Você está na página 1de 7

SUBESTAÇÃO PRIMÁRIA GUIDO CALOI 88/22 kV

Relatório das Medições da Malha de Aterramento

MEDIÇÕES REALIZADAS POR:

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com


1. OBJETIVO.

O objetivo dos ensaios é o de medir a resistência de aterramento da malha e os


potenciais no solo de passo e toque da Subestação Primária Guido Caloi, e
verificando se os potenciais de toque e passo medidos atendem os requisitos de
segurança pessoal na área, bem como o valor de resistência de aterramento medido
atende o valor máximo operativo da mesma.

2. ASPECTOS GERAIS
Trata-se de uma subestação de 88/22kV nova.
A malha de terra (de acordo com o projeto executado pela Copem Engenharia) é
constituída por cabos de cobre nú de seção 120mm² e 240mm² enterrados a 0,60m e
hastes de aterramento com 3m de comprimento e ¾” de diâmetro.
Toda a área dentro da cerca e até o arruamento encontra-se recoberta por brita com a
espessura média de 15cm, o que deve ser mantido durante toda a operação futura da
citada Subestação.

3. PROCEDIMENTOS SEGUIDOS:

3.1 Fonte de alimentação

Os ensaios foram realizados utilizando um grupo gerador trifásico de 9,5kVA, 220-


127 Volts.
A tensão de ensaio foi de 133,7 Volts e com freqüência de 41,8 Hz, resultando em
uma corrente de ensaio de 19A.

3.2 Malha Terra Auxiliar

Para a correta injeção da corrente de ensaio foi confeccionada um sistema de


aterramento auxiliar à aproximadamente 240 metros de distância da malha a ser
ensaiada. As hastes deste sistema de aterramento auxiliar foram interligadas entre
si com cabo de cobre de 4,0 mm² , tendo o circuito sido concluído através da
utilização de cabo de cobre de 2 x 4,0 mm² , conforme indicado na figura 1.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com


FIGURA-1

Freqüência = 41,8 Hz
Malha terra Malha terra
Principal V = 133,7 V I = 19A Auxiliar
Cabo # 2 x 4,0 mm²
SUBESTAÇÃO G A
PRIMÁRIA
GUIDO CALOI Haste de prova deslocando-se do terra
V auxiliar à malha da Subestação

Distância = 240m

3.3 Ensaio da malha de aterramento:

Medição da resistência de aterramento:

O ensaio para obtenção do valor da resistência de aterramento, consiste


basicamente na injeção de uma corrente de ensaio de valor conhecido, entre a
mesma e um sistema de aterramento auxiliar localizado a uma distância
convenientemente escolhida de tal maneira que os valores obtidos não sejam
afetados pelo volume de influência da malha sob medição, ou seja, localizado no
chamado terra remoto, isto é onde a queda de potencial entre dois pontos possa ser
considerada desprezível.

Fazendo-se então circular como dito anteriormente, uma corrente de valor


conhecido entre esses dois pontos, medindo-se em seguida a queda de tensão entre o
ponto escolhido para injeção desta corrente e pontos intermediários de modo que a
resistência de aterramento possa ser calculada pela equação:

Volt medidos/I injetada.

O método supra citado é conhecido como Método Volt-Amperimétrico, processo


este constante do projeto de norma brasileira desenvolvido pela CE -102
(Comissão de Estudos – 102) da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), o qual pode ser visto na figura-1 anterior.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com


Após a montagem dos equipamentos/instrumentos indicados na figura 1, foi injetada
e medida através de um amperímetro a corrente do gerador. Tendo sido executadas
várias medições, através de um voltímetro do potencial resultante no solo devido a
circulação da corrente citada.
Os quocientes entre os valores de tensão e corrente serão considerados iguais o
valor da resistência de aterramento, quando houver uma estabilização em vários
pontos sucessivos, trecho que normalmente e chamado de “patamar”, e que
normalmente se estabelece à uma distância de aproximadamente 61,7% da distância
entre a malha sob medição e o sistema de aterramento auxiliar.

Com base nos valores medidos como citado anteriormente, traça-se a chamada
curva da Resistência de aterramento x Distância do eletrodo auxiliar de potencial
(eletrodo auxiliar móvel), a qual pode ser vista no GRAFICO 1 anexo.

O valor da resistência de aterramento é dado pelo valor correspondente ao


“patamar” da curva da resistência de aterramento, ( o qual como foi dito
normalmente ocorre a aproximadamente 61,7 % da distância entre o sistema de
aterramento auxiliar e a malha sob ensaio).

Sendo no presente caso, igual à 0,58 ohm.

Os resultados obtidos durante a realização do ensaio descrito anteriormente são os


seguintes:

Tensão do gerador : 133,7 Volts C. A .


Corrente do circuito : 19Ampères
Freqüência : 41,8 Hz
Distância do sistema de
aterramento auxiliar : 240m

Resistência de aterramento : 0,58Ω

Tempo : Bom
Temperatura ambiente: : 32º C
Umidade relativa do ar : 46%
Solo : Ligeiramente úmido

4. CONCLUSÃO:

O valor da resistência de aterramento da Subestação Guido Caloi é de 0,58


Ohms conforme demonstra os valores e a curva apresentada no GRÁFICO 1 e
tabela 1, anexas
Os valores medidos e o gráfico seguem anexos na tabela 1 e GRÁFICO 1.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com


5. MEDIÇÃO DOS POTENCIAIS NO SOLO, DE TOQUE E DE PASSO:

5.1 Medições dos potenciais de toque:

O potencial de toque é a diferença de potencial que se verifica entre um ponto ao


alcance da mão de uma pessoa e um ponto no solo correspondente à posição de seus
pés.

Esta distância por norma (IEEE 80/86, e Projeto de norma brasileira,


apresentado pelo CE-102 da ABNT) é considerada como sendo de 1 metro.

Para a realização desse ensaio foram seguidos as seguintes etapas:

Implantação de um sistema de aterramento auxiliar, empregado para possibilitar a


injeção de corrente de ensaio.

Medição dos valores de corrente e tensão, e consequente cálculo com base nos
valores medidos da resistência de aterramento da Subestação Guido Caloi e dos
potenciais no solo, de passo e toque.

Observação: Foram utilizados nas medições um voltímetro de alta impedância, e


alta precisão, bem como um amperímetro;

5.2 Medições de potencial de passo:

O potencial de passo é considerado como sendo a diferença de potencial que


aparece entre dois pontos no solo distanciados de 1m. Essa distância é também
normalizada conforme citado anteriormente, sendo considerado como o caso mais
crítico do passo de uma pessoa.
O procedimentos durante as medições dos potenciais de passo são similares aos
descritos anteriormente, mudando-se somente os pontos de medição, para dois
pontos do solo convenientemente escolhidos.

6 PROCEDIMENTOS SEGUIDOS DURANTE AS MEDIÇÕES DOS


POTENCIAIS DE TOQUE E PASSO:
Para as medições propriamente ditas dos potenciais de toque e passo foram
utilizadas 2 hastes auxiliares com 50 cm de comprimento e ¾” de diâmetro,
separadas entre si de 1 metro (potencial de passo) e, também de 1metro entre hastes
e equipamento (potencial de toque).

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com


As medições foram executadas com um voltímetro digital de alta impedância, sendo
a corrente injetada a mesma utilizada para a determinação da resistência de
aterramento da malha, ou seja, 19 Ampères.

As extrapolações foram calculadas para uma corrente de curto-circuito de malha que


é de 10.405 A (conforme constante no projeto executado pela Copem Engenharia).

6.1 Coeficiente de Extrapolação

As extrapolações foram calculadas, fundamentadas nos valores a seguir:

K=Icc malha / I ensaio

K= 10405 / 19

K= 547,63

6.2 Potenciais Máximos Toleráveis

Os potenciais máximos toleráveis a serem considerados neste relatório são:

6.2.1 Sem proteção de brita:


-Tensão de passo 355Volts
-Tensão de toque 212 Volts

6.2.2 Com proteção brita:


- Tensão Passo : 2538 Volts
- Tensão Toque : 758 Volts

6.2.3 Sobre piso concretado ( admitindo-se ρ= 80 Ω.m)


- Tensão Passo : 243 Volts
- Tensão Toque : 184 Volts

7. CONCLUSÕES/OBSERVAÇÕES:

Não foram medidos valores de potencial de passo e toque acima dos valores máximos
permitidos pelo projeto, podendo a malha da Subestação Guido Caloi ser considerada

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com


segura do ponto de vista pessoal, desde que mantida a camada de brita de
aproximadamente 15 centímetros que atualmente já está sendo utilizada, pois nos
pontos 5 e 38 observou-se valores superiores aos máximos permitidos para as tensões
de toque sem proteção com brita.

Cabe observar que foram executadas medições no ponto de aterramento do futuro portão
de entrada principal (pontos 1, 2, 3) os quais encontram-se também dentro dos padrões de
segurança.
Foram também executadas medições experimentais de potencial de transferência em alguns
pontos externos à malha, tendo sido encontrado os seguintes valores:

Ponto 74:

A 5 metros da malha: 488 mV


A 10 metros da malha: 1790mV
A 15 metros da malha: 2420mV

Ponto 75:

A 5 metros da malha: 2100mV


A 10 metros da malha: 2480mV
A 15 metros da malha: 2712mV

Ponto 76:

A 10 metros da malha: 1400mV


A 15 metros da malha: 2420mV

Pelo valores acima medidos pode-se concluir que os potenciais de transferência


devem ser alertados para que os mesmos não ocorram, principalmente nos locais
onde não existir a malha e a camada de proteção de brita.

PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Você também pode gostar