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Esta PARTE 2 será exclusiva para trazer alguns detalhes sobre os resistores
SMD - que nada mais são do que miniaturas dos mesmos componentes axiais PTH - e
alguns detalhes sobre as barras resistivas, com enfoque nas barras SMD.
Além do mais, traremos dois exemplos de uso de resistores que não são tão
comuns ao nosso olhar, no entanto, são mais que triviais em nosso cotidiano...
Resistores SMD podem ser produzidos com o mesmo material dos resistores
axiais, e são feitos para montagem e superfície, ou seja, eles possuem apenas
dos contatos para serem soldados direto na superfície da placa de circuito. Os
resistores SMD normalmente possuem a cor preta e alguns números de
identificação em seu corpo. Veja a imagem abaixo:
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2:
EXEMPLO 3:
EXEMPLO 4:
Para resistores abaixo de 100 Ohms pode ser colocado um "R" para
referência. Veja este resistor ao lado. Não há terceiro digito, há apenas a
letra "R", o que significa que ele possui 27 Ohms.
EXEMPLO 5:
Neste outro caso não foi colocado o "R" e também não há terceiro dígito,
portanto a resistência é de 66 Ohms. Se o valor impresso no corpo de resistor
fosse 660, significaria 66 Ohms, pois o "0" indica nenhum número.
EXEMPLO 6:
Observe que o "R" está entre os dois primeiros dígitos, isto significa que
a resistência é de 6,2 Ohms. Do mesmo jeito que a letra "K" foi utilizado no
EXEMPLO 3. Quanto temos um "M" no lugar da letra "R" ou "K" significa o prefixo
"Mega", portanto, a resistência será em MegaOhms.
Com o passar dos anos, foram criados outros tipos de nomenclatura para
resistores SMD. Essas nomenclaturas passaram a informar também o valor de
tolerância destes componentes. Veja as tabelas a seguir:
EXEMPLO 7:
O número "71" vale 536 e a letra "B" vale 10, portanto, 536 multiplicado
por 10 é igual a 5360 Ohms, ou seja, 5,36 KiloOhms.
EXEMPLO 8:
O número "32", de acordo com a tabela acima vale 210 e a letra "A" vale 1,
portanto, 210 multiplicado por 1 é igual a 210 Ohms.
EXEMPLO 9:
O número "82" vale 698 e a letra "D" vale 1 000, portanto, 698 multiplicado por
1000 é igual a 698 mil ohms, ou seja, 698 KiloOhms.
EXEMPLO 10:
O número "9" vale 121 e a letra "S" vale 0,1, portanto, 121 multiplicado
por 0,1 é igual a 12.1 Ohms. O número "0" no início do código é apenas um
complemento.
EXEMPLO 11:
O número 13 vale 330 e a letra "C" vale 100, portanto, 330 multiplicado por
100 é igual a 33 mil Ohms, ou seja, 33 KiloOhms. Do número 01 ao número 24 a
tolerância é de 2 %.
EXEMPLO 12:
O número 25 vale 100 e a letra "B" vale 10, portanto, 100 multiplicado por
10 é igual a 1000 Ohms, ou seja, 1 KiloOhm. Do número 25 ao 48 a tolerância é
de 5%.
Sendo estas barras resistivas PTH criadas justamente para redução de espaço
ocupado na PCB, a indústria eletrônica também criou versões de montagem em
superfície (SMD), diminuindo ainda mais seu tamanho e otimizando o espaço.
As mais comuns são as barras de resistores SMD onde cada um possui seus
dois terminais, igual um resistor individual qualquer. A diferença está no fato
de todos eles serem 'colados' um ao lado do outro, reduzindo o espaço ocupado
no circuito.
Aqui vão alguns exemplos super comuns de uso de resistores que passam
despercebidos por nossos olhos...
Estas linhas são impressas no lado do vidro que fica para dentro do
habitáculo, mesma face onde é aplicada a película de 'insufilm'. Desta forma,
ao retira-la, o profissional deve ter um cuidado extremo para que as linhas
resistivas não saiam junto filme PET, dada a fragilidade delas e a grande
aderência do adesivo:
EXEMPLO 13:
Vamos pegar como exemplo a Scénic da imagem acima, ano 1999, que ainda
possui seu vidro traseiro genuíno, fornecido pela Saint-Gobain. Ao todo são 15
trilhas ligadas em paralelo. Este vidro também possui as marcações "13V" e
"222W" na parte inferior, algo bem incomum:
Agora, com outra fórmula simples, podemos saber qual a resistência elétrica
necessária:
Com isso, podemos concluir que todas as 15 trilhas, em tese, trazem uma
resistência de 0,76 Ohms. Com um multímetro digital Minipa ET-2042E conseguimos
identificar 0,9 Ohms, um valor próximo dos cálculos.
EXEMPLO 14:
(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) +
(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) = (1 / 12) = Aprox. 0,083 Ohms
EXEMPLO 15:
Por fim, o vidro traseiro de um Ford Focus sedan 2006 (de primeira
geração), com um vidro da Pilkington ainda original de fábrica.
São os mesmos 13 Volts de alimentação, e com 1 Ohm de resistência (de
acordo com medição feita através de multímetro), ou seja, temos os mesmos 13
Ampéres, consequentemente, a mesma faixa de 170 Watts de potência.
(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) +
(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) = (1 / 14) = Aprox.
0,071 Ohms
Através destas três análises, entendemos que há uma resistência muito baixa
no vidro, permitindo que mais energia seja transformada em calor pelas trilhas
e assim a umidade evapore em poucos minutos. Para evitar superaquecimento e
danos no vidro (causados por muito tempo com o desembaçador ligado), existe um
temporizador que desarma o relé após um tempo, que varia de veículo para
veículo.
A Sonda Lambda
A sonda Lambda é um componente fundamental para os motores de combustão
interna modernos. Sem este sensor seria complicado controlar a estequiometria
da mistura Ar / Combustível. Mas o que essa sonda tem a ver com resistores?
Muito simples! Para se ter um nível de precisão onde o valor aferido pelo
sensor é confiável, a sonda precisa atingir uma determinada temperatura, e isso
levaria algum tempo quando o motor ainda não está aquecido, carecendo de um
resistor de aquecimento.
O HC tem um artigo super completo sobre as sondas Lambda, portanto, não
precisamos nos extender por aqui! Para acessar a publicação, basta CLICAR AQUI!
As chaleiras elétricas
Na internet tem muita coisa sobre como reparar as super comuns chaleiras
elétricas, que são de construção relativamente simples!
Toda esta estrutura que encobre o resistor e é fixada na chapa de INOX nada
mais é que liga de Alumínio fundida. Note que ali onde se encontram os
terminais há um isolante de cerâmica, impedindo um curto-circuito com o metal.
Mas aí vem a pergunta: Que resistor há ali dentro?
Essa parte de liga de Alumínio foi difícil de soltar do folha de INOX. Foi
necessário dar umas boas porradas com o martelo, bem como uma tesoura de cortar
lata para obter o resultado desejado... :v
E depois de todo este trabalho - que também rendeu umas gotas de sangue -
me deparei com um resistor de fio - o "feijão com arroz" quando se trata de
aquecedor. Para não fechar curto com a carcaça metálica e também transferir o
calor de forma mais 'parelha' para a estrutura de liga de Alumínio, um pó é
utilizado como preenchimento isolante. Pelo pouco de conhecimento que tenho,
suspeito que seja nada mais que um composto daqueles utilizados em cerâmicas,
tal qual Alumina, Cal, Óxido de Zinco ou Dióxido de Titânio, por exemplo (todos
estes possuem cor esbranquiçada).
Algo que parece ser tão simples nos traz tantos questionamentos!
No próximo exemplo também veremos que um pó isolante e condutor de calor é
utilizado como preenchimento do orifício.
Para saber mais sobre velas de ignição e este resistor, CLIQUE AQUI!
Um exemplo incomum!
Para diversificar ainda mais a lista de aplicações dos resistores, vamos
citar um exemplo nada comum: A válvula termostática aquecida dos motores Zetec
Rocam!
Tais motores, que equiparam alguns modelos de carros da Ford acabaram por
ser adaptados para o Etanol também, porém, isso fez com que precisasse aumentar
a temperatura limite do líquido de arrefecimento para a qual a válvula
termostática abre, no entanto, mantendo a temperatura para abertura da válvula
quando o motor é abastecido com Gasolina. Esta é a grande peculiaridade da
engenharia por trás deste motor: Por causa de uma diferença de três graus
Nos outros motores flex não há esta artimanha, mas não há comparações. Por
exemplo, se você for comparar o Zetec Rocam 1.6L 8v com o Renault K4M 1.6L 16v,
verá que a válvula termostática do francês abre completamente com o líquido de
arrefecimento em 89 °C, independente de estar abastecido com Etanol ou
Gasolina.
Resistor Shunt
Primeiramente, devemos entender que um Shunt literalmente é um derivador,
isto é, uma espécie de fio condutor com uma resistência elétrica demasiadamente
baixa - assim como um baixo coeficiente térmico -, proporcionando uma queda de
tensão igualmente ínfima e proporcional (na casa do mV ou menos), podendo
também ser chamado de jumper.
Em eletricidade o jumper é uma ligação em ponte com um fio condutor que
conecta dois pontos de um circuito, sendo muito útil na unificação de
barramentos, em conexões em quadros elétricos e fechamento de tomadas
elétricas.
Sim, você pode chamar um jumper de "shunt", afinal ele também é um fio
condutor com resistência elétrica muito baixa, entretanto, geralmente suas
especificações não são rigorosamente levadas em conta num projeto, já que sua
função é estabelecer uma conexão elétrica, apenas. Já o Resistor Shunt é
Diagrama 5 - Perceba que a porta de baixa corrente não tem Shunt, apenas a de
alta
É por este motivo que, por exemplo, se você colocar essas duas pontas de
prova do multímetro no fase e neutro da tomada pra medir corrente, vai dar um
pipoco. O Shunt tem uma resistência insignificante, ou seja, vai dar curto-
circuito. E foi assim que eu aprendi a medir corrente com o multímetro!
Diagrama 6 - Note as setas amarelas. As duas trilhas (uma antes e outra depois
de cada resistor) são ligadas ao Intersil ISL88731A
ISL88731A.PDF
Fazer download de PDF …
Tal engenhoca não foi muito cultuada nos Renault, ao menos por aqui. Na
próxima imagem, a tampa do compartimento de fusíveis e relés de uma Scénic 1
Phase 1:
No Brasil apenas alguns tinham um soquete para o Shunt - como é caso das
primeiras Scénics (Phase 1, vendidas entre 1999 e 2001) -, entretanto, já
vinham sem o jumper, indicando que talvez apenas enquanto estivesse no pátio do
Mais uma vez, o texto ficou tão grande que precisou ser dividido em dois
pedaços!
Veja o Capítulo 1.3, sobre os potenciômetros, que são uma variação dos
resistores de valor fixo explicados neste artigo! Para acessar, clique aqui!
Acesse também os artigos sobre resistores LDR, Varistores, Termistores e
também a série de artigos sobre capacitores!
FONTES e CRÉDITOS: