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UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


Curso de Graduação em Enfermagem

Gislaine Maria da Silva Faustino

IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS TRABALHADORES PARA


O CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR

Orientadora –Profª. Dra. Aparecida de Fátima Michelin


Co-orientadora – Profª. Me. Larissa Brazolotto Ferreira

Araçatuba – SP
2020
GISLAINE MARIA DA SILVA FAUSTINO

IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS TRABALHADORES PARA


O CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR

Trabalho de conclusão de curso


apresentado no Instituto de Ciências da
Saúde da Universidade Paulista – UNIP,
para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem, Araçatuba/SP.

Orientadora - Profª. Dra. Aparecida de Fátima Michelin


Co-orientadora – Profª. Me. Larissa Brazolotto Ferreira

Araçatuba – SP
2020
CIP - Catalogação na Publicação

Faustino, Gislaine Maria da Silva


IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS TRABALHADORES
PARA O CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR
/ Faustino, Gislaine Maria da Silva. - 2020.
xxxxxxxxxxx.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto


de Ciência da Saúde da Universidade Paulista, Araçatuba, 2020.
Área de Concentração: XXXXXXXXXXX.
Orientadora: Prof.ª. Dra. Aparecida de Fátima Michelin
Coorientador: Me. Larissa Brazolotto Ferreira.

1. Palavra chave 2. Palavra chave 3. Palavra chave I. Michelin, Aparecida


de Fátima. II. Ferreira, Larissa Brazolotto
Roberto Lourena Gomes da (coorientador). III.Título.

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução


total ou parcial desta monografia,
FOLHA DE porAPROVAÇÃO
processos de fotocópias.

Assinatura: Data: / /

GISLAINE MARIA DA SILVA FAUSTINO


IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DOS TRABALHADORES PARA
O CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR

Trabalhoapresentado ao Curso de Graduação em


Enfermagem do Instituto de Ciênciasda Saúde da
Universidade Paulistapara a obtenção do título de
Bacharel emEnfermagem

Araçatuba, ___ de Junho de 2020.

________________________
(Prof.ª xxxxxxxxxxxxxxxxx - UNIP)

________________________
(Prof.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx- UNIP)

________________________
(Prof.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx - UNIP)
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO

Faustino, G. M, S. Importância da higienização das mãos dos trabalhadores


para o controle da infecção hospitalar [Monografia], Araçatuba: Universidade
Paulista - UNIP; 2020.

Introdução:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxObjetivo:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxCasuí
stica e
Métodos:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxResultados:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxConclusão:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Palavra-chave:

Máximo de 250 palavras


ABSTRACT

Faustino, G. M. S.Importance of workers' hand hygiene for hospital infection


control. [Monograph], Araçatuba: Universidade Paulista - UNIP; 2020.

Introduction: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Objective: xxxxxxxxxxxxxxx. Casuistry and


Methods: xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Results: xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Conclusion:
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Keyword:xxxxxxxxxxx

Máximo de 250 palavras


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12

2 CASUÍSTICA E MÉTODOS ............................................................................. 14

3 RESULTADOS ................................................................................................ 16

4 DISCUSSÃO .................................................................................................... 20

5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 23

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 24

ANEXO I TERMO DE CONSENTIMENTO ...................................................... 26

ANEXO II PARECER CONSUBTANCIADO DO CEP ...................................... 28

ANEXO III DECLARAÇÃO ............................................................................... 29

ANEXO IV – RELATÓRIO COPYSPIDER ....................................................... 30

APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dados .......................................... 31


LISTA DE TABELA

Tabela 1. Distribuição dos participantes da pesquisa xxxxxx xxxxxxxxxxxx


xxxxxxxxxxxxxx
........................................................................................................Erro! Indicador
não definido.
LISTA DE FIGURA

Figura 1. Distribuição dos participantesxxxxxxxxxxxxxxx.Erro! Indicador não


definido.
12

1 INTRODUÇÃO

A infecção hospitalar é um evento adverso e um importante problema de


saúde pública a ser considerado mundialmente, tanto pela sua alta prevalência
como por sua alta morbimortalidade e custos associados 1. Nesse sentido, é
fundamental que sejam desenvolvidas ações direcionadas à prevenção de infecções
hospitalares, de modo a mitigar os prejuízos acarretados por esse problema.
Algumas medidas como o estabelecimento de normas e rotinas para limpeza
e desinfecção de ambientes, limpeza, desinfecção e esterilização de materiais, uso
racional de antimicrobianos e higienização das mãos podem verdadeiramente
modificar o cenário das infecções relacionadas à assistência à saúde, com queda do
número de casos e diminuição da disseminação de bactérias multirresistentes 1.
A higienização das mãos é um procedimento considerado simples, barato e
eficaz. A observação e comprovação de seus benefícios datam de mais de 170
anos, quando, previamente à era antibiótica, o médico húngaro Ignaz Phillip
Semmelweis verificou as possíveis causas para alta mortalidade por febre puerperal
em uma unidade obstétrica médica, comparativamente a uma unidade associada,
que era conduzida apenas por parteiras. Neste estudo, Semmelweis descartou
outras possibilidades para tal diferença de mortalidade que não fosse a
contaminação de puérperas através das mãos dos médicos. A partir de então,
recomendou-se a higienização de mãos como prática obrigatória, de forma que
houve queda acentuada da mortalidade naquela população 2.
Todavia ainda nos dias atuais tal prática não ocorre de maneira uniforme,
tanto no que se refere ao número de vezes quanto na qualidade do procedimento,
de modo que tal oscilação tem relação com a categoria e a função do profissional 3,
4
.A baixa adesão à higiene de mãos é atribuída a diferentes fatores como reações da
pele, como ressecamento e irritação; falta de lavatórios próximos ao local da
realização do trabalho e tempo exíguo por sobrecarga de trabalho 5.
A estrutura física adequada é fundamental para prática sistemática de
higienização das mãos. Ainda, são frequentemente evidenciados outros fatores
determinantes para a baixa adesão a tal prática como o abastecimento irregular de
insumos, escassez de cartazes sobre a importância do tema, bem como falta de
13

orientações para técnica adequada, indisponibilidade de manuais técnicos sobre o


assunto e poucas atividades de treinamento em serviço6.
A higienização das mãos, quando realizada e quando de maneira correta,
contribui para a queda do número de casos de infecções e de bactérias
multirresistentes no meio hospitalar contribuindo assim para a segurança dos
pacientes e trabalhadores. Em razão disso, as instituições devem oferecer
condições físicas adequadas para a higienização das mãos, bem como disponibilizar
os insumos para tal procedimento. Ademais, é necessário que ocorram ações de
educação continuada visando à capacitação, bem como a conscientização da
importância desse procedimento por todos os trabalhadores dos estabelecimentos
de saúde.
Investir nesses importantes aspectos é um modo barato e prático de se evitar
complicações em pacientes que se encontram hospitalizados bem como danos à
saúde dos próprios profissionais. Desse modo, baseado no exposto, o presente
trabalho tem o objetivo de verificar quais são os motivos que levam os trabalhadores
hospitalares a não realizarem adequadamente a higienização das mãos. A partir
disso, serão investigados os hábitos de profissionais que trabalham em hospitais,
buscando-se conhecer quais fatores ou barreiras os levam a não realizar a
higienização adequada das mãos e, consequentemente auxiliar no controle das
infecções hospitalares.
14

2 CASUÍSTICA E MÉTODOS

Tratou-se de uma pesquisa decampo, de caráter exploratório,com


delineamento transversal com análise quantitativa descritiva dos dados. O estudo
teve como o objetivo averiguar quais os motivos que levam trabalhadores
hospitalares a não realizarem de maneira adequada a higienização das mãos.
Para isto, foram entrevistados quarenta profissionais, de ambos os sexos, que
trabalham em um ambiente hospitalar, sendo de três categorias: enfermagem,
nutrição e apoio. Esses profissionais receberam os devidos esclarecimentos acerca
da pesquisa e, posteriormente, assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido (ANEXO I).
Foi adotado como critério de inclusãoo completo preenchimento do
questionário contendo as perguntas objeto da pesquisa. Foram excluídos da
pesquisa os questionários devolvidos fora do prazo estipulado.
A coleta de dados ocorreu após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa,
parecer nº xxxxxxxxx (Anexo II), e aprovação pelo sujeito da pesquisa por meio da
anuência no Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo I), mantendo-se
sigilo sobre as informações obtidas dos sujeitos, conforme Resolução Nº466/2012,
da Comissão Nacional de ética e Pesquisa (CONEP) vinculada ao Ministério da
Saúde.
A pesquisa foi realizada em um hospital particular situado na cidade de
Araçatuba, município da região noroeste do Estado de São Paulo. Trata-se de um
hospital geral de pequeno porte, com quinze leitos conveniados com o Sistema
Único de Saúde (SUS) e outros convênios do sistema de saúde suplementar. Foi
utilizado para a coleta de dados um questionário (Apêndice A), o qual só foi aplicado
aos sujeitos da pesquisa mediante apresentação inicial explícita da pesquisa bem
como dos propósitos do estudo. A aplicação do questionário ocorreu de forma
individual, com resposta espontânea para análise das informações investigadas,
dentre elas socioeconômicas, tais como: idade, grau de escolaridade, estado civil,
renda familiar, além de questões relacionadas, especificamente, a questões relativas
à higiene do ambiente laboral, como disponibilidade de equipamentos e produtos
15

necessários para a higienização das mãos, bem como hábitos dos profissionais
entrevistados.
A aplicação do questionário foi realizada por ocasião da realização da
atividade de educação em saúde, na forma de palestra, que versou sobrea
higienização das mãos e a prevenção da infecção hospitalar. A referida palestra foi
proferida pela pesquisadora, na presença da enfermeira responsável técnica pelo
serviço de enfermagem do hospital e da médica da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar (CCIH). Os questionários serão entregues e recebidos pela
pesquisadora nos dois turnos de trabalho, matutino e vespertino, logo após a
finalização da palestra.
A análise dos dados foi realizada por meio do programa Microsoft Excel 2007
e as variáveis do estudo foram apresentadas por meio da estatística descritiva
evidenciando a distribuição relativa (%) e absoluta (n) dos dados e posteriormente
apresentada na forma de gráficos e tabelas.
16

3 RESULTADOS

Participaram da pesquisa um total de 40 pessoas, sendo 8 homens e 32


mulheres, todos profissionais de enfermagem, nutrição e apoio, que apresentaram,
com relação à escolaridade, 12,5% com ensino fundamental, 25% com ensino
médio, 30% com ensino técnico e 32,5% com ensino superior.
Ao serem indagados a respeito de algumas características da instituição em
que trabalham, com relação à disponibilidade de recursos necessários para a
higienização das mãos, verificou-se que 72,5% dos participantes disseram existir
torneira com dispositivo automático para abertura e fechamento, enquanto que 25%
respondeu que esse recurso não está disponível em todas as torneiras. Ainda,
77,5% responderam que as torneiras estão instaladas em locais próximos a onde é
realizado o atendimento dos pacientes, 97,5% responderam que há sabão líquido
em dispensador que funciona adequadamente, 100% disse que existe
disponibilidade de papel toalha junto aos lavatórios/pias e 82,5% alegaram haver
recipiente adequado para o descarte destes papéis toalha, após o uso (TABELA 1).

TABELA 1 – Caracterização do ambiente de trabalho quanto à disponibilidade de


recursos para higienização das mãos
Questão Sim (%) Não (%) Nem todas/
às vezes
(%)

Torneiras disponíveis 72,5 2,5 25


Pias próximas ao paciente 77,5 7,5 15
Disponibilidade de sabão líquido 97,5 0 2,5
Disponibilidade de papel toalha 100 0 0
Disponibilidade de recipiente para 82,5 5 12,5
descarte de lixos com pedal automático

Os participantes foram indagados ainda a respeito de sua prática de


higienização das mãos, se essa prática atrasa a execução dos trabalhos. A esse
questionamento, 77,5% respondeu que não, não é atraso (Gráfico 1).
17

Gráfico 1. Distribuição dos trabalhadores participantes da pesquisa segundo a técnica de


higienização das mãos, causa atraso no serviço. Araçatuba SP 2019

100
90
77,5%
80
70
60
50
40
30
20 15%
7,5%
10
0
Sim Não As vezes

Posteriormente, foram questionados se a prática de higienização das mãos


causa irritações ou alergias na medida em que é executada. Entre os participantes,
a maioria, 57,5% respondeu que não ocorre tal irritação ou alergia, 27,5% disseram
que às vezes ocorre e 15% relataram verificar irritações ou alergias na pele (Gráfico
2).

Gráfico 2. Distribuição dos trabalhadores participantes da pesquisa segundo a higienização das mãos
causa irritações/alergia na pele. Araçatuba SP 2019

100,0
90,0
80,0
70,0
57,5%
60,0
50,0
40,0
27,5%
30,0
20,0 15%
10,0
0,0
Sim Não As vezes
18

O questionário para coleta de dados foi aplicado após a realização de uma


palestra que tratou da higienização das mãos e a prevenção de infecção hospitalar.
Nessa ocasião, os participantes responderam a questões acerca do treinamento
ofertado. Para 72,5% destes, o treinamento foi satisfatório (Gráfico 3) e de fácil
compreensão para 77,5% (Gráfico 4), além de 85% declarar que, após o
treinamento, as práticas de higienização das mãos serão melhoradas (Gráfico 5).

Gráfico 3. Distribuição dos trabalhadores participantes da pesquisa segundo a opinião do


treinamento ofertado pela instituição. Araçatuba SP 2019

100 100%

90
80 72,5%
70
60
50
40
27,5%
30
20
10
0
Satisfatorio Insatisfatorio Total

Gráfico 4. Distribuição dos trabalhadores participantes da pesquisa segundo o treinamento ofertado


pela instituição, foi de fácil compreensão. Araçatuba SP 2019

100%
100
90
77,5%
80
70
60
50
40
30 22,5%
20
10
0
Sim Não Total
19

Gráfico 5. Distribuição dos trabalhadores participantes da pesquisa segundo após treinamento


ofertado as ações sobre a técnica de HM são melhoradas. Araçatuba SP 2019

100%
100,0
90,0 85,0%
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0 15%
10,0
0,0
Sim Não Total

Por fim, os participantes foram questionados sobre se a exposição de


cartazes sobre a higienização das mãos funciona como um lembrete para a
realização dessa prática. Segundo 92,5% esses cartazes ajudam como forma de
lembrete para a correta higienização das mãos (Gráfico 6).

Gráfico 6. Distribuição dos trabalhadores participantes da pesquisa segundo a exposição de cartazes


ajuda como forma de lembrete para técnica correta da HM. Araçatuba SP 2019

100 92,5% 100%


90
80
70
60
50
40
30
20
7,5%
10
0
Sim não Total

18%

82%
20

4 DISCUSSÃO

As Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde se caracterizam como um


importante problema, uma vez que, segundo a OMS, centenas de milhões de
pacientes são afetados a cada ano em todo o mundo. Isso ocasiona uma
mortalidade significativa bem como prejuízos financeiros ao sistema de saúde, além
dos óbvios danos a saúde dos indivíduos 7. Segundo Padoveze e Fortaleza8, essas
infecções apresentam importante impacto sobre a letalidade hospitalar, duração da
internação e custos. Em razão disso, é fundamental que sejam adotadas medidas
capazes de amenizar a incidência dessas infecções em ambientes hospitalares
Dentre as medidas que podem ser implementadas, cabe destaque para a
higienização das mãos, uma prática demasiadamente simples, corriqueira e rápida,
mas que se caracteriza como uma das mais efetivas para o controle de transmissão
de infecção, uma vez que as mãos são as principais ferramentas na transmissão de
microorganismos9, 10.
Apesar da facilidade e efetividade dessa prática, estudos apontam que
existem altas taxas de não adesão à higienização das mãos11. Hunt e
colaboradores12, em um estudo realizado com estudantes de medicina, observou
uma taxa de adesão de 9 a 27%, valores considerados baixos. De modo
semelhante, pesquisa com estudantes de enfermagem verificou que a adesão à
higienização das mãos antes e após procedimentos diminuiu conforme o avanço do
aluno no curso13. O mesmo foi observado em profissionais que trabalham em
ambientes hospitalares11.
Considerando-se a já mencionada importância da higienização das mãos,
bem como a gravidade e os prejuízos ocasionados pelas infecções hospitalares,
essa baixa adesão à higienização das mãos é um fator que gera grande
preocupação. Nesse contexto, é preciso investigar quais os possíveis motivos que
levam a isso.
Estudos indicam que um dos fatores que pode prejudicar a prática de
higienização das mãos é a ausência de locais próprios para tanto, como pias, assim
como a inadequada localização das mesmas, a disponibilização de dispositivos de
álcool gel, ausência de materiais necessários como sabão, toalhas de papel e
21

lixeiras9. Diante disso, o presente artigo buscou averiguar a presença destes fatores
no hospital em que foi realizado o estudo.
Verificou-se que a maioria dos sujeitos participantes da pesquisa afirmou que
existem torneiras disponíveis (72,5%), existem pias localizadas em locais próximos
aos pacientes (77,5%), há disponibilização de sabão líquido (97,5%, toalhas de
papel (100%), bem como recipiente adequado para o descarte de lixos, ou seja, com
pedal automático (82,5%).
Estes fatores são os principais aspectos relacionados a infraestrutura do
ambiente que podem influenciar a prática de higienização das mãos. A este respeito,
destaca-se que os lavatórios/pias devem estar sempre limpos e livres de objetos que
dificultam a prática de higienização14. Segundo a ANVISA15, sempre que houver
paciente examinado, manuseado, tocado, medicado ou tratado, é obrigatória a
disponibilização de recursos para a higienização das mãos por meio de lavatórios ou
pias, que devem possuir torneiras que dispensem o contato das mãos para o
fechamento, bem como sabonete líquido e recursos para secagem das mãos.
Outros fatores relativos à prática dos profissionais foram investigados no
presente trabalho, os quais se caracterizam como possíveis fatores que influenciam
na higienização das mãos. Nesse sentido, os participantes foram questionados se
esta prática causa atraso no serviço, ao que 77,5% respondeu que não. A grande
quantidade de tarefas no ambiente de trabalho e a consequente falta de tempo
também tem sido apontada como fator capaz de prejudicar a adesão dos
profissionais à higienização das mãos9.
A prática de fricção das mãos, juntamente com o uso de preparações
alcoólicas e agentes detergentes têm sido apontados como responsáveis pelo
surgimento de irritação na pele de profissionais de saúde 16. Essa irritação e também
ressecamento da pele, por sua vez, estão associados à diminuição da adesão a
higienização das mãos11. Em razão disso, procurou-se averiguar a ocorrência desse
fator nos participantes da pesquisa, de modo que se observou que a maioria (77,5%)
dos entrevistados respondeu não haver esse tipo de reação nas mãos.
Estes resultados obtidos no presente trabalho e acima discutidos evidenciam
uma situação adequada no ambiente pesquisado, de modo que são observadas
condições favoráveis a uma alta adesão à higienização das mãos. Assim, no local
22

de realização da presente pesquisa, existem condições adequadas de infraestrutura,


assim como inexistem outros fatores que podem prejudicar tão importante hábito.
A melhora da adesão à higienização das mãos requer ações por parte das
instituições, dentre as quais é possível destacar a estratégia da OMS, que envolve a
disponibilização de preparação alcoólica no ponto de assistência, pia/lavatório com
sabonete líquido e água, capacitação dos profissionais, observação das práticas de
higienização e retorno de indicadores de adesão à equipe, lembretes de cartazes no
local de trabalho e estabelecimento de um clima de segurança 17.
De fato, um importante aspecto a ser levado em consideração é a
necessidade de treinamento de equipes e de colaboradores de modo a conscientizar
esses profissionais, desde a importância da higienização até a maneira correta de
realiza-la18. De fato, essa conscientização é necessária, uma vez que existem
relatos de que mesmo em situações com recursos materiais disponíveis e em locais
adequados, os profissionais apresentam baixa adesão às práticas de higienização10.
Nesse sentido, ressalta-se que o presente trabalho também avaliou a
percepção dos profissionais com relação a um treinamento oferecido pela instituição.
Para 72,5% dos participantes, o treinamento em questão foi satisfatório e de fácil
compreensão (77,5%). Assim, destaca-se que além do fato de existir um
treinamento para os profissionais já se caracterizar como prática fundamental para a
sensibilização dos indivíduos com relação à higienização das mãos, a boa recepção
por parte dos participantes, como observado neste estudo, demonstra que esta tem
o potencial para ser uma medida eficaz. Isso é corroborado pela observação de que,
segundo 85% dos participantes as ações sobre a técnica de higienização das mãos,
após o treinamento, são melhoradas.
Por fim, ressalta-se que, ainda que existam recursos materiais disponíveis e
seja ofertado treinamento aos profissionais, a prática cotidiana e as atribulações do
dia a dia podem, aos poucos, ocasionar uma redução da adesão à higienização das
mãos, o que evidencia que é necessário, além de treinamentos periódicos, um
lembrete constante da importância deste ato. Nesse contexto, a OMS menciona o
uso de cartazes como lembrete de tal fato 17. Ao serem questionados, 92,5% dos
participantes disseram que, de fato, os cartazes funcionam como lembrete para a
técnica correta de higienização das mãos.
23

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx


24

REFERÊNCIAS

1 - MeneguetiMG, Canini SRMS, Belissimo-Rodrigues F, Laus AM. Avaliação dos


Programas de Controle de Infecção Hospitalar em serviços de saúde. Rev. Latino-
Am. Enfermagem. 2015; 23(1):98-105.

2 -Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo – CREMESP. A


assepsia das mãos na prática médica. 2010.

3 - Gould D. Nurses’ hand decontamination practice: results of a local study. J Hosp


Infect.1994;28:15-30.

4 - Larson E, Kretzer EK. Compliance with handwashing and barrier precautions. J


HospInfect. 1995; 30 Suppl:88-106.

5 - Pittet D.ImprovingComplianceWithHandHygiene in Hospitals.


InfectControlHospEpidemiol. 2000;21:381–386.

6 - Prado MF, Hartmann TPS, Teixeira Filho LA. Acessibilidade da estrutura física
hospitalar para a prática da higienização das mãos. Esc Anna Nery. 2013;
17(2):200-226.

7 - ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Programa Nacional de


Prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (2016-2020).
Brasília: ANVISA, 2016. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.
br/documents/33852/3074175/PNPCIRAS+2016-2020/ f3eb5d51-616c-49fa-8003-
0dcb8604e7d9 . Acesso em 10 jun. 2017.

8 - Padoveze

9 – Coelho MS et al. Higienização das Mãos como Estratégia Fundamental no


Controle de Infecção Hospitalar: Um Estudo Quantitativo. Revista Electronica
Trimestral de Enfermería. 2011; 21.

10 - Souza LM et al. Adesão dos profissionais de terapia intensiva aos cinco


momentos da higienização das mãos. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2015; 36(4):
21-28.

11 - Zottele C, Magnago TSBS, Dullius AIS, Kolankiewicz ACB, Ongaro JD. Hand
hygiene compliance of healthcare professionals in an emergency department. Rev
Esc Enferm USP2 2017; 51(e03242).

12 - Hunt DCE, Mohammudally A, Stone SP, Dacre J. Hand-


hygiene behaviour, attitudes and beliefs in first year clinical medical students. J Hosp
Infect. 2005; 59(4): 371-373.
25

13 - Felix CCP, Miyadahira AMK. Avaliação da técnica de lavagem das mãos


executada por alunos do curso de graduação em enfermagem. Rev Esc Enferm
USP. 2009; 43(1): 139-145.

14 - ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente:


Higienização das mãos. 2014. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf. Acesso em:
27 abr. 2020.

15 - ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 50, de 21


de fevereiro de 2002. Disponível em:
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-50-
de-21-de-fevereiro-de-2002. Acesso em: 27 abr. 2020.

16 - Ezaias GM, Watanabe E, Shimura CMN, Giordani AT, Sonobe HM, Andrade D.
Tolerância da pele às preparações alcoólicas: subsídios para melhoria das práticas
de higiene das mãos. Rev. enferm. UFPE on line. 2016; 10(8): 2923-2932.

17 - WHO (WORLD HEATH ORGANIZATION). The WHO Guidelines on Hand


Hygiene in Health Care. First Global Patient Safety Challenge Clean Care Is Safer
Care. Geneva: WHO Press, 2009. 262p

18 - Hoyashi CMT, Silva PS, Silva RM, Silva TR. Prevenção e controle de infecções
relacionadas a assistência à saúde: fatores extrínsecos ao paciente. HU Revista.
2017; 43(3): 277-283.
26

ANEXO I – TERMO DE CONSENTIMENTO


27
28

ANEXO II – PARECER CONSUBTANCIADO DO CEP


29

ANEXO III – DECLARAÇÃO

DECLARAÇÃO

Eu, Nome do Aluno, portador (a) do documento de identidade RG n°xxxxxxxxxx


SSP/SP, CPF n°xxxxxxxxxxx, aluna regularmente matriculado (a) no Curso de
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, DA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP, sob o
RA n°xxxxxxxxxxxdeclaro a quem possa interessar e para todos os fins de direito,
que:

Sou a legítimo (a) autora da monografia cujo título é:Titulo do trbalho da qual esta
declaração faz parte, em seus ANEXOS;

1. Respeitei a legislação vigente sobre direitos autorais, em especial, citado


sempre as fontes as quais recorri para transcrever ou adaptar textos
produzidos por terceiros, conforme as normas técnicas em vigor.

Declaro-me, ainda, ciente de que se for apurado a qualquer tempo qualquer


falsidade quanto ás declarações 1 e 2, acima, este meu trabalho monográfico
poderá ser considerado NULO e, consequentemente, o certificado de conclusão de
curso/diploma correspondente ao curso para o qual entreguei esta monografia será
cancelado, podendo toda e qualquer informação a respeito desse fato vir a tornar-se
de conhecimento público.

Por ser expressão da verdade, dato e assino a presente DECLARAÇÃO,

Em Araçatuba, ____deJunho de 2020.

________________________
Autenticação dessa assinatura
Assinatura do (a) aluno (a) mediante verificação na cédula do
RG, pela auxiliar de coordenação do
ICS da UNIP.
30

ANEXO IV – RELATÓRIO COPYSPIDER


31

APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dados

QUESTIONÁRIO

Data da coleta de dados: ___/___/___

1. Iniciais: ______________________________________________________

2. Idade: ____ anos.

3. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

4. Estado civil:
( ) Casado(a)
( ) Solteiro(a)
( ) Outros

5. Escolaridade:
( ) Ensino fundamental
( ) Ensino médio
( ) Ensino técnico
( ) Ensino superior

6. No hospital tem lavatório/pia de mão cuja torneira tem dispositivo automático


para abertura e fechamento?
( ) Sim ( ) Não ( ) nem todas

6.a Tais instalações estão disponíveis próximos aos locais de atendimento ao


paciente?
( ) Sim ( ) Não ( ) nem todas

7. No hospital tem sabão líquido, junto ao lavatório/pia, em dispensador que


funciona adequadamente?
( ) Sim ( ) Não ( ) as vezes
32

8. No hospital tem papel toalha, junto ao lavatório/pia, em dispensador que


funciona adequadamente?
( ) Sim ( ) Não ( ) as vezes

9. O hospital tem recipiente, junto ao lavatório/pia, com tampa e pedal automático


para abertura e fechamento da tampa para descarte de papel toalha? ( ) Sim (
) Não ( ) as vezes

10. O tempo com a higienização das mãos atrasa a realização de seu


serviço/trabalho?
( ) Sim ( ) Não ( ) as vezes

11. A pele de sua mão fica com irritações/alergia quanto mais você lava as mãos? (
) Sim ( ) Não ( ) as vezes

12. Qual a sua opinião sobre o treinamento de higienização das mãos ofertado? ( )
Satisfatória ( ) Insatisfatória

13. O conteúdo do treinamento foi de fácil compreensão?


( ) Sim ( ) Não

14. Após o treinamento você acredita que suas ações relacionadas a higienização
das mãos serão melhoradas?
( ) Sim ( ) Não

15. A exposição de cartaz sobre higienização das mãos serve de lembrete para a
sua realização? ( ) Sim ( ) Não

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