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Custo-Benefício da Sustentabilidade

P LARa

Ao implantar ações sustentáveis, as empresas estão não apenas contribuindo


para redução de emissores poluentes, mas também beneficiando a cadeia de
envolvidos (acionistas, clientes, funcionários, fornecedores, comunidade,
governo e meio ambiente), favorecendo o uso adequado dos recursos e,
respectivamente, a redução de custos.

Zambon e Ricco (2009) afirmam que a sustentabilidade organizacional gera


retorno para as empresas.

Imagem, reputação, relacionamento, vendas, produtividade dos


funcionários e lucro são algumas das formas de obter vantagem
competitiva através de ações empresariais sustentáveis. Vale
salientar que, apesar de todas estas possibilidades, é bastante
incipiente a adoção deste tipo de prática nas empresas, seja pelos
altos investimentos demandados em alguns casos ou, principalmente,
pela cultura organizacional que ainda resiste à mudança (ZAMBON;
RICCO, 2009, p. 8-9).
Empresas com fins lucrativos apostam na sustentabilidade como um modelo de
gestão “[…] para manter a presença competitiva da organização por longo
prazo, com garantia de acesso a bens e serviços, através da preservação,
conservação e reposição de recursos e serviços proporcionados pelo Capital
Econômico e Financeiro, Capital Natural, Capital Humano e Capital Social”
(FURTADO, 2005, p. 22).

Práticas sustentáveis não somente proporcionam redução de custos, mas


também oferecem rentabilidade e vantagem competitiva aos negócios.
Conforme Porter apud Gomes (2005, p. 31), “[…] a sustentabilidade de uma
empresa poderá ser medida pela capacidade de manter seu desempenho
acima da média no longo prazo, ou seja, de ter uma vantagem competitiva
sustentável”, e, nesse contexto, é necessário considerar sua adaptação ao
mercado e suas mudanças.

Tachizawa (2011) afirma que, em qualquer segmento da economia, a gestão


ambiental é considerada importante ferramenta para capacitação de condições
de competitividade para as empresas. Nesse sentido, as organizações tornam-
se mais competitivas, pois ao reduzir custos estão aptas a praticar melhores
preços, além de adquirem novos clientes pelas manifestações socialmente
responsáveis (SEBRAE, 2012a).

Para Gomes (2005), a sustentabilidade confirma a necessidade de estimar os


impactos decorridos das atividades industriais e avaliar a responsabilidade das
empresas enquanto catalisadoras de políticas de inclusão social, bem como de
uso racional e cuidado dos recursos naturais. Essa estimativa tem, como
elementos essenciais, a “potencialização dos impactos positivos e […]
minimização dos negativos e seus controles no momento das decisões
econômicas” (GOMES, 2005, p. 10).

De acordo com Dias (2009), a otimização do uso de recursos naturais e


energia e a redução de resíduos e emissões ao meio ambiente são estratégias
de prevenção que geram benefícios para a empresa, como a redução de
custos de produção e um melhor posicionamento frente ao mercado, além de
melhorar a qualidade do produto por meio de processos eficientes. A
diminuição dos resíduos externados ao meio ambiente e a prática de 34
controle da poluição possibilitam às empresas obter diversos benefícios
financeiros:

[...] a) menores gastos com matéria-prima, energia e disposição de


resíduos, com menor dependência de instalações de tratamento e de
destinação final de resíduos; b) redução ou eliminação de custos
futuros decorrentes de processos de despoluição de resíduos
enterrados ou de contaminação causada por eles; c) menores
complicações legais (que representam ganhos obtidos pelo não-
pagamento de multas ambientais); d) menores custos operacionais e
de manutenção; e) menores riscos atuais e futuros, a funcionários,
público e meio ambiente e, consequentemente, menores despesas
(KINLAW apud DIAS, 2009, p. 50-51).
Conforme o SEBRAE (2012a), as empresas que aderem às práticas de
cuidado com o meio ambiente, por meio da gestão sustentável, tendem a
reduzir custos, pois praticam o consumo racional de água, redução do
consumo de energia, consomem menor quantidade de matérias-primas,
atenuam sobras de produção, realizam o reaproveitamento de materiais e
resíduos, tendo como consequência a diminuição de gastos com o controle de
poluição, motivando a redução de desperdícios. Essas alterações aumentam a
competitividade das empresas, pois permitem uma política de preços
diferenciada e proporcionam aumento da carteira de clientes, pela difusão da
responsabilidade social, já que os consumidores estão valorizando cada vez
mais a atribuição da sustentabilidade nos produtos e serviços.

É possível obter esses benefícios por meio de adequações estruturais, de


processos e de novas tecnologias. Dias (2009) evidencia que, na maioria dos
casos, a diminuição da contaminação não está vinculada a investimentos,
apenas a otimização dos recursos dos processos produtivos e de sua gestão.
Dessa forma, é possível que a indústria diminua o uso de matéria-prima,
reduza as emissões de poluição, torne-se mais responsável em relação à
sociedade e ao meio ambiente e permita a criação e distribuição de renda.

Nesse contexto, para que se possam obter ganhos, faz-se necessário


compreender a adequação e incorporação dos princípios da sustentabilidade
na empresa. No aspecto ambiental, a redução de consumo de energia e
matéria-prima, o descarte adequado de resíduos e a otimização do processo
de produção possibilitam ganhos sociais, que podem ser encontrados em
relações éticas com clientes e fornecedores e na participação cidadã nas
comunidades, bem como ganhos econômicos, à medida que a empresa é
entendida como agente de estímulo à qualidade de vida de todos os envolvidos
(SEBRAE, 2012b).

LINK:
https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/776/1/2014JulianaDadall.pdf

Para Braga (2007), os stakeholders necessitam de uma tradução dos benefícios e malefícios
causados ao meio ambiente, bem como os efeitos destes no patrimônio das entidades por
meio da expressão monetária.

Rosa (2011) com base nesses dois pilares (meio ambiente e patrimônio) demonstra que a
contabilidade ambiental surge e se aprimora, visando o reconhecimento, registro, mensuração
e avaliação dos mais diferentes aspectos ambientais relacionados às atividades
organizacionais, tais como: (i) investimentos, (ii) equipamentos, (iii) infraestrutura, (iv) receitas
(ex.: venda de reciclados, prestação de serviços ambientais etc), (v) custos e despesas, (vi)
passivos, entre outros.

Segundo Vellani e Hiroshi (2009) autores envolvidos no estudo da contabilidade ambiental


consideram custos ambientais como gastos ambientais incorridos diretamente e
indiretamente na produção e despesas como os gastos com o gerenciamento dos processos de
preservação, controle e recuperação do meio ambiente. Zanluca (2005) define custos
ambientais como os gastos aplicados direta ou indiretamente no sistema de gerenciamento
ambiental do processo produtivo. Para Carvalho, Matos e Moraes (2000, p. 15) correspondem
a todos aqueles gastos relacionados direta ou indiretamente com a proteção do meio
ambiente e que serão ativados em função de sua vida útil.

Durán e Publia (2007) abordam que a segregação, contabilização e gerenciamento dos custos
de natureza ambiental são fundamentais para apurar as informações elementares ao processo
de gestão econômica da empresa.

Para Hansen e Mowen (2001) demonstram que a gestão eficaz dos gastos ambientais pode
levar a uma redução de custos e gerar vantagem competitiva. Como consequência, na
presente pesquisa, compreende-se que os gestores necessitam apresentar para os distintos
stakeholders informações sobre gestão socioambiental e seus efeitos no patrimônio, na
sociedade e no meio ambiente. Para satisfazer esta demanda vários estudos auxiliam o
processo de gestão e tomada de decisões, sendo um deles a gestão de custos ambientais. Por
conseguinte, se entende como custos ambientais aqueles gastos com prevenção, controle e
recuperação de impactos das atividades da empresa sobre o meio ambiente e sociedade.

LINK: http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero3v9/sustentavel.pdf

inclusive amg, acho q esse link resume tudokkk

lê esses aqui tb:

https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/139.pdf

http://anpcont.org.br/pdf/2018_CUE194.pdf

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