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Comunidade Católica Face de Cristo

Formação

Título formação: Santa missa - parte I

Objetivo:

Explicar a importância da missa e da primeira parte da missa: Ritos


Iniciais e a Liturgia da Palavra.

Pontos Principais:

Para essa formação é necessário abordar principalmente os seguintes pontos:

1. A importância da missa
2. Explicação dos Ritos iniciais
3. Explicação da Liturgia da Palavra

Desenvolvimento:

A palavra MISSA vem do latim missio, que significa despedida ou envio. E, quando os
catecúmenos saíam antes do início da Liturgia Eucarística o celebrante os despedia.
Desta forma, toda a Celebração Eucarística acabou por ser denominada missa.

Para que a Santa Eucaristia não se constitua em um mero rito mecânico, onde as pessoas
só “copiam” o que as outras fazem (gestos, sinal da cruz, genuflexão, etc), sem entender
exatamente o que está acontecendo, é fundamental que cada fiel católico compreenda
melhor a Santa Missa, pois só amamos aquilo que conhecemos.

A Missa é central para o católico, e todos devem direcionar-se com disposição e


liberdade a este momento. Ir por simples obrigação à Missa é privar-se dos vários
benefícios que ela proporciona, porque Deus espera de nós atos de amor e fé, e não só
uma presença preceitual, que também deve ser observada. Na Celebração da Missa,
centro de toda vida cristã, encontra-se o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo
em Cristo, e o culto que os homens oferecem ao Pai por adorar o Filho Jesus. (Cf.
IGMR1, n.16). Portanto, precisamos alimentar nossa disposição para estarmos na Missa e
participarmos bem dela com tudo o que somos, e prestarmos o culto ao Pai no Filho
com alegria e gratidão.
A Missa foi sempre o centro da comunidade e o sinal da unidade, pois é celebrada por
aqueles que receberam o mesmo batismo, vivem a mesma fé e se alimentam do mesmo
Pão, a Eucaristia – que é a Verdadeira presença de Cristo: Corpo, Alma, Sangue e
Divindade. Por outro lado, todos os fiéis formam um só “corpo”. São Paulo disse aos
cristãos: “Agora não há mais judeu nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem,
nem mulher. Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28).

A Missa é a maior, a mais completa e a mais poderosa oração da qual dispõe o cristão.

Evangelizar também é ensinar o verdadeiro sentido dos sacramentos da Igreja e


portanto, todo católico deve aprender a transmitir o sentido da Santa Missa aos seus
parentes, familiares, amigos e vizinhos. O bom cristão educa seus filhos na fé, fala de
Deus à todos e não tem medo ou vergonha de professar sua crença.

Muitos católicos não entendem que Deus realmente está presente na missa e fala
diretamente conosco. É preciso tornar- se criança no sentido de inocência e humildade
para participar bem e aproveitar todas as bençãos que provém dos céus durante a missa.
Ao entrarmos na igreja devemos deixar de lado os problemas e preocupações e nos
entregarmos totalmente nas mãos do Nosso Senhor.

Convém que antes da própria celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na


secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e
devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

Desafio: Eu compreendo a importância e o verdadeiro sentido da Santa Missa? Eu


participo de forma consciente?

A missa é dividida em quatro partes principais: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra,


Liturgia Eucarística e Ritos Finais.

1 Instrução Geral do Missal Romano

PARTES DA MISSA
I RITOS INICIAIS

Monição Ambiental (comentário para introduzir a Liturgia da Palavra)

Feita pelo comentarista, ao lado do altar. Um convite à assembleia para participar da


Celebração, criando um clima de oração e fé. Solicita que todos, de pé, recebam o
celebrante. Sua finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia,
constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e
celebrar dignamente a Eucaristia.

Canto de Entrada e Sinal da Cruz


Durante o canto, o padre, os ministros e/ou acólitos dirigem-se ao altar. O padre faz
uma inclinação profunda e deposita o beijo no altar, endereçado a Cristo. Em seguida, o
padre faz o sinal da cruz e o povo faz com ele (não precisa beijar a mão após o sinal),
mas sem dizer nada. Ao final, todos respondem o “Amém”.
A expressão “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” quer dizer a pessoa, não
apenas o “nome”. Iniciamos a Missa colocando nossa vida e toda a nossa ação invocando
a Santíssima Trindade.

Acolhida e Saudação

É o “bom dia” de inspiração divina dado pelo Presidente à assembleia. Em uma das
formas litúrgicas, o padre saúda o povo com as palavras de São Paulo aos Coríntios (2
Cor 13,11-13):
– A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo
estejam convosco! Independente da forma utilizada, todos respondem: – Bendito seja
Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Ato Penitencial

“Se estás diante do altar para apresentar a tua oferta e ali te lembrares de que teu irmão
tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta lá diante do altar. Vai primeiro
reconciliar-te com teu irmão, depois volta para apresentares a tua oferta.”
(Mt 5,23-24)

Convite para cada um olhar para si (reconhecer os próprios pecados e não os dos
outros), buscando um arrependimento sincero, diante do olhar de Deus, reconhecer e
confessar os seus pecados, o arrependimento deve ser genuíno. É um pedido de perdão
que parte do coração com um sentido de mudança de vida e reconciliação com Deus e
os irmãos. Precisamos pedir que Jesus purifique nosso coração para termos parte com
Ele. A absolvição geral que o padre dá no Ato Penitencial é uma purificação das faltas
leves, e realmente nos purificam para participarmos da Ceia do Senhor. Os pecados
graves necessitam de uma confissão sacramental.

Após recebermos o perdão de Deus, concedido por sua infinita bondade através da
invocação do Sacerdote, proclamamos com o coração aliviado o nosso hino de louvor e
glória pela graça recebida.

Hino de Louvor (Glória)

É um cântico solene, uma das mais perfeitas formas de louvor à Santíssima Trindade,
porque se dirige ao Pai e a Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Vem logo após o
Ato Penitencial, porque o perdão de Deus nos faz felizes e agradecidos.

Inspirado no canto dos anjos que louvaram a Deus no nascimento de Jesus: “Glória a
Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade.” (Lc 2,14)
O Glória não é cantado (nem recitado) na Quaresma e no Advento, tempos que não são
próprios para se expressar alegria.

Coleta (ORAÇÃO do dia)

Do latim “collígere”, que quer dizer reunir, recolher, coletar. Tem o sentido de reunir,
numa só oração, todas as orações da assembleia.
Por isso, começa com o OREMOS é seguido de uma pausa, este é o momento que o
celebrante nos convida a nos colocarmos em oração. Durante esse tempo de silêncio
cada um faça mentalmente o seu pedido a Deus. Em seguida, o padre eleva as mãos e
profere a oração, oficialmente, em nome de toda a Igreja. Nesse ato de levantar as mãos
o celebrante está assumindo e elevando a Deus todas as intenções dos fiéis. Após a
oração todos respondem AMÉM, para dizer que aquela oração também é sua.

II LITURGIA DA PALAVRA

A Eucaristia é o “mistério de nossa fé” e a fé vem pela Palavra de Deus (Rm 10,14). Daí a
importância da pregação, abrangida pela
Liturgia da Palavra. “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca
de Deus.” (Mt 4,4) A liturgia da Palavra é composta das seguintes fases:
Primeira Leitura: geralmente é tirada do Antigo Testamento, onde se encontra o
passado da História da Salvação. O próprio Jesus nos fala que nele se cumpriu o que foi
predito pelos profetas a respeito do Messias.

Salmo: após a Primeira Leitura, vem o “SALMO RESPONSORIAL”, é uma resposta à


mensagem proclamada para ajudar a assembleia a rezar e a meditar na Palavra acabada
de proclamar. Pode ser cantado ou recitado.

Segunda Leitura: Epístolas – é sempre tirada das Cartas de Pregação dos Apóstolos
(Paulo, Tiago, João etc…) às diversas comunidades e também a nós, cristãos de hoje.

Canto de Aclamação: terminada a Segunda Leitura, vem a Monição ao Evangelho, que é


um breve comentário convidando e motivando a assembléia a ouvir o Evangelho. O
Canto de Aclamação é uma espécie de aplauso para o Senhor que vai nos falar.

O Evangelho de Jesus segundo João, Marcos, Mateus e Lucas conforme o tema do dia,
toda a assembleia está de pé, numa atitude de expectativa para ouvir a Mensagem. A
Palavra de Deus solenemente anunciada, não pode estar “dividida” com nada: com
nenhum barulho, com nenhuma distração, com nenhuma preocupação. É como se
Jesus, em Pessoa, se colocasse diante de nós para nos falar. A Palavra do Senhor é luz
para nossa inteligência, paz para nosso Espírito e alegria para nosso coração.

Homilia: é a interpretação de uma profecia ou a explicação de um texto bíblico. A Bíblia


não é um livro de sabedoria humana, mas de inspiração divina. Jesus tinha encerrado
sua missão na terra. Havia ensinado o povo e particularmente os discípulos. Tinha
morrido e ressuscitado dos mortos. Missão cumprida! Mas sua obra da Salvação não
podia parar, devia continuar até o fim do mundo. Por isso Jesus passou aos Apóstolos o
seu poder recebido do Pai e lhes deu ordem para que pregassem o Evangelho a todos os
povos. O sacerdote é esse “homem de Deus”. Na homilia ele “atualiza” o que foi dito há
dois mil anos e nos diz o que Deus está querendo nos dizer hoje.
Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio (IGMR, 66).

“Ouvindo que lia o profeta Isaías, disse-lhe: “Porventura entendes o que lês?” Ele
respondeu: “Como é que vou entender se ninguém me explicar?”.” (At 8,30b-31a)

As Escrituras não são de simples compreensão e não estão sujeitas a interpretações


particulares, mas tão somente da Igreja que Cristo fundou, sob o Primado de Pedro:

“Pois, antes de tudo, deveis saber que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação
pessoal, porque jamais uma profecia se proferiu por vontade humana, mas foi pelo
impulso do Espírito Santo que homens falaram da parte de Deus.” (2Pd 1,20-21)

“É o que ele faz em todas as epístolas em que vem a tratar do assunto. Nelas há alguns
pontos de difícil inteligência, que homens ignorantes e sem firmeza deturpam, não
menos que as demais Escrituras, para sua própria perdição.” (2Pd 3,16)

Além do que, a Bíblia não é a única fonte de doutrina para o cristão, mas, inclusive, a
Tradição (Oral e Escrita) e o Magistério da Igreja fundada por Jesus:

“Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o
mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.” ( Jo 21,25)

“Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes,
seja por palavras seja por carta.” (2Ts 2,15)

CIC 1349 A Liturgia da Palavra comporta “os escritos dos profetas”, isto é, o Antigo
Testamento, e “as memórias dos Apóstolos”, isto é, as epístolas e os Evangelhos; depois
da homilia, que exorta a acolher esta palavra como ela verdadeiramente é, isto é, como
Palavra de Deus [1Ts 2,13] , e a pô-la em prática, vêm as intercessões por todos os
homens, de acordo com a palavra do Apóstolo: “Eu recomendo, pois, antes de tudo, que
se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos reis e
todos os que detêm a autoridade” (1Tm 2,1-2).

Creio (Profissão de Fé)


Crer em Deus é confiar nEle! Com o Credo, a comunidade afirma que crê na Palavra de
Deus que foi proclamada e está pronta para pô-la em prática. É como um juramento
público. O Credo também é conhecido como o “Símbolo dos Apóstolos”, por ser o
resumo fiel da fé dos apóstolos de Jesus. A Oração do Credo é a síntese de tudo aquilo
que o católico crê e a maneira mais simples e eficaz da Igreja transmitir e exprimir sua
fé. Rezando o Credo, estamos todos unidos em uma única fé e acreditamos nela com
uma só alma e um só coração. É como se falássemos uma só língua, independentemente
de onde estivermos.

Oração dos Fiéis (Oração Universal)


A Oração dos Fiéis é um espaço mais abrangente para que os fiéis coloquem
publicamente suas intenções.
Após ouvirmos a Palavra de Deus e de professarmos nossa fé nessa Palavra, nós
colocamos em Suas mãos as nossas preces de modo oficial e coletivo.
Nessa oração, o povo exerce sua função sacerdotal, suplicando por todos os homens,
incluindo as seguintes intenções:
pelas necessidades da Igreja e do papa;
pelos governantes, legisladores e magistrados; (pois eles têm um poder temporal, e
devem servir ao povo)
pelos que sofrem qualquer necessidade, especialmente pelos doentes; e
pelas necessidades da comunidade local.
A Liturgia da Palavra encerra-se com a Oração dos Fiéis. O costume de rezar
publicamente pelas grandes intenções da humanidade é tão antigo quanto o
cristianismo: já São Paulo atesta em (1Tm 2,1s.): 'Acima de tudo, recomendo que se
façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por
todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma
e tranquila, com toda a piedade e honestidade'. É oportuno que os próprios fiéis
formulem seus pedidos; observem, porém, estilo sóbrio evitando discursos e
comentários não pertinentes ao momento.

Passagens bíblicas relacionadas:

Gl 3, 28
2 Cor 13,11-13
Mt 5, 23-24
Lc 2, 14
Rm 10,14
Mt 4, 4
At 8, 30b-31a
2Pd 1, 20-21
2Pd 3, 16
Jo 21, 25
2Ts 2,15
1Ts 2,13
1Tm 2,1-2
Mt 26,26-28
Mc 14,22-24
Lc 22, 19-20
I Cor 11, 23-29
Mt 5, 23-24
At 2, 42
1Cor 11,17-34
At 20, 7 -11
Jo 6, 35-69

Sugestão de bibliografia:

Sagrada Escritura;
Catecismo da Igreja Católica (CIC);
Santa Missa Mistério da Nossa Fé: meditações em palavras e imagens. Pe. Franz Rudroff,
1912-1995. A Missa parte por parte. Pe. Luiz Cechinato, 47ª ed. Ed. Vozes, 2015.
Missal Romano, 2022.

Face de Cristo Resplandecei em nós!

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