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ENGENHARIA CIVIL

Instalações Elétricas

Prof. Carlos José da Silva Rolim


Engº de Produção
Esp Engª Industrial
Esp Engª Elétrica
Esp Engª Biomédica/Clínica
Mestrando Engª Elétrica
Graduando em Física (Licenciatura)
rollym@bol.com.br
Ementa da disciplina

Eletricidade.

Circuito elétrico.

Circuito corrente alternado e contínuo.

Circuito trifásico.

Iluminação e noções de projeto luminotécnico.

Sistema de produção.

Energia solar e outras fontes de energia.

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Conteúdo programático

UNIDADE I:
ESTUDOS DA ELETRICIDADE – CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO;
CIRCUITOS ALTERNADOS E CONTÍNUOS;
CIRCUITO TRIFÁSICO;
O PROJETO LUMINOTÉCNICO.

UNIDADEII:

SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA;


ENERGIA SOLAR E OUTRAS FONTES DE ENERGIA.
3
EMENTA

Capacitar os alunos para projetar em instalações elétricas de uma


residência e na tomadas de decisões sobre a adequação das
instalações elétricas para cada ambiente.
Capacitar o aluno na tomada de decisão para a escolha mais
adequada de lâmpadas, indicada para a iluminação dos mais
variados locais. Distribuição da iluminação normal e decorativa.

4
Unidade 01

NOSSO OBJETIVO:
EXECUÇÃO DE PROJETO ELÉTRICO

Partiremos daqui

Chegaremos
aqui

5
Definição: Um sistema elétrico de potência pode ser definido
como o conjunto de equipamentos e instalações para a geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica.

A geração se dá em 13,8
kV. Eleva-se na linha de
transmissão à tensões
na faixa de 69 kV, 138
kV e 230 kV; na
distribuição esse
potencial é novamente
abaixado para 13,8 kV e
novamente para a faixa
do consumidor
residencial em
127V/220V ou mesmo
industrial na faixa de
220V/380V/440V/760V.

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Geração:
Verdadeiramente, este termo não retrata a realidade, uma vez
que a energia elétrica é transformada através de processos de
conversão de formas de energia diferentes como:

Hidroelétrica;
Térmica;
Eólica;
Fotovoltaica;
Nuclear etc.

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Geração:
Hidroelétrica- Este tipo de energia elétrica consiste basicamente
no represamento da água. A energia elétrica é gerada em função
da queda d'água (força hidráulica), usada para girar as turbinas
que estão acopladas aos geradores elétricos. Dependendo da
quantidade de água represada e da altura da barragem, são
calculadas as dimensões dos geradores com suas respectivas
potências.
A geração trifásica em usinas hidroelétricas, geralmente, é
realizada em 13,8 kV; sua potência pode ser em quilowatt (kW) ou
megawatt (MW).

Cervelin, Severino & Geraldo Cavalin. - 2008.


Geração:
Hidroelétrica-

Creder, Hélio. - 2008.


Geração:
Térmica- A energia mecânica necessária para girar o eixo do
gerador de energia elétrica é obtida com a queima de
combustíveis, tais como: gás natural, derivados de petróleo,
carvão mineral e vegetal, xisto betuminoso, resíduos de madeira e
da produção agrícola, bagaço de cana-de-açúcar, lixo doméstico,
urânio, e outros. As instalações físicas são denominadas usinas
termelétricas. Esta modalidade de geração de energia elétrica é,
provavelmente, a mais utilizada em nível mundial.

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Cervelin, Severino & Geraldo Cavalin. - 2008.


Geração:
Nuclear - Esse tipo de energia é classificada como usina
termelétrica que utiliza uma caldeira, tendo como fonte de calor
um reator nuclear. O seu funcionamento se baseia na quebra, na
divisão do átomo, tendo por matéria-prima minerais altamente
radioativos, como o urânio. A energia nuclear provém da fissão
nuclear do urânio, do plutônio ou do tório. É energia liberada dos
núcleos atômicos, quando os mesmos são levados por processos
artificiais a condições instáveis.

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Cervelin, Severino & Geraldo Cavalin. - 2008.


Geração:
Eólica - A energia eólica é convertida diretamente da energia
cinética dos ventos em energia elétrica. Para isso, são utilizados
aerogeradores (nome moderno dos antigos moinhos de vento).

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Cervelin, Severino & Geraldo Cavalin. - 2008.


Geração:
Fotovoltaica – A transformação da energia contida na radiação
luminosa em energia elétrica é um fenômeno físico conhecido
como “efeito fotovoltaico”. Observado primeiramente pelo físico
francês Edmond Becquerel em 1839, o efeito fotovoltaico ocorre
em certos materiais semicondutores com capacidade de absorver
a energia contida nos fótons presentes na radiação luminosa,
transformando-se em eletricidade.

13

Zilles, Macêdo, Galhardo e Oliveira. - 2012.


Transmissão
A linha de transmissão tem por finalidade transportar grandes
quantidades de energia da usina de energia elétrica até os centros
consumidores. A linha de transmissão tem origem na subestação
elevadora, construída junto ou próxima da usina geradora de
energia elétrica, onde os transformadores elevam as tensões
geradas de 13,8kV para 69kV a 750kV.

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Cervelin, Severino & Geraldo Cavalin. - 2008.


Distribuição
13,8 kV

127 / 220 V

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Creder, Hélio. - 2008.


Distribuição

Esquema elétrico simplificado

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Creder, Hélio. - 2008.


Distribuição
A rede de distribuição proporciona as condições necessárias para
que a energia elétrica chegue até o consumidor. Quando se eleva
a tensão, é possível reduzir a seção dos condutores para transmitir
a mesma quantidade de energia (mesma potência).
A rede de distribuição primária também alimenta os
transformadores que estão afixados nos postes cuja finalidade é
reduzir a tensão a valores menores, por exemplo: 220/ 127V ou
380/220V para atender aos pequenos consumidores, que são a
maioria nas cidades. É a chamada distribuição secundária.

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Cervelin, Severino & Geraldo Cavalin. - 2008.


Característica da eletricidade: A eletricidade é por excelência, a
forma de energia mais utilizada na atualidade.

Facilmente é transformada em outros tipos de energia como:


mecânica, térmica, luminosa entre outras.

É um fenômeno que passa despercebido aos nossos sentidos, só


percebemos através de manifestações como: iluminação,
aquecimento, acionamento de motores, etc.

Portanto, para entendermos as manifestações elétricas


precisamos primeiro rever alguns conceitos básicos de física
como:

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Matéria
Classicamente, é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no
espaço.
Ex.: água, metais, terra, gases, etc.

Molécula
É a menor porção de uma substância que mantém todas as suas
características físicas e químicas.
Ex.: H2O (água), Fe2 (ferro), NaCl (cloreto de sódio ou sal de
cozinha).

Átomo
É a menor partícula física em que se pode dividir um elemento.
Ex.: H (hidrogênio), Al (alumínio), Fe (ferro).
Obs: o elétron é o elemento essencial para a existência de cargas
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elétricas, ou correntes elétricas. Possui a carga fundamental cujo
valor é: - 1,6021. 10-19 C.
Exercitando...

Determine a carga elétrica do núcleo de um certo elemento


composto por 2 prótons, 2 nêutrons e 2 elétrons.
Resolvendo...

A carga elétrica no núcleo do átomo é devida apenas aos prótons


que ali estão, pois, os nêutrons não possuem carga elétrica, logo:

Q=n.e

20
Exercitando...

Determine a carga elétrica do núcleo de um certo elemento


composto por 2 prótons, 2 nêutrons e 2 elétrons.
Resolvendo...

A carga elétrica no núcleo do átomo é devida apenas aos prótons


que ali estão, pois, os nêutrons não possuem carga elétrica, logo,
como o próton possui carga positiva:...

Q=n.e
Q=2x1,6.10-19
Q = 3,2 . 10-19C

21
Os materiais podem ser divididos em três categorias, dependendo
da facilidade com que carga elétrica (isto é, elétrons) pode passar
através deles.

Essas três categorias são:

• Condutores: metais (cobre, alumínio, prata, etc.);


• Isolantes: borracha, madeira, plástico, vidro;
• Semicondutores: silício, germânio.

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A maior parte dos materiais pertence, ou condutores, ou aos
isolantes.

A diferença entre eles:


Nos condutores os elétrons estão fracamente ligados, podem
facilmente ser arrancados.
Nos isolantes: elétrons estão fortemente ligados aos átomos.

Os semicondutores: em estado intermediário entre condutores e


isolantes. Eles não conduzem tão bem como os condutores.

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Os melhores condutores (prata, cobre e ouro) têm um elétron de
valência enquanto que os melhores isolantes possuem oito
elétrons de valência.

Um semicondutor é um elemento com propriedades elétricas


entre as de um condutor e as de um isolante.

Como poderia se esperar, os melhores semicondutores possuem


quatro elétrons de valência.

24
Unidades fundamentais

TENSÃO (ddp ou Voltagem) em Volts;

CORRENTE (Amperagem) em Ampere;

POTÊNCIA em Watts;

RESISTÊNCIA em Ohm;

CAPACITÂNCIA em Farad;

FREQUÊNCIA em Hertz;

25
Unidades fundamentais
Analogia

26
Unidades fundamentais
Analogia

27
Unidades fundamentais

TENSÃO (ddp ou Voltagem) em Volts:


estes são nomes diferentes para o mesmo fenômeno elétrico. Este
fenômeno indica que as cargas possuem energia potencial
elétrica, ou seja, possuem a capacidade de produzir trabalho.
Tais cargas só se movem devido a diferença de potencial entre
seus terminais.
Sua unidade é o Volt (símbolo V). Sua intensidade pode ser
medida através do instrumento chamado voltímetro.

Sua intensidade pode ser medida através do instrumento


chamado voltímetro.

28
Unidades fundamentais

CORRENTE (Amperagem) em Ampere:


a corrente elétrica é definida como o movimento ordenado de
elétrons (carga) em um condutor. Sua intensidade em função do
tempo, pode ser medida através do instrumento chamado
amperímetro.
Esta intensidade é dada pela seguinte relação: i=q/t

29
Unidades fundamentais

CORRENTE: i=q/t
Onde:
i é sua intensidade, unidade é o Ampère (símbolo A) em
homenagem ao físico francês André Marie Ampère.
1 Ampère significa uma carga de 1 Coulomb por segundo (A=C/s)
q é a carga, dada em Coulomb (símbolo C), mais precisamente o
valor é: e = 1,602176487 . 10-19C.
t é o tempo dado em segundos (símbolo s)

30
Unidades fundamentais

Define-se intensidade de corrente instantânea como:

i(t) = Lim ΔQ/ Δt


Δt-->0
ΔQ: Quantidade de cargas (em C), que atravessa uma seção
transversal de um condutor no intervalo de tempo Δt em Segundos.

Exercitando...
A seção de um condutor é atravessada pela quantidade de carga
∆Q=1,2.10-3C no intervalo de tempo ∆t=1,5.10-2s. pede-se:

A intensidade da corrente elétrica que atravessa a seção do


condutor? 31
Unidades fundamentais

Corrente elétrica
Exercitando...
A seção de um condutor é atravessada pela quantidade de carga
∆Q=1,2.10-3C no intervalo de tempo ∆t=1,5.10-2s. pede-se:

A intensidade da corrente elétrica que atravessa a seção do


condutor?
a corrente elétrica é dada por:
i = ΔQ
Δt
logo:

32
i= 1,2.10-3 = 8,0.10-2 A
1,5.10-2
Unidades fundamentais

POTÊNCIA em Watts:
A potência elétrica dissipada por um condutor (elemento) é
definida como a quantidade de energia térmica que passa por ele
durante uma quantidade de tempo.
A potência é a quantidade de energia trocada por unidade de
tempo, e depende da tensão e da corrente.
Potência = E/Δt ainda, P=V.I ou P=R.I2 ou então P=V2/R

33
Unidades fundamentais

POTÊNCIA em Watts:
A unidade utilizada para potência elétrica é o watt (W), que
designa joule por segundo (J/s)

Outras unidades utilizadas para a potência:


H.P. (Horse Power) = 746 W
C.V. (Cavalo Vapor) = 736 W

De forma mais direta, pode-se calcular a potência simplesmente


multiplicando-se a corrente (amperagem) pela tensão (voltagem).

P=V.I
34
Unidades fundamentais

Exercitando...
Qual a potência consumida por uma máquina cuja placa de
identificação está com os seguintes dados: tensão de trabalho
220 V, corrente 2,5 A

Aplicando diretamente a fórmula, temos que:

P=V.I ===> P= 220 x 2,5 = 550 Watts


Se P=V.I, logo se deduz que I=P/V e V=P/I

35
Unidades fundamentais

Exercitando...
Qual é a potência elétrica do aparelho alimentado por 120 Volts e
apresenta uma resistência de 12 Ohms ?

Calcular a corrente de uma lâmpada de 60W sabendo-se que a


rede elétrica é de 220V.

Como P=V.I, logo, I=P/V ==> 60/220 = 0,270 Amp ou 270 mA

36
Unidades fundamentais

Pela Lei de Ohm temos que R=V/I, então podemos definir duas
formas que relacionam a potência elétrica com a resistência.
Como:
P=V.I (1)
V=R.I (2)
I=V/R (3)
Substituindo-se (2) em (1) temos: P = R.I2
Substituindo-se (3) em (1) temos: P = V2/R
Se utilizarmos o exemplo anterior, qual é a resistência do
filamento da lâmpada?

Poderemos utilizar a segunda substituição, e teremos:


P = V2/R , logo, R = V2/P ==> 2202/60 = 806 Ω
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Ou ainda, usando a primeira substituição, teremos:
P = R.I2 , logo, R = P/ I2 ==> 60/0,2702 = 806 Ω
Unidades fundamentais

RESISTÊNCIA em Ohm:
é a oposição à passagem da corrente elétrica. Ao aplicar-se uma
tensão V, em um condutor, se estabelece uma corrente elétrica
de intensidade I. Esta constante é chamada de resistência elétrica,
que depende de fatores como suas dimensões e a natureza do
material. Veremos depois...
Quando esta proporcionalidade é mantida de forma linear,
chamamos o condutor de Ôhmico, tendo o seu valor dado por R =
V/I

38
Unidades fundamentais

CAPACITÂNCIA em Farad:
também chamado capacidade elétrica, é a grandeza determinada
pela quantidade de energia elétrica (carga) que pode ser
acumulada em si por determinada tensão e pela quantidade de
corrente que atravessa um capacitor.
Também chamado de condensador, sua unidade de medida é o
Farad.

39
Unidades fundamentais

Porém, como um Farad é uma unidade muito grande, costuma-se


usar seus submúltiplos:
microfarad (10-6),
nanofarad (10-9) e
picofarad (10-12).
Tradicionalmente representa-se um capacitor por duas linhas
paralelas ao sistema elétrico e acompanhado da letra C.
simbolizando duas placas metálicas separadas por um material
chamado dielétrico.

40
Unidades fundamentais

Capacímetro: instrumento específico para se medir capacidade ou


capacitância.

41
Unidades fundamentais

FREQUÊNCIA em Hertz:
é uma grandeza física ondulatória que indica o número de
ocorrências de um evento em um determinado intervalo de
tempo.
Alternativamente, podemos medir o tempo decorrido para uma
oscilação.
Esse tempo em particular recebe o nome de período (T). Desse
modo, a frequência é o inverso do período.

42
Instrumentos de medição

Hoje temos multímetros que além das funções básicas como


medições de resistência, tensão, corrente e continuidade,
apresentam funções tais como: frequência, ganho de transistores
(Beta ou hfe), capacitância, indutância, temperatura, etc.

Porém, cada grandeza possui seu instrumento adequado para a


sua correta medição.

43
Lei de Ohm

A Lei de Ohm, assim foi designada em homenagem ao seu


formulador, o físico alemão GEORGE SIMON OHM (1787-1854),
ele afirma que, para um condutor mantido à temperatura
constante, a razão entre a tensão entre dois pontos e a corrente
elétrica é constante.
Essa constante é denominada de resistência elétrica.
Em um condutor que está sendo percorrido por uma corrente
elétrica, os elétrons, ao longo do seu percurso pelo condutor,
sofrerão uma oposição à sua passagem. A medida dessa oposição
é dada por uma grandeza chamada resistência elétrica
simbolizada por R. O valor da resistência elétrica depende do tipo
de material considerado (ferro, cobre, alumínio etc.) da agitação
térmica dos átomos(temperatura) e das dimensões do
condutor(área da seção transversal, comprimento). 44
Lei de Ohm

A unidade de resistência elétrica é chamada de Ohm (símbolo Ω –


letra Grega Ômega). Então, 1 Ω = 1 V / A, ou seja, um condutor
que tem uma resistência elétrica de 1Ω deixa passar uma
corrente de 1 A quando fica submetido a uma tensão de 1V.

Múltiplos mais utilizados do Ohm: R=V/I


1 Kilo Ohm (k Ω) = 103 = 1.000 Ω 1ª Lei de
1 Mega Ohm (M Ω) = 106 = 1.000.000 Ω Ohm

A resistência elétrica de um condutor é diretamente proporcional


à sua resistividade e ao seu comprimento, e inversamente
proporcional à sua área de seção transversal.

2ª Lei de 45
Ohm
Exercitando

Qual é a resistência de um cabo de cobre cuja bitola é de 2,5


mm2, comprimento de 85 metros?

Dados: ρCu=0,0172

Valor tabelado

46
Lei de Ohm

Fatores que influenciam na resistência elétrica dos materiais

CALOR 47

FRIO
Lei de Ohm

Efeitos da temperatura nos condutores

A resistência de um condutor varia com a temperatura.

A resistência específica α (alfa) geralmente é apresentada para


temperatura de 200C, uma vez que é dependente da temperatura.

No caso dos metais, aumenta à medida que aumenta a


temperatura, enquanto que nos semicondutores, diminui à
medida que a temperatura aumenta.

48
Lei de Ohm

Efeitos da temperatura nos condutores

49
Lei de Ohm

Efeitos da temperatura nos condutores

Fórmula básica =

Valor
Exemplo: α do cobre: 0,0039 tabelado
Um cabo condutor tem sua resistência de 1,25 Ω na temperatura
ambiente (20oC).
Qual será sua resistência quando a temperatura for de 65oC?

R = 1,25 (1 + 0,0039 x 45) 50


αW(tungstênio) 12,2 x(1+0,0055x2200)
R ≈ 1,47 Ω Verificar no laboratório!!!
Exercitando
Uma lâmpada de 550 W/127 V está ligada por um condutor de
280 metros de comprimento e bitola de # 1,5 mm2 sob a
temperatura do cabo de 20oC.
Pergunta-se: quantos Watts de potência a lâmpada dissipará
quando a temperatura do condutor for de 60oC?

51
Lei de Ohm

Efeitos da temperatura nos condutores

52
FÓRMULAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS PARA CÁLCULO DAS
PRINCIPAIS GRANDEZAS ELÉTRICAS

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Trabalho e energia

Definição: energia é a capacidade de executar um trabalho.


Na física, o termo trabalho é utilizado quando falamos no
trabalho realizado por uma força.
Uma força aplicada em um corpo realiza um trabalho quando
produz um deslocamento no corpo.
Unidade de trabalho no SI: Joule
Unidade de potência: Watt >>>>

1kW (1 quilowatt) = 1000W


1MW (1 megawatt) = 1000000W = 1000kW
1cv (1 cavalo-vapor) = 736W
1HP (1 horse-power) = 746W

54
Trabalho e energia
Cálculo matemático de energia
Desejando ter uma noção mais profunda sobre o significado de
integração ao longo do tempo, devemos recorrer às definições
matemáticas. Relembremos os seguintes conceitos...
-área sob a curva;
-integração entre limites.
A área sob a curva de uma função que varia ao longo do tempo é
dado pela expressão:
Suponhamos o gráfico a seguir, no qual vimos representada a
função f(t) variando ao longo do tempo.

55

Creder, Hélio, 2008


Trabalho e energia
Cálculo matemático de energia
Se quisermos saber a área sob a curva representada pela função
f(t), teremos que fazer a integração entre os limites 0 e t1 desta
função.
Também na eletricidade podemos exprimir a variação da potência
ao longo do tempo e fazer a integração entre os limites
considerados para obtermos a área sob a curva, que representa a
energia consumida.

56

Creder, Hélio, 2008


Trabalho e energia
Cálculo matemático de energia
Vamos supor que desejemos saber a energia consumida em 10
horas de funcionamento de um forno elétrico que consome a
potência constante de 20kW. Esses dados são representados no
gráfico abaixo.

Aplicando a expressão matemática, temos:

Como temos uma função constante, é fácil saber a área do


retângulo representado por W:
57
W=20x10=200 kWh

Creder, Hélio, 2008


Trabalho e energia
Cálculo matemático de energia
Neste exemplo, o valor da potência não é mais constante, ou seja,
varia desde zero até um valor qualquer, de forma linear.
Seja o gráfico a seguir, no qual temos uma carga variando desde
zero até 10 kW em 30 horas.

Aplicando a expressão matemática, temos:

Agora P não é mais constante e sim variável com o tempo;


segundo a equação de uma reta passando pela origem e com
coeficiente angular 10/30 ou 1/3,
58

Creder, Hélio, 2008


Trabalho e energia
Cálculo matemático de energia
Substituindo na equação, temos:

Como se trata de um triângulo, poderíamos obter facilmente este


valor calculando a área desta figura geométrica:

59

Creder, Hélio, 2008


Trabalho e energia
Cálculo matemático de energia
Vamos supor um consumidor qualquer que, no tempo t=0
(quando foi iniciada a medição), consumia 20 kW e, após 10 horas
de consumo, a demanda passou, linearmente, para 50kW.
Qual a energia consumida?
Graficamente, temos a representação do consumo:

A reta que exprime a variação da potência tem a seguinte expressão


matemática: P=3t + 20

O mesmo resultado será obtido pela área do trapézio:


60

Creder, Hélio, 2008


Trabalho e energia
Cálculo matemático de energia
Quando a variação desta função não é linear, a integração
matemática poderá ficar extremamente difícil, só sendo resolvida
por aproximações.

Em qualquer instalação elétrica, a potência em jogo no circuito é


quase sempre variável, em especial considerando-se uma grande
instalação como edifícios, bairros, cidades etc.; em cada hora a
potência solicitada dos geradores varia conforme o tipo de
consumidor.
Os medidores de energia operam a integração da função potência
ao longo do tempo considerado.

61

Creder, Hélio, 2008


Resistores em série: dois ou mais resistores estão em série
quando são percorridos pela mesma corrente elétrica.
Neste tipo de associação, a resistência equivalente é a soma de
todos os resistores envolvidos e todos os resistores estão
submetidos à mesma corrente, ou seja, Req=R1+R2+R....

Também se pode dizer que a soma das tensões nos resistores da


associação é igual à tensão total fornecida pela fonte.

62
Resistores em série:

Exemplo
Dados: R1=120 Ω, R2=120 Ω, R3=60 Ω ==> Req=120+120+60=
300 Ω
Outro exemplo
Dados: R1=18 Ω, R2=36 Ω ==> Req=18+36= 54 Ω

63
Exercitando
Analise o circuito abaixo esquematizado.

a) Este é um circuito em série ou em paralelo?


b) Calcule a resistência equivalente dele.
c) Calcule a intensidade da corrente total que sai da bateria.
d) Qual o valor da corrente que passa em cada resistor?
e) Calcule a potência total do circuito.
64
f) Calcule a voltagem em cada resistor.
g) Calcule a potência dissipada em cada resistor.
Resistores em paralelo: dois ou mais resistores estão em paralelo
quando estão submetidos à mesma ddp.

Nessa associação, todos os resistores estão submetidos à mesma


ddp e diferentes correntes individuais.

A corrente se divide por cada um dos resistores da associação.


O inverso da resistência equivalente (1/Req) é igual a soma dos
inversos de cada resistor, ou seja:

1/Req = 1/R1+1/R2+1/R3...>>>

65
Resistores em paralelo:
Exemplo
Dados: R1= 120 Ω, R2=120 Ω e R3=60 Ω em paralelo.
Tensão 24 Volts.

24 V

66
Resistores em paralelo:
Exemplo

24 V

Como R=V/I, logo, I=V/R e cada resistor possui sua corrente


individual e todos estão sob a mesma ddp,
IR1=V/R1 => 24/120 = 0,2 A
IR2=V/R2 => 24/120 = 0,2 A
IR3=V/R2 => 24/60 = 0,4 A
67
Logo, corrente total = 0,2+0,2+0,4 = 0,8 A
Então, já que R=V/I => Req = 24 / 0,8 = 30 Ω
Resistores em paralelo:
Exemplo

24 V

De outra maneira, 1/Req = 1/R1+1/R2+1/R3


1/Req = 1/120+1/120+1/60 (mmc-120,120, 60=120)
1/Req =1+1+2/120
68
1/Req =4/120 >>> Req =120/4=30 Ω
Porém, temos mais uma maneira. Com os mesmos dados.
Resistores em paralelo:
Exemplo

24 V

Podemos fazer de dois em dois resistores, da seguinte maneira.


R1xR2/R1+R2 => 120x120/120+120 = 60
Em seguida faz-se este resultado com o resistor que está faltando
69
60x60/60+60=30 Ω
Exercitando
Analise o circuito abaixo esquematizado.

a) Este é um circuito em série ou em paralelo?


b) Calcule a resistência equivalente dele.
c) Calcule a potência total do circuito.
d) Qual o valor da voltagem em cada resistor?
e) Calcule a intensidade da corrente elétrica que passa em cada
resistor.
f) Calcule a potência dissipada em cada resistor. 70
Circuito misto de resistores: É uma associação composta de
resistores tanto em série, como em paralelo no mesmo circuito.

Exercício:
24 V
Resp: ?

71
Circuito misto de resistores:

Exercício:
Resp: ?

24 V

72
Circuito misto de resistores:

Exercício:
Resp: ?

24 V

73
Divisor de tensão

Um divisor de tensão nada mais é do que um circuito formado


por uma associação em série de resistores em que, através da
corrente comum entre ele, podemos calcular a queda de tensão
em cima de cada um dos elementos da associação.

74
Divisor de tensão

Determinar os valores de R1, R2, R3, de forma que as cargas ligadas


no divisor de tensão operem dentro das condições especificadas.

R1= ? Ohms
R2= ? Ohms
R3= ? Ohms
Req= Ohms

75
Divisor de tensão

Determinar os valores de R1, R2, R3, de forma que as cargas ligadas


no divisor de tensão operem dentro das condições especificadas.

R1=50/0,1=500 Ω
R2=120/0,08=1500 Ω
R3=30/0,04=750 Ω

BP1=150/0,02=7500 Ω 76
BP2=30/0,04=750 Ω
Associação de baterias/pilhas
Associação serie
Numa associação em série, duas pilhas são conectadas de forma
que o pólo positivo de uma se ligue ao pólo negativo da outra e
os pólos da extremidade estão livres para se conectarem ao
circuito.
Nesta associação, a ddp é a soma do potencial individual de cada
pilha, ou seja, 3.0 V e a corrente total “it” fornecida ao circuito
tem valor igual às correntes que saem de cada pilha, nesta
associação.

77
Associação de baterias/pilhas
Associação paralela
Numa associação em paralelo, duas pilhas são conectadas de
forma que o pólo positivo de uma se ligue ao pólo positivo da
outra e o mesmo acontece com os pólos negativos. E destes pólos
saem as pontas que se ligarão ao restante do circuito.
Nesta associação, a ddp resultante da associação é igual em valor
da ddp individual de cada pilha. A corrente elétrica total “it”
fornecida ao circuito é dividida entre as pilhas de forma que
somando-se a corrente que cada pilha fornece ao circuito se tem
a corrente total consumida pelo circuito em paralelo.

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Associação de baterias/pilhas
Série: soma a tensão mantem a corrente
Paralelo: soma a corrente mantem a tensão

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Associação de baterias/pilhas
Exemplo:

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Associação de baterias/pilhas

Exemplo: Uma bateria de 6 Volts está temporariamente curto-


circuitada. A corrente de curto-circuito Icc é de 30 A. Qual é a
resistência interna ?
R=V/Icc >>> 6/30=0,2 Ω

Obs: sem resistência interna a corrente de curto-circuito tenderia


para o infinito!!!
Exemplo p/Constatação

Numa bateria de automóvel de f.e.m. de 12 V, a corrente de


curto-circuito é da ordem de 102A.
Qual é a ordem de grandeza da resistência interna? 81
Associação estrela triângulo

Estes tipos de associação são usados em sistemas elétricos


trifásicos. No nosso caso, utilizaremos este tipo de associação
para resolver certos circuitos, para os quais o desdobramento em
associações básicas, como série e paralelo, não é possível.

82
Associação estrela triângulo

fórmulas básicas

Obs: no caso de uma associação balanceada (resistências iguais),


vale a seguinte relação:

R(Δ)=3xRY & RY=R(Δ)/3

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Lei de Kirchhoff
Autor: Gustav Robert Kirchhoff, físico nascido na Rússia.
Facilitam a resolução de circuitos com associações mistas de
resistores.
Precisa-se definir o que são Nós e Malhas:

Nó: é um ponto onde três (ou mais) condutores são ligados.


Malha: é qualquer caminho condutor fechado.

Nó: b, e
Malha: b-c-d-e, a-b-e-f

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Lei de Kirchhoff
A 1ª lei de Kirchhoff, ou lei dos nós, ou ainda, lei das correntes
está ilustrada na figura seguinte.

Visto em circuito paralelo


Enunciado: A soma algébrica das correntes que chegam a um nó
é igual à soma algébrica das correntes que saem desse nó

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Lei de Kirchhoff
A 2ª lei de Kirchhoff, ou lei das malhas, diz o seguinte:
“Percorrendo-se uma malha, em um mesmo sentido, a soma das
tensões nos elementos do circuito encontrados é igual a zero”
Ex: -E2+I2R2+I3R3=0

Visto em circuito série 86


Exercitando...Fazendo-se uso das leis de Ohm e Kirchhoff, calcule
o valor de R e I na figura abaixo.

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Exercitando...Calcule o valor da ddp fornecida pela fonte de
alimentação do circuito abaixo:

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Exercitando...Determine a leitura do voltímetro e do amperímetro
neste circuito.

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