, respetivamente) os procedimentos de confinamento e manipulação
devem ser conduzidos segundo o Dec. Lei 55/2015, 17 April.
Os agentes pertencentes ao grupo de risco 2 só podem ser manipulados em áreas
de trabalho correspondentes, no mínimo, ao nível de biossegurança 2 (Laboratórios
BSL–2).
Consulte a ficha de segurança do agente e avaliação de risco disponível em http://www.phac-
aspc.gc.ca/lab-bio/res/psds-ftss/index-eng.php antes de manipular agentes patogénicos.

As seguintes regras básicas de biossegurança devem ser seguidas aquando da manipulação de


microrganismos:
 Não coloque nenhum objeto na boca – caneta, lápis, chiclete;
 Evite tocar no nariz, boca ou outra mucosa com as mãos;
 Pipetar com a boca não é permitido; use pipetadores disponíveis no laboratório.
Seringas com agulha NÃO devem ser usadas como pipetadores;
 Não use calçado aberto ou sandálias;
 O material potencialmente infecioso deve ser colocado em recipientes de material resistente
durante a manipulação, o armazenamento e o transporte;
 Deve ser colocado sobre a superfície de trabalho uma folha de papel absorvente para prevenir
o espalhamento de material biológico. Esta deverá ser descartada posteriormente como
resíduo biológico;
 Todos os procedimentos devem ter por objetivo minimizar a produção de aerossóis e prevenir
derrames;

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 Manipulação de objetos perfurantes ou cortantes: As agulhas provenientes de


seringas descartáveis contaminadas não devem ser tocadas antes do seu descarte;
 Descarte as agulhas e as seringas nos contentores AMARELOS, para serem incineradas;
 NÃO manipule vidro quebrado contaminado diretamente com as mãos. O vidro
quebrado deverá ser previamente descontaminado, preferencialmente por autoclavagem.

Procedimentos padrão em microbiologia

Nível de Biossegurança 1 – BSL1 é adequado para trabalhos que envolvem agentes biológicos
que não causam doença no ser humano adulto saudável, e que não são potencialmente perigosos
para os membros do laboratório e para o ambiente.
- Não é obrigatório o uso de dispositivos de confinamento físico.
- Descontaminar todo o material utilizado em culturas de células ou microrganismos antes de serem
descartados.
- Usar os procedimentos de descontaminação básicos (i.e., lavar as mãos com água e sabão, lavar
as superfícies com desinfetantes…).
- Os membros do laboratório têm formação nos procedimentos de microbiologia adotados no
laboratório e são supervisionados por um investigador com formação básica em microbiologia.

Nível de Biossegurança 2 - BSL2 é adequado para trabalhos que envolvem agentes biológicos
que podem provocar doença no ser humano, e são potencialmente perigosos para os membros do
laboratório e para o ambiente.
- É obrigatório o uso de dispositivos de confinamento físico em todos os procedimentos de
manipulação dos agentes que podem produzir aerossóis.
- O pessoal de laboratório deve ter formação específica na manipulação de agentes patogénicos e
são supervisionados por um investigador com formação avançada em microbiologia.
- O acesso ao laboratório é limitado e requer a autorização do Diretor executivo do laboratório.

Acesso ao laboratório de nível de biossegurança 2 - BSL-2


O acesso ao laboratório do tipo BSL-2 está limitado aos membros do laboratório, e a porta deve
manter-se fechada sempre que os trabalhos com agentes patogénicos pertencentes ao grupo de risco
2 estão a decorrer.

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A sinalização indicando perigo biológico deve ser colocada à entrada da porta do laboratório
indicando a todos o tipo de perigosidade.

O diretor executivo do laboratório é o responsável por avaliar cada caso e determinar quem tem
acesso e/ou pode trabalhar no laboratório. Para mais informação deverá ser consultado o
regulamento específico do laboratório.

Transporte de agentes biológicos

Dentro dos edifícios do CEB, os materiais biológicos devem ser transportados em contentores
fechados e estanques assim que saiam dos laboratórios. Se forem transportados para fora dos
edifícios, devem ser ainda acondicionados dentro da mala térmica existente no laboratório.
O CEB disponibiliza os kits de transporte necessários para cada laboratório. O diretor adjunto
informará da sua localização aos novos membros do laboratório.

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PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA QUÍMICA

Por definição, o perigo é uma fonte ou situação com potencial danoso em termos de lesões ou
ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, para o património, para o ambiente do
local de trabalho, ou uma combinação destes6. Um reagente químico é classificado como perigoso
na União Europeia (UE) quando este apresenta características intrínsecas de perigosidade. Uma lista
completa de agentes químicos perigosos está disponível na European Chemical Agency - ECHA
(http://echa.europa.eu). Informações sobre a rotulagem e o manuseamento destas substâncias
também se encontram neste sítio oficial. Os agentes químicos podem ter diferentes níveis de
perigosidade (desde uma irritação moderada a substância cancerígena) e também podem ter impacto
no ambiente, incluindo ar, água e solo, plantas e animais.

Para se proteger dos agentes químicos perigosos e reduzir a exposição para níveis aceitáveis,
estes devem ser manipulados de forma adequada. Se isto não for possível então os agentes químicos
devem ser substituídos por substâncias menos perigosas.
 Leia com cuidado a MSDS de cada reagente químico.
 Os agentes químicos perigosos devem ser manuseados numa hotte de química com o vidro
frontal puxado para baixo tanto quanto seja possível para o indivíduo trabalhar para garantir
uma boa circulação do ar.
 Use luvas, óculos de proteção, equipamento de proteção respiratória, e tenha atenção às
instruções específicas referentes ao descarte e o que fazer no caso de derrame.
 Agentes químicos desconhecidos devem ser manuseados como substâncias
perigosas.

Classificação, rotulagem e embalagem de materiais

A classificação, a rotulagem e a embalagem de materiais é regulada na UE pelo Regulamento


(EC) No 1272/2008 ou CLP regulation. Este documento garante que os perigos associados a cada
agente químico são claramente comunicados aos trabalhadores e consumidores europeus através
da sua classificação e rotulagem.
De acordo com este regulamento, os antigos pictogramas quadrados com o fundo cor de laranja
foram substituídos por novos pictogramas em forma de losango vermelho com fundo branco, e estão
em conformidade com o Sistema Mundial Harmonizado das Nações Unidas (GHS). Todos os

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NP 4397:2001, Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho

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fabricantes e fornecedores de agentes químicos deverão substituir os seus rótulos com os novos
pictogramas até 1 de junho de 2017. A Figura 1 representa as 9 classes dos novos pictogramas
GHS/CLP.
Para obter mais informações acerca dos novos pictogramas recomenda-se o sítio da ECHA:
http://echa.europa.eu/chemicals-in-our-life/clp-pictograms.

Figura 1 – Novos pictogramas GHS/CLP Regulation (EC) No 1272/2008

Para além destes pictogramas, os agentes químicos manuseados no CEB devem ser etiquetados
com o diagrama de Hommel ou Hommel diamond de acordo com a NFPA - National Fire and
Protection Association. Este diagrama fornece informações acerca da perigosidade de
inflamabilidade, reatividade, risco para a saúde, e perigos específicos de cada agente químico (ver
Figura 2).

Figura 2 – Diagrama de Hommel (NFPA)

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Hottes de química em laboratórios

 As hottes de química protegem o utilizador durante as manipulações de agentes químicos


voláteis e/ou de partículas químicas. Os fumos, vapores ou partículas são retidos no interior
da hotte.
 O sistema de exaustão de fumos/vapores deve estar ligado sempre que permanecerem
agentes químicos perigosos no seu interior.
 O manuseamento de agentes químicos no interior da hotte deve realizar-se o mais longe
possível da entrada para minimizar a turbulência e evitar que os vapores sejam expelidos
para fora.
 Manter a porta do laboratório fechada para garantir o fluxo no interior da hotte.
 Evitar movimentos bruscos de braços e do corpo na frente da hotte, incluindo o ato de abrir
e fechar o vidro frontal.
 Não elevar o vidro frontal acima da marca. Este ato reduz a eficácia da hotte.
 Usar sempre óculos de proteção apropriados e bata quando estiver perto de um colega que
esteja a manusear agentes químicos perigosos numa hotte.
 No caso de experiências em que os agentes químicos perigosos têm de permanecer no
interior da hotte por longos períodos de tempo, deve-se indicar o nome e o contacto do
investigador, o nome do investigador principal e os perigos potenciais.
 Manter a cabeça fora da janela da hotte com o vidro descido abaixo da face do utilizador.
 Evitar bloquear o sistema de ventilação. O material que permanece na zona mais afastada
deve ser colocado num suporte alto para não obstruir o fluxo de ar.
 NÃO É PERMITIDO armazenar agentes químicos sólidos, nem gases comprimidos no interior
da hotte.
 NÃO É PERMITIDO colocar tomadas elétricas ou outras fontes de ignição no interior da hotte
se permanecerem substâncias inflamáveis no seu interior.

Chuveiros e lava-olhos

No CEB estão disponíveis chuveiros de emergência em todos os laboratórios onde se manuseiam


agentes químicos.
 O Diretores adjuntos são os responsáveis por garantir que os lava-olhos são descarregados
pelo menos uma vez por semana, de forma a garantir a renovação da água nas
canalizações.

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 Os chuveiros e os lava-olhos de emergência fornecem instantaneamente água como primeira


intervenção no caso da exposição acidental da pele à ação do fogo, agentes químicos e
biológicos, e outros contaminantes.
 Os membros do laboratório devem saber a localização cega do chuveiro e do lava-olhos.

Armazenamento de agentes químicos

Todos os recipientes que contêm agentes químicos devem estar corretamente etiquetados para
uma rápida identificação e facilitar o descarte. Manter quantidades reduzidas de substâncias
químicas para cada procedimento experimental previne a acumulação de agentes químicos perigosos
no laboratório.
Uma avaliação do risco químico deve ser realizada para determinar o armazenamento dos
agentes químicos com base nas suas compatibilidades. Ter em atenção a informação combinada
dos pictogramas, fichas de dados de segurança ou MSDS e diagrama de Hommel.

Agentes químicos no armazém de reagentes químicos


No CEB o armazém de reagentes químicos localiza-se no piso 0 (E.B 010). Os agentes químicos
perigosos são armazenados em armários ventilados apropriados e são classificados segundo a sua
família química:
 Ácidos orgânicos;
 Ácidos inorgânicos;
 Compostos orgânicos (halogenados, esteres, éteres, cetonas, aldeídos, hidrocarbonetos,
álcoois, etc.);
 Bases fortes;
 Peróxidos
Alguns agentes químicos podem causar situações de perigo se acidentalmente estiverem em
contacto com outros agentes químicos. Algumas misturas podem produzir explosões violentas. Os
agentes químicos oxidantes devem manter-se afastados de outras substâncias químicas,
principalmente as de baixo ponto de inflamação (ou fulgor), combustíveis, e substâncias tóxicas. Para
obter mais informação deve consultar o seguinte link chemical incompatibility chart.

NÃO armazene os agentes químicos por ordem alfabética antes de saber se são
compatíveis

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As recomendações de armazenamento encontram-se nas MSDS dos fabricantes

O responsável pelo armazém de reagentes químicos garante o registo e a rotulagem corretos dos
agentes químicos armazenados nos armários ventilados do CEB. Uma etiqueta de identificação de
cada agente químico é fornecida no ato do registo. Esta etiqueta deve incluir as seguintes
informações: grupo de investigação, localização, e data de registo. Cada agente químico fica
armazenado na prateleira correspondente ao grupo de investigação.

Figura 3 – Etiqueta de identificação do Armazém de reagentes

Cada Diretor executivo/adjunto do laboratório ou outro designado por ele deve rever anualmente
o inventário de agentes químicos; É uma oportunidade para limpar e descartar agentes químicos que
serão posteriormente recolhidos e descartados de acordo com o Capítulo VI.

NÃO é permitido o acesso ao armazém de reagentes químicos fora do horário de


trabalho

Agentes químicos no laboratório


Não armazene agentes químicos líquidos perigosos no laboratório. Volumes até o máximo de 1
litro podem ser armazenados na hotte de química, desde que o líquido esteja acondicionado num
recipiente ou contentor secundário resistente. Volumes superiores a 1 L deverão ser sempre
armazenados no armazém de reagentes químicos.
Todos os recipientes que contêm agentes químicos devem estar devidamente etiquetados,
especialmente no que se refere a contentores secundários, que contém agentes químicos que foram
transferidos do seu recipiente original.
Os perigos especiais associados a cada agente químico devem ser indicados no rótulo dos
recipientes (usar o diagrama de Hommel e a MSDS como guias de referência). Os contentores de
agentes químicos líquidos perigosos devem manter-se abaixo do nível dos olhos do operador, e de

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preferência o mais próximo possível do nível do chão, para prevenir o derrame de substâncias
perigosas no laboratório.
Os produtos inflamáveis devem manter-se afastados de qualquer fonte de ignição.

Transporte de agentes químicos

Dentro dos edifícios do CEB, os materiais químicos devem ser transportados em frascos fechados
dentro de cestos de transporte de garrafas. Para o transporte entre edifícios, os produtos químicos
devem ser acondicionados em frascos fechados dentro da mala térmica fornecida para o efeito. Não
devem ser usados os cestos de transporte de garrafas quando se transportam produtos químicos
fora de cada edifício.
O CEB disponibiliza os kits de transporte necessários para cada laboratório. O Diretor adjunto
informará da sua localização aos novos membros do laboratório.

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MANUAL DE SEGURANÇA – CEB | 2017 V1.1

CAPITULO V. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Os melhores procedimentos para minimizar o perigo de exposição a agentes perigosos são a
adoção de medidas de controlo de engenharia ou administrativas. Estas medidas de controlo
fornecem uma proteção mais eficaz do que recorrer apenas à utilização de equipamento de proteção
individual (EPI) - (figura 4).
Os diretores executivos de cada laboratório são os responsáveis pelo fornecimento dos EPI
adequados, tendo em conta os tipos de riscos associados. A regulamentação, o nível de risco, as
medidas de controlo de engenharia e/ou administrativas determinarão a escolha do tipo de EPI mais
adequado a cada situação. O uso de EPI deve seguir os seguintes procedimentos:
 Avaliação dos riscos e perigos específicos em cada local de trabalho ou laboratório;
 Selecionar o EPI adequado;
 Garantir que o EPI é usado de forma correta;
 Implementar procedimentos de gestão e manutenção dos EPI garantindo que estes não estão
danificados
 Formação dos membros do laboratório para o uso correto e manutenção dos EPI.

Figura 4 – Pictogramas de obrigatoriedade de uso de EPI

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MANUAL DE SEGURANÇA – CEB | 2017 V1.1

Os EPI devem ser usados exclusivamente no interior do laboratório ou na transição


entre áreas anexas de suporte ao laboratório.

BATAS

O uso de batas previne a contaminação da roupa e pele por derrame ou salpicos, e é obrigatório
em todos os laboratórios do CEB. NÃO É PERMITIDO o seu uso nos gabinetes, instalações sanitárias,
áreas definidas de estudo ou sociais. É permitido o uso de bata quando em trânsito entre
laboratórios do mesmo edifício; esta regra não se aplica aos utilizadores dos laboratórios de
classe II; não se pode usar bata, em nenhuma circunstância, fora dos edifícios.

ÓCULOS

Os óculos com proteção lateral devem ser utilizados nos laboratórios com risco químico e
biológico, e aquando do manuseamento de substâncias perigosas liofilizadas. As lentes de contacto
podem reter agentes químicos ou biológicos, pelo que os seus utilizadores devem ter especial
atenção. No caso da ocorrência de salpicos nos olhos, as lentes devem ser removidas de
imediato e os olhos devem ser lavados abundantemente com água corrente.
Atenção: Os óculos não fornecem proteção da pele. O manuseamento de agentes químicos corrosivos
implica o uso de máscaras faciais. Existem no mercado óculos especiais equipados com filtros
ultravioletas ou infravermelhos.

LUVAS

O tipo de luvas deve ser adequado a cada trabalho. Se a utilização das luvas se destina à
proteção contra agentes químicos, deve-se garantir a sua adequabilidade ao tipo de químico.
Consultar a lista de luvas homologadas para cada tipo de situação em revised guide to EN
STANDARDS for gloves. NOTA IMPORTANTE: Cada tipo de luva é fabricada a partir de um
material específico para um determinado tipo de agentes ou produtos e pode não
proteger eficazmente contra outros.
Deve garantir-se que as luvas não estão demasiadamente largas ou apertadas, podendo trazer
problemas adicionais.

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MANUAL DE SEGURANÇA – CEB | 2017 V1.1

Devem lavar-se as mãos depois de usar as luvas para remover resíduos de agentes químicos ou
biológicos, prevenindo assim a contaminação da pele.

No transporte de amostras perigosas só se pode usar luvas dentro do laboratório.


Fora do laboratório não se pode usar luvas em nenhuma circunstância. Os materiais
perigosos devem ser transportados em contentores fechados e devidamente
descontaminados para que possam ser manipulados sem luvas.

RESPIRADORES E MÁSCARAS

Os ambientes contaminados por aerossóis produzidos por agentes biológicos, partículas ou


poeiras, gases, fumos, vapores ou atmosferas perigosas constituem um perigo potencial para as vias
respiratórias. No mesmo laboratório pode ocorrer a presença simultânea de diferentes fontes de
risco.
Os respiradores são máscaras semifaciais equipadas com filtros, usados para a proteção do
indivíduo exposto aos contaminantes do ar quando todas as outras medidas de controlo da exposição
não são praticáveis. Os respiradores devem ser compatíveis com as condições ambientais, o tipo de
tarefa, o utilizador e outros EPI (figura 5).
NOTA: Os filtros para partículas não protegem contra gases ou vapores.

Figura 5 – Os filtros fornecem proteção individual contra partículas, gases e vapores, ou a combinação
de ambos.

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Os respiradores estão equipados com um ou dois filtros, e a especificação do filtro depende da


sua aplicação, nomeadamente o tipo de substância a que o indivíduo vai estar exposto (Tabela 2).
Para selecionar o filtro correto recomenda-se a consulta das orientações do European standards and
markings for respiratory protection.
Os respiradores devem ser cuidadosamente limpos e desinfetados com uma solução antissética,
secos e armazenados num local afastado de gases ou fumos.
Os filtros fora da data de validade, colmatados, bem como os cartuchos saturados devem ser
imediatamente substituídos.
Tabela 2: Selecionar o tipo correto de filtro 7

7
Adaptado de: https://www.gotoworkwear.co.uk/blogs/news/90757254-guide-to-respiratory-protection

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Um respirador só deve ser utilizado quando a concentração do contaminante atmosférico é


inferior a 2% em volume e a concentração do oxigénio está cima de 19,5% senão o respirador perderá
a sua eficácia. Neste caso deve evacuar-se o local.

A seleção de um equipamento de proteção respiratória inadequado é totalmente


ineficaz e pode dar uma falsa sensação de proteção

PROTETORES AUDITIVOS

Os protetores auditivos são usados para minimizar a quantidade de ruído nos ouvidos. Estes
dispositivos reduzem o nível de exposição ao ruído e o risco de diminuição ou perda de audição.

Dá-se especial atenção ao equipamento de sonicação ou sonicador que se encontra em vários


laboratórios no CEB. O sonicador é um equipamento que provoca a desagregação e lise mecânica
das células a partir da transmissão de ondas sonoras, geralmente ultrassons. O sonicador também
é utilizado para homogeneizar soluções. A exposição prolongada aos ultrassons de elevada frequência
aumenta o risco de danificar o ouvido. Dependendo da potência do equipamento as soluções a
homogeneizar podem alcançar elevadas temperaturas e causar queimaduras por salpicos.

Os protetores auditivos devem ser utilizados sempre que o sonicador esteja em


funcionamento.
As mulheres grávidas NÃO devem permanecer em locais onde esteja um sonicador em
funcionamento

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CAPÍTULO VI. Gestão dos resíduos: segregação, armazenamento e


descarte

Qualquer atividade de investigação envolvendo agentes químicos resulta em resíduos químicos.


Todos os esforços devem ser envidados na MINIMIZAÇÃO do volume e REDUÇÃO da toxicidade dos
resíduos gerados nos laboratórios, a fim de promover um ambiente de trabalho seguro e saudável
(Consultar o CAPÍTULO IV - Avaliação do risco e gestão dos agentes químicos). Para que se concretize
este objetivo é necessário implementar um sistema de gestão adequado dos resíduos para proteger
a saúde e segurança nos laboratórios e restante edifício.

Os membros do laboratório são os responsáveis por definir a perigosidade dos


resíduos produzidos

A classificação bem como o destino dos resíduos produzidos nos laboratórios de investigação
estão sujeitos à regulamentação Portuguesa de Gestão de Resíduos Hospitalares (Despacho 242/96,
13 August). De acordo com este documento, os resíduos são classificados em quatro grupos (I, II,
III, e IV). Dois grupos pertencem aos resíduos não perigosos (grupos I e II) e os outros dois grupos
pertencem aos resíduos perigosos (grupos III e IV). A Figura 6 ilustra a segregação, o armazenamento
e o descarte dos resíduos produzidos nos laboratórios do CEB.

RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS

GRUPO I – Resíduos sólidos urbanos


“São aqueles que não apresentam exigências especiais no seu tratamento”. Os resíduos são
colocados nos contentores com sacos de plástico de lixo comum PRETOS. Estes são recolhidos
diariamente pelos serviços de limpeza.
Pertencem a este grupo os resíduos sólidos provenientes de gabinetes, salas de reuniões,
instalações sanitárias, higiene pessoal, embalagens, restos de alimentos…

GRUPO II – Resíduos hospitalares/de laboratório não contaminados


“São aqueles que não estão sujeitos a tratamentos específicos, podendo ser equiparados a
urbanos”. Os resíduos são colocados nos contentores com sacos de plástico de lixo comum PRETOS.
Neste grupo incluem-se os seguintes itens:

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 Material de laboratório descartável, recipientes de agentes químicos não perigosos (cloreto


de sódio, carbonato de cálcio, hidrogeno-fosfato de sódio…)
 Soluções salinas e respetivos recipientes NÃO CONTAMINADOS
 EPI NÃO CONTAMINADOS

Antes de descartar agentes químicos não perigosos no contentor de lixo comum, deve
remover-se a etiqueta do recipiente e substitui-la por outra com a designação
“REAGENTE NÃO PERIGOSO”

NÃO É PERMITIDO colocar recipientes ou contentores secundários contaminados por agentes ou


resíduos químicos ou biológicos pertencentes ao grupo III ou IV nos contentores em sacos plásticos
de lixo comum PRETOS, tais como:
 Resíduos químicos perigosos;
 Substâncias carcinogénicas, irritantes, tóxicas ou nocivas (consultar MSDS);
 Resíduos líquidos ou águas residuais;
 Contentores pressurizados, incluindo os aerossóis;
 Material de laboratório de vidro e cortante ou perfurante;
 Resíduos radioativos;
 Pilhas e baterias;
 Mercúrio, incluindo os termómetros partidos;
 Resíduos biológicos.

NÃO RECICLAR: contentores de resíduos vazios e todo o tipo de material


descartável de laboratório (mesmo vazio e não contaminado)

Descartar no esgoto
Os resíduos líquidos não perigosos descartados nos esgotos (vulgarmente designado por deitar
pela banca abaixo) devem seguir os Limites Locais de Descarga de Águas Residuais a fim de manter
os níveis adequados de matéria orgânica nas estações de tratamentos de águas residuais (ETAR).
É permitido descartar sabões, lixívia (hipoclorito de sódio) e outros detergentes. NÃO É
PERMITIDO descartar acetona seja qual for a sua concentração. A acetona usada na
lavagem de material de laboratório de vidro deve ser recolhida para um recipiente resistente, fechado

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e devidamente etiquetado “Contentor de resíduo líquido perigoso”. Este será posteriormente


descartado como um resíduo perigoso de grupo IV.

NÃO É PERMITIDO descartar agentes químicos


NÃO É PERMITIDO descartar corantes e fluorocromos
É ILEGAL diluir agentes químicos para descartar no sistema de esgotos

RESÍDUOS PERIGOSOS

Uma mistura química que apresente propriedades de corrosividade, inflamabilidade,


toxicidade, reatividade, persistência no meio ambiente, ou carcinogenicidade, é legalmente definida
como “Resíduo perigoso”.

Consultar o rótulo do fabricante ou a MSDS para determinar a perigosidade do


resíduo

GRUPO III – Resíduos biológicos


Incluem-se neste grupo as culturas biológicas de células ou microrganismos desenvolvidos em
laboratório, bem como todo o material suscetível de estar contaminado por contacto com esses
resíduos. Deve existir uma descontaminação prévia do material biológico para poder ser
posteriormente descartado no contentor de lixo comum.

O descarte adequado de resíduos biológicos é um componente essencial da


atividade de investigação no laboratório

Uma gestão inapropriada dos resíduos biológicos pode por em risco a saúde dos membros do
laboratório e das áreas não-laboratoriais adjacentes.
Tecidos animais ou humanos, sangue ou produtos derivados do sangue são
descartados em contentores especiais AMARELOS com tampa branca. Estes são recolhidos
mensalmente por uma empresa especializada.

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O processo de descontaminação por esterilização (processo que elimina toda a vida


microbiana, incluindo endósporos bacterianos) pode ser efetuado por autoclavagem a 120º C durante
um período de tempo de pelo menos 20 min. O produto resultante da esterilização é considerado
material estéril quando não contém nenhum organismo vivo. A esterilização é assegurada quando se
aplicam os procedimentos de trabalho asséticos, limpam-se as áreas de trabalho com desinfetantes,
e é implementado um sistema de gestão de resíduos biológicos, adequado.

A primeira etapa do processo de descarte é a IDENTIFICAÇÃO do material a


descartar

Os resíduos biológicos sólidos produzidos nos laboratórios BSL1 e BSL2, bem como os
resíduos biológicos líquidos acondicionados em recipientes fechados, são colocados em sacos de
plástico transparentes resistentes até atingir ¾ da capacidade do saco. Os sacos são selados com
fita autoadesiva e transportados em contentores específicos, de tampa AMARELA, devidamente
identificados “BIOHAZARD”, até à sala de tratamento de resíduos biológicos, fora do edifício do CEB
(Consultar a Standard Operating Procedure – SOP – para o procedimento de autoclavagem).

Autoclavar resíduos biológicos

No CEB, a AUTOCLAVE 1 é o equipamento destinado à autoclavagem de resíduos biológicos


produzidos nos laboratórios BSL1 e BSL2. As autoclaves 2 e 3 não se destinam à autoclavagem de
resíduos biológicos.
Após completar um ciclo de esterilização, os sacos contendo os resíduos biológicos autoclavados
devem ser imediatamente removidos e colocados num grande contentor verde com um saco de
plástico de lixo comum PRETO. O material autoclavado será posteriormente recolhido diariamente
pelos serviços de limpeza e descartado como lixo urbano comum.

Resíduos biológicos líquidos são descontaminados por autoclavagem ou por desinfeção


adicionando uma solução de 10% de hipoclorito de sódio por um período não inferior a 20 min. Estes
resíduos, depois de devidamente desinfetados podem ser descartados no sistema de esgotos.

Resíduos biológicos misturados com resíduos químicos perigosos ou radioativos. Este


tipo de resíduo misto requer uma forma especial de tratamento e descarte. Um desinfetante químico

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MANUAL DE SEGURANÇA – CEB | 2017 V1.1

(solução de 10% de hipoclorito de sódio) deve ser previamente borrifado na mistura para eliminar os
agentes biológicos. É necessário ter em atenção as potenciais reações químicas entre o resíduo e o
desinfetante. Em alternativa o resíduo misto pode ser descontaminado por autoclavagem. Após a
descontaminação os resíduos são descartados como RESÍDUOS PERIGOSOS DE GRUPO IV (para
incinerar).

GRUPO IV – Resíduos químicos perigosos


Os resíduos químicos perigosos sólidos devem ser acondicionados em contentores AMARELOS
ou VERMELHOS especiais e resistentes. Estes são recolhidos mensalmente por uma empresa
especializada.
• Luvas e outro material de laboratório descartável contaminados com agentes químicos
perigosos (papel, pontas de pipetas, géis de eletroforese, microtubos, e pequenos
recipientes;
• Material cortante e perfurante: agulhas de seringas, lâminas de bisturi…
• Citoestáticos e todo o material usado no seu manuseamento;
• Agentes químicos destinados a incineração (sólidos e líquidos em pequenas quantidades);
• Agentes químicos rejeitados ou medicamentos.

Os contentores de resíduos estão localizados nas hottes de química e no armazém


de resíduos

Os resíduos químicos perigosos líquidos são descartados em contentores de 25 L ou jerricans,


devidamente identificados e etiquetados de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER) e segundo
as características de perigo atribuíveis aos resíduos, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2002
Portaria 209/2004, 3 March. Os contentores são recolhidos semestralmente por uma empresa
especializada. Consultar a Chemical Hazardous Waste Location Guide para uma descrição dos locais
e laboratórios onde se encontram os contentores.

No CEB existem 4 classes principais de resíduos químicos perigosos líquidos:


• LER 07 06 03 (*) Solventes, líquidos de lavagem e licores mãe orgânicos
halogenados. (Diclorometano, clorofórmio, brometo, iodeto, etc.)
• 07 06 04 (*) Outros solventes, líquidos de lavagem e licores mãe orgânicos
(Acetonitrilo, hexano, metanol, etc.)

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MANUAL DE SEGURANÇA – CEB | 2017 V1.1

• 16 10 01 (*) Resíduos líquidos aquosos contendo substâncias perigosas (soluções


de metais pesados, corantes, resíduos de DNS, resíduos de CQO, compostos aminados, etc.)
• 13 01 13 (*) Outros óleos hidráulicos (dos equipamentos e bombas de vácuo).

Os resíduos químicos perigosos líquidos LER 16 10 01 (*) estão separados por classes:
 Corantes e fluorocromos
 Soluções de ácidos orgânicos
 Soluções de metais pesados
 Soluções sulfuro-fenólicas
 Resíduos do destilado de Kjehdahl
 Resíduos de soluções de CQO

Caso o tipo de resíduo produzido no laboratório não se encontre em nenhuma das


categorias acima listada, deve ser solicitada informação adicional ao corpo técnico

NÃO ENCHER demasiado o contentor (até ¾ da sua capacidade). Após atingir este volume o
contentor deve ser armazenado no armazém de resíduos e deve ser substituído por outro vazio.
Os recipientes de baixo volume ≤ 1L podem ser armazenados na hotte de química.
NÃO UTILIZAR contentores danificados ou deteriorados.
UTILIZAR UNICAMENTE os contentores disponibilizados pelo corpo técnico do CEB.

Descarte de contentores de agentes químicos perigosos vazios


Os recipientes/contentores de agentes químicos perigosos vazios NÃO DEVEM ser descartados
nos sacos de lixo comum. O seu descarte deve ser efetuado por uma empresa especializada.
O vidro quebrado e o material de laboratório descartável contaminado com agentes químicos
perigosos deve ser descartado como resíduo perigoso de grupo IV (para incinerar).
NÃO LAVAR os contentores contaminados com agentes químicos perigosos vazios

Medicamentos ou agentes químicos perigosos rejeitados

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Os agentes químicos desconhecidos ou não identificados (não etiquetados) devem ser


descartados como resíduos químicos perigosos de grupo IV.
Os medicamentos ou agentes químicos perigosos rejeitados devem ser descartados em
contentores especiais (barris) e são armazenados no armazém de resíduos.

Material cortante e perfurante


O material cortante e perfurante contaminado, incluindo agulhas de seringas, lâminas de bisturis,
etc., são colocados em contentores especiais AMARELOS com tampa VERMELHA. Estes contentores
são recolhidos mensalmente por uma empresa especializada.

Vidro de laboratório partido não contaminado


O material de laboratório de vidro quebrado pode perfurar os sacos de plástico de lixo comum
podendo provocar lesões no pessoal da limpeza. Existe um contentor específico para o MATERIAL
DE VIDRO QUEBRADO, em todos os laboratórios.
NÃO UTILIZAR este contentor para colocar agulhas, material biológico não descontaminado, ou
material de vidro contaminado.
Os contentores cheios devem ser colocados junto do lixo comum para serem recolhidos pelo
pessoal da limpeza.

NÃO RECICLAR material de laboratório em vidro borossilicado (ex: PYREX)

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Figura 6: Segregação, armazenamento e descarte dos resíduos produzidos nos laboratórios do CEB
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SECTION VII. GASES COMPRIMIDOS

É muito importante que os membros do laboratório estejam atentos às


propriedades potencialmente perigosas (inflamabilidade, toxicidade,
reatividade, efeitos corrosivos e incompatibilidades com outras substâncias)
dos gases comprimidos, principalmente quando necessitam de trabalhar
com ou junto deles.
Os gases comprimidos são identificados através de uma codificação de
cores, de acordo com as regras internacionais.

Os Gases comprimidos devem ser armazenados em locais ventilados e secos, e afastados de


qualquer fonte de ignição.
As garrafas devem ser fixadas à bancada ou à parede, ou num suporte próprio para evitar a
sua queda.
No caso de não estar a utilizar a garrafa, deve-se fechar a válvula principal e desligar a válvula
de pressão.
O transporte de garrafas de gases comprimidos deve ser feito na posição vertical e em suportes
rodados apropriados.

NUNCA deixar um bico de Bunsen ligado não vigiado ou abandonado

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MANUAL DE SEGURANÇA – CEB | 2017 V1.1

Todos desempenham um papel importante na manutenção


de um local de trabalho seguro, livre de riscos e perigos
desnecessários

A segurança @CEB é simplesmente o modo como cada um


se comporta na sua rotina diária

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