Você está na página 1de 7

NP Aula 6

Como ter espontaneidade profissional.

Olá palestrante campeão!

Na primeira aula deste segundo módulo, você teve uma visão geral dos ingredientes
básicos de uma apresentação poderosa. Agora, vou ajudar você a desenvolver as 3
habilidades que vão transformar sua palestra estrela em uma apresentação poderosa.
São eles: Espontaneidade profissional; Comunicação persuasiva; Autoconfiança
inspiradora.

Vamos conversar nesta aula sobre espontaneidade profissional.

O que é isso? Vou dar alguns exemplos para ajudar você a entender esse conceito.
Tenho uma professora de canto chamada Vivi Keller e ela costuma dizer para mim: "Se
solta, põe a sua alma". Cantar não é fácil. Mesmo eu que me sinto à vontade no palco,
dando palestra, preciso trabalhar intensamente para conseguir cantar. A Vivi me diz:
"Você precisa conseguir ser você na hora de cantar, tem que pôr a sua alma, mas tem
de fazer isso com muita consciência ou vai acabar desafinando, perdendo o ritmo,
perdendo a harmonia".

Pensando em palestra, como é que a gente se solta com profissionalismo, com


estrutura?

Lembre-se, antes de mais nada, que o seu objetivo com uma palestra é vender outra
palestra. Seu objetivo não é ser aplaudido e receber tapinha nas costas. Nesse
treinamento de Negócio de Palestras, seu objetivo é tornar sua apresentação um
negócio. Para isso, você precisa desenvolver o seu estilo profissional. Todo palestrante
tem o seu estilo único. Nos últimos 5 anos, entrou na moda ser palestrante de
convenções no estilo pastor evangélico. Ok, é uma moda.
Eu acho importante ter intensidade, energia, presença de palco, mas não dá para
querer que todo mundo seja igual. Há vários outros estilos de palestrantes que são
maravilhosos. O meu amigo do coração Eugenio Mussak tem um estilo professoral. Ele
respeita o estilo dele e funciona muito bem. O Mario Cortella não usa slides. Ele é um
contador de histórias e vai envolvendo, envolvendo...Já meu ídolo como palestrante é
Steve Jobs. Ele tinha tem um jeito muito intenso, uma presença intensa. Criava uma
atmosfera especial.

O que quero falar para você é que você vai acabar desenvolvendo seu estilo. Isso é
certo. Mas como você começa a ter a sua identidade de palestrante? Comece imitando
alguém. Escolha um, dois, três palestrantes que admira, que são seus ídolos. Então,
escolha um deles e se inspire nele. Os Beatles imitavam quem? Elvis Presley. Os
Rolling Stones, meus ídolos, imitavam quem? Os negros norte-americanos de blues. O
Roberto Carlos imitava o Joao Gilberto. A Britney Spears imitava a Madonna.

Comece bebendo de fontes que você admira, não tem problema nenhum nisso.
Quando eu comecei a aprender a jogar tênis, eu não tinha uma identidade de tenista. E
se eu não usasse a técnica de assumir a identidade de alguém eu iria demorar muito
mais para aprender. Como sempre fui muito fã do André Agassi, comecei a imitá-lo. Eu
assistia a muitos jogos dele, procurava na internet, observava aquele jeito de andar,
aceleradinho, e procurava fazer igual. Meu saque era ridículo, meio voleio era torto,
mas eu colocava na minha cabeça: "Eu sou André Agassi", "Eu sou André Agassi" e
dessa forma acelerei meu desenvolvimento. As pessoas mais próximas não
acreditaram no meu crescimento em um ano!

Essa técnica de imitar um ídolo tem esse poder de agilizar o seu crescimento. Usei a
mesma técnica quando resolvi retomar as aulas de guitarra. Eu toquei até os 30 anos e
depois parei. Aos 50, resolvi voltar. Todo enferrujado e, então, fui imitar meu ídolo.
Quem é meu guitarrista predileto? Eric Clapton! Isso é programação neurolinguística.
Depois de um ano eu morri de alegria, morri de felicidade quando o Ciro Visconti, que
me deu umas 10, 20 aulas, veio me perguntar: "O que aconteceu com você cara? Está
se soltando, está solando..." Se você for me assistir tocar, vai se perguntar como é que
arrumo tempo para estudar. Quer a verdade? Estudo 15 minutos 6 vezes por mês. O
segredo é se espelhar em alguém e se sentir a pessoa na hora em que está fazendo.
Claro que não vai sair igual. Mas você vai pegar mais segurança. Esse será o segredo
pra você criar a sua identidade de palestrante em 6 meses.

Tem um palestrante chamado Ronan Mairesse. O Ronan Mairesse colocou na cabeça


“eu sou o Roberto Shinyashiki, eu sou o Roberto Shinyashiki”. Hoje, quando alguém
pede ao Instituto Gente alguém como eu, eles vendem o Ronan. Hoje, eu já começo
ver que ele já está mostrando características que não são mais do Roberto Shinyashiki.
Só que para começar, ele usou essa técnica e teve um resultado muito rápido.
Conseguiu passar de professor a palestrante em um ano.

Lá atrás, quando eu estava começando, ainda era terapeuta, eu não tinha um modelo
no Brasil. Então, peguei tudo do Tony Robbins. Fiz os seminários dele, assisti a tudo
quanto era palestra dele. Eu falava pra mim: "Eu sou o Tony Robbins". Eu era um
sujeito super tímido, super contido e procurei uma inspiração que era o meu oposto.
Um cara de 1,90 metro, todo poderoso. O Tony foi uma alavanca fundamental na
criação da minha personalidade. Se você começar a treinar sua palestra estrela
imitando um ídolo seu, em 6 meses você vai virar um super palestrante. Use esse
modelo como se fosse gesso. Você fortalece seu osso com ele e depois joga fora o
gesso.

E então pode pegar outro ídolo, para colocar um tempero aqui e ali com mais aspectos
que acredita precisar desenvolver. Eu, por exemplo, me inspirei também no mestre
Osho. Eu ia para a Índia e ficava com o Osho 3 meses. Assistia às palestras do Osho,
tocava na banda dele.... Isso me impregnou. Esse é o primeiro segredo da
espontaneidade profissional: imite alguém. Vamos para o próximo!

Quando você estiver no palco, pense que está começando a fazer amizade com
alguém. Quando a gente começa a conhecer alguém, o nosso cérebro é orientado para
a sobrevivência. A primeira pergunta que vem à cabeça é: "Essa pessoa é confiável?".
Essa é a pergunta que o seu público está fazendo. E tem outra pergunta "Ele é
competente?" As respostas para essas duas questões iniciais é que vão fazer as
pessoas se conectarem ou não com você.

E como você mostra que ,sim, é confiável e, sim, é competente? Primeiro, comece
cumprimentando: "Bom dia, muito prazer..." É como o cérebro de um coelhinho, o
cérebro de um leão. Então, o nosso cérebro animal quando encontra alguém ele pensa
assim: “ele é confiável?”. Então eu conheço o Mauricio que está aqui operando. Vou
cumprimenta-lo e falo “oi bom dia, boa tarde, boa noite, prazer, não sei o que”.

Você também precisa cuidar do jeito como se veste, da maneira como fala. Evite ser
formal demais, porque isso trava a relação de amizade que você precisa criar. As
pessoas têm de sentir que você é capaz de ajudá-las. Não tente impressionar com um
currículo maior do que você tem. Isso acaba com a confiança na mesma hora. Não vá
falar que lançou um livro que vendeu 100 mil exemplares se isso não for verdade. Se
passar por mentiroso, sua credibilidade acabou. Estabeleça uma relação de confiança
dando informações verdadeiras. Isso é o básico.

E o que fazer para demonstrar competência? É preciso mostrar que você é autoridade
no assunto. Você pode ir soltando uma informação aqui, outra ali, sem parecer
pedante, sobre o que já fez na vida, ao contar histórias. Por exemplo: "Quando era
presidente da multinacional X, eu costumava dizer para os meus gerentes...". Então,
você vai falando sobre o seu know-how com naturalidade.

E como você mostra que pode ajudar? É importante que você mostre que já chegou
aonde aquelas pessoas querem chegar. Precisa mostrar que sabe mesmo o caminho
para atingir aquele objetivo. É por isso que o palestrante de finanças pessoais tem que
ser rico. Como um palestrante endividado vai conseguir convencer alguém de que pode
ajudá-lo a ser rico? Como ele vai ensinar alguém a ganhar um milhão em um mês se
ele não ganha um milhão em um mês?

O segredo da espontaneidade profissional é saber fazer amizade com público. Ele


precisa acreditar que você é confiável, competente e pode ajudar.
O terceiro ponto da espontaneidade profissional é saber adequar o que você fala ao
tamanho da sua audiência e do lugar.

Os Rolling Stones frequentemente fazem show em estádios para 60, 70 mil pessoas e
o vocalista, Mick Jagger, pula, dança, faz miséria no palco. Mas certa vez, eles
estavam tocando em um lugar onde cabiam 500 pessoas. Então um jornalista
perguntou ao Mick Jagger: "Você estava sem prazer de cantar esta noite? Você estava
muito contido, né?” E o Mick respondeu: “Se eu estou cantando para uma audiência de
60 mil pessoas eu tenho de ser mais intenso, gesticular mais. Se eu fizer a mesma
coisa em um palco para 500 pessoas, vou parecer uma minhoca doida”.

Olhando para os palestrantes, há algumas performances que ficam ótimas para


grandes plateias, mas ficam over para grupos pequenos. Quando eu estiver falando
para 30, 40 diretores, eu vou conversar com eles, não vou fazer as dinâmicas que você
me vê fazendo nas grandes convenções.

Em um grupo pequeno, sua persona é mais de um conversador, um orientador, um


mentor do que de um palestrante.

Mais um fator de adequação é saber o momento que aquele público está vivendo. E se
adequar a ele. Se eu sou convidado para falar com voluntários e desabrigados de uma
tragédia ambiental, não posso chegar enérgico e animado, mesmo que esse seja meu
perfil padrão. Tenho de chegar bem suave, respeitar a dor dessas pessoas, as
dificuldades delas. Não posso chegar falando das minhas conquistas, com a energia
alta. E essa postura tem de parecer muito natural.

Olhe nos olhos das pessoas para sentir como sua mensagem está tocando o coração
delas. Estabeleça essa relação e assim você poderá ser você, vai ficar mais à vontade,
as pessoas vão se abrir para você.

Essas virtudes da espontaneidade profissional vêm com muito treinamento. Então você
precisa treinar muito. E não é só. O sucesso também vem com muita verdade.
Esse método de treinamento está baseado na verdade. Então, treine, apresente para
as pessoas, peça opinião. Peça críticas, pois só assim você vai melhorar. Quando
escrevo um novo livro, tenho o meu grupo de conselheiros: a Roseli Boschini da
editora, Gilberto Cabeggi, Daniela Folloni. Eu quero que eles me falem a verdade:
"Roberto, isso aqui está bom. Isso não está bom". Eu quero uma supervisão para ver
se o que eu estou fazendo é o que me foi orientado.

A verdade é importante. E o sucesso só acontece para quem aguenta a verdade, a


crítica. Só tomando pancada é que você vai melhorar. Para isso, você precisa
apresentar a sua palestra para pessoas importantes, que eu chamo de gênios do
marketing. Quem são eles? São as pessoas que abrem a carteira para contratar a sua
palestra.

Então, essa é a sua tarefa principal desta aula: apresentar sua palestra para pessoas
que contratariam você. Convide duas, três pessoas e peça que falem a verdade. Diga
que não precisa de elogio nesse momento. Peça críticas. E então faça os ajustes. Isso
vai encurtar o seu caminho para realizar o seu objetivo de brilhar nos palcos, ganhar
dinheiro sendo aplaudido.

Conta comigo!

Tarefas da aula 6

Pegue no Youtube vários vídeos de 3 palestrantes de sucesso que você admira.

Escolha um deles para imitá-lo. - Observe os gestos, a construção das frases, a


movimentação... E copie tudo o que puder do seu palestrante-modelo.

Treine a sua palestra estrela imaginando que é esse palestrante.

Quando o estilo de palestrante-modelo estiver impregnado em você, jogue esse


modelo fora pegue outro que você admira e vá somando características dele à sua
palestra. Aos poucos, você vai construir a sua própria identidade de palestrante.

Treine a sua postura de palco imaginando que está começando uma amizade.
Inclua na sua palestra estrela algumas frases que mostrem onde você trabalhou e que
tem competência para falar de seu tema.

Apresente sua palestra para os gênios do marketing e peça críticas e não elogios. Use
as críticas para se aprimorar.

Você também pode gostar