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ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA
DEPARTAMENTO DE EXECUÇÃO PENAL – DEPEN
Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu
Av: Mercúrio, 850. Parque Residencial Três Fronteiras.
Foz do Iguaçu-PR. CEP: 85.859-675 Fone: (45) 3520-1400.
LAUDO PSICOLOGICO
1. Identificação
Nome:
Data de nascimento: 23/12/1980 Idade: 34 anos
Estado civil: união estável
Natural: Recife – P.E.
Escolaridade: Ensino Médio incompleto
Profissão: pedreiro
Filiação: Mãe: Dilza Maria Romão da Silva
Pai: não consta
Interessado: V. Exa. Juíza de Direito da Vara de Execuções Penais
2. Descrição da Demanda
3. Procedimento
4. Análise
Aos 34 anos, refere união estável há cerca de 10 anos e tem uma filha de
aproximadamente 2 anos e meio. Segundo ele mantém vínculos afetivos preservados
e recebe visitas de sua companheira. Também fala sobre o apoio de sua mãe, que
atualmente está em Recife mas quer trazê-la pra morar perto deles. Família da
companheira reside em Foz do Iguaçu e atualmente está morando com eles. Depois
que foi preso ela alugou a casa deles e está com a família dela. Cogitam possibilidade
de mudança de bairro assim que ele estiver em liberdade.
Em contato telefônico realizado com sua companheira Lessandra na data de
hoje a mesma falou bastante sobre a união deles e de toda família, que ficaram
chocados sobre o fato e que acreditam na inocência dele, disposta à retomar a vida
distante daquele lugar, em função de conflitos que acreditam que desencadearam o
ocorrido.
Sobre sua história de vida conta que conviveu com pai até seus 5 anos e que
ele foi assassinado. Trabalhava como vigilante, mas não sabe o motivo de não tê-lo
registrado. Posteriormente sua mãe se casou e teve um padrasto presente, que era
garçom e também já faleceu. Sua mãe tem 59 anos e trabalha como cuidadora de
idosos e empregada doméstica. São em 9 irmãos e diz se dar bem com todos. Ele é o
mais velho dos irmãos. Estudou até o 2º ano do Ensino Médio e diz não ter terminado
em função do trabalho. Tem a profissão de pedreiro e trabalhou a maior parte do
tempo como autônomo.
Na prisão, encontra-se na galeria conhecida como “seguro” e diz não ter sofrido
qualquer violência. Diz ter aprendido crochê com outros presos e fala muito de sua fé.
Emocionou-se bastante durante toda entrevista realizada, demonstrando sofrimento
por sua condição.
Nos aspectos psíquicos avaliados, observamos que se encontra orientado no
tempo e espaço, sem alteração nas funções mentais superiores neste momento. Tem
boa auto-estima e capacidade de resiliência. Falou também sobre característica de
ambição e encontra-se sensível na valorização dos vínculos familiares.
“No processo de avaliação psicológica consideramos que os objetos deste
procedimento (as questões de ordem psicológica) tem determinações históricas, sociais,
econômicas e políticas, sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de
subjetivação. Este documento, portanto, considera a natureza dinâmica, não definitivas e
não cristalizada do seu objeto de estudo.” (resolução CFP n º 007/2003 )
5. Conclusão
_______________________
Karine Belmont Chaves
Psicóloga
CRP 08/09262
* Conforme art. 6, alínea “b” do Código de ética do Psicólogo, ao compartilhar informações relevantes, resguarda-se o
caráter confidencial das comunicações, transferindo portanto, para o solicitante a responsabilidade de preservar o sigilo
deste documento.
Referências Bibliográficas:
- Código de Ética Profissional do Psicólogo. Resolução CFP Nº 010/05
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E
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Av: Mercúrio, 850. Parque Residencial Três Fronteiras.
Foz do Iguaçu-PR. CEP: 85.859-675 Fone: (45) 3520-1400.
- Resolução CFP N.º 007/2003 - Institui o Manual de elaboração de documentos escritos produzidos pelo psicólogo,
decorrentes de avaliação psicológica.
- Resolução CFP nº 017/2012- Dispõe sobre a atuação do psicólogo como Perito nos diversos contextos.
- Cartilha sobre Avaliação Psicológica CFP 2013.
que o exame criminológico não deve ser usado para práticas que visem a penalizar
ainda mais o indivíduo, decorrente do uso distorcido do conhecimento de suas
características pessoais e condições sociais. Foi então editada a Resolução CFP
012/2011 visando regulamentar a atuação do psicólogo no âmbito prisional.
Os profissionais que atuam e fazem parte do sistema prisional foram colocados
numa posição delicada. Não podem mais dizer algumas coisas. E a Justiça os
pressiona a dizer. Colocou-se em dúvida a competência e o modo de fazê-lo.
Encontramos na literatura, muitas referências importantes sobre as perícias e a
questão da saúde mental. Documentos antigos e recentes. Rovinski (2004), por
exemplo, atenta para o papel da perícia na predição de comportamento. E poderíamos
buscar outras referências. A prática nos é ensinada por uns e criticada por outros que
ignoram e duvidam de alguma capacidade técnico-profissional de conhecimento
acerca de psicopatologia e funcionamento psíquico. Talvez tenhamos mesmo feito
parte de uma engrenagem que não teve sucesso, embora tenha continuado a
funcionar. O CFP entende, como outros operadores do Direito, que o exame
criminológico, instituído no modelo positivista, acabou por servir como instrumento
para perpetuar e segregar os indivíduos dentro de um sistema de dominação, o que
não condiz com os princípios da Psicologia.
Os profissionais psicólogos, segundo a referida resolução, são vedados de
“elaboração de prognóstico criminológico de reincidência e aferição de periculosidade”.
Situação delicada: se colocar em desobediência ao Judiciário, que determina sua
realização ou fazê-lo e correr o risco de incorrer em falta ética perante o seu conselho
de classe conforme proposto pelo CFP. Entendemos a necessidade dessas duas
esferas voltarem a dialogar.
O Conselho Federal de Psicologia emitiu nota com aspectos éticos, técnicos e
jurídicos que envolvem a Resolução CFP n° 009/2010 :
“Não estamos dizendo que o psicólogo não poderá colaborar com
a Justiça ou está se negando a executar uma ordem judicial, até
porque a resolução, em seu artigo 4º, prevê a possibilidade de
elaboração de documento a ser entregue ao juiz. Na verdade,
estamos explicando que a realização do exame criminológico como
está sendo feito e outras atividades solicitadas ao psicólogo que
envolvem práticas punitivas dos apenados são antiéticas,
descontextualizadas, realizadas atualmente sem fundamentação e
sem devida qualidade técnico-científica.”
10 - Diante das respostas aos quesitos, o profissional pode dizer com certeza se
a progressão ao regime semiaberto é inadequada?
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Atenciosamente,
_______________________
Karine Belmont Chaves
Psicóloga CRP 08/09262
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