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RESPOSTA TÉCNICA – Serpentário

Serpentário

Dispõe de informações sobre criação de cascáveis


para visitação recreativa e extração do veneno.

Instituto Euvaldo Lodi – IEL

Outubro/2014
RESPOSTA TÉCNICA – Serpentário

Resposta Técnica LOPES, Vinícius Santana


Serpentário
Instituto Euvaldo Lodi – IEL
7/10/2014
Dispõe de informações sobre criação de cascáveis para visitação
recreativa e extração do veneno.
Demanda Gostaria de informações sobre a instalação de um
serpentário de cascavéis, destinados a visitação e extração
de veneno, aspectos legais, ambientais e normas para
instalação do serpentário.
Assunto Criação de outros animais não especificados anteriormente
Palavras-chave Cobra; criação; sistemas de criação; serpentário

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RESPOSTA TÉCNICA – Serpentário

Solução apresentada

Serpentário

A manutenção de um serpentário exige que sua estrutura seja bem planejada e complexa,
haja vista que podem abrigar desde centenas a milhares de serpentes. Para criá-las deve
ter o mínimo de conhecimento sobre as condições ambientais básicas que cada espécie
necessita e por isso é imprescindível “ter pessoal altamente qualificado e programas
permanentes de vigilância, revisão e aperfeiçoamento do sistema, etc., diferente, portanto,
da criação de uns poucos animais de exposição ou de estimação” (MELGAREJO-GIMÉNEZ,
2002).

Criação de cobras

Para criar as serpentes, deve-se oferece-las um ambiente que imite seu habitat natural , que
possa contar com boas instalações afim de garantir sua sobrevivencia. Para isso, é
recomendado que a estrutura possua “uma sala de quarentena, um laboratório, um biotério,
estruturas para criação externa, berçário e a área de serpentário extensivo” (MORGAN,
2010).

A sala de quarentena será o espaço daqueles animais que estejam com


algum problema ou que precisem ficar em observação constante. Uma
regra importante é levar todos os animais que chegam ao serpentário para
essa instalação, uma vez que certos parasitas podem “habitar” um
determinado gênero sem se manisfestar e, quando compartilharem o
mesmo espaço com outros animais, os recém-chegados podem transmiti-
los (MORGAN, 2010).

As pesquisas e aplicação de medicamentos serão realizadas no laboratório.


O biotério é destinado para a criação e manutenção de camundongos e
ratos utilizados na alimentação das serpentes. Em biotérios também se
criam aves, insetos e outros répteis que servirão de alimentos. De acordo
com o professor Dr. Stefan Tutzer, no curso Criação de Serpentes,
elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “na reprodução é
necessário evitar a consanguinidade. Por esse motivo, o controle das
famílias dos roedores precisa ser muito bem feito” (MORGAN, 2010).

MELGAREJO-GIMÉNEZ, (2002), cita dois tipos de serpentários, chamados de semi-


extensivo “onde os ofídios são mantidos em parques coletivos, manejados em áreas abertas
limitadas” e outro chamado de serpentário intensivo, onde os animais ficam alojados em
câmaras individuais. Deve-se optar por um dos dois tipos, que dependerão “de diversos
fatores relacionados aos objetivos da criação, sua localização geográfica, etc”.

O serpentário semi-extensivo “é apropriado para estabelecer o manejo de monoculturas de


serpentes por períodos longos, quando se dispõe de uma área extensa, situada dentro da
distribuição da espécie em questão, da qual se deva obter grandes quantidades de veneno
de qualidade homogênea”. Neste tipo de serpentário o clima deve ser “o mesmo ou muito
semelhante com aquele nativo das serpentes a serem criadas, e isto envolve também a
acessibilidade da área, a existência de um centro hospitalar próximo (para o caso de
ocorrerem acidentes), de água potável, energia elétrica e comunicações”, contando também
com “características geológicas do terreno que permitam a instalação – como sua
inclinação, a permeabilidade do solo etc.”. Dentre as vantagens deste tipo de serpentário
cita-se “amplos espaços que permitem às cobras se movimentarem entre a fonte de água,
num extremo, e os abrigos, no outro, aproveitando ao máximo elementos naturais como
banhos de sol, chuvas e ventos” possibilitando a autotermorregulação; “A convivência em
grupos densos é benéfica, mas requer vigilância especialmente por rivalidade alimentar ou
durante o período de acasalamento” (MELGAREJO-GIMÉNEZ, 2002).

O serpentários intensivo é o mais utilizado pois “devem criar um variado número de


espécies, provenientes de diversos climas, em uma área bastante reduzida. Esse tipo de
serpentário proporciona uma forma simples de manutenção, com facilidade para a vigilância
dos animais, em relação àalimentação e reprodução” contribuindo também para controlar

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fatores como temperatura e umidade. Dentre as desvantagens deste sistema cita-se “a


impossibilidade das serpentes realizarem termorregulação apropriada, obrigando a uma
climatização em parâmetros que nem sempre são adequados para todos os espécimes. O
espaço reduzido causa, ao longo dos anos, uma certa atrofia muscular por falta de
exercício” fazendo com que as serpentes se tornem obesas. Outra desvantagem diz
respeito a falta de contato com elementos naturais, não permitindo “um perfeito equilíbrio
fisiológico das serpentes. Isso se torna evidente pela facilidade com que os animais
adoecem; e é particularmente arriscado por facilitar o surgimento de enfermidades
contagiosas que, às vezes, são difíceis de controlar” (MELGAREJO-GIMÉNEZ, 2002).

Nos espaços de um serpentário, observa-se os seguintes itens em comum (MELGAREJO-


GIMÉNEZ, 2002):

 A sala de um serpentário deverá ter algumas características


indispensáveis para permitir tanto o conforto dos animais quanto a
segurança e o conforto da equipe de tratadores. A área física ideal
depende do tipo de caixas e do número de animais a serem criados.
[...] piso não poroso e sem rodapés, portas com visor e fechamento
com boa vedação. Uma boa iluminação ambiental é essencial.
Estantes laváveis e com o mínimo de dobras ou frestas,
preferivelmente com rodízios – desde que não alterada sua
estabilidade – para permitir seu deslocamento e uma melhor
limpeza e desinfecção das mesmas e das paredes. O número de
caixas por sala deve ser limitado, tentando assim evitar doenças
transmissíveis com perda de muitos animais. Aconselha-se não
ultrapassar o número de 50 serpentes por sala. Nosso serpentário
pode comportar normalmente entre 80 e 100 serpentes por sala. A
acomodação das caixas nas prateleiras deve permitir um manuseio
confortável, evitando, se possível, ultrapassar a altura dos membros
da equipe; e a primeira fileira deve ter um vão considerável acima
do piso. O ideal seriam três ou quatro fileiras horizontais de caixas,
dependendo do tamanho das mesmas. A temperatura ambiente
geralmente deve oscilar entre 25º C e 28º C. Algumas espécies ou
circunstâncias que requeiram condições especiais podem ser
atendidas na própria caixa, graças à existência de diversos tipos de
aquecedores no mercado (de cerâmica, pedra aquecedora, placa,
cabo, lâmpadas especiais). A umidade ambiente depende da
necessidade de cada espécie. Pode-se preconizar uma umidade
confortável para o trabalho (cerca de 60%) e promover, dentro das
caixas de manutenção, um aumento da mesma por meio de
recipientes de água porosos, como os potes de barro. A iluminação
nas salas deve ser adequada às atividades da equipe de tratadores.
Dado que a maioria das espécies peçonhentas é noturna, deve ser,
sempre que possível, respeitado o ‘fotoperíodo’ natural, desligando
a iluminação à noite. Estados especiais, como a prenhez em
espécies vivíparas, podem necessitar de cuidado particular. Existem
no mercado atualmente diversos tipos especiais de iluminação
artificial, como lâmpadas fluorescentes e incandescentes
(MELGAREJO-GIMÉNEZ, 2002).).

 Caixa: uma caixa para manutenção de serpentes deve reunir uma


série de condições gerais, independente de peculiaridades, tais
como o tipo e o tamanho da serpente a ser mantida. Em primeiro
lugar, estão as características referentes a sua ‘confiabilidade’, no
sentido de ter uma construção sólida, em material resistente
(inclusive a eventuais quedas), com acesso amplo, sistema de
fechamento fácil e vedação total, além de um travamento seguro. A
caixa deve, dentro do possível, possuir um visor para permitir uma
fácil e rápida vistoria diária, além de se observar o posicionamento e
atitudes da serpente antes de sua abertura para atividades de rotina
e manuseio. Se possível, deve-se evitar o uso de vidro, pois este,
quando quebrado, pode ferir tanto o tratador quanto a serpente, e
também facilitar a fuga da mesma. Em segundo lugar, a caixa deve
ser ‘prática’ no manejo – leve, sem bordas cortantes ou quinas
acentuadas, e com algum sistema de alça que facilite o uso –, além

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da necessária estabilidade e acomodação nas prateleiras ou


suportes da sala. Finalmente, deve ser ‘higiênica’, permitindo
limpeza e desinfecção rotineiras e ser dotada de um bom sistema
de ventilação(MELGAREJO-GIMÉNEZ, 2002).

 Substrato – elemento importante para promover conforto animal,


podem ser feitos de maravalha papel de jornal ou papelão
ondulado, “um refúgio, que pode ser um tijolo oco, um vaso de
planta furado e invertido, um tronco oco ou um canudo de papel”
(ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002).

Extração do veneno

LAZZARI (c2014) esclarece que:

A partir de um ano de idade, a serpente já está pronta para a extração de


veneno. Este é produzido por duas glândulas especiais, localizadas na
cabeça, atrás e abaixo dos olhos. Estas estão conectadas a dentes
especiais, são as chamadas presas inoculadoras. Quando se extrai esse
veneno, esvaziam-se as glândulas totalmente. Elas voltam a se encher em
um período máximo de duas semanas.

Para iniciar o processo de extração, alguns materiais são necessários: vidro esterilizado,
gominhas de borracha, plástico preto – retalhos, recipiente para colocação do vidro com
veneno, durante a extração, gelo (LAZZARI, c2014).

Depois de preparar o o material segue-se as seguintes etapas para extração do veneno


(LAZZARI, c2014):

 Imobilize o animal, de forma que este fique tranquilo;


 Comprima manualmente as duas glândulas na parte de trás da cabeça
da serpente, fazendo uma pressão moderada para o animal abrir a
boca;
 Apoie as presas à borda do recipiente de vidro e, com um movimento,
faça-as perfurarem o plástico;
 Pressione as glândulas de veneno, este fluirá para o interior do vidro
(LAZZARI, c2014).

Depois de extraído o veneno, este deverá passar por um processo chamado


de liofilização, que desidrata e cristaliza o líquido, transformando-o em
minúsculos cristais. Ele será centrifugado, embalado, congelado e estocado
para posterior destinação. Para a produção de um grama de veneno
cristalizado, são necessárias aproximadamente 30 serpentes, isso sem
esquecer que é preciso respeitar o período de descanso entre as extrações
(LAZZARI, c2014).

Normas , instruções para serpentários

A implementação de um serpentário deve ser orientada pelo IBAMA de acordo com a


Instrução Normativa nº 169, de 20 de fevereiro de 2008 e o Decreto 6.099, de 26 de Abril de
2007. Conforme a Instrução Normativa nº 169 serpentário devem ser inscritos no Sistema
Nacional de Gestão de Fauna (BRASIL, 2008).

De acordo com Instrução Normativa nº 169 o projeto técnico apresentado junto ao órgão
competente deve ser composto por número da autorização prévia, documentação jurídica,
projeto arquitetônico, croqui de acesso à propriedade, um plano de trabalho e declaração de
fontes de recursos financeiros para construção e manutenção do empreendimento. O
projeto arquitetônico do serpentário deve conter (BRASIL, 2008):

Planta de locação ou situação, planta localização, planta baixa e planta de


cortes), projetos de instalações (hidráulica, sanitária, elétrica e lógica,
telefonia e pontos de internet), caderno de especificação, cronograma físico-
financeiro, planilha de custo da obra, elaborado por profissional competente,

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em escala compatível tecnicamente com a visualização da infraestrutura


pretendida na propriedade, com memorial descritivo das instalações (piso,
substrato, barreira física, abrigos e ninhos, sistemas contra fugas, sistemas
de comedouros e bebedouros, sistemas de resfriamento e aquecimento
quando necessários, dimensões dos recintos e equipamentos, dados sobre
espelho d´água se a espécie exigir), identificação dos recintos de acordo
com as espécies pretendidas com indicação da densidade máxima de
ocupação por recinto e medidas higiênico-sanitárias estruturais (BRASIL,
2008).

Plantel pretendido, sistema de marcação utilizada, plano de emergência


paracasos de fugas de animais; medidas higiênico-sanitárias, dieta
oferecida aos animais de acordo com seu hábito alimentar, medidas de
manejo e contenção, controle e planejamento reprodutivo, cuidados
neonatais, quadro funcional pretendido por categoria, modelo de registro
para o controle de entrada e saída de animais e,modelo de fichas para
acompanhamento diário dos animais (procedimentos clínicos e cirúrgicos,
nutricional e necropsia) (BRASIL, 2008).

O Brasil possui uma legislação específica que trata deste assunto, a


Portaria IBAMA nº 118/97, que permite a implantação de criadouros
comerciais de serpentes para produção de veneno; porém, é bom
esclarecer que essa é uma atividade que envolve um grande volume de
recursos financeiros. Há fatores limitantes que devem ser levados em conta
quando se pensar em instalar um negócio nesse ramo (LAZZARI, c2014).

Para montar um criadouro, o interessado deve enviar, primeiramente, ao


órgão competente de sua região, a chamada carta-consulta, que deve
conter os objetivos, as espécies que pretende criar e o local onde será
destinado o criadouro. Sendo aprovado nessa primeira etapa, o interessado
deverá apresentar um projeto mais abrangente e detalhado de como a área
será usada os objetivos gerais da criação(LAZZARI, c2014).

O IBAMA irá fazer uma vistoria no local e, se tudo estiver dentro das
exigências estabelecidas, o futuro criador obterá o registro, que autoriza a
criação do negócio. As regras estabelecidas (Portaria nº 118/97), que
versam sobre a normalização de criadouros de animais da fauna silvestre
brasileira, devem ser seguidas e o proprietário do criadouro precisa ficar
atento às alterações na legislação, pois, frequentemente, este criadouro
será visitado por fiscais do IBAMA (LAZZARI, c2014).

Conclusões e recomendações

Recomenda-se que o cliente busque informações complementares através de todos os sites


citados nessa resposta técnica. É importante, se possível, contar com o apoio de um
profissional especialista da área de Veterinária e ou Biologia.

Fontes consultadas

BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -


IBAMA. Instrução Normativa nº 169, de 20 de Fevereiro de 2008. Institui e normatiza as
categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro em território brasileiro. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 fev. 2008. Disponível em:
<http://www.ibama.gov.br/category/1?download=66:169-2008>. Acesso em: 03 out. 2014.

_______. Portaria nº 118-N / 97, de 15 de outubro de 1997. Dispõe sobre os criadouros


comerciais da fauna silvestre brasileira. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 15 out. 1997. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/cartas-topo-bh-sao-
francisco/category/77-legislacao_fauna?download=5571%3A1997_ibama_portaria_118-N-
1997_criador_comercial_silvestre>. Acesso em: 03 out 2014.

LAZZARI, Natália Mayrink De. Serpentes: como criá-las e extrair o seu veneno dentro
das normas do IBAMA. [Viçosa?], c2014. Disponível em: <http://www.cpt.com.br/cursos-

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animais-silvestres/artigos/serpentes-como-cria-las-e-extrair-o-seu-veneno-dentro-das-
normas-do-ibama>. Acesso em: 03 out. 2014.

MELGAREJO-GIMÉNEZ, Aníbal Rafael. Criação e manejo de serpentes. In: ANDRADE,


A.; PINTO, S.C.; OLIVEIRA, R.S. (Org.). Animais de Laboratório: criação e experimentação.
Rio de Janeiro: FIOCRUZ. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/sfwtj/03>. Acesso em:
02 out. 2014.

MORGAN, Ariádine. Instalação necessária para criar serpentes. [Viçosa?], 2010.


Disponivel em: <http://www.cpt.com.br/noticias/instalacao-necessaria-para-criar-serpentes>.
Acesso em: 01 out. 2014.

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