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nício

Tem tempo livre, talentos ou objetos que gostaria de vender? Conheça a


experiência de quem usa alguns sites que podem ajudar a ganhar dinheiro.

25 maio 2018 Arquivado

iStock

Traduções online
Carla Sofia Cardoso frequentava o terceiro ano da faculdade quando recebeu,
através do Facebook, uma proposta para fazer uma tradução urgente de inglês
para português. Só tinha de se inscrever na plataforma de prestação de
serviços Fiverr (www.fiverr.com/categories/writingtranslation/quality-translation-
services). Estudante do terceiro ano de Fisioterapia, nem hesitou. Já tinha
decidido fazer uma pausa nos estudos para ganhar dinheiro e pagar o curso. O
cliente gostou do resultado, e Carla passou a receber alguns trabalhos
periódicos.

Entretanto, inscreveu-se na Upwork (www.upwork.com/hire/translators), outra


plataforma de serviços, e foi conseguindo cada vez mais pedidos. Atualmente,
tem clientes americanos, ingleses, australianos, mas também indianos,
paquistaneses, chilenos e ucranianos. “Comecei a trabalhar na Fiverr por
curiosidade. Mas é na Upwork que tenho a maioria dos meus clientes e recebo
o meu salário-base. O Fiverr constitui um complemento, visto que o volume de
trabalhos e consideravelmente inferior”.

Para fazer uma boa tradução, é preciso dominar bem outro idioma. Em muitos
casos, são exigidos certificados de aptidão linguística e/ou experiência. Além
das plataformas acima, existem a Gengo (https://gengo.com/translators/), a
Unbabel (https://unbabel.com), uma startup portuguesa, ou a TranslatorsCafé
(www.translatorscafe.com).

Siga os guias de estilo ou as instruções para fazer traduções com qualidade.


Leia bem as condições de trabalho da plataforma onde se vai inscrever. Alguns
sites cobram a comissão antes mesmo de o potencial cliente fechar o acordo.

Vender fotografias
Reformado, Marques Valentim começou a trabalhar em Mocambique, em 1972,
quando estava no exército, e tornou-se fotógrafo profissional depois do 25 de
abril. Ao longo dos anos, acumulou um espólio considerável de imagens, que
vende à Atlântico Press, com quem fez um acordo de exclusividade. Por cada
foto vendida, recebe 50% do que a agência cobra. O preço pode variar
consoante o cliente. É diferente vender uma foto para uma publicação que
vende mil exemplares ou 20 mil. Quando morreu Mário Soares, a foto da
primeira pagina do jornal Público era sua.

Marques Valentim está confortável com esta parceria. “Vender as fotos a uma
agência é mais fácil. Não tenho de andar de porta em porta de jornais e
publicações, a tentar vender as minhas imagens. No final de cada mês,
enviam-me um relatório de vendas”. O fotógrafo, de 69 anos, divulga ainda o
seu trabalho no Facebook e no site pessoal. Sabe que corre o risco de as
imagens serem pirateadas. Por isso, estão em baixa resolução. “Há muitas
pessoas com talento, sensibilidade e bom equipamento. Vender fotos e uma
boa forma de obter um rendimento extra. Mas e importante que estejam
minimamente organizadas e catalogadas com data e legenda”, confirma José
Pacheco, responsável da Atlântico Press, que tem um banco de imagens e
compra fotos a profissionais e amadores.

Conselhos

 A concorrência é muita, não basta tentar partilhar qualquer foto. Editar a


imagem é requisito essencial. Catalogar e legendar também.
 Alguns sites são especializados em temas. Por exemplo, a Stockfood
tem apenas imagens de comida. Outros sites só se dedicam a fotos
tiradas com telemóveis e a vídeos.
 Disponibilizar as fotos em vários sites aumenta a exposição e a
possibilidade de cada fotografia ser vendida mais do que uma vez. Por
outro lado, há sites que exigem exclusividade e que até pagam mais por
isso.
 Analise as condições dos direitos de autor e decida se quer manter os
direitos sobre as imagens. Alguns sites permitem identificar as fotos com
o nome, o que pode ser interessante se quiser criar uma marca.
 Não se esqueça de que pode não controlar o uso que e dado as
imagens, pelo que deve fazer uma seleção criteriosa das fotografias que
põe à venda.
 Alguns bancos de imagens: www.istockphoto.com;
www.shutterstock.com; www.canstockphoto.com; www.stockfood.pt;
www.dreamstime.com; www.alamy.com; www.atlanticopress.pt

Responder a inquéritos
Muitas empresas de estudos de mercado precisam de recorrer a comunidades
numerosas, com diferentes perfis, para preencher inquéritos. E pagam por isso.
Se tem tempo e equaciona ganhar algum dinheiro, sugerimos três sites
portugueses: www.suaopiniaoconta.com;
https://comunidade.netsonda.pt; https://painel.multidados.com

Só precisa de fazer o registo e preencher o seu perfil. Depois basta começar a


responder aos questionários que lhe são enviados. A Marktest, conhecida
empresa de estudos de mercado, permite fazer dois inquéritos por mês. Por
cada um, recebe pontos, que variam com a dimensão do questionário, entre 75
e 2000. O único senão: os pontos só podem ser trocados por vales de oferta.
Por exemplo, 2000 pontos equivalem a um cheque-oferta de 10 euros.

A Netsonda tem três formas de pagamento: dinheiro, vales de oferta ou


doações a instituições de solidariedade social. Pode resgatar o saldo quando
atingir 25 euros. Já na Multidados, os pontos podem ser trocados por prémios
no site ou convertidos em dinheiro, creditado numa conta de PayPal. De
salientar que esta empresa não envia questionários por e-mail. Para preenchê-
los, é preciso aceder à sua área de utilizador. Filomena Silva preencheu
durante algum tempo questionários em sites estrangeiros. O trabalho, porém,
não a seduziu: “O fluxo de trabalho e pequeno, há muita concorrência, e só se
recebe depois de acumular um certo número de pontos que são creditados na
conta de PayPal”.

Não é obrigado a responder a todos os inquéritos que recebe. Mas só pode


receber dinheiro ou vales de compras após atingir determinados valores. Esteja
atento ao prazo máximo em que pode estar inativo para não perder o que já
acumulou. Pode receber pontos por cada amigo que se inscrever.

O pagamento em vales não obriga a coletar-se nas Finanças. Se for pago em


dinheiro, tem de passar um recibo verde ou emitir um ato único (estes obrigam
ao pagamento de IVA). Não é obrigado a fazer retenção na fonte se o
rendimento anual não ultrapassar os 10 mil euros.

Vender na internet
Há quanto tempo não vai à sua arrecadação? Já viu a quantidade de objetos,
roupa ou utensílios que tem lá amontoados? Sites como o OLX (www.olx.pt) e
Custo justo (www.custojusto.pt) são uma boa oportunidade para por à venda os
artigos que não utiliza e ganhar algum dinheiro.

Conselhos
 Os anúncios com imagem recebem mais visitas. É importante que as
fotos tenham qualidade e favoreçam o artigo que pretende vender. Os
fundos devem ser neutros e ter o menor ruído visual possível.
 Descreva de forma clara o artigo (incluindo marca e modelo) e dê um
título atrativo para receber mais pesquisas.
 Pode ser tentador esconder defeitos do produto, mas, quando for
descoberto, pode perder o comprador, e uma má avaliação condiciona
vendas futuras.
 Os sites de vendas permitem dar mais destaque ao seu anúncio. Se
quiser aparecer no topo das pesquisas ou na página principal, paga
mais. Mas, se o valor do artigo for elevado e tiver pressa na venda, pode
ser uma hipótese a considerar.
 Se tem artigos feitos a mão ou vintage, a plataforma
Etsy (www.etsy.com/) é uma opção;
 Sites como o OLX são, infelizmente, terreno fértil para burlões. Se está a
pensar vender artigos de valor elevado, como um carro, tenha cuidado
se receber um e-mail em inglês de um comprador que está muito
interessado no artigo e nem discute o preço. Depois de trocar alguns e-
mails, não estranhe se ele disser que precisa de uma transportadora
para levar o artigo e pedir para adiantar o respetivo custo, que pagará no
final da compra. Pode ainda receber um e-mail do PayPal a dizer que o
comprador já fez o pagamento, e que deve adiantar o pagamento para a
transportadora. Os e-mails do Paypal ou da transportadora são falsos, e
tudo o que querem e apanhar-lhe as despesas de transporte que
adiantou.

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