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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de
Ultra-sonografia em Pequenos
Animais

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de
Ultra-sonografia em Pequenos
Animais

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
Introdução à Ultra-sonografia
Técnicas de Varredura da Cavidade Abdominal
Introdução
Imagem e posição do paciente
Protocolo de varredura
Artefatos
Tipos de Artefatos
Artefatos de Resolução Espacial
Resolução Axial
Resolução Lateral
Artefatos de Propagação
Reverberação
Refração
Imagem em Espelho
Lobo Lateral
Artefatos de Atenuação
Sombreamento Acústico
Reforço Acústico
Sombreamento Lateral
Adrenais
Introdução e técnica de varredura
Anatomia ultra-sonográfica
Alterações nas adrenais
Hiperadrenocorticismo
Feocromocitoma
Incidentalomas adrenais

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MÓDULO II

Ultra-sonografia do Aparelho Reprodutor Feminino


Ovários
Técnica de varredura
Cistos ovarianos
Neoplasias
Outras alterações ovarianas
Útero
Técnica de varredura
Alterações Uterinas
Gestação
Endometrite
Hiperplasia endometrial cística
Piometra
Piometra de coto
Granuloma de coto
Neoplasias uterinas
Ultra-sonografia do Aparelho Reprodutor Masculino
Escroto, testículos e epidídimo
Técnica de varredura
Anatomia ultra-sonográfica
Testículo
Epidídimo
Alterações testiculares
Hidrocele
Varicocele
Criptorquidismo
Torção do cordão espermático
Orquite / Epididimite
Neoplasias testiculares

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Próstata
Técnica de varredura
Anatomia ultra-sonográfica
Alterações prostáticas
Hipertrofia / Hiperplasia benigna
Cistos prostáticos
Prostatite bacteriana
Cistos paraprostáticos
Neoplasia prostática
Pâncreas
Anatomia ultra-sonográfica e técnica de varredura
Alterações pancreáticas
Pancreatite
Neoplasia

MÓDULO III

Indicações
Preparo do Paciente e Técnica de Exame
Aspectos Ultra-sonográficos Normais
Estômago
Intestino Delgado
Intestino Grosso
Alterações do Trato Gastrintestinal
Obstrução do Trato Gastrintestinal
Intussuscepção
Corpos Estranhos
Doença Gastrintestinal Inflamatória
Neoplasias Gastrintestinais
Sistema Hepático e Biliar
Técnica de varredura

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Anatomia ultra-sonográfica
Alterações hepáticas difusas hiperecogênicas
Alterações hepáticas difusas hipoecogênicas
Alterações hepáticas focais
Calcificação hepática
Neoplasias
Infiltração gordurosa
Hematoma
Cistos
Abscessos
Necrose
Hiperplasia nodular
Alterações das vias biliares
Espessamento da parede
Cálculos biliares
Obstrução de vias biliares
Alterações vasculares
Baço
Técnica de varredura
Anatomia ultra-sonográfica

MÓDULO IV

EcoDopplercardiografia
Modo bidimensional
Modo M
Modo Doppler
Doença Valvular
Doença Miocárdica
Doença Pericárdica
Grandes vasos e circulação periférica abdominal

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Técnica ultra-sonográfica
Anatomia ultra-sonográfica
Aspectos ultra-sonográficos das afecções vasculares
Trombose
Estenose
Malformações arteriovenosas – shunts
Neoplasia
Deslocamento do trajeto
Líquido perivascular
Sistema Urinário

Rins
Técnica de varredura
Anatomia ultra-sonográfica
Alterações renais
Nefropatias
Doença parasitária
Doenças císticas
Neoplasias
Hidronefros
Cálculos
Ureteres
Bexiga
Técnica de varredura
Alterações da bexiga
Cistite
Cálculos
Neoplasias
Uretra
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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MÓDULO I

Introdução à Ultra-sonografia

O ultra-som tem sido estudado pelos cientistas desde 1793, mas foi
introduzido na medicina veterinária somente em 1966. A partir de então, os
aparelhos desenvolvidos apresentavam cada vez maior definição de imagem,
possibilitando diagnósticos precisos e tornando-se um método de diagnóstico por
imagem fundamental em associação a outros na rotina clínica de pequenos e
grandes animais. A popularidade do uso do ultra-som advém das características do
exame ultra-sonográfico, ou seja, trata-se de técnica não invasiva e que não requer
o uso de procedimentos de contenção química e radiação ionizante. Além disso, o
equipamento é de fácil manipulação e instalação.
Se denominam ultra-sons aquelas ondas de freqüência superior a audível
pelo ouvido humano, ou seja, acima de 20.000 Hz e a propagação dessas ondas
depende da existência de matéria. As ondas refletidas pelos órgãos são
denominadas Ecos.
Os ecos são analisados por um computador e transformadas em imagem,
em uma escala de cinza.
Existem três tipos de diagnósticos ultra-sonográficos em caninos, são eles:
modo-A, Doppler e modo-B.
O modo-A ou ultra-som de amplitude profunda identifica a presença de fluido
por meio da oscilação de traçados. Este exame não pode definir a origem do fluido e
não permite a avaliação da viabilidade dos órgãos ou tecidos. O exame ultra-
sonográfico de modo Doppler fornece um sinal audível. O modo-B ou ultra-som em
tempo real convencional permite a avaliação do status fisiológico do organismo
animal.
A base física da ultra-sonografia está diretamente ligada ao efeito
piezelétrico. O efeito piezoelétrico foi descoberto por Pierre e Jacques Curie em
1880 e consiste na variação das dimensões físicas de certos materiais sujeitos a

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campos elétricos. O contrário também ocorre, ou seja, a aplicação de pressões. Por
exemplo, pressões acústicas que causam variações nas dimensões de materiais
piezoelétricos provocam o aparecimento de campos elétricos neles, ou seja, é
definido como a capacidade que determinadas matérias, como cristais, têm de
vibrarem em determinada freqüência quando submetidos a uma pressão mecânica,
como o som, transformando-a em impulsos elétricos. Dessa forma, é responsável
pela transformação de energia elétrica em som e vice e versa.
Existem algumas propriedades relevantes ao exame ultra-sonográfico, como
a freqüência do som (número de ondas completas por unidades de tempo,
geralmente utiliza-se freqüências de 1 a 10 MHz) e a impedância acústica
(capacidade que os tecidos vivos possuem de resistir ou impedir a transmissão do
som. A intensidade dos ecos é determinada pela diferença de impedância dos
tecidos). A freqüência do som representa o número de oscilações sonoras em um
determinado período, correspondendo ao número de ondas por segundo. A
impedância acústica é definida como o produto da velocidade das ondas pela
densidade do meio estudado, ou seja, é a qualidade do tecido em transmitir as
ondas e se formar a imagem.
Outro detalhe a ser lembrado é a terminologia de ecogenicidade. Essa
nomenclatura está relacionada com a intensidade do cinza na imagem avaliada. Se
não tem cinza, ou seja, está escura a imagem chamamos de anecóica ou
anecogênica (área preta devido a ausência de ecos. Representa líquidos
homogêneos (urina, ascite, bile)). Quando avaliamos o padrão cinza, ecóico ou
ecogênico, podemos fazer comparações entre tecidos e dentro do mesmo
parênquima, ou seja, hipo ou hiper, dependendo da diminuição ou aumento da
tonalidade de cinza, respectivamente.
Hipoecogênico (hipoecóico): cinza obscuro, produzido por ecos de baixa
intensidade. Representa tecidos que produzem reflexão média (linfonodos,
abscessos, sangue). Os órgãos parenquimatosos produzem reflexão maior, sendo
um cinza mais claro.

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Hiperecogênico (hiperecóico): imagem branca, produzida por grande
reflexão de ecos. Aqui são enquadrados ossos, tecido conjuntivo denso e gás.

Técnicas de Varredura da Cavidade Abdominal

A ultra-sonografia abdominal deve ser realizada após tricotomia ampla no


abdômen entre a região epigástrica e hipogástrica, estendendo-se lateralmente à
região ventral, próximo ao último par de costelas do lado esquerdo e sobre os dois
últimos pares de costelas do lado direito. Após tricotomia, aplica-se uma grande
quantidade de substância em gel sobre a pele.
Para melhor visibilização das estruturas avaliadas, promovendo a diminuição
de artefatos, o animal deve ser submetido ao exame ultra-sonográfico em jejum
alimentar de no mínimo quatro horas.
Quando possível, é importante a administração de Dimeticona sódica para
diminuir a presença de gás intraluminal e, desta forma, a interferência de artefatos. A
dose recomendada para cães pequenos e gatos (até 10 Kg) é de 30 gotas por
administração; cães de porte médio (de 10 a 23 Kg), 50 gotas por administração;

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cães grandes e gigantes (acima de 23 kg), 70 gotas por administração, a cada oito
horas, duas vezes antes do exame ultra-sonográfico. O gás intraluminal presente
nas alças intestinais e no estômago constitui-se em barreira produtora de artefatos e
dificulta o exame. Quando as fezes no cólon não interferirem na interpretação, não é
necessária a aplicação de enema. Muitas vezes, apenas a mudança de decúbito do
animal já é suficiente para evitar artefatos causados pela presença de fezes e gás.

Vídeo no conteúdo online (Preparação do animal para exame)

Imagem e posição do paciente

O animal deve ser colocado em decúbito dorsal do lado direito do


especialista, com seu corpo paralelo ao aparelho e a região caudal próxima ao braço
direito do examinador (Figura 1).

Figura 1: Imagem de animal posicionado para o exame ultra-sonográfico. Note que o cão
está em decúbito dorsal, tricotomizado, contido e há grande presença de substância gel entre o
transdutor e a pele do animal.

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LEGENDA:

RD: Rim Direito


D: Duodeno
CO: Cólon
RE: Rim esquerdo
C: Ceco
B: Bexiga

Visualização esquemática dos órgãos na posição ventrodorsal de um cão.

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LEGENDA:

RD: Rim Direito


RE: Rim esquerdo
C: Ceco
CO: Cólon
D: Duodeno
B: Bexiga

Visualização esquemática do posicionamento dos órgãos com animal (cão) na posição lateral-direita.

As imagens visualizadas cranialmente no paciente apresentam-se à


esquerda no monitor ultra-sonográfico. As imagens caudais ocupam o lado direito,
as ventrais, o plano superior e as dorsais, a porção inferior do monitor. No plano
transversal, a ponta ou marca do transdutor aponta o lado direito do paciente. O lado
esquerdo do monitor corresponde, então, ao lado direito do animal e o lado direito do
monitor ao esquerdo. O ventre corresponde à porção superior da tela e o dorso à
inferior. Os planos oblíquos seguem o mesmo direcionamento do longitudinal.

Protocolo de varredura
A forma de avaliar as estruturas, o início do exame ultra-sonográfico e a
forma de como percorrer a avaliação dos órgãos abdominais depende da técnica e
experiência do ultra-sonografista.
Entretanto, para a avaliação de cada órgão, devem ser realizados cortes
transversais e longitudinais em toda a sua extensão, movimentando-se o transdutor
angularmente, acompanhando o trajeto de estruturas vasculares e acidentes
anatômicos.

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A avaliação da bexiga é o primeiro passo a ser realizado. Localiza-se esta
estrutura na linha média abdominal, região ventrocaudal, próximo à região pélvica,
visibilizando uma estrutura com características anecóicas (“bolsa com conteúdo
líquido”). A próstata está localizada caudalmente a região da bexiga. E o útero,
quando gestacional ou com alguma patologia, é visualizado cranialmente a silhueta
vesical.
Para a abordagem sonográfica hepática, o transdutor deve ser colocado
imediatamente caudal ao apêndice xifóide (posição subxifóide), na linha média, com
pequena pressão sobre o abdome e angulação cranial de aproximadamente 45°
para obtenção de cortes transversais altos da imagem hepática.
Na região epigástrica esquerda podemos visualizar a cavidade gástrica.
Quando o estômago encontra-se repleto é comum à presença de artefatos de
imagem. Mas com esvaziamento gástrico, visualiza-se uma imagem semelhante a
uma flor do tipo margarida aberta.
Acompanhando-se a cavidade gástrica até a região pilórica, seguindo com o
transdutor em direção ao duodeno, observamos o pâncreas. A identificação da
imagem pancreática é dificultada se houver presença de gás ou conteúdo alimentar
na cavidade gástrica.
Para avaliação do baço utiliza-se como referência a cicatriz umbilical e o
rebordo costal esquerdo, colocando-se o transdutor na área compreendida entre
esses pontos anatômicos externos. Podemos utilizar ainda, como referência dentro
da cavidade, a imagem renal esquerda.
A imagem renal direita pode ser obtida colocando-se o transdutor
caudalmente ao último arco costal, lateral à direita e com angulação dorsocranial,
mantendo certa pressão sobre o local. Para a imagem do rim esquerdo, coloca-se o
transdutor lateralmente à esquerda, tendo uma angulação dorsolateral esquerda.
Para a avaliação da adrenal esquerda, obtemos primeiro a imagem do rim
esquerdo e deslizamos lentamente o transdutor em direção cranial, obtendo
somente a imagem da sua margem cranial. A imagem da adrenal direita segue os
mesmos direcionamentos descritos para a esquerda.

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Os ovários direito e esquerdos são visibilizados logo caudalmente a imagem
renal. Deslocando de forma angular o transdutor para o pólo caudal de cada rim.
A maioria dos linfonodos são visibilizados quando apresentam alguma
alteração (linfadenomegalia).

Artefatos

Os artefatos são resultantes da exibição de ecos que retornam


erroneamente ao transdutor ou da ausência dos mesmos. A maioria dessas
distorções pode ser entendida pela apreciação da forma da fonte sonora, da
interação do som com os tecidos e disseminação espacial dos ecos refletidos.
A origem do artefato pode ser: fontes eletromagnéticas, fatores operacionais
associados com o preparo do paciente, técnica de varredura e freqüência do
transdutor, ou interação existente entre o paciente e o feixe sonoro.
A interferência eletromagnética é devido ao uso simultâneo de equipamentos
elétricos ou a presença de luzes fluorescentes no local do exame.
Os fatores operacionais são relacionados com a presença de ar entre a
superfície da pele e o transdutor ou sujidades da pele, os quais refletem o som,
dificultando ou impossibilitando a obtenção da imagem. O uso da tricotomia no local
a ser examinado, a limpeza da pele com éter, o uso de gel para contato acústico são
condições necessárias para se obter uma imagem adequada.
Os artefatos de técnica variam de acordo com o tipo de transdutor utilizado.
A manipulação do técnico no aparelho de ultra-som, assim como sua experiência,
interfere na qualidade da imagem ultra-sonográfica e interpretação.
Desta forma, os artefatos são fenômenos que não representam as estruturas
e tornam difícil distinguir um tecido normal de uma alteração patológica. Entretanto,
alguns artefatos produzidos sob condições técnicas específicas podem ser úteis
para o diagnóstico.

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Tipos de Artefatos

Podemos classificar os artefatos de acordo com a interação do feixe de ultra-


som no tecido (artefatos acústicos), da resolução espacial (resolução axial e
resolução lateral), propagação do som (reverberação, refração, imagem em espelho
e lobo lateral) e atenuação sonora (sombreamento acústico, reforço acústico e
sombreamento lateral).

Artefatos de Resolução Espacial

Resolução Axial

A resolução axial facilita na distinção de duas estruturas próximas ao longo


do eixo central do feixe sonoro. Ela depende da freqüência do transdutor, ou seja,
quanto maior a freqüência melhor a resolução axial.

Resolução Lateral

A resolução lateral está relacionada à habilidade de distinguir dois pontos


próximos e lado a lado no mesmo plano de profundidade. Também está relacionada
da mesma forma com a freqüência do transdutor.

Artefatos de Propagação

Reverberação

As reverberações acontecem quando dois ou mais refletores são


encontrados no caminho do som, ou quando o feixe sonoro de alta intensidade
retorna ao transdutor e é novamente refletido para os tecidos. As múltiplas reflexões
que ocorrem entre o transdutor e uma interface, até a atenuação completa do feixe

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sonoro são denominadas reverberações. Quando o eco retorna novamente para o
transdutor ele receberá um sinal espacial duas vezes mais profundo que o refletor
original. Esse ciclo de viagem do som pode ser feito várias vezes. As múltiplas
reflexões que ocorrem entre o transdutor e uma interface, até a atenuação completa
do feixe sonoro, são denominadas reverberações.
A reverberação pode ocorrer entre a superfície do transdutor e a pele do
animal, principalmente na ausência de gel resultando em linhas ecogênicas
constantes exibidas no topo da imagem, o que interfere no exame de estruturas
superficiais. Esse fenômeno tende a ocorrer em interfaces, tecido mole, com gás e
fluido. O som refletido de cada interface interage no transdutor e voltará para o
paciente em um segundo tempo.
A cauda de cometa é um tipo de reverberação produzida por corpos
estranhos, tornando fácil localizar e identificar objetos de pequenas dimensões
graças à alta velocidade do som. É observada atrás de substâncias que têm uma
alta impedância acústica, como metal. Este tipo de artefato é reconhecido por uma
série de ecos estreitamente espaçados, discretos, brilhantes e pequenos. O artefato
em cauda de cometa também é encontrado no trato gastrintestinal, no limite do
diafragma ou produzido pela agulha de biopsia.
Um artefato de reverberação é geralmente visto como linhas brilhantes
paralelas ocorrendo em intervalos regulares (Figura 2). Os ecos que têm mais tempo
para retornar ao transdutor são eletronicamente aumentados pelo equipamento.

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Figura 2: Imagem de artefato, reverberação. Note as linhas brilhantes paralelas ocorrendo
em intervalos regulares.

Refração

O artefato de refração acontece quando parte de um feixe sonoro muda de


direção ao passar através de uma interface altamente ecogênica. Sombras
refratárias ocorrem quando a onda sonora está em um ângulo oblíquo de incidência
entre dois pontos. O caminho mais longo percorrido pelo eco parece estar mais
profundo do que ele realmente se encontra (Figura 3).

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Figura 3: Imagem de artefato, refração. Note a sombra refratária (circundada) criada por
dois pontos de alta ecogenicidade.

Imagem em Espelho

A imagem em espelho ocorre quando o ultra-som é feito a partir de uma


interface curva altamente refletiva, como a interface existente entre o diafragma e o
pulmão. O som é refletido do diafragma para o outro refletor, deste, volta ao
diafragma para então, retornar ao transdutor (Figura 4). Isso resulta no incorreto
posicionamento da estrutura de interesse, que é posicionada do lado torácico do
diafragma.

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Figura 4: Imagem de artefato, imagem em espelho. Note que abaixo da linha ecogênica,
forma-se uma imagem semelhante à acima desta linha, com mesma ecogenicidade.

Lobo Lateral

Várias ondas sonoras de baixa intensidade geralmente são localizadas


periféricas ao eixo principal da onda sonora. Elas são de intensidade mais baixa que
o foco principal, mas criam artefatos significantes quando interagem com superfícies
acústicas altamente refletivas. O Lobo lateral pode causar ecos especulares ou
difusos na imagem. Estes artefatos especulares ocorrem adjacentes às superfícies
curvas altamente refletivas como diafragma, bexiga e vesícula biliar, enquanto ecos
difusos tendem a ocorrer adjacentes ao gás intestinal (Figura 5). O mesmo
fenômeno pode causar o aparecimento de múltiplos artefatos da agulha durante
biopsia guiada.

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Figura 5: Imagem de artefato, lobo lateral. Note imagem de ecogenicidade dentro da bexiga
(circundada).

Artefatos de Atenuação

Sombreamento Acústico

A sombra acústica é resultante da interação do feixe de som com um limite


acústico altamente refletivo como osso, cálculo ou gás. Estes objetos causam uma
grande reflexão que atenua o feixe sonoro e bloqueia a sua passagem para uma
camada mais profunda de tecido. Este fenômeno tem aplicação diagnóstica, porque
o reconhecimento da sombra ajuda na localização de calcificações e gás (Figura 6).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 6: Imagem de artefato, sombreamento acústico. Note imagem sombreada
(circundada) abaixo de estrutura e bexiga.

Reforço Acústico

Este artefato costuma ser evidenciado como um aumento na ecogenicidade


posterior a estruturas preenchidas com fluidos anecóicos, como cistos e vesículas
biliar e urinária (Figura 7). Portanto, estas regiões apresentaram um brilho mais forte
que as regiões circunjacentes. Este artefato é usado para auxiliar na identificação de
presença de fluido no interior de uma estrutura.

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Figura 7: Imagem de artefato, reforço acústico. Note imagem hiperecóica (circundada)
abaixo da bexiga.

Sombreamento Lateral

O sombreamento lateral ocorre na margem de uma superfície curva, uma


vez que parte de feixe sonoro que é refratado ou refletido neste local não retorna ao
transdutor, diminuindo a intensidade de retorno do feixe sonoro. Esta sombra é
observada distal as margens laterais de estruturas císticas, vesículas biliar e urinária
e no pólo renal (Figura 8).

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Figura 8: Imagem de artefato, sombreamento lateral. Note imagem hipoecóica (circundada) ao lado
da próstata.

Vídeo no conteúdo online (Imagens ultra-sonográficas: parte01)

Adrenais
Introdução e técnica de varredura

As adrenais não são facilmente visíveis por meio de radiografias. Desta


forma, um dos métodos de escolha para visibilização destas estruturas é o exame
ultra-sonográfico.
Para visibilização das adrenais normais é necessária a utilização de
transdutores de alta resolução, ou seja, de alta freqüência. As freqüências utilizadas

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são de 5 a 10MHz dependendo do porte do animal. A adrenal direita é encontrada
entre a veia cava caudal e a margem cranial do rim direito. A adrenal esquerda é
visibilizada entre a aorta e o rim esquerdo. Deve-se lembrar que estes órgãos estão
localizados anatomicamente em região cranial aos rins. A adrenal esquerda é mais
facilmente detectada devido ao deslocamento cranial da adrenal direita (impressão
renal do fígado).

Anatomia ultra-sonográfica

As adrenais normais são achatadas, bilobadas e localizam-se cranialmente


aos rins.
Ao exame ultra-sonográfico encontra-se dificuldade em visibilizar estas
estruturas por serem hipoecogênicas. Elas são divididas em região medular central
hiperecogênica e cortical hipoecogênica.

Alterações nas adrenais

Hiperadrenocorticismo

O hiperadrenocorticismo primário, ou seja, devido à presença de patologia


na adrenal, está geralmente associado aos adenomas ou adenocarcinomas. De um
modo geral são unilaterais (aumento da adrenal e perda do padrão ecogênico do
órgão), havendo atrofia da adrenal contralateral.

Feocromocitoma

É o tumor de células cromofílicas da medular. Apresentam-se como massas


arredondadas com ligeira heterogenicidade do parênquima.

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Incidentalomas adrenais

São massas encontradas de forma acidental nas adrenais. Estas massas de


ecogenicidade heterogênea podem estar associadas ao hiperadrenocorticismo
silencioso, à fase inicial assintomática do feocromocitoma ou alguma deposição de
tecido metastático.

-------------FIM DO MÓDULO I--------------

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Curso de
Ultra-sonografia em Pequenos
Animais

MÓDULO II

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descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO II

1. Ultra-sonografia do Aparelho Reprodutor Feminino

Ovários

Os ovários de cadelas e gatas costumam ser estruturas difíceis de serem


avaliadas ao exame ultra-sonográfico em virtude do seu pequeno tamanho e do fato
de sua ecogenicidade ser semelhante à dos tecidos adjacentes. Muitas vezes
também, o gás presente em alças intestinais localizadas próximas aos ovários causa
reverberação e pode contribuir para a dificuldade do exame ultra-sonográfico
detalhado desses.
A dificuldade na localização dos ovários vai depender também da fase do
ciclo estral em que o animal se encontra. Durante o anestro, normalmente eles são
menores e não há estruturas como os folículos em seu parênquima, que auxiliam na
identificação. Portanto, sua ecogenicidade vai se tornar mais homogênea. Nas
outras fases do ciclo estral, pode-se localizá-los com maior facilidade de acordo com
o crescimento dos folículos. A presença de estruturas císticas ovarianas também
auxilia na sua identificação, já que contribuem para a heterogenicidade do
parênquima, deixando-o menos semelhante às estruturas ao seu redor (Figura 1).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 1: Imagem ultra-sonográfica do ovário de uma cadela.

Técnica de varredura

Como se sabe, os ovários estão localizados caudalmente ao pólo caudal


dos respectivos rins. Ao exame ultra-sonográfico, recomenda-se localizar
primeiramente os rins como referencial para a identificação do ovário ipisilateral.
Os transdutores mais comumente utilizados são os de 5 e 7,5 MHz. Na
existência de um transdutor de 10 MHz, pode-se lançar mão deste, já que sua alta
resolução permite uma avaliação bem mais apurada da glândula.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Cistos ovarianos

Ao exame ultra-sonográfico, os cistos são estruturas esféricas,


anecogênicas, com reforço acústico posterior.
Cistos foliculares e luteínicos não são diferenciados à ultra-sonografia, mas
sabe-se que ovários policísticos se diferenciam de neoplasias císticas. As neoplasias
que contêm cistos normalmente são septadas e possuem parede hiperecogênica,
espessada e irregular. Ovários não neoplásicos policísticos podem apresentar
estruturas císticas bem definidas, com paredes finas, conteúdo liso não septadas,
anecogênicas, com reforço distal ou conter um número de cistos de tamanho
reduzido, que aumentem o tamanho do ovário e o tornem homogêneo e
isoecogênico em relação ao córtex renal (Figura 2).

Figura 2: Imagem ultra-sonográfica do ovário de uma cadela. Note área cística em parênquima
ovariano (circundada).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Muitas vezes, os cistos não podem ser diferenciados de folículos em
crescimento, por meio do exame ultra-sonográfico.

Neoplasias

Os tumores ovarianos não são comuns em cadelas e gatas.


Os tumores ovarianos possuem aparência muito variável à ultra-sonografia
e não podem ser diferenciados dessa maneira (Figura 3).

Figura 3: Imagem ultra-sonográfica do ovário de uma cadela. Note parênquima ovariano com
ecogenicidade heterogênea (mista).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Esses tumores podem ser avaliados, à ultra-sonografia, de acordo com sua
localização, tamanho, uni ou bilateralidade, contornos e ecogenicidade. Além das
características intrínsecas à neoplasia em si, a ultra-sonografia ainda permite que se
avalie a presença de líquido livre, as possíveis alterações uterinas (como hiperplasia
endometrial cística e/ou piometra) e as metástases que podem ocorrer.

Outras alterações ovarianas

O exame ultra-sonográfico também tem sua contribuição na pesquisa de


alterações pós-ovariectomia.
Dentre essas formações, as que mais ocorrem são as císticas, decorrentes
de porção de estroma ovariano não retirado, e granulomas, por reação ao fio de
sutura, que podem, inclusive, apresentar fístulas que drenam conteúdo purulento
para o exterior através da pele.
Ao exame ultra-sonográfico, esses granulomas apresentam características
variáveis, mas normalmente, são heterogêneos, com contornos irregulares e até
mesmo pouco definidos.

2. Útero

Técnica de varredura

Muitas vezes não é possível avaliar o útero normal, não gravídico, ao exame
ultra-sonográfico, principalmente os cornos uterinos que, na condição de
normalidade, não possuem conteúdo em seu lúmen.
A vesícula urinária repleta é importante no exame do trato reprodutivo, pois
serve de janela acústica para a onda sonora atingir a estrutura localizada logo
dorsalmente a ela, no caso, o corpo uterino.

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Alterações Uterinas

Gestação

O exame ultra-sonográfico é, comprovadamente, o meio de diagnóstico


mais preciso para avaliação da prenhez, além de ser totalmente inócuo para a fêmea
e para os fetos. Por meio dele, pode-se confirmar a gestação e avaliar a idade
gestacional, as condições de ovários e útero e as estruturas e condições vitais dos
fetos.
O diagnóstico precoce da gestação se torna um requerimento comum aos
ultra-sonografistas veterinários. Os criadores estão freqüentemente ansiosos para
confirmar a gestação e determinar o número de fetos. Nos casos de gestação
indesejada ou acidental e nos casos de potencial gestação, também se requer uma
resposta definitiva do status gestacional.
Os principais achados são (Figuras 4, 5 e 6):

Fase
Dias após a ovulação Dias após o pico de LH
Embrionária
Detecção da vesícula
17 a 18 15 a 20
embrionária
Detecção do embrião 21 a 22 22 a 25
Detecção dos batimentos
22 a 23 21 a 29
cardíacos
Embrião em forma bipolar 24 a 26 -
Membranas do saco vitelínico 23 a 25 25 a 28
Visualização das membranas
25 a 29 27 a 31
do alantóide
Movimentação embrionária - 33 a 35
Brotos dos membros torácicos 31 a 33 32

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Fase
Dias após a ovulação Dias após o pico de LH
Fetal
Distinção entre pulmão e
36 a 38 38 a 42
fígado
Visualização de estômago
34 a 36 Após o 42º
e bexiga
Detecção das câmaras
40 40 a 50
cardíacas
Detecção dos rins 38 a 40 -
Detecção dos olhos 38 a 44 -
Detecção das alças
56 a 60 -
intestinais

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Figura 4: Imagem ultra-sonográfica de vesículas gestacionais com conteúdo anecóico.

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Figura 5: Imagem ultra-sonográfica de feto. Visibilizar a estrutura anatômica do feto.

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Figura 6: Imagem ultra-sonográfica de feto. Note a separação da cavidade torácica com a abdominal.

Endometrite

Ao exame ultra-sonográfico, detecta-se seu aumento, assim como o


espessamento da parede, mucosa com contorno irregular e normalmente uma
pequena quantidade de conteúdo anecóico em seu lúmen.

Hiperplasia endometrial cística

Ultra-sonograficamente visualiza-se aumento do diâmetro uterino com


múltiplos cistos irregulares, de tamanho variado, na parede uterina.

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Piometra

Ao exame ultra-sonográfico, a piometra se caracteriza como uma estrutura


tubular com lúmen hipo a anecogênico, com parede de espessura variada e ecos
luminais de acordo com a quantidade de debris celulares. Normalmente, há
presença de reforço acústico distal pela natureza líquida do conteúdo. Os cornos
aumentados podem ser visualizados como estruturas lineares ou tortuosas e, ao
corte transversal, se apresentam arredondados ou ovóides. O diagnóstico se torna
mais difícil quando o diâmetro do útero é menor do que o diâmetro do intestino
delgado, mas os cornos uterinos podem ser diferenciados das alças intestinais com
conteúdo líquido por causa da ausência de peristaltismo (Figura 7).

Figura 7: Imagem ultra-sonográfica do útero de uma cadela. Note presença de conteúdo anecóico em
seu interior (Seta).

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Piometra de coto

As imagens ultra-sonográficas se caracterizam pela presença de uma


massa entre a bexiga e o cólon, podendo ser heterogênea ou cística.

Granuloma de coto

Ao exame ultra-sonográfico, são estruturas pouco definidas, com


ecogenicidade mista, de hipo ou hiperecogênica a ecotextura heterogênea,
localizadas dorsocaudalmente à vesícula urinária.

Neoplasias uterinas

Os tumores de útero são raros em cadelas e gatas. Os mais comuns são os


leiomiomas e, dentre os malignos, os leiomiossarcomas nas cadelas e os
adenocarcinomas nas gatas.
Os leiomiomas são caracterizados por massas homogêneas isoecogênicas
à parede uterina (Figura 8).

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Figura 8: Imagem ultra-sonográfica do útero de uma cadela. Note a presença de nodulação
ecogênica (circundada) e elevação da bexiga.

As neoplasias uterinas não possuem características específicas que


possam diferenciá-las entre si e entre essas e os granulomas, hematomas ou
mesmo abscessos.

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Ultra-sonografia do Aparelho Reprodutor Masculino

Escroto, testículos e epidídimo

Técnica de varredura

Para a execução do exame ultra-sonográfico de testículos e epidídimo não é


necessário nenhum preparo prévio, tampouco realizar tricotomia da região testicular.
Devem-se usar transdutores de 5 e 7,5 MHz. O comprimento e o diâmetro
dos testículos devem ser obtidos por meio de imagens sagitais e transversais.

Anatomia ultra-sonográfica

Testículo

Possui textura homogênea hipo ou isoecóica em relação à próstata, com


região central do mediastino hiperecóica. A medida do mediastino testicular é de
aproximadamente 2 mm de diâmetro, tanto no plano sagital como no transversal
(Figura 9).

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Figura 9: Imagem ultra-sonográfica de testículo de cão. Verificar a homogeneidade do parênquima
avaliado.

Epidídimo

A textura do epidídimo varia de anecóica para hipoecóica, relativamente ao


parênquima testicular (Figura 10).

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Figura 10: Imagem ultra-sonográfica de testículo de cão. Verificar a região de epidídimo.

Alterações testiculares

Hidrocele

A hidrocele, ao exame ultra-sonográfico, traduz-se pela presença de


imagem isoecóica e difusa.

Varicocele

À imagem ultra-sonográfica, pode-se observar a dilatação dos vasos.

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Criptorquidismo

Ao se realizar o exame ultra-sonográfico da região inguinal ou abdominal,


pode-se verificar a presença de uma estrutura arredondada e de contornos bem
definidos, compatíveis com a imagem do testículo.

Torção do cordão espermático

Ocorre a diminuição uniforme na ecogenicidade do testículo com torção


espermática. Quando se utiliza ultra-sonografia com Doppler, pode-se verificar a
ausência de fluxo sanguíneo.

Orquite / Epididimite

O testículo com presença de processo inflamatório apresenta um contorno


irregular e hipoecóico. Com relação ao epidídimo, possui um contorno irregular, pode
apresentar áreas hipoecóicas, presença de floculações decorrentes da presença de
material supurativo, áreas hipo e hiperecóicas, com ou sem mineralização,
resultantes de granulomas.

Neoplasias testiculares

Os três tipos mais comuns são sertolioma, seminoma e leydigoma.


A imagem ultra-sonográfica do sertolioma é de uma estrutura
predominantemente hipoecóica e bem delimitada, apresentando sua margem
hiperecóica e podendo apresentar, no seu interior, áreas anecóicas (Figura 11).

42
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Figura 11: Imagem ultra-sonográfica de testículo de cão. Verificar área cística em parênquima
avaliado (Seta).

2. Próstata

Técnica de varredura

Para se realizar as medidas do órgão pode-se utilizar os transdutores de 5 ou


7MHz. O comprimento corresponde à máxima distância da glândula no eixo uretral.
A altura é o maior diâmetro perpendicular ao eixo do comprimento.

Anatomia ultra-sonográfica

A imagem ultra-sonográfica revela parênquima com ecogenicidade


homogênea definida como inomogênea, geralmente hipoecogênica com relação aos

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tecidos adjacentes. A região hilar é hiperecogênica em relação ao parênquima. Seu
formato deve ser simétrico e com bordos lisos (Figura 12).

Figura 12: Imagem ultra-sonográfica da próstata de cão. Verificar a homogeneidade do parênquima


avaliado.

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Alterações prostáticas

Hipertrofia/Hiperplasia benigna

A imagem ultra-sonográfica revelará prostatomegalia, com parênquima


homogêneo, normalmente de caráter simétrico e difuso. Pode haver presença de
estruturas císticas múltiplas e difusas.

Cistos prostáticos

A imagem revela área focal ou multifocal, hipo ou anecogênica, maior que


1,5 a 2 cm (Figura 13).

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Figura 13: Imagem ultra-sonográfica da próstata de cão. Verificar área cística em parênquima
avaliado (circundada).

Prostatite bacteriana

O sonograma revela espaços intraparenquimais maiores que 1,5 a 2cm,


preenchidos por líquidos, compatíveis com abscesso e revelados por imagem
hipoecogênica difusa ou focal. O abscesso causa uma imagem da glândula de
margem interna irregular, cavidade lobulada e lúmen septado.
Nos casos crônicos, a próstata tem uma imagem levemente hiperecogênica
de distribuição irregular que pode representar mineralização ou presença de ar.

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Cistos paraprostáticos

Imagem de uma estrutura anecóica de bordos finos, deslocando a bexiga,


aparentando ser uma extensão da área prostática.

Neoplasia prostática

Ultra-sonograficamente a neoplasia prostática contém áreas


hiperecogênicas focais ou difusas, no interior do parênquima.

Pâncreas

O exame ultra-sonográfico é um dos métodos de escolha para avaliação


não invasiva do pâncreas. Entretanto, existem alguns fatores que limitam a
execução deste exame. A dimensão do órgão, limites pouco definidos,
ecogenicidade semelhantes ao: mesentério, obesidade do paciente, movimentação
torácica, dor abdominal e a proximidade do órgão de estruturas contendo gás pode
determinar a dificuldade do examinador ao efetuar a busca deste órgão.

Anatomia ultra-sonográfica e técnica de varredura

É um órgão em forma de “v” constituído de dois lobos, direito e esquerdo, e


um corpo. O lobo direito localiza-se dorsomedialmente ao duodeno, o lobo esquerdo
está localizado entre estômago, cólon e baço. O corpo do pâncreas está localizado
na região caudal ao piloro e ventral à veia porta.
Para realizar o exame ultra-sonográfico sugere-se um jejum alimentar de no
mínimo 8 a 18 horas, para diminuir a formação de artefatos que possam prejudicar a
avaliação do pâncreas. Normalmente, utilizam-se transdutores de 5 a 10MHz e o
animal fica em decúbito dorsal, dependendo da dor que o animal apresenta na
região abdominal.

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Em condições de saúde, o pâncreas apresenta ecogenicidade homogênea,
um pouco mais ecóica que o tecido hepático.

Alterações pancreáticas

Pancreatite

As características ultra-sonográficas variam de acordo com a severidade da


doença e sua cronicidade.
Normalmente em animais de fase aguda, o pâncreas apresenta-se
aumentado, com bordos bem definidos e ecogenicidade aumentada. Com a
evolução da doença e sua cronicidade o tecido torna-se mais ecogênico, podendo
ter áreas de perda do parênquima. O órgão diminui de tamanho e sua identificação
fica mais dificultada.

Neoplasia

A neoplasia em pequenos animais é incomum e apenas diagnosticada pela


realização de exame histopatológico.
Normalmente os tumores pancreáticos apresentam aumento de
ecogenicidade, perda do padrão característico do órgão (heterogêneo), na
ecotextura e presença de massas locais e metastáticas (Figura 14).

48
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Figura 14: Imagem ultra-sonográfica do abdômen de um cão. Note a presença de uma massa
ecogênica próxima ao fígado e ao estômago. Sugeriu-se neoplasia de lobo esquerdo do pâncreas.

------------------ FIM DO MÓDULO II ---------------

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Curso de
Ultra-sonografia em Pequenos
Animais

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III

1. Trato Gastrintestinal

Introdução

Os primeiros relatos do uso da ultra-sonografia no trato gastrintestinal de


pequenos animais iniciaram-se a partir de 1989.
Os fatores que limitavam a ultra-sonografia no estômago e segmentos
intestinais de pequenos animais foram à variabilidade do conteúdo intraluminal, a
dificuldade de identificação do segmento intestinal acometido e a resolução da
imagem dos equipamentos e transdutores.
Atualmente, com a utilização de transdutores de alta freqüência (7,5MHz), a
ultra-sonografia apresenta grande importância na abordagem diagnóstica das
enfermidades gastrintestinais.
A grande vantagem da ultra-sonografia sobre outras técnicas de imagem é
permitir a avaliação da arquitetura dos tecidos e estruturas de maneira não invasiva,
sem a necessidade de tranqüilizantes ou anestésicos, apenas com preparo do
paciente. Este preparo consiste em jejum alimentar de no mínimo quatro horas e
administração de dimeticona 12 gotas por animal a cada 8 horas, um dia antes do
exame.
A ultra-sonografia é considerada o método de eleição para a avaliação da
parede do trato gastrointestinal, anteriormente avaliados por meio de exames
radiográficos simples e contrastados.
As limitações do exame ultra-sonográfico são os artefatos provocados pelo
ar intraluminal. Esses artefatos comprometem o exame de pacientes que
apresentem acúmulo acentuado de gás no trato gastrintestinal, tornando a ultra-
sonografia pouco sensível para o diagnóstico de enfermidades como a torção
gástrica e as obstruções intestinais gasosas, por exemplo.

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Indicações

Os métodos diagnósticos por imagem são indicados na avaliação de


doenças gastrintestinais de origem: obstrutiva, inflamatória, neoplásica e em
alterações de motilidade.

Preparo do Paciente e Técnica de Exame

Os transdutores recomendados para o exame do sistema digestório são os


lineares ou setoriais com freqüências entre 7,5 e 10MHz.
Os animais são inicialmente examinados em decúbito dorsal e,
posteriormente, movimentados para o decúbito direito ou esquerdo durante o
exame, com a intenção de promover uma melhor janela acústica por meio do
deslocamento do fluido intraluminal para a região de interesse.
O preparo do paciente consiste em jejum alimentar de no mínimo quatro
horas e administração de dimeticona 12 gotas por animal a cada 8 horas, um dia
antes do exame.
A administração de fluido via sonda gástrica, objetivando melhor
visualização da cavidade gástrica e segmentos proximais do intestino delgado,
promove o preenchimento do estômago com fluido e promove melhor visibilização
de estruturas do abdome cranial, como pâncreas e região hilar hepática. Entretanto,
esse procedimento é pouco empregado por causa da dificuldade de realizá-lo em
pacientes alertas.

Aspectos Ultra-sonográficos Normais

Estômago

Em cães, o estômago está localizado no abdômen cranial, caudal ao


parênquima hepático, craniolateral ao baço e cranial ao rim esquerdo. Esse órgão

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atravessa a cavidade abdominal em um eixo perpendicular à coluna vertebral
(Figuras 1 e 2).

Figura 1: Imagem ultra-sonográfica do estômago de um cão, em corte longitudinal.

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Figura 2: Imagem ultra-sonográfica do estômago de um cão, em corte transversal.

O estômago apresenta um peristaltismo regular, com aproximadamente 4 a


5 contrações por minuto.
Nos gatos, o estômago encontra-se contraído e em forma de roseta.
O peristaltismo normal nesta espécie está em torno de 4 a 5 contrações por
minuto e pode aumentar pela administração oral de líquidos.
Os hormônios do trato gastrintestinal como a gastrina, colecistoquinina,
secretina, inibidores colinérgicos, adrenérgicos e noradrenérgicos podem influenciar
a motilidade gástrica.
As camadas gastrintestinais identificadas ultra-sonograficamente são na
direção do lúmen para fora: A) mucosa visibilizada como uma linha hiperecóica em

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contato com o lúmen; B) mucosa-hipoecóica; C) submucosa-hiperecóica; D)
muscular própria-hipoecóica; E) subserosa/serosa-hiperecóica (Figura 3).

Figura 3: Camadas do trato gastrintestinal, citadas acima no texto (Fonte: Froes, 2004).

No lúmen são descritos quatro tipos de constituintes: 1) fluido anecóico; 2)


muco que se apresenta como material ecogênico sem sombreamento acústico; 3) ar
apresentando reflexão com sombreamento acústico; 4) alimento, anecóico com
pontos ecogênicos.

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A espessura da parede gástrica em cães varia entre 3 e 5 mm. Nos gatos a
média é de 2 mm (entre rugas) e 4,4mm (na região das rugas).

2. Intestino Delgado

O duodeno proximal é estudado na região cranioventral do abdômen, ao


lado do rim e lobos hepáticos direitos. A espessura da parede do duodeno em cães
normais está em torno de 5 mm em raças grandes, 4mm em raças médias e 3mm
em raças de pequeno porte. Nos gatos a espessura varia de 2 a 2,4mm (Figura 4).

Figura 4: Imagem ultra-sonográfica da alça intestinal de um cão.

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Os demais segmentos do intestino delgado localizam-se na região média do
abdômen e, para o exame, o baço e a bexiga são utilizados como janela acústica.
Não é possível determinar a exata localização dos segmentos do intestino, à
exceção da porção duodenal.
A espessura das demais porções do intestino delgado em cães é de 2 a 3
mm.
Em gatos, além do duodeno, localizam-se o jejuno, íleo terminal, junção
ileocólica e os segmentos de intestino grosso. Entretanto, há a necessidade de
utilizar aparelhagem de alta resolução.
O íleo terminal e junção ileocólica são mais proeminentes, irregulares,
ovóides e possuem a camada submucosa com elevada ecogenicidade, de 2 a 3 mm
de espessura. Essa imagem foi descrita como imagem em “roda de carroça” ou
“cogumelo”.

1.3 Intestino Grosso

Embora o exame ultra-sonográfico não seja adequado para a avaliação do


intestino grosso por causa do conteúdo luminal fecal e/ou gasoso, o cólon
descendente pode ser identificado pela imagem em forma de “C” produzida pelo gás
dorsalmente à bexiga urinária. A parede costuma ser mais fina que o restante do
trato gastrintestinal (Figura 5).

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Figura 5: Imagem ultra-sonográfica da alça intestinal de um cão.

Vídeo no conteúdo online (Imagens ultra-sonográficas: parte02)

1.4 Alterações do Trato Gastrintestinal

Obstrução do Trato Gastrintestinal

A obstrução do trato gastrintestinal consiste no impedimento mecânico ou


funcional à progressão do conteúdo do tubo digestivo.
Os pacientes com obstrução intestinal tendem a apresentar distensão
gasosa de alças, o que representa um fator limitante ao emprego da ultra-sonografia.
Contudo, nos pacientes que apresentam distensões predominantemente fluidas, a
ultra-sonografia pode fornecer valiosa contribuição diagnóstica (Figura 6).

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Figura 6: Imagem ultra-sonográfica do trato gastrintestinal de um cão. Note (circundado) alça
intestinal normal em corte transversal e (Seta) o acúmulo ecogênico em alça intestinal cranial à
normal.

Muitas vezes é necessária a combinação dos métodos de imagem para a


elucidação do diagnóstico. Em situações específicas a ultra-sonografia é
considerada o procedimento de escolha, sendo a primeira opção nos casos de
suspeita de intussuscepção.
As etiologias podem ser por causa funcional e mecânica.
A causa funcional é o íleo afuncional. O íleo afuncional é causado pela
irritação peritoneal, seja por distúrbios hidroeletrolíticos, isquêmicos ou, mais
raramente, distúrbios extra-abdominais. Nesses casos, as alças estão distendidas,
sem peristaltismo e com estase líquida. Nos cães, uma causa freqüente de íleo

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afuncional são as gastrenterites de origem viral. Nesses casos, há dilatação fluida
generalizada nos segmentos intestinais associadas à hipomotilidade ou ausência de
motilidade.
As causas mecânicas de obstrução podem ser divididas em extrínsecas ao
trato (aderências, hérnias externas, hérnias internas e vólvulo); intrínsecas à parede
do trato gastrintestinal (tumores, alterações inflamatórias, alterações isquêmicas,
intussuscepção, estenose hipertrófica de piloro e defeitos congênitos) e intraluminais
(corpos estranhos, bezoar, impactação fecal).
Nos quadros obstrutivos, evidencia-se, à ultra-sonografia, distensão de alças
com aumento de peristaltismo proximal a ponto de obstrução. A detecção de
diferentes tipos e graus de dilatação em diferentes segmentos intestinais deve
alertar para a possibilidade de quadro obstrutivo.
Em felinos, qualquer dilatação fluida em segmentos de intestino delgado é
fortemente sugestiva de processos obstrutivos, uma vez que essa espécie não
costuma acumular conteúdo fluido no trato gastrintestinal.

Intussuscepção

O exame clínico e o radiográfico simples possuem baixa sensibilidade para o


diagnóstico da intussuscepção em cães, sendo a ultra-sonografia considerada o
método de eleição para essa avaliação.
Essa condição é caracterizada por uma imagem sonográfica de múltiplas
camadas de anéis concêntricos no corte longitudinal e uma imagem em alvo no corte
transversal, representando as camadas intestinais do intussuscepto e os
intussuscipiences. Esses achados já foram descritos como imagem de “ancinho”,
“tridente” e “salsicha”, em virtude de sua forma típica.
Massas intramurais, efusão peritoneal e corpos estranhos podem ser
encontrados em concomitância às intussuscepções, podendo também agir como
fatores predisponentes à sua formação.

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Corpos Estranhos

Os corpos estranhos gastrintestinais são freqüentes em pequenos animais e


o exame radiográfico e/ou ultra-sonográfico é rotineiramente utilizado para a
determinação do diagnóstico.
Em muitas ocasiões, ambas as técnicas são necessárias e amplamente
complementares. A escolha do método vai depender da quantidade de ar
intraluminal no sistema digestório, disponibilidade do equipamento, custo do exame,
preferência pessoal e experiência do executor.
A identificação ultra-sonográfica dos corpos estranhos gastrintestinais
depende da forma, propriedades físicas e alterações intestinais associadas, como o
acúmulo de fluido ou gás.
Os objetos que apresentam uma forte impedância acústica (metálicos) não
permitem a propagação da onda sonora, sendo visibilizados como uma interface
brilhante com forte sombreamento acústico posterior (Figura 7).

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Figura 7: Imagem ultra-sonográfica da alça intestinal de um gato. Observe (circundado) a presença de
estrutura ecóica com sombreamento acústico. Sugeriu-se presença de corpo estranho.

Os corpos estranhos lineares costumam ser visibilizados como uma linha


hiperecóica intraluminal que pode ou não produzir sombreamento acústico posterior.
De qualquer forma, os achados mais consistentes para sua detecção são indiretos,
como o pregueamento intestinal do segmento acometido.
Nos gatos, a formação de tricobezoares está relacionada a um grande
acúmulo de pêlo, principalmente em felinos de pêlos longos. O estudo ultra-
sonográfico evidencia essa massa no interior do estômago, com superfície anterior
hiperecogênica, associada a um forte sombreamento acústico posterior.

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Doença Gastrintestinal Inflamatória

O espessamento da parede gastrintestinal é o achado sonográfico mais


comumente visibilizado (Figura 8). O estudo da distribuição, simetria, extensão e
arquitetura das camadas parietais nas lesões é um critério útil na diferenciação entre
processos inflamatórios e neoplásicos.

Figura 8: Imagem ultra-sonográfica da alça intestinal de cão. Note (Setas) espessamento e aumento
de ecogenicidade da parede da alça.

A inflamação tem sido caracterizada por um espessamento mais extenso,


com a estratificação das camadas parietais preservadas, ou seja, as camadas
apresentam-se bem diferenciadas, com nítido predomínio da visibilização da camada

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submucosa. Nas neoplasias o espessamento tende a ser localizado, com marcante
perda da estratificação das camadas.
A linfoadenomegalia mesentérica é relativamente comum na doença ativa
(aumento de linfonodos e de sua ecogenicidade).

Neoplasias Gastrintestinais

A incidência de tumores gastrintestinais em cães é baixa. O


adenocarcinoma é a neoplasia maligna mais comum em cães, seguida pelo
leiomiossarcoma e o leiomioma. O linfoma é a neoplasia mais comum em gatos,
seguida por adenocarcinoma e mastocitoma.
As principais características ultra-sonográficas de processos neoplásicos,
em estômago e intestino, estão relacionadas com o espessamento da parede em
diferentes graus, focal ou difuso, muitas vezes irregular, e com perda da integridade
das camadas da arquitetura da parede.
O exame ultra-sonográfico permite avaliar os demais órgãos da cavidade
abdominal, na procura de metástases e na identificação de linfoadenomegalia e
seleciona o método de biópsia mais adequado para o paciente em questão
(ecodirigida, endoscópica ou cirúrgica).

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2. Sistema Hepático e Biliar

A ultra-sonografia é um dos exames mais utilizados em medicina veterinária


para avaliação do sistema hepático e biliar, sendo que é um exame não invasivo e
seguro. Muitas vezes, o diagnóstico clínico é dificultado pela capacidade de reserva
e de regeneração do fígado, porque esta tende a limitar as manifestações clínicas da
doença até que evoluam para as fases mais crônicas. Geralmente os sinais de fases
iniciais são inespecíficos, e quando específicos, aparecem como icterícia, ascite e
sinais neurológicos.
As lesões hepáticas podem ser diagnosticadas por meio do exame ultra-
sonográfico como alterações no padrão do parênquima. Elas são muito comuns em
cães e podem evoluir para quadros de cirrose.
Além de auxiliar no diagnóstico não invasivo, a ultra-sonografia pode ser
utilizada para determinar a posição da agulha em uma biopsia do tecido hepático.
Mas o diagnóstico em si não determina a malignidade da doença, sendo de grande
importância à realização de aspiração ou biopsia do tecido alterado.

Técnica de varredura

O transdutor é colocado sobre o processo xifóide e sofre uma angulação de


30º a 40º com o plano dorsal. Nessa posição, o fígado e o diafragma são facilmente
visibilizados. A angulação do transdutor craniodorsalmente, nesse caso, é
necessária para desviar o eixo da onda dos gases e estômago. Com o transdutor
nessa posição, basta realizar angulações e movimentos laterais para acompanhar o
órgão como um todo, verificando todos os seus bordos e lobos, tanto em cortes
transversos como em longitudinais.

Anatomia ultra-sonográfica

O exame ultra-sonográfico hepático permite a avaliação das alterações nas


dimensões, forma, contornos, bordos, penetração dos feixes e arquitetura interna,

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
incluindo alterações na ecogenicidade e evidência dos vasos hepáticos.
Um fígado sem alterações apresenta contornos lisos e margens de ângulos
agudos (muito bem verificada em quadro de ascites). O parênquima normal tem
ecogenicidade uniforme ou homogênea, levemente mais grosseiro que o baço. Esta
uniformidade só é alterada com a presença dos grandes vasos portais e hepáticos,
numerosas estruturas tubulares anecogênicas, de vários tamanhos (Figura 9).

Figura 9: Imagem ultra-sonográfica do sistema hepático e biliar de um cão.

O sistema biliar é formado pela vesícula biliar e pelos ductos biliares. A


vesícula é visibilizada à direita da linha média. Quando observado o ducto encontra-
se paralelo à veia porta. Em felinos, possui parede mais ecogênica e aspecto mais

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tortuoso se comparado aos do canino.
A vesícula é oval, de tamanho variado, com parede fina e hiperecogênica. Em
seu interior encontra-se conteúdo anecóico e homogêneo (Figura 10). Quando este
conteúdo estiver mais denso pode haver o depósito de “lama” biliar. Esse achado é
comum em cães idosos, obesos e sedentários, e pode indicar uma estase biliar
discreta em casos de anorexia ou jejum prolongado. A presença de alterações
congênitas é vista mais comumente em felinos, podendo citar a duplicação do ducto
e da própria vesícula. A septação parcial da vesícula pode ser visibilizada em felinos
siameses.

Figura 10: Imagem ultra-sonográfica do sistema biliar de um cão.

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1.1 Alterações hepáticas difusas hiperecogênicas

As principais doenças que normalmente causam aumento difuso da


ecogenicidade hepática são: a cirrose, infiltração gordurosa, hepatopatia por
esteróides, diabete mellitus, linfoma, colangiohepatite crônica a algumas
intoxicações.
A cirrose e a colangiohepatite crônica geralmente apresenta o fígado com
suas dimensões diminuídas. Nas outras doenças, o fígado apresentará suas
dimensões aumentadas (hepatomegalia).

1.2 Alterações hepáticas difusas hipoecogênicas

Nestes casos, as paredes dos vasos portais ficam mais evidentes e esse
padrão hepático caracteriza quadros de hepatite aguda, linfoma, leucemia e
congestão passiva crônica. Normalmente nesses casos o fígado apresenta sua
dimensão aumentada, parênquima hipoecogênico, esplenomegalia e dilatação de
veias portais e cava caudal.

1.3 Alterações hepáticas focais

Estas alterações podem ser múltiplas ou únicas. Podemos classificá-las de


acordo com a ecogenicidade da lesão, em alterações anecogênicas,
hipoecogênicas, hiperecogênicas ou mistas.

Calcificação hepática

Algumas alterações hepáticas podem calcificar devido à cronicidade de sua


evolução. Estas lesões são caracterizadas por pontos hiperecogênicos.

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Neoplasias

As neoplasias hepáticas em caninos e felinos são incomuns. As metástases


são mais freqüentemente encontradas nesses animais. O padrão ecogênico das
neoplasias é bastante variado (Figura 11). Entretanto, algumas neoplasias
apresentam características singulares como a hiperecogenicidade em casos de
carcinoma hepatobiliar e focos circundados de ecogenicidade diferente ao
parênquima em casos de metástase de tumor venéreo transmissível (Figura 12).

Figura 11: Imagem ultra-sonográfica do sistema hepático com perda do padrão normal e presença de
ecogenicidade mista.

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Figura 12: Imagem ultra-sonográfica do sistema hepático com perda do padrão normal e presença de
ecogenicidade mista (presença de áreas hipoecóicas).

Infiltração gordurosa

Esta deposição de gordura pode ser visibilizada de forma irregular nos lobos
hepáticos, de forma similar à ecogenicidade de neoplasias primárias e secundárias.

Hematoma

A característica da imagem varia de acordo com a evolução da lesão. A


hemorragia aguda apresenta-se hiperecogênica. Com o tempo, a estrutura vai se
tornando hipoecogênica até voltar a apresentar o padrão normal do parênquima
hepático. As margens são normalmente irregulares e pouco definidas. Nestes casos,

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o histórico é muito importante.

Cistos

São estruturas arredondadas de conteúdo anecóico. Estes podem ser


congênitos ou adquiridos, únicos ou múltiplos, associados ou não a doenças renais
e pancreáticas (Figura 13).

Figura 13: Imagem ultra-sonográfica do sistema hepático com perda do padrão normal e presença de
cistos.

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Abscessos

Os abscessos podem apresentar lesões com grande variação de


ecogenicidade, dependendo da evolução do processo e da aparência da necrose
central. Normalmente, em cães, os abscessos apresentam uma área central
hipoecogênica ou anecogênica, com margens hipercóicas irregulares e pouco
definidas.

Necrose

As etiologias das necroses hepáticas são quadros de lesões químicas,


virais, tóxicas e imunomediadas. O padrão ultra-sonográfico pode ser difuso ou
multifocal. Visibiliza-se áreas hipoecogênicas ao longo do parênquima hepático sem
contornos definidos.

Hiperplasia nodular

Esta alteração tem aparência variável e está presente em 60% dos cães
idosos e pode não ser detectada ao exame ultra-sonográfico. As lesões benignas
podem apresentar características mistas com dilatação venosa hepática.

1.4 Alterações das vias biliares

Espessamento da parede
O espessamento da parede pode ser encontrado em animais com
colecistite, colangiohepatite e hepatite (Figura 14).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 14: Imagem ultra-sonográfica do sistema biliar de um gato com aumento de ecogenicidade e
espessura da parede da vesícula.

Cálculos biliares
Os cálculos podem ser fixos ou móveis, tendo tamanhos variáveis.

Obstrução de vias biliares

Os achados de obstrução das vias biliares variam de acordo com o tempo


de evolução e com o seu grau. Caracteriza-se pela presença ou não de dilatação da
vesícula biliar e pela dilatação do ducto biliar (Figura 15).

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Figura 15: Imagem ultra-sonográfica do sistema biliar de um cão com presença de dilatação do ducto
biliar e acúmulo de conteúdo anecóico.

1.5 Alterações vasculares

As principais alterações vasculares do parênquima hepático são a dilatação


de suas veias, a presença de trombos (imagens hipoecóicas com dilatação cranial) e
presença de desvios portossitêmicos (shunts). Algumas neoplasias vasculares
podem ser observadas ao longo da parede dos vasos (Figura 16).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 16: Imagem ultra-sonográfica do sistema hepático de um cão com presença de dilatação de
vasos portais, em Doppler em cores.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
3. Baço

A avaliação esplênica com exame ultra-sonográfico da cavidade abdominal


deve ser rotineira. As principais indicações clínicas são: esplenomegalia, massa
abdominal, trauma abdominal, pesquisa de metástases, anemias, hipertensão e
hipotensão vascular. A ultra-sonografia esplênica também é utilizada para monitorar
a resposta a um tratamento e seguir como guia para biópsia intralesional.
A ultra-sonografia é um método de diagnóstico por imagem de grande
utilidade para avaliar o parênquima esplênico, detectando a presença de lesões
difusas ou focais, sólidas ou cavitárias.

Técnica de varredura

O animal deverá ser contido e posicionado em decúbito dorsal e lateral


direito, de preferência. Não é recomendada a contenção medicamentosa, pois se
sabe que alguns medicamentos provocam esplenomegalia por estocagem de
sangue.
Realiza-se a tricotomia das regiões abdominal ventral e lateral esquerda,
desde o arco costal até o púbis, avaliando-se o baço nos planos longitudinal e
transversal, por toda a sua extensão. O gel deve ser aplicado sobre a superfície a
ser avaliada, evitando assim a presença de ar entre a pele e o transdutor, a qual
agiria como uma barreira à ultra-sonografia.
Sua localização superficial facilita a avaliação, não havendo interferência
pelo gás do conteúdo intestinal.
Os transdutores mais utilizados são os lineares ou convexos de 5 a 10 MHz.
Para cães de grande porte deve-se usar o de 5 MHz e, para cães de menos de 10
Kg e gatos, os transdutores de alta freqüência (7,5 e 10 MHz) são os mais indicados.

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Anatomia ultra-sonográfica

O baço apresenta-se envolvido por uma cápsula lisa bem definida e


ecogênica. Seu parênquima tem uma ecogenicidade de granulação mais evidente
graças à presença das trabéculas.
Apresenta ecotextura homogênea, mais densa e fina que o fígado. É
considerado hiperecogênico em relação ao córtex renal e ao parênquima hepático e
hipoecogênico em relação ao parênquima renal (Figura 17).

Figura 17: Imagem ultra-sonográfica do baço de um cão.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A principal diferença sonográfica entre as artérias lienais e as veias lienais é
que as primeiras apresentam diâmetro luminal menor e parede hiperecogênica, não
sendo possível acompanhar o seu trajeto no parênquima, e as segundas são vistas
como um Y quando penetram no hilo. Apresentando-se com maior calibre e parede
não ecogênica, tornando o seu trajeto visível no parênquima. O Doppler colorido
pode ser usado para diferenciar artérias e veias.

Alterações esplênicas

Não há um padrão sonográfico específico de cada lesão. Sendo necessário


associar com outros exames e achados.
A principal indicação do exame ultra-sonográfico do baço é descartar
processos neoplásicos em animais portadores de esplenomegalia ou massas na
região esplênica, detectadas à palpação ou ao exame radiográfico (Figuras 18,19 e
20).

ASPECTO ULTRA-SONOGRÁFICO LESÃO DIFUSA


Esplenomegalia com ecogenicidade Congestão aguda, congestão passiva,
normal comprometimento vascular,
anestesia, hiperplasia, infiltração,
infecção e inflamação.
Esplenomegalia com ecogenicidade Congestão aguda, congestão passiva,
diminuída comprometimento vascular, abscesso
difuso (multifocal), hiperplasia,
infiltração, infecção e inflamação.
Esplenomegalia com ecogenicidade Congestão crônica, inflamação /
aumentada infecção crônica, mastocitoma felino,
doenças mieloproliferativas,
hematopoiese extramedular
ASPECTO ULTRA-SONOGRÁFICO LESÃO FOCAL
Anecogênico Neoplasia, cistos, hematoma,

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abscesso, infarto.
Hipoecogênico Neoplasia, cistos com conteúdo
viscoso, hematoma, abscesso, infarto,
hematopoiese extramedular,
hiperplasia nodular.
Hiperecogênico Neoplasia, hematoma, abscesso,
infarto, hiperplasia nodular,
granuloma, mielolipoma
Isoecogênico Infarto, hiperplasia nodular.
Complexo ou misto Neoplasia, hematoma, abscesso,
infarto, necrose.

Figura 18: Imagem ultra-sonográfica do baço aumentado de um cão.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 19: Imagem ultra-sonográfica do baço de um cão com presença de massas com
ecogenicidade mista.

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Figura 20: Imagem ultra-sonográfica do baço de um cão com presença de massa ecóica e cisto.

---------------------- FIM DO MÓDULO III -------------------

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Curso de
Ultra-sonografia em Pequenos
Animais

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO IV

Vídeo no conteúdo online (Aparelhos ultra-sonográficos: parte01)

1. EcoDopplercardiografia

A ecoDopplercardiografia é a técnica de diagnóstico utilizada em cardiologia


na medicina veterinária nos últimos anos, representando um importante exame na
clínica cardiológica.
Esta técnica garante avaliação anátomo funcional do coração com grande
sensibilidade e especificidade, de caráter inócuo e não-invasivo, garantindo a
obtenção de dados de afecções cardíacas de forma rápida e precisa.
Para as avaliações ecocardiográficas convencionais utilizam-se os modos
bidimensionais, M e Doppler.
Realiza-se a tricotomia na região torácica antes de realizar o exame, mas
podem-se obter imagens satisfatórias apenas utilizando espessa camada de gel
acústico entre o transdutor e o sítio do exame, quando os animais são de raças de
pêlos muito curtos e finos. Os animais são examinados em decúbito lateral direito e
esquerdo, minimizando a interferência do pulmão nas janelas acústicas.
A escolha da freqüência do transdutor depende do porte do paciente, sua
conformação torácica e do tipo de exame, sendo usados transdutores de 3,5 a 7,5
MHz.

Modo bidimensional

Conhecido como ecocardiografia em tempo real, a imagem obtida é de um


plano de corte reconstituindo, em duas dimensões, as estruturas anatômicas
estudadas.
Com o paciente inicialmente em decúbito lateral direito, posiciona-se o
transdutor na região parasternal direita, fazendo-se movimentos de angulação ou
rotação para demonstração das estruturas. Após coletadas imagens desta janela

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
ecocardiográfica, o paciente é posicionado em decúbito lateral esquerdo e o mesmo
é feito na região parasternal esquerda cranial e caudal (apical). As imagens são
classificadas em transversal, longitudinal e apical.
Por meio deste modo obtém-se avaliação qualitativa do coração,
espaço pericárdico e estruturas adjacentes, análise global e segmentar da
contratilidade, bem como a função morfológica, identificando anormalidades
valvulares, das paredes cardíacas e dos grandes vasos (Figura 1).

Figura 1: Imagem ecocardiográfica de cão. Corte longitudinal quatro câmaras.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Modo M

Por este modo, é possível conhecer as medidas quantitativas das paredes


cardíacas, a dimensão das câmaras e dos grandes vasos, os índices funcionais, e
avaliar as arritmias e os movimentos valvulares (Figura 2).

Figura 2: Imagem ecocardiográfica de cão. Note ao lado direito a imagem do Modo M


(circundada).

O exame é realizado com o paciente em decúbito lateral direito, utilizando-se


as mesmas janelas acústicas do modo bidimensional. A maneira mais fácil de
compreender este modo é correlacioná-lo com as estruturas do bidimensional.

85
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Modo Doppler

A ecocardiografia Doppler é a análise da variação da freqüência ultra-sônica


encontrada nos ecos refletidos pelas hemácias. Estes ecos contêm informações
importantes referentes à velocidade, à direção das hemácias e ao tipo de fluxo,
laminar ou turbulento.
Por meio desta técnica é possível quantificar as pressões intracardíacas,
gradientes valvulares, detectar fluxos sanguíneos anormais provenientes de
regurgitação e estenose valvar, comunicação interatrial ou interventricular e, ainda,
estimar parâmetros hemodinâmicos.
O Doppler pulsado (PW) é um dos diferentes tipos de Doppler, que permite a
análise do volume de amostragem, e é representado por um cursor que pode ser
deslocado para qualquer local da imagem bidimensional. Sua maior limitação é não
captar fluxos de altas velocidades, como aqueles observados em grande parte das
patologias cardíacas.
O Doppler contínuo (CW) permite medidas precisas dos fluxos de altas
velocidades (como ocorre nos casos de estenose de valva aórtica). Caso haja fluxo
sanguíneo ao longo do feixe ultra-sônico, ele será captado. Sua desvantagem é não
conhecer o local onde está ocorrendo o fluxo. Desta forma, aconselha-se associar
ambas as modalidades, para determinar a localização, direção, qualidade e
velocidade máxima de um fluxo anormal (Figura 3).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 3: Imagem ecocardiográfica de cão. Note ao lado direito a imagem de Doppler
pulsado (circundada).

O Doppler em cores é um método que utiliza a variação de cores associado


ao fluxo sanguíneo. Este método é de grande importância no diagnóstico de
doenças com refluxo sanguíneo (Figura 4).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 4: Imagem ecocardiográfica de cão. Note ao lado direito esquerdo a imagem do
Doppler em cores (circundada).

Os fluxos pesquisados são exibidos no monitor através de um gráfico, tendo


no eixo horizontal o tempo e no eixo vertical as variações de freqüência. Quando o
fluxo sanguíneo move-se em direção ao transdutor, a curva do fluxo aparece acima
da linha base do gráfico, recebendo a denominação de fluxo positivo. Se o fluxo
move-se em direção contrária ao transdutor (afastando-se dele), a curva aparece
abaixo da linha base, o que é conhecido como fluxo negativo.

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Doença Valvular

A degeneração mixomatosa das valvas mitral e tricúspide é verificada pela


visibilização da imagem ecográfica do espessamento dos folhetos da válvula mitral,
aumento dos átrios e da dimensão ventricular diastólica.
O prolapso valvular é evidenciado no momento da junção dos folhetos
valvulares durante a sístole ventricular, quando as cúspides ultrapassam o plano do
anel valvular, projetando-se em direção à luz do átrio (Figura 5).

Figura 5: Imagem ecocardiográfica de cão. Note ao lado direito na imagem do corte


longitudinal quatro câmaras a presença de espessamento do folheto da valva mitral (circundada).

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Doença Miocárdica

Os achados ultra-sonográficos na miocardiopatia dilatada são hipocinesia de


ventrículo esquerdo com diminuição da fração de encurtamento, dilatação ventricular
em sístole e diástole e dilatação atrial. Nos quadros de miocardiopatia hipertrófica
verifica-se o espessamento de septo e/ou parede ventricular esquerda, disfunção
diastólica ventricular e aumento de átrio esquerdo, muitas vezes acompanhado de
regurgitação mitral (Figura 6).

Figura 6: Imagem ecocardiográfica de cão. Note ao lado direito na imagem do corte


longitudinal quatro câmaras a presença de aumento de átrio esquerdo (circundada).

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Doença Pericárdica

O ecocardiograma de efusão pericárdica revela uma separação anecócica


entre o pericárdio parietal e o epicárdio, sendo que todo o coração movimenta dentro
do líquido nos derrames de maior importância.
Além disso, o exame ecocardiográfico permite a avaliação das doenças
congênitas.

2. Grandes vasos e circulação periférica abdominal

Introdução

A avaliação diagnóstica dos vasos abdominais seja por arteriografia ou por


ultra-sonografia ainda possui um uso limitado na clínica de pequenos animais. As
lesões obstrutivas das artérias e veias periféricas são incomuns nos cães e nos
gatos, e talvez esses, sejam os principais motivos da restrição de sua utilização.
Os angiogramas e flebogramas permitem a visibilização das alterações
anatômicas da luz interna do vaso, porém não fornecem informações sobre a
natureza do fluxo sanguíneo.
A reação de hipersensibilidade ao contraste iodado e a função renal
comprometida são condições limitantes à realização de estudos contrastados. Esses
procedimentos são considerados invasivos e podem provocar lesões vasculares
iatrogênicas. Além disso, são inadequados nos estágios assintomáticos da doença
circulatória ou para realizar estudos seriados ambulatoriais.
A abordagem diagnóstica do sistema vascular periférico, combinando a
ecografia modo-B e o Doppler pulsado, tem sinalizado novos caminhos desde os
anos 90 na medicina veterinária no Brasil. Essas técnicas revelaram-se fidedignas
no estudo dos vasos periféricos em seres humanos e acreditamos ter a mesma
utilidade em pequenos animais.

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As limitações geralmente derivam da dificuldade em visibilizar os vasos
mesentéricos e ilíacos em razão do peristaltismo e do meteorismo. Animais obesos e
agitados também dificultam a realização minuciosa do exame.
Os vasos abdominais possuem topografia típica. O conhecimento da
aparência e da localização normal da aorta abdominal, veia cava caudal, veia porta
e seus principais ramos podem ser considerados fundamentais. Anormalidades nos
órgãos abdominais irrigados por esses vasos geralmente resultam em alterações
vasculares também.
As variações no curso normal de um vaso podem ser resultantes de uma
anomalia congênita ou refletir uma anormalidade nos tecidos adjacentes. Alguns
órgãos de difícil identificação podem ser localizados por meio da arquitetura vascular
do mesmo. A investigação das funções desses vasos, assim como a avaliação da
normalidade do fluxo sanguíneo em alguns órgãos, auxilia no diagnóstico de
diversas doenças.
O Doppler (em cores ou espectral) é uma ferramenta útil na avaliação dos
vasos abdominais, especialmente dos pequenos vasos. A ultra-sonografia com
Doppler pode ser usada para determinar se há fluxo sanguíneo, a direção do fluxo, a
velocidade e a turbulência. Cada vaso tem um padrão espectral característico no
Doppler, que serve como sua assinatura de identificação. Ainda hoje, o custo do
aparelho de ultra-sonografia com Doppler consiste na principal limitação de seu uso
na rotina veterinária no Brasil.
Os vasos funcionam como referência anatômica para auxiliar na
identificação dos linfonodos ilíacos mediais e mesentéricos, adrenais, rins e esôfago;
e, em menor freqüência, para identificar o baço, pâncreas, trato intestinal e lobos
hepáticos (Figura 7).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 7: Imagem ultra-sonográfica do fígado de cão. Note a imagem do Doppler em cores
de grandes vasos hepáticos (circundada).

Vídeo no conteúdo online (Aparelhos ultra-sonográficos: parte02)

Técnica ultra-sonográfica

O posicionamento do paciente pode variar dependendo da experiência e


preferência do ultra-sonografista. A literatura veterinária cita o decúbito lateral como
o mais indicado, em virtude da proximidade dos vasos com o transdutor e da menor
interferência do gás intestinal; além disso, os animais costumam ficarem mais
confortáveis nessa posição. O decúbito lateral permite maior flexibilidade e
versatilidade na avaliação do abdome dorsal e do espaço retroperitoneal.

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Devem-se examinar cada um dos grandes vasos por inteiro. O exame é
mais fácil em animais pequenos e com o abdome relaxado. Para assegurar a
realização de um exame ultra-sonográfico completo é necessário seguir sempre um
padrão de escaneamento em todos os pacientes. No entanto, é importante
considerar as pequenas variações individuais encontradas, que exigem certa
flexibilidade do ultra-sonografista.
Os vasos mais profundos podem ser avaliados com transdutores setoriais.
Existem 3 tipos de transdutores: Linear, Convexo e Setorial.
O Linear: emite feixes ultrasonográficos paralelos. A largura da imagem é a mesma
do transdutor. Oferece imagem ampla com boa resolução.
Convexo: é linear, porém, com superfície convexa. Emite feixes divergentes.
Vantagem de apresentar menor superfície de contato, ampliando a imagem de áreas
profundas. É ideal para exploração abdominal.
E por último os Setoriais que ainda não são muito utilizados na medicina veterinária,
produzem feixes divergentes a partir de uma superfície relativamente pequena. As
imagens são em forma de leque. A principal vantagem é o tamanho pequeno, de
fácil manejo. Requer mínima superfície de contato, podendo ser utilizados em
pequenos espaços (espaço intercostal). Possuem desvantagem de produzir imagens
pequenas.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Anatomia ultra-sonográfica

A localização da veia cava caudal e da aorta pode ser facilitada


posicionando-se o transdutor sobre a região caudodorsal do abdome ventral, na
região caudal ao rim esquerdo; orienta-se o transdutor em um plano dorsal,
movendo-o lentamente na direção ventrodorsal até os vasos serem vistos. Eles
encontram-se muito próximos um do outro. O transdutor deve ser manuseado a fim
de otimizar a imagem do eixo longitudinal desses vasos. Segui-los no abdome
requer ajustes freqüentes na orientação do transdutor.
A aorta e a veia cava caudal têm características sonográficas que permitem
distingui-las. Esses vasos aparecem como duas estruturas tubulares paralelas, com
lúmen anecóico e paredes hiperecoicas. A veia cava caudal tem aproximadamente o
mesmo diâmetro do segmento correspondente da aorta e tem a parede mais fina e
mais suscetível à compressão do que a aorta.
O fluxo dentro da veia cava segue em direção ao coração e o fluxo da aorta
segue caudalmente em direção aos membros pélvicos.
As artérias ovarianas são maiores e mais fácil de localizar durante o período
de estro ou de gestação.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Aspectos ultra-sonográficos das afecções vasculares

Trombose

Os trombos podem ser identificados como uma massa sólida intraluminal de


ecogenicidade moderada.
A presença de coágulos sanguíneos obstruindo, parcial ou até totalmente, o
lúmen do vaso pode ser mais bem observada com a utilização do Doppler pulsado
para identificar a posição, o tamanho e o grau de comprometimento vascular.

Estenose

A doença aterosclerótica apresenta-se ao exame ultra-sonográfico como


áreas hiperecogênicas (esbranquiçadas) na parede arterial, com ou sem a presença
de sombra acústica posterior. O impedimento à penetração do feixe sonoro nas
placas ateroscleróticas é mais intenso quanto maior a quantidade de cálcio
depositada nessas placas.

Malformações arteriovenosas – shunts

Os achados ultra-sonográficos incluem a identificação de vasos sanguíneos


múltiplos, de aspecto tortuoso e anecóico (Figura 8).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 8: Imagem ultra-sonográfica do fígado de cão. Note a imagem do Doppler em cores
de vaso hepático turtuoso e dilatado, sugerindo a presença de desvio portossistêmico ou anomalia
vascular (circundada).

Neoplasia

A ultra-sonografia permite a identificação da presença e da avaliação da


extensão de lesões invasivas, na parede vascular, ocasionadas por neoplasias
primárias ou metastáticas. Em geral, apresentam aspecto hipoecogênico e
heterogêneo.

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Deslocamento do trajeto

Massas neoplásicas em órgãos adjacentes ou neoplasias inerentes ao


próprio vaso podem ser ocasionadas por linfadenomegalia regional. Caracteriza-se
pela diminuição do diâmetro luminal e desvio do trajeto do vaso.

Líquido perivascular

Pode ser ocasionado por ruptura do vaso ou hemorragia retroperitoneal.


Observa-se área anecogênica ao redor do vaso, com ou sem celuraridade evidente.

3. Sistema Urinário

A avaliação ultra-sonográfica do sistema urinário é um método não invasivo


que nos permite obter informações quanto à posição, tamanho, arquitetura interna,
superfície do órgão e característica da urina.

Rins

Técnica de varredura

Os transdutores utilizados são os de freqüência entre 5 a 7,5MHz. Estes


órgãos podem ser avaliados com o animal em decúbito lateral esquerdo ou direito e
decúbito dorsal. Ambos os rins devem ser avaliados nos cortes transversais e
longitudinais.

Anatomia ultra-sonográfica

O rim esquerdo localiza-se na região entre o estômago e a borda cranial do


baço. O rim direito localiza-se na impressão hepática.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
No corte longitudinal dos rins podemos identificar à cápsula renal
hiperecogênica, a região cortical e a medular (a primeira mais ecogênica que a
segunda) e a região dos cálices e pelve renal. Alguns animais apresentam excesso
de gordura na cápsula renal, podendo ser visibilizado esse acúmulo logo após a
cápsula, com característica hiperecogênica (Figura 9).

Figura 9: Imagem ultra-sonográfica do rim de um cão.

As principais análises realizadas são a visibilização da superfície renal, as


características ecogênicas do parênquima, a preservação anatômica dos cálices
renais e a presença de uma quantidade adequada de líquido na região de pelve
renal. O tamanho é importante, mas nem sempre deve ser associado com os

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achados clínicos, pois não é um determinante para o diagnóstico de patologias
renais.

Alterações renais

Nefropatias

As nefropatias são caracterizadas pelo aumento de ecogenicidade do


parênquima renal. Entretanto, algumas das estruturas anatômicas dos rins podem
estar em processo de necrose, degeneração, portanto, é importante a avaliação
completa de toda arquitetura renal.

Doença parasitária

Os rins podem ser acometidos pelo parasita Dioctophyma renale. Este


nematóide destrói o parênquima renal, deixando apenas preservada a região da
cápsula.

Doenças císticas

Os cistos renais podem ser congênitos ou adquiridos, únicos ou múltiplos,


uni ou bilaterais, associados a outros órgãos ou não. A característica do cisto renal é
uma estrutura arredondada com conteúdo anecóico e paredes finas (Figura 10).

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Figura 10: Imagem ultra-sonográfica do rim de um cão (fêmea). Note (Seta) a presença de
um cisto no parênquima do órgão.

Há um relato de doença renal policística em cão, na região medular, onde se


observa a perda das características morfológicas do parênquima renal e presença
de imagens hiperecóicas associadas a imagens hipoecogênicas (Figura 11).

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Figura 11: Imagem ultra-sonográfica do rim de um cão. Note (Setas) a presença de cistos
no parênquima do órgão e perda de seu padrão ecogênico.

Neoplasias

As neoplasias são incomuns em cães e gatos. O padrão ultra-sonográfico


para estas patologias varia de acordo com a malignidade da neoplasia, mas na
maioria das vezes o padrão é misto, com perda de definição do parênquima renal.

Hidronefrose

A hidronefrose é a dilatação da pelve e cálices renais, comprometendo a


arquitetura do parênquima renal. As características ultra-sonográficas mais comuns
são a presença de conteúdo anecóico na região de pelve renal e dilatação de ureter.

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Dependendo da evolução do quadro, observa-se perda de parênquima renal (Figura
12).

Figura 12: Imagem ultra-sonográfica do rim de um cão. Note (circundado) a presença de


acúmulo de conteúdo anecóico e perda de parênquima do órgão.

Cálculos

Os cálculos renais são estruturas hiperecogênicas. Em casos duvidosos é


recomendada a realização de radiografia para concluir o diagnóstico.

Ureteres

Os ureteres normalmente não são visibilizados. São detectados somente


quando estão dilatados por ectopia, ureterite ou obstrução (Figura 13).

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Figura 13: Imagem ultra-sonográfica do rim de um cão. Note (circundada) área anecóica
central no rim, em região de ureter.

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Bexiga

Técnica de varredura

A bexiga é um órgão oco, com forma piriforme. Localiza-se na região


abdominal caudal e a sua distensão varia de acordo com o volume urinário em seu
interior (Figura 14).

Figura 14: Imagem ultra-sonográfica da bexiga de um cão.

Os transdutores utilizados são de 5 a 9MHz. A bexiga urinária deve ser


analisada em planos transversais e longitudinais. Uma determinada repleção facilita

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a avaliação. Os extremos de repleção podem subjetivar a análise da parede da
bexiga.

Alterações da bexiga

Cistite

Na cistite a parede da bexiga apresenta-se espessada. Pode-se visiblizar a


presença de estruturas intraluminares como debris celulares, sangue, coágulo e
sedimentos (Figura 15).

Figura 15: Imagem ultra-sonográfica da bexiga de um cão. Note (Seta) o espessamento e a


irregularidade na parede do órgão.

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Cálculos

Os cálculos são identificados como estruturas hiperecogênicas no lume


vesical, formando sombras acústicas de alta intensidade de acordo com o tamanho
dos cálculos. Normalmente, estes cálculos ficam aderidos à parede da bexiga e por
contato podem provocar um quadro de cistite, havendo aumento da espessura da
parede e presença de sedimentos. (Figura 16)

Figura 16: Imagem ultra-sonográfica da bexiga de um cão. Observe a presença de cálculo


ecogênico com a formação de sombreamento acústico.

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Neoplasias

A neoplasia mais comum é a de células de transição. Nesse caso,


observamos espessamento focal de parede irregular com presença de massa
hiperecóica. Outras neoplasias também são encontradas, mas o seu diagnóstico é
dado apenas com a histologia do tecido neoplásico.

Uretra

A uretra não é facilmente observada. Podemos visibilizar esta estrutura


quando temos a presença de acúmulo de urina e presença de cálculos. A dilatação é
característica nesses casos (Figura 17).

Figura 17: Imagem ultra-sonográfica da uretra prostática de um cão. Observe (Seta) a


dilatação com presença de conteúdo anecóico.

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----------FIM DO MÓDULO IV---------

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