E Book Manual para Psicopedagoga Disortografia

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PRISCILLA RIBEIRO CANDIDO

DIEGO MARÇAL COSTA MATUTINO
PARA
PSICOPEDAGOGA
MANUAL PRÁTICO
DISORTOGRAFIA
Um recurso com a qualidade

Escola da Psicopedagoga
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Edição Independente
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Candido, Priscilla Ribeiro

Manual Prático para Psicopedagoga: Disortografia [livro
eletrônico] / Priscilla Ribeiro Candido, Diego Marçal Costa
Matutino. --
1. ed. -- Goiânia, GO: Ed. Própria, 2023.
PDF
Bibliografia.
ISBN 978-65-997551-6-3
1. Manual 2. Psicopedagogia 3. Disortografia -

Manuais, guias, etc. I. Título.
CDD-370.15
DIREITOS RESERVADOS
É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por
qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito da autora. A
violação dos Direitos Autorais (Lei n° 9610/98) é crime estabelecido pelo
artigo 184 do Código Penal.
José Saramago
língua portuguesa,
há línguas em
Não há uma
português.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 04
CAPÍTULO 01 08
CAPÍTULO 02 26
CAPÍTULO 03 29
CAPÍTULO 04 34
CAPÍTULO 05 44
CAPÍTULO 06 48
ENCERRAMENTO 56
SOBRE OS AUTORES 61
www.escoladapsicopedagoga.com.br @psicopedagogarealizada
@psicopedagogarealizada
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APRESENTAÇÃO
Uma visão profunda sobre a Disortografia
Seja bem-vinda ao Manual Prático para Psicopedagoga:

Disortografia!
Nesta obra, exploraremos uma das dificuldades mais

desafiadoras encontradas na aprendizagem: a Disortografia.
Ela é um transtorno específico da escrita, caracterizado pela
presença recorrente de erros ortográficos e dificuldades
persistentes na aplicação das regras gramaticais.
Aprendentes que possuem Disortografia lidam com um

verdadeiro desafio na comunicação escrita, o que pode afetar
sua autoestima, motivação e desempenho acadêmico.
Neste Manual, nosso objetivo é fornecer às Psicopedagogas

um guia completo e abrangente para entender, avaliar e
intervir na Disortografia de maneira eficaz. Exploraremos as
causas dessa condição, bem como as melhores práticas para
sua identificação precoce e intervenção adequada.
Ao longo deste material, você encontrará uma combinação de

teoria embasada em pesquisas recentes e abordagens mais
assertivas.
Abordaremos estratégias específicas para lidar com os

desafios da Disortografia, incluindo técnicas de avaliação e
intervenção diferenciadas e recursos adaptados para atender
às necessidades individuais de cada aprendente.
Além disso, este Manual abordará a importância da parceria
APRESENTAÇÃO
entre Psicopedagogas, Professores, Profissionais de outras

áreas e Famílias no processo de intervenção da Disortografia.
Compreendemos que uma abordagem colaborativa pode
trazer resultados significativos e fortalecer o apoio necessário
para o aprendente em seu percurso de superação.
À medida que avançamos, convidamos você a mergulhar neste

universo fascinante da Disortografia!
Este Manual apresentará em seis capítulos uma

fundamentação profunda sobre a Disortografia, desde suas
características e definições à políticas inclusivas ressaltando a
importância do papel da Psicopedagoga em todo o processo.
Nesse sentido, em caráter inicial, este Manual apresentará em

seu primeiro capítulo, “O que é Disortografia?” apontando o
conceito, definições e suas principais características em cada
grupo etário, na infância, adolescência e vida adulta.
Em seguida, abordaremos os limites da atuação

Psicopedagógica e vamos apontar, definitivamente, no
segundo capítulo, de nome “Quem pode diagnosticar a
Disortografia”, a quem cabe o papel do diagnóstico.
Com o terceiro capítulo, “Avaliação Psicopedagógica”, vamos

apresentar cada elemento de como esse processo deve
ocorrer, apontando a importância da Psicopedagoga como
peça fundamental no levantamento de informações sobre a
hipótese diagnóstica da Disortografia.
APRESENTAÇÃO
Seguindo a perspectiva de que a Avaliação Psicopedagógica

fornece raízes para uma intervenção consistente, teremos no
quarto capítulo, com o nome “Intervenção Psicopedagógica”,
uma série de técnicas interventivas destacando como a
intervenção deve acontecer de forma consistente e integrada.
Assim, no quinto capítulo, “Parcerias Importantes”, vamos

abordar a importância de um trabalho compartilhado, em que a
Psicopedagoga interage, comunica e também recebe
informações da Família, Escola e Equipe Multiprofissional com
foco em ações conjuntas, colaborativas, para melhorias ainda
mais profundas diante das necessidades do aprendente.
Por fim, o sexto capítulo apresentará “Considerações Éticas e

Legais” em fundamentos que são pautados por lei e que
buscam assegurar direitos da pessoa com necessidades
educacionais especiais, em nosso caso, diretamente voltados à
pessoa com Disortografia.
Em outro ponto de destaque, também vamos analisar a ética

profissional da Psicopedagoga, prevista no Código de Ética da
Psicopedagogia. Essas diretrizes são de essencial importância
para que a Psicopedagoga conheça, domine e tenha como
guias para que sua prática seja pautada no respeito e
acolhimento de forma inclusiva.
Apresentado esse contexto inicial, esperamos que você

desfrute de um momento enriquecedor para a sua prática
Psicopedagógica. Boa leitura!
01
CAPÍTULO 01
O que é Disortografia?
A Disortografia é um transtorno específico da escrita, que se

caracteriza pela presença recorrente de erros ortográficos e
dificuldades persistentes na aplicação das regras gramaticais.
É uma dificuldade que afeta a habilidade do indivíduo em

escrever corretamente, seja na grafia das palavras, na
organização das frases ou na utilização adequada da
pontuação, o que pode, inclusive, alterar o significado ou
mesmo a compreensão do que é escrito.
Esses erros ortográficos são frequentes e vão além das

dificuldades comuns de escrita encontradas durante o
processo de aprendizagem. Aprendentes com Disortografia
podem apresentar uma variedade de erros, como omissões,
trocas, inversões ou adições de letras, além de se confundirem
na utilização de letras e fonemas semelhantes.
A Disortografia também está relacionada a dificuldades

específicas na área da linguagem escrita, afetando a habilidade
de codificar os sons da fala em símbolos gráficos
correspondentes de maneira precisa.
Essa dificuldade na codificação pode ocorrer por diferentes

razões, incluindo problemas no processamento fonológico,
dificuldades de memória de trabalho, déficits na consciência
fonêmica ou na automatização das regras ortográficas.
A Disortografia pode afetar significativamente o desempenho

acadêmico e a autoestima, uma vez que a escrita é uma
CAPÍTULO 01
habilidade fundamental para a comunicação e aprendizado.
No entanto, com a identificação precoce e a intervenção

adequada, é possível desenvolver estratégias e técnicas que
auxiliem os aprendentes a lidar com essas dificuldades e
adquirir habilidades ortográficas mais consistentes.
DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
Como definição geral é importante ressaltar que a

Disortografia está intimamente relacionada a dificuldades
ortográficas, ou seja, na escrita correta.
Por exemplo, um aprendente com Disortografia pode escrever

a palavra "menino" como "menhino" ou “pipoca” como
“picoca”, sendo possíveis acréscimos, inversões, trocas ou
omissões de letras.
Esses erros são frequentes e afetam a habilidade do indivíduo

em aplicar corretamente as regras ortográficas e organizar o
texto de forma coerente.
A Disortografia pode impactar negativamente a autoestima e o

desempenho acadêmico do indivíduo, tornando importante
uma identificação precoce e intervenção adequada para
auxiliar na superação dessas dificuldades.
As características da Disortografia podem variar de pessoa

para pessoa, mas geralmente incluem:
CAPÍTULO 01
Erros ortográficos frequentes: aprendentes com

Disortografia podem cometer erros ortográficos de forma
repetitiva, mesmo em palavras que eles já conhecem e
usam com frequência. Esses erros podem envolver
omissões, substituições, inversões ou adições de letras;
Dificuldades na aplicação de regras ortográficas: pessoas

com Disortografia têm dificuldades em aplicar
corretamente as regras ortográficas, o que pode resultar
em erros consistentes em determinados padrões de
escrita, como acentuação, uso de letras maiúsculas e
minúsculas e pontuação;
Dificuldades na organização do texto: além dos erros

ortográficos, pessoas com Disortografia podem apresentar
dificuldades na organização das palavras em frases
coerentes e na estruturação de parágrafos de forma clara e
compreensível;
Baixa automação ortográfica: a automatização das regras

ortográficas é prejudicada na Disortografia. Os
aprendentes podem ter dificuldades em memorizar a grafia
correta das palavras e em aplicar consistentemente essas
regras ao escrever;
Impacto na autoestima e no desempenho acadêmico: a

Disortografia pode ter um impacto significativo na
autoestima e na motivação para escrever. Os aprendentes
podem sentir frustração, ansiedade e insegurança em
CAPÍTULO 01
relação às suas habilidades de escrita, afetando seu

desempenho acadêmico e sua participação nas atividades
escolares, sendo inclusive, comum que evitem momentos
de escrita perto de colegas ou de mostrar seu caderno e
outros materiais em que escrevam.
Em outro elemento importante a ser destacado, a

Disortografia por muitas vezes é confundida com a Disgrafia,
que embora possuam nomenclaturas bastante semelhantes,
são transtornos de aprendizagem diferentes.
A Disgrafia também é um transtorno específico da escrita,

porém, se caracteriza por dificuldades na Coordenação Motora
Fina, no traçado das letras e na escrita em geral, ou seja, uma
pessoa com Disgrafia pode compreender regras gramaticais e
a composição das palavras, mas possui dificuldades em realizar
os movimentos motores necessários para escrever as letras e
palavras de maneira clara e legível.
Aprendentes com Disgrafia podem apresentar uma caligrafia

irregular, ilegível, com letras malformadas, desorganização
espacial, escrever, desenhar e colorir fora de margens e falta
de fluência na escrita.
TIPOS DE DISORTOGRAFIA
Embora a classificação exata dos tipos de Disortografia possa

variar, com base em diferentes abordagens e estudos, a seguir
serão apresentados sete tipos de Disortografia que são
CAPÍTULO 01
mencionados por Carlos Casal (2013) em leitura a Tsvetkova

(1977), Luria (1980) e Torres e Fernández (2001):
Disortografia temporal: pessoas com Disortografia

temporal podem ter dificuldades em processar os sons da
fala e associá-los corretamente às letras ao escrever. Os
aprendentes com Disortografia temporal podem ter
problemas em dividir corretamente as palavras em
unidades sonoras distintas, o que pode afetar sua
capacidade de escrever as palavras de forma precisa;
Disortografia perceptivo-cinestésica: pessoas com esse

tipo de Disortografia têm dificuldade em perceber e
reproduzir corretamente os movimentos motores
necessários para a produção escrita dos sons da fala. Isso
pode levar a erros ortográficos consistentes, nos quais os
fonemas são substituídos por outros fonemas com pontos
de articulação semelhantes, mas não correspondentes. Por
exemplo, um indivíduo com Disortografia perceptivo-
cinestésica pode escrever a palavra "casa" como "gasa",
substituindo o som /k/ pelo som /g/ devido a dificuldades
em reproduzir corretamente o ponto de articulação do
fonema;
Disortografia cinética: pessoas com Disortografia cinética

podem ter dificuldade em identificar e representar
corretamente a sequência de sons presentes nas palavras
ao escrevê-las. Isso pode levar a erros ortográficos
relacionados à união ou separação incorreta de fonemas,
CAPÍTULO 01
resultando em palavras escritas de forma desordenada ou

fragmentada. Por exemplo, um aprendente com
Disortografia cinética pode escrever a palavra "amigo"
como "am-gio", alterando a posição correta da letra "i",
devido a dificuldades na sequenciação dos fonemas;
Disortografia visuo-espacial: aprendentes com

Disortografia visuo-espacial podem ter dificuldade em
perceber e reproduzir corretamente a posição espacial das
letras ao escrever. Isso pode levar a erros ortográficos
consistentes, nos quais as letras são invertidas,
rotacionadas ou substituídas por outras letras com
características visuais semelhantes. Por exemplo, escrever
a palavra "pato", como "dato" ou "qato", trocando as letras
"p" e "d" ou invertendo a letra "p" em 180 graus. Além
disso, a Disortografia visuo-espacial também pode
envolver a confusão com fonemas que têm grafias
similares ou que admitem dupla grafia. Por exemplo,
substituir "ch" por "x" ou "s" por "z";
Disortografia dinâmica: pessoas com Disortografia

dinâmica apresentam dificuldades em organizar as ideias
de forma coerente e estruturar corretamente as frases ao
escrever. Isso pode resultar em erros de concordância
verbal, concordância nominal, pontuação inadequada,
omissões ou repetições de palavras e dificuldade em
transmitir claramente suas ideias por meio da escrita;
Disortografia semântica: envolve dificuldades em perceber
CAPÍTULO 01
e em fazer alterações ou omissões em sinais gráficos,

elementos de notação utilizados na escrita para indicar
uma modificação na pronúncia, na entonação, na
acentuação, no significado ou em outros aspectos
linguísticos de uma palavra, como em acentos, cedilhas,
trema e til. Por exemplo, o acento agudo é um diacrítico
utilizado para indicar a tonicidade em palavras, como
"cópia" e "página". O não uso do acento agudo nessas
palavras pode resultar em erros de escrita e na perda do
significado original;
Disortografia cultural: essa dificuldade está relacionada a

fatores culturais, sociais e educacionais que podem
influenciar negativamente o desenvolvimento das
habilidades ortográficas. Pode ser influenciada por fatores
como a falta de acesso a recursos educacionais adequados,
a ausência de um ambiente linguístico apropriado, a
exposição limitada à linguagem escrita e às normas
ortográficas, entre outros aspectos culturais e
socioeconômicos.
Compreendendo os sete tipos de Disortografia apresentados,

devemos considerar que existe a possibilidade de que uma
pessoa com Disortografia possua mais de um desses tipos, por
outro lado, caso uma pessoa seja identificada com algumas
dessas situações não aponta, necessariamente, para um
diagnóstico de Disortografia, sendo necessária a Avaliação por
Equipe Multiprofissional para a análise desses sinais.
CAPÍTULO 01
COMO A DISORTOGRAFIA SURGE?
A Disortografia é um transtorno da escrita que pode surgir

devido a uma combinação de fatores neurobiológicos,
cognitivos e sociais. Podemos compreender seu surgimento
em cinco bases, a perceptiva, intelectual, linguística, afetivo-
emocional e pedagógica, e vamos conhecê-las a seguir.
Uma das possíveis causas da Disortografia é de ordem

cognitiva, intitulada como Fator Perceptivo e está relacionada
a dificuldades na percepção visual e espacial.
Essas dificuldades podem afetar a habilidade de reconhecer

corretamente as letras, suas formas e suas posições dentro
das palavras. Alguns aprendentes com Disortografia podem
ter dificuldade em discriminar letras ou em identificar
diferenças sutis entre elas.
Além disso, a Disortografia perceptiva também pode estar

relacionada à capacidade de perceber e reproduzir
corretamente as sequências de letras e palavras. Esse fato
inclui a capacidade de perceber a ordem correta dos fonemas
na fala e de refletir essa sequência corretamente na escrita.
Essas dificuldades perceptivas podem afetar a habilidade de

reconhecer erros ortográficos em seus próprios textos, bem
como de corrigi-los. Os aprendentes com Disortografia
perceptiva podem apresentar uma inconsistência na escrita
das palavras, cometendo erros como omissões, substituições
CAPÍTULO 01
acréscimos ou inversões de letras.
A segunda causa possível é o Fator Intelectual. Ele se relaciona

a dificuldades específicas dos processos mentais e de
compreensão da linguagem escrita.
Alguns aprendentes podem apresentar um funcionamento

intelectual abaixo da média, o que pode afetar sua capacidade
de aprender e aplicar corretamente as regras ortográficas.
Além disso, dificuldades na memória de trabalho, que é a

capacidade de entender o passo a passo para chegar a um
resultado, podem influenciar a habilidade de lembrar e aplicar
regras ortográficas ao escrever.
Também podemos mencionar dificuldades na linguagem e na

consciência fonológica, que são voltadas a identificar e
manipular os sons da fala. Essas dificuldades podem afetar a
habilidade de conectar os sons da linguagem à sua
representação escrita correta.
A terceira causa possível é a Linguística. Ela está relacionada a

dificuldades específicas no desenvolvimento e no
processamento da linguagem escrita. Essas dificuldades
podem afetar a habilidade de entender e aplicar corretamente
as regras ortográficas e a estruturação das palavras escritas.
Uma causa linguística comum da Disortografia é a falta de

conhecimento e compreensão de regras ortográficas.
CAPÍTULO 01
Esse fato pode incluir dificuldades em identificar os sons das

palavras (consciência fonológica) e em conectar esses sons às
letras ou combinações de letras corretas (consciência
fonêmica).
Além disso, a Disortografia pode estar relacionada a

dificuldades em adquirir e assimilar o vocabulário e na
compreensão da estrutura gramatical.
A falta de familiaridade com as palavras e seus significados

pode levar a erros ortográficos ou à escolha inadequada de
palavras na escrita. Dificuldades na compreensão e aplicação
de regras gramaticais também podem interferir na escrita
correta das palavras.
A quarta causa possível é o Fator Afetivo-emocional, ele se

refere à influência das emoções e dos aspectos afetivos na
manifestação do transtorno da escrita. Algumas questões
emocionais da relação do aprendente com outras pessoas
podem afetar negativamente a habilidade de escrever
corretamente, causando dificuldades na ortografia.
Fatores como ansiedade, estresse, baixa autoestima, falta de

confiança ou experiências negativas relacionadas à escrita
podem gerar bloqueios emocionais que interferem na
produção escrita. A ansiedade em relação ao desempenho
acadêmico, por exemplo, pode levar a erros ortográficos
devido à pressão, muitas vezes da própria família, e somado à
ansiedade, o medo de cometer erros.
CAPÍTULO 01
Essas emoções afetam a atenção, a concentração e a memória

de trabalho durante o processo de escrita, fazendo com que
esses erros ortográficos aconteçam.
Além disso, experiências negativas de repreensões

constantes, críticas excessivas ou falta de apoio emocional e
de estimulação para escrever podem gerar sentimentos de
desmotivação e desinteresse pela escrita, afetando a atenção
e a concentração necessárias para realizar uma tarefa de
forma precisa.
A quinta causa possível é de ordem social e está no Fator

Pedagógico. Ele se refere a situações relacionadas ao
processo de ensino e aprendizagem da escrita e que podem
contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Esses fatores incluem metodologias inadequadas de ensino,

falta de prática, materiais incompletos, didática ineficaz ou
mesmo dúvidas que com recorrência não são sanadas.
Uma das causas pedagógicas da Disortografia pode ser a falta

de ensino sistemático das regras ortográficas e das
estratégias de correção. Se os alunos não recebem uma
instrução adequada sobre as regras ortográficas e não são
ensinados a aplicá-las de forma consistente, eles podem
desenvolver dificuldades na escrita correta das palavras.
Outro fator pedagógico que pode contribuir para a

Disortografia é a ausência de prática e de oportunidades
CAPÍTULO 01
regulares para a escrita. A falta de exercícios de escrita e de

práticas de repetição para a compreensão são elementos que
limitam o desenvolvimento das habilidades ortográficas.
Além disso, a falta de um retorno adequado e individualizado

do professor apontando para o aluno quais são os erros
específicos que ele está apresentando podem também
dificultar a correção e o aprimoramento da escrita.
Os alunos acabam por não conseguir identificar os erros que

estão cometendo e menos ainda em saber como corrigi-los, o
que pode levar à persistência dos erros e ao desenvolvimento
da Disortografia.
Assim, apresentamos algumas das possibilidades de causas

que geram ou impulsionam o surgimento da Disortografia. No
entanto, é sempre necessária uma análise aprofundada de
todo o histórico de vida do aprendente e dos sinais que
apresenta, como veremos a seguir.
SINAIS DE DISORTOGRAFIA NA INFÂNCIA
Os sinais de Disortografia na infância podem variar de acordo

com o estágio de desenvolvimento e as habilidades individuais
da criança. Porém, alguns sinais comuns podem incluir:
Erros frequentes na escrita: a criança pode cometer erros

ortográficos persistentes, como omissões, trocas ou
inversões de letras e confusões na grafia de palavras;
CAPÍTULO 01
Dificuldade em seguir regras ortográficas: a criança pode

ter dificuldade em aplicar consistentemente as regras
ortográficas, mesmo após explicações e práticas
adequadas;
Escrita desorganizada: a criança pode apresentar uma

escrita desordenada, com espaçamento irregular entre as
palavras, letras mal formadas ou ilegíveis;
Dificuldade em copiar corretamente: a criança pode ter

dificuldade de cópia, para escrever palavras ou frases
corretamente de uma referência, ou seja, de algo que já
está escrito no quadro ou impresso em livros, cometendo
erros ortográficos no processo;
Resistência à escrita: a criança pode evitar tarefas de

escrita, demonstrar desinteresse ou frustração ao realizar
atividades que envolvam a escrita;
Dificuldade em memorizar palavras: a criança pode ter

dificuldade em se lembrar da ortografia correta de palavras
que usa com frequência e mostrar dificuldade em
reconhecer padrões ortográficos;
Baixo desempenho acadêmico em escrita: a criança pode

apresentar um desempenho abaixo do esperado em
tarefas de escrita, com dificuldades persistentes em
alcançar níveis adequados de ortografia.
CAPÍTULO 01
É importante observar que a presença de alguns desses sinais

não indica necessariamente a Disortografia, mas pode ser um
indicativo de que a criança está enfrentando dificuldades no
aprendizado.
SINAIS DE DISORTOGRAFIA NA ADOLESCÊNCIA
Os sinais de Disortografia na adolescência podem variar de

acordo com o indivíduo. É possível que mesmo com maior
idade e aprimoramento em seu desenvolvimento global,
muitas das dificuldades percebidas na infância ainda persistam
e somadas a elas, dificuldades próprias de sua fase escolar.
A seguir temos alguns sinais comuns que podemos observar:
Erros frequentes de ortografia: o adolescente mesmo

estando em séries avançadas no Ensino Fundamental ou
Ensino Médio pode cometer erros ortográficos
persistentes, como omissões, substituições ou inversões
de letras e confusões na grafia de palavras;
Escrita desorganizada: o adolescente pode apresentar uma

escrita desordenada, com espaçamento irregular entre as
palavras, letras mal formadas ou ilegíveis;
Dificuldade em aplicar regras ortográficas: devido a estar

em séries mais avançadas, o aprendente pode ter
dificuldades para diferenciar e compreender regras
ortográficas, mesmo aquelas constantemente repetidas,
CAPÍTULO 01
como compreender o uso dos “porques”, diferenciar a

aplicação de “mais” e “mas”, entre outros;
Dificuldade em escrever textos coesos e estruturados: o

adolescente pode ter dificuldade em organizar suas ideias
de forma clara e coerente na escrita, resultando em textos
que não seguem uma continuidade (início, meio e fim) ou ao
articular com harmonia a conexão das palavras, como ao
usar preposições, conjunções e advérbios;
Baixo desempenho em tarefas de escrita: podem ser

identificadas situações de grande dificuldade na produção
escrita, seja em respostas de exercícios, como em
redações, provas ou trabalhos escolares;
Resistência à escrita: como expressamos anteriormente,

esse conjunto de fatores pode resultar em dificuldades
emocionais ao lidar com a escrita. O adolescente pode
evitar ou mostrar resistência à realização de tarefas que
envolvem a escrita, devido à insegurança ou frustração
causada pelos erros frequentes.
É importante lembrar que esses sinais podem variar de uma

pessoa para outra, e a presença de alguns desses sinais não
significa necessariamente que o adolescente tenha
Disortografia.
A DISORTOGRAFIA NA VIDA ADULTA
CAPÍTULO 01
A Disortografia é um transtorno que persiste na vida adulta e,

como vimos até aqui, existe a possibilidade de que vários sinais
que eram manifestados na infância ou adolescência continuem
a ser identificados na vida adulta. Assim, podemos observar:
Erros ortográficos frequentes: adultos com Disortografia

podem continuar a apresentar erros ortográficos, como
omissões, adições, substituições ou inversões de letras em
suas palavras escritas;
Escrita desorganizada: a escrita dos adultos com

Disortografia também pode continuar desordenada, com
problemas de espaçamento entre as palavras, letras mal
formadas ou dificuldades em manter uma caligrafia legível;
Dificuldade em produzir textos coerentes: adultos com

Disortografia podem encontrar dificuldades em organizar
suas ideias e transmiti-las de forma coerente na escrita.
Esse fator resulta em textos confusos ou com falta de
conexões, o que torna preferível que solicitem apoio de
outra pessoa ou optem pela linguagem oral;
Baixa autoestima e evitação de tarefas de escrita: devido

aos desafios enfrentados na escrita, os adultos com
Disortografia podem ter baixa autoestima em relação às
suas habilidades de escrita.
É importante ressaltar que a Disortografia na vida adulta pode

ter impactos significativos em diversas áreas, como trabalho,
CAPÍTULO 01
vida pessoal e atividades diárias.
É crucial lembrar que os sinais e sintomas podem variar de

pessoa para pessoa, e a presença de um ou mais sinais não
indica necessariamente a presença de Disortografia em um
adulto. Portanto, é essencial realizar uma avaliação detalhada
para uma investigação precisa.
02
CAPÍTULO 02
Quem pode diagnosticar
A AVALIAÇÃO É SEMPRE MULTIPROFISSIONAL
A avaliação da Disortografia é um processo complexo que

requer a participação de uma Equipe Multiprofissional.
Essa equipe é composta por profissionais especializados em

diferentes áreas, como Psicopedagogos, Neuropsicólogos,
Fonoaudiólogos e Médicos Neurologistas ou Neuropediatras,
que trabalham em conjunto para obter uma compreensão
abrangente das dificuldades de escrita do indivíduo.
A avaliação envolve a coleta de informações detalhadas sobre

o histórico educacional e desenvolvimento do aprendente,
análise dos erros ortográficos e de como acontecem,
investigação das habilidades cognitivas relacionadas à
linguagem escrita e a aplicação de testes específicos para
identificar a presença e, se confirmada, o nível da Disortografia.
A Equipe Multiprofissional pode realizar observações clínicas,

aplicar testes de habilidades cognitivas, realizar a análise de
produção escrita, testes de consciência fonológica, atenção,
avaliação da memória de trabalho, entre outros
procedimentos, com o objetivo de obter um diagnóstico
preciso e completo da Disortografia.
Além disso, essa equipe também é responsável por

recomendar estratégias de intervenção e apoio adequadas
para ajudar o indivíduo a superar as dificuldades de escrita,
podendo incluir intervenções específicas para aprimorar a
CAPÍTULO 02
Quem pode diagnosticar
consciência fonológica, treinamento ortográfico, uso de

recursos tecnológicos assistivos e adaptações no ambiente
educacional.
Um ponto importante a destacar é que o papel para reunir as

informações e avaliar se a pessoa realmente se encontra em
um quadro diagnóstico de Disortografia é específico de
Médicos Neurologistas ou Neuropediatras, Fonoaudiólogos e
Neuropsicólogos.
Porém, apenas um desses profissionais não deve apontar um

diagnóstico tendo por base somente a sua própria avaliação.
Nós, enquanto profissionais da Psicopedagogia não possuímos

a habilitação técnica para “fazer diagnósticos”, nem tão pouco
redigir laudos. O nosso papel está em contribuir no
levantamento o mais aproximado possível da realidade do
aprendente, identificando quais podem ser as causas de suas
dificuldades ortográficas.
Caso identificados sinais compatíveis, podemos apontar

através do Parecer Psicopedagógico os resultados de toda a
Avaliação Psicopedagógica, como no passo a passo que
veremos no próximo capítulo.
03
CAPÍTULO 03
Avaliação Psicopedagógica
PASSO A PASSO DA AVALIAÇÃO
Embora a Psicopedagoga não faça um diagnóstico isolado da

Disortografia, sua contribuição no processo de avaliação é
fundamental para compreender as dificuldades de
aprendizagem do indivíduo e desenvolver estratégias eficazes
de intervenção e apoio.
Este fator é importante, visto que todo o procedimento da

Avaliação Psicopedagógica também inclui descartar outras
características que podem gerar dificuldades ortográficas e
que não sejam, necessariamente, a Disortografia.
Assim, em uma sequência de elementos importantes para a

condução de uma Avaliação Psicopedagógica de qualidade,
podemos mencionar:
Anamnese: a Psicopedagoga deve realizar uma Anamnese

que basicamente é uma entrevista semiestruturada e
estratégica com os responsáveis, envolvendo a coleta de
informações relevantes sobre o histórico educacional,
desenvolvimento, desempenho acadêmico, dificuldades
específicas na escrita e impacto na vida diária do
aprendente. Durante a Anamnese, é importante investigar
o surgimento dos problemas de escrita, a frequência e a
persistência dos erros ortográficos, as estratégias
utilizadas pelo indivíduo e pela família para lidar com as
dificuldades, bem como possíveis fatores emocionais e
motivacionais relacionados;
CAPÍTULO 03
Observação: cabe à Psicopedagoga analisar o

comportamento e aspectos como a produção escrita, erros
ortográficos, organização do texto, fluência na escrita, uso
de estratégias de correção e o impacto emocional e
motivacional. É importante observar tanto o desempenho
em situações de escrita espontânea como em tarefas
específicas, como a cópia de textos ou a escrita de
redações;
Avaliação cognitiva: a Psicopedagoga precisa fazer uma

investigação geral de várias áreas e não exclusivamente
voltadas à Língua Portuguesa e das questões ortográficas.
Ela utiliza materiais para a avaliação de outras habilidades
cognitivas fundamentais, como memória, atenção,
raciocínio lógico, percepção e habilidades visuais-espaciais.
Esses aspectos contribuem para uma compreensão mais
aprofundada do perfil cognitivo da pessoa e ajudam a
descartar outras possíveis causas das dificuldades da
escrita;
Avaliação de questões específicas da Disortografia: é

importante utilizar testes que avaliem habilidades
cognitivas, linguísticas e acadêmicas relacionadas à escrita,
como a consciência fonológica, a memória de trabalho, a
fluência verbal e a produção escrita. Além disso, é
fundamental considerar que os resultados dos testes
devem ser interpretados de forma integrada, combinados
com a observação clínica e as informações coletadas
durante a Anamnese;
CAPÍTULO 03
Análise do contexto escolar: realizar visita à escola para

entrevista com a equipe pedagógica e análise dos materiais
utilizados pelo aprendente são elementos que permitem
compreender seu percurso educacional, identificar padrões
de aprendizagem, áreas de dificuldade e sucesso, além de
avaliar a adequação e eficiência das abordagens utilizadas
até o momento;
Elaboração do Parecer Psicopedagógico: após a conclusão

da Avaliação, é fundamental que a Psicopedagoga elabore
um Parecer Psicopedagógico. Esse documento deve incluir
o histórico do aprendente, destacando suas áreas de
desenvolvimento e dificuldades. Além disso, é essencial
apresentar os métodos avaliativos utilizados durante a
avaliação e os resultados identificados, com foco na
investigação da possibilidade de Disortografia. Com o
Parecer, são indicados, por fim, os próximos passos, desde
orientações e sugestões para a família e a escola,
recomendação de acompanhamento de outros
profissionais e da possibilidade de continuidade à
Intervenção Psicopedagógica.
Com a conclusão do Parecer Psicopedagógico, a

Psicopedagoga estende a sua hipótese diagnóstica aos
profissionais de outras áreas que também estão avaliando a
possibilidade de Disortografia. Havendo realmente o
diagnóstico, ele é pautado no que consta em critérios dos
manuais DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais) ou CID-11 (Classificação Internacional de
CAPÍTULO 03
Doenças).
Ao selecionar os Testes Psicopedagógicos para a avaliação da

Disortografia, é importante considerar alguns aspectos
essenciais:
ter conhecimento sólido do que é a Disortografia, sintomas

comuns e como ela se manifesta. Isso permite uma escolha
mais precisa dos testes que abordam as habilidades
relacionadas à escrita correta, afetadas por essa
dificuldade específica;
identificar a faixa etária do aprendente. Analisar se os

testes que vão ser utilizados são compatíveis com a idade
do aprendente é fundamental, pois evita que sejam
avaliadas habilidades que não são condizentes com a sua
idade;
A Psicopedagoga desempenha um papel crucial ao analisar se

as queixas, entrevistas e observações realizadas são
compatíveis com os sinais da Disortografia. Esse processo de
análise permite estabelecer uma conexão entre as dificuldades
apresentadas e os critérios diagnósticos da Disortografia.
Essa análise minuciosa orienta a escolha dos testes mais

apropriados para uma avaliação precisa da Disortografia,
garantindo que as áreas-chave da escrita sejam devidamente
examinadas.
04
CAPÍTULO 04
Intervenção Psicopedagógica
TÉCNICAS INTERVENTIVAS
A Intervenção Psicopedagógica para a Disortografia é

essencial para auxiliar o aprendente a lidar com as dificuldades
na escrita. A abordagem terapêutica educacional busca
trabalhar de forma individualizada, considerando as
necessidades específicas do aprendente.
A seguir, vamos destacar ações fundamentais para uma

intervenção adequada, sendo eles: o estabelecimento de uma
relação de confiança, desenvolvimento de estratégias
específicas, avaliação e diagnóstico preciso, trabalho em
conjunto com a família, escola e equipe multiprofissional,
estímulo à autoconfiança e motivação e o acompanhamento
contínuo, elementos que serão agora, abordados em detalhes.
Primeiramente, precisamos considerar o estabelecimento de

uma relação de confiança. Este item, em outras palavras, se
trata de promover o vínculo com o aprendente.
A Psicopedagoga deve criar um ambiente acolhedor e seguro,

no qual o aprendente se sinta à vontade para compartilhar suas
dificuldades e buscar ajuda. Esse objetivo pode ser alcançado
por meio de uma postura empática, escuta ativa e
demonstração de acolhimento diante de suas dificuldades.
É importante que o aprendente se sinta compreendido e

respeitado, para que possa se engajar plenamente no processo
de intervenção e se sentir confiante em explorar estratégias
CAPÍTULO 04
para lidar com suas dificuldades vindas da Disortografia.
A confiança mútua entre a Psicopedagoga e o aprendente é

um elemento-chave para o sucesso da intervenção, permitindo
uma colaboração eficaz na identificação e superação das
dificuldades ortográficas.
Nesse sentido, o vínculo é tão importante quando o segundo

elemento que estrutura uma intervenção de qualidade. Este
item está em traçar um Plano Interventivo Individualizado, ou
seja, o desenvolvimento de estratégias específicas que são
baseadas no perfil que estamos identificando no aprendente.
Com base na avaliação e na identificação das áreas de

dificuldade do aprendente, a Psicopedagoga pode elaborar
estratégias adequadas para superar essas dificuldades.
Essas estratégias podem incluir o ensino de regras

ortográficas de maneira sistemática e gradual, utilizando
recursos visuais e auditivos para facilitar a compreensão e a
memorização das regras.
Além disso, podem ser utilizados exercícios de prática, com

foco nas habilidades específicas que precisam ser
aprimoradas, como a construção, divisão e a organização das
palavras.
Também é importante considerar técnicas de organização

visual e auditiva, como no uso de cores, diagramas e mapas
CAPÍTULO 04
mentais, para auxiliar na fixação e no resgate das informações

ortográficas.
Em sequência, a Avaliação e um Diagnóstico preciso são

etapas fundamentais para orientar a Intervenção
Psicopedagógica na Disortografia.
Como sabemos, a tarefa do diagnóstico está em outros

profissionais, porém, através de uma avaliação detalhada e
diagnóstico correto, é possível identificar as habilidades e
dificuldades específicas do aprendente e verificar se há algum
fator que contribui para a Disortografia.
Com base nessa análise, a Psicopedagoga pode direcionar os

recursos e estratégias de intervenção de maneira adequada,
adaptando-as às necessidades individuais do aprendente.
Outro passo elementar e que será amplamente abordado no

próximo capítulo é o trabalho conjunto com a família, escola e
equipe multiprofissional, estimulando parcerias.
A colaboração e o compartilhamento de informações entre

esses atores ajudam a oferecer um suporte consistente ao
aprendente. A Psicopedagoga pode trabalhar em estreita
parceria com a família, fornecendo orientações e estratégias
para serem aplicadas em casa, de modo a reforçar o trabalho
realizado durante as sessões de intervenção.
Além disso, é importante estabelecer uma comunicação
CAPÍTULO 04
efetiva com a escola, compartilhando os resultados da

avaliação e colaborando na implementação de adaptações e
suportes necessários em sala de aula.
Somados a esses dois ambientes está a ação com a Equipe

Multiprofissional, composta por profissionais de diferentes
áreas, como Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos e Médicos
Neurologistas ou Neuropediatras, que além do diagnóstico,
também desempenham um papel importante na avaliação e no
acompanhamento do aprendente.
Assim como o vínculo, apresentado no início deste tópico,

também se encontra outro elemento fundamental, o estímulo à
autoconfiança e motivação. A Psicopedagoga desempenha um
papel crucial ao ajudar o aprendente a desenvolver uma visão
positiva de si mesmo, reconhecendo suas habilidades e
progressos na escrita.
É importante valorizar os esforços e conquistas, incentivando a

persistência diante das dificuldades e o desenvolvimento
gradativo.
Além disso, a Psicopedagoga pode utilizar estratégias

motivacionais, como a definição de metas realistas e
desafiadoras, o uso de atividades lúdicas e recompensas, e o
estabelecimento de um ambiente acolhedor e encorajador.
Por fim, o trabalho desenvolvido pela Psicopedagoga e as

parcerias que são estendidas também necessitam ser
CAPÍTULO 04
periodicamente acompanhadas e analisadas para verificar a

eficácia das práticas desenvolvidas e quais necessitam de
ajustes.
Assim, o Acompanhamento Contínuo é um elemento essencial,

pois ao longo do processo, é necessário monitorar de perto o
progresso do aprendente, avaliando sua evolução na escrita e
identificando possíveis desafios ou obstáculos que possam
surgir.
Com base nessa análise, a Psicopedagoga pode fazer

mudanças nas estratégias, adaptando-as às necessidades
individuais do aprendente.
Nesse contexto, é essencial fornecer apoio contínuo,

oferecendo orientação, um retorno de informações
construtivo e incentivo positivo ao aprendente.
Além desses elementos apresentados, ao trabalhar com

Disortografia, precisamos abordar um ponto específico. A
Psicopedagoga pode utilizar uma variedade de técnicas
interventivas para ajudar o aprendente a superar suas
dificuldades na escrita. Algumas técnicas eficazes incluem:
Revisão e estimulação do contato com as regras

ortográficas: a Psicopedagoga pode revisar e abordar as
regras ortográficas de forma clara e gradual, utilizando
estratégias de ensino adaptadas ao estilo de aprendizagem
do indivíduo. Podem ser inseridos diversos elementos,
CAPÍTULO 04
como a exploração de padrões ortográficos, regras de

acentuação, pontuação e uso adequado de letras;
Exercícios de prática e repetição: a prática é fundamental

para melhorar as habilidades de escrita. A Psicopedagoga
pode desenvolver exercícios específicos que visem a
prática sistemática das habilidades ortográficas. Esses
exercícios podem incluir ditados, preenchimento de
lacunas, completar palavras, entre outros;
Uso de recursos visuais e de memória: recursos visuais,

como cartazes, fichas ou gráficos podem ajudar o
aprendente a visualizar e memorizar com mais clareza as
regras ortográficas. Podem também ser incluídos
acrônimos ou frases de memorização;
Desenvolvimento da consciência fonológica: a consciência

fonológica refere-se à habilidade de entender e manipular
os sons da fala de forma consciente e intencional. A
Psicopedagoga pode realizar atividades que desenvolvam
a consciência fonológica, como jogos de rimas,
segmentação de palavras em sílabas e identificação de
fonemas para ajudar o aprendente a estabelecer conexões
entre os sons e as letras na escrita;
Uso de estratégias de autocorreção: a Psicopedagoga pode

estimular estratégias de autocorreção com o aprendente,
para que ele seja capaz de identificar e corrigir seus
próprios erros ortográficos. Isso pode envolver o uso de
CAPÍTULO 04
dicionários, revisão cuidadosa do texto escrito e

autocorreção com base nas regras ortográficas que estão
sendo aprendidas;
Estímulo à leitura e escrita: a prática constante da leitura e

escrita é essencial para melhorar as habilidades
ortográficas. A Psicopedagoga pode incentivar o
aprendente a ler regularmente, fornecer textos adequados
ao seu nível de leitura e temas de interesse, e oferecer
atividades de escrita que permitam a aplicação das regras
ortográficas aprendidas.
É importante adaptar as técnicas interventivas de acordo com

as necessidades individuais do aprendente, sua forma de
aprendizagem e temas que despertam seu interesse.
A Intervenção Psicopedagógica deve ser flexível e abrangente,

visando melhorar as habilidades ortográficas e promover a
autonomia, a confiança e o prazer do aprendente na escrita.
05
CAPÍTULO 05
Parcerias Importantes
PARCERIA COM A FAMÍLIA
A parceria entre a Psicopedagoga e a Família do aprendente

com Disortografia desempenha um papel fundamental no
processo de intervenção. A família é uma parte essencial da
vida do aprendente e possui um papel significativo no seu
desenvolvimento e aprendizagem.
Ao estabelecer uma colaboração próxima com a família, a

Psicopedagoga cria um ambiente de apoio consistente e
integrado para o aprendente.
A família tem um conhecimento único sobre o aprendente,

incluindo suas rotinas, interesses, desafios e histórico escolar.
Ao compartilhar essas informações com a Psicopedagoga, a
família contribui para uma compreensão mais completa das
necessidades e características do aprendente. Essa troca de
informações ajuda a adaptar as estratégias de intervenção de
acordo com a realidade do aprendente, tornando-as mais
eficazes.
Além disso, a família pode oferecer suporte emocional ao

aprendente, incentivando-o, valorizando seus esforços e
auxiliando-o no cumprimento das atividades propostas pela
Psicopedagoga. A responsabilidade e a participação ativa da
família no processo de intervenção cria um ambiente
encorajador e fortalece a autoconfiança do aprendente.
A Psicopedagoga, por sua vez, desempenha um papel de
CAPÍTULO 05
orientação e suporte para a família. Ela fornece informações

sobre a Disortografia, estratégias de intervenção específicas e
sugestões para auxiliar o aprendente em casa.
Essa parceria colaborativa entre a Psicopedagoga e a família

cria um trabalho em equipe, com o objetivo comum de
promover a compreensão, empatia, e o desenvolvimento de
habilidades do aprendente para lidar com a Disortografia.
PARCERIA COM A ESCOLA
A Escola desempenha um papel central na vida acadêmica do

aluno e possui recursos e profissionais que podem colaborar
de forma significativa no processo de intervenção.
Ao estabelecer uma parceria com a escola, a Psicopedagoga

compartilha informações relevantes sobre as dificuldades
específicas da Disortografia e as estratégias de intervenção
que estão sendo implementadas, destacando pontos que
alcançou resultados positivos e que podem ser replicados na
escola, bem como solicitar apoio em áreas de maior
dificuldade.
Essa comunicação efetiva entre a Psicopedagoga e os

professores permite que eles tenham um entendimento mais
aprofundado das necessidades do aprendente e possam
adaptar as práticas pedagógicas em sala de aula de acordo
com as orientações apresentadas.
CAPÍTULO 05
A colaboração com a escola também envolve a identificação

de recursos e apoios adicionais que podem ser disponibilizados
ao aprendente, como a utilização de tecnologias assistivas, a
disponibilidade de tempo extra para a realização de atividades
escritas, na entrega de trabalhos e realização de avaliações
adaptadas, como ainda, na implementação de estratégias de
ensino diferenciadas.
Nesse contexto, a Psicopedagoga pode oferecer orientações

aos professores sobre práticas de ensino mais adequadas para
alunos com Disortografia, como o uso de recursos visuais, a
prática de exercícios de ortografia de forma lúdica, uso de
outras metodologias avaliativas, como provas orais e a
valorização dos avanços do aprendente.
A parceria com a escola também é essencial para monitorar o

progresso do aprendente ao longo do tempo.
A Psicopedagoga e os professores podem trocar informações

e realizar avaliações periódicas para acompanhar o
desenvolvimento do estudante e fazer os ajustes necessários
nas estratégias de intervenção.
PARCERIA COM A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
A Equipe Multiprofissional pode incluir profissionais como

Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos, Médicos Neuropediatras ou
Neurologistas, dependendo das necessidades específicas do
aprendente. Cada profissional traz conhecimentos e técnicas
CAPÍTULO 05
especializadas que complementam o trabalho da

Psicopedagoga.
Ao compartilhar informações sobre a avaliação, as dificuldades

identificadas e as estratégias de intervenção utilizadas, a
Psicopedagoga permite que a Equipe Multiprofissional tenha
uma compreensão abrangente do perfil da pessoa com
Disortografia.
Essa atitude proporciona uma análise mais completa das

dificuldades enfrentadas e uma maior eficiência no
planejamento das intervenções.
A colaboração com a Equipe Multiprofissional também facilita

a identificação de possíveis comorbidades ou fatores
adicionais que possam impactar a Disortografia. Por exemplo,
um Psicólogo pode auxiliar na identificação de questões
emocionais ou transtornos de ansiedade que possam estar
afetando o desempenho acadêmico.
O trabalho conjunto desses profissionais permite uma

compreensão mais abrangente da situação do aprendente e,
por consequência, um tratamento adequado.
Nesse sentido, a Equipe Multiprofissional pode fornecer

informações atualizadas sobre novas abordagens terapêuticas,
estratégias de ensino e recursos disponíveis. Essa troca de
conhecimentos enriquece o trabalho da Psicopedagoga e
amplia as opções de intervenção e o alcance de resultados
CAPÍTULO 05
mais consistentes.
Por fim, a parceria com a Equipe Multiprofissional também é

essencial para um acompanhamento contínuo da pessoa com
Disortografia.
Através de reuniões periódicas, os profissionais podem

compartilhar informações sobre o progresso do aprendente,
discutir novas necessidades e ajustar as estratégias de
intervenção de acordo com o perfil mais recente que o
aprendente tem apresentado.
06
CAPÍTULO 06
Considerações Éticas
ASPECTOS ÉTICOS SOBRE A INTERVENÇÃO
A Ética é um elemento fundamental no trabalho da

Psicopedagoga ao lidar com pessoas com Disortografia.
Alguns aspectos essenciais que devem fazer parte da rotina

profissional e que serão detalhados nos próximos parágrafos
estão na Competência Profissional, Confidencialidade,
Consentimento dos Responsáveis, Respeito à Autonomia e
Diversidade, e Acompanhamento e Monitoramento contínuos.
Como primeiro item e sendo um campo fundamental para

iniciar o trabalho, está a Competência Profissional. Ela engloba
o conjunto de conhecimentos teóricos, habilidades práticas e
atitudes éticas necessárias para desempenhar a função de
forma adequada e eficaz.
Para atuar como Psicopedagoga, a profissional necessita estar

habilitada, ou seja, ter concluído a formação em
Psicopedagogia, sendo a base necessária para a atuação.
Estando possibilitado esse ponto de partida, devemos abordar
os conhecimentos teóricos.
No caso da Disortografia, conhecer sobre o tema é muito

importante para compreender as particularidades dessa
dificuldade de aprendizagem, pois a Psicopedagoga deve ter
habilidades para saber como identificar as causas e os fatores
envolvidos e, a partir deles, elaborar estratégias de
intervenção adequadas às necessidades individuais do
CAPÍTULO 06
aprendente.
Uma Psicopedagoga competente deve estar atualizada sobre

as teorias, pesquisas e práticas relacionadas à Disortografia,
bem como ter domínio de quais são os testes corretos para a
avaliação e técnicas de intervenção mais adequadas nessa
área.
Como alguns dos elementos específicos, envolve conhecer os

diferentes aspectos da linguagem escrita, regras ortográficas,
dificuldades específicas enfrentadas pelos aprendentes com
Disortografia e as abordagens mais eficazes.
Em continuidade aos itens que propomos, temos como

segundo elemento a Confidencialidade.
Ela diz respeito à responsabilidade da Psicopedagoga, que é,

inclusive, mencionada no Código de Ética da Psicopedagogia,
em proteger as informações confidenciais compartilhadas
pelos Aprendentes, Famílias, Escola e Equipe Multiprofissional.
Ao manter a confidencialidade, a Psicopedagoga demonstra

profissionalismo e ética, estabelecendo limites claros sobre o
uso e a divulgação das informações pessoais dos aprendentes.
Mediante essa conduta, a Psicopedagoga fortalece a sua

relação de confiança com o aprendente e sua família,
promovendo um ambiente propício para o trabalho
terapêutico.
CAPÍTULO 06
O terceiro fator dessa lista e que complementa a

Confidencialidade é o Consentimento dos Responsáveis.
Ele é de extrema importância para tornar o trabalho da

Psicopedagoga possível, pois assegura que os pais ou
responsáveis compreendam e concordem com a participação
do aprendente no processo de intervenção.
Esse Consentimento, inclusive, deve ser registrado em

contrato e assinado, também como forma de resguardar o
trabalho da Psicopedagoga.
Primeiramente, ele garante que os responsáveis estejam

cientes dos objetivos, métodos e benefícios do trabalho
Psicopedagógico, bem como dos possíveis riscos e limitações,
como da possibilidade de que não sejam alcançados
plenamente os resultados esperados e de que caso surjam
situações que vão além da competência da Psicopedagoga, ela
poderá recomendar um profissional específico para atuar
diante daquela necessidade.
Além disso, possibilitar o consentimento dos responsáveis é

uma forma de respeitar o direito dos responsáveis de serem
envolvidos nas decisões relacionadas ao desenvolvimento
educacional e emocional de seus filhos.
A Psicopedagoga atua como uma parceira dos pais,

trabalhando em conjunto para apoiar o aprendente em suas
dificuldades e promover seu desenvolvimento.
CAPÍTULO 06
Continuando com a sequência dos itens primordiais para o

trabalho ético da Psicopedagoga, temos a importância do
Respeito à Autonomia e à Diversidade. Cada aprendente é
único, com seu próprio jeito de ser, suas características,
habilidades e necessidades.
É essencial que a Psicopedagoga respeite e valorize a

individualidade de cada pessoa, reconhecendo sua autonomia
e promovendo uma abordagem inclusiva, estando preparada
para atender a diferentes perfis de aprendentes.
Contemplando todas essas ações, é necessário verificar o

progresso, e nesse contexto se encontra o item
Acompanhamento e Monitoramento contínuos.
Ele está em buscar compreender se as práticas planejadas

estão apresentando resultados positivos para, se necessário,
mudar estratégias e ajustar ações.
Essa é uma característica do trabalho ético que é fundamental,

pois uma avaliação bem planejada e um bom trabalho em
conjunto podem ser fragilizados se o processo e a evolução do
aprendente não são monitorados.
A Psicopedagoga deve manter um diálogo constante com

todas as partes envolvidas, compartilhando informações
relevantes, ouvindo as preocupações e observações e
fornecendo um retorno sobre o que tem sido identificado no
progresso do aprendente.
CAPÍTULO 06
Um último eixo necessário a destacar e que também está,

inclusive, previsto no Código de Ética da Psicopedagogia, se
trata da guarda de documentos. O cuidado com esses registros
é de extrema importância no trabalho da Psicopedagoga.
Esse item complementa a importância da confidencialidade e o

sigilo das informações, que são a base para preservar a
privacidade e a integridade do aprendente e de todas as partes
envolvidas.
Todos os documentos relacionados ao processo de avaliação e

intervenção, como Entrevistas, Anamneses, resultados de
Testes Psicopedagógicos e Relatos dos Responsáveis e do
Aprendente devem ser mantidos em um local seguro e de
acesso restrito.
É responsabilidade da Psicopedagoga garantir que esses

registros sejam protegidos contra qualquer tipo de divulgação
não autorizada.
Ainda segundo o Código de Ética, esses documentos devem

permanecer guardados por um período mínimo de 05 anos
após a conclusão do atendimento, o que ressalta, mais uma
vez, a importância de que não sejam descartados ou que
fiquem em posse de terceiros.
POLÍTICAS INCLUSIVAS E DIREITOS DA PESSOA COM

DISORTOGRAFIA
CAPÍTULO 06
Assim como em quaisquer outras situações de pessoas com

necessidades educacionais especiais, a pessoa com
Disortografia possui direitos que devem ser respeitados e,
sobretudo, cumpridos.
Neste tópico, vamos abordar especialmente direitos e políticas

sobre o aspecto educacional. Como alguns dos documentos
legais, destacamos três, sendo eles:
o capítulo específico da Educação Especial na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394, de 1996);
o documento da Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva, formulado em 2008;
o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13,146, de

2015).
Compreendendo uma das diretrizes mais conhecidas, está a

Política de Educação Inclusiva, ela assegura o acesso de todos
os estudantes com transtornos ou distúrbios de aprendizagem
para que sejam matriculados em escolas regulares, sem custos
adicionais e com suporte adaptado.
Esse suporte insere desde adaptações curriculares e de

materiais didáticos, contratação de professor de apoio, tempo
extra para realização de atividades, entrega de trabalhos e
conclusão de avaliações a adaptações avaliativas
diversificadas para medição da aprendizagem, como no uso de
CAPÍTULO 06
provas orais.
Essas políticas inclusivas buscam eliminar as barreiras que

podem limitar a participação e o desenvolvimento acadêmico
dos alunos com Disortografia, tendo como objetivo garantir
que eles tenham acesso a um ensino de qualidade, suporte
adequado e recursos necessários para superar suas
dificuldades.
Além dessas iniciativas, uma grande proposta cabe também à

Psicopedagoga, em ser uma porta-voz ao informar, orientar e
destacar a importância do acolhimento em casa e na escola,
estimulando ambientes de bem-estar, combatendo situações
de discriminação ou preconceito contra o aprendente com
Disortografia que deve, sobretudo, ser compreendido e
valorizado em sua singularidade.
ENCERRAMENTO
Agora estamos de mãos dadas!
Chegamos ao final desta jornada de conhecimento sobre a

Disortografia, um transtorno específico de aprendizagem que
demanda nossa atenção e dedicação. Ao longo deste Manual,
exploramos os diversos aspectos relacionados à Disortografia,
desde sua definição e características até as estratégias de
Avaliação e Intervenção Psicopedagógica.
Nossa missão é apoiar e orientar os aprendentes com

Disortografia, auxiliando-os a lidar com as dificuldades de
escrita e alcançar seu máximo potencial.
Compreendemos a importância da avaliação precisa, do

estabelecimento de parcerias sólidas com a família, escola e
equipe multiprofissional, e do desenvolvimento de estratégias
adequadas para cada caso, compreendendo o aprendente
como um ser único.
Enfatizamos a importância da empatia, do respeito à

diversidade, da confidencialidade, do acompanhamento
contínuo e da busca constante pela atualização e
aprimoramento profissional.
A Disortografia é um desafio que exige nosso compromisso e

dedicação, mas também nos proporciona a oportunidade de
fazer uma profunda transformação na vida dos aprendentes
que atendemos.
Que este livro tenha sido uma fonte valiosa de conhecimento e

inspiração para sua prática como Psicopedagoga. Que ele
ENCERRAMENTO
Agora estamos de mãos dadas!
tenha fornecido as ferramentas necessárias para você

compreender, avaliar e intervir de forma eficaz nos casos de
Disortografia em sua jornada.
Lembre-se sempre de que seu trabalho é de extrema

importância e impacto na vida das pessoas.
Seu compromisso em promover a inclusão, o desenvolvimento

acadêmico e a autoconfiança de aprendentes com
Disortografia é um verdadeiro ato de amor e cuidado!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACAMPORA, Bianca. Psicopedagogia clínica: O despertar das

potencialidades. 4. Ed., Rio de Janeiro: Wak Editora, 2019, 180
p.
CASAL, Carlos Jorge Ferreira. Disortografia: a escrita criativa

na reeducação da escrita. Porto, Universidade Fernando
Pessoa, 2013.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por

quê? como fazer? São Paulo: Moderna , 2003.
PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de

aprendizagem. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
SILVA, Gisele Ruiz; HENNING, Paula Corrêa. Entre leis,

decretos e resoluções... a inclusão escolar no jogo neoliberal.
Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 14, n. 43, p. 843-864,
set./dez. 2014.
SILVEIRA, Tatiana dos Reis. Psicopedagogia: Um novo olhar

frente à Disortografia. Disponível em:
https://www.revistahistoriador.com.br/index.php/principal/arti
cle/view/145/151. Acesso em maio, 2023.
SOBRE OS AUTORES
PRISCILLA RIBEIRO CANDIDO
ABPp GO 13.0951/19
Honrosamente conhecida como Psicopedagoga Realizada,

Priscilla é Mestra, Psicopedagoga Clínica Infantil e Especialista
em Testes Psicopedagógicos. Respira diariamente a
Psicopedagogia Clínica e vem ganhando destaque por seu
perfil de empreendedora e comunicadora, transmitindo de
forma leve conteúdos diversos sobre como atuar com
segurança na Clínica Psicopedagógica, colecionando histórias
emocionantes e transformando a vida profissional de
Psicopedagogas em todo o país.
É Fundadora e Proprietária das empresas PeD Consultoria

Educacional, PeD Editora e de seu mais recente projeto que já
tem se consolidado como referência na formação de mais de
1000 alunas, a Escola da Psicopedagoga.
Priscilla realiza atendimentos Psicopedagógicos Clínicos tendo

como foco o público infantil. É Mentora e Supervisora de
Psicopedagogas, sendo também Autora de dezenas de
materiais e mais de 30 cursos para a capacitação e oferta de
recursos para a Prática Clínica Psicopedagógica, em Testes
como PADAC e Pro-SHM.
Acredita que não há como ser uma Psicopedagoga Realizada

sem estudar e investir constantemente em uma boa formação.
Seu lema é: “A Psicopedagogia deve ser praticada com
Técnica, Amor e Pertencimento”.
SOBRE OS AUTORES
DIEGO MARÇAL COSTA MATUTINO
CRP 09/10415
Diego é Psicólogo, Especialista em Psicologia Escolar e

Educacional, Psicopedagogo e concluinte em Neuropsicologia.
Atua como Psicólogo Clínico na PeD Consultoria Educacional,

onde realiza atendimentos com o público infanto-juvenil em
questões voltadas ao desenvolvimento global, aprendizagem e
habilidades socioemocionais.
É um grande entusiasta da transformação que a aprendizagem

possibilita na vida das pessoas de forma didática, leve,
contextualizada e atual. Como professor na Escola da
Psicopedagoga, adota esses valores ministrando aulas sobre
Testes Psicopedagógicos e temas pertinentes à
Psicopedagogia.
Além desse repertório, é coautor de uma série de livros e-

books que instrumentalizam a prática, contemplando desde
transtornos de aprendizagem a técnicas de Avaliação e
Intervenção Psicopedagógica.
Acredita que, como princípio, a Psicopedagogia deve ser

pautada na afetividade, precedendo todas as formas de
aprendizagem e na abordagem Clínica, a criança e a família
devem, antes de qualquer técnica, ser compreendidas em sua
essência.
PRISCILLA RIBEIRO CANDIDO,
aPsicopedagoga Realizada.

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Seja bem-vinda ao Manual Prático para Psicopedagoga:

Nesta obra, exploraremos uma das dificuldades mais

Aprendentes que possuem Disortografia lidam com um

Neste Manual, nosso objetivo é fornecer às Psicopedagogas

Ao longo deste material, você encontrará uma combinação de

Abordaremos estratégias específicas para lidar com os

Além disso, este Manual abordará a importância da parceria

entre Psicopedagogas, Professores, Profissionais de outras

À medida que avançamos, convidamos você a mergulhar neste

Este Manual apresentará em seis capítulos uma

Nesse sentido, em caráter inicial, este Manual apresentará em

Em seguida, abordaremos os limites da atuação

Com o terceiro capítulo, “Avaliação Psicopedagógica”, vamos

Seguindo a perspectiva de que a Avaliação Psicopedagógica

Assim, no quinto capítulo, “Parcerias Importantes”, vamos

Por fim, o sexto capítulo apresentará “Considerações Éticas e

Em outro ponto de destaque, também vamos analisar a ética

Apresentado esse contexto inicial, esperamos que você

A Disortografia é um transtorno específico da escrita, que se

É uma dificuldade que afeta a habilidade do indivíduo em

Esses erros ortográficos são frequentes e vão além das

A Disortografia também está relacionada a dificuldades

Essa dificuldade na codificação pode ocorrer por diferentes

A Disortografia pode afetar significativamente o desempenho

habilidade fundamental para a comunicação e aprendizado.

No entanto, com a identificação precoce e a intervenção

Como definição geral é importante ressaltar que a

Por exemplo, um aprendente com Disortografia pode escrever

Esses erros são frequentes e afetam a habilidade do indivíduo

A Disortografia pode impactar negativamente a autoestima e o

As características da Disortografia podem variar de pessoa

Erros ortográficos frequentes: aprendentes com

Dificuldades na aplicação de regras ortográficas: pessoas

Dificuldades na organização do texto: além dos erros

Baixa automação ortográfica: a automatização das regras

Impacto na autoestima e no desempenho acadêmico: a

relação às suas habilidades de escrita, afetando seu

Em outro elemento importante a ser destacado, a

A Disgrafia também é um transtorno específico da escrita,

Aprendentes com Disgrafia podem apresentar uma caligrafia

Embora a classificação exata dos tipos de Disortografia possa

mencionados por Carlos Casal (2013) em leitura a Tsvetkova

Disortografia temporal: pessoas com Disortografia

Disortografia perceptivo-cinestésica: pessoas com esse

Disortografia cinética: pessoas com Disortografia cinética

resultando em palavras escritas de forma desordenada ou

Disortografia visuo-espacial: aprendentes com

Disortografia dinâmica: pessoas com Disortografia

Disortografia semântica: envolve dificuldades em perceber

e em fazer alterações ou omissões em sinais gráficos,

Disortografia cultural: essa dificuldade está relacionada a

Compreendendo os sete tipos de Disortografia apresentados,

COMO A DISORTOGRAFIA SURGE?

A Disortografia é um transtorno da escrita que pode surgir

Uma das possíveis causas da Disortografia é de ordem

Essas dificuldades podem afetar a habilidade de reconhecer

Além disso, a Disortografia perceptiva também pode estar

Essas dificuldades perceptivas podem afetar a habilidade de