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Mesolítico

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Por volta de 10 000 a.C., ou seja, há cerca de 12 mil anos, no Período Mesolítico, deram-se várias transformações
climáticas que viriam a criar condições favoráveis para a prática da agricultura e criação de animais. A invenção
da agricultura ocorreu nos vales férteis dos grandes rios do Oriente Próximo, em uma região chamada Crescente Fértil.

No VIII milénio a.C. já se cultivavam cereais como trigo e cevada. O feijão, o milho e o arroz foram das primeiras
culturas que o homem realizou. Na mesma época animais como o cão, o carneiro ou a cabra já eram domesticados. O
homem passou assim de nômade a agricultor e pastor. Cria-se, assim, um novo tipo de economia, chamada de
economia de produção, em que os seres humanos já sabem produzir os alimentos necessários à sua sobrevivência,
graças à criação de animais e ao cultivo da terra.

Economia

Ver artigo principal: Economia do Neolítico


Com a criação de animais e a agricultura, o homem sentiu necessidade de se
fixar a um lugar. Surgiram assim as primeiras aldeias, normalmente juntas ou
próximas dos grandes rios como o Nilo, Eufrates, Tigre ou Jordão (Jericó),
devido à necessidade de água para regar e fertilizar os campos. No entanto,
há também aldeias em planaltos, como Çatalhüyük, na Anatólia.

Com a criação das aldeias e com uma nova economia, surgiu a


chamada divisão do trabalho e a diferenciação social. Esses dois novos
mecanismos de sobrevivência baseavam-se no sexo e na idade: os mais
Mapa da Europa neolítica no apogeu da
velhos exerciam a autoridade sobre os mais novos. Enquanto que os homens
expansão das áreas
se dedicavam aos rebanhos e à caça, as mulheres praticavam a agricultura e
do Danúbio e Mediterrâneo
encarregavam-se das tarefas domésticas, assim como na Revolução neolítica.
Com a criação dos aldeamentos, a população cresceu. À medida que isso
aconteceu, as tarefas e a divisão do trabalho foram-se tornando mais
complexas. Enquanto que uns produziam e cuidavam do gado e da terra, outros dedicavam-se à criação de vestuário e
à defesa do território. Assim, os guerreiros, curandeiros e sacerdotes passaram a ter mais autoridade sobre os outros,
destacando assim a diferenciação social.

Progressos técnicos
O Neolítico caracteriza-se essencialmente pelo surgimento da pedra polida, que era usada em machados e outros
instrumentos. Técnicas como a cerâmica, a tecelagem, cestaria, moagem, a descoberta da roda e a tração
animal mostram os grandes progressos técnicos observados neste período.

Religião
A arqueologia registra certas descobertas relativas aos períodos Paleolítico e do Neolítico que são por alguns
interpretadas - embora em caráter um tanto subjetivo - pela possibilidade de ter havido a primeira manifestação humana
de uma religião a qual baseou-se no culto à mulher,[2] ao feminino e a associação desta à Natureza, ao poder de dar a
vida.[3] Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal
por onde uma criança vem ao mundo" e cobertas por um pigmento de cor ocre vermelho, que simbolizava o sangue e
que estavam intimamente ligados ao ritual de adoração às estatuetas femininas. Constatou-se por escavações que
estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos,
localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas femininas.[4]

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