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Funções do design

De acordo com Löbach (2001)


Design Industrial: bases
para a configuração dos
produtos industriais
Defende que um bom produto de design

deve atender a três funções básicas:

prática, estética e simbólica.


Cadeira 1001
Móveis Cimo
Cadeira 1001
Carro-chefe da Móveis Cimo, foi criada para aproveitar
sobras de madeira da fabricação de caixas para frutas;

A partir da definição do produto foram procurados


maquinários que viabilizassem sua produção;

A cadeira foi vendida em lojas populares e para


repartições públicas de todo o país;

Possui design ergonômico, é confortável e passível de


produção em larga escala.
Funções do design - Cadeira 1001

Foi criada para atender a uma grande variedade de públicos;

Sua forma deriva das tecnologias de fabricação empregadas, não


havendo preocupação estética;

A madeira de imbuia utilizada foi escolhida por sua resistência e


era empregada em todos os móveis da empresa.

Em razão destas características, essa cadeira tem


principalmente função prática.
Função prática
“São funções práticas de
A função prática diz respeito à produtos todos os aspectos
capacidade do produto em atender fisiológicos do uso.”
a uma necessidade de uso.

Löbach, 2001, p. 58
Cadeira Red and Blue
Gerrit Rietvelt
Cadeira Red and Blue
Criada a partir de formas geométricas simples (planos e linhas), em 1917;

Expressa o vocabulário formal do De Stijl – movimento artístico surgido na Holanda em 1917, que
pregava o abstracionismo geométrico;

Cores - ressaltar obras de Piet Mondrian (1827-1944).


Funções do design - Cadeira Red and Blue
A princípio não é orientada para o conforto do usuário;

A exagerada profundidade do assento é maior que a medida interna da coxa


humana;

A excessiva inclinação do assento não proporciona conforto ao sentar;

Apesar de ter sido idealizada para a produção em série, isso nunca ocorreu;

Trata-se muito mais de um objeto artístico que possui formas semelhantes a


um objeto de uso.

Em razão destas características, essa cadeira tem


principalmente função estética.
Função estética
“A função estética é a
A função estética diz respeito à
relação entre um produto e
capacidade do produto sensibilizar
pelo menos um dos sentidos um usuário no nível dos
humanos. processos sensoriais.”

Löbach, 2001, p. 59
Cadeira Favela
Irmãos Campana
Cadeira Favela
Criada em 1991, por Fernando e Humberto Campana;

Fabricada pela empresa italiana Edra e vendida no Brasil pela Firma Casa,
custa R$ 6.900,00; seus produtos só vendem no Brasil porque têm etiqueta
italiana, segundo os irmãos;

Foi inspirada nas favelas paulistanas, especialmente na maneira como os


espaços são fechados por pedaços de madeira. Assim, uma estrutura metálica
é fechada por pequenos sarrafos para configurar a cadeira;

Questionado sobre como uma obra que retrata a pobreza do Brasil possa ser
comprada apenas por pessoas das classes mais altas, um dos irmãos afirma
que é como colocar um filho no mundo, não sabendo para onde ele vai.
Funções do design - Cadeira Favela
Fabricada fora do país, na Itália, mesmo tendo sido concebida por
brasileiros;

Atende à função de sentar, ainda que com algum desconforto pela


textura;

Possui aparência neutra e formas geométricas simples;

Não é um produto acessível à maioria da população.

Em razão destas características, essa cadeira tem


principalmente função simbólica.
Função simbólica
“A função simbólica de
produtos industriais só será
A função simbólica diz respeito ao efetiva se for baseada na
significado cultural expresso pelo aparência percebida
produto e identificado pelo usuário.
sensorialmente e na capacidade
mental da associação de ideias.”

Löbach, 2001, p. 64-65


Função prática, estética ou simbólica?


Os produtos possuem diversas funções, que podem ser hierarquizadas pela
importância. (...) A função principal está sempre acompanhada de outras
funções secundárias de acordo com as múltiplas necessidades e aspirações dos
usuários.
Löbach, 2001, p. 54-55
Percepção das funções do design no produto
Função?
Função?
Prática
Função?
Função?
Prática
Estética
Simbólica
Função simbólica = significado

CONCEITO DO PROJETO
CONCEITO
Sentido atribuído na concepção da comunicação
com o intuito de gerar significado coerente com
valores distintivos identificados anteriormente.
Fator que rege a narrativa da mensagem que se
quer passar para seduzir o cliente.
Conteúdo, significado e/ou imagem projetada de
uma identidade.
Capa para prótese Confete - Furf Design
Capa para prótese Confete
- Confete é a primeira capa adaptável e colorida de prótese de perna produzida em massa no
mundo.
- Seu propósito é tanto funcional (devolver o volume da perna) e especialmente emocional
por incentivar a reabilitação e auto-estima do amputado, a um custo bastante acessível.
- Símbolo internacional de alegria e igualdade social, um confete é acessível, colorido e
democrático. Os furos no formato de confete podem ser utilizados para customização e
ampliam as possibilidades de se expressar. Muitas opções de cores e com um desenho que
encoraja o usuário a trocar de cores. Confete é a democratização da auto-estima.
Decanter Baco - Furf Design
Decanter Baco

- Deus dos excessos, da festa, da extravagância e é claro, do vinho. Com sua rechonchuda
barriga e umbigo à mostra, o decanter se equilibra na sua base e a cada taça, retorna em
uma posição diferente. Talvez seja o efeito do álcool.
- Técnicas que permanecem com sua essência intocada, mesmo depois de séculos: o Baco é
produzido artesanalmente em cristal soprado e com sua base esculpida à mão em mármore
de Carrara. Estes processos conferem a cada decanter um toque humano, com aparência
única, sem existir idênticos.
Cadeira Anjinho - Furf Design (e Alfie Funghi)
Cadeira Anjinho e Alfie Funghi
- Para as mães que acreditam que seus filhos são uns anjinhos.

- A Furf recebeu o convite da marca TOG para customizar o móvel Alfie Funghi (design
Philippe Stark): da nuvem da imaginação, brotou um fungo angelical para mães que
acreditam que seus filhos são anjinhos.
Referência

LÖBACH, B. Design industrial. Bases para a configuração dos produtos industriais. 1ed. São Paulo:
Edgard Blücher, 2001.

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