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PURIFICAÇÃO DA GLICERINA BRUTA OBTIDA A PARTIR DA


PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Tayanara Menezes Santos1; Daiane Farias Pereira2, Gabriel Francisco da Silva3

RESUMO

A glicerina é uma matéria-prima que pode ser empregada em vários setores industriais, tais como indústrias
farmacêuticas, de cosméticos, alimentícias, têxtil, entre outras. A glicerina bruta oriunda da produção de
biodiesel, mesmo com todas as impurezas inerentes ao processo, já se constitui um subproduto vendável.
Entretanto, a comercialização da glicerina é mais favorável quando esta se encontra purificada. Recentemente,
em janeiro de 2010, entrou em vigor a permissão legal de adicionar 5% de biodiesel no diesel de petróleo (B5),
antecipada 3 anos, uma vez que em conformidade com a Lei 11.097/05, esse percentual entraria em vigor
somente em 2013. Sabendo-se que, na produção do biodiesel, cerca de 10% da massa total é convertida em
glicerina, é indispensável que novas rotas de purificação sejam desenvolvidas, e que essas rotas sejam mais
baratas. O objetivo deste trabalho foi estudar a purificação da glicerina bruta obtida na produção de biodiesel,
utilizando como adsorvente a casca da semente da Moringa oleífera Lam e comparando com o carvão ativado e a
argila bentonita. Inicialmente, foi feita uma pré-purificação da glicerina com ácido fosfórico. Esta pré-
purificação serviu para separar os ácidos graxos livres da glicerina. Em seguida, foi utilizada casca de semente
da moringa, argila bentonita e carvão ativado em diferentes concentrações, 0,5, 1,0, 1,5, 2,0 e 2,5% (m/v), e
variada a temperatura (30, 60 e 90°C) a fim de saber a interferência dessas variáveis no processo.
Palavras-Chave: Purificação da glicerina, Moringa oleífera, adsorção.

ABSTRACT

Glycerin isaraw material thatcan be used invarious industriessuch aspharmaceutical,cosmetic, food, textile,
among others.Thecrude glycerinfrom biodiesel productioncoming from, even with all theimpuritiesinherent in
the process, since itisasalableproduct.However, the marketing of glycerin ismost favorablewhen it
ispurified.Recently,in January 2010, entered into forcethe legal permissionto add5% biodiesel to petroleum
diesel(B5), three yearsearlier, since in accordancewith the Law11.097/05, this ratewould take effectonly
in2013.It is knownthat for the productionof biodiesel,about 10%of the total massis converted toglycerol,it is
essential thatnew routesare developedfor purification, and that these routesare cheaper.The aimof this study
wasthe purification of glycerol, usingthe seed coatofMoringaoleiferaLam,comparing bentonite clay and
activated charcoal, thecrude glycerinobtained frombiodiesel production. Initially, we madea pre-purification of
glycerol with phosphoric acid. Thispre-purificationwas used toseparate thefatty acidsof glycerin, and these
phasesformedwhich phaseconsisting ofsaltsof matches.Thenwas usedbentoniteclay, activated
charcoalandmoringa barkin different concentrations,0,5, 1,0, 1,5, 2,0 e 2,5% (m/v), and varied temperature (30,
60 and 90 °C), to knowthe interference of thesevariablesin the process.
Key-words: glycerin purification, Moringaoleifera, adsorption.

1
Universidade Federal de Sergipe. Avenida Marechal Rondon, sem número, Jardim Rosa Elze, Cidade Universitária
Professor José Aloísio de Campos - São Cristovão, SE. CEP: 49.100-000. Departamento de Engenharia Química, Laboratório
de Tecnologias Alternativas. e-mail: tayanaramenezes@yahoo.com.br
2
Mestre. Instituto Federal da Bahia
3
Universidade Federal de Sergipe

Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal, v. 10, n. 4 p. 131 -147 , jul./dez. 2013 .
Santos, T. M., et al. / Purificação da glicerina bruta obtida a partir da produção de biodiesel. 132

1. INTRODUÇÃO importadores de petróleo foram afetados,


principalmente aqueles em
A maior parte da energia consumida desenvolvimento como o Brasil. Essa crise
no mundo provém do petróleo, do carvão e causou a necessidade de se obter fontes
do gás natural. Com o esgotamento das alternativas de energia. Nesse panorama
fontes naturais de energia, especialmente surge como opção o biodiesel (DANTAS,
energia fóssil, sobretudo sua 2006).
impossibilidade de renovação, há uma De acordo com a definição adotada
motivação para o desenvolvimento de na Lei nº 11.097,
tecnologias que permitam utilizar fontes de de 13 de setembro de 2005, que introduziu
energia renováveis e ecologicamente o biodiesel na matriz energética brasileira,
corretas (CONCEIÇÃO et al. 2005). biodiesel é um
Os óleos vegetais aparecem como biocombustível derivado de biomassa
uma fonte alternativa de combustível, mas renovável para uso em motores a
o seu uso direto em motores de combustão combustão interna com ignição por
interna não constitui uma inovação recente. compressão ou, conforme regulamento,
Em 1900, Rudolf Diesel (1858-1913), para geração de outro tipo de energia, que
inventor do motor do ciclo diesel, utilizou possa substituir parcial ou totalmente
óleo vegetal de amendoim para demonstrar combustíveis de origem fóssil.
seu invento em Paris (RABELO, 2001 e A utilização do biodiesel representa
DEMIRBAS, 2007). um ganho ambiental significativo no que
Historicamente, o uso direto de óleos se refere à redução de emissões. Isso
vegetais como combustível foi superado porque boa parte do gás carbônico emitido
pelo uso de óleo diesel derivado de na queima do combustível é absorvida
petróleo por fatores tanto econômicos durante o crescimento da cultura da
quanto técnicos. Àquela época, os aspectos matéria-prima utilizada na sua produção. O
ambientais, que hoje privilegiam os biodiesel promove, ainda, uma redução das
combustíveis renováveis como o óleo principais emissões associadas ao diesel
vegetal, não foram considerados derivado de petróleo, como por exemplo,
importantes e, assim, o óleo diesel de de óxidos de enxofre e materiais
petróleo tomou conta do mercado particulados. Segundo Knothe et al.
(BIODIESELBR, 2012). (2006), o uso desse combustível também
No entanto, após a crise do petróleo diminui as emissões de hidrocarbonetos
iniciada em 1973, todos os países

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poliaromáticos, que são responsáveis pelo um tratamento de purificação para servir


desenvolvimento de vários tipos de câncer. como matéria-prima da indústria química,
A cadeia produtiva de biodiesel de 1ª cosmética e alimentícia. Embora na forma
geração (HAMELINCK; FAAIJ, 2006; purificada a glicerina seja um produto de
DEMIRBAS, 2007) pode ser vista alto valor, muitas vezes não é
compreendendo diversos aspectos desde a economicamente viável a sua purificação.
produção agrícola e extração de óleos Segundo a Associação Brasileira da
Indústria Química (ABIQUIM, 2009), as indústrias
vegetais e/ou o aproveitamento de resíduos
de comércio, alimentícia e farmacêutica têm uma
agroindustriais para as matérias-primas e
demanda anual de 35 a 40 mil toneladas de
insumos, passando pela adequação da glicerina. No ano de 2010, a produção brasileira de
reação de esterificação e transesterificação, biodiesel foi de 2,4 bilhões de litros, o que gerou
separação de glicerina, processos de aproximadamente 240 milhões de litros de glicerol,
ou seja, sete vezes acima da demanda do mercado
produção e purificação, controle de
de glicerina.
qualidade, transporte, armazenamento e
Nota-se, portanto, que para que o
estocagem, purificação e utilização dos
biodiesel seja classificado como fonte
coprodutos, uso e emissões, além de
renovável de energia, é essencial
impacto ao meio ambiente decorrente do
considerar não só o balanço de energia da
uso do biodiesel, seus coprodutos e
sua produção, mas também as proporções
efluentes de processos. Cada um destes
de energia alocadas aos seus coprodutos e
aspectos é indispensável para a
ao seu reaproveitamento (PRADHAN et
viabilização do biodiesel, seja econômica,
al., 2008).
tecnológica, social ou ambientalmente.
Por conseguinte, “a purificação do
Na produção de biodiesel, pela
glicerol é uma chave econômica e
reação de transesterificação de óleo ou
tecnológica de interesse no processo
gordura, obtêm-se ésteres e glicerol. Nessa
industrial do biodiesel” (CHUN-HUI et al.,
reação um catalisador é utilizado para
2008). Na literatura existem alguns estudos
aumentar a velocidade da reação e seu
sobre a purificação do coproduto, no
rendimento (MA; HANNA, 1999).
entanto a maioria das análises realizadas se
Segundo Robra et al. (2009), para
basearam na glicerina animal, logo estes
cada m³ de biodiesel produzido são
estudos não abrangem todas as variáveis
gerados 100 L de glicerina. Essa glicerina
envolvidas com relação à glicerina oriunda
bruta contém quantidades do catalisador
da reação de transesterificação
utilizado na transesterificação do óleo
(SALVADOR et al., 2006).
vegetal, além de outras impurezas, e exige

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Vários estudos têm sido feitos com o Argilasbentonitas são formadas a


objetivo de desenvolver tecnologias mais partir de rochas ou cinzas vulcânicas que
acessíveis para a purificação da glicerina. sofreram transformações por milhões de
Os métodos atualmente utilizados incluem anos gerando partículas cristalinas menores
resinas de troca iônica e tecnologias de que 2 µm (CALARGE, 2001). Esta argila
separação por membranas, processos não apresenta um conjunto de características
tão economicamente viáveis (FERREIRA, estruturais que a torna atraente para o
2009). desenvolvimento de catalisadores e
O presente trabalho teve como adsorventes tais como área superficial
principal objetivo estudar a purificação da elevada, capacidade de troca catiônica,
glicerina obtida na produção de biodiesel baixo custo e abundância na natureza
utilizando a casca da Moringa oleíferaLam (SANTOS, 1975).
e comparar com os resultados utilizando a O carvão ativado é obtido,
argila betonita e o carvão ativado como normalmente, através da decomposição
adsorventes. A adsorção desponta com térmica de materiais carbonáceos, tais
uma técnica promissora para a remoção como: madeira, turfa, concha de coco,
dos contaminantes. Segundo Scheer (2002) betuminosos, seguida pela ativação com
a adsorção apresenta um baixo consumo de dióxido de carbono, a elevadas
energia, a possibilidade de separação de temperaturas (700 – 1100ºC) (Ruthven,
misturas com azeotropia e a não 1984). Este produto carbonáceo possui
necessidade de uso de outros componentes uma estrutura porosa que proporciona uma
para ajudar a separação, entre outros. área superficial interna de, comumente,
Cleide et al. (2010) estudou o 600 a 1.200 m²/g. Sua rede porosa retém as
potencial de adsorção das sementes de substâncias a serem adsorvidas.
Moringa oleiferapara descontaminação de (MADECARBO, 2012). É muito
Ag em soluções aquosas. Segundo Lédo conhecido pelo seu alto poder de adsorção.
(2008) os mecanismos com sementes dessa
planta indicam ser adsorção e neutralização
2. MATERIAL E MÉTODOS
de cargas. Versiani (2008) caracterizou as
A glicerina bruta foi fornecida
propriedades coagulantes e adsorventes de
gentilmente pelo Profº Ednildo Andrade da
biomateriais derivados da Moringa
Escola Politécnica da Universidade Federal
oleiferana remoção de íons Cd (II) em
da Bahia, onde é desenvolvida a produção
soluções aquosas.
de biodiesel, em uma planta piloto. A

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glicerina foi oriunda da produção de retirada, triturada em moinho e passada em


biodiesel de mamona. A concentração e peneira para obtenção de uma
purificação da glicerina bruta envolveu granulometria 20 mesh. A argila bentonita
quatro etapas, representadas no fluxograma foi ativada com ácido clorídrico 6M e
da Figura 1. Antes de serem utilizadas a lavada com água destilada até obter pH
casca da moringa e a argila bentonita 6,0, em seguida foi filtrada à vácuo.
foram beneficiadas. A casca da moringa foi

Glicerina Bruta
Caracterização da
Glicerina
Pré-purificação da Glicerina

Purificação da Glicerina

Casca da Moringa Carvão Ativado Argila Bentonita

CARACTERIZAÇÃO DA GLICERINA PURIFICADA

Figura 1 – Etapas da caracterização e purificação da glicerina

Métodos de Caracterização da Glicerina um béquer de 600 mL e adiciona-se 40 mL


de água deionizada. Em seguida, adiciona-
A determinação da eficiência do se de 3 a 5 gotas do indicador azul de
processo de adsorção foi aferida analisando bromotimol P.A., com acidificação, se
o teor de glicerina livre, o teor de cloretos necessário, utilizando ácido sulfúrico
e a cor. (H2SO4) 0,2 N até obtenção de uma cor
verde ou amarela, neutralização com
A) Teor de Glicerol Livre hidróxido de sódio (NaOH) 0,05 N até o
A medida do teor de glicerol foi feita ponto definitivo azul, livre de cor verde, e
utilizando-se o método do periodato de adição de 50 mL de periodato (meta) de
sódio (AOCS Ea 6-94, 1998). O método sódio P.A. A amostra foi mantida no
consiste na diluição de 5g da amostra de escuro por 30 minutos, coberta com vidro
glicerina em água deionizada, num balão de relógio para evitar a absorção de CO2, e
volumétrico de 100 mL até o menisco. Em foram então adicionados 10 mL de solução
seguida pipeta-se 10 mL dessa solução em de etilenoglicol, diluída 1:1 com água

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destilada, e a mesma foi mantida no escuro seguida, uma amostra de glicerina foi transferida
por mais 20 minutos. Após esse tempo foi para um frasco com tampa. Dali, retirou-se
adicionado 5mL de solução de formiato de uma alíquota de 0,5g que foi adicionada ao
sódio, dissolvido 68 g em 1L de água solvente, sendo então feita a análise coulométrica
destilada. Foi então acrescentado ao béquer do teor de água.
300 mLde água deionizada e a titulação
realizada com solução de hidróxido de C) Determinação do Potencial
sódio – 0,100 N, com auxílio de pHmetro Hidrogeniônico
(BEL, modelo W3B) para determinação do
pH final de titulação de 6,5 ± 0,1 para o A medida do pH foi feita segundo a
branco e 7,9 ± 0,1 para as amostras de norma ASTM D – 1293-99 (2005).
glicerina. Utilizou-se pHmetro (TECNAL, modelo
O teor de glicerol foi calculado pela TEC 3MP). Após calibrar o equipamento
Equação 1abaixo: com soluções tampão de pH 4 e 7, usou-se

(1) uma alíquota da amostra para medir seu


pH.

Onde:
D) Teor de Cloretos
S = Volume de NaOH para titular a
A determinação de cloretos foi
amostra (mL); B = Volume de NaOH para
realizada segundo a metodologia de
titular o branco (mL); N = normalidade do
Rump&Krist (1992). O método permite
NaOH; W = quantidade de amostra, g.
medir a concentração de cloretos na
amostra de glicerina bruta ou purificada.
B) Teor de água por Karl-Fischer
Um volume de 10 mL da amostra foi
A determinação foi realizada em um
coletada. Em seguida, 1mL do indicador
equipamento Metrom 838. O Reagente de
cromato de potássio foi adicionado. E a
Karl-Fischer antes da análise foi padronizado, pois
titulação da solução com nitrato de prata
o excesso de metanol confere certa instabilidade ao
(AgNO3) padronizado até o ponto de
reagente. Toda a vidraria usada na transferência
virada vermelho foi realizada. O
dos reagentes foi criteriosamente seca, e a
procedimento foi realizado em triplicata.
manipulação da glicerina foi célere para evitar
Posteriormente, foi realizado o ensaio em
contaminação pela umidade do ar.
branco fazendo uso das mesmas condições
Seguindo o Método ASTM E1064,
citadas acima, usando água destilada ao
primeiramente foi feita a titulação do solvente. Em
invés da amostra de glicerina.

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A concentração de cloreto (mg/L) é Este procedimento foi feito novamente,


determinada pela Equação 2: desta vez cheio com a amostra a ser
analisada, a glicerina. Os valores

(2) resultantes foram substituídos na equação.

Onde B = Volume de solução de


AgNO3 (mL) consumido na titulação da
amostra;C = Volume de solução de
Onde picvazio = massa do picnômetro
AgNO3 (mL) consumido na titulação do
vazio; picamostra= massa do picnômetro
"branco”; N = Normalidade do
cheio com a amostra; picágua= massa do
AgNO3utilizado para titular; D = Volume
picnômetro cheio com água.
da amostra (mL).

F) Cor
E) Densidade relativa
A cor da glicerina foi determinada
Inicialmente pesou-se o picnômetro
utilizando o Colorímetro LOVIBOND
vazio na balança analítica e anotou-se o
15250-3, que tem uma faixa de cores que
resultado. Em seguida, o mesmo
vai de 0 (neutro) a 8 (marrom escuro). A
picnômetro, cheio de água destilada, foi
Faixa de cores está apresentada na Tabela
pesado e teve seu valor também anotado.
1.

Tabela 1 – Faixa de cores do colorímetro


Cor Faixa
Neutro 0,0
Amarelo citrino 0,5 – 2,0
Amarelo claro 2,5 – 3,5
Amarelo escuro 4,0 – 4,5
Marrom 5,0 – 7,0
Marrom escuro 7,5 – 8,0

G) Ensaios de Pré-purificação e como base 200 mL de glicerina e variadas


Purificação as quantidades do ácido entre 1,5 e 5,5 mL
A pré-purificação consistiu na em intervalos de 1 unidade.
separação dos ácidos graxos da glicerina A glicerina foi colocada em funis de
utilizando ácido fosfórico (H3PO4). Para separação, seguida das respectivas
determinar uma relação ótima quantidades de ácido. As misturas foram
ácido/glicerina na separação, foi tomada agitadas até completa homogeneização e

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deixadas em repouso por 2 horas. Foram Na purificação, foram estudados a


coletadas alíquotas da fase intermediária de casca da semente de moringa, a argila
cada funil, correspondente a glicerina, e bentonita e o carvão ativado. A fim de
colocadas em estufa à 70ºC para que os constatar a melhor concentração desses
resquícios de álcool fossem evaporados. adsorventes na remoção de impurezas da
Em seguida, foi feita a análise de teor de glicerina, foram feitos ensaios de adsorção
glicerol para determinação da melhor razão em “banho-maria” a 30ºC com agitação de
ácido:glicerina. 600 rpm. A aparelhagem é mostrada na
Determinada a melhor razão ácido Figura 2. O aparato experimental foi
fosfórico:glicerina, foi preparado um composto de um banho termostático com
grande volume de glicerina pré-purificada controle de temperatura e um sistema de
para os ensaios posteriores. agitação mecânico. O agitador possuía um
controlador da velocidade de agitação.

Figura 2 – Aparato experimental: Ensaio de adsorção.

Após o ensaio de adsorção, a Büchner e papel filtro de porosidade 6,0


glicerina foi filtrada à vácuo utilizando µm, conforme mostra Figura 3.
bomba PRIMAR, kitassato, funil de

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Figura 3 – Filtração à vácuo.

As concentrações estudadas variaram 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES


entre 0,5 e 2,5% m/v com intervalos de
Na Tabela 2 são apresentados os
0,5. Para examinar a eficácia de cada
resultados obtidos das análises físico
adsorvente a tais concentrações foi feita a
químicas da glicerina bruta utilizada nos
análise de teor de glicerol para cada ensaio.
experimentos.
E a partir desses resultados, comparou-se a
Como esperado, a glicerina bruta
eficiência da bentonita, da casca da
apresentou pH alcalino, o que pode ser
moringa e do carvão ativado.
explicado pela presença de NaOH residual,
Para implemento dos testes de
utilizado como catalisador na produção do
adsorção foi estudado também a influência
biodiesel. A cor extremamente escura
da temperatura neste processo. Sendo a
explica-se pelo fato de que a glicerina
argila bentonita e o carvão ativado
bruta utilizada é oriunda de uma planta
adsorventes já estudados e bastante
piloto de biodiesel de mamona, onde a
difundidos na literatura, optou-se por fazer
conversão é baixa, o óleo do processo é
este experimento utilizando a casca da
escuro e não há uma limpeza constante dos
moringa. Para isso, foram realizados
equipamentos da planta, dada a dificuldade
ensaios de adsorção, como representados
que é.
na Figura 2, nas temperaturas 30, 60 e
O baixo teor de glicerol ratifica a
90°C, recolhendo alíquotas da glicerina a
baixa conversão no processo e indica que
cada 10 min durante 1 h. O teor de glicerol
para uma utilização futura é necessário a
foi medido para cada alíquota.
purificação e concentração do glicerol,
além de sua clarificação dada a grande
quantidade de impurezas. De acordo com a
norma americana o teor de glicerol para a

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utilização industrial da glicerina deve ser pode ser menor quando a glicerina for
no mínimo 99,5%, o que difere utilizada para alguns fins específicos como
destoantemente do teor da glicerina produção de detergentes, por exemplo.
estudada. No entanto, esse valor mínimo
Tabela 2 – Caracterização físico química da glicerina bruta
Teor de Glicerol (%) 35,90
Teor de Cloreto (ppm) 78,7
Teor de água (%) 32,84
Cor 8 (marrom escuro)
Densidade relativa 1,01
pH 8,4

O teor de cloretos é justificado pela consta na literatura a intermediária é a


utilização de HClcomo neutralizante do glicerina, a fase mais leve são os ácidos
catalisador, seus derivados são graxos e a mais densa são os sais de
considerados impurezas. fósforos formados, conforme destaca a
Através da pré-purificação com o Figura 4.
H3PO4 já foi possível observar uma nítida
mudança na aparência da glicerina. Foram
formadas 3 distintas fases, onde segundo

(a)

(b)

(c)

Figura 4 – Glicerina Pré-purificada. (a) Ácidos graxos,


(b) Glicerina e (c) Sais de fósforos.

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A partir dos testes feitos com as visto que seu pH ficou em torno de 6,03,
diferentes concentrações de ácido fosfórico um valor próximo do neutro.
na glicerina foi possível determinar uma
quantidade ótima desse ácido para cada Purificação
100 mL da amostra. Utilizando 1,5 mL de Como dito anteriormente, para
H3PO4 o teor de glicerol passou de 35,90 avaliar a purificação da glicerina pelos
para 47,88%, no entanto, quando foi adsorventes foram utilizadas diferentes
utilizado 2,5 mL do ácido esse teor subiu dosagens do mesmo, variando entre 0,5 e
para 55,57% e manteve-se em torno disso à 2,5% (m/v).
medida que aumentamos a quantidade até Conforme a Figura 5, o carvão
5,5 mL. Baseado nesses dados escolhemos ativado foi o melhor adsorvente estudado
como relação para a pré-purificação 2,5 na purificação da glicerina, alcançando
mL de H3PO4 para cada 200 mL de uma remoção de impurezas de 51,02%,
glicerina. Após a pré-purificação a com um teor final de glicerina de 78,3%.
glicerina foi colocada em estufa para se Quanto maior a dosagem de carvão ativado
evaporar possíveis resquícios de álcool. utilizado maior foi a remoção de
Após a pré-purificação, a cor da glicerina impurezas, sendo necessário um estudo
passou de marrom escuro para marrom, um mais completo para saber até que ponto
ganho considerável visualmente. Mesmo isto é verdadeiro. A diferença de cor antes
com a adição do ácido fosfórico, não foi e após a adsorção com carvão ativado foi
necessária a neutralização da glicerina, bem nítida, a glicerina que antes era
marrom passou a ser amarelo citrino.

90
Teor de Glicerina alcançado (%)

80
70
60
50
Argila Bentonita
40
Carvão Ativado
30
20 Moringa
10
0
0,50% 1% 1,50% 2% 2,50%
Dosagem do Adsorvente (m/v)
Figura 5 – Teor de glicerina alcançado versus dosagem do adsorvente

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A argila bentonita comportou-se de do glicerol pela casca da semente de


forma tênue, conforme era aumentada sua moringa, o que não é desejado. A
dosagem a remoção de impurezas não concentração de 2,0% (m/v) foi a mais
variava muito. A sua maior remoção de eficiente de todas estudadas, alterando o
impurezas foi de 18,35%, valor bem teor da glicerina pré-purificada (55,57%)
inferior ao obtido com o carvão ativado. O para 67,85%, uma remoção considerável
teor de glicerol alcançado com esta de impurezas. A cor da glicerina passou de
remoção foi de 63,68%, numa dosagem de marrom para amarelo claro.
2,0% (m/v), que não diferenciou muito das A Figura 6 compara as cores da
dosagens de 1,0 e 1,5% (m/v) com teores glicerina bruta e pré-purificada com a
de glicerina de 62,84 e 63,35% glicerina tratada com carvão ativado, argila
respectivamente. Nesta diferença é bentonita e casca da semente de moringa.
considerado o erro analítico e, portanto, a Sendo os processos de adsorção com
melhor dosagem na utilização da argila argila bentonita e carvão ativado já
bentonita para a purificação da glicerina é difundidos, as análises finais foram feitas
1,0% (m/v). Esta glicerina deixou de ser levando em consideração somente a casca
marrom para ser amarelo escuro. da semente de moringa, utilizando sua
Com relação a casca da semente de melhor concentração na remoção de
moringa, a remoção de impurezas foi impurezas, 2g para 100mL de glicerina. A
maior quanto maior a dosagem do Tabela 3 mostra a caracterização físico
adsorvente. No entanto, com uma dosagem química pós-purificação.
acima de 2,0% (m/v) esta remoção
diminuiu, indicando uma possível adsorção

(a) (b) (c) (d) (e)


Figura 6 – Cor: (a) Glicerina bruta, (b) Glicerina Pré-purificada,(c) Carvão ativado, (d)
Casca da semente de moringa, (e) Argila bentonita.

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Tabela 3 – Caracterização física química da glicerina purificada


com casca da semente de moringa
Teor de Glicerol (%) 67,85
Teor de Cloreto (ppm) 60,31
Teor de água (%) 14,61
Cor 3 (amarelo claro)
pH 6,03

O teor de glicerol aumentou semente de moringa no clareamento e


consideravelmente utilizando a casca da purificação da glicerina bruta.
moringa, no entanto, não alcançou o limite
mínimo estabelecido pela Norma Efeito da Temperatura

Americana (USP), que é de 99,5%. No


entanto, não se pode desvalorizar a A Figura 8 mostra a interferência da

atividade da casca neste quesito, que foi temperatura na remoção das impurezas da

superior a argila bentonita. glicerina, utilizando uma concentração

O teor de cloretos também não constante de casca de semente de moringa

atendeu a Norma Americana, que exige um 2% m/v. As temperaturas estudadas foram

valor máximo de 10 ppm. Esse ajuste 30, 60 e 90ºC.

poderia ser feito utilizando alguma outra Da Figura 8 pode-se concluir que

operação, tal como resina de troca iônica. quanto maior a temperatura menor a

O teor de água, ainda grande, poderia ser remoção de impurezas da glicerina. Isto

corrigido através de um processo de porque, quando a temperatura de uma

evaporação eficaz. solução é aumentada, as moléculas

A Figura 7 apresenta a diferença adquiremmaior energia e

visual entre a glicerina bruta, a glicerina consequentemente maior mobilidade, o que

pré-purificada com ácido fosfórico e a dificulta a formação docomplexo

glicerina tratada com 2,0% (m/v) de casca adsorvido.

de semente de moringa. O efeito da temperatura está

É possível observar a nítida diferença diretamente vinculado às propriedades

das cores entre os diferentes estágios do termodinâmicas da interação

processo de purificação da glicerina. Esta adsorvato/adsorvente. Dependendo da

imagem prova a eficiência da casca da impureza e do adsorvato envolvidos no

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processo adsortivo, o mesmo pode se Neste estudo, o efeito negativo


caracterizar como endotérmico ou observado para a temperatura sugere ser o
exotérmico. Por exemplo, a adsorção de processo adsortivo exotérmico,
chumbo, mediante interações eletrostáticas apresentando um aumento da capacidade
apresenta-se como um processo adsortiva com a diminuição da
endotérmico quando a argila é empregada temperatura. O aumento da temperatura
como adsorvente. No entanto, quando a pode ter favorecido a solubilidade do
adsorvente for akaolinita ou a soluto, aumentando sua solvatação e
montmorilonita o processo é caracterizado limitando sua atração para a superfície do
como exotérmico (BHATTACHARYYA e adsorvente.
GUPTA, 2006).

Figura 7 – Cor da glicerina: (a) Bruta, (b) Pré-purificada e (c) Pré-purificada


tratada com casca de semente de moringa

70
68
66
Teor de glicerina %

64
62
60 30ºC
58 60ºC
56 90ºC
54
52
50
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (min)

Figura 8 – Efeito da temperatura

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4. CONCLUSÕES 67,15%, passando da cor marrom para


O processo de pré-purificação amarelo claro, a argila bentonita obteve um
utilizando o ácido fosfórico foi eficiente, teor de glicerina de 63,83%, indicando a
separando os ácidos graxos da fase tonalidade amarelo escuro no colorímetro.
glicerina e fazendo com que a glicerina Ambos tiveram uma melhor eficiência
bruta passasse de um teor de glicerina de utilizando 2,0% m/v.
35,90% para 55,57%, o que já indica uma Quanto ao efeito da temperatura, foi
remoção considerável de impurezas. A possível observar através dos ensaios de
glicerina que era marrom escuro passou a adsorção que quanto maior a temperatura
ser marrom. menor a remoção das impurezas da
Além disso, a purificação e glicerina, indicando ser essa adsorção um
clarificação da glicerina bruta foi possível processo exotérmico. Isto aconteceu
utilizando os adsorventes estudados, numa porque quando a temperatura da solução
maior ou menor proporção. Empregando foi aumentada, as moléculas adquiriram
os mesmos parâmetros nos ensaios, tal maior energia e consequentemente maior
como rotação e tempo de agitação, foi mobilidade, o que provavelmente
possível obter teores de glicerina de dificultou a formação do complexo
63,83% com a argila bentonita, 67,85% adsorvido, de tal modo que a remoção das
com a casca da semente de moringa e impurezas diminuiu.
78,3% com o carvão ativado. Nenhum dos Conforme o resultado das análises
adsorventes alcançou o teor mínimo pode-se concluir que a casca da semente de
exigido pela norma americana (99,5%), moringa, a argila e o carvão ativado foram
mas o processo de adsorção talvez possa eficientes para o tratamento da glicerina,
ser aprimorado alterando algumas com elevada retenção de compostos
variáveis. indesejáveis e aumento no teor da
O carvão ativado foi o adsorvente glicerina. No entanto, não foram
que melhor obteve resultado, utilizando suficientes para atingir o teor da glicerina
2,5% m/v, passando da cor marrom para técnica (99,5%).
amarelo citrino. A casca da semente da O processo de purificação da
moringa, por sua vez, teve um desempenho glicerina há ainda muito para ser estudado.
maior com relação a argila bentonita, Desse modo, fica como sugestão para
conhecida por sua propriedade de bom trabalhos futuros:
adsorvente. Enquanto a casca da semente Estudar a interferência de outras variáveis
de moringa obteve um teor de glicerina de no processo, tais como pH e pressão.

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