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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b.

Os componentes: Resistor - PARTE 2

Drano Rauteon 29 de mai. de 2022

Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor


- PARTE 2
Atualizado: 19 de nov.

No Capítulo 1.2 (PARTE 1), o básico sobre o resistor foi explicado:

-> Simbologia para saber identificar alguns tipos de resistores;


-> O básico sobre a Unidade de medida Ohm;
-> Cálculo para resistores em série, em paralelo e associação mista;
-> Potência de resistores;
-> Materiais utilizados na fabricação dos resistores Axiais e SMD;
-> Os tipos de resistores, com enfoque nos mais comuns: os axiais PTH.

Para ler o Capítulo 1, CLIQUE AQUI!

Esta PARTE 2 será exclusiva para trazer alguns detalhes sobre os resistores
SMD - que nada mais são do que miniaturas dos mesmos componentes axiais PTH - e
alguns detalhes sobre as barras resistivas, com enfoque nas barras SMD.

OBSERVAÇÃO: Esse texto faz referências à cerâmica de Alumina e aos os


vidros temperados, portanto, caso queira saber mais sobre estes materiais,
recomendo que CLIQUE AQUI!

Além do mais, traremos dois exemplos de uso de resistores que não são tão
comuns ao nosso olhar, no entanto, são mais que triviais em nosso cotidiano...

Os resistores SMD (Surface Mount Devices - Dispositivos de Montagem em


Superfície) são versões miniatura dos resistores comuns, aqueles com faixas
coloridas, também denominados como componentes Pin Through Hole (PTH), isto é,
em que os pinos atravessam a PCB e são soldados na face oposta...

Resistores SMD podem ser produzidos com o mesmo material dos resistores
axiais, e são feitos para montagem e superfície, ou seja, eles possuem apenas
dos contatos para serem soldados direto na superfície da placa de circuito. Os
resistores SMD normalmente possuem a cor preta e alguns números de
identificação em seu corpo. Veja a imagem abaixo:

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Imagem 1 - Caneta esferográfica apontando para um resistor do tipo SMD

Há casos em que o componente é tão minúsculo que não há numeração em seu


corpo.

Mas como saber a resistência destes componentes? É fácil, funciona de forma


similar a tabela de cores dos resistores comuns, mas sem informar a tolerância.
Veja o exemplo abaixo:

EXEMPLO 1:

Os primeiros dois dígitos se referem a resistência e o terceiro se refere a


quantidade de zeros, portanto 6+6+0+0+0+0 = 660.000 Ohms ou 660 KiloOhms. Se o
valor deste resistor fosse "661" significaria 660 Ohms, pois o número "1"
indica apenas um 0 após os primeiros digitos.

EXEMPLO 2:

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Os primeiro três dígitos se referem a resistência e o quarto dígito a


quantidade de zeros, portanto, 1+9+8+0+0+0 = 198.000 Ohms ou 198 KiloOhms.

EXEMPLO 3:

Parece mais complicado mais não é. O "K" se refere a KiloOhms e é colocado


no lugar da vírgula, portanto, este resistor vale 5,4 KiloOhms, ou seja, 5.400
Ohms.

EXEMPLO 4:

Para resistores abaixo de 100 Ohms pode ser colocado um "R" para
referência. Veja este resistor ao lado. Não há terceiro digito, há apenas a
letra "R", o que significa que ele possui 27 Ohms.

EXEMPLO 5:

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Neste outro caso não foi colocado o "R" e também não há terceiro dígito,
portanto a resistência é de 66 Ohms. Se o valor impresso no corpo de resistor
fosse 660, significaria 66 Ohms, pois o "0" indica nenhum número.

EXEMPLO 6:

Observe que o "R" está entre os dois primeiros dígitos, isto significa que
a resistência é de 6,2 Ohms. Do mesmo jeito que a letra "K" foi utilizado no
EXEMPLO 3. Quanto temos um "M" no lugar da letra "R" ou "K" significa o prefixo
"Mega", portanto, a resistência será em MegaOhms.

Com o passar dos anos, foram criados outros tipos de nomenclatura para
resistores SMD. Essas nomenclaturas passaram a informar também o valor de
tolerância destes componentes. Veja as tabelas a seguir:

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Tabela 1 - Identificando resistores SMD

Esta tabela é a do sistema de nomenclatura chamada EIA-90. Os primeiros 2


dígitos são os que representam a resistência, e a letra é o multiplicador. Veja
o exemplo abaixo.

EXEMPLO 7:

O número "71" vale 536 e a letra "B" vale 10, portanto, 536 multiplicado
por 10 é igual a 5360 Ohms, ou seja, 5,36 KiloOhms.

EXEMPLO 8:

O número "32", de acordo com a tabela acima vale 210 e a letra "A" vale 1,
portanto, 210 multiplicado por 1 é igual a 210 Ohms.

EXEMPLO 9:

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O número "82" vale 698 e a letra "D" vale 1 000, portanto, 698 multiplicado por
1000 é igual a 698 mil ohms, ou seja, 698 KiloOhms.

EXEMPLO 10:

O número "9" vale 121 e a letra "S" vale 0,1, portanto, 121 multiplicado
por 0,1 é igual a 12.1 Ohms. O número "0" no início do código é apenas um
complemento.

Há também um sistema de nomenclatura para resistores que possuem tolerância


de 2% ou 5%. Veja a tabela seguinte:

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Tabela 2 - Identificando resistores SMD

Um resistor com este tipo de marcação, possui a letra na frente dos


números. Veja o exemplo:

EXEMPLO 11:

O número 13 vale 330 e a letra "C" vale 100, portanto, 330 multiplicado por
100 é igual a 33 mil Ohms, ou seja, 33 KiloOhms. Do número 01 ao número 24 a
tolerância é de 2 %.

EXEMPLO 12:

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O número 25 vale 100 e a letra "B" vale 10, portanto, 100 multiplicado por
10 é igual a 1000 Ohms, ou seja, 1 KiloOhm. Do número 25 ao 48 a tolerância é
de 5%.

BARRA RESISTIVA e CHIP RESISTOR


Os resistores em forma de barra não são comuns, mas são utilizados em
algumas aplicações. Consistem em vários resistores colocados dentro de um único
pacote. Normalmente todos possuem a mesma resistência. Veja o diagrama de uma
barra de resistores:

Diagrama 1 - Barra resistiva por dentro

Veja que dentro de um componente há quatro resistores com seus terminais


interligados de um lado.

Este é só um exemplo. Pode se encontrar barras de resistores muito maiores


que esta. Seu uso é extremamente comum em terminações resistivas Pull-Up e
Pull-Down de circuitos digitais

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Imagem 2 - Barra resistiva com oito resistores (9 pinos)

CURIOSIDADE: A barra resistiva também é conhecida como "rede resistiva".

Sendo estas barras resistivas PTH criadas justamente para redução de espaço
ocupado na PCB, a indústria eletrônica também criou versões de montagem em
superfície (SMD), diminuindo ainda mais seu tamanho e otimizando o espaço.
As mais comuns são as barras de resistores SMD onde cada um possui seus
dois terminais, igual um resistor individual qualquer. A diferença está no fato
de todos eles serem 'colados' um ao lado do outro, reduzindo o espaço ocupado
no circuito.

CURIOSIDADE: Estas barras resistivas com vários resistores grudados um do


lado do outro também são conhecidas como "chip resistor".

Numa explicação mais aprofundada, estes resistores não estão exatamente


"grudados um ao lado do outro". Na verdade, é um grande substrato onde são
colocados os elementos resistivos e seus respectivos terminais, como podemos
ver neste diagrama da fabricante YAGEO:

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Diagrama 2 - Parte de documentação técnica da YAGEO para uma série de chips


resistores

No trecho destacado em azul, é explicado a estrutura do chip resistor. Um


substrato cerâmico (em geral, Alumina) onde são colocados os elementos
resistivos, que são feitos de liga metálica envolta em duas mantas de vidro
afim de os proteger do ambiente. O encapsulamento é resina de poliepóxido e os
terminais são feitos de Estanho galvanizado a frio com Níquel.

CURIOSIDADE: Estes resistores usam uma película grossa de liga metálica


resistiva, podendo serem referidos como "Thick Film Resistive Element".

Veja agora parte da documentação técnica de uma série de chip resistors da


fabricante Bourns:

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Diagrama 3 - Parte de documentação técnica da Bourns para uma série de chips


resistores

Note que o substrato é definido como uma chapa de cerâmica de Alumina


(Óxido de Alumínio) e o elemento resistivo de filme grosso (liga metálica não
especificada) é protegida pela camada de vidro também. A cobertura com resina
de poliepóxido e os terminais de Estanho galvanizado com Níquel não são
mencionados, porém, é um padrão industrial.

Um uso extremamente comum para tais chips resistores é em terminações


resistivas de memórias RAM DDR1, como podes ver na imagem abaixo:

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Imagem 3 - Chips resistores aplicados nas terminações resistivas do padrão DDR1

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CURIOSIDADE: As memórias RAM DDR2 e seguintes já vieram com Terminações On


Die (ODT), isto é, terminações resistivas dentro do chip, acabando com essa
'fila' de chips resistores ao lado do slot.

O uso de chips resistores também é comum em sistemas Pull-Up e Pull-Down.


Abaixo, deixo o link de dois exemplos de uso de Pull-Up e Pull-Down com chips
resistores SMD:
-> Interface LPT (para impressoras);
-> Interface PS/2 (para mouses e teclados).

Aqui vão alguns exemplos super comuns de uso de resistores que passam
despercebidos por nossos olhos...

As impressoras de jato de tinta


Todos nós, em algum momento da vida, já tivemos de usar algum medicamento
cuja embalagem têm formato conta-gotas, seja um colírio para os olhos ou um
anti-inflamatório. E, na escola, já utilizamos frascos de cola 'branca' com
bico-cônico. Mas que diabos isso tem a ver com uma impressora?
Num frasco de medicamento ou de cola, com seu bico cônico, o líquido
armazenado em seu interior não sofre com a gravidade como ocorre num funil
aberto qualquer. Quando no corpo da embalagem é aplicada uma pressão mecânica,
o material é expelido pelo pequeno orifício na ponta:

Imagem 4 - Como funciona um frasco de bico cônico

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Numa impressora que funciona através de jato de tinta, o sistema opera de


forma análoga. Entretanto, ao invés de exercer uma pressão mecânica, como
ocorre na liberação de tinta em uma impressora a LASER (através de vibração por
piezoeletricidade), numa impressora comum há uma ação térmica, que provoca a
repentina expansão do líquido, alterando também sua viscosidade na região do
respectivo orifício, como vemos no próximo diagrama:

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Diagrama 4 - Como é a liberação de tinta numa impressora

Nas impressoras mais comuns ainda se utilizam cartuchos de tinta. Cada


cartucho possui seu cabeçote embutido, e nele existe 'um bocado' de microfuros,
cada um com seu respectivo resistor de aquecimento. Sendo assim, como dito
anteriormente, cada resistor provoca a alteração localizada das propriedades da
tinta, que então é depositada sobre o papel.
Quando o cartucho é tri-color (C-M-Y), existem três reservatórios nele,
cada um com seu respectivo canal ligado ao cabeçote, onde as três cores são
depositadas de forma independente, em paralelo.

Tanto o cartucho apenas um reservatório de tinta preta quanto o com três


cores, o cabeçote é ligado à placa-mãe da impressora através de uma pequena PCB
flexível de plástico PET com diversas trilhas de Cobre depositadas sobre ela:

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Imagem 5 - Note as duas linhas de microfuros neste cartucho de tinta preta HP


664

Um cabeçote de cartucho pode ter 12, 24, 50 ou 100 microorifícios, sendo o


mais comum 50. No caso do cartucho acima, eles estão dispostos em duas linhas
paralelas.
Cada resistor é capaz de gerar até 100 °C em apenas um microssegundo, sendo
necessário apenas curtíssimos pulsos elétricos para que a tinta seja ejetada
dos orifícios.

Quando é uma impressora em que os reservatórios estão fixos na lateral do


equipamento e há apenas mangueiras e um sistema de bombeamento os ligando aos
cabeçotes de impressão, o sistema funciona da mesma forma!

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Desembaçando o vidro do carro...


O vidro traseiro dos carros está longe da caixa do sistema de circulação de
ar da cabine, que fica dentro do painel, onde se encontram evaporador do ar
condicionado, radiador para o ar quente e a ventoinha com tubulações e palhetas
de distribuição. Sendo assim, para-brisa e vidros das portas dianteiras são
contemplados pelo desembaçador comum, todavia, lá atrás, um ponto extremamente
importante para a visão do motorista, precisa ser desembaçado de outra maneira.
É aí que entra a eletricidade e os resistores.
Aquecer o vidro para que a umidade evapore e ele volte a ficar transparente
ao seu máximo pode ser feito de uma maneira fácil através de fios resistivos.
Estes fios, em geral, possuem uma resistência demasiado baixa (entre 0,05 e
0,10 Ohms) e são distribuídos ao longo de todo o vidro, sendo ligados em
paralelo.

Imagem 6 - Note as linhas laranjadas horizontais

Estas linhas são impressas no lado do vidro que fica para dentro do
habitáculo, mesma face onde é aplicada a película de 'insufilm'. Desta forma,
ao retira-la, o profissional deve ter um cuidado extremo para que as linhas

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resistivas não saiam junto filme PET, dada a fragilidade delas e a grande
aderência do adesivo:

Imagem 7 - Internamente, existem três camadas: a faixa preta com borda


pontilhada que contorna todo o vidro, o circuito do desembaçador e o filme PET
(Insufilm)

Do lado esquerdo e direito do vidro, existe uma ligação elétrica que


conecta as trilhas ao circuito de alimentação, como podemos ver na imagem
abaixo:

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Imagem 8 - Os terminais elétricos do vidro traseiro de uma Renault Scénic

Mas qual a potência de um vidro com desembaçador elétrico?

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EXEMPLO 13:

Vamos pegar como exemplo a Scénic da imagem acima, ano 1999, que ainda
possui seu vidro traseiro genuíno, fornecido pela Saint-Gobain. Ao todo são 15
trilhas ligadas em paralelo. Este vidro também possui as marcações "13V" e
"222W" na parte inferior, algo bem incomum:

Imagem 9 - Especificações elétricas impressas em um vidro

Utilizando-se das fórmulas básicas pra calcular Corrente, Tensão,


Resistência e Potência elétrica, podemos descobrir a corrente elétrica que este
vidro 'puxa':

222 Watts / 13 Volts = 17,07 Ampéres

Agora, com outra fórmula simples, podemos saber qual a resistência elétrica
necessária:

13 V / 17,07 A = 0,76 Ohms

Com isso, podemos concluir que todas as 15 trilhas, em tese, trazem uma
resistência de 0,76 Ohms. Com um multímetro digital Minipa ET-2042E conseguimos
identificar 0,9 Ohms, um valor próximo dos cálculos.

Mas qual a resistência de cada uma destas 15 trilhas?

(1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) +


(1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) +
(1 / 0,76) + (1 / 0,76) + (1 / 0,76) = (1 / 19,736842) = Aprox. 0,0506 Ohms

EXEMPLO 14:

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Num outro exemplo, pegamos um vidro sem qualquer especificação elétrica


impressa. É um vidro traseiro da Pilkington genuíno de um FIAT Palio Attactive
2013.
Como bem sabemos, a bateria de um carro comum fornece 12 Volts, e o
alternador, quando em funcionamento, mantém a tensão elétrica na faixa dos 13
Volts (podendo bater os 14 ou 14,5 Volts), ou seja, este vidro também opera com
os mesmos 13 Volts da Scénic.
Com o mesmo multímetro de antes, identificamos uma resistência elétrica de
1 Ohm de resistência nas extremidades do vidro, ou seja:

13 Volts / 1 Ohm = 13 Ampéres

Multiplicando a tensão de 13 Volts pela corrente de 13 Ampéres, notamos que


a potência deste desembaçador elétrico é em torno de 170 Watts.

A resistência de cada uma destas 12 trilhas é:

(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) +
(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) = (1 / 12) = Aprox. 0,083 Ohms

EXEMPLO 15:

Por fim, o vidro traseiro de um Ford Focus sedan 2006 (de primeira
geração), com um vidro da Pilkington ainda original de fábrica.
São os mesmos 13 Volts de alimentação, e com 1 Ohm de resistência (de
acordo com medição feita através de multímetro), ou seja, temos os mesmos 13
Ampéres, consequentemente, a mesma faixa de 170 Watts de potência.

A resistência de cada uma destas 14 trilhas é:

(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) +
(1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) + (1 / 1) = (1 / 14) = Aprox.
0,071 Ohms

Através destas três análises, entendemos que há uma resistência muito baixa
no vidro, permitindo que mais energia seja transformada em calor pelas trilhas
e assim a umidade evapore em poucos minutos. Para evitar superaquecimento e
danos no vidro (causados por muito tempo com o desembaçador ligado), existe um
temporizador que desarma o relé após um tempo, que varia de veículo para
veículo.

CURIOSIDADE: Quando uma trilha desta é rompida, as outras continuam


funcionando (afinal, estão em paralelo). A única maneira de refazer o caminho
danificado é utilizando-se de uma tinta condutiva de baixa resistência
elétrica, afim de manter as propriedades e, consequentemente, um desembaçamento
uniforme.

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Em geral, é possível encontrar em lojas e na internet tintas condutivas a


base de Prata, um elemento químico extremamente bom condutor, satisfazendo o
que foi dito no parágrafo anterior.
Não deve ser utilizado grafite para este fim, pois ele possui uma alta
resistência elétrica, fazendo com que a corrente flua mais pelas outras trilhas
paralelas do que por aquela que foi remendada, o que prejudica a evaporação da
umidade no referido ponto.

Existem veículos onde o retrovisor esquerdo e direito também possuem


desembaçador. Como são espelhos, as trilhas resistivas são aplicadas na parte
de trás, funcionando exatamente da mesma forma que num vidro, porém,
obviamente, com valores de resistência diferentes.

A Sonda Lambda
A sonda Lambda é um componente fundamental para os motores de combustão
interna modernos. Sem este sensor seria complicado controlar a estequiometria
da mistura Ar / Combustível. Mas o que essa sonda tem a ver com resistores?

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Imagem 10 - A sonda Lambda por dentro

Muito simples! Para se ter um nível de precisão onde o valor aferido pelo
sensor é confiável, a sonda precisa atingir uma determinada temperatura, e isso
levaria algum tempo quando o motor ainda não está aquecido, carecendo de um
resistor de aquecimento.
O HC tem um artigo super completo sobre as sondas Lambda, portanto, não
precisamos nos extender por aqui! Para acessar a publicação, basta CLICAR AQUI!

As chaleiras elétricas

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Na internet tem muita coisa sobre como reparar as super comuns chaleiras
elétricas, que são de construção relativamente simples!

Imagem 11 - As genéricas chaleiras elétricas que habitam a casa dos brasileiros

Uma curiosidade que não cessa é: como é implementado o resistor nestas


chaleiras?
Todas elas, independente da jarra ser de INOX ou plástico, possuem uma
chapa de aço inoxidavel no fundo. Abrindo o compartimento de plástico que
abriga o circuito elétrico do equipamento - e que encaixa na base da chaleira
-, nos deparamos com uma estrutura muito bem fixada na chapa:

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Imagem 12 - Do resistor apenas vemos seus dois terminais

Toda esta estrutura que encobre o resistor e é fixada na chapa de INOX nada
mais é que liga de Alumínio fundida. Note que ali onde se encontram os
terminais há um isolante de cerâmica, impedindo um curto-circuito com o metal.
Mas aí vem a pergunta: Que resistor há ali dentro?

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Imagem 13 - A sujeira foi grande!

Essa parte de liga de Alumínio foi difícil de soltar do folha de INOX. Foi
necessário dar umas boas porradas com o martelo, bem como uma tesoura de cortar
lata para obter o resultado desejado... :v
E depois de todo este trabalho - que também rendeu umas gotas de sangue -
me deparei com um resistor de fio - o "feijão com arroz" quando se trata de
aquecedor. Para não fechar curto com a carcaça metálica e também transferir o
calor de forma mais 'parelha' para a estrutura de liga de Alumínio, um pó é
utilizado como preenchimento isolante. Pelo pouco de conhecimento que tenho,
suspeito que seja nada mais que um composto daqueles utilizados em cerâmicas,
tal qual Alumina, Cal, Óxido de Zinco ou Dióxido de Titânio, por exemplo (todos
estes possuem cor esbranquiçada).

CURIOSIDADE: Caso queira conhecer mais sobre vidros e cerâmicas, há dois


artigos do HC exclusivos sobre o assunto. Para acessar CLIQUE AQUI e CLIQUE
AQUI!

Se alguém souber exatamente qual composto químico é utilizado como


preenchimento, entre em contato com o HC! Colabore para a difusão de
conhecimento! Os curiosos agradecem!

Algo que parece ser tão simples nos traz tantos questionamentos!
No próximo exemplo também veremos que um pó isolante e condutor de calor é
utilizado como preenchimento do orifício.

Velas de ignição e cabos de velas!


Quando estudamos mecânica automotiva descobrimos que cabos de velas podem
ser supressivos ou resistivos, e que até bobinas do tipo canetão contemplam um
resistor para supressão de ruídos!

Para saber mais sobre cabos de vela, CLIQUE AQUI!

Para saber mais sobre bobinas de ignição, CLIQUE AQUI!

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Imagem 14 - Uma velha vela de ignição NGK prestes a ser aberta!

Quando se tratam de velas de ignição, a grande maioria atualmente possui um


resistor supressor de ruído no interior do isolador de Alumina. Entretanto, não
se trata de um resistor de fio, mas sim de massa vítrea condutiva (não confudir
com o resistor de fio vitrificado).

Para saber mais sobre velas de ignição e este resistor, CLIQUE AQUI!

Um exemplo incomum!
Para diversificar ainda mais a lista de aplicações dos resistores, vamos
citar um exemplo nada comum: A válvula termostática aquecida dos motores Zetec
Rocam!

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Imagem 15 - Uma válvula termostática da MTE Thomson. Perceba o conector


elétrico do resistor no 'cotovelo' do componente

Para embasar um pouco, lembre-se que a válvula termostática é aquela que


represa o líquido do arrefecimento no motor até que ele atinja uma temperatura
determinada, quando ocorre sua liberação para o radiador. Seu uso é
fundamental, tendo em vista que ela visa manter o motor sempre com um
aquecimento estável, e consequentemente, uma dilatação ideal de todas as peças
e consumo de combustível dentro do aceitável.

Tais motores, que equiparam alguns modelos de carros da Ford acabaram por
ser adaptados para o Etanol também, porém, isso fez com que precisasse aumentar
a temperatura limite do líquido de arrefecimento para a qual a válvula
termostática abre, no entanto, mantendo a temperatura para abertura da válvula
quando o motor é abastecido com Gasolina. Esta é a grande peculiaridade da
engenharia por trás deste motor: Por causa de uma diferença de três graus

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

célcius, optaram por intergrar um resistor na válvula termostática. Vou


explicar melhor...
Quando o veículo está abastecido com Etanol, a válvula abre totalmente
quando a temperatura do líquido de arrefecimento atinge 100 °C, entretanto, ao
abastecer com Gasolina, a válvula precisa abrir aos 97 °C. Neste momento, o
resistor entra em ação, levando a cera parafinica aos 100 °C, dilatando-a ao
máximo para que o diafragma se abra por completo com o líquido de arrefecimento
estando em 97 °C. Este resistor deve ter entre 13,9 e 16,5 Ω.
Aprecie a imagem abaixo:

Imagem 16 - Por dentro da válvula termostática do Zetec Rocam 1.0 e 1.6 8v

O píno metálico - que na verdade é tubular - tem características para ser


INOX. Serrando-o pudemos notar que em seu interior há um pequeno resistor de
fio e um preenchimento isolante (para não haver contato com a estrutura
metálica), que aparenta ser óxido, tal qual Alumina, ou talvez Cal, ou talvez
Óxido de Zinco... aqui entramos naquela mesma questão da chaleira elétrica!

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Imagem 17 - O pino da válvula termostática possui um resistor de fio e um


preenchimento com pó em seu interior

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Nos outros motores flex não há esta artimanha, mas não há comparações. Por
exemplo, se você for comparar o Zetec Rocam 1.6L 8v com o Renault K4M 1.6L 16v,
verá que a válvula termostática do francês abre completamente com o líquido de
arrefecimento em 89 °C, independente de estar abastecido com Etanol ou
Gasolina.

CURIOSIDADE: A concepção de outras válvulas termostáticas segue o mesmo


padrão, isto é, um conjunto base-mola-diafragma com um pino em um orifício
selado contendo cera expansiva. A diferença é a ausência do resistor, e, em
muitos casos a válvula e sua carcaça (flange) não são uma única peça como
ocorre nestes motores Zetec. O material da flange também pode diferir, ao invés
de liga de Alumínio, PA66-GF30 pode ser utilizado.

Resistor Shunt
Primeiramente, devemos entender que um Shunt literalmente é um derivador,
isto é, uma espécie de fio condutor com uma resistência elétrica demasiadamente
baixa - assim como um baixo coeficiente térmico -, proporcionando uma queda de
tensão igualmente ínfima e proporcional (na casa do mV ou menos), podendo
também ser chamado de jumper.
Em eletricidade o jumper é uma ligação em ponte com um fio condutor que
conecta dois pontos de um circuito, sendo muito útil na unificação de
barramentos, em conexões em quadros elétricos e fechamento de tomadas
elétricas.

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Imagem 18 - Perceba a quantidade de jumpers nessa fonte de uma SmartTV


Panasonic TC-40CS600B

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Para além da imagem acima, na eletrônica encontramos jumpers até nas


placas-mãe, como é o caso do ClearCMOS, onde ao mudar a posição de um jumper
resetamos o BIOS, ou então, por exemplo, em adaptações grosseiras para
implementação de SLI:

Imagem 19 - Placa-mãe DFI LANPARTY UT nF4 SLI-D

CURIOSIDADE: Para saber mais sobre esta e outras placas-mãe diferentonas


(algumas também repletas de jumpers), CLIQUE AQUI, CLIQUE AQUI e CLIQUE AQUI!

Sim, você pode chamar um jumper de "shunt", afinal ele também é um fio
condutor com resistência elétrica muito baixa, entretanto, geralmente suas
especificações não são rigorosamente levadas em conta num projeto, já que sua
função é estabelecer uma conexão elétrica, apenas. Já o Resistor Shunt é

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

utilizado em aplicações de precisão, como por exemplo medir correntes elétricas


elevadas (talvez a aplicação mais comum e conhecida de tal componente).
É comum que multímetros possuam uma tomada com ao menos a capacidade de
medir correntes de até 10 Amperes, entretanto, os circuitos que identificam o
valor que circula pelas pontas de prova capturam apenas uma fração do fluxo de
elétrons, fluxo este que circula por um Resistor Shunt:

Imagem 20 - Perceba que mais parece um jumper, porém, o "R8" é um Shunt

Em suma, o multímetro desvia a corrente do condutor onde as pontas de prova


são colocadas. Obviamente, a corrente elétrica passará pelo caminho de menor
resistência, ou seja, o Shunt. Neste Shunt, há uma derivação antes e depois
dele, onde é conectado o circuito de medição, como vemos no diagrama seguinte:

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Diagrama 5 - Perceba que a porta de baixa corrente não tem Shunt, apenas a de
alta

É por este motivo que, por exemplo, se você colocar essas duas pontas de
prova do multímetro no fase e neutro da tomada pra medir corrente, vai dar um
pipoco. O Shunt tem uma resistência insignificante, ou seja, vai dar curto-
circuito. E foi assim que eu aprendi a medir corrente com o multímetro!

A queda de tensão no Shunt pode ser facilmente medida e, com base na


resistência elétrica dele é possível calcular o valor da corrente que se quer
descobrir.

Nos notebooks, para monitorar a corrente do circuito de carga (fonte de


alimentação e bateria) também faz-se uso de um Shunt:

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Diagrama 6 - Note as setas amarelas. As duas trilhas (uma antes e outra depois
de cada resistor) são ligadas ao Intersil ISL88731A

Para saber mais sobre o funcionamento de um sensor de corrente, abra o PDF


abaixo e veja o datashhet do ISL88731A:

ISL88731A.PDF
Fazer download de PDF …

No caso de notebooks, ou até mesmo smartphones e tablets, faz-se uso de


resistores Shunt SMD, e com valores em torno de 0,01 Ω.

Para finalizar este tópico, uma confusão:


Como sabemos, carros franceses são caixinhas de surpresas, e um dos
detalhes mais interessantes que muitos deles possuem é um Shunt na caixa de
fusíveis!

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Não se trata de um "fusível Shunt", como os brasileiros costumam dizer,


muito menos de um Shunt aplicado em medição de corrente elétrica. É apenas um
jumper, literalmente, utilizado para definir dois modos de operação do módulo
BSI (aquele que fica debaixo do volante, junto dos fusíveis e relés da cabine).
Para os Peugeot-Citroën, no BSI existe um soquete de 3 pinos, onde o Shunt
é colocado sempre interligando dois deles (o terminal do meio e o esquerdo, ou
o do meio e o direito).

Imagem 21 - O Shunt dos franceses

Este pequeno jumper, com o mesmo encapsulamento de um fusível automotivo e


a inscrição "SH" (por isso a confusão) permite configurar a central eletrônica
para:
-> Economia de energia (chamado de modo 'parking'), que serve para quando o
veículo fica parado por algum tempo, como por exemplo no pátio da fábrica, ou
então na concessionária. Neste caso, vários circuitos do BSI são desligados
para poupar a bateria;
-> Uso normal (chamado de modo 'cliente'), posição em que o jumper é
colocado ao ser entregue ao proprietário ainda na concessionaria, e que deve
ser mantido ao longo da vida útil do veículo.
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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

Tal engenhoca não foi muito cultuada nos Renault, ao menos por aqui. Na
próxima imagem, a tampa do compartimento de fusíveis e relés de uma Scénic 1
Phase 1:

Imagem 22 - Note o quadrinho escrito "SHUNT". Nem no manual há informações


sobre ele

No Brasil apenas alguns tinham um soquete para o Shunt - como é caso das
primeiras Scénics (Phase 1, vendidas entre 1999 e 2001) -, entretanto, já
vinham sem o jumper, indicando que talvez apenas enquanto estivesse no pátio do

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22/12/2023, 21:55 Cap. 1.2b. Os componentes: Resistor - PARTE 2

fabricante / revendedor existisse o uso do componente, e ao ser entregue ao


primeiro dono o era retirado, desativando do modo 'parking'.

Mais uma vez, o texto ficou tão grande que precisou ser dividido em dois
pedaços!

Veja o Capítulo 1.3, sobre os potenciômetros, que são uma variação dos
resistores de valor fixo explicados neste artigo! Para acessar, clique aqui!
Acesse também os artigos sobre resistores LDR, Varistores, Termistores e
também a série de artigos sobre capacitores!

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Caso tenha ficado com dúvidas, achou um erro ou queira mandar sugestões,
mande um e-mail para hardwarecentrallr@gmail.com. Se expresse e nos ajude a
melhorar!

FONTES e CRÉDITOS:

Desenhos, gráficos, tabelas, texto: Leonardo Ritter; Bourns; YAGEO.

Referências: Instituto Newton C. Braga; PDF da Universidade Federal de Santa


Catarina sobre resistores; apostila do curso de eletrônica que cursei; Lesics
Português (You Tube); Saint-Gobain; Documentos técnicos de placas-mãe presentes
na biblioteca do HC; Mouser Brasil (documentos técnicos da Bourns e YAGEO).

Última atualização: 05 de Novembro de 2023.

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