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22/12/2023, 22:36 Óptica: LED

Leonardo Ritter 3 de out. de 2018

Óptica: LED
Atualizado: 27 de mar.

Este artigo é dedicado ao Diodo Emissor de Luz, mais conhecido como LED
(Light Emmiting Diode). Assim como foi explicado o funcionamento da lâmpada
incandescente e da lâmpada fluorescente, vai ser explicado o funcionamento
deste componente tão famoso no mundo da eletrônica!

Imagem 1 - Um LED em pleno funcionamento

OBSERVAÇÃO: Neste texto serão mencionadas várias coisas, como por exemplo
Gap direto e indireto, Banda de Valência e Banda de Condução, enfim, conceitos
fundamentais para a compreensão do funcionamento dos LEDs. Portanto, para
entender melhor o funcionamento destes componentes, aconselho a ler o artigo do
HC sobre semicondutores. Para acessar este artigo, CLIQUE AQUI!
Compreendendo o artigo sobre semicondutores, recomendo que leia o artigo
que detalha o funcionamento dos diodos. Para acessar esta publicação, CLIQUE
AQUI! Após isso, este texto sobre LEDs se tornará apenas um 'complemento' de
conteúdo!

https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2018/10/03/óptica-led 1/20


22/12/2023, 22:36 Óptica: LED

Outra coisa que é importante saber é sobre a óptica. O HC possui 2 artigos


detalhando este assunto:

A Óptica e a tecnologia - Capítulo 1

A Óptica e a tecnologia - Capitulo 2

O estudo dos LEDs começou à muito tempo atrás. O primeiro LED, criado por
Nick Holonyac no ano de 1963 emitia luz infravermelha e era feito de Arseneto
de Gálio e Arseneto de Gálio com Indio (GaAsP e GaAsI, respectivamente). A
partir daí os estudos se voltaram a criar um material que emitisse radiação
eletromagnética no espectro visível do olho Humano.
Após a possibilidade de produzir o LED criado por Nick em escala
industrial, nos anos 1970 vieram mais estudos em cima desta tecnologia, e que
possibilitaram a criação de LEDs de outras cores.
Como você já deve ter notado, o LED é feito de semicondutor, assim como o
diodo e o transistor, só que diferente de seus "irmãos" ele não utiliza o
elemento químico Silício ou o Germânio como base para sua construção, mas sim
outros elementos semicondutores com propriedades melhores, sendo uma dessas
propriedades o Gap direto.

Para saber mais sobre a Teoria das Bandas e sobre o Gap direto e indireto,
aconselho a leitura do artigo "Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e
Isolantes".

CURIOSIDADE: Na eletrônica, o LED assume um símbolo semelhante ao do diodo.


Veja seu símbolo na imagem abaixo:

Imagem 2 - Símbolo do Diodo Emissor de Luz

Veja abaixo, o diagrama de um LED comum. Na sequência, a explicação de cada


parte.

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Diagrama 1 - A estrutura do LED

OBSERVAÇÃO: O "Pós" pode ser chamado de "plaqueta", que em conjunto com a


"bigorna" formam o quadro de condução.

OBSERVAÇÃO: A "Lente de Epóxi" é feita de Poliepóxido, um tipo de plástico


termofixo. Para saber mais sobre polímeros, CLIQUE AQUI!

Dentro da cápsula do LED, há uma base denominada "pós" e outra base


denominada "bigorna", que formam um quadro de condução. Normalmente, o "pós" é
o terminal do ânodo e a "bigorna" é terminal do cátodo.
Na "bigorna" há uma espécie de copo, isto é, uma cavidade refletiva onde o
chip semicondutor é depositado dentro. Esta base é maior do que a outra
justamente por causa desta cavidade, já que ela deve dar suporte a toda a
estrutura do LED.
A base denominada "pós" é menor, pois sua única utilidade é suportar um
minúsculo fio que encosta no polo positivo (lado P) do chip semicondutor,
interligando o ânodo e o cátodo.
Na parte de cima da cápsula do LED, há uma lente que espalha a luz
produzida pelo chip e que é refletida para cima através da cavidade refletora.
É válido lembrar que o encapsulamento do LED não interfere em nada na cor
emitida pelo semicondutor. Alguns LEDs utilizam uma cápsula plástica
transparente, outros utilizam uma cápsula esverdeada (como o do diagrama
acima), vermelha, rosa, azul, violeta, amarela, mas quem gera a cor do LED é o
chip semicondutor.
Nos LEDs RGB (Red, Green, Blue - Vermelho, Verde, Azul) há três chips
semicondutores, um para cada cor. Nos RGB também há 4 terminais, sendo que eles
podem ter o cátodo ou o ânodo comum. Entenda melhor através imagem abaixo:

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Imagem 3 - LED RGB

Imagem 4 - LED RGB

CURIOSIDADE: Os LEDs RGB também podem ser feitos de Semicondutores


Orgânicos. É o que ocorre em cada pixel de um display OLED, que possui um OLED
de cor verde, um de cor vermelha e um de cor azul.

CURIOSIDADE: Os primeiros LEDs tinham um fluxo luminoso muito pequeno, mas


durante sua evolução, a eficiência aumentou muito, fazendo com que atualmente
existam emissores de luz com fluxo luminoso relativamente alto e que necessitam
de uma corrente elétrica na casa de algumas dezenas de mA (miliAmperes),
diferente de lâmpadas incandescentes, que necessitam de muita energia e
desperdiçam boa parte dela em forma de calor.
Para saber mais sobre eficiência de lâmpadas, fluxo luminoso, temperatura
de cor, IRC e intensidade luminosa CLIQUE AQUI!

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O fenômeno de emissão de luz através de um semicondutor, chamado de


eletroluminescência, foi observado no Silício e no Germânio, no entanto, como
foi dito acima, não é comum o uso destes materiais para produzir LEDs, isto
pois a radiação eletromagnética emitida por eles é muito baixa, quase
insignificante. Isto se deve ao fato de terem Gap indireto, liberando energia
em forma de luz (fóton) e calor (fônon) ao serem excitados (nada eficiente).
Com a combinação de outros elementos químicos para formar semicondutores de
Gap direto - maior eficiência na emissão de luz visível - conseguiram criar
várias cores diferentes e bem mais intensas.
Neste artigo será explicado sobre Semicondutores Orgânicos e Inorgânicos,
começando pelos mais comuns:

LEDs de Semicondutores Inorgânicos


Abaixo, você vê a lista com as principais composições químicas
Semicondutoras Inorgânicas (SI) que permitiram a criação de LEDs de várias
cores:

Tabela 1 - Principais semicondutores utilizados em LED's

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Além destas, existem LEDs violeta, rosa e de várias outras cores. Na tabela
acima mostramos os principais materiais utilizados e a tensão necessária para o
funcionamento, porém este valor de tensão pode ter pequenas variações de marca
para marca, o comprimento de onda também pode ter variações, e como a
tecnologia está em constante progresso, provavelmente no momento em que você
estiver lendo o artigo, novos materiais tenham sido criados...

Os semicondutores utilizados nos LEDs geralmente emitem fótons com energia


próxima e ligeiramente maior do que o Gap entre BV e BC. Sendo assim, à medida
que a energia (medida em elétronVolt) da banda proibida aumenta, a cor do LED
ou do LASER muda de infravermelho para vermelho, do arco-íris para violeta e
depois para UV.

Abaixo, você vê a lista de semicondutores com sua respectiva sigla:

Tabela 2 - Siglas

OBSERVAÇÃO: Não incluímos nas tabelas acima os materiais utilizados nos


LEDs infravermelho e ultravioleta, porém, por exemplo para LEDs Infra o
Arseneto de Gálio pode ser utilizado e para os Ultra o Nitreto de Alumínio é
viável.

CURIOSIDADE: Perceba na Tabela 1 que o LED branco e o verde podem ser


feitos do mesmo composto químico utilizado no LED que emite luz azul, isto é, o
InGaN. Isto ocorre pois, eles são de fato LEDs azuis com um filtro de cor à
base de Fósforo.
-> Para gerar a luz verde, uma película de Fósforo com corante verde é
montada por cima do semicondutor;
-> Para gerar a luz branca, uma película de Fósforo com corante amarelo é
montada por cima do semicondutor.
Veja o diagrama a seguir:

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Diagrama 2 - LED Azul formando luz branca

Esta camada de Fósforo é formada sob a parte interna do encapsulamento do


componente, sendo geralmente feito em ligas poliméricas, como por exemplo o
Poliepóxido, citado anteriormente. O problema está justamente aí, na baixa
condutividade térmica que materiais deste tipo possuem, ocasionando a
deterioração desta estrutura ao longo do tempo por causa do calor. Isso faz com
que o LED branco perca seu brilho.
Uma forma de minimizar essa degradação em Diodos LASER e LEDs brancos é
utilizar uma estrutura de vidro ou cerâmica com o Fósforo depositado. É
exatamente isso que fazem nos projetores DLP, 3LCD e LCoS que possuem LASERs ou
LEDs como fonte de luz pra geração de imagem. Para saber mais sobre estas
Placas de Fósforo não poliméricas, bem como aprender mais sobre o funcionamento
de projetores, CLIQUE AQUI!

CURIOSIDADE: Uma segunda forma de se criar LEDs que emitam luz branca é por
mistura adicional de cores. Em resumo, é a combinação de vermelho, verde e azul
(RGB), que já foi explicado anteriormente neste artigo.

Se você leu o artigo sobre semicondutores aqui no Hardware Central, fica


mais fácil de entender o funcionamento do chip semicondutor do LED.
Dois pedaços de material semicondutor, um do tipo P (Positivo) e outro do
tipo N (Negativo) são "grudados" um no outro, como mostra a imagem abaixo:

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Diagrama 3 - Estrutura semicondutora de um LED

O ponto de contato entre o material N e o P é chamado de junção ou "zona de


depleção", e nesta área forma-se uma barreira de potencial. É próximo dessa
área que os elétrons livres do polo negativo e as lacunas do polo positivo
tendem a se atrair, fazendo com que os elétrons livres do polo negativo
preencham os espaços livres do polo positivo, e assim haja um equilíbrio.
Para quebrar esta barreira, uma determinada tensão deve ser aplicada,
forçando a circulação de elétrons entre o material N e o P. Esta tensão é
chamada de "tensão de ruptura". Esta tensão mínima também está relacionada com
a força necessária para tirar elétrons da Banda de Valência e pô-los para
circular na Banda de Condução.
De forma resumida, a energia eletrostática que os portadores de carga
(elétrons-lacunas) perdem na recombinação na região da zona de depleção é
transformada em luz.
No local da junção, uma mínima quantidade de radiação térmica é emitida
(por mais "perfeito" que seja o LED, ele também produz calor!), juntamente com
radiação eletromagnética no espectro visível, devido a agitação de átomos e as
recombinações elétron-lacuna quando o chip semicondutor é energizado. É por
este motivo que o LED não suporta uma tensão reversa muito alta, isto é, ao
ultrapassar a tensão de ruptura da junção P e N, o semicondutor é danificado
permanentemente.
A corrente aplicada também deve estar dentro do limite suportado pelo LED,
pois caso seja aplicado uma corrente mais alta, vai haver uma sobrecarga que
também irá danificar o semicondutor permanentemente, desta forma deve haver um
resistor limitando a corrente que alimenta o(s) LED(s) do circuito.
Para saber calcular o valor de resistência exato necessário para um LED
funcionar, aconselho você a CLICAR AQUI. Este link apresenta um artigo com
https://w w w .hardw arecentral.net/single-post/2018/10/03/óptica-led 8/20
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várias fórmulas matemáticas, incluindo as necessárias para o LED.

Para saber mais sobre salto quântico e agitação dos átomos, aconselho você
a ler os artigos sobre a lâmpada fluorescente, a lâmpada incandescente e a
UNIDADE 1 sobre eletrônica.

CURIOSIDADE: Os LEDs infravermelho são produzidos até hoje e são utilizados


em todos os controles remotos de TV!
A luz infravermelha e ultravioleta não são visíveis pelo olho Humano. Para
ver a luz infravermelha podemos utilizar uma câmera qualquer. Veja abaixo o
infravermelho de um controle remoto de TV filmado com a câmera de um
smartphone:

GIF 1 - Luz infravermelha captada por uma câmera de celular

Mas por que a câmera do celular capta a luz infravermelha e o olho Humano
não?
A câmera do celular possui uma matriz com sensores de imagem, estes
sensores podem ser fotodiodos ou fototransistores, e eles são super sensíveis a
radiação eletromagnética, captando ondas do espectro visível ao olho Humano e
também a parte do espectro que não é visível.
A cada vez que você aperta um botão no controle remoto, uma sequência de
piscadas é emitida pelo LED infravermelho. Esta sequência representa o comando
do botão que você apertou. Mas como que a câmera capta apenas uma piscada a
cada vez que um botão é pressionado?
A matriz de fotodiodos ou fototransistores é muito lenta se comparada com a
rapidez que o LED infravermelho emite as piscadas. Câmeras em geral conseguem

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captar de 30 a 60 imagens por segundo, portanto apenas um feixe de luz vindo do


LED é capturado pelo sensor de imagem ao apertar um botão do controle.

Até agora dissertamos sobre os LEDs feitos de Semicondutores Inorgânicos.


Mas e os LEDs Orgânicos?

LEDs de Semicondutores Orgânicos


Para entender melhor do assunto, recomendo a leitura do trecho "Orgânicos e
Inorgânicos" do artigo "Cap. 4.0. Semicondutor: o que é e como funciona".

Os OLEDs são heterojunções constituídas por diferentes camadas de finos


filmes de SO com funções específicas, sobrepostas entre dois eletrodos sobre um
substrato (rígido – vidro - ou flexível - plástico).

Imagem 5 - Os dois tipos de OLED's

Os LEDs também podem ser classificados em duas categorias:


→ P-OLEDs: Feitos de ligas poliméricas: Para saber mais sobre polímeros,
CLIQUE AQUI! Um exemplo de polímero utilizado na construção de LED's orgânicos
é o poli (p-fenilenevinileno), abreviado por PPV;
→ OLEDs ou SM-OLEDs: Feitos de Moléculas pequenas, que são compostos
orgânicos de baixo peso molecular quando comparadas aos polímeros, e que em
geral são conjugados com ligações simples “σ” ou duplas “π”. Um exemplo é o
tris(8-hidróxiquinolinato) de Alumínio dopado com Diclorometano (DCM2:Alq3);

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De acordo com as propriedades elétricas das moléculas orgânicas utilizadas,


um OLED pode conter desde duas camadas até multicamadas de SO a fim de obter
maior eficiência de funcionamento. O Diagrama 3 apresenta a arquitetura
tipicamente utilizada para construir um OLED do tipo multicamadas, onde:
→ CTE: Camada transportadora de elétrons;
→ CBE: Camada bloqueadora de elétrons;
→ CE: Camada emissora;
→ CBL: Camada bloqueadora de lacunas;
→ CTL: Camada transportadora de lacunas.

Observe agora o diagrama:

Diagrama 4 - Estrutura de um OLED

As espessuras das camadas dos Semicondutores Orgânicos e dos eletrodos


variam, principalmente de acordo com a função eletrônica do material orgânico
utilizado com o objetivo de obter maior eficiência.
Nos SOs a magnitude da mobilidade de cargas é da ordem de 10e-5 cm³ /V.s,
enquanto os semicondutores convencionais apresentam mobilidade de cargas de até
10³ cm³ /V.s. Além disso, para os SO, a mobilidade das lacunas na CTL é muito
maior que a mobilidade dos elétrons na CTE (cerca de 2 ordens de grandeza
maior), que faz com que esta camada muitas vezes seja utilizada também como CE.

Com base no estudado até aqui, o funcionamento de um OLED pode ser dividido
em quatro processos, que podem ser referidos como “sistema de quatro níveis”:
→ Injeção de cargas;
→ Transporte de cargas;
→ Recombinação de cargas;
→ Emissão de luz.

No entanto, de uma forma simplificada, pode-se compreender a dinâmica de


funcionamento de um dispositivo OLED a partir do entendimento da distribuição
dos níveis de energia de uma heterojunção (que também pode ser chamada de zona

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de depleção) sobre a aplicação de um campo elétrico. A figura abaixo mostra uma


heterojunção, com três camadas de SOs sobre tensão constante. Com a aplicação
do campo elétrico externo, lacunas são formadas através do anodo enquanto
elétrons são injetados através do catodo. Em seguida, lacunas se deslocam
através do HOMO da CTL e os elétrons se deslocam pelo LUMO da CTE até atingirem
a CE.
Na camada CE as lacunas e elétrons se recombinam, formando um estado ligado
neutro (quase partícula) conhecido como “éxciton”. E a energia de excitação do
éxciton é transferida para os estados moleculares excitados singleto (Éxciton
Singleto - ES) e tripleto (Éxciton Tripleto - ET) da molécula da Camada
Emissora. A emissão de luz ocorre na faixa do espectro visível devido à
relaxação destes estados moleculares excitados. É evidente que a cor de emissão
de um dispositivo OLED depende do Gap da molécula da CE.

Imagem 6 - Funcionamento do OLED

De forma resumida, ao ocorrer a recombinação de uma lacuna com um elétron é


emitido um fóton de luz, e o que vai definir a cor e, consequentemente, a
frequência e comprimento de onda emitida é o Gap entre HOMO (Banda de Condução)
e LUMO (Banda de Valência). Obviamente este Gap vai depender também da dopagem
que ocorre no Semicondutor Orgânico. Por exemplo, se pegarmos o tris(8-
hidróxiquinolinato) de Alumínio dopado com Diclorometano (Alq3:DCM2), a cor
emitida será definida pela porcentagem de dopagem do DCM2 sobre o Alq3, que
pode variar entre 0,05% e 5% em peso. Por exemplo, para gerar a cor amarela,
0,05% de DCM2 é o suficiente, já para o vermelho é necessário cerca de 2%.

Devido às regras da mecânica quântica, a probabilidade de formação de


éxcitons singleto é de 25%, enquanto que a probabilidade de formação de

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éxcitons de tripleto é de 75%. E, para a maioria dos materiais poliméricos e de


pequenas moléculas, o decaimento do estado excitado tripleto é não radiativo, o
que limita o dispositivo OLED a uma eficiência máxima de 25%.
Por isso, atualmente existe intensa pesquisa na síntese e produção de
semicondutores orgânicos que apresentem mecanismos de emissão (radiativa) que
permitam o aproveitamento da energia proveniente dos ET. Dentre os diversos
trabalhos encontrados na literatura, destaca-se a pesquisa no desenvolvimento
dos chamados complexos orgânicos de íons terras-raras. Estes complexos possuem
em sua estrutura química moléculas capazes de absorver a energia proveniente do
éxciton formado na CE e transferi-la para um íon terra-rara complexado.

Concluindo

Podemos concluir que tanto os LEDs de Semicondutores Orgânicos quanto os de


Semicondutores Inorgânicos funcionam de forma igual, através da recombinação de
elétrons-lacunas na zona de depleção.
Num Semicondutor, os elétrons só podem assumir níveis de energia discretos,
sendo as Bandas de Valência (BV) e de Condução (BC) as de maiores níveis
energéticos para os elétrons ocuparem.
A região compreendida entre o topo da Banda de Valência e a parte inferior
da Banda de Condução é a chamada de Gap ou "banda proibida". A recombinação
entre elétrons e lacunas, que ocorre depois de vencer a barreira de potencial,
pode acontecer direto na BV ou na banda proibida. A possibilidade dessa
recombinação ocorrer na banda proibida se deve à criação de estados de energia
nessa área pela introdução das impurezas que formam o material do tipo N e do
tipo P.

CURIOSIDADE: LEDs podem ser feitos tanto de Semicondutores dopados de forma


Extrínseca quanto de forma Intrínseca.

CURIOSIDADE: Apesar da maioria dos LEDs serem super econômicos e não


gerarem uma quantidade enorme de calor, existem LEDs de alta potência, que
geram muito calor e que necessitam de dissipadores e até mesmo ventoinhas para
não queimarem. Quando se tratam de OLEDs, encontramos geralmente apenas em
displays de TVs, smartphones e monitores, consumindo uma quantidade de energia
extremamente baixa.

Devemos observar que, diferente de uma lâmpada incandescente, a luz emitida


pelo LED é sintonizada, isto é, o semicondutor emite radiação eletromagnética
apenas em uma determinada frequência, o que possibilitou a criação de LEDs de
várias cores, cada um utilizando um chip semicondutor com materiais diferentes.
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Fizemos o gráfico comparando o espectro de emissão de cada LED e a faixa de


frequências de atuação da lâmpada incandescente:

Gráfico 1 - Comparação dos LEDs com a lâmpada incandescente

O LED se comporta da mesma forma que um diodo, já a lâmpada incandescente


se comporta como um resistor, mas com carga resistiva não linear. Veja o
gráfico abaixo com a curva característica do LED, da lâmpada e do resistor:

Gráfico 2 - Curva característica do LED, da lâmpada incandescente e do resistor

Para saber mais sobre a lâmpada incandescente, CLIQUE AQUI!


Para comparar o espectro de emissão do LED com o espectro de emissão de luz
da lâmpada fluorescente, CLIQUE AQUI!

Outra peculiaridade do LED é que os materiais empregados em sua construção


requerem uma tensão de ruptura bem maior do que os 0,2 Volts do Germânio e os
0,7 Volts do Silício. Para um LED vermelho, a tensão necessária para emitir
radiação fica em torno dos 1,6 V. Abaixo você vê um gráfico geral com o ponto
em que a cor é produzida:

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Gráfico 3 - Tensão de ruptura do LED para várias cores do espectro visível

Acima, mostramos valores de tensão média para LEDs. Perceba que colocamos
os valores de tensão mínimos para o Germânio (a linha cinza) e para o Silício
(linha marrom). LEDs de cor violeta possuem tensão de ruptura na faixa dos 4,5
Volts.
Já que o assunto é a tensão de ruptura, como calcular o resistor certo para
ligar um LED? Para descobrir isso, leia o artigo "Introdução à Eletrodinâmica -
Parte 2".

Não podemos esquecer de mostrar os tipos de LEDs existentes no mercado!

Imagem 7 - Tipos de LEDs

→ LEDs difusos e translúcidos: A luz é distribuída em todo o


encapsulamento plástico translúcido do LED. Apesar da luz ficar difusa e
dispersa, em alguns pontos do encapsulamento ela pode ficar mais forte ou mais
fraca. Veja uma imagem dos LEDs difusos abaixo:

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Imagem 8 - LEDs difusos e opacos

→ LEDs de alto brilho: Estes possuem encapsulamento de plástico


transparente e sem translucidez, independente da cor. A luz é focada apenas
para uma direção e um determinado ângulo, fazendo com que o brilho fique mais
forte. Veja uma imagem destes LEDs abaixo:

Imagem 9 - LEDs de alto brilho

→ Fitas de LEDs / LEDs SMD: São componentes em versões minúsculas, mas com
o mesmo desempenho ou até mesmo um desempenho maior que os LEDs comuns. Existem
vários formatos de encapsulamento SMD e alguns deles podem ser vistos abaixo:

Imagem 10 - LEDs do tipo SMD

→ LEDs bi-colores e tricolores (RGB): Estes, como foi detalhado


anteriormente, podem possuir o ânodo ou o cátodo em comum. Os bi-colores podem
ter, normalmente, um chip Verde e um Vermelho para gerar luz, já os RGB

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utilizam as cores Verde, Vermelho e Azul. As cores podem ser combinadas para
gerarem outras cores. Eles podem ser do tipo opaco ou de alto brilho.

→ Matriz de LEDs: São quadros feitos de LEDs organizados em linhas e


colunas, feitos para trabalharem de forma individual, formando letras, números
ou até mesmo imagens, ou de forma conjunta. Os LEDs podem ser RGB também. Veja
a imagem abaixo:

Imagem 11 - Matriz de LEDs

→ Displays de 7 segmentos: São displays com sete linhas dispostas de um


jeito a formar letras e números. São usados em dispositivos mais comuns, onde a
exibição de imagens não é necessária e a exibição de símbolos é simplificada.

Imagem 12 - Display LED de 7 segmentos

Existem também displays de LEDs com 16 segmentos, feitos para formarem


números e letras maiúsculas e minúsculas.

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Imagem 13 - Display LED de 16 segmentos

Note que a formação de símbolos de tais displays é feita com cristal


líquido controlando a passagem de luz por cada segmento.

→ LEDs de alta potência (HPLEDs - High Power LEDs): Estes possuem uma
potência (medida em Watts) muito maior do que os LEDs comuns de forma a gerar
mais luz. O consumo é maior e em vários casos é indicada a colocação de
dissipadores para evitar superaquecimento. Estes LEDs são agrupados em lâmpadas
indicadas para iluminação de ambientes e lanternas de veículos. Já podemos ver
nas ruas diversos modelos de carros, ônibus e caminhões que utilizam este
sistema de iluminação.

Imagem 14 - LEDs de alta potência

CURIOSIDADE: É comum a existência de LEDs de alta potência que possuem além


do dissipador de calor uma ventoinha pra criar uma circulação de ar forçada
pelo componente. Estes LEDs são bastante utilizados em automóveis.

Outra aplicação para os LEDs de alta potência é em projetores e pico-


projetores DLP e 3LCD. As esquentadinhas e consumistas lâmpadas fluorescentes
estão em desuso em prol do LASER ou do LED. Como a projeção de imagem requer
bastante luz, chips controladores, como é o caso do DLPA3000 da Texas
Instruments, podem fornecer valores altos de corrente, como vemos no diagrama
abaixo:

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Diagrama 5 - O chip DLPA3000 pode fornecer até 6 Ampéres por LED

O sistema pode oferecer 6 Ampéres para cada LED. O polo positivo dos três
LEDs são ligados juntos e o chavemanto de corrente entre eles é feito pelo polo
negativo.

Para saber mais sobre projetores DLP, CLIQUE AQUI!


Para saber mais sobre projetores 3LCD e LCoS, CLIQUE AQUI!
Para saber mais sobre projetores com fonte de luz LASER ou LED, CLIQUE
AQUI!

→ LEDs orgânicos: utilizados em SmartTVs atuais e também em smartphones,


tablets, monitores de vídeo e notebooks. Você pode ver o artigo sobre telas
OLED CLICANDO AQUI!

Imagem 15 - Tela OLED de um monitor da LG Electronics

→ LEDs Quânticos: São LEDs que utilizam os famosos "cristais


semicondutores" para a geração de luz. A principal vantagem desta tecnologia é
gerar mais luz consumindo menos energia, ou seja, aumentar a eficiência dos
aparelhos. Os cristais quânticos estão sendo utilizados nas TVs QLED,

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produzidas principalmente pela Samsung Electronics. Para saber mais sobre as


telas de pontos quânticos, CLIQUE AQUI!

Quanto ao tamanho, os LEDs mais comuns são os de 3 mm, 5 mm, 8 mm e 10 mm,


mas há vários outros tamanhos disponíveis no mercado. A durabilidade varia
entre 25 mil e 100 mil horas, mas é claro, depende muito das condições do local
onde este LED é exposto, e claro, da qualidade de construção do componente.

Caso você saiba mais alguma coisa sobre o LED não deixe de entrar em
contato conosco e compartilhar seu conhecimento!
Gostou do artigo? Ficou com alguma dúvida? Tem uma sugestão? Achou algum
equívoco? Entre em contato pelo e-mail para hardwarecentrallr@gmail.com
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FONTES e CRÉDITOS
Imagens, texto e gráficos: Leonardo Ritter
Fontes: Ledvance; Philips; Canal ElectroLab; Instituto Newton C. Braga.

Ultima atualização: 27 de Março de 2023.

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