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GESTÃO DE EMPRESAS

ANÁLISE FINANCEIRA DA EMPRESA QUILABAN

RITA MARTINS

RITA MOREIRA

SÉRGIO VIEIRA

ANÁLISE E RELATO FINANÇEIRO II


GAIA
NOVEMBRO DE 2021
Resumo

O presente trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Análise e Relato


Financeiro II, lecionada pelo docente José Neto no ISLA – Instituto Superior de Gestão
e Tecnologia.
Neste trabalho começamos inicialmente por fazer uma breve apresentação da
empresa Quilaban, onde de seguida efetuamos uma análise, às suas demonstrações
financeiras, mais propriamente ao balanço, demonstrações de resultados, fluxos de caixa
e balanço funcional.
Na elaboração deste trabalho estudamos também os rácios da Quilaban e também
realizamos uma análise integrada da rentabilidade, nomeadamente uma análise ao modelo
multiplicativo e aditivo.
Abstract

The present work was carried out within the discipline of Financial Analysis and
Reporting II, taught by José Neto at ISLA – Higher Institute of Management and
Technology.
In this work we initially started by making a brief presentation of Quilaban
company, where we then perform an analysis, to its financial statements, more
specifically to the balance sheet, income statements, cash flows and functional balance
sheet.
In the preparation of this work, we also study Quilaban's ratios and perform an
integrated analysis of profitability, namely an analysis of the multiplicative and additive
model.

III
Índice

Resumo ........................................................................................................................... II

Abstract ......................................................................................................................... III

Índice ............................................................................................................................. IV

Índice de Figuras ......................................................................................................... VI

Índice de Gráficos ........................................................................................................ VI

Lista de Abreviaturas e Símbolos ............................................................................ VII

1. Empresa Quilaban .................................................................................................. 1

1.1. Missão ............................................................................................................... 2

1.2. Visão ................................................................................................................. 2

1.3. Valores .............................................................................................................. 2

1.4. Ética Empresarial ............................................................................................ 3

1.5. Organização ..................................................................................................... 4

2. Economia Mundial e Europeia ............................................................................. 5

3. Análise Económico Financeira – Análise Dinâmica .......................................... 6

3.1. Volume de Negócios....................................................................................... 6

3.2. Análise do Balanço ......................................................................................... 9

3.3. Análise da Demonstração de Resultados ................................................. 19

3.4. Análise aos Fluxos de Caixa ....................................................................... 23

3.5. Balanço Funcional......................................................................................... 25

4. Análise dos Rácios ............................................................................................... 27

4.1. Rácios de Endividamento ............................................................................ 27

4.2. Rácios de Estrutura ...................................................................................... 29

4.3. Rácios de Funcionamento ........................................................................... 30

4.4. Rácios de Liquidez ........................................................................................ 32

4.5. Rácios de Rentabilidade .............................................................................. 32

IV
5. Análise Integrada da Rentabilidade................................................................... 34

5.1. Modelo Multiplicativo .................................................................................... 34

5.1.1. Área operacional .................................................................................... 35

5.1.2. Área Financeira ...................................................................................... 35

5.1.3. Área Não Recorrente ............................................................................ 37

5.1.4. Área Fiscal Evidencia............................................................................ 37

5.2. Modelo Aditivo ............................................................................................... 37

6. Análise do Ponto Crítico e graus de alavancagem ......................................... 38

6.1. Análise do Ponto Crítico............................................................................... 38

6.2. Graus de Alavancagem ................................................................................ 39

6.3.1. Grau de Alavancagem Operacional.................................................... 40

6.3.2. Grau de Alavancagem Financeira....................................................... 41

6.3.3. Grau de Alavancagem Combinada ..................................................... 42

7. Conclusão .............................................................................................................. 44

8. Bibliografia ............................................................................................................. 45

ANEXO A: Balanço ...................................................................................................... 47

ANEXO B: Percentagens da Estrutura e Crescimento do Balanço..................... 48

ANEXO C: Demonstração de Resultados ............................................................... 49

ANEXO D: Percentagens da Estrutura e Crescimento das DR ........................... 50

ANEXO E: Fluxos de Caixa ....................................................................................... 51

ANEXO F: Balanço Funcional ................................................................................... 52

ANEXO G: Necessidades de Fundo de Maneio ..................................................... 52

ANEXO H: Rácios ........................................................................................................ 53

ANEXO I : Modelo Multiplicativo e Aditivo ............................................................... 54

V
Índice de Figuras

Figura 1 - Organograma da Quilaban ................................................................. 4

Figura 2 - Fórmula do Modelo Multiplicativo ..................................................... 34

Figura 3 - Fórmula do Modelo Aditivo .............................................................. 37

Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Volume de Negócios (2016-2020) c/ venda de produtos Covid-19 .. 8

Gráfico 2 - Volume de Negócios (2016-2020) s/ venda de produtos Covid-19 .. 9

Gráfico 3 - Percentagem de Crescimento do ANC ........................................... 11

Gráfico 4 - Total do Ativo (2016-2020) ............................................................. 14

Gráfico 5 - Total do Capital Próprio (2016-2020).............................................. 16

Gráfico 6 - Percentagem de Crescimento do PNC ........................................... 17

Gráfico 7 - Total do Passivo (2016-2020) ......................................................... 19

Gráfico 8 - EBITDA (2016-2020) ...................................................................... 21

Gráfico 9 - Resultado Líquido do Período (2016-2020) .................................... 22

Gráfico 10 - Fundo de Maneio (2016-2020) ..................................................... 26

Gráfico 11 - Análise do Ponto Crítico e Margem de Segurança ....................... 38

Gráfico 12 - Grau de Alavanca Operacional ..................................................... 41

Gráfico 13 - Grau de Alavanca Financeiro ....................................................... 42

Gráfico 14 - Grau de Alavanca Combinado ...................................................... 43

VI
Lista de Abreviaturas e Símbolos

AC – Ativo Corrente
AFT – Ativos Fixos Tangíveis
ANC – Ativo Não Corrente
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa
DR – Demonstração de Resultados
EU – União Europeia
FSE – Fornecimentos e Serviços Externos
MEP – Método de Equivalência Patrimonial
PC – Passivo Corrente
PIB – Produto Interno Bruto
PNC – Passivo Não Corrente
RAI – Resultado Antes de Impostos
RLP – Resultado Líquido do Período

VII
Análise Financeira da Empresa Quilaban

1. Empresa Quilaban

Quilaban – Química Laboratorial Analítica, Lda. foi criada em 1974, esta é detida
por 5 acionistas todos eles pertencentes à mesma família. Esta empresa nasceu de um
projeto estruturado na área da distribuição farmacêutica, projeto esse que terá sido
constituído em 1940 e que tinha como negócio a importação e comercialização de
soluções in vitro.

A Quilaban ao longo do tempo foi tendo alguns marcos importantes na sua história,
em 1993 forma-se uma parceria com a Becton Dickinson empresa esta que se encontra
ligada á área do diagnostico sendo esta até aos dias de hoje a pareceria mais antiga. Em
2004 a empresa lança-se na área de venda de produtos ortopédicos, em 2005 começaram
a investir na venda de produtos veterinários bem como em produtos de testes de
diagnósticos rápidos mais conhecidos como point-of-care. Dois anos depois, isto é, em
2007 a empresa deu início do negócio internacional, quando a Quilaban adquire uma
participação de 51% na Australpharma em Angola. Já em 2010 a empresa alarga o seu
negócio dos consumíveis clínicos e hospitalares. O ano de 2013 foi o ano com mais
mudanças na empresa, a sociedade mudou a sua forma legal de limitada para sociedade
anónima, a empresa também realizou a fusão das áreas de point-of-care, veterinária e
healthcare e uniu todas numa única área a healthcare. Também ainda no mesmo ano a
empresa constituiu ainda três empresas, sendo estas a Tecnosaúde em Angola, Quilaban
Pharma Trading Pvt, Ltd na Índia e a MDS em Moçambique. Outro marco para a empresa
foi em 2015 onde a empresa se expandiu para a Namíbia, e procedeu à constituição da
MDS na Guiné-Bissau. Um dos maiores marcos na empresa, terá sido em 2019 quando a
Quilaban ficou em 1º lugar em empresas farma e em 10º lugar no ranking de médias
empresas, distinguida assim pelo índice de excelência. Para terminar, mas não menos
importante em 2020 concretizou-se uma parceria com a Illumina na área de sequenciação
genética, bem como a aquisição da Gessa, Lda. integrando o negócio das clínicas e uma
unidade de cirurgia de ambulatório.

1
Análise Financeira da Empresa Quilaban

1.1. Missão

A missão da Quilaban é criar valor através da promoção do acesso à saúde.


Promovendo a saúde, através da disponibilização de soluções orientadas para o cliente,
onde estas são assentes na consultoria, representação e distribuição nas áreas do
medicamento, diagnóstico e healthcare.

1.2. Visão

A empresa quer ser o parceiro de referência no desenvolvimento e implementação de


soluções eficientes, integradas e inovadoras de acesso à saúde. Tencionam alcançar essa
visão devido ao conhecimento e experiência nos mercados de serviços de saúde de
proximidade, com toda a competência das pessoas que a eles estão ligados bem como
com a sua forte cultura de parceria, tornando assim a Quilaban uma referência na
promoção e prestação de cuidados de saúde.

A Quilaban tem como principais elementos da sua cultura a inovação e a eficiência,


tornando esta capaz de responder de uma forma positiva aos constantes desafios que vão
surgindo globalmente no mercado da saúde. A Quilaban também se compromete com os
seus clientes em satisfazer as necessidades dos mesmos e superando as suas espectativas,
fazendo isso sempre com todo empenho e dedicação.

1.3. Valores

Parceria – Promovendo a cooperação e a integração de competências através de parcerias


em que estas são assentes em relações de confiança e transparência.

Eficiência – Somos prudentes na utilização dos recursos, tentando sempre maximizar o


valor gerado através da utilização dos mesmos.

Inovação – A inovação é um ponto central na cultura da empresa, e é através dela que a


equipa é criativa e única em todas as abordagens e nas soluções.

2
Análise Financeira da Empresa Quilaban

Serviço – Servimos apaixonadamente, de modo consistente e determinado, todos os


nossos clientes, cumprindo sempre o que prometemos.

Simplicidade – Desenvolvemos soluções simples e promovemos um relacionamento fácil


e simples com todos os nossos parceiros.

Qualidade – Somos empenhados na melhoria contínua de tudo o que fazemos e temos


como referência elevados padrões de qualidade.

1.4. Ética Empresarial

A Quilaban no desenvolvimento da sua atividade é fiel aos seus valores, valores esses
que assentam na base do comportamento da empresa, enquadrados nos princípios
fundamentais da mesma. A honestidade, integridade e o respeito mútuo, são os principais
e fundamentais que fazem reforçar a sua confiança e que por sua vez caracterizam todos
os aspetos da atividade empresarial. Princípios como a franqueza, trabalho de equipa e
profissionalismo estão também no foco de tudo o que a empresa faz.

O empenhamento em cumprir responsabilidades para com os stakeholders, estando


aqui também incluídos os acionistas, clientes, colaboradores, parceiros e em geral a
comunidade, tendo sempre em vista o crescimento da Quilaban e à criação de valor
sustentável a longo prazo. A Quilaban empenha-se também em dar a devida atenção a
todas as questões e preocupações de caráter social e ambiental, de modo a garantir que o
impacto ambiental de todas as suas atividades é minimizando sempre que possível e
viável.

A empresa tem como ética manter os seus sistemas eficazes de controlo interno e
gerir com cuidado a aplicação de todos os seus ativos e recursos. Os fundos e ativos da
Quilaban devem apenas ser empregues com fins legítimos e adequados às atividades e
todas as transações que envolvem esses fundos e ativos têm de ser corretamente descritos,
integralmente sempre todos registados e devidamente autorizados. A Quilaban
compromete-se a agir sempre de acordo com a lei. Compromete-se também nos
cumprimentos dos dez princípios da United Nations Global Compact, sendo esta uma
iniciativa na área da cidadania empresarial, sobra as áreas dos direitos humanos, praticas
laborais, proteção ambiental e anticorrupção.

3
Análise Financeira da Empresa Quilaban

1.5. Organização

O conselho de administração da Quilaban mantém o acompanhamento da gestão da


sociedade através da integração dos seus membros com a equipa de gestão, bem como
realiza reuniões regulares do conselho administrativo para apreciarem a evolução dos
seus negócios e deliberar sobre temas de matérias relevantes para a vida da sociedade e o
desenvolvimento da mesma.

A equipa de gestão da empresa é constituída pelos diretores de todas as áreas


funcionais, sendo estas, Negócio, Operações, Finanças e Pessoas. Esta equipa de gestão
é um órgão executivo que assegura a implementação do plano operacional e a execução
do orçamento aprovado pelo conselho de administração. A intervenção destes decorre de
acordo com o modelo de gestão orientado para o desenvolvimento dos colaboradores e
para a satisfação dos clientes sendo estes últimos os elementos que permitem o
crescimento da sociedade e por sua vez da criação de valor para os seus acionistas e
stakeholders. De seguida podemos ver na figura 1 o organograma da empresa Quilaban.

Figura 1 - Organograma da Quilaban

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

2. Economia Mundial e Europeia

Como é de conhecimento geral no ano de 2020 foi um ano delicado para a economia
nacional, europeia e mundial derivado da pandemia Covid-19. No final de 2020 e com a
chegada das vacinas para a Covid-19 deram azo a uma onda de otimismo na economia e
por consequência aos mercados financeiros. Em 2020, foi possível observamos que o PIB
mundial teve um decréscimo de 3%, no entanto já em setembro de 2021 é possível
verificarmos que ouve um aumento do PIB em 5,9%, para 2022 e 2023 perspetiva-se um
crescimento de 3,8% e 2,5% respetivamente. Ainda a nível mundial no terceiro trimestre
do ano 2020 verificou-se uma retoma da economia. À medida que o número de infeções
de Covid-19 ia diminuindo gradualmente e as medidas de restrições iam sendo levantadas
gradualmente, também a economia mundial começou a recuperar.

A China, foi um dos países que teve uma rápida retoma económica que se alastrou
ao setor dos serviços, tendo uma recuperação do PIB no segundo trimestre de 11,7%, e
continuando a aumentar no trimestre seguinte embora a um ritmo mais moderado neste
caso de 2,7%. “O consumo final deu um contributo positivo para o crescimento, enquanto
o investimento se mostrou mais resiliente, devido também ao apoio governamental às
despesas em infraestruturas, o que ajudou a estimular a recuperação após a contratação
inicial acentuada. As exportações líquidas deram um contributo positivo para o
crescimento, refletindo em parte o papel da China no fornecimento de bens médicos e de
tecnologia por todos o mundo”. (Boltim Económico do BCE, Número 8/2020, 2020)

Já a nível da economia europeia como dito anteriormente 2020 foi um ano de


recessão. De acordo com os dados do Banco Central Europeu, o PIB teve um decréscimo
de 7,3%, no entanto no segundo semestre de 2021 a nível europeu o PIB real da EU tinha
tido um aumento de 2%, no mesmo período Portugal teve um aumento de mais do dobro
em relação à EU, tendo conseguido um aumento do PIB de 4,9%. Ainda em 2020 na EU
registou-se um aumento do PIB em 12,5% no terceiro trimestre. “A atividade económica
na área do euro foi suportada por uma forte retoma em todas as componentes da procura,
à medida que as medidas de contenção da pandemia de coronavírus começaram a ser
levantadas a partir de maio de 2020. Tal refletiu-se em contributos positivos do consumo
privado, do investimento e do comercio líquido para o crescimento do PIB.”. (Boltim
Económico do BCE, Número 8/2020, 2020).

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

3. Análise Económico Financeira – Análise Dinâmica

Neste ponto vamos fazer uma análise económico financeira da empresa Quilaban.
Faremos uma análise dinâmica, análise esta que consiste na comparação de
demonstrações financeiras e analisando-as ao longo dos anos, em que neste caso em
concreto iremos analisá-las durante 5 anos, desde 2016 a 2020. Uma análise económico
financeira pretende sobretudo responder a duas questões. Até que ponto a empresa dispõe
dos meios financeiros adequados às suas necessidades tanto operacionais como de
investimento e qual a sua capacidade de os obter de modo a garantir a sobrevivência e a
independência. A segunda questão que é necessária fazer quando se realiza uma análise
financeira é qual a capacidade que a empresa tem para geral valor por forma a garantir o
seu crescimento e remuneração adequada para todos os que nela participam. Já Carlos
Slim Helu dizia “Com uma boa perspetiva da história, podemos ter uma melhor
compreensão do passado e do presente e, assim, uma visão clara do futuro”. De notar
ainda, que todos os valores percentuais apresentados são valores aproximados.

3.1. Volume de Negócios

O volume de negócios é o valor dos bens e serviços vendidos por uma empresa no
âmbito da sua atividade, este pode ser visto na demonstração de resultados. Analisando o
quinquénio da empresa e começando pelo ano 2016 a empresa teve um volume de
negócios de aproximadamente 29,6 milhões de euros, no referido ano a empresa acusou
um decréscimo nas exportações de 3,8 milhões de euros devido à crise económica e
financeira que ocorreu em Angola e Moçambique devido à baixa do preço do barril do
petróleo nos mercados internacionais, esta que seria a principal fonte de receitas do país.

No ano 2017, a empresa obteve um volume de negócios de aproximadamente 28,4


milhões de euros, significando isso que comparativamente a 2016 a empresa obteve um
decréscimo no seu volume de negócios de 4,05%. O motivo deste decréscimo está
relacionado com o setor da área Farma, por este ter sido sofrido uma reorganização no
modelo de distribuição para farmácias, tendo em vista conjugar a capacidade negocial de
seleções de gamas da Quilaban com uma nova solução logística de distribuição. Também
neste ano continuaram-se a sentir constrangimentos nas exportações de Angola e

6
Análise Financeira da Empresa Quilaban

Moçambique derivado da crise financeira, existindo um decréscimo de 4,3%


comparativamente a 2016.

No seguinte ano, isto é, em 2018, a empresa continua a apresentar resultados


decrescentes relativamente ao volume de negócios, que neste ano foram de 25,9 milhões
de euros representando assim uma diminuição de 8,55%. Mais uma vez, este decréscimo
ainda está relacionado com a área da Farma, derivando á alteração do modelo de
distribuição. Também neste ano a crise de Angola e Moçambique se fizeram sentir e de
forma mais acentuada tendo apresentado um decréscimo de 31,2% face ao ano anterior,
totalizando menos 0,6 milhões de euros aproximadamente.

Já no ano 2019, podemos finalmente observar um crescimento do volume de


negócios embora bastante ligeiro de 0,40%, sendo este acréscimo traduzido em
aproximadamente 26,1 milhões de euros. Este acréscimo deveu-se à área de diagnóstico
que apresentou um crescimento de aproximadamente 0,5 milhões de euros no seu volume
de negócios. Este aumento dá-se pelo aumento das entradas no mercado de alguns
produtos, mas não só, também se deveu ao facto do investimento em novas metodologias
de identificação de microrganismos, sendo assim os segmentos da “microbiologia” e da
“imunologia” os que mais contribuíram para este crescimento. Existiu também neste ano
um crescimento na área da Healthcare tendo aumentando esta o seu volume de negócios
em 0,1 milhões de euros, devido à venda de produtos para a incontinência.

Por último, mas não menos importante temos o ano de 2020, que terá sido um ano
bastante positivo, e impactante para a Quilaban, onde o volume de vendas cresceu
111,92% representando um volume de vendas de aproximadamente 55,3 milhões de
euros. Este acentuado crescimento deveu-se ao contexto pandémico vivo no ano 2020 do
Covid-19. Devido a este ano atípico não é correto que se faça uma comparação desse
crescimento com os anos anteriores. No gráfico 1 podemos analisar o gráfico dos volumes
de negócio da Quilaban ao longo destes últimos anos, onde os produtos Covid-19 se
encontram presentes nesses mesmos dados.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

Gráfico 1 - Volume de Negócios (2016-2020) c/ venda de produtos Covid-19

Como anteriormente referi não é aceitável que se faça a comparação com os outros
anos no ano de 2020, por este ser atípico, no entanto a empresa fornece no seu relatório
de contas de 2020 alguns dados, sendo um deles o volume de negócios sem a venda de
produtos Covid-19 em que este traduz 28,5 milhões de euros, assim é possível
verificarmos que a empresa no ano 2020, manteve a tendência de crescimento
relativamente ao ano anterior e neste ano teve um crescimento de aproximadamente 9,4%.
Este crescimento foi possível pelas áreas do diagnostico e healthcare, que tiveram um
crescimento de 56,2% e 35,9% respetivamente. No entanto a área da farma registou um
decréscimo no seu volume de negócios de 44,8%, decréscimo esse que foi fruto da
acentuada quebra dos clientes que neste caso seriam as farmácias situadas
maioritariamente em centros comerciais e zonas turísticas consequência esta das
restrições impostas para combater o Covid-19.

Em suma, é possível constatar que a Quilaban, nos anos 2017 e 2018 tem vindo a
apresentar decréscimos nos seus volumes de negócios sendo em 2018 quando esse
decréscimo se intensificou mais. Já nos anos seguintes isto é 2019 e 2020 a empresa tem
vindo a apresentar um acréscimo no seu volume de negócios tendo sido o maior
crescimento em 2020. No gráfico 2 é possível verificarmos esse mesmo crescimento,
relembrado que o gráfico apresentado no ano 2020 o volume de negócios é sem a venda
de produtos Covid-19.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

Gráfico 2 - Volume de Negócios (2016-2020) s/ venda de produtos Covid-19

3.2. Análise do Balanço

O balanço tem como finalidade espelhar a situação financeira de uma empresa, por
norma espelham o património de uma empresa num determinado ano, este serve também
para auxiliar as empresas nas suas tomadas de decisões de maneira que estas giram melhor
os seus recursos financeiros. O balaço está dividido em duas partes, sendo uma delas o
ativo, e na outra encontra-se o capital próprio e o passivo. Sendo necessário ter em atenção
que o valor total do ativo tem sempre de ser igual à soma do capital próprio mais o passivo.
Outro aspeto a ter em atenção é que tanto o ativo como o passivo têm duas divisões, ativou
ou passivo não corrente e ativo ou passivo corrente. Assim é necessário sabermos os
conceitos de alguns elementos que fazem parte do balanço.

Ativo – Os ativos são os valores que indicam quais são os bens e direitos que uma
determinada empresa possui.

Capital Próprio – O capital próprio é o valor líquido do património de uma empresa.

Passivo – Os passivos são as obrigações, que a empresa possui para com outros, sejam
fornecedores, estado, fornecedores de investimentos, entre outros.

Ativo ou Passivo não corrente – São todos os ativos ou passivos, a médio longo prazo,
isto é que permaneçam na empresa por mais de 12 meses.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

Ativo ou Passivo corrente – São todos os ativos ou passivos, a curto prazo, isto é, que
permanecem na empresa menos de 12 meses.

Começando por fazer uma análise ao ativo da Quilaban, e começando pela ordem da
estrutura do balanço, isto é, pelo ativo não corrente futuramente tratado como ANC.
Começamos com os ativos fixos tangíveis (AFT), é visível que o valor apresentado é
sempre crescente ao longo dos anos sendo que os anos em que o crescimento é mais
acentuado é em 2018 e 2020 em que cresceu 13,61% e 10,37% respetivamente.
Relativamente ao ano 2018 este aumento dá-se pela adição de terrenos e recursos naturais
e pela aquisição de equipamentos básicos maioritariamente. Já em 2020 o crescimento
deve-se a edifícios comerciais e habitacionais em que estes tiveram investimentos para a
renovação do edifício da sede, também ouve um incremento dos equipamentos básicos
que dizem respeito à área de diagnostico da empresa, foram colocados clientes em regime
de “conta consumo”, de notar ainda que no geral todas as rubricas apresentaram um
crescimento nas suas adições.

A próxima rubrica a analisar é os ativos intangíveis em que a mesma apresenta um


elevado crescimento no ano de 2017 em que este crescimento foi de 43,11% em que este
exponencial crescimento se deveu à transferência de programas de computador. No ano
seguinte, isto é, 2018 a rubrica manteve o crescimento embora não tão acentuado como
no ano anterior, tendo neste ano crescido 5,36% também este crescimento derivado da
rubrica de programas de computador e também de investimentos em curso. Em 2019
houve um ligeiro decréscimo no valor dos ativos intangíveis em 1,43%. Já em 2020
voltamos a registar um acréscimo desta vez de 12,47%. Mais uma vez este crescimento
diz respeito à categoria de programas de computadores que dizem mais concretamente
respeito a desenvolvimentos de programas informáticos, bem como à conclusão da
implementação de um software de gestão de tesouraria.

Ainda no ANC temos a rubrica das participações financeiras – MEP, nesta rubrica
no ano 2018 podemos ver um decréscimo bastante acentuado, decréscimo esse de
91,82%, este decréscimo provém de imputação de resultados negativos e ajustamentos
financeiros negativos na empresa TDS – Tecnologia e Diagnostico na Saúde, Lda. em
que a Quilaban detém uma participação de 88,462%. Já no ano seguinte em 2019 a
empresa teve um crescimento de 230,62% este crescimento deveu-se aos movimentos do
exercício da empresa TDS anteriormente mencionada. Já em 2020 existe novamente um

10
Análise Financeira da Empresa Quilaban

decréscimo na ordem dos 60,61% decréscimo esse que provém de imputação de


resultados negativos e imparidades do exercício da empresa TDS, apesar da Quilaban
neste ano ter adquirido também o resto da participação tendo agora 100% de participação
sob a mesma empresa. Mas não só a Quilaban também adquiriu uma participação de
100% das empresas, Gessa – Clínica Médica das Fontainhas, Lda., MDS – Moçambique,
bem como também procedeu à aquisição de uma participação de 97,985% da MDS –
Guiné-Bissau.

Passando agora para a última rubrica do ANC, encontramos a rubrica de outros


investimentos financeiros, nesta rubrica é possível vermos em 2017 um crescimento de
219,74%, este crescimento deveu-se ao investimento, num fundo de capital de risco, bem
como aquisição de participações da Approcare Middle East, Lda. Nos anos 2018 e 2019
a rubrica manteve um crescimento anual embora não tanto significativo, crescimento esse
de 16,56% e 3,67% respetivamente. Já em 2020 podemos observar um crescimento de
77,48% também este aumento deve-se ao investimento no fundo de capital de risco, sendo
o mesmo investimento efetuado para a empresa que haviam feito o investimento em 2017.

Em suma, é possível verificarmos que existe um crescimento do ANC do ano 2016


para 2017 de 11,66%, seguido de um decréscimo de 22,17% para o ano 2018. Nos anos
2019 e 2020 observa-se um crescimento de 9,78% e 9,74%. No gráfico 3 é possível
vermos esse mesmo crescimento do ANC.

Gráfico 3 - Percentagem de Crescimento do ANC

De seguida iremos passar a analisar o ativo corrente que será designado daqui para a
frente como AC. Iremos começar a analisar os inventários da empresa, estes que de 2017

11
Análise Financeira da Empresa Quilaban

a 2019 apresentam sempre uma tendência decrescente, respetivamente de 12,37% para o


ano de 2017, 13,91% para o ano 2018 e 13,42% para o ano de 2019. Já relativamente ao
ano 2020 existiu um crescimento de 51,37%, crescimento esse decorrente da pandemia
Covid-19, o que não deverá ser tido em conta para analisar o crescimento desta rubrica.

Clientes é a rubrica seguinte, esta rubrica e tal como a anterior durante os primeiros
três anos analisados apresenta decréscimos nos seus valores efetivamente de 5,41%,
14,50% e de 3,73%. Sendo que em 2017 e 2018 o decréscimo ocorreu por se retirar valor
na rubrica de clientes de cobrança duvidosa, também em 2018 existe um decréscimo de
cerca de aproximadamente 2 milhões de euros a a menos relacionado com a conta de
clientes, o que realmente se confirmou anteriormente quando vimos os volumes de
negócio. Já em 2020 é possível verificar um crescimento de 14,45%, onde este acréscimo
veio de uma divida a receber da Direção-Geral da Saúde, bem como de valores a receber
relativas a vendas de produtos Covid-19, mais uma vez é necessário ter em atenção que
este ano se encontra um quanto desajustado nas comparações com os anteriores devido à
situação epidémica.

A próxima rubrica é outros créditos a receber, esta rubrica tem uma tendência
crescente, sendo que do ano 2017 a 2020 a rubrica foi crescendo aproximadamente
85,81%, 132,32%, 57,34% e 62,93% respetivamente. No ano 2017 esse crescimento
deveu-se maioritariamente ao aumento de outros devedores, também no ano 2018 foi a
rubrica de outros devedores que mais subiu tendo subido aproximadamente 234,27% em
contrapartida todas as outras rubricas tiveram uma quebra nos seus valores. Já em 2019 a
rubrica que teve um significativo aumento foi a rubrica dos devedores por acréscimos de
rendimentos. Em 2020 o aumento deveu-se mais uma vez à rubrica de outros devedores
que teve um crescimento de 159,63% crescimento esse que se deveu a faturas cedidas ao
factoring relacionadas com vendas a entidades públicas, ainda neste ano é possível
também notar um decréscimo exponencial do crescimento da rúbrica de devedores por
acréscimos de rendimento em que a rubrica decresceu 95,86%.

Na rúbrica dos deferimentos, podemos dizer que tem sido uma rubrica pouco estável
pois se num ano cresce no seguinte decresce. Assim no ano 2017 a rubrica teve um
crescimento de 11,91%, no ano 2018 a mesma decresce 6,45%, seguindo-se de um novo
crescimento desta vez de 34,54% em 2019, já em 2020 volta a ter um novo decréscimo
no valor de 12,59%. Toda esta volatilidade se deve à rubrica de gastos diferidos em que

12
Análise Financeira da Empresa Quilaban

estes gastos dizem essencialmente à especialização no tempo de gastos referentes a


seguros e licenciamentos de softwares.

Na seguinte rubrica e esta será a última rubrica do ativo, falamos da caixa e depósitos
à ordem. Nesta rubrica podemos observar um crescimento da mesma nos anos 2017, 2018
e 2019 nomeadamente crescimento de 118,04%, 21,77% e 23,68%. Para os dois primeiros
anos, isto é, em 2017 e 2018 o crescimento apresentado deve-se à subconta dos depósitos
à ordem, imediatamente mobilizáveis. Já no ano 2019 é possível verificar que os depósitos
à ordem, imediatamente mobilizáveis tiverem um decréscimo de 81,71% no entanto
houve um crescimento de 2188,89%. Já em 2020 é possível vermos um decréscimo
comparativamente aos anos anteriores, decréscimo esse de 51,05%, o que faz sentido
como atrás foi possível vermos na rubrica dos clientes tivemos mais clientes que nos
ficaram a dever visto que neste mesmo ano tivemos nessa rubrica um crescimento
comparativamente aos anos anteriores, então é nessa perspetiva se temos mais clientes
que nos ficam a dever, temos por outro lado menos dinheiro a entrar na rubrica da caixa
e outros depósitos à ordem. Mais uma vez neste último ano, o decréscimo será um quanto
influenciado pela situação epidémica, sendo necessário ter alguns cuidados quando
comparados aos anos anteriores.

Em suma, e depois de analisado as rubricas do AC, chegamos à conclusão de que no


ano 2017 ao 2019 houve um decréscimo do AC, em contrapartida com um acréscimo do
mesmo no ano 2020, embora este muito devido à situação atípica existente. Quanto ao
ativo analisado como um todo o único ano em que realmente houve um decréscimo foi
em 2018 em que o mesmo decresceu 14,25%. Nos anos 2017, 2019 e 2020 tivemos
sempre um crescimento este de 1,48%, 1,38% e 21,30% respetivamente. No gráfico 4
poderemos verificar os valores do ativo ao longo do quinquénio, sabendo também de
antemão que este gráfico também será igual ao gráfico do capital próprio mais o passivo.

13
Análise Financeira da Empresa Quilaban

Gráfico 4 - Total do Ativo (2016-2020)

De seguida iremos fazer uma análise ao capital próprio. Começando pelo capital
subscrito, em que este se manteve estagnado nos cinco anos analisados, nunca tendo assim
nestes anos existido um aumento ou diminuição no capital. Também nos outros
instrumentos de capital próprio mantiveram-se sempre estagnados, não existindo
qualquer crescimento ou decréscimo.

Na rubrica das reservas legais é possível vermos um crescimento em 2017 e 2018


crescimento esse de 12,31% e 20,81% respetivamente. Já no ano 2019 não existiu
qualquer crescimento ou decréscimo da rubrica. Em 2020 a rubrica tem um crescimento
de 2,41%. Estes aumentos e a estagnação deve-se pela legislação em vigor, em que a
mesma diz que se resultado líquido anual for positivo 5% do mesmo deverá entrar em
reservas até que este represente 20% do capital social da empresa.

Na seguinte rubrica outras reservas manteve-se o padrão da rubrica anterior, sendo


que nos primeiros dois anos apresenta um crescimento de 46,54% e 60,22% para os anos
2017 e 2018. No ano de 2019 voltamos a verificar uma “estagnação” da rúbrica não
existindo qualquer decréscimo ou crescimento. No ano seguinte e no último analisado,
isto é, 2020 voltamos a verificar um novo crescimento desta vez de 4,96%. Esta rubrica
diz respeito a reservas livres e a reservas especiais para reinvestimento.

Resultados transitados é a rubrica seguinte a ser analisada. A primeira coisa que salta
à vista quando olhamos para a mesma é que em 2016 a rubrica vem a zeros, no entanto
nos anos seguintes, isto é, de 2017 a 2020 todos os anos a rubrica apresenta valores

14
Análise Financeira da Empresa Quilaban

negativos. Assim e visto que o ano 2016 a rubrica veio zerada, apenas nos é possível
realizar as contas do crescimento para o ano 2018 em diante. É possível analisarmos que
todos os anos esta mesma rubrica apresenta um decréscimo sendo o maior decréscimo em
2019 em que este foi aproximadamente de 226,78%. Estes decréscimos todos
correspondem aos resultados não atribuídos pelas empresas do grupo, neste caso pelas
empresas TDS, Quilaban Pharma Trading Private, LTD.

Na rubrica de ajustamentos e outras variações no capital próprio nos anos de 2017 é


possível observar um crescimento de 441,92%, já no ano 2018 observamos um
decréscimo de 50,49%. Nos anos seguintes isto é 2019 e 2020 existe um crescimento da
mesma rubrica respetivamente de 341,32% e 70.88%. Tanto os crescimentos como o
decréscimo presente na rubrica devem-se a ajustamentos resultantes da aplicação do MEP
às empresas participadas, no caso à TDS, Quilaban Pharma Trading Private, LTD. E
Quilaban Health Trading, Lda.

A última rubrica a analisar pertencente ao capital próprio é a rubrica do resultado


líquido do período. No ano de 2017 é possível observar um crescimento de 89,63%. No
ano 2018 observamos um decréscimo de 231,11%, sendo que este ano é possível observar
valores negativos no resultado líquido. Já nos seguintes anos, 2019 e 2020 é possível
voltar a ver um crescimento estes de 110,09% e 252,04% respetivamente. Este resultado
líquido é-nos dado pela Demonstração de resultado que irá ser analisado no ponto 4.3
deste trabalho.

Em suma é possível verificarmos no ano de 2017 um crescimento do capital próprio


de 19,86%, seguindo-se de um decréscimo no ano 2018 de 27,64%. Relembrando que
quando analisamos o ativo neste mesmo ano já tínhamos tido um decréscimo do ativo.
Nos anos 2019 e 2020 são anos de crescimento no capital próprio, nomeadamente de um
crescimento de 14,05% e 14,89% respetivamente. No gráfico 5 é possível vermos os
valores do capital próprio ao longo dos cinco anos.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

Gráfico 5 - Total do Capital Próprio (2016-2020)

Iremos agora analisar a última parte do balanço, mais propriamente o passivo,


começando por analisar o PNC. Neste temos como primeira rubrica as provisões. Aqui é
possível verificar que no ano 2016 a empresa não efetuou qualquer tipo de provisões,
sendo assim só possível analisar o crescimento ou decréscimo destas a partir do ano 2018.
Assim no ano 2018 ouve um decréscimo na previsão de provisões de 93,70%, este
decréscimo deveu-se ao encerramento de uma provisão criada em 2017 relativa a um
processo de reorganização de funções. Já em 2019 existe um crescimento da rubrica, no
valor aproximado de 30,84%. Já em 2020 é quando vemos um crescimento bastante
elevado, observando-se um crescimento de 52869,43%, este crescimento deve-se mais
uma vez ao já referido anteriormente, todo este aumento de provisões mais uma vez é
resultado da situação epidémica vivenciada no ano. Não devendo assim este crescimento
ser contabilizado a nível de comparação para com os anos anteriores.

Outra rubrica pertencente ao PNC são os financiamentos obtidos, em 2017 a rubrica


teve um decréscimo de 57,46%, este decréscimo é relativo a empréstimos bancários
significando que a empresa a longo prazo terá menos divida comparativamente ao ano
anterior. Já no ano de 2018 observamos um crescimento na rubrica de 151,18%
crescimento esse que diz respeito a locações financeiras, visto que a empresa mantinha
responsabilidades de locatário, relativas a vendas de contratos de locação financeira de
edifícios e outras construções bem como equipamentos básicos e de transporte. Já em
2019 volta a existir um decréscimo no valor de 21,09% relativo a empréstimos bancários,
isto é mais uma vez a empresa tem menos divida de financiamentos por pagar a longo
prazo. Já em 2020 observa-se um ligeiro incremento da rubrica de 1,71%.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

Em suma o PNC apresenta uma certa volatilidade a nível dos seus valores pois, se
num ano existe crescimento no seguinte existe um decréscimo. Assim podemos observar
no gráfico 6 essa mesma volatilidade com as respetivas percentagens de crescimento, e
decréscimo.

Gráfico 6 - Percentagem de Crescimento do PNC

Nesta última parte agora passaremos à análise do PC, começando pelos fornecedores
podemos observar que estes nos tanos 2017, 2018 e 2019 tem vindo a decrescer
apresentando um decréscimo de 3,92%, 10,42% e 18,07% respetivamente. Já no ano 2020
verifica-se um crescimento na rubrica de 30,09%, no entanto ao existir este crescimento
voltamos neste ano a ter valores similares aos que tínhamos no ano 2016 e 2017.

A próxima rubrica é o estado e outros entes públicos, em 2017 é possível verificarmos


que a rubrica teve um crescimento de 13,69%, este crescimento deveu-se especialmente
ao aumento do imposto sobre o rendimento. No ano seguinte, isto é, em 2018 houve uma
diminuição dos valores da rubrica em 19,87% diminuição essa derivada da subcategoria
imposto sobre o rendimento ter sido zerada. Relativamente aos anos seguintes, 2019 e
2020 existe um crescimento da rubrica nomeadamente de 30,40% e 177,29%, o primeiro
aumento deve-se ao facto de se voltar a registar valores na subconta de imposto sobre o
rendimento. Relativamente ao crescimento do ano 2020 este deve-se ao aumento de
611,73% na subconta de imposto sobre o rendimento, no entanto e a par desta subconta,
a subconta de imposto sobre o valor acrescentado foi zerada.

Financiamentos obtidos é a próxima rubrica do PC a ser analisada, nesta rubrica é


possível ver os mesmos acontecimentos, que na rubrica dos financiamentos obtidos do
PNC, isto é, se num ano existe um crescimento no seguinte é possível observar uma

17
Análise Financeira da Empresa Quilaban

diminuição de valores. Assim, no ano de 2017, é possível ver um crescimento de 19,57%,


este crescimento deve-se ao facto de ser ter realizado novos empréstimos bancários. Já
em 2018 observamos um decréscimo da rubrica de 40,08%, decréscimo esse, resultante
da subcategoria de empréstimos bancários, não tendo aqui o PNC nos empréstimos
bancários aumentado significa que a empresa pagou obrigações para com entidades
credoras. Já em 2019 voltamos a observar um crescimento desta vez de 19,19%, esse
crescimento deveu-se mais uma vez a novos pedidos de empréstimos bancários, mas não
só este também se deveu a descobertos bancários da empresa. Por último no ano 2020
voltamos a ver um decréscimo de 19,45% este proveniente da liquidação de alguns
empréstimos bancários, bem como a conta de descobertos bancários ter sido zerada.

A rubrica seguinte presente no balanço é outras dívidas a pagar, em 2017 é possível


verificarmos que existe um crescimento de 26,59% crescimento esse derivado de dívidas
para com fornecedores de investimentos. Já nos dois anos seguintes, 2018 e 2019
observamos um decréscimo de valores na rubrica de 14,07% e 20,34%, no ano de 2018 o
decréscimo deve-se ao pagamento de alguns fornecedores de investimentos, credores por
acréscimo de gastos e outros credores. Já no ano 2019 a empresa liquidou quase todas as
contas com fornecedores de investimentos, o que em si corresponde ao decréscimo de
valores, mencionado anteriormente. Já em 2020 a empresa teve um crescimento na
rubrica de 100,15%, esta rubrica teve um grande crescimento na sua subconta credores
por acréscimos de gastos em que estas correspondem à especialização dos gastos a pagar,
referentes a férias e subsídios de férias, bem como prémios a pagar aos colaboradores de
acordo com o plano anual de incentivos que a empresa tem em vigor.

A última rúbrica a ser aqui analisada é a rubrica dos diferimentos. Nesta rubrica não
nos é possível verificar o crescimento para o ano 2017, pois em 2016 a empresa não teria
efetuado nenhum deferimento. Assim, no ano 2018, a empresa tem um crescimento nesta
rubrica de 140,69%. No ano seguinte é possível observar um decréscimo da rubrica em
61,44%, e para finalizar no ano de 2020 voltamos a observar um crescimento de 868,60%,
tornando este o maior crescimento da rubrica. Os valores presentes nesta rubrica dizem
respeito a rendimentos diferidos, que dizem respeito a fornecimentos de mercadoria em
que esta se encontrava nas instalações da empresa.

18
Análise Financeira da Empresa Quilaban

Em suma, é possível vermos que o passivo da empresa nos primeiros 3 anos tem
vindo a decrescer, e apresenta um decréscimo de 6,47%, 6,83% e 4,08%. Já no último
ano, 2020 regista um crescimento de 24,58% do seu passivo. No gráfico 7 é possível
vermos os valores do passivo no último quinquénio. De notar ainda, que a soma do capital
próprio mais a soma do passivo daria o gráfico 4.

Gráfico 7 - Total do Passivo (2016-2020)

3.3. Análise da Demonstração de Resultados

A demonstração de resultados daqui para a frente descrita como DR, serve para se
avaliar o desempenho económico da empresa, através da rentabilidade operacional e
líquida. Para o estudo desta demonstração financeira é necessário ter em atenção alguns
conceitos.

Rendimentos – São compostos pelas várias parcelas que se decompõe os proveitos da


empresa. Nestes destacam-se as vendas, prestação de serviços, trabalhos para a própria
empresa, entre outros.

Gastos – Os gastos são compostos pelas classes que agregam custos para da empresa,
entre os gastos podemos encontras, gastos com o pessoal, rendas, fornecimentos e
serviços externos (FSE).

EBITDA – É o resultado antes de juros, impostos. depreciações e amortizações. O


EBITDA corresponde aos proveitos menos os custos operacionais, é também um
indicador que mostra a capacidade de a empresa gerar fluxos de caixa.

19
Análise Financeira da Empresa Quilaban

EBIT – O EBIT é o lucro antes dos encargos financeiros, isto é, antes do pagamento de
juros, este é um indicador que reflete os resultados da empresa antes das deduções
financeiras e fiscais. O EBIT é também o resultado operacional que aparecem nas DR.

Resultado Líquido – O resultado líquido é nada mais nada menos que a soma de todas as
componentes anteriores mencionadas.

Passando agora à análise dinâmica das demonstrações de resultados da empresa. Um


dos componentes da DR é as vendas e serviços prestados, não iremos aqui analisar este
ponto, pois o mesmo foi analisado no ponto 4.1 deste mesmo trabalho tendo por nome
volume de negócios. Assim neste ponto iremos só analisar as principais rubricas da DR,
sendo estas o EBITDA, o EBIT, os resultados antes de impostos (RAI), e o resultado
líquido do período (RLP).

Assim começando a analisar o EBITDA, é possível observar que para o ano de 2016
a empresa teve um EBITDA aproximadamente de 3,1 milhões de euros, no ano de 2017
a empresa teve um crescimento de 22,55% passando a ter um EBITDA de
aproximadamente 3,8 milhões de euros. Já no ano 2018 é possível vermos que existe um
decréscimo do EBITDA de 115,58%, tendo este ano o EBIDA atingido valores negativos
de aproximadamente -0,5 milhões de euros. Em 2019 voltamos a registar um crescimento
de 415,11% traduzindo em 1,4 milhões de euros aproximadamente. Já em 2020 os valores
apresentados na DR mencionam um crescimento do EBITDA de 126,35%, isto é de 4,2
milhões, no entanto é necessário ter em atenção, que este crescimento se deveu ao Covid-
19, muito derivado do volume de negócios ter mais do que duplicado, assim não será o
mais correto analisar este EBITDA. No entanto utilizando o volume de negócios sem
produtos Covid-19 fornecido pela empresa, e nas restantes rubricas utilizando a média
dos anos, é possível dizer que mesmo assim nessas circunstâncias afirmar que a empresa
apresentou um crescimento de 64,81% e teria resultados aproximadamente de 3,0 milhões
de euros. Poderemos observar no gráfico 8, os crescimentos e decréscimos do EBITDA
ao longo dos anos, inclusive no ano 2020 optamos por colocar o EBITDA com e sem
produtos covid. Como uma das funções do EBITDA é permitir que se saiba o quão
eficiente é a produção, e sendo este também definido como uma métrica da geração da
caixa ou seja, o quanto a empresa gera de recursos com as suas atividades operacionais é
de notar o ano 2018 em que esse valor foi negativo fazendo a empresa nesse ano, não ser
eficiente nem ter conseguido gerar recursos suficientes com as suas atividades.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

Gráfico 8 - EBITDA (2016-2020)

Seguimos a analisar o EBIT, em que este no ano 2016 aproximadamente um valor de


2,3 milhões de euros. Já no ano 2017 é possível vermos um crescimento da rubrica de
37,93%, traduzindo este em aproximadamente 3,2 milhões de euros. Já o ano 2018
voltamos a observar um decréscimo este de 140,03% traduzido em -1,2 milhões de euros,
já nos anos 2019 e 2020 observa-se um novo crescimento desta vez de 188,99% e
189,60% respetivamente traduzindo para valores de 1,1 milhões de euros para o ano 2019,
e de 3,3 milhões de euros para o ano 2020. No entanto e mais uma vez os valores
respeitantes a 2020 são ingratos de serem comparados pelo ano atípico que se vivenciou,
então mais uma vez também efetuamos uma média, para uma comparação mais real e
fidedigna, após essa média efetuada continua-se a observar um crescimento da rubrica de
109,08% traduzindo este em 2,3 milhões de euros.

O próximo ponto a analisar das DR será o RAI, em que neste é possível observar um
valor aproximado de 1,2 milhões de euros, seguindo-se em 2017 de um crescimento para
os 2,1 milhões de euros aproximadamente crescimento esse de 78,85%. Já no ano de 2018
e como os outros dois pontos anteriormente vistos mais uma vez volta a apresentar valores
negativos e por isso um decréscimo no valor em relação a 2017 de 208,37% o que em
números traduz aproximadamente -2,3 milhões de euros. Seguindo-se no ano 2019 e 2020
de um novo crescimento, respetivamente de 0,4 milhões de euros e 2,1 milhões de euros
respetivamente, o crescimento percentual do ano 2019 foi de 118,92% e para o ano 2020
foi de 390,42%. Mais uma vez realizamos o mesmo procedente para o ano 2020, em
realizarmos a média dos anos anteriores, continuamos aqui também a observar um

21
Análise Financeira da Empresa Quilaban

crescimento desta vez de 218,11% que traduzido em valores seria aproximadamente de


1,4 milhões de euros.

Por último analisaremos o RLP, em que este no ano 2016 apresentou um valor de 0,9
milhões de euros aproximadamente, seguindo-se no ano 2017 um crescimento de 89,63%
que em valor representa 1,8 milhões de euros. Já no ano 2018 observamos um RLP
negativo com um valor aproximado de -2,4 milhões de euros, decréscimo esse de
208,37%. Para o ano 2019 voltamos a verificar um crescimento de 110,09%
representando um valor de 0,2 milhões de euros. Para 2020 com a venda de produtos
covid observamos um crescimento de 252,04% que representa um RLP de 0,8 milhões de
euros. No entanto e como aconteceu quando analisamos o EBITDA, EBIT e o RAI
também para o RLP no ano 2020 fizemos uma média para que os valores sejam as mais
reais possíveis, assim obtivemos um crescimento sem produtos covid de 391,93% em que
este valor representa aproximadamente de 0,8 milhões de euros. No gráfico 9 é possível
verificarmos as oscilações do RLP tiveram ao longo dos anos. De notar ainda que no ano
2018 a empresa obteve um RLP negativo, o que significa que nesse ano a empresa teve
um prejuízo.

Gráfico 9 - Resultado Líquido do Período (2016-2020)

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

3.4. Análise aos Fluxos de Caixa

A demonstração de fluxos de caixa daqui para a frente designado como (DFC). As


DFC têm como objetivo fornecer informações sobre os recebimentos e pagamentos
ocorridos durante um determinado período. As DFC servem para identificar e avaliar a
capacidade da empresa em gerar e utilizar os seus fluxos financeiros. A DFC está dividida
em três categorias sendo estas, atividades operacionais, atividades de investimento e
atividades de financiamento.

Neste ponto iremos analisar as principais rubricas dos fluxos de caixa sendo estes os
fluxos de caixa das atividades operacionais, fluxos de caixas das atividades de
investimento, os fluxos de caixa das atividades de financiamento e por último, mas não
menos importante analisaremos a variação de caixa e os seus equivalentes. Começando
pela análise dos fluxos de caixa das atividades operacionais, no ano 2016 a empresa
obteve aproximadamente 5,0 milhões de euros. Já no ano 2017 a empresa teve uma
diminuição embora esta seja ligeira dos seus fluxos operacionais passando neste ano a
apresentar valores de 4,6 milhões de euros. No ano 2018 observamos uma diminuição,
esta já mais acentuada dos resultados operacionais estes que neste ano foram 3,1 milhões
de euros, esta diminuição ao aumento dos valores de pagamentos ao pessoal bem como
pagamentos do imposto sobre o rendimento. Para o ano 2019 observamos mais uma vez
uma diminuição um tanto acentuada verificando valores operacionais de 1,9 milhões de
euros, diminuição esta especialmente pela diminuição dos valores na rubrica de
recebimento de clientes, e mantendo-se as outras rubricas com os valores pouco
inalterados, fazendo assim com que a empresa tenha tido esta diminuição. Por último no
ano 2020 a empresa obteve um resultado de 6,0 milhões de euros sendo este valor muito
influenciado pela duplicação os recebimentos dos clientes, apesar de, no entanto os
pagamentos a fornecedores também este ter duplicado, outro valor que também que
também cresceu de uma maneira exponencial, isto é, cresceu seis vezes mais que o ano
2019 foi a rubrica de outros recebimentos/pagamentos.

A próxima análise é aos fluxos de caixa das atividades de investimento, todos os


valores serão valores negativos, pois são valores relacionados com saídas de caixa. No
ano 2016 é possível verificar que existiram de saídas de caixa para atividades de
investimento uma quantia de aproximadamente 4,1 milhões de euros, sendo este o ano
em que mais dinheiro saiu da empresa relacionado a atividades de investimentos. Já nos

23
Análise Financeira da Empresa Quilaban

três anos seguintes, isto é, para o ano 2017, 2018 e 2019 o valor que saiu da caixa foi
bastante inferior ao do ano 2016, tendo estes valores andado sempre muito próximos, os
valores foram para 2017 de 1,7 milhões de euros, para 2018 1,0 milhões de euros e em
2018 1,1 milhões de euros, esta diminuição de pagamentos está relacionado com a rúbrica
de pagamentos respeitantes a investimentos financeiros. Para o ano 2020 voltamos a
observar um crescimento tendo agora a rubrica de fluxos de caixa das atividades de
investimento um valor aproximado de 3,6 milhões de euros, este novo aumento deveu-se
ao pagamento de AFT bem como investimentos financeiros muito também devido à
situação epidémica.

De seguida irmos analisar os fluxos de caixa das atividades de financiamento, todos


os resultados desta rubrica foram negativos nos cinco anos analisados, no ano 2016
observarmos um valor de 0,8 milhões de euros. Já no ano 2017 observamos um acréscimo
dos pagamentos, obtendo um valor de atividades de financiamento de 2,6 milhões de
euros, valor este que se deve ao pagamento de financiamentos obtidos. Para o ano 2018 e
2019, pode-se observar que os valores vão diminuindo sendo que em 2018 observa-se um
valor aproximado de 1,9 milhões de euros e em 2019 um valor de 0,7 milhões de euros.
Já em 2020 voltamos a observar uma subida acentuada nos fluxos de caixa das atividades
de financiamento, tendo este subido para 2,7 milhões de euros. Este também é de notar
que teve recebimentos provenientes de financiamento aumentado 38,0 milhões de euros
e em contrapartida os pagamentos a financiamentos obtidos também estes aumentaram
29,0 milhões de euros aproximadamente.

Para finalizar esta análise dos DFC, é possível verificar que os quatro primeiros anos
foram anos com valores positivos em caixa, sendo estes em 2016 de 49 mil de euros
aproximadamente, em 2017 de 0,2 milhões de euros, 2018 obteve-se um resultado
aproximado de 0,1 milhões de euros, e em 2019 obtiveram-se resultados de 0,1 milhões
de euros aproximadamente. E por último em 2020 obtiveram-se resultados negativos no
caso de 0,3 milhões de euros estes resultados negativos é muito proveniente de apesar das
vendas terem duplicado existiram também existiram muitos mais gastos de financiamento
e investimento.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

3.5. Balanço Funcional

Este tipo de balanço relaciona-se com a liquidez da empresa, isto é, o balanço


funcional indica-nos a capacidade que a empresa tem em cumprir com as suas obrigações
respeitando o equilíbrio da rentabilidade. No balanço funcional é considerado que o ativo
é constituído pelo ativo circulante, isto é, um ativo inferior a 12 meses, e ativo fixo, isto
é, um ativo que seja superior a 12 meses, estes correspondem à soma do capital
permanente com o passivo circulante passivo esse inferior a 12 meses. A função do
balanço funcional prende-se na obtenção da posição económica da empresa, quando
fazemos esta análise é necessário ter alguns conceitos presentes.

Ciclo de Investimento – Este engloba todas as atividades e decisões da aquisição e venda


de ativos a longo prazo e de atividades de investimento que não sejam incluídas em
equivalentes de caixa.

Ciclo de Exploração – Este engloba todas as atividades relacionadas com decisões de


rédito, em que estas mais tarde irão resultado em custos e proveitos operacionais, bem
como irão resultar também no aumento de recursos de crédito aos fornecedores.

Ciclo de Tesouraria – Este corresponde à obtenção de fundos de investimentos, mas


também corresponde às necessidades de financiamento.

Quando fazemos este tipo de análise, é importante também fazermos uma análise
ao fundo de maneio, em que este é em que este designa o conjunto de todos os valores
ativos e passivos associados às transformações cíclicas de curto prazo. Assim quando se
calcula o fundo de maneio as empresas deverão por norma apresentar um valor positivo
no cálculo em que este representa a margem de recursos permanentes que ficam
disponíveis para liquidar os passivos da empresa. No entanto, é necessário quando se faz
essa análise ter tem atenção ao tipo de empresa que está a ser analisada, pois se em
algumas atividades deveremos ter sempre valores de fundo de maneio positivo, noutras
atividades é perfeitamente normal vermos esses mesmos valores negativos, e em que os
mesmos não significam que a empresa não tenha capacidade para liquidar os seus
passivos. O fundo de maneio poderá ser calculado pelas seguintes formulas:

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

FM = Capitais Permanentes – Ativo Fixo | OU | FM = Ativo Corrente – Passivo Corrente

Gráfico 10 - Fundo de Maneio (2016-2020)

No gráfico 10, anteriormente apresentado, podemos observar o fundo de maneio


da empresa Quilaban ao logo do último quinquénio. Como é possível verificar a empresa
ao longo desses cinco anos manteve sempre um resultado positivo, assim é possível
afirmarmos que os capitais permanentes da empresa conseguem financiar a totalidade do
ativo não corrente e ainda parte do ciclo de exploração da empresa.

Ao analisarmos, o fundo de maneio, também deveremos analisar a necessidade do


fundo de maneio, em que estra traduz, a necessidade de financiamento do clico de
exploração, em que este exige uma série de meios financeiros para executar pagamentos
das despesas operacionais, antes ainda de se obter o recebimento dos clientes. Quando
observamos o balanço funcional onde este se encontra apresentado no Anexo F, é possível
verificarmos que a necessidade de fundo de maneio da empresa tem apresentado sempre
valores positivos ao longo dos anos, apesar de ser possível verificar que do ano 2016 a
2018 estas necessidades têm vindo a diminuir, tendo essa diminuição sendo de 2,61
milhões de euros. Seguindo-se em 2019 e 2020 de um novo aumento, tendo este aumento
sido do ano 2018 a 2020 de aproximadamente 1,81 milhões de euros.

Para concluirmos o estudo da empresa Quilaban, referente ao balanço funcional


falta-nos analisar a tesouraria líquida da empresa, em que esta ao longo do quinquénio
tem sempre apresentado valores negativos. A tesouraria líquida mostra essencialmente o

26
Análise Financeira da Empresa Quilaban

equilíbrio financeiro que é resultado das políticas estratégicas do fundo de maneio bem
como da política de gestão operacional da necessidade do fundo de maneio. Esta é
encontrada quando à tesouraria ativa retiramos a tesouraria passiva. Estes valores
negativos, que a Quilaban apresenta, significam que a empresa não está em equilíbrio
financeiro, pois isso só poderá acontecer quando a empresa apresenta uma tesouraria
líquida com valores positivos. Assim podemos observar que a Quilaban evidencia uma
existência de défice de tesouraria que poderá representar dificuldades no cumprimento
das suas obrigações financeiras a curto prazo. Dificuldades essas, que poderão ser
resolvidas com recursos a negociações de descobertos bancários, créditos em conta
corrente, entre outros.

4. Análise dos Rácios

4.1. Rácios de Endividamento

No caso do endividamento, este surge ligado à questão da solvabilidade, sendo que


corresponde ao nível de obrigações que a empresa apresenta perante os ativos que lhe
poderão fazer face. A empresa reduziu o endividamento em 2017 e 2019, sendo que nos
anos de 2018 e 2020 aumentou este indicador em 8,65% e 2,70% respetivamente. No
último ano a empresa aumentou o seu nível de endividamento, embora apenas em 2,70%,
motivado pelo aumento dos diferimentos e pelo aumento da rubrica de outras dívidas a
pagar que inclui os fornecedores de investimento e os credores por acréscimo de gastos,
evidenciando-se a aplicação do regime do acréscimo. Ainda assim, conclui-se existir
estabilidade no endividamento da empresa, dado que a evolução entre anos não é
significativa, embora aumente em determinados períodos e se reduza em outros.

A autonomia financeira evidencia a percentagem de ativos que é financiada por


capitais próprios, sendo relevante aquando da análise de endividamento da empresa. O
rácio reduziu-se em 2018 e 2020, tendo aumentado 18,11% e 12,50%, em 2017 e 2019,
respetivamente. A redução do rácio nos anos em estudo ocorre devido à incorporação de
resultados líquidos negativos nos resultados transitados, facto que reduz o total do capital
próprio. Nos restantes anos em que ocorre um aumento deste indicador, o mesmo ocorre
devido ao aumento do capital próprio por via da incorporação de resultados positivos na
empresa. Esta situação é favorável à empresa e introduz a criação de valor para os

27
Análise Financeira da Empresa Quilaban

acionistas. Em 2018, deve ainda salientar-se a importância que a redução do ativo teve
para o aumento deste indicador, facto motivado pela redução do valor da rubrica de
participações financeiras motivado peça imputação de um resultado negativo elevado
respeitante à TDS - Tecnologia e Diagnostico na Saúde, Lda. Se compararmos este rácio
com o rácio dos quadros do setor disponibilizados pelo Banco de Portugal, dados de 2019,
verificamos que a empresa apresentou um rácio inferior, sendo que nesse ano o Banco de
Portugal indica que neste setor o rácio é de 41,26% e a empresa apresentou um rácio de
33,86%.

A solvabilidade indica a capacidade de a empresa solver os seus passivos no caso de


liquidação dos ativos. Este indicador aumenta nos anos de 2017 e 2019, sendo que se
reduz em 2018 e 2020, existindo atualmente esta tendência decrescente. Esta evolução
negativa ocorre devido ao aumento do capital próprio por incorporação dos resultados
líquidos positivos, exceto em 2018. Apesar da diferente evolução nos diferentes anos em
estudo, em todos os anos a empresa apresenta capacidade para solver os seus passivos no
caso de liquidação dos ativos, mantendo a mesma.

O debt of equity ratio compara o passivo total da empresa com o seu capital próprio.
Este indicador apresenta uma evolução idêntica ao rácio de endividamento, dado que
tende a aumentar nos anos em que o passivo aumenta ou quando o capital próprio se reduz
por via dos resultados negativos obtidos e aumenta quando o passivo é reduzido ou
quando o capital aumenta por via dos resultados transitados positivos.

O grau de cobertura dos encargos financeiros permite analisar se o resultado antes de


impostos, depreciações, amortizações e encargos financeiros é suficiente para cobrir esses
custos. Apenas em 2018, tal facto não se verificou, conduzindo este indicador a um valor
negativo. Nos restantes períodos este indicador é sempre superior à unidade, o que
significa que o resultado em causa é suficiente para realizar a cobertura destes encargos
financeiros, facto que permite concluir que os gastos financeiros suportados são
adequados à estrutura da empresa, quer em termos de passivos, quer no que respeita ao
desempenho económico e situação financeira. Por outro lado, à exceção de 2018, a
evolução deste indicador tem sido positiva entre os anos em estudo, o que permite
concluir que o peso dos gastos financeiros tende a ser menor e por isso existe um menor
peso de financiamentos obtidos. Se compararmos este rácio com o rácio dos quadros do
setor disponibilizados pelo Banco de Portugal, dados de 2019, verificamos que a empresa

28
Análise Financeira da Empresa Quilaban

apresentou um rácio em muito inferior, inferior, sendo que nesse ano o Banco de Portugal
indica que neste setor o rácio é de 22,45% e a empresa apresentou um rácio de 2,69%.

Em relação à capacidade de endividamento de médio e longo prazo, este indicador é


menor em 2018, dado que o capital próprio é também inferior devido aos resultados
negativos incorporados. Em termos de evolução, em 2018 este indicador reduziu-se em
32,25%, dado que o aumento dos financiamentos obtidos de longo prazo foi acentuado,
uma vez que a situação financeira da empresa se apresentava menos favorável no ano em
causa, comparativamente aos restantes. Em 2020, a redução desta capacidade ocorreu por
via do aumento do passivo não corrente, nomeadamente em termos de provisões. O saldo
de provisões diz essencialmente respeito à provisão de €2,6 milhões para fazer face aos
capitais próprios negativos que se verificam na subsidiária TDS, refletindo os impactos
negativos que se verificaram no negócio em Angola.

O Debt-to-income ratio apresenta a relação entre o passivo e o resultado líquido. Este


indicador aumentou de forma muito significativa em 2019, sendo que nos restantes anos
reduziu-se. Esta situação deve-se à evolução do passivo, o qual aumentou por via dos
financiamentos obtidos, mas também por via das provisões motivadas pelo fraco
desempenho da subsidiária TDS. Em termos de resultado líquido, a situação é diversa
entre os períodos, facto que motiva a variação acentuada deste indicador. Em 2020, o
mesmo reduziu de forma significativa devido ao aumento do resultado líquido do
exercício.

4.2. Rácios de Estrutura

O rácio de estrutura de endividamento da empresa analisa o peso da componente


corrente no total do passivo da empresa, sendo que quanto maior este peso, maior tende
a ser a componente de dívidas de curto prazo, as quais incluem fornecedores, estado e
outros entes públicos e outras obrigações com menos de 12 meses. Ainda assim, um valor
reduzido pode significar que tudo é suportado com dívidas de longo prazo, não sendo
possível colmatar as mesmas no curto prazo. No entanto, um valor extremamente elevado
pode indicar que a empresa não consegue financiar-se no longo prazo dada a sua situação
de elevado risco. Nos anos em estudo, este rácio varia entre os 63% e os 86%, pelo que o
peso da componente corrente do passivo é acentuado. Este peso é maior em 2017, dado

29
Análise Financeira da Empresa Quilaban

que a empresa recorre a financiamentos de curto prazo para fazer face a situações
inesperadas. Este peso oscila entre os aumentos e reduções, sendo notória a preocupação
da empresa relativamente à solvabilidade das suas dívidas.

O rácio de estrutura de ativo da empresa analisa o peso da componente corrente no


total do ativo da empresa, sendo que quanto maior este peso, maior tende a ser a liquidez
da empresa, as quais incluem valores em caixa e depósitos bancários, inventários e saldos
de clientes. Ainda assim, um valor reduzido pode significar que a empresa não possui
liquidez de forma imediata. No entanto, um valor extremamente elevado pode indicar que
a empresa não possui investimentos e não cria valor com as disponibilidades detidas. Nos
anos em estudo, este rácio varia entre os 59% e 63%, evidenciando estabilidade. Este peso
é maior em 2020, devido ao aumento significativo da rubrica de clientes, facto que não é
favorável para a empresa, dado que se encontra a laboral e os clientes liquidam esses
serviços de forma tardia. Este peso oscila entre os aumentos e reduções, sendo que em
2020 aumentou 6,32% devido ao facto apresentado.

4.3. Rácios de Funcionamento

A rotação do ativo expressa o grau de eficiência que a empresa apresenta na utilização


dos seus ativos com vista à obtenção de rentabilidade ao nível das vendas. Este indicador
apresenta-se sempre inferior à unidade, sendo que nos últimos anos apresenta-se
decrescente. Assim, conclui-se que o volume de vendas registado na empresa não é
adequado ao investimento realizado, ou seja, para o elevado volume de investimento que
a apresenta, deveria conseguir obter maiores valores de volume de negócios.

O prazo médio de rotação dos inventários indica o tempo médio que os inventários
ficam em armazém. Na empresa este indicador ronda sempre um dia, tendo-se reduzido
de forma significativa nos últimos dois anos. Este indicador permite identificar se a
empresa apresenta monos em stock, o que alerta para a necessidade de se eliminar os
mesmos, assim como inferir acerca da eficiência da gestão de inventários. Este indicador
surge influenciado pelo aumento da rubrica relacionado com produtos de combate à
COVID-19.

30
Análise Financeira da Empresa Quilaban

O prazo médio de recebimentos tem como objetivo medir o tempo médio que os
clientes demoram a pagar à empresa. O prazo médio da empresa em 2019 surge inferior
a 2018 em 7 dias, aumentando 8 dias em 2020, facto que se relaciona com o aumento da
rubrica de clientes já abordado. Este indicador permite identificar as necessidades de
alterações relativas ao comportamento do departamento de cobranças da empresa,
nomeadamente se o valor for considerado elevado. Neste caso conclui-se que os prazos
são elevados e muito desfavoráveis para a empresa dado que surgem muito superiores aos
de pagamento, evidenciando o reduzido poder negocial da empresa perante os seus
clientes. Contudo, deve ter-se em conta o aumento deste prazo relaciona-se com o valor
a receber da Direção-Geral da Saúde cujo pagamento ocorreu nos primeiros dias de 2021,
bem como com os produtos COVID-19, cujos valores estavam por receber no final do
ano. Se compararmos este rácio com o rácio dos quadros do setor disponibilizados pelo
Banco de Portugal, dados de 2019, verificamos que a empresa apresentou um rácio
superior, sendo que nesse ano o Banco de Portugal indica que neste setor o rácio é de 98
dias e a empresa apresentou um rácio de cerca de 163 dias.

O prazo médio de pagamentos tem como objetivo medir o tempo médio que a empresa
demora a pagar a suas dívidas aos seus fornecedores. O prazo médio da empresa em 2017
rondava os 56 dias, e tem vindo a reduzir-se de forma que em 2020 é de apenas 29 dias,
o que evidencia o reduzido poder negocial da empresa. A empresa apresenta assim um
reduzido prazo de pagamento tendo em conta as suas caraterísticas. Se compararmos este
rácio com o rácio dos quadros do setor disponibilizados pelo Banco de Portugal, dados
de 2019, verificamos que a empresa apresentou um rácio inferior, sendo que nesse ano o
Banco de Portugal indica que neste setor o rácio é de 82 dias e a empresa apresentou um
rácio de 43 dias.

O ciclo de caixa apresenta um valor positivo, o que indica que os ativos são suficientes
para cobrir os passivos no curto prazo. Este indicador tem vindo a aumentar de forma
significativa nos últimos dois anos em estudo, o que evidencia a existência de melhorias
na liquidez da empresa, dado que tem vindo a ser mais fácil efetuar a cobertura dos
passivos de curto prazo. Se compararmos este rácio com o rácio dos quadros do setor
disponibilizados pelo Banco de Portugal, dados de 2019, verificamos que a empresa
apresentou um rácio superior, sendo que nesse ano o Banco de Portugal indica que neste
setor o rácio é de 91 dias e a empresa apresentou um rácio de cerca de 120 dias.

31
Análise Financeira da Empresa Quilaban

4.4. Rácios de Liquidez

A liquidez corrente compara o ativo corrente da empresa com o passivo corrente da


mesma. Este rácio apresenta-se sempre superior à unidade, pelo que o ativo corrente é
superior ao passivo corrente, devido ao elevado montante da rubrica de clientes e
inventários. Em termos de clientes, a situação não se apresenta favorável, na medida em
que o prazo de pagamentos é inferior, facto que pode conduzir a problemas de tesouraria.
Assim, em 2020, a liquidez da empresa aumentou, facto não verificado no ano anterior.
Se compararmos este rácio com o rácio dos quadros do setor disponibilizados pelo Banco
de Portugal, dados de 2019, verificamos que a empresa apresentou um rácio inferior,
sendo que nesse ano o Banco de Portugal indica que neste setor o rácio é de 152,84% e a
empresa apresentou um rácio de 129,57%.

O rácio de liquidez reduzida não considera a rubrica de inventários no âmbito do ativo


corrente. Ainda assim, este rácio continua a ser superior à unidade, exceto em 2017, pelo
que a empresa continua a ter liquidez. Desta forma, a componente dos clientes é muito
mais acentuada que a dos inventários, dados os elevados valores faturados. Se
compararmos este rácio com o rácio dos quadros do setor disponibilizados pelo Banco de
Portugal, dados de 2019, verificamos que a empresa apresentou um rácio inferior, sendo
que nesse ano o Banco de Portugal indica que neste setor o rácio é de 120,54% e a empresa
apresentou um rácio de 109,50%.

O rácio de liquidez imediata considera o peso das disponibilidades no total do ativo


corrente. O peso desta rubrica é reduzido comparativamente aos valores das rubricas de
clientes e inventários. Este indicador aumentou em todos os anos, à exceção de 2020, no
qual se reduziu devido à redução das disponibilidades. Assim, a empresa tem vindo a
reduzir a sua liquidez imediata, dado que os clientes aumentam o seu prazo de pagamento
e por isso a conversão dos valores da rubrica de clientes em caixa ou depósitos bancários.

4.5. Rácios de Rentabilidade

A margem de contribuição de vendas indica a percentagem que sobra das vendas


realizadas após substração dos custos e despesas de carácter variável. No último ano em

32
Análise Financeira da Empresa Quilaban

estudo, esta margem aumentou de forma relevante facto que evidencia a melhoria no
desempenho da empresa relativamente aos períodos anteriores. Uma situação idêntica é
verificada com a Margem EBITDA, facto que evidencia a melhoria da empresa, sendo
que o valor das depreciações e amortizações até aumentou de forma significativa no
último ano, facto associado ao aumento do investimento no mesmo ano. Estes
investimentos referem-se aos “Edifícios Comerciais e Habitacionais” que dizem respeito
a investimentos de renovação do edifício sede, essencialmente ao nível da
impermeabilização e pintura do edifício, bem como a “Equipamento Básico” no que
respeita a equipamentos adquiridos para a área de Diagnóstico, para ser colocados em
clientes em regime de “contra consumo”.

A rentabilidade operacional das vendas permite verificar quanto é que cada unidade
monetária vendida contribui para a formação do resultado antes de financiamento. Este
indicador reduziu-se em 2018, devido a ano muito negativo, sendo que em 2020 apresenta
uma tendência crescente, facto considera favorável, dado que a empresa se encontra a
criar mais valor e obter lucros, sendo que os gastos de financiamento não se apresentam
significativos para a empresa, na medida em que existe um histórico na banca favorável,
dado que os problemas inerentes à empresa surgem devido à sua subsidiária.

A rentabilidade líquida das vendas permite verificar quanto é que cada unidade
monetária vendida contribui para a formação do lucro da empresa. Este indicador apenas
se reduziu em 2018 para valores negativos, sendo que em 2020 apresenta uma tendência
crescente, facto considerado favorável, dado que a empresa se encontra a criar mais valor
e obter lucros. No entanto deve ter-se em atenção a liquidez da empresa e a necessidade
de alteração de diversas práticas, bem como do uso do seu poder negocial ainda detido
pelo histórico da empresa.

O indicador relativo à rentabilidade dos capitais próprios mede a rentabilidade da


empresa para os acionistas, ou seja, mede o retorno que os acionistas têm relativamente
ao capital investido na empresa. Contudo este indicador deve ser analisado com alguma
prudência, dado que não inclui questões qualitativas como é o caso do funcionamento e
atividade praticada pela empresa. Em 2018, o valor do rácio reduziu-se relativamente ao
ano anterior para valores negativos, pelo que a performance da empresa na utilização dos
capitais próprios reduziu-se. Contudo, em 2019 e 2020, esta rentabilidade voltou a
aumentar. Assim, em 2020, pode dizer-se que cada unidade monetária inscrita no capital
próprio da empresa gera 0,1141 unidades monetárias em termos de resultados para a

33
Análise Financeira da Empresa Quilaban

empresa. Esta rentabilidade é muito reduzida, sendo ideal o seu aumento. Se


compararmos este rácio com o rácio dos quadros do setor disponibilizados pelo Banco de
Portugal, dados de 2019, verificamos que a empresa apresentou um rácio inferior, sendo
que nesse ano o Banco de Portugal indica que neste setor o rácio é de 11,16% e a empresa
apresentou um rácio de 2,66%.

A rentabilidade dos ativos permite avaliar a capacidade de gestão dos ativos que a
empresa apresenta em termos de obtenção de resultados, pelo que um valor mais reduzido,
refere-se a uma pioria na performance da empresa no que se refere à utilização dos ativos
da empresa. Assim, verifica-se que em 2018 e 2019 a performance da empresa reduziu,
facto associado aos factos anteriormente expostos, nomeadamente a inclusão dos
prejuízos da tal subsidiária.

A rentabilidade operacional dos capitais investidos permite obter conclusões acerca


de quanto dinheiro a empresa ganha com o investimento realizado. Este indicador tem
valores reduzidos, mas ainda assim os mesmos aumentaram de forma muito significativa
em 2020, o que significa que os valores investidos no último ano foram investidos de
forma correta, dado que permitem gerar rentabilidade.

5. Análise Integrada da Rentabilidade

5.1. Modelo Multiplicativo

A Rentabilidade dos capitais depende do desempenho da empresa em 4 áreas,


segundo o modelo multiplicativo. A área operacional, área financeira, área não corrente,
área fiscal evidência.
A fórmula da rentabilidade dos capitais segundo o modelo multiplicativo é dada por:

Figura 2 - Fórmula do Modelo Multiplicativo

34
Análise Financeira da Empresa Quilaban

Onde:

VN = Volume de Negócios MC = Margem de Contribuição

RO = Resultado Operacional RC = Resultados Correntes

RAI = Resultado Antes de Imposto RL = Resultado Líquido do Exercício

CI = Capital Investido CP = Capital Próprio

5.1.1. Área operacional

Avalia a eficiência operacional e a margem operacional. Quanto mais elevados a


rotação do capital investido e o rácio de margem operacional melhor a rendibilidade dos
capitais próprios.

Analisando a empresa Quilaban, relativamente ao Modelo Multiplicativo


podemos constatar que ao longo dos anos, a Rentabilidade operacional dos capitais
investido é bastante inconstante. Apesar dessa mesma instabilidade, podemos observar
que na Rentabilidade operacional do volume de negócios, houve um crescimento bastante
significativo de 6% em 2019 para 20% em 2020, justificando o facto da situação
pandémica vivida em Portugal, uma vez que a empresa é da área da saúde.

5.1.2. Área Financeira

A Quilaban utiliza uma política financeira favorável à rendibilidade dos capitais


próprios se o índice de alavanca financeira for superior a um, como observamos no caso
da empresa, no ano de 2016 até 2018, sofreu um aumento significativo, atingindo os
491%, tendo baixado em 2019 quando atingiu apenas 96% da Alavanca Financeira, sendo
por isso, um ano desfavorável. Em 2020, já regista novamente um valor significativo,
com 142%.

35
Análise Financeira da Empresa Quilaban

5.1.3. Área Não Recorrente

Os resultados não recorrentes contribuirão positivamente para a rendibilidade dos


capitais próprios se o efeito resultados não recorrentes for superior à unidade

5.1.4. Área Fiscal Evidencia

Analisa a gestão fiscal, ou seja, quanto mais próximo da unidade menor é a taxa
efetiva de imposto sobre o rendimento suportada e maior é a eficiência na gestão fiscal.

No caso da empresa Quilaban, verificamos no ano de 2016 um aumento de 81% para


103% no ano de 2018 no rácio de Efeito Fiscal, tendo em 2019 até 2020 sofrido uma
queda, para 50% e 40% relativamente.

5.2. Modelo Aditivo

De acordo com o modelo aditivo a rendibilidade do capital próprio (RCP) depende:

 Da rendibilidade dos capitais investidos (ROCI)


 Da estrutura de capital adotada pela empresa (D/CP)
 Do diferencial entre a ROCI e da taxa de juro custo capital alheio (ROCI-i)
 Do efeito resultados não recorrentes
 Do nível de fiscalidade

Ao aplicar o Modelo Aditivo, a rentabilidade do capital próprio pode ser aplicada


com a seguinte fórmula:

Figura 3 - Fórmula do Modelo Aditivo

Onde:

ROCI = Rentabilidade Operacional do Capital Investido

37
Análise Financeira da Empresa Quilaban

CP = Capital Próprio

D = Dívida Financeira (líquida)

i = Taxa de Juro da Dívida Financeira (líquida)

RAI / RC = Efeito resultados não recorrentes

t = Taxa de imposto sobre o rendimento efetivo

6. Análise do Ponto Crítico e graus de alavancagem

No decorrer da atividade, as empresas enfrentam um conjunto de riscos que acabam


por influenciar o seu desempenho. O risco, pode ser definido como a hipótese de perda,
ou seja, quanto mais essa hipótese, maior o risco. Do ponto de vista da análise financeira,
o risco é visto como a variação provável dos fluxos de caixa futuros que se divide em dois
grupos: o risco de negócio e o risco financeiro.

Análise do Ponto Crítico e Margem de Segurança


6000 000,00 12,00
5000 000,00 10,00
4000 000,00 8,00
3000 000,00 6,00
2000 000,00 4,00
1000 000,00 2,00
- -
2016 2017 2018 2019 2020
Ponto Crítico 4161 136,43 4699 331,80 5630 932,95 4113 653,16 5022 401,64
Margem de Segurança 7,12 6,05 4,62 6,35 11,01

Ponto Crítico Margem de Segurança

Gráfico 11 - Análise do Ponto Crítico e Margem de Segurança

6.1. Análise do Ponto Crítico

O risco no negócio, está ligado à gestão de exploração da empresa e o risco


financeiro, está ligado à estrutura de capital e aos fluxos de caixa e gastos de
funcionamento.

38
Análise Financeira da Empresa Quilaban

No que diz respeito ao risco de negócio, os indicadores mais relevantes é o Ponto


Crítico, que diz respeito ao nível de atividade em que a empresa não tem lucro nem
prejuízo operacional, ou seja, quanto maior o ponto crítico, maior o risco.

É dado pela seguinte fórmula:

Ponto Crítico (PC)= Gastos Fixos (GF) / (1- Gastos Variáveis (GV) / Volume de
Negócios (VN))

Foi necessário fazer uma classificação dos custos em custos variáveis e custos
fixos, para se fazer o cálculo do ponto de equilíbrio. Os custos de contratos e subcontratos,
rendas e seguros, transportes e deslocações, conservação reparação e outros FSE, foram
considerados como custos variáveis, ou seja, foram considerados 72% das FSE, 43% de
Outros Gastos e 6% de Outros Rendimentos. Já no que diz respeito aos custos fixos, os
gastos com pessoal, gastos com depreciações e amortizações, provisões, imparidades e
ainda outros gastos operacionais, ou seja, 28% da rúbrica de FSE, 57% de Outros gastos,
94% de Outros Rendimentos e a totalidade da rúbrica de Gastos Com Pessoal.

No que diz respeito à empresa Quilaban, verificamos que o ponto crítico do ano 2016 até
ao ano 2018, tem vindo a aumentar, tendo atingido mesmo em 2018, o ponto crítico mais
elevado da empresa, que poderá ser justificado com o elevado volume de negócios
atingido nesse ano. Já no ano de 2019, foi o ano em que o ponto crítico se apresentava
mais baixo. Em 2020, voltamos a atingir um ponto crítico bastante mais elevado que no
ano anterior, que poderá também estar ligado ao volume de negócios. Mesmo assim, a
empresa apresentou um comportamento relativamente positivo, uma vez que reduziu
desde o ano de 2019 o seu ponto crítico comparativamente a 2018, cerca de
1 517 279,79€.

6.2. Graus de Alavancagem

A Alavancagem é definida como uma estratégia, em que o investidor poderá usar o


dinheiro emprestado de forma a aumentar o potencial retorno de um investimento. Esta
estratégia é utilizada pelos investidores, de forma a obterem um grande rendimento,
rendimento este que poderá ser muito mais do que a sua parte inicial de dinheiro,

39
Análise Financeira da Empresa Quilaban

permitindo assim ao investidor, abrir uma posição de uma dimensão maior com um
montante de menor capital investido.

Assim sendo, podemos considerar que com a aplicação da alavancagem, poderá


implicar a utilização de recursos detidos por outras entidades para atingir os resultados
esperados.

A alavancagem pode ser caraterizada de duas formas: a alavancagem operacional e


a alavancagem financeira, ambas importantes para a maximização do lucro. No entanto,
grandes níveis de alavancagem, também poderão ser sinónimo de maior risco.

6.3.1. Grau de Alavancagem Operacional

A alavancagem operacional, tem em conta os custos fixos da empresa, assim como a


percentagem dos custos totais. Normalmente é usada, de forma a calcular o ponto de
equilíbrio de vendas de uma empresa. Se assumirmos que todas as outras variáveis
permanecem constantes, quanto maior for o grau de alavancagem operacional, mais
sensível fica o lucro da empresa antes de juros e impostos.

Existe uma grande proporção relativa aos custos fixos, no caso de uma empresa ter
uma alta alavancagem operacional, posto isto, um aumento considerável nas vendas, pode
muitas vezes levar a mudanças exageradas nos lucros. No caso de existir uma baixa
alavancagem operacional, a empresa poderá ter uma grande proporção de custos
variáveis, ou seja, os lucros passam a ser menores em casa venda.

Quanto maior for o uso de gastos operacionais fixos em relação aos gastos
operacionais variáveis, mais sensível será o Resultado Operacional em relação às
variações no volume de negócios, resultando assim em maior risco operacional.

O GAO é a medida da sensibilidade do resultado operacional da empresa em relação


às mudanças no volume de negócios, quanto maior o GAO da empresa, maior o risco
operacional.

O rácio utilizado para medir o grau de alavanca operacional, GAO, é descrito por:

40
Análise Financeira da Empresa Quilaban

GAO = Margem Contribuição / Resultado Operacional

Grau de Alavanca Operacional


30,00
21,03
20,00
11,97 11,17
8,32
10,00

-
2016 2017 2018 2019 2020
- 10,00

- 20,00
- 18,66
- 30,00

Gráfico 12 - Grau de Alavanca Operacional

Como podemos observar no gráfico acima, relativamente à empresa Quilaban, que


o grau de alavanca operacional, regista um aumento bastante significativo no ano 2016
atingindo os 11,97%%, tendo vindo sempre a diminuir, e em 2018 a atingir mesmo um
valor negativo, com 18,66% valores percentuais. Já em 2019, o índice de alavanca
operacional voltou a aumentar, atingindo nesse mesmo ano, o maior risco operacional ao
longo dos 5 anos, com 21,03%, já em 2020 registou uma descida para os 11,17%. Estes
valores, poderão ser justificados com os efeitos da pandemia do covid-19, onde se verifica
um aumento no volume de vendas relativamente ao ano 2020.

6.3.2. Grau de Alavancagem Financeira

A alavanca financeira diz respeito a um efeito financeiro de crescimento da


Rendibilidade dos Capitais Próprios (ROE) que é produzido através do aumento do nível
de endividamento. Sempre que os custos financeiros de financiamento se mostram
inferiores à rendibilidade de uma determinada operação de investimento na sua
globalidade, podemos dizer que o efeito de alavanca financeiro é positivo, quando a
Rentabilidade dos Investimentos (ROI) é superior ao Custo Médio dos Capitais Alheios
(CCA).

A existência da alavancagem financeira, potencia uma melhoria da rentabilidade dos


capitais próprios, que traz benefícios para os detentores do capital da empresa, uma vez
que estes não necessitam de aumentar os seus próprios capitais investidos, conseguindo

41
Análise Financeira da Empresa Quilaban

assim, um maior retorno financeiro. Esta existência, depende ou não apenas da


rendibilidade dos investimentos efetuados, mas também das condições e financiamentos
conseguidos, designadamente os custos de financiamento.

O grau da alavanca financeira pode ser medida através do seguinte rácio:

GAF = EBIT / Resultados Antes de Impostos

Sendo o GAF, definido como a variação percentual que ocorre nos resultados antes
de impostos decorrente de uma variação percentual nos resultados operacionais.

Quanto maior o Grau de Alavanca Financeiro maior é a dependência da empresa a


financiamentos externos, que implica o pagamento acrescido de juros e por isso maior o
risco financeiro.

Graus de Alavanca Financeiro


3,00 2,58
2,50
1,93
2,00 1,70
1,49
1,50
1,00 0,55
0,50
-
2016 2017 2018 2019 2020

Gráfico 13 - Grau de Alavanca Financeiro

No que diz respeito á empresa Quilaban, verifica-se que no ano de 2016, apresentou
um elevado risco financeiro, verificando-se uma melhoria nos anos subsequentes. Já em
2019, verifica-se novamente e ainda mais elevado que em 2016, um grau de alavanca
financeira de 2,58 %. Em 2020, verificamos que houve uma descida desse risco,
apresentando assim 1,70%, significando que por cada ponto percentual de variação do
resultado operacional varia na mesma proporção, 1.70 o valor disponível para os
acionistas.

6.3.3. Grau de Alavancagem Combinada

O grau de alavancagem combinada (GAC) é definido como sendo a capacidade com


que a empresa utiliza os custos fixos, tanto os operacionais como financeiros, de forma a

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aumentar o efeito de variação das vendas. É uma forma de calcular a sensibilidade dos
resultados por ação às variações do volume de vendas.

O grau de alavancagem combinada, é dos mais importantes para as empresas, uma


vez que, este nos pode indicar o risco total que está associado à empresa, não sendo
propriamente um indicador do risco total da empresa, uma vez que os resultados
dependem da variabilidade do volume de negócios e de resultados não correntes.

Pode ser calculado através do seguinte rácio:

GAC = GAO * GAF

Grau de Alavanca Combinado


60,00 54,27
50,00
40,00
30,00 23,06
18,95
20,00 12,36
10,00
-
- 10,00 2016 2017 2018 2019 2020
- 10,23
- 20,00

Gráfico 14 - Grau de Alavanca Combinado

No que diz respeito ao Grau de Alavanca Combinado, podemos observar no


gráfico acima, que houve um decréscimo do ano 2016 até ao ano 2018, que nos apresenta
um grau de alavanca operacional a acompanhar o financeiro pelo que resultou no valor
mais baixo da alavanca combinada do quinquénio em análise, apresentando mesmo
valores negativos com 10,23%. Sendo o ano de 2019 o ano de maior risco global da
Quilaban, essencialmente devido e influenciado pelo grau de alavanca financeira. Já em
2020, assistimos a uma queda para os 18,95%.

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7. Conclusão

A empresa em causa está muito endividada pois no final do ano 2020, apresenta que
67,93% do ativo era financiado com passivo. Esta conclusão é igual corroborada pelo
valor do grau de cobertura dos encargos financeiros já que o EBITDA cobre 3,16 vezes
os encargos financeiros com a dívida financeira. A empresa revela já ter utilizado alguma
da sua capacidade de endividamento de médio e longo prazo já que aquele rácio se situa
nos 56,31%.
Relativamente ao ciclo de caixa da empresa tem vindo a agravar-se, tendo passado de
120 para 141 dias por força dos aumentos do prazo médio de recebimento dos clientes e
da diminuição do prazo médio de pagamentos.
A empresa evidencia níveis de rentabilidade do capital próprio ainda aceitáveis (na
casa dos 11,41%), no entanto, a evolução deste indicador piorou (baixando de 16,63% no
ano 2017 para 11,41% no ano 2020). A rentabilidade do capital próprio não baixou ainda
mais no período analisado porque a empresa melhorou o desempenho operacional com a
rentabilidade operacional do capital investido a aumentar para 10,52%.
De acordo com a abordagem tradicional do equilíbrio financeiro a empresa está
equilibrada financeiramente dado que apresenta o grau de liquidez geral superior 1.

Também é importante referir, a título conclusivo que este trabalho foi importante
para nós, pois foi possível aplicarmos as aulas à prática, bem como o mesmo serviu para
termos um maior conhecimento das matérias lecionadas.

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Análise Financeira da Empresa Quilaban

8. Bibliografia

(s.d.). Obtido de Fa Cont: http://www.fa-cont.com/Racios.htm


(s.d.). Obtido de Instituto Coaching Financeiro:
http://www.coachfinanceiro.com/portal/o-que-e-ciclo-operacional-ou-ciclo-de-
caixa/
(09 de 07 de 2009). Obtido de Portal Gestão: https://www.portal-
gestao.com/blog/229100-rácios-de-rentabilidade.html
(08 de 10 de 2012). Obtido de Globalfisco: https://globalfisco.pt/2012/racios-de-
endividamento/
(02 de 02 de 2014). Obtido de MuitiGestão: https://multigestao.com/racios-de-gestao/
(30 de 06 de 2021). Obtido de Neomarca: https://neomarca.pt/pt/dicas/racios-de-gestao-
de-empresas/
(2020). Boltim Económico do BCE, Número 8/2020. Banco Central Europeu. Obtido de
https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/pdf-
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https://observador.pt/2021/08/17/portugal-teve-o-maior-crescimento-do-pib-na-
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Encarnação, C. F. (2009). Indicadores económico-financeiros: Os impactos da alteração
normativa em Portugal. Projeto de Mestrado em Finaças e Controlo Empresarial.
Obtido de https://repositorio.iscte-
iul.pt/bitstream/10071/1851/1/Projecto%20de%20tese_Indicadores%20economi
co-financeiros_Carina%20Encarnação.pdf
FederalReserve. (22 de 09 de 2021). Obtido de Board of Governors of the Federal
Reserve System:
https://www.federalreserve.gov/monetarypolicy/fomcprojtabl20210922.htm
Knoow. (s.d.). Obtido de Knoow Enciclopédia temática:
https://knoow.net/category/cienceconempr/gestao/
O que é Alavancagem Financeira, Operacional e Total. (28 de 11 de 2018). Obtido de
Ciência & Negócios: https://cienciaenegocios.com/o-que-e-alavancagem-
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Que rácios para a análise financeira. (06 de 02 de 2018). Obtido de Portal Gestão:
https://www.portal-gestao.com/blog/803200-que-rácios-para-a-análise-
financeira.html
Quilaban. (s.d.). Obtido de Quilaban: https://www.quilaban.pt/pt-pt/

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ANEXO A: Balanço

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ANEXO B: Percentagens da Estrutura e Crescimento do Balanço

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ANEXO C: Demonstração de Resultados

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ANEXO D: Percentagens da Estrutura e Crescimento das DR

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ANEXO E: Fluxos de Caixa

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ANEXO F: Balanço Funcional

ANEXO G: Necessidades de Fundo de Maneio

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ANEXO H: Rácios

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ANEXO I : Modelo Multiplicativo e Aditivo

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