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Jesus Cristo ordenou aos seus seguidores: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as

nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar


todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema
de coisas.” (Mateus 28:19, 20) As Testemunhas de Jeová obedecem a esta ordem em mais de 230
terras. Todo mês, durante seu ano de serviço de 1997, dirigiram em média 4.552.589 estudos
bíblicos domiciliares em todo o mundo.

Se você tiver o privilégio de dirigir um estudo bíblico domiciliar, poderá aguardar preparar-se
antecipadamente para desafios que exigirão que use a arte da persuasão. Por exemplo, suponha que
na sua próxima sessão de estudo surja uma pergunta sobre a Trindade. O que fará se sabe que seu
estudante crê nesta doutrina? Poderia dar-lhe uma publicação que considera este assunto. Depois
de a ter lido, você talvez descubra que ele ficou persuadido de que Deus e Jesus não são a mesma
pessoa. Mas, se persistirem algumas perguntas, o que poderá fazer?

Escute com atenção. Isto o ajudará a saber o que seu estudante já crê sobre determinado assunto.
Por exemplo, se o estudante disser: “Acredito na Trindade”, você talvez empreenda prontamente
uma consideração bíblica para refutar esta doutrina. Mas há diversas crenças a respeito da Trindade.
Seu estudante talvez creia em algo bastante diferente do que você definiria como a doutrina da
Trindade. O mesmo se pode dizer de outras crenças, tais como a reencarnação, a imortalidade da
alma e a salvação. Portanto, escute com atenção antes de falar. Não presuma que você saiba o que o
estudante crê. — Provérbios 18:13.

Faça perguntas. Estas poderiam incluir: ‘Acreditou sempre na Trindade? Já fez alguma vez um estudo
cabal do que a Bíblia diz sobre este assunto? Se Deus fosse parte duma trindade, não nos diria isso
clara e diretamente sua Palavra, a Bíblia?’ Para instruir o estudante, pare periodicamente para fazer
perguntas tais como: ‘Faz-lhe sentido o que abrangemos até agora?’ ‘Concorda com esta
explicação?’ Por seu hábil uso de perguntas, envolverá o estudante no processo de aprendizagem.
Ele não deve apenas ouvi-lo explicar um assunto.

Use argumentos válidos. Por exemplo, ao considerar a doutrina da Trindade, você poderia dizer ao
seu estudante: ‘Quando Jesus foi batizado, saiu uma voz do céu, dizendo: “Tu és meu Filho, o
amado.” Se Deus estava mesmo na Terra sendo batizado, será que ele projetaria sua voz para o céu
e de volta, a fim de que essas palavras pudessem ser ouvidas na Terra? Não seria isso enganoso?
Será que Deus, “que não pode mentir”, faria algo tão fraudulento?’ — Lucas 3:21, 22; Tito 1:1, 2.

Um argumento válido, apresentado com tato, muitas vezes é bastante eficaz. Considere o exemplo
duma senhora que chamaremos de Bárbara. Ela em toda a sua vida acreditava que Jesus era Deus e
que era parte duma trindade, que incluía o espírito santo. Mas, então, uma Testemunha de Jeová
lhe disse que Deus e Jesus são duas pessoas distintas, e mostrou-lhe textos para apoiar sua
declaração.b Bárbara não podia refutar a Bíblia. Ao mesmo tempo, ela se sentiu frustrada. Afinal, a
doutrina da Trindade lhe era muito preciosa.

A Testemunha argumentou pacientemente com Bárbara. “Se a senhora tentasse ensinar-me que
duas pessoas são uma mesma”, perguntou, “que relação familiar usaria para ilustrar isso?” Ela
pensou por um momento e depois respondeu: “Eu talvez usasse dois irmãos.” “Exatamente”,
respondeu a Testemunha. “Talvez até mesmo gêmeos idênticos. Mas quando Jesus nos ensinou a
encarar a Deus como o Pai e a ele mesmo como o Filho, que mensagem transmitiu?” “Entendo”,
respondeu Bárbara, com os olhos arregalados. “Ele descreve um como mais velho e com mais
autoridade.”

“É verdade”, respondeu a Testemunha, “e os ouvintes judeus de Jesus, vivendo numa sociedade


patriarcal, é que especialmente chegariam a essa conclusão.” Enfatizando seu ponto, a Testemunha
concluiu: “Se nós conseguimos encontrar uma ilustração tão apropriada para ensinar a igualdade —
a de irmãos kou de gêmeos idênticos — certamente Jesus, o Grande Instrutor, teria conseguido
também. Em vez disso, ele usou os termos ‘pai’ e ‘filho’ para descrever a relação entre ele mesmo e
Deus.”

Bárbara finalmente compreendeu o ponto, e o aceitou. Seu coração foi tocado com a arte da
persuasão.

Como lidar com emoções

Crenças religiosas bem entrincheiradas muitas vezes envolvem um componente emocional.


Considere o caso de Edna, uma católica devota. Seus netos adolescentes apresentaram-lhe claras
provas bíblicas de que Deus e Jesus não são a mesma pessoa. Edna entendeu o que ouviu. Mas, ela
declarou bondosa mas firmemente: “Eu creio na santíssima Trindade.”

É possível que você tenha tido uma experiência similar. Muitos consideram as doutrinas da sua
religião como se fizessem parte da sua própria identidade. Para persuadir tais estudantes da Bíblia
precisa-se de mais do que apenas uma lógica fria ou mesmo de uma série de textos para provar que
o ponto de vista da pessoa é errado. Situações assim podem ser bem resolvidas por se equilibrar a
arte da persuasão com a compaixão. (Note Romanos 12:15; Colossenses 3:12.) Admite-se que o
instrutor eficaz deve ter fortes convicções. Por exemplo, Paulo usou frases tais como “estou
convencido” e “sei e estou persuadido no Senhor Jesus”. (Romanos 8:38; 14:14) No entanto, ao
expressarmos nossas convicções, não devemos adotar um tom dogmático, autojusto, nem devemos
ser sarcásticos ou humilhar as pessoas ao apresentar as verdades bíblicas. Certamente não
queremos ofender nem insultar o estudante. — Provérbios 12:18.
É muito mais eficaz respeitar as crenças do estudante e reconhecer seu direito de tê-las. A chave é a
humildade. O instrutor que tem humildade mental não acha que seja inerentemente superior ao seu
estudante. (Lucas 18:9-14; Filipenses 2:3, 4) A persuasão piedosa inclui humildade, a qual na
realidade diz: ‘Jeová me ajudou misericordiosamente a entender isso. Permita-me que lhe mostre
isso.’

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