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Coordenação de OGI do IMPN

12ª Classe

O PROFESOR: Vareny de Lúcio & Félix Calenga


“A Coordenação”
Coordenação de OGI do IMPN

Namibe/2020

Instituto Médio Politécnico do Namibe Nº55

“PASCOAL LUVUALU”

-10ª Classe

Professor: Vareny de Lúcio & Félix Calenga

“A Coordenação”
Coordenação de OGI do IMPN

ÍNDICE

Introdução .............................................................................................................................................. 1

UNIDADE # 1- O PLANEAMENTO EMPRESARIAL .................................................................. 3

1.1. INTRODUÇÃO AO PLANEAMENTO ............................................................................ 3

1.1.1. Planeamento ............................................................................................................... 5

1.1.2. Tipos de Planeamento ............................................................................................. 6

1.2. Fases do Planeamento ..................................................................................................... 9

1.3. Métodos de planeamento ............................................................................................ 11

1.3.1. Gráfico de Gantt ....................................................................................................... 12

1.3.2. Modelo PERT ............................................................................................................. 16

Exercício ............................................................................................................................................ 17

ESCLARECIMENTOS ..................................................................................................................... 18

Em resumo: .................................................................................................................................. 19

PROPOSTA DE TRABALHO ........................................................................................................ 20

CAPÍTULO #2: ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL ...................................................................... 23

Na organização empresarial, são de considerar quatro componentes

essenciais: ........................................................................................................................................ 24

2.1. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS ............................................................................ 25

2.2. A HIERARQUIZAÇÃO E A DEPARTAMENTALIZAÇÃO ........................................ 26

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2.3. ESTRUTURA LINEAR OU EM LINHA DIRECTA ....................................................... 30

2.3.1. ESTRUTUIRA FUNCIONAL .................................................................................... 32

2.3.2. ESTRUTURA “LINE AND STAFF” .................................................................... 33

2.4. DEPARTAMENTALIZAÇÃO ........................................................................................... 35

PROPOSTA DE TRABALHO .................................................................................................... 37

UNIDADE # 3- O APROVISIONAMENTO.................................................................................. 41

3.1. A ORGANIZAÇÃO DAS COMPRAS ............................................................................ 41

FUNÇÕES DO DEPARTAMENTO DE COMPRAS .................................................................. 44

3.2. A GESTÃO DOS STOCKS ................................................................................................ 47

3.2.1. A GESTÃO MATERIAL DE STOCKS .................................................................... 47

3.2.2. GESTÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS ..................................................... 49

3.2.3. A GESTÃO ECONÓMICA DE STOCK ................................................................. 53

RESOLUÇÃO MATEMÁTICA: ................................................................................................. 60

O MÉTODO ABC............................................................................................................................. 60

3.2.4. O SERVIÇO DE TRANSPORTE.............................................................................. 62

PROPOSTAS DE TRABALHO ................................................................................................. 62

UNIDADE# 4 - O CONTRATO DE COMPRA E VENDA ......................................................... 65

4.1. NOÇÃO DE CONTRATO................................................................................................. 65

4.2. CONTRATO DE COMPRA E VENDA .......................................................................... 67

4.3. FASES DO CONTRATO E CONDIÇÕES A ACORDAR .......................................... 70

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PROPOSTAS DE TRABALHO ................................................................................................. 82

UNIDADE #5- A EMPRESA INDUSTRIAL ................................................................................... 85

5.1. FUNÇÕES E DIVISÕES DA CONTABILIDADE ..................................................... 85

5.1.1. Funções da contabilidade .................................................................................... 85

5.1.2. Divisões da contabilidade .................................................................................... 87

5.2. O PATRIMÓNIO ................................................................................................................ 88

5.2.1. Os elementos patrimoniais .................................................................................. 88

5.2.2. Agregação dos elementos patrimoniais em contas .................................. 93

5.2.3. REPRESENTAÇÃO DO PATRIMÓNIO ............................................................... 99

5.2.4. Valor do património da empresa ................................................................... 103

5.2.5. INVENTÁRIO – NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ................................................ 103

5.3. O BALANÇO ..................................................................................................................... 107

5.3.1. Noção ........................................................................................................................ 107

PROPOSTAS DE TRABALHO .............................................................................................. 112

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INTRODUÇÃO

Existe uma preocupação em assegurar a coerência formal e de conteúdos,

para que o aluno aprenda, gradualmente, os conceitos básicos. Desta forma,

captará de forma mais clara os processos que se desenvolvem numa

empresa industrial.

A Organização e Gestão Industrial proporciona a obtenção de valências e

capacidades que permitem interpretar e analisar dados relativos a um

conjunto de sectores e actividades ligados ao mundo empresarial,

nomeadamente ao das empresas industriais. Para além de uma visão global

e simplificada da contabilidade empresarial são analisados os dados

constantes das peças contabilísticas fundamentais, permitindo diagnósticos

da situação económica e financeira de uma empresa.

OBJECTIVOS DA DISCIPLINA

 Possuir uma visão sistemática da empresa;

 Avaliar a importância da planificação das actividades empresariais;

 Conhecer as técnicas de planeamento;

 Elaborar organigrama;

 Interpretar organigrama;

 Distinguir hierarquização de departamentalização;

 Inferir da importância de uma correcta gestão de stocks

 Inferir da importância dos contratos de compra e venda;


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 Saber elaborar o balanço sintético;

A prossecução dos objectivos propostos para o desenvolvimento de

competências ajudarão o aluno a inserir-se mais facilmente numa sociedade

em constante mutação.

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UNIDADE # 1- O PLANEAMENTO EMPRESARIAL

1.1. INTRODUÇÃO AO PLANEAMENTO

Gerir uma empresa é uma tarefa muito complexa, cheia de desafios, mas

aliciante, pois cada empresa é um ente que apresenta características próprias

e únicas. Não existe duas empresas que apresentam as mesmas

características, pois os recursos humanos colocados à sua disposição são

diferentes, os meios de que dispõem e os objectivos que perseguem variam,

e o mercado onde actuam apresentam características diferenciadas. É ao

gestor que compete harmonizar os recursos humanos, materiais e

financeiros de que dispõe para alcançar os objectivos que se propõe atingir.

Assim, são actividades do gestor:

Recursos Financeiros Controlar e avaliar

Humanos Tarefas Objectivos

Materiais Planificar Produção de bens e

prestação de
 Instalações Organizar

serviços
 Máquinas Dirigir

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Onde:

Planificar: prever aspectos de actuação futura, de modo a atingirem-se as

metas que foram fixadas previamente.

Organizar: congregar os meios humanos, materiais e financeiros postos à

disposição do gestor, de modo a alcançarem-se, com eficácia, as metas

previamente fixadas.

Dirigir: procurar gerir com eficiência os recursos disponíveis de forma a

alcançarem-se as metas propostas.

Controlar e avaliar: observar e ajustar, sempre que necessário, as actividades

em execução ou já executadas de modo a verificar se o que já foi planificado

foi atingido e, no caso de o não ter sido, analisar os desvios verificados de

modo a corrigir no futuro os erros cometidos.

Gestão: é a ciência tipicamente humana, em que se pretende alcançar os

objectivos definidos para a empresa, utilizando de uma forma racional os

recursos humanos, materiais e financeiros que foram colocados à sua

disposição.

O planeamento é uma actividade contínua, sistemática e disciplinada que

consiste em ordenar e estruturar as tarefas a desenvolver de modo a

alcançarem-se determinados objectivos que, previamente, foram fixados.

Estas quatro tarefas podem ser analisadas isoladamente, formando uma

sequência cíclica, denominada ciclo administrativo.

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Planeamento

Controlo e
Organização
avaliação

Direcção

No entanto, estas quatro tarefas, em termos empresariais, devem ser

visualizadas numa abordagem integral, pois encontram-se intimamente

relacionadas numa interação dinâmica em eu cada uma afecta as demais.

Essa interligação em que cada tarefa se relaciona com as demais interações

dinâmica e em que o todo é maior que a soma das partes, constitui aquilo a

que se chama o processo administrativo.

Planeamento

Controlo e
Organização
avaliação

Direcção

1.1.1. PLANEAMENTO

O bom funcionamento de qualquer empresa começa por uma planificação

correcta das actividades a desenvolver.

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Afirma-se que o planeamento é uma função crítica porque um erro grave de

previsão pode conduzir ao fim da empresa. Assim, não admira que os

gestores dediquem cada vez mais tempo aos estudos relacionados com a

planificação.

Se a empresa não possui um planeamento coerente, se não fizer previsões,

realizará operações incoerentes que a maior parte das vezes levam a

empresa ao desnorte.

No entanto, deve ter-se em atenção que uma correcta planificação deve

atender não apenas à previsão correcta da vida futura da empresa, mas

igualmente à possibilidade do controlo das tarefas realizadas, uma vez que

é realizado. Esta análise é fundamental pois permite detectar o que correu

mal de forma a evitar que no futuro ocorram os mesmos erros.

O Planeamento empresarial é importante pois, não é só para o crescimento

e fortalecimento da empresa, mas também para evitar perdas de tempo,

esforço e investimento; chegar onde deseja com menor custo possível.

1.1.2. TIPOS DE PLANEAMENTO

Observando os níveis hierárquicos nas organizações, distinguem-se três

tipos de planeamento: planeamento estratégico, táctico e operacional.

a) O planeamento estratégico

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Qualquer empresa para sobreviver deve conhecer o meio que a envolve. Este

meio é fonte de oportunidades e de ameaças. É uma forma de

oportunidades pois é lá que se vai colocar os bens com os quais negoceia. É

uma fonte de ameaças pois é lá que actuam igualmente os seus

concorrentes.

Considera a empresa como um todo e é elaborado pelos níveis hierárquicos

mais altos da organização. Relaciona-se com objectivos de longo prazo e

com estratégias e acções para alcançá-los, isto é, visa antecipar o futuro da

empresa no longo prazo (envolvendo avultados ou mesmo a totalidade dos

recursos disponíveis) afecta todas as actividades da empresa e é crucial para

o sucesso da organização.

Em resumo, como qualquer planeamento, o planeamento estratégico deve

ser flexível de modo a ser sensível às alterações verificadas no contexto em

que a empresa se move, de forma a garantir a continuidade da empresa e a

obtenção dos melhores resultados possível face aos recursos humanos,

materiais e financeiros em sua disposição.

b) Planeamento Táctico

No segundo nível de táctico a atuação é em cada área funcional da empresa,

compreendendo os recursos específicos. É o momento de distribuir as

tarefas entre cada um, ou seja, após estudado o planeamento como um

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todo, é hora de definir o que cada departamento da empresa precisa fazer e

como fazer.

Seu desenvolvimento se dá pelos níveis organizacionais intermediários,

tendo como objectivo a utilização eficiente dos recursos disponíveis com

projeção em médio prazo. Em grandes empresas, identifica-se facilmente

este nível de planeamento, ele se dá nos escritórios e superintendências

regionais.

c) Os Planeamentos em Nível Operacional

Correspondem a um conjunto de partes homogéneas do planeamento

táctico, ou seja, identifica os procedimentos e processos específicos

requeridos nos níveis inferiores da organização, apresentando planos de

acção ou planos operacionais. É elaborado pelos níveis organizacionais

inferiores, com foco nas actividades rotineiras da empresa, portanto, os

planos são desenvolvidos para períodos de tempo bastante curtos.

A maioria dos planos é focada em inúmeras projeções, promessas que

dependem de inúmeros factores a serem cumpridas especificamente em um

novo negócio. O planeamento deve ser feito dentro da empresa e de

preferência juntamente com os funcionários e deve estar "exposto" a todos.

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1.2. FASES DO PLANEAMENTO

Actualmente, o planeamento é baseado em métodos científicos. No entanto,

pode afirmar-se que o processo de planeamento requer os seguintes passos

fundamentais:

a) Estabelecimento dos objectivos

Consiste na definição dos alvos que a empresa selecciona e que procura

atingir dentro do prazo para o qual o plano foi elaborado, tendo em conta

os recursos disponíveis.

Quando se definem os objectivos, é fundamental que os mesmos obedeçam

aos seguintes princípios básicos:

 O princípio da comunicação – todas as pessoas que trabalham num

determinado nível hierárquico devem estar a par e de acordo com os

objectivos fixados para aquele nível.

 Princípio da coerência vertical – um bom objectivo para um

determinado nível é aquele que possibilita de forma mais fácil e

rentável a realização dos objectivos do nível organizacional

imediatamente superior.

 Princípio da coerência horizontal – deve existir coerência entre os

objectivos definidos para um mesmo nível de modo a evitarem-se

conflitos ou incompatibilidades.

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 Princípio da flexibilidade – os objectivos definidos não devem

obedecer ao princípio da rigidez, isto é, se um objectivo pré-definido

puser em causa as metas que se pretendem atingir, o mesmo deve ser

reformulado.

Não obstante, além do enunciado nos princípios supra, qualquer objectivo

deve ser: quantificável, calendarizado, realista, motivante, útil e consistente.

b) Análise do contexto externo à empresa

Consiste em analisar a envolvente contextual da empresa, ou seja, as

variáveis tecnológicas, económicas, sociais, legais, demográficas, políticas,

ecológicas, que envolvem a empresa e que podem ser uma fonte de

ameaças ou de oportunidades para as actividades que essa desenvolve.

c) Conhecimento dos recursos da empresa

A empresa deve saber e avaliar os recursos (humanos, materiais e

financeiros) de que dispõe para atingir os objectivos a que se propõe,

medindo deste modo as suas forças e fraquezas.

d) Definição e selecção da estratégia

Consiste em saber como a empresa pode e deve afectar os recursos de que

dispõe para atingir os objectivos que previamente definiu seleccionando,

para o efeito, a alternativa mais adequada face aos recursos de que dispõe.

e) Elaborara um plano de actuação e o respectivo orçamento

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A empresa deve determinar, face as tarefas a desenvolver, qual o tempo

necessário para a execução de cada uma, fazendo-se previsão do momento

em que as mesmas têm o seu início e conclusão.

f) Controlo e avaliação

Esta última fase do planeamento tem como objectivo comprovar se tudo foi

bem executado de acordo com o programado, para se poderem analisar os

desvios e/ou as lições para os processos de planeamento futuros.

A definição e selecção de uma estratégia empresarial consistem na

explicitação das opções efectuadas quanto à forma como a empresa vai

competir nos seus mercados tirando partido das oportunidades e

ultrapassando as ameaças descortinadas no ambiente em que se move,

tendo em conta e como suporte os seus aspectos mais positivos em

comparação com a concorrência (os seus pontos fortes) e ultrapassando os

seus aspectos desfavoráveis (os pontos fracos).

1.3. MÉTODOS DE PLANEAMENTO

Como vimos, o planeamento é das funções da gestão e,

concomitantemente, uma etapa fundamental para o correcto

funcionamento da empresa. Não admira, no entanto, que a partir do século

passado, altura em que a gestão passou a assentar em métodos científicos,

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vários gestores e matemáticos se preocupassem em criar modelos que

possibilitassem à empresa visualizar o seu futuro.

Entre esses modelos destacam-se o Gráfico de Gantt e o Modelo Pert.

1.3.1. GRÁFICO DE GANTT

O diagrama de Gantt foi inventado no princípio do século XXI por Henry L.

Gantt. Também chamado gráfico de Gantt, é um gráfico que permite

modelar as tarefas necessárias para realizar um projecto, ou seja, é um

gráfico usado para ilustrar o avanço das diferentes etapas de um projecto.

Dada a relativa facilidade de leitura dos diagramas de Gantt, eles são

utilizados por quase todos os chefes de projecto de todos os sectores. O

diagrama de Gantt é uma excelente ferramenta para mostrar graficamente a

evolução do projecto, além de ser um óptimo meio de comunicação entre

os participantes do mesmo. Este tipo de representação é particularmente

fácil de criar com uma simples folha de cálculo (do Excel, por exemplo), mas

existem ferramentas especializadas, como a Microsoft Project.

O Gráfico de Gantt é uma forma de controlar o cronograma e os prazos para

a execução das tarefas dentro de um projecto, deixando gestor e a equipe

mais seguros em relação ao andamento e às suas entregas. É um recurso

simples, mas eficaz para garantir que a equipa se mantenha focada no

cumprimento dos prazos.

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COM O GRÁFICO DE GANTT SE PRETENDEM ATINGIR TRÊS METAS

FUNDAMENTAIS:

• Fazer uma prévia previsão das tarefas a desenvolver para se evitar repetição

das actividades.

• Permitir ao planificador analisar se as várias fases do plano estão a ser

realizadas de acordo com o planificado.

• Estabelecer uma sucessão óptima das actividades, eliminando-se, desde o

início, as etapas desnecessárias.

Para a execução do modelo é necessário, em relação a cada tarefa

estabelecer:

 Uma estimativa optimista da sua realização (x) – se tudo correr

bem, qual será o tempo necessário para a realização da actividade?

Alguns registos apontam para 1910 e outros para 1917

 Uma estimativa pessimista (y) – estabelecer o tempo que seria

necessário para a execução da mesma tarefa se tudo correr mal?

 Uma estimativa provável (z) – definição do tempo que a tarefa leva

a ser executada em condições normais e de acordo com situações

anteriores.

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Gantt, por combinação destas três estimativas, apresentou a seguinte média

aritmética ponderada para a determinação do tempo esperado de duração

para a execução de uma tarefa (te).

Te = K1 (x + y) + K2 (z), onde K1 e K2, são os pesos.

Através dos estudos estatísticos chegou-se a conclusão de que o tempo mais

provável tem uma possibilidade de ocorrência quatro vezes maior que

qualquer dos outros dois tempos, logo:

T𝑒 = (𝑥 + 𝑦 + 4z) / 6

A elaboração do gráfico de Gantt requer:

 Uma listagem prévia das tarefas a executar;

 O estabelecimento de uma sequência para a execução de tarefas;

 A determinação do tempo necessário para a realização de cada tarefa.

PARA A CONSTRUÇÃO DO GRÁFICO DEVERÁ ELABORAR-SE UM QUADRO

DE DUPLA ENTRADA ONDE:

- Na coluna do lado esquerdo deverá representar o reitero operacional, ou

seja, a indicação das etapas por ordem que devem ser executadas;

- Na primeira linha do quadro representar não só o tempo esperado par aa

realização de todas as actividades, mas ainda o tempo que se prevê ser

necessário para a realização de cada tarefa.

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No quadro que se segue está representado o gráfico de Gantt, referente ao

trabalho a realizar

para a fabricação

de um conjunto

de peças

envolvendo as

seguintes tarefas.

A- Planeamento- 10 dias

B- Aquisição de materiais-15 dias

C- Fabricação das peças- 8 dias

D- Montagem final- 4 dias

E- Controlo de qualidade- 2 dias

Em relação ao exemplo anterior pode-se afirmar que no vigésimo segundo dia

estava terminada a fase do planeamento, e a fase de aquisição de materiais,

iniciando-se a fase de fase de fabricação.

O gráfico Gantt permite ainda, durante a fase de execução, a comparação entre

o previsto e o realizado, pois permite conhecer as tarefas que estão atrasadas

ou adiantadas, em relação ao que estava previsto.

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1.3.2. MODELO PERT

O método PERT2 (Program Evaluation and Review Technique - Avaliação do

Programa e Técnica de Revisão), muitas vezes acompanhado do CPM ( Critical

Path Method - Método do Caminho Crítico), é uma técnica que permite gerir o

calendário de um projecto. A sua representação gráfica é como uma rede de

tarefas cujo encadeamento permite alcançar os objectivos definidos no

projecto.

Actualmente, são vários os projectos podem utilizar PERT/CPM, como é o caso,

por exemplo, de:

 Construção de uma planta;

 Pesquisa e desenvolvimento de um produto;

 Produção de filmes;

 Construção de navios;

 Instalação de um sistema de informações;

 Condução de campanhas publicitárias, entre outras.

O modelo de PERT pressupõe os seguintes pré-requisitos para a sua

utilização:

• Repartição do projecto a ser elaborado em tarefas independentes.

• Determinação de uma ordem sequencial para cada tarefa.

• Estimativa do tempo necessário para cada tarefa.

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EXERCÍCIO

E empresa “A contabilística Lda.”, deseja instalar um no software de

contabilidade para a gestão dos seus fornecedores, pelo que estabeleceu o

seguinte plano de actividades.

Tempo de Tarefa

Tarefas execução precedente

A- Planificação do sistema 6 ___

B- Elaboração do plano de custos 8 A

C- Instalação do sistema 4 A

D-Estabelecimento do circuito de

documentação 5 B

E- Formação de quadros 7 C

F- Arranque do sistema 2 D, E

Pretende-se que:

a) Elabore o gráfico de PERT, para esta construção.

b) Enumere as actividades consideradas críticas e as não críticas.

c) Determine a duração do caminho crítico

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ESCLARECIMENTOS

 As setas representam as actividades a serem executadas;

 O fim de uma actividade está representado por um círculo e recebe o

nome de evento;

 Observam-se arranjos diferentes de actividades e eventos, pois, por

vezes, uma actividade não pode ser iniciada, sem que a anterior termine;

outras vezes, diversas setas partem do mesmo evento, porque decorrentes

podem efectuar-se em simultâneo.

 Caminho Crítico é o tempo mínimo necessário para a execução do

projecto. O caminho crítico é obtido quando se percorrer o percurso mais

longo através da rede.

 Comprimento do caminho crítico é o que se obtém pela soma dos

tempos individuais que vão ligando os círculos ao longo do caminho crítico.

 Tarefas Críticas são as que se encontram ao longo do caminho crítico.

 Tarefas não críticas são aquelas que embora fazendo parte do

projecto, não se encontram no caminho crítico.

Assim, o caminho crítico representado no diagrama sagital atrás referido é

de 21 dias e é constituído pelas tarefas críticas A, B, C, D, F.

As tarefas não críticas neste modelo são C e E, uma vez que uns atrasos de 2

dias na sua execução não vão prejudicar o projecto.

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EM RESUMO:

Ao longo deste capítulo estudámos uma das actividades mais difíceis e

complexas da Gestão Empresarial- o planeamento. Sabe-se que engloba um

conjunto de actividades efetuadas no dia-a-dia de uma empresa, pelo que a

instabilidade é uma constante; assim, existe uma rápida necessidade de

adaptação às novas situações.

Os clientes alteram os pedidos, os stocks modificam-se diariamente, a

competitividade é cada vez mais feroz e os equipamentos evoluem

rapidamente. Assim, torna-se necessário que o planeamento seja

pormenorizado.

Nota-se ainda que um planeamento a curto prazo aliado a uma série

avaliação das operações é uma questão fulcral na Gestão Empresarial.

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PROPOSTA DE TRABALHO

1. Comente as seguintes afirmações:

a) O planeamento é um processo permanente e contínuo.

b) O planeamento é sistemático.

c) O planeamento é uma técnica de mudança e inovação.

2. Na construção de um armazém estão previstas dez actividades com

as seguintes prioridades e tempos de execução:

Actividade Actividade antecedente Duração (dias)

L _________ 30

M L 60

N L 40

O M 20

P M 15

Q N 90

R N 28

S O 110

T P, Q 100

U R 45

V T, U, S 18

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Pretende-se que:

a) Elabore o gráfico de rede de PERT, para esta construção.

b) Enumere as actividades consideradas críticas e não críticas.

c) Determine a duração do caminho crítico.

d) Determine a margem de execução das actividades O, Q e U.

e) Se a actividade M tivesse um tempo de execução de 90 dias, que

alteração sofria e qual seria a data de conclusão da obra?

3. Para a execução de uma mobília foi construída a seguinte tabela de

actividades:

Actividades M N O P Q R S T U

Precedência ____ M M N N 0 Q, R P S, T

Duração 5 7 3 2 9 5 7 11 3

Pedidos:

a. Contrua o gráfico de Gantt e em seguida faça uma análise da situação

dos trabalhos sabendo que se encontra integralmente executadas as

tarefas M, N, O e P, que se encontram executadas a 50% as tarefas Q,

R e T e ainda não iniciadas as tarefas S e U.

b. Construa o gráfico de rede PERT.

c. Indique as actividades consideradas críticas.

d. Calcule a duração do caminho crítico

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e. Calcule a margem das actividades não críticas e explique o seu

significado.

4. Considere um projecto relativamente ao qual são conhecidos os

elementos que figuram na tabela abaixo:

Actividade E F G H I J L M N

Actividades Precedentes ____ E E G F, H G I, J G L, M

Duração (dias)

Optimista 1 8 1

Mais Provável 4 10 2

Pessimista 13 12 9

Estimativa ? 12 5 10 ? ? 5 7 2

Pedidos:

a. Construa o gráfico de rede PERT.

b. Determine o caminho crítico, bem como a sua duração.

c. Calcule a margem livre das actividades F, H, I e M e explique o seu

significado.

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CAPÍTULO #2: ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL

Toda a empresa deve ser uma estrutura organizacional. Enquanto nas

grandes organizações as estruturas são por vezes, pesadas e com vários

níveis de responsabilidade, nas pequenas empresas estas estruturas são

mais leves, atingindo-se o princípio de uma pessoa, uma função, um nível de

responsabilidade.

As estruturas organizacionais devem ser flexíveis e a organização deve ter a

capacidade de adaptação às realidades do mercado que se encontra em

constante mutação. As áreas de acção não se podem sobrepor, evitando

assim responsabilidades indefinidas. Desta forma. Torna-se fundamental

saber, todo o momento e de forma clara, quem se ocupa de quê, qual a

responsabilidade assumida por cada um, quem dá as ordens e a quem se

deve prestar contas.

A organização também deve possuir critérios de avaliação do desempenho

dos colaboradores. Estes critérios devem ter em conta quer aspectos

quantitativos como por exemplos o ritmo de produção e critérios

qualitativos como a qualidade do trabalho realizado com os restantes, bem

como a sua integração na cultura organizativa.

A segunda função empresarial constante do ciclo administrativo consiste na

organização empresarial.

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Planeamento

Controlo e
Organização
avaliação

Direcção

Deve ainda ter-se em atenção que não existem duas empresas com a mesma

organização, pois tanto os recursos a forma de se relacionarem são

diferentes e variam de empresa para empresa.

Na organização empresarial, são de considerar quatro componentes

essenciais:

Pessoas - cada pessoa é responsável por uma parte específica do trabalho

global a realizar na empresa.

Trabalho - consequência directa da divisão das actividades desenvolvidas na

empresa o que conduz à especialização.

Órgão - agrupamentos de pessoas que desempenham actividades com

características similares ou perseguem objectivos semelhantes.

Relações - envolvendo as ligações entre:

 Pessoas com o seu trabalho;

 Pessoas de um departamento com outras de outro departamento

da empresa;

 Pessoas de empresa com outras fora da empresa.


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Estrutura: modo como são combinados e relacionados, quer de forma

horizontal quer forma vertical, os recursos que a empresa tem ao seu dispor.

O conceito apresentado não é estático mas sim dinâmico, pois o gestor com

os recursos de que dispõe deve ser capaz de os adaptar permanentemente

às políticas definidas para a empresa.

SÓ COM UMA CORRECTA ORGANIZAÇÃO É POSSÍVEL:

 Tornar claras a autoridade e a responsabilidade das pessoas que

trabalham na empresa;

 Estabelecer comunicação sem ruídos dentro da empresa;

 Possibilitar tomadas de decisão correctas, adequadas e

atempadas;

 Conhecer os destinatários das actividades atribuídas;

 Efectuar um correcto controlo na empresa.

2.1. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Organização: é a função empresarial que relaciona, de forma harmoniosa e

coerente, os recursos humanos, materiais e financeiros colocados à

disposição da empresa, de modo a se atingirem os objectivos que foram

previamente fixados.

A organização empresarial é visualizada numa estrutura.

25
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Para a edificação de uma estrutura empresarial há que:

 Definir actividades gerais que a empresa irá desenvolver, tendo em

atenção os objectivos pré-definidos;

 Fazer um regulamento interno com as normas fundamentais a

aplicar na empresa;

 Desdobrar as actividades gerais, de modo a hierarquizar todas as

tarefas a desenvolver na empresa;

 Criar a estrutura ideal para o correcto funcionamento da empresa;

 Descrever os direitos, responsabilidades e qualidades exigidas

para cada tarefa ou conjunto de tarefas;

 Preencher as funções quer com as pessoas existentes na empresa

quer recrutando-as no exterior, tendo em conta que o ideal será

colocar a pessoa certa no lugar certo.

2.2. A HIERARQUIZAÇÃO E A DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Constate-se que é impossível uma só pessoa abarcar todas as actividades no

seio de uma empresa, daí que seja necessário delegar autoridade nos seus

subordinados. Mas ao confiar-lhes a execução de determinadas tarefas,

exige-lhes, simultâneo, a responsabilidade pela sua execução.

Há empresas onde existe mais delegação de autoridade do que outras, pelo

que se podem considerar vários tipos de estrutura.

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Coordenação de OGI do IMPN

Uma estrutura pode ser visualizada do ponto de vista vertical ou horizontal,

daqui resulta que existe hierarquização ou departamentalização.

Hierarquização: a empresa é visualizada no seu aspecto vertical, envolvendo

a definição da cadeia de comando do número de níveis hierárquicos e das

respectivas autoridade e responsabilidade.

Departamentalização: a empresa é visualizada no seu aspecto horizontal,

explicando o fluxo de relações, ao mesmo nível hierárquico.

A VISUALIZAÇÃO DESTAS ESTRUTURAS É FEITA ATRAVÉS DE

FLUXOGRAMAS OU ORGANIGRAMAS.

a) Fluxogramas

Fluxogramas- gráficos que representam o fluxo ou sequência de

procedimentos e rotinas.

Estes gráficos descritivos e dinâmicos indicam o desenvolvimento do

processo, as entidades envolvidas e os responsáveis pela execução das

tarefas. Permitem também a visualização do processo e a averiguação das

actividades desnecessárias, que caso existam, poderão ser abreviadas,

canceladas ou substituídas por outras mais relevantes.

Podem ser representados vertical ou horizontalmente recorrendo-se para

melhor visualização, a símbolos ou convecções, sendo os mais vulgares os

seguintes:

27
Coordenação de OGI do IMPN

- Execução de uma operação

Contrato

Transporte

Inspecção, verificação ou controlo de qualidade ou quantidade

Recebimento

Armazenamento

Autorização

Exemplo:

Fluxograma simplificado de aquisição de um bem pelo departamento de

compras.

28
Coordenação de OGI do IMPN

Actividade Chefe do Fornecedor Conferente Apontador

departamento

Recebimento do

pedido da secção

necessitada

Escolha do

fornecedor

Autorização de

compra

Nota de

encomenda

Recebimento da

mercadoria

Conferência da

mercadoria

b) Organigrama

Organigrama: gráficos estáticos, constituídos por rectângulo, quadros ou

círculos, ligados entre si por linhas horizontais ou verticais.

Todos os organigramas devem permitir visualizar de forma clara:

29
Coordenação de OGI do IMPN

 A estrutura hierárquica da empresa;

 Aos órgãos que compõem a estrutura empresarial;

 Por vezes, o nome das pessoas que chefiam esses órgãos.

Como cada empresa é um caso, não existe esse tipo de estrutura que se

adapte a todas as empresas. Assim, a estrutura deve ser elaborada em função

dos seus objectivos, do seu tamanho, da natureza dos produtos que fabrica,

dos serviços que presta e das pessoas que lá trabalham. No entanto, pode-

se afirmar que em todas as empresas existem três níveis hierárquicos

básicos.

NÍVEL DE
DECISÃO

NÍVEL DE GESTÃO

NÍVEL DE EXECUÇÃO

De seguida, referem-se os tipos de estrutura hierárquica.

2.3. ESTRUTURA LINEAR OU EM LINHA DIRECTA

Trata-se da forma mais antiga e também da mais simples de representar uma

estrutura empresarial. Neste tipo de estrutura forma-se uma corrente de

autoridade e de responsabilidade que circula em linha vertical, desde o topo


30
Coordenação de OGI do IMPN

até à base de estrutura. Cada chefe de departamento depende de um

superior de quem recebe todas as ordens, que deverá transmitir aos seus

subordinados.

Cada chefe sendo responsável por todas as situações do seu departamento,

deverá estar pronto a tratar de problemas de ordem técnica, disciplinar,

administrativa, previsional e contabilística que nele surjam.

Vantagens apontadas a este de estrutura:

 Unidade de comando;

 Responsabilidades bem definidas;

 Rapidez nas decisões;

 A disciplina interna fácil de manter;

 Facilidade de comunicação.

Inconvenientes apontados a este tipo de estrutura:

 Atribuições excessivas aos quadros médios e superiores da

empresa, o que conduz a que gastem muito tempo com

particularidades, desviando-se dos problemas fundamentais de

planificação e dos objectivos gerais da empresa, dificultando a

inovação e a adaptação da empresa a novas situações.

 Dificuldades de colaboração entre os diferentes responsáveis do

mesmo nível hierárquico, pelo que é difícil trabalhar em espírito de

unidade.

31
Coordenação de OGI do IMPN

 Conduz à autocracia provocando uma disciplina rígida e

dificultando a cooperação e a iniciativa pessoal.

Director geral

Director de Director de
Director de vendas Director financeiro
aprovisionamennto recursos humanos

2.3.1. ESTRUTUIRA FUNCIONAL

Ao contrário da estrutura linear, é caracterizado pela especialização de

comandos e não pela unidade de comando. Há especialistas que

concentram os seus esforços numa determinada área de actividades, isto é,

indivíduos com elevada competência em domínio bem delimitados. Assim,

cada função é entregue a um especialista que tem autoridade e controlo

sobre a sua função particular.

A função do director geral é a de coordenação do trabalho dos especialistas,

cabendo a estes conduzir as diferentes actividades da empresa.

Argumentos a favor deste tipo de estrutura:

 A especialização, centrada em pessoa com conhecimentos

adequados para o lugar a preencher;

 Existe separação clara entre trabalho intelectual e trabalho manual


32
Coordenação de OGI do IMPN

 Permite a comunicação directa entre elementos especialistas e de

níveis hierárquicos inferiores, o que evita que a mensagem

transmitida sofra distorções.

Argumentos contra:

 Não existe unidade de comando, o que faz com que o trabalhador

possa receber, em simultâneo, ordens e instruções de vários

chefes;

 É difícil determinar a extensão da autoridade e da responsabilidade

de cada indivíduo;

 É difícil determinar entre elementos do mesmo nível hierárquico

pode gerar tensões e conflitos.

Director geral

Director de Director de
Director de vendas Director financeiro
aprovisionamennto recursos humanos

trabalhadores trabalhadores trabalhadores trabalhadores

2.3.2. ESTRUTURA “LINE AND STAFF”

Esta estrutura procura combinar as melhores características das estruturas

lineares e funcionais. Baseia-se na estrutura em linha, mas recorre a serviços

especializados que servem de apoio aos chefes, podendo situar-se a

33
Coordenação de OGI do IMPN

qualquer nível hierárquico. Cada chefe dispõe, assim, de um conjunto de

conselheiros que não possuem autoridade directa sobre os trabalhadores e

a que se dá o nome de “staff”.

Cada chefe não tendo tempo nem conhecimentos técnicos para resolver

todos os problemas apoia-se em conselheiros, ou seja, em especialistas em

diversos ramos do saber.

Vantagens apontadas a este tipo de estrutura:

 Consegue-se junção da assessoria especializada como princípio da

autoridade única;

 Faz a distinção entre as tarefas de planeamento e as de gestão e

execução.

Desvantagens deste tipo de estrutura:

 Possibilidade de conflito entre a assessoria e os demais órgãos.

Director geral

Advogado,
consultor, finanças,
etc.

Director de Director de recursos


Director de vendas Director financeiro
aprovisionamento humanos

34
Coordenação de OGI do IMPN

2.4. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Sempre que se verifica a necessidade de efectuar uma especialização por

actividades, tendo em vista a melhoria da qualidade e da eficiência dentro

do mesmo nível hierárquico, ocorre a especialização horizontal, ou seja, a

departamentalização.

Quer a especialização vertical que a horizontal, constituem formas de divisão

do trabalho, mas enquanto pela especialização vertical se evidencia a divisão

do trabalho em termos de autoridade e responsabilidade, na especialização

horizontal a divisão do trabalho permite a criação de departamentos em que

as tarefas desempenhadas apresentam carácter de homogeneidade.

Os casos mais típicos de departamentalização são:

a) Departamentalização por produtos

A empresa é dividida de acordo com os produtos, os projectos ou programas

que desenvolve. Este tipo de estrutura possibilita:

 Que a responsabilidade de cada departamentalização seja avaliada

pelo sucesso ou insucesso de cada bem produzido;

 Que a preocupação básica esteja centrada no produto, permitindo a

análise a cooperação entre especialistas;

 A inovação tendo em vista a obtenção do sucesso face a produtos

similares.

No entanto, a departamentalização por produtos pode:

35
Coordenação de OGI do IMPN

 Gerar a especialização excessiva, na medida em que criar grupos de

trabalho virados para produtos particulares;

 Criar inseguranças nos trabalhadores, pois o insucesso do produto

poderá significar o desemprego.

Director geral

Director Director Director


produto A produto B produto C

b) Departamentalização territorial

Nas empresas que utilizam este tipo de estrutura, as actividades estão

agrupadas de acordo com o local onde a empresa desenvolve o seu trabalho

ou com a área em que a empresa exerce a sua influência.

A departamentalização territorial permite a supervisão local e

descentralizada, pelo que as empresas comerciais de distribuição acham

este tipo de estrutura bastante atraente.

Director geral

Director Região Director Região Director Região


norte centro sul

36
Coordenação de OGI do IMPN

PROPOSTA DE TRABALHO

1- A origem das funções na empresa.

Quando uma empresa é de dimensão muito pequena, o respectivo chefe

desempenha todas as operações como a compra, a venda e produção,

resolve os problemas financeiros, contrata pessoal, etc. à medida que a

empresa se vai desenvolvendo, aumenta a carga de trabalho do respectivo

chefe e este vê-se obrigado a confiar algumas das suas actividades a

colaboradores, que, em princípios, as executarão em melhores condições.

Um exemplo muito simples permite uma melhor compreensão da forma

como o empresário, mercê do aumento da carga de trabalho, vai delegando

nos seus colaboradores as várias funções empresárias.

Suponhamos uma empresa artesanal- uma alfaiataria. A princípio, o alfaiate

confecciona fatos para determinados clientes com ajuda de um certo

número de costureiros. É ele que compra as fazendas, os forros, os botões e

as linhas; talha os fatos, dirige as empregadas na sua coinfecção, e prova aos

clientes. O negócio começa a correr bem e ele tem que contratar mais

costureiras e um chefe de costureiras para dirigir e controlar o trabalho das

suas subordinadas. Passado algum tempo sente novamente a necessidade

de mais pessoal para dar vazão às encomendas que tem. Contrata mais

costureiras, duas chefes e empregados para cortar, orientados por um novo

chefe, contrata um director que dirige os chefes do corte e das costureiras e

surge assim individualizada a função técnica de produção mais o nosso

37
Coordenação de OGI do IMPN

alfaiate continua a comprar as fazendas, os forros, os botões e as linhas, a

vender os fatos, a contabilizar as entradas e saídas de dinheiro a fazer

pagamento aos operários e a contratar o pessoal.

O negócio continua a prosperar e o nosso homem pensa na hipótese de

contratar um contabilista, daí a algum tempo ao outro, e assim

sucessivamente, até que pensa que o melhor é entregar a parte da

contabilidade e financeira (entrada de dinheiro através das vendas e saídas

com as compras, salários, rendas, impostos, etc..) a um outro colaborador

que contrata para este fim que será director financeiro, surgindo assim a

função financeira e contabilística. Porém, o alfaiate continua a fazer as

compras das fazendas, das linhas, dos botões e dos forros, a fazer as vendas

e a contratar pessoal.

Como a empresa contínua acrescer ele já não consegue dominar o mercado,

parece-lhe que será conveniente arranjar quem lhe faça as vendas, pois não

será possível encontrar quem o faça com eficiência se não for interessado

nos resultados. Contrata vendedores com o chefe e como vê a necessidade

do estudo do mercado, da criação de novos produtos, etc., resolve entregar

essa função a um novo director surgindo assim a função venda ou

comercial.

No entanto, continua a comprar e a contratar pessoal. É-lhe difícil delegar

estas funções, pois o próprio compra sempre melhor e ao contratar o pessoal

dá uma certa preponderância ou poder ao indivíduo.

38
Coordenação de OGI do IMPN

A empresa a prosperar; tem um mercado vastíssimo de actuação e o

empresário tem forçosamente de delegar a função compra, mas mantem a

do pessoal, visto que não quer perder o domínio sobre o elemento humano

que trabalha na sua empresa. A certa altura, os problemas que surgem com

o pessoal, são de natureza tão complexa (previsão da necessidade de mais

mão-de-obra, recrutamento do pessoal, a sua selecção, a aprendizagem,

formação e aperfeiçoamento, remunerações, apreciação do pessoal,

promoção e transferências, etc.), que o nosso homem não tem outro

remédio se não contratar um chefe de pessoal e, mais tarde, tornar essa

função autónoma com a criação do lugar do director de pessoal (recursos

humanos).

E qual a função do nosso empresário? Certamente que a de supervisor, de

director geral, coordenando a actividade de todos os directores

encarregados da produção, finanças, vendas, compras e pessoal.

Pedidos:

a) Dê uma noção de “organização” e de “função”.

b) Porquê sentiu o empresário sentiu necessidade de transformar o seu

processo organizativo?

c) O que entendes por organigrama?

d) Construa um organigrama para esta empresa, no seu estado final.

e) Analise o tipo de estrutura obtido.

39
Coordenação de OGI do IMPN

2- A sociedade de “Sabonetes S.A.” produz sabonetes obtendo massa

de sabão e glicerina. Compra olhos gordos e sodas cáusticas, mistura-os em

cubas aquecidas, obtendo massa de sabão e glicerina. Esta é, de seguida,

vendida e a massa de sabão é seca dando lugar a sabão em palhetas. A este

junta-se perfume e, após moldagem desta mistura, resultam sabonetes que,

de seguida são adicionados e embalados.

Para conseguir realizar este processo produtivo a empresa possui:

 Um armazém de matérias-primas;

 Um armazém de produtos acabados;

 Um serviço administrativo;

 Um serviço de aprovisionamento;

 Um armazém de perfumes.

Pedido: elabore um organigrama que sirva de base à estrutura empresarial

desta sociedade.

1. A “Cerâmica do Norte, Lda.”, é uma empresa que se dedica à produção

de azulejos, lisos e decorados, de igual dimensão. Dispões de uma

unidade industrial no norte do país onde se encontram também os

restantes serviços da empresa. Os órgãos que asseguram o desempenho

das diferentes funções estão escalonados por níveis hierárquicos, que são

os seguintes:

40
Coordenação de OGI do IMPN

Direcção de aprovisionamento

Direcção de produção

Direcção comercial

Direcção administrativa e financeira.

Pedido: Elabore um organigrama que sirva de base à estrutura

empresarial, desta sociedade.

2. Trabalho em grupo

Construam o organigrama de funcionamento da escola. Após a sua

elaboração deverão proceder à sua análise identificando o tipo de

estrutura adoptado.

UNIDADE # 3- O APROVISIONAMENTO

3.1. A ORGANIZAÇÃO DAS COMPRAS

Aprovisionamento - conjunto de actividades que têm por finalidade o

abastecimento, em tempo oportuno, de todos os bens e serviços necessários

ao funcionamento regular da empresa, na qualidade desejada, sempre ao

menor custo possível.

Desta definição de aprovisionamento ressaltam, desde logo. Os seguintes

aspectos:

41
Coordenação de OGI do IMPN

 Determinação da quantidade de bens e serviços a adquirir, o que é

consequência:

 Da frequência com que se utilizam os bens e serviços;

 Do tempo que decorre entre a formulação de uma encomenda e a

entrega dos bens nos armazéns da empresa;

 Da necessidade que existe em manter ou não determinada

quantidade de stocks elevados;

 Da previsão de vendas a curto e médio prazo.

 Quantidade dos bens a adquirir que deve ajustar-se perfeitamente

aos requisitos preestabelecidos pelos serviços da empresa, tendo em

atenção que os bens a adquirir devem ser de boa qualidade, sendo,

no entanto, exagero a empresa abastecer-se com bens de qualidade

superior à necessária.

 Prazos de entrega - é fundamental saber se o fornecedor tem

capacidade para fornecer os bens no prazo acordado. O não

cumprimento dos prazos pode não só provocar paragens no

funcionamento da empresa como também denegrir a sua imagem

perante terceiros;

 Preço - ter em atenção que preço baixo significa, em geral, baixa

qualidade mas preços elevados não são garantia de qualidade.

42
Coordenação de OGI do IMPN

 Data de aquisição - é fundamental para evitar que a empresa fique

com stocks demasiadamente elevados, ou esgote os stocks.

Em resumo, uma correcta gestão do aprovisionamento deve evitar:

 Investimentos desnecessários em bens;

 Ruptura de stocks;

 Grandes locais de armazenagem que provocam custos

elevados de manutenção;

 Pessoal desnecessário para fazer a gestão dos stocks;

 Elevados custos administrativos.

A função de aprovisionamento abrange, fundamentalmente, as

seguintes áreas de actividade:

 As compras – o serviço de compras procura de forma contínua e

dinâmica obter, quer no mercado interno quer no mercado externo,

bens nas melhores condições possíveis.

 O armazenamento – abrange as actividades físicas e administrativas

tendo em vista não só minimizar a possibilidade de deterioração,

acidente e roubo dos bens também racionalizar a sua movimentação.

 A gestão dos stocks – tem em vista a manutenção das existências de

modo a manter o abastecimento regular da empresa ao menor custo

em condições óptimas.

 Os transportes – têm como finalidade a movimentação rápida. Segura e

económica de todos os bens necessários ao abastecimento da empresa.

43
Coordenação de OGI do IMPN

FUNÇÕES DO DEPARTAMENTO DE COMPRAS

Toda a empresa que ultrapasse uma determinada dimensão possui um

serviço de compras autónomo onde centraliza todas as actividades relativas

ao processamento das compras e que é responsável pela aquisição de bens

de equipamento, existências e serviços.

A existência de um departamento de compras é fundamental, pois permite:

 Contactar o mercado abastecedor de uma maneira exaustiva;

 Que as encomendas sejam feitas no momento mais oportuno;

 Assistir a feiras a reuniões de natureza comercial;

 Acompanhar as flutuações dos preços dos bens;

 Visitar as instalações das empresas fornecedoras.

ETAPAS DE REALIZAÇÃO DE UMA COMPRA

1ª- CONSTATAÇÃO DA NECESSIDADE DE COMPRA

Constatada a necessidade de comprar bens em qualquer departamento da

empresa, este deverá emitir uma requisição de materiais assinados pelo

chefe do departamento, especificando a quantidade e qualidade dos bens a

adquirir.

A aquisição é emitida pelo menos em duplicado, seguindo o original para o

serviço de compras e ficando o duplicado na posse do departamento

44
Coordenação de OGI do IMPN

requisitante para que possam comprovar se o material que pedira é igual ao

que irão receber.

2ª- PESQUISA DO FORNECEDOR

O serviço de compras deve possuir:

 Um ficheiro por bens anteriormente comprados, devendo cada ficha

resumir o historial das compras anteriores;

 Um ficheiro de fornecedores, com a indicação da morada, número de

telefone, fax, endereço eletrónico, nome das pessoas a contactar, lista

de artigos que fornece, prazos de entrega, condições de venda,

qualidade dos seus bens;

 Catálogos, lista de preços e outras informações dos fornecedores.

3ª- ESCOLHA DO FORNECEDOR E EFECTIVAÇÃO DO PEDIDO

Uma vez escolhido o fornecedor, a empresa compradora deverá formalizar,

por escrito, a encomenda num documento chamado Nota de encomenda.

A nota de encomenda deve ser emitida em quadruplicado:

 O original é enviado à empresa fornecedora;

 1 Cópia para os serviços de recepção, para que esta possa ser

confrontada com a Guia de remessa quando esta chegar;

 2 Cópia permanece no próprio serviço de compras

 3 Cópia para os serviços de contabilidade.

45
Coordenação de OGI do IMPN

4ª- A RECEPÇÃO E CONTROLO DOS BENS

Os departamentos que nas empresas se encarregam da recepção e controlo

dos bens entregues são:

 O departamento de recepção – recebe e compara os bens chegados

com os registos constantes da Guia de remessa e da Nota de

encomenda. As anormalidades verificadas deverão ser comunicadas

ao serviço de compras.

 O departamento de compras – recebe a guia de remessa dos serviços

de recepção, junta-se com a Nota de encomenda até à chegada da

Factura. A Factura, é conferida pelo serviço de compras e procede ao

pagamento da importância em dívida, e efectua o seu registo.

 O departamento de contabilidade – tem por missão o controlo da

factura para posterior pagamento do valor em dívida.

Departamento
requisitante

Secção de Armazém de
Contabilidade compras
compras

5 4

Fornecedor

6 2 3

46
Coordenação de OGI do IMPN

Legenda:

1 Requisição 4 Recepção

e conferência

2 Encomenda 5 Registo da

factura

3 Remessa de bens 6 Pagamento

da factura

3.2. A GESTÃO DOS STOCKS

3.2.1. A GESTÃO MATERIAL DE STOCKS

A gestão de stocks de uma empresa pode ser analisada segundo três

ópticas:

 A gestão material;

 A gestão administrativa;

 A gestão económica.

A gestão material de stock é constituída por um conjunto de tarefas que têm

em vista:

 Possibilitar que a recepção, conferência, arrumação e expedição dos

bens se faça nas melhores condições;

 Permitir um fácil acesso e movimentação dos bens em armazém;

 Evitar roubos e quebras com os bens armazenados;

47
Coordenação de OGI do IMPN

 Dispor os bens de maneira a evitar acidentes com os trabalhadores;

 Planificar os espaços de modo a que a armazenagem dos bens se faça

de forma mais económica.

Assim, para que exista uma eficaz gestão são necessários armazéns que

devem:

 Estar localizados próximo dos locais se recebimento dos bens;

 Estar situados próximo dos departamentos que servem;

 Permitir um fácil acesso aos bens armazenados;

 Estar construídos e equipados, de tal maneira que os bens

armazenados estejam protegidos de incêndios, roubos e

deteriorações.

Deve ainda ter-se em conta que o lugar onde os bens são guardados deve

estar preparado para que:

 Os bens mais pesados sejam sempre colocados em lugares baixos,

para se evitar que sejam erguidos;

 Os locais de armazenamento sejam convenientemente explicitados,

de preferência num diagrama, para que os bens sejam facilmente

localizáveis;

 Os stocks mais antigos estejam arrumados à frente dos mais recentes,

de forma a poderem ser primeiramente utilizados;

48
Coordenação de OGI do IMPN

 As vias de circulação no interior do armazém sejam de tal modo

amplas que as pessoas, os bens e os veículos transportadores circulem

em segurança;

 Se minimizem os percursos, para se evitarem custos de circulação

desnecessários.

Deve-se ainda ter-se em conta que:

 O equipamento para movimentação e arrumação dos bens deve ser

adequado;

 O pessoal que movimenta os bens e os equipamentos deve possuir

formação especializada;

 Deve existir uma correcta planificação dos prazos de encomenda aos

fornecedores.

Stock - matéria, produto ou mercadoria que se encontra armazenado

na empresa à espera de uma utilização futura.

3.2.2. GESTÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

A gestão administrativa dos stocks tem como objectivos:

 Registar as quantidades de bens entrados nos armazéns da empresa;

 Registar as quantidades de bens saídos dos armazéns da empresa;

 Conhecer as quantidades existentes de cada um dos bens nos

armazéns da empresa.

49
Coordenação de OGI do IMPN

O tratamento administrativo dos stocks envolve o seguinte suporte

documental

a) Guia de entrada

Estabelecimento de um registo de entradas se existências com base nas

requisições dos serviços ou da secção das vendas e que deve conter entre

outros, os seguintes dados:

GUIA DE ENTRADA

Encomenda n°--------------- Guia de entrada n°----------------------

Completa Data-----/-------/--------

Não completa

Código Designação Quantidade Existência

Recebida Aceite

Recepção Armazém Gestão de Compras Contabilidade

qualitativa Stocks

rúbrica Rúbrica
Rúbrica Rúbrica Rúbrica

-----/-----/----- ----/-----/--
-----/----/-- ----/---/- ----/----/----

----
-- --

50
Coordenação de OGI do IMPN

b) Guia de saída

É preenchida com base na guia de saída do fornecedor, podendo apresentar

os seguintes dados:

GUIA DE SAÍDA

Encomenda n°--------------- Guia de entrada n°----------------------

Completa Data-----/-------/--------

Não completa

Código Designação Quantidade Existência

Recebida Aceite

Recepção Armazém Gestão de Compras Contabilidade

qualitativa Stocks

Rúbrica Rúbrica
Rúbrica Rúbrica Rúbrica

-----/-----/----- ----/-----/--
-----/----/-- ----/---/- ----/----/----

----
-- --

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Coordenação de OGI do IMPN

c) Fichas de armazém

Escrituradas, em quantidade, de acordo com as diferentes espécies de bens

existentes em armazém.

FICHA DE ARMAZÉM

Artigo: Critério:-

------------------

Dat Descriç Entrada Saída Existência

a ão

Qua P. Impo Qua P. Impo Qua P. Impo

nt. U rt. nt. U rt. nt. U rt.

O circuito administrativo da gestão de stocks pode ser esquematizado do

seguinte modo:

52
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Guia de remessa Registo de entradas

Ficha de stock

Registo de saídas
Requisições

3.2.3. A GESTÃO ECONÓMICA DE STOCK

Sem dúvida que uma das tarefas básicas de toda a direcção empresarial é a

de ter de decidir a todo o momento como investir uma vez que os recursos

são escassos.

Assim, e o que respeita à gestão de stocks, a empresa deve ter o cuidado de

não ter stocks em excesso, que são onerosos nem deve existir ruptura de

stocks que podem conduzir à paralisação da empresa.

Deste modo, possuir níveis óptimos de stocks significa que se deve actuar:

 Sobre a saída de stocks - é uma tarefa difícil, uma vez que os

consumos são aleatórios, pois estão condicionados pelos gostos e

necessidades dos consumidores;

 Sobre a entrada de stocks - tarefa mais consistente, pois a empresa

poderá prever não só o volume de cada encomenda, mas também a

cadências das entregas.

A gestão económica do stock - actividade que tem como objectivo

racionalizar o tratamento dos stocks de modo a que seja mínimo o custo

53
Coordenação de OGI do IMPN

de aquisição e manutenção e máxima a rentabilidade obtida com o seu

uso.

Em resumo, as principais preocupações de um serviço de gestão de

stocks incidem sobre:

 A vigilância do nível de stocks;

 O momento de renovação de stocks.

Para se efectuar uma correcta gestão económica dos stocks há que ter

em conta:

 A previsão dos consumos;

 Os prazos de abastecimento;

 O nível de preços;

 O custo de efectivação de cada encomenda;

 O custo de transporte;

 O custo em armazém.

Lote económico: quantidade de cada bem a comprar ao menor custo total

e no momento oportuno.

Custo em armazém: valor líquido da factura + despesas de transporte +

despesas de efectivação da encomenda + custo de posse do stock.

Para se determinar o momento de aquisição e a quantidade a encomendar

em cada encomenda há que calcular o lote económico. A sua determinação

54
Coordenação de OGI do IMPN

é baseada em previsões quer das quantidades a utilizar nos últimos períodos

quer dos custos dos artigos em armazém.

O valor da factura é o que consta do documento de liquidação que é a

factura.

As despesas de transporte são as que a empresa tem de suportar para ter os

bens nos seus armazéns.

As despesas de efectivação da encomenda abrangem todas as despesas a

suportar pela empresa, quando para renovar o seu stock tem de efectivar

uma nova encomenda. Entre estas despesas há a considerar:

 O custo de funcionamento do departamento de compras;

 O custo com a recepção, ensaios e análises dos bens adquiridos;

 As despesas com os serviços de contabilidade;

 Os custos com a documentação a emitir.

Os custos de posse do stock abrangem:

 O aluguer ou amortização de recintos para a colocação dos bens;

 Os juros dos capitais investidos em stocks;

 O seguro com o transporte e acomodação dos bens adquiridos;

 As despesas com o manuseamento dos bens adquiridos;

 As despesas com a conservação de stocks;

 Os custos resultantes de deterioração e roubos.

55
Coordenação de OGI do IMPN

As despesas de efectivação de encomenda mantêm-se praticamente

inalteráveis, podendo mesmo afirmar-se que as mesmas decrescem quando

as quantidades adquiridos aumentam.

As despesas com a posse do stock são, na sua maioria, crescente em relação

às quantidades possuídas em armazém.

De notar que quanto menor for o número dos bens adquiridos por

encomenda, num período, mais encomendas a empresa fará. Tal facto tem

como consequência que as despesas de efectivação das encomendas

aumentem, diminuindo custo de posse do stock.

Pelo contrário, um stock elevado, renovado apenas em períodos longos,

conduz a uma diminuição das despesas de efectivação das encomendas,

mas implica um aumento do custo de posse do stock.

O quadro seguinte apresenta as curvas do custo de posse e das despesas de

efectivação.

A despesa de efectivação das encomendas diminui quando a quantidade

encomendada aumentou, e o custo de posse do stock aumentou, quando a

quantidade encomendada aumentou. Mas em que momento é que a

empresa deve proceder à renovação dos stocks?

Suponhamos que a empresa possui, em 1/11/20nn, um stock de 600

unidades do artigo A e que se consomem normalmente em média por mês

150 unidades deste artigo.

56
Coordenação de OGI do IMPN

Como em 30/4 o stock deste artigo estará esgotado, dando-se a ruptura de

stock, a empresa deverá reconstituir o seu stock antes do final de 30/4 para

evitar que o stock fique nulo com todas as consequências negativas que daí

advêm.

Vamos supor que a empresa repõe sempre os seus stocks para o nível

anterior um mês antes dos mesmos se esgotarem.

A representação gráfica de tal situação mostra-nos uma linha a que

sugestivamente se chamou Cuva em dentes de serra.

Esta representação gráfica permiti-nos ainda a obtenção de dois novos

conceitos:

 Stock de segurança ou stock de protecção(Ss) que, no exemplo

apresentado, é de 150 unidades, e que tem por finalidade evitar a

ruptura do stock.

 Stock activo (Sa) que, no exemplo, pode variar de 150 a 600 unidades.

A função principal do stock de segurança é a de evitar ruptura do stock, pelo

que a política gestora da empresa consistirá em reduzi-lo ao mínimo, sem,

no entanto, se atingir a ruptura de stock. O stock de segurança é um stock

improdutivo, isto é, um stock morto, que quanto maior for, maior será o

capital imobilizado pela empresa.

57
Coordenação de OGI do IMPN

Stock activo é um stock operacional, em permanente movimento. Para este

stock interessa estabelecer, rigorosamente, a cadência e as quantidades a

encomendar de forma a minimizar os seus custos.

Pode-se agora determinar o ponto de encomenda (Pe), momento em que o

processo de desencadeamento de uma nova encomenda se deve verificar.

Para tal basta fazer o cálculo do prazo necessário para que o fornecedor

execute a encomenda (T).

O processo de encomenda do Artigo A deve, por conseguinte, ser

desencadeado quando o stock atingir a quantidade Pe.

Outro conceito importante a reter é o de stock médio. No exemplo

apresentado, o valor do stock da empresa, pelo jogo das entradas e saídas

de bens, varia entre 600 unidades, limite máximo, e as zero unidades, limite

mínimo, pelo que o stock médio é de 300 unidades.

Assim, caso a empresa fizesse apenas uma encomenda por ano, o seu stock

médio seria representado graficamente como se segue:

Após este conceito, é possível determinar lote económico, recorrendo ao

seguinte exemplo:

Uma empresa pretende determinar a quantidade mais económica por

encomenda de aquisição de um artigo A, de valor unitário igual a 750

kwanzas, cujo consumo anual de 2400 unidades, sendo a despesa de

58
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passagem por encomenda de 2000 kwanzas e o custo de posse em armazém

de 60 kwanzas.

A determinação do lote económico pode ser feita através de um quadro ou

através de uma fórmula matemática, como vamos verificar em seguida.

Quantidade a N° de Despesa Stock Custo Custo

encomendar/A encomendas anual de médio de total

no a passar passagem posse

/Ano anual

2400 1 2000 1200 72000 74000

1200 2 4000 600 36000 40000

800 3 6000 400 24000 30000

600 4 8000 300 18000 26000

… … … … … …

400 5 12000 200 12000 24000

… 6 … … … …

300 8 16000 9000 9000 25000

200 12 24000 6000 6000 30000

Em resumo, a solução mais vantajosa é a que consiste em encomendar, de

cada vez, 400 unidades do artigo A.

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RESOLUÇÃO MATEMÁTICA:

2𝑄 ∗ 𝐷
𝐸=√
𝐶

Onde:

Q- Número de unidades a encomendar por ano;

E- Número de artigos por encomenda (lote económico);

D- Despesas de passagem por encomenda;

C- Custo de posse por unidade encomendada.

No exemplo apresentado teríamos:

𝟐 ∗ 𝟐𝟒𝟎𝟎 ∗ 𝟐𝟎𝟎𝟎
𝑬=√ = √𝟏𝟔𝟎𝟎𝟎𝟎 = 𝟒𝟎𝟎 𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔
𝟔𝟎

O MÉTODO ABC

Quando a empresa tem centenas ou milhares de bens em armazém é difícil,

senão impossível, tratar todos por igual. Daí que se dividam os artigos em

armazém em três grandes grupos:

 Grupo A – constituído por 10% a 15% dos bens em armazém e que

são responsáveis por cerca de 70% a 80% dos investimentos dos bens

em stock.

60
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 Grupo B – constituído por cerca de 25% dos bens em armazém e que

são responsáveis por cerca de 20% dos investimentos anuais dos bens

em stock.

 Grupo C – constituído por cerca de 65% dos bens em armazém e que

são responsáveis por cerca de 5% dos investimentos anuais dos bens

em stock.

Do que atrás se disse verifica-se como é importante a empresa vigiar os seus

stocks.

Com base nos dados apresentados é possível fazer-se a seguinte

representação gráfica tendo a curva obtida recebido o nome de curva ABC.

Da análise da curva resulta que:

 Os bens do grupo A requerem uma gestão rigorosa e uma vigilância

muito frequente;

 Os artigos do grupo B requerem uma gestão menos rigorosa que os

bens do grupo A. A sua vigilância ainda deve ser cuidada, mas pode

ser menos frequente;

 Os artigos do grupo C requerem uma gestão abranda devido ao fraco

valor dos investimentos aplicados. Uma gestão mais intensa poderia

acarretar custos de segurança elevados, devido ao facto do seu custo

unitário ser bastante baixo.

61
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3.2.4. O SERVIÇO DE TRANSPORTE

O serviço de transporte da empresa tem a seu cargo a deslocação rápida,

segura e económica dos bens adquiridos pela empresa ou vendidos por esta

a terceiros.

No caso de compra de bens, o serviço deverá especificar o meio de

transporte a utilizar e, simultaneamente, controlar o andamento e o

recebimento dos bens transportados.

A escolha do meio de transporte utilizado pela empresa depende,

fundamentalmente, da urgência, da segurança ou do custo desse meio de

transporte.

Compete-lhe ainda averiguar- se:

 As quantidades e os preços das tarifas dos bens transportados estão

correctos;

 A rota utilizada pela empresa transportadora é a adequada;

 Os custos totais apresentados na factura da companhia

transportadora estão correctos.

PROPOSTAS DE TRABALHO

1. As médias e grandes empresas necessitam de ter um serviço de compras

autónomo, responsável não só pela aquisição de bens e equipamentos,

existências e serviços, mas também por assegurar que a sua aquisição se faça

sempre pelo melhor preço possível e com melhor qualidade.

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Pedidos:

a. Distinga compras de aprovisionamento.

b. Enumere os objectivos principais de um departamento de compras.

c. Represente esquematicamente o processo de compra de um bem.

2. Explique o significado dos termos despesa de encomenda e custo de

manutenção do stock.

a. Indique alguns dos custos incluídos em cada um dos itens atrás

referidos.

b. Qual é a importância da existência de um stock de segurança? Refira

os custos com que os mesmos oneram a empresa.

c. Explique o significado da seguinte afirmação” O lote económico de

aquisição do bem A é de 2000 unidades”.

3. Uma empresa necessita de adquirir, por ano, 14400 unidades do produto

A, fazendo encomendas de 1200 unidades por encomenda.

Quais os efeitos que resultariam de aquisições de 2400 unidades deste

produto por encomenda quer em termos de despesas por encomenda quer

em custos de manutenção do stock.

4. Os seguintes dados dizem respeito a um determinado bem da sociedade

“Beta, Lda.”.

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Preço unitário do bem Gama: 30 kwanzas

Custo de efectivação por encomenda: 1500 kwanzas.

Consumo previsível: 25000 unidades.

Consumo de manutenção: 10% do custo de unidade encomendada.

a. Determine o lote económico deste bem.

b. O número de encomendas a efectivar por ano.

5. A empresa “Julieta e Moura, Lda.”, produz o bem Omega a partir da

matéria-prima Beta. A entrega d matéria-prima Beta é feita, normalmente,

no prazo de 15 dias. Sabe-se ainda:

O consumo anual – unidades da matéria-prima Beta 16000

O custo de lançamento de cada encomenda 2500kz

O custo de posse de cada unidade em armazém 100kz

O stock de segurança 600 unidades

Pedidos:

a. Calcule o lote económico deste bem.

b. Apresente o gráfico em dentes de serra marcando os respectivos

pontos de encomenda.

c. Elabore o gráfico dos diferentes custos suportados pela empresa com

a matéria-prima Beta.

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UNIDADE# 4 - O CONTRATO DE COMPRA E VENDA

4.1. NOÇÃO DE CONTRATO

Para as relações sociais se desenvolverem em equilíbrio e harmonia, para

que a sociedade possa subsistir e evoluir, é necessário criar normas.

Há normas como as morais, religiosas, de cortesia, etc, que visam melhorar

a convivência do grupo sem serem impostas pelo estado, outras há que são

indispensáveis para que haja equilíbrio e organização na sociedade,

limitando a liberdade de alguns para o benefício de todos. São as normas

Jurídicas.

Nos princípios da humanidade não existia a norma jurídica escrita mas sim

uma série de normas que tinham a ver com o costume e, como tal, eram

impostas aos indivíduos. Com a evolução da Humanidade, as normas

jurídicas passaram a ser escritas, sugerindo a Lei como fonte geradora do

Direito.

Todas as leis apresentam três características fundamentais:

 Generalidade- a lei aplica-se a todos.

 Obrigatoriedade- a lei é imposta aos cidadãos, pelo Estado.

 Coercibilidade- o não cumprimento da lei implica uma sanção (multa,

prisão, indemnização, etc.).

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Normas: regras de conduta que terminam o que deve ou não acontecer e

que foram criadas pela vontade conjunta de diferentes pessoas socialmente

unidas entre si.

Normas Jurídicas: normas impostas pelo estado e que, como tal, são

obrigatórias e coercivas.

Lei: é uma norma jurídica escrita.

Direito: é um conjunto das leis.

O Direito é apenas um, mas o desenvolvimento da sociedade conduzir a

uma vastidão de normas jurídicas. Assim surgiu a necessidade de dividir

esta área em diversos ramos:

 Direito público - regula a organização geral do estado e as relações

que se estabelece entre este os particulares, intervindo o primeiro

numa posição de soberania. Exemplos: Direito constitucional,

administrativo, fiscal, processual.

 Direito privado - regula as relações jurídicas que se estabelecem entre

os particulares ou entre particulares e o Estado intervindo este numa

posição de igualdade.

 Direito civil - regula as relações entre as pessoas em questão de

propriedade e de direitos puramente individuais.

 Direito comercial - regula os actos de comércio, sem que seja

necessário serem praticados por comerciantes.

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À compilação, de forma sistematizada, de um conjunto de leis relativas a

cada um dos ramos do Direito dá-se o nome de Código.

4.2. CONTRATO DE COMPRA E VENDA

Contrato de bilateral em que uma das partes (o vendedor) tem a obrigação

de entregar o bem ou ceder o direito sobre algo e o direito a receber o preço.

A outra parte (o comprador) tem o direito a receber o bem ou direito sobre

algo e a obrigação de entregar o preço. Assim, constituem efeitos do

contrato de compra e venda:

 A transmissão de propriedade da coisa ou da titularidade do direito

(do vendedor para o comprador).

 A obrigação de vendedor entregar a coisa.

 A obrigação de o comprador pagar o preço.

Bens/director

Vendedor Preço Comprador

Este contrato pode ter natureza civil ou comercial conforme a intenção com

que é celebrado.

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São consideradas comerciais:

 As compras de coisas móveis para revenda ou simplesmente para

lhes alugar o uso;

 A venda de coisas móveis e de títulos de crédito negociáveis

quando a aquisição é feita na intenção de as revender;

 As compras e revendas de bens imóveis ou direitos a eles inerentes,

quando as compras foram efectuadas no intuito da respectiva

revenda;

 As compras e vendas de quotas ou de acção de sociedade

comerciais.

Exemplos de contratos de compra e venda com natureza comercial:

 As compras feitas pelos armazenistas ou retalhistas de artigos para

vendas.

 A compra, por um stand de automóveis, de um veículo usado a um

particular desde que o mesmo se destine a ser vendido.

 A compra de título da dívida pública com a intenção de os

revender.

 A venda de bens móveis e imóveis quando a compra foi efectuada

na intenção de os vender.

 A compra e venda de quotas ou acções de sociedades comerciais,

não interessado a sua intenção.

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Não são consideradas comerciais:

 As compras de coisas móveis destinadas ao uso ou consumo do

comprador ou família e as revendas que desses objectos se

venham a fazer;

 As vendas que o proprietário ou explorador rural faça de produtos

de propriedade sua ou por ele explorada e do género em que lhe

houverem sido pagas quaisquer rendas;

 As compras que os artistas, industrias, mestres e oficiais de ofícios

mecânicos, que exercem directamente a sua arte, indústria ou

ofício, fizerem de objecto para transformarem ou aperfeiçoarem

nos seus estabelecimentos e as vendas de tais objectos que

fizerem depois de transformados ou aperfeiçoados;

 As compras e vendas de animais feitas pelos criadores ou

engordadores.

Exemplos de contratos de compra e venda de natureza civil:

 A compra de uma viatura, para uso pessoal, a um particular que a

havia comprado para utilizar.

 As vendas efectuadas pelos agricultores de bens relativos à sua

exploração.

 As vendas de obras de arte realizadas por artistas plásticos.

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De uma maneira geral, poder-se-á dizer que o contrato tem natureza civil

quando:

 O objecto comprado tenha por fim o consumo ou uso do

comprador ou família, desde que o vendedor não tenha comprado

o objecto com a intenção de o revender;

 O objecto vendido tenha sido adquirido pelo vendedor para uso

pessoal e não haja intenção do comprador de o revender.

4.3. FASES DO CONTRATO E CONDIÇÕES A ACORDAR

Ao analisarmos a compra e venda, verificamos que esta se pode decompor

em quatro fases: encomenda, entrega, liquidação e pagamento.

1 Encomenda

Vendedor 2 Entrega Comprador

3 Liquidação

4 Pagamento

1- Encomenda – proposta de compra por parte do comprador.

2- Entrega – envio de mercadoria ao comprador.

3- Liquidação – fixação do preço a pagar pelo comprador.

4- Pagamento – entrega pelo comprador da importância fixada.

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De referir que, muitas vezes, as quatro fases se processam em simultâneo,

como acontece, por exemplo, quando, num estabelecimento, adquirimos

determinado bem e o pagamos imediato.

1- ENCOMENDA

Nesta fase, o comprador faz ao vendedor uma proposta de compra,

indicando a natureza, quantidade da mercadoria que pretende adquirir,

podendo ainda indicar outras condições, tais como local e data de entrega,

fixação do preço, forma de pagamento, etc.

 À vista;
 Por catálogo;
Escolha da  Por amostra;
 Por análise;
Mercadoria
 Por tipo
determinado.
 Por marca

Encomenda

 A esmo, em
bloco ou por
Indicação de
partida inteira;
quantidade
 Por peso, conta
e medida.

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A quantidade da mercadoria

A escolha da quantidade da mercadoria, propriedade que a distingue das

outras, é condição essencial para se adquirir o que se pretende. Quanto a

este aspecto são, normalmente, usadas as seguintes modalidades:

 À vista – quando a escolha é feita na presença das mercadorias e,

vendo-as, pode-se escolher aquela que corresponde à quantidade

pretendida (examinando-a, experimentando-a ou provando-a).

 Por catálogo – quando a escolha é feita através de catálogos que

referenciam as características das mercadorias a transacionar. Ex.:

tintas, livros, loiças, etc.

 Por amostra – quando a escolha é feita através de pequenas

porções de mercadoria de qualidade exactamente igual á da

mercadoria a transacionar. Ex.: perfumes, tecidos, medicamentos,

etc.

 Por análise – quando a escolha é realizada através de processos ou

técnicas de laboratório, pois só assim a quantidade da mercadoria

fica perfeitamente determinada. Ex.: azeite, óleos, minérios, etc.

 Por tipo determinado – quando a escolha da mercadoria é

realizada a partir de referência ao seu tipo desejado, limitando-se,

portanto, a indicar esse tipo. Ex.: anonas do Bié, feijão-manteiga,

etc.

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 Por marca – quando a escolha é feita através da marca da

mercadoria. Ex.: Telemóveis Unitel, Movicel, etc.

A quantidade da mercadoria

A determinação da quantidade da mercadoria a adquirir serve

fundamentalmente para a fixação do preço e para que o vendedor possa

proceder à respectiva entrega

As formas mais usuais para indicar a quantidade da mercadoria a

transaccionar são as seguintes

 A esmo, em bloco ou por partida inteira – quando a quantidade da

mercadoria a adquirir é avaliada por estimativa, sem se proceder à

contagem, pesagem ou medição, sendo a essa quantidade atribuído

um determinado preço. Ex.: A compra de toda a produção de um

pomar, por determinado preço;

 Por peso, conta e medida – quando a quantidade da mercadoria da

mercadoria a adquiri é determinada através de passagem, contagem

ou medida. Ex.: 100 kg da mercadoria A; 20 unidade da mercadoria B;

1000 metros da mercadoria C.

2-ENTREGA

Nesta fase, o vendedor procede ao envio da mercadoria ao comprador pelo

que é indispensável conhecer as seguintes modalidade fundamentais:

73
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Imediata A ponto A
Época ou data
Prazo

Fraccionada
Entrega Forma
Condicionada

Local

Comércio interno Comércio externo

No domicílio ou no For/Fot
armazém do
Faz
vendedor
Fob
No domicílio ou no
Cif
armazém do
comprador

Num terceiro lugar

A data de entrega pode ser:

 Imediata – quando a mercadoria é entregue no momento da

celebração do contrato. É vulgarmente utilizada no comércio a

retalho;

 A pronto – quando a mercadoria é entregue nos 15 dias seguintes á

celebração do contrato;

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 A prazo – quando a mercadoria é entregue dentro de um

determinado prazo. É normalmente praticada no comércio por

grosso.

A forma pela qual o vendedor procede à entrega dos bens transaccionados

pode revestir os seguintes aspectos:

 Fraccionada ou escalonada – quando a entrega é realizada por

fracções em datas sucessivas.

 Condicionada – quando a entrega está dependente da ocorrência de

um determinado facto como, por exemplo, a chegada do navio que

transporta a mercadoria

Relativamente ao local de entrega das mercadorias, a sua indicação de

máxima importância, para conhecer:

 Quem deve suportar as despesas de transporte;

 Quem fica responsável pelos ricos (roubos, deterioração, etc) da

mercadoria durante o transporte;

 Qual o preço que o vendedor deve cobrar pela mercadoria (se deve

incluir ou não o transporte seguro).

Sempre que o local de entrega não seja fixo, a entrega deverá ser feita no

domicílio do vendedor, o que implica que o comprador assuma, a partir daí,

todas responsabilidades (despesas de transporte e respectivo risco).

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Quanto ao local de entrega, as modalidades mais frequentes são as que

constam no esquema seguinte.

No domicilio do vendedor, o
comprador assume todas as suas
Comércio a despesas e riscos de transporte
retalho No domicilio do comprador, todas
as despesas e riscos são por conta
do vendedor

Comércio interno
nacional No armazém do vendedor, todas
as despesas e riscos de transporte
são por conta do comprador

Indicação de No armazém do comprador, todas


quantidade as despesas e riscos são por conta
do vendedor

Num terceiro local são por conta


do vendedor as despesas e riscos
de transporte até ao referido local

No que se refere ao comércio internacional é frequente a utilização de

termos internacionais incoterms para definir os custos, riscos e

responsabilidade do comprador e vendedor.

Os termos existentes vão desde a situação em que o vendedor é responsável

por tudo até ao outro extremo em que é o comprador responsável.

76
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No comércio terrestre internacional, o termo mais utilizado é Ferroviário.

 F.O.R-Fre on rail (livre sobre vagão) - o vendedor deverá colocar a

mercadoria, livre de qualquer encargo para o comprador, sobre o

vagão no local de embarque designado no contrato de compra e

venda. A seguir a expressão F.O.R. é sempre indicado o local de

embarque.

No que respeita ao comércio marítimo internacional são de considerar os

seguintes termos:

 F.A.S.-Fre alongside ship (livre ao lado do navio) -o vendedor deverá

colocar a mercadoria, livre de qualquer encargo ao lado, do navio

sobre o cais, no porto de embarque convencionado.

Despesas por conta do vendedor: embalagem + carreto + frete + despacho

+ tráfego portuário do porto de embarque.

Despesas por conta do comprador: estiva + seguro + frete + destiva +

tráfego portuário + despacho + carreto.

 F.O.B. - fre on board (livre a bordo do navio no porto de embarque) -

o vendedor deverá colocar a mercadoria a bordo do navio no ponto

de embarque designado no contrato compra a venda. A seguir a

expressão F.O.B. deve ser sempre mencionado o porto de embarque.

Despesas por conta do vendedor: embalagem + carreto + tráfego portuário

+ fretagem + estiva.

77
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Despesas por conta do comprador: seguro + frete + descarga + tráfego

portuário do porto do destino + despacho + carreto.

 G.I.F. - Cost, insurance and freight (livre a bordo no porto destino) -

o vendedor deverá colocar a mercadoria, livre de qualquer encargo a

bordo do navio no porto de destino. Depois do termo C.I.F. deve ser

indicado o porto do destino.

Despesas por conta do vendedor: embalagem + carreto + despacho

+tráfego portuário + estiva + seguro + frete.

Despesas por conta do comprador: descarga + tráfego portuário + porto

do destino + despacho +carreto.

No que respeita ao transporte aéreo, a modalidade mais utilizada é F.O.B. -

AirportAs despesas por conta do comprador e do vendedor são análogas as

do F.O.B.

3- LIQUIDAÇÃO

Nesta fase, o vendedor procede ao cálculo do preço da mercadoria a

entregar pelo comprador quando efectuar o pagamento. A determinação da

importância total (custo da mercadoria) a entregar pelo comprador é

condição essencial para a viabilidade do contrato, pois, como se sabe, o

comprador é obrigado a entregar o preço.

Algumas vezes, o termo liquidação é utilizado no sentido de pagamento

porque estas duas fases ocorrem simultaneamente, como acontece nas

78
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vendas em que o pagamento é imediato. Todavia, é fácil de identificar a

diferença entre estes dois conceitos nas vendas com o pagamento a prazo,

em a liquidação terá de proceder o pagamento.

Na compra e venda comercial, a moeda é o bem que serve para fixação de

preço, pelo que se deverá ter em consideração a espécie de moeda a utilizar,

a forma de determinar a respectiva quantidade e as possíveis reduções.

Espécie de moeda a utilizar

Quanto a espécie de moeda a utilizar nas transacções consideramos que, no

comércio interno, a moeda utilizada é a do respectivo país. No comércio

internacional, a moeda empregue é a do país do comprador ou do vendedor

(geralmente, a mais estável), ou a moeda de um terceiro país, cuja cotação

seja sólida.

4- PAGAMENTO

Nesta última fase, o comprador realiza a entrega do preço fixado ao

vendedor. Deste preço podem constar, para além do preço da mercadoria,

certas despesas, tais como transporte, seguro, etc. Quando tais despesas

forem por conta do comprador e tiverem sido pagas pelo vendedor.

Preço a pagar = Preço de mercadoria + despesas com a entrega

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As condições mais vulgarmente conhecidas para o pagamento são as

seguintes:
Antecipado
Imediato
A ponto
Quanto à data ou época A dinheiro
A prazo
A termo
A contra documento
Pagamento

No domicilio do
vendedor
Quanto ao local
No domicilio do
comprador

Num terceiro lugar

Vejamos em que consiste cada uma das formas de pagamento:

 Pagamento antecipado – quando é efectuado antes da entrega das

mercadorias. Normalmente é efectuada por exigência do vendedor

porque:

- O vendedor não tem confiança no comprador;

- A mercadoria é produzida por encomenda, interessando, apenas, ao

comprador;

- É usual no ramo do negócio em questão.

 Pagamento imediato ou a contado – quando é efectuado no acto de

entrega da mercadoria. Normalmente é utilizado no comércio

80
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retalhista em que a liquidação e o pagamento são operações

simultâneas.

 Pagamento a pranto – quando é efectuado até 8 dias após a entrega

da mercadoria.

 Pagamento a prazo – quando é efectuado dentro de determinado

prazo (60, 90 dias, etc, após a entrega da mercadoria). Geralmente, é

utilizado no comércio por grosso, sendo o prazo convencionado entre

as partes.

 Pagamento a prestações - quando é efectuado em parcelas

correspondentes a uma determinada fracção do preço, durante um

determinado prazo e até perfazer a totalidade do preço.

 Pagamento a termo – geralmente, é utilizado nas compras e vendas

realizadas na bolsa e consiste em o vendedor e o comprador se

obrigarem a entregar e a pagar a mercadoria decorrido determinado

prazo sobre a realização do contrato.

 Pagamento contra-documentos - quando é efectuado na altura da

recepção de determinando documento enviados pelo vendedor que

assegurem a propriedade da mercadoria. Esta modalidade é usada no

comércio internacional e os documentos podem revestir a seguinte

natureza: conhecimento do embarque, guia de transporte e

certificado de origem.

81
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De realçar que, se a data de pagamento não for convencionada, o

pagamento deverá ser efectuado logo que o vendedor o exigir.

No que respeita ao local de pagamento, normalmente é acordado entre

o comprador e o vendedor, escolhendo-se habitualmente o domicílio de

um deles, ou um terceiro lugar mais conveniente. Quando o local de

pagamento não for estabelecido, considera-se como tal o domicílio do

comprador.

PROPOSTAS DE TRABALHO

1. Suponha o contrato realizados entre as seguintes formas:

Vendedor (armazenista) – Empresa de “Equipamentos, Lda.”

Sede: Rua do Comércio. 625, Luanda

Contribuinte n.º 501607004

Capital social: 500 000 kwanzas

Conservatória do Registo Comercial de Luanda. N.º 15623

Comprador (retalhista) – “Luís & Fortes, Lda.”

Sede: Avenida da Terra, 463 - 4100 Luanda

Contribuinte n.º 600174203

Capital social: 400 000 kwanzas

Conservatória do Registo Comercial de Luanda. N.º 12574

Transacção comercial:

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 10 computadores “PHILIPS” a 350 000 kz/ cada

 50 máquinas de calcular “Casio” a 5 000 kz/ cada

Condições:

 Entrega no armazém do comprador

 Desconto de revenda de 4%

 Pagamentos 60 dias da factura

 Devolução e reclamação no prazo de 4 dias

Pedidos:

a) Defina o contrato celebrado e indique os seus efeitos.

b) Refira os direitos e obrigações inerentes a cada um dos contraentes.

c) Indique a natureza do contrato e dê exemplos de um contrato de

compra e venda de natureza civil.

d) Exponha as fases contrato de compra e venda.

e) Relativamente ao local de entrega, indique por conta de quem

ocorrem as despesas respeitantes a Transacção.

f) Calcule o desconto mencionado.

2. O senhor B deu como garantia de cumprimento de um contrato,

celebrado com o senhor A, determinadas joias que possuía.

a) Que espécie de garantia tem o senhor A? Caracterize-a.

b) Se B não cumprir com a sua obrigação, exponha, justificando, o que

acontecerá?

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Coordenação de OGI do IMPN

3. Imagine um contrato em que A empresta B, a 380 000 kz, devendo B

restituir a quantia emprestada em 25/02/n.

a) Exponha em que consiste o contrato e porque o contrato referido

é bilateral. Dê exemplos de um contrato unilateral.

b) Indique os direitos e obrigações dos contraentes.

c) Suponha que A é menor, o contrato será considerado válido?

Justifique

d) Distinga as incapacidades que apenas produzem efeitos depois

de o tribunal as declarar.

e) Refira, justificando, que acontece se B não cumprir a obrigação no

prazo estabelecido.

4. Suponha que B, ao contrair o empréstimo atrás referido, deu como

garantia o proprietário C.

a) Que espécie de garantia tem A? Caracterize-a nos seus aspectos

fundamentais.

b) Se B não cumprir a obrigação, exponha, justificando, o que

acontecerá.

5. Suponha que B, ao contrair o empréstimo atrás referido, deu como

garantia um terreno que possuía.

a) Que espécie de garantia tem A? Caracterize-a.

b) Se B não cumprir a obrigação, exponha, justificando, o que

acontecerá.

84
Coordenação de OGI do IMPN

UNIDADE #5- A EMPRESA INDUSTRIAL

5.1. FUNÇÕES E DIVISÕES DA CONTABILIDADE

5.1.1. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

Actualmente é indiscutível que a Contabilidade é, cada vez mais, um

poderoso auxiliar do gestor, permitindo que as decisões que este tem a todo

o momento de tomar sejam devidamente fundamentadas.

Diz-se mesmo que está é uma técnica de comunicação, pois possibilita aos

responsáveis da empresa dirigir e regular as suas relações com o universo

que a rodeia.

No entanto, para chegar ao que é hoje, foi necessário percorrer um longo

caminho que permitiu um avanço de pensamento contabilístico desde os

primórdios da humanidade até aos nossos dias.

Pode afirmar-se que a contabilidade nasceu quando os homens começaram

a querer saber o que lhes pertencia e o que deviam.

Hoje em dia as funções básicas da contabilidade são:

Função de registo: trata-se da função primária da contabilidade que

consiste em registar todos os factos que provocam alterações no património

da empresa. Para que tal aconteça, a empresa deve munir-se de todos os

documentos obrigatórios ou facultativos que a tornem apta a fornecer

informações claras, precisas e concisas a todos os interessados na sua vida.

85
Coordenação de OGI do IMPN

Função de controlo: a contabilidade permite o exame crítico das operações

realizadas pela empresa. Através dos registos efectuados pela contabilidade

pode-se:

 Apreciar a situação económica e financeira da empresa;

 Fazer uma análise dos resultados obtidos;

 Fazer comparações entre os valores previstos e a realidade

conseguida, analisando os desvios observados;

 Comparar os valores obtidos pela empresa com os das empresas

similares.

Função de avaliação: a contabilidade desempenha uma função primordial

neste campo já que permite:

 Conhecer, com maior exactidão possível, os custos por que os

produtos ficaram â empresa;

 Determinar, com base nos preços de custo, o preço de venda dos

produtos;

 Determinar a quantidade, qualidade e valor das matérias a adquirir e

a consumir ou das mercadorias a adquirir;

 Analisar, comparativamente, a produtividade dos trabalhadores da

empresa com a das outras empresas similares.

86
Coordenação de OGI do IMPN

Função de previsão: a previsão é feita com base nos documentos chamados

orçamentos, elaborados a partir dos dados fornecidos pela contabilidade

não só da empresa, mas também doutras empresas.

5.1.2. DIVISÕES DA CONTABILIDADE

A empresa mantém, por um lado, relações com o exterior e, por outo, tem a

sua visa interna própria. Assim, não admira que, sendo a contabilidade uma

só, se tivessem criados dois ramos, de modo a satisfazer as necessidades da

empresa.

Desde modo, ao lado de uma contabilidade geral, que se preocupa com

operações de natureza comercial ou financeira, tais como, compras, vendas,

cobranças e empréstimos, encontramos uma contabilidade de custos ou

analítica de exploração que se preocupa com as operações de carácter

interno que permitem a transformação das matérias em produtos acabados.

Contabilidade geral/ objectivos:

 Registar factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros:

 Permitir conhecer, em qualquer momento, a situação patrimonial

da empresa:

 Dar a conhecer, período a período, os resultados derivados da

exploração, feita neste espaço de tempo;

87
Coordenação de OGI do IMPN

 Possibilitar análises de ordem económica e financeira, que são

importantes auxiliares de gestão.

Contabilidade analítica/ objectivos:

 Fornecer oportunamente os custos totais e unitários dos

produtos resultantes da actividade laboral da empresa;

 Hierarquizar responsabilidades no seio da empresa, uma vez

que é possível dividi-las em secções, cada uma funcionando

como um centro de custos próprios;

 Levar a cabo estudos economicidade e rentabilidade, não só

internos, mas também de comparação com outras empresas

do mesmo ramo de actividade;

 Ser um precioso auxiliar de gestão empresarial, habilitando-se

a tornar decisões mais esclarecidas, rápidas, seguros e eficazes.

5.2. O PATRIMÓNIO

5.2.1. OS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

Será que a empresa possui um património? É evidente que sim, uma vez que

a empresa é um ente com uma individualidade própria e a composição do

seu património é um espelho da actividade a que se dedica.

Supondo que a empresa “Helena & Zacoeiro, Lda.”, possui o seguinte

património em 1 de Janeiro de n (valores em kwanzas):

88
Coordenação de OGI do IMPN

- Moedas em caixa----------------------------------------------------------

--------- 100.000

- Dívida do cliente “David Machado, Lda.”-------------------------------

------- 250.000

- Depósito do cliente no Banco de Angola---------------------------------

---- 500.000

- Dívida à Fábrica de Sapatos “A Moderna, SA.”-------------------------

3.100.000

- Dívida do cliente “Sapataria Elegante, Lda.”---------------------------

----- 200.000

- Sapatos e carteiras na loja-------------------------------------------------

---- 5.040.000

- Maquinaria para escritório------------------------------------------------

---- 1.100.000

- Depósito, a prazo, no Banco de Angola-----------------------------------

---- 720.000

- Ferramentas---------------------------------------------------------------

----- 250.000

- Dívida ao Fornecedor “A. Batuca, Lda.”---------------------------------

--- 7.050.000

89
Coordenação de OGI do IMPN

- Carrinha-------------------------------------------------------------------

------- 3.400.000

- Mobiliário------------------------------------------------------------------

------ 870.0000

- Quota na sociedade “David & Costa, Lda.”-----------------------------

------ 1.120.000

- Empréstimo obtido no Banco de Angola, a liquidar dentro de 2 anos ---

- 4.200.000

- Notas em caixa------------------------------------------------------------

---------- 10.000

- Trespasse------------------------------------------------------------------

----------- 500.000

- Acções adquiridas para revenda------------------------------------------

-------- 180.000

- Dívida à Caixa de Providência---------------------------------------------

-------300.000

- Edifício---------------------------------------------------------------------

------ 8.500.000

90
Coordenação de OGI do IMPN

O património desta empresa é constituído por bens, direitos e obrigações.

Aos elementos que representam bens e direitos para a empresa damos o

nome de elementos patrimoniais positivos ou activos.

Os elementos patrimoniais que representam obrigações para a empresa

chamam-se elementos patrimoniais passivos. O seu conjunto constitui o

Passivo.

Em relação a esta empresa:

Activo (bens e direitos) Passivos (obrigações)

Moedas em caixa Dívida à Fábrica de Sapatos “A

Moderna, SA

Dívida do cliente “David Machado, Dívida ao Fornecedor “ A. Batuca,

Lda.” Lda.”

Depósito do cliente no Banco de Dívida à Caixa de Providência

Angola

Dívida do cliente “Sapataria Empréstimo obtido no Banco de

Elegante, Lda.” Angola

Sapatos e carteiras na loja

Maquinaria para escritório

Depósito, a prazo, no Banco de

Angola

91
Coordenação de OGI do IMPN

Ferramentas

Edifício

Carrinha

Mobiliário de escritório

Quota na sociedade “David &

Costa, Lda.”

Notas em caixa

Trespasse

Acções adquiridas para revenda

O conjunto de bens, direitos e obrigações que a empresa possui em

determinado momento constitui o seu património. Trata-se, como vimos, de

um conjunto bastante heterogéneo, mas que apresentam três características

agregadoras.

 São redutíveis a valores monetários;

 Estão afectos a mesma gestão;

 Estão referidos a uma determinada data.

Património: conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa em

determinada data, devidamente valorados e utilizados para atingir

determinados objectivos.

92
Coordenação de OGI do IMPN

5.2.2. AGREGAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS EM CONTAS

Se observarmos com atenção o património da empresa, verificamos que há

elementos patrimoniais com características semelhantes que se poderiam

agrupar.

O seu agrupamento de elementos patrimoniais com características

semelhantes forma um subconjunto do conjunto de todos os elementos

patrimoniais da empresa, que se dá o nome de Conta.

Conta: é o conjunto de elementos patrimoniais com características

semelhantes, expressos em unidades de valor.

Toda a conta, para satisfazer o exigido pela contabilidade, deve obedecer a

dois requisitos básicos:

 Homogeneidade – cada conta deve conter elementos que tenham

características comuns.

 Integridade - todos os elementos com características semelhantes

devem fazer parte duma mesma conta.

No que respeita à empresa “Helena & Zacoeiro, Lda.”, atrás referida, os

seus elementos patrimoniais, em 1 de Janeiro de n, agregam-se nas

seguintes contas:

93
Coordenação de OGI do IMPN

ACTIVO

Elementos Titulo da Observações

patrimoniais conta

g) Maquinaria do Imobilizações Estamos perante elementos

escritório Corpóreas patrimoniais materiais ou

intangíveis, que se destinam a


i) Ferramentas Imobilizações

permanecer na empresa, por


Corpóreas

um prazo superior a um ano e


s) Edifício Imobilizações
que são indispensáveis à sua
Corpóreas
actividade operacional
k) Carrinha Imobilizações

Corpóreas

l) Mobiliário do Imobilizações

escritório Corpóreas

São igualmente elementos

patrimoniais que se destinam a

permanecer na empresa, por


Imobilizações
p) Trespasse um prazo superior a um ano.
Incorpóreas
São, no entanto, elementos

patrimoniais abstractos ou

intangíveis.

94
Coordenação de OGI do IMPN

Neta conta representam-se

participações de capital da

nossa empresa noutras


m)Quota na sociedade Investimento
empresas, aquisições de títulos
“Daniel & Costa, Lda.” Financeiro
ou outros investimentos de

natureza financeira com

carácter de permanência.

Nesta conta e numa empresa

comercial apresentam-se os

elementos patrimoniais

activos, adquiridos para serem

vendidos e que se encontram,

f) Sapatos e em geral, no seu armazém ou

carteiras na Mercadorias no local de venda. São as suas

loja existências. Numa empresa

industrial, as existências seriam

constituídas por matérias-

primas, matérias subsidiarias,

produtos acabados e

intermédios, subprodutos,

95
Coordenação de OGI do IMPN

desperdícios, resíduos e

refugos

c) Divida de Nesta conta, apresentam-se as

cliente “ dividas dos clientes à empresa,

David Clientes em virtude de venda de bens

Machado, ou da prestação de serviços

Lda.” que se lhes fez.

g) Divida de

cliente “

Sapataria Clientes

Elegante,

Lda.”

Nesta conta, incluem-se os

fundos que a empresa aplica,

q) Acções adquiridas Títulos nomeadamente em acções e

para revendas Negociáveis obrigações, com o objectivo de

as revender a curto prazo. São,

pois, aplicações de tesouraria.

g) Dinheiro a prazo Nesta conta, incluem-se os


Depósito a
no Banco de fundos que a empresa coloca a
Prazo
Angola

96
Coordenação de OGI do IMPN

prazo nas instituições de

crédito.

Nesta conta, representam-se

meios líquidos de pagamento


c) Dinheiro à ordem no Deposito à
que são pertença da empresa e
Banco de Angola Ordem
se encontram depositados à

vista em instituições de crédito.

a) Moedas em caixa Caixa Representam-se nesta conta os

meios líquidos de pagamento,

tais como notas, moedas,

o) Notas em caixa Caixa cheques e valores postais que

são propriedade da empesa e

se encontram nos seus cofres.

97
Coordenação de OGI do IMPN

PASSIVO

Elementos Título da conta Observações

patrimoniais

a) À Fábrica de Esta conta serve para

Sapatos “A Fornecedores nela se agrupar todas

Moderna, SA as dívidas da empresa

por aquisição de bens e

serviços com excepção


j) Dívida ao Fornecedor
Fornecedores dos que se adquirem e
“ A. Batuca, Lda.”
se destinam ao

imobilizado.

É a conta onde se

registam ao Estado,

Autarquias e

Instituições de
r) Dívida à Caixa de
Estado Previdência,
Providência
vulgarmente impostos,

taxas e contribuições

para a Segurança

Social.

98
Coordenação de OGI do IMPN

Esta conta serve para

registar os

empréstimos que a
n) Empréstimo obtido
Empréstimos empresa obtém com
no Banco de Angola
excepção dos que

provém dos sócios da

empresa.

5.2.3. REPRESENTAÇÃO DO PATRIMÓNIO

Agora é possível fazer a representação do património da empresa “Helena

& Zacoeiro, Lda.”

Património de “Helena & Zacoeiro, Lda.”, em 1/01/n

ACTIVO

Imobilizações Incorpóreas

-Trespasse------------------------------------------------------------------

---------- 500.000

Imobilizações Corpóreas

- Maquinaria para escritório------------------------------------------------

---- 1.100.000

99
Coordenação de OGI do IMPN

- Ferramentas---------------------------------------------------------------

----- 250.000

- Carrinha-------------------------------------------------------------------

------- 3.400.000

- Mobiliário------------------------------------------------------------------

------ 870.0000

- Edifício---------------------------------------------------------------------

------ 8.500.000

14.120.000

Investimentos financeiros

Quota na sociedade “Daniel & Costa, Lda.”---------------------------------

----- 1.120.000

Mercadorias

Sapatos e carteiras--------------------------------------------------------------

--- 5.040.000

Clientes

“David Machado, Lda.”-------------------------------------------------------

---- 250.000

100
Coordenação de OGI do IMPN

“Sapatos Elegantes, Lda.”----------------------------------------------------

---- 200.000

450.000

Títulos negociáveis

Acções adquiridas para revendas----------------------------------------------

------- 180.000

Depósitos a prazo

Banco de Angola---------------------------------------------------------------

-------- 720.000

Deposito à Ordem

Banco de Angola---------------------------------------------------------------

-------- 500.000

Caixa

Moedas em caixa ---------------------------------------------------------------

------- 100.000

Notas em caixa-----------------------------------------------------------------

-------- 10.000

110.000

Total do activo ----------------------------------------------------------------

------ 22.740.000

101
Coordenação de OGI do IMPN

PASSIVO

Empréstimos

Banco de Angola---------------------------------------------------------------

-------- 4.200.000

Fornecedores

“A. Butuca, Lda.”-------------------------------------------------------------

------ 750.000

Fábrica se sapatos “A Moderna, SA”-----------------------------------------

--- 3.100.000 3.850.000

Estado

Caixa da providencia-----------------------------------------------------------

----- 300.000

Total do Passivo 8.350.000

Todas as contas apresentam dois elementos comuns. Todas têm um título,

isto é, são designadas por um nome e todas apresentam uma extensão, isto

é, um valor, de acordo com os elementos patrimoniais que as integram.

102
Coordenação de OGI do IMPN

5.2.4. VALOR DO PATRIMÓNIO DA EMPRESA

Para obter o valor do património da empresa, temos de somar o valor dos

bens e direitos que constituem o seu Activo e subtrair-lhe o valor das

obrigações que constituem no seu conjunto o Passivo da empresa.

Valor do Activo-----------------------------------------------------------------

----- 22.740.000

Valor do Passivo----------------------------------------------------------------

----- 8.350.000

Valor do património (Activo - Passivo) ----------------------------------------

- 14.390.000

Ao valor do património dá-se, tradicionalmente, o nome de Situação Liquida

ou Capital Próprio. Este nome resulta do facto de ele nos dar a conhecer a

posição em que a empresa ficaria, se, nesse momento, tivesse de saldar

todas as suas dívidas.

Capital Próprio ou Situação Líquida = Activo – Passivo

5.2.5. INVENTÁRIO – NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Ao documento da empresa de onde constam as listagens dos elementos

patrimoniais da empresa em determinado momento dá-se o nome de

inventário.

103
Coordenação de OGI do IMPN

Inventário: é a relação, referida a uma determinada data, de elementos

patrimoniais da empresa, devidamente quantificados e valorizados.

Entre as possíveis classificações de inventário são de considerar:

1. Quanto à ordenação

 Inventário simples ou corrido: quando os seus elementos se

apresentam indescritivelmente, sem a menor preocupação de

ordem ou selecção.

 Inventário classificado ou selectivo: quando os seus

elementos activos e passivos aparecem separados e agrupados

nas respectivas contas, obedecendo a uma certa ordem.

2. Quanto ao conteúdo

 Inventário total ou geral: quando nele estão inscritos todos os

elementos patrimoniais da empresa, em determinado

momento.

 Inventário simples ou corrido: quando apenas são listados

determinados elementos do património da empresa.

Inventário atrás referido é total, uma vez que neles estão incluídos todos os

elementos patrimoniais de “Helena & Zacoeiro, Lda.”. seria parcial o

inventário em que apenas registássemos o imobilizado da empresa, por

exemplo.

104
Coordenação de OGI do IMPN

3. Quanto à apresentação

 Inventário analítico: quando, além do título da conta, nele são

apresentados todos os seus elementos integrantes,

devidamente valorados.

 Inventário sintético: quando nele apenas surgem as contas

integrantes com o respectivo título e extensão.

Os inventários da empresa “Helena & Zacoeiro, Lda.”, até agora

apresentados são analíticos.

O inventário sintético revestiria o seguinte aspecto:

Inventário de “Helena & Zacoeiro, Lda.”, em 1/01/n

ACTIVO

Imobilizações Incorpóreas -----------------------------------------------------

----- 500.000

Imobilizações Corpóreas ------------------------------------------------------

- 14.120.000

Investimentos financeiros ------------------------------------------------------

--- 1.120.000

Mercadorias--------------------------------------------------------------------

--------5.040.000

105
Coordenação de OGI do IMPN

Clientes-------------------------------------------------------------------------

------- 450.000

Títulos negociáveis -------------------------------------------------------------

------- 180.000

Depósitos a prazo--------------------------------------------------------------

--------- 720.000

Deposito à Ordem--------------------------------------------------------------

--------- 500.000

Caixa----------------------------------------------------------------------------

------------110.000

Total do activo-----------------------------------------------------------------

------ 22.740.000

PASSIVO

Empréstimos -------------------------------------------------------------------

------- 4.200.000

Fornecedores ------------------------------------------------------------------

------ 3.850.000

Estado --------------------------------------------------------------------------

------ 300.000

Total do Passivo 8.350.000

106
Coordenação de OGI do IMPN

5.3. O BALANÇO

5.3.1. NOÇÃO

Balanço: é igualdade entre dois membros referida a uma determinada data

e referente a uma dada empresa, representando o seu património, quer em

composição quer em valor.

No caso da empresa que temos vindo a apresentar, “Helena & Zacoeiro,

Lda.”, o seu activo, em 1/01/n, era de 22.740 kwanzas, o Passivo de

8.350.000 kwanzas, pelo que a sua situação liquida, nesta data, era de

14.390.000 kwanzas (22.740.000 – 8.350.000).

Qual será a natureza da situação liquida?

Uma vez que o activo é maior que o passivo, significa que os bens e direitos

da empresa são maiores que as suas obrigações, pelo que a sua situação

líquida é favorável ou positiva. Isto é:

Sendo A > P

Teríamos A – P > 0

Ou seja, A = P + SLA

Em conclusão e generalizando: quando A> P, estamos perante uma situação

líquida diz-se activa e temos A = P + SLA

107
Coordenação de OGI do IMPN

BALANÇO

Activo Situação líquida activa

Passivo

Suponhamos, agora, que era possível encontrar uma empresa em que o

activo e o passivo somassem exactamente o mesmo valor. Assim, teríamos

A= P

Qual seria a natureza da situação, neste caso?

BALANÇO

Activo Passivo

Supondo, finalmente, que encontrávamos uma empresa em que, em

determinado momento, os bens e direitos não chegavam para cobrir as

obrigações:

A <P, teríamos A – P <0, ou seja, a situação líquida seria negativa. Quando

isto acontece, dizemos que estamos perante uma situação Líquida passiva

(SLP), ou seja,

A + SLP = P

108
Coordenação de OGI do IMPN

Em conclusão e generalizando: quando A <P, a situação líquida resultante

diz-se passiva e temos A + SLP = P

BALANÇO

Activo

+
Passivo
Situação líquida passiva

Em resumo:

Situação
A = P +
1.º Caso A>P Implica A – P> 0 Ou seja Líquida
SLP
Activa

Situação

2.º Caso A=P Implica A – P = 0 Ou seja A=P Líquida

nula

Situação

3.º Caso A <P Implica A – P <0 Ou seja A+ SLP = P Líquida

Passiva

109
Coordenação de OGI do IMPN

Em qualquer dos três casos representados chegamos sempre a uma

igualdade. Esta pode ser representada num quadro em forma de T no qual,

por convenção, do lado esquerdo – 1º membro – representamos o activo da

empresa e do lado direito – 2º membro – o seu passivo. A situação líquida

regista-se do lado mais fraco, a fim de que a igualdade entre os dois

membros se mantenha.

Activo Passivo

+ +

Situação líquida Passiva Situação líquida activa

1º Membro 2º Membro

A igualdade entre dois membros representados desta maneira damos o

nome de BALANÇO, ou seja, A + SLP = P + SLA

À equação, assim obtida, damos o nome de EQUAÇÃO GERAL DO

BALANÇO.

Estamos, agora, em condições para representar o Balanço de “Helena &

Zacoeiro, Lda.”, no início da actividade:

110
Coordenação de OGI do IMPN

BALANÇO DA SOCIEDADE “ HELENA & ZACOEIRO, LDA.”, EM 1/01/N

Activo Capital Próprio e Passivo

Imobilizações Incorpóreas Situação líquida Activa

500.000 24.390.000

Imobilizações Corpóreas Fornecedores 3.850.000

14.120.000
Empréstimos 4.200.000

Investimentos Financeiros
Estado 300.000
1.120.000

Mercadorias

5.040.000

Clientes 450.000

Títulos Negociáveis

180.000

Depósito a prazo

720.000

Depósito a ordem

500.000

Caixa 110.000

111
Coordenação de OGI do IMPN

Total do C. Próprio e Passivo


Total do activo
22.740.000
22.740.000

Em suma, um balanço deverá:

 Indicar especificamente a que empresa se refere;

 Representar o património. No entanto, é de notar que o Balanço

faz uma dupla representação do património;

 Representa o património em composição uma vez que nele estão

inscritos, em extensão o Activo e o Passivo da empresa, em

determinado momento;

 Representa o património em valor, que é expresso pelo Capital

Próprio.

PROPOSTAS DE TRABALHO

1. Os elementos patrimoniais pertencentes à empresa “Gomes & Reis,

Lda.”, retalhistas de pronto-a-vestir, eram, em 31 de Dezembro de n,

os seguintes (valores em kwanza):

- Dinheiro em cofre 20.000

- Empréstimo obtido mo banco de Angola 3.000.000

- Dívida à Soveste 1.000.000

- 100 saias «África» 130.000

112
Coordenação de OGI do IMPN

- Balcões 40.000

- Cheque em caixa 80.0000

- 100 camisolas «Jovem» 160.000

- Depósito à ordem no B. Comércio 350.000

- Expositores 90.000

- 50 Casacos compridos «Quadrado» 150.000

- Dívida às Coinfecções África 190.000

- Depósito a prazo no Banco de Angola 350.000

- 100 Blusas «Quadrado» 150.000

- Cruzetas 30.000

- 200 Calças «Blue» 500.000

- Edifício 4.000.000

- Dívida de “J. Reis” 220.000

- Quota na Sociedade “Rita & Sara, Lda.”, para revenda

70.000

- 20.000 Gabardinas «Vendaval» 1.100.000

113
Coordenação de OGI do IMPN

- D´vida do cliente A. Mendes 25.000

- Máquina registadora 65.000

- Mobiliário de escritório 300.000

Pedidos:

1.1 Classifique, juridicamente, esta empresa.

1.2 Classifique os elementos patrimoniais em contas.

1.3 Elabore o balanço classificado desta empresa.

2. Em 30 de Setembro de n, o património de “C. Campos & Ca, Lda.”,

armazenista de produtos alimentares, era constituído pelos seguintes

elementos (Valores em kwanzas):

Elementos
Valores Bens Direitos Obrigações Activo Passivo
patrimoniais

Carrinha 1.950.000

Peugeot

Dinheiro em 50.000

caixa

Dívida à 2.100.000

Triunfo

114
Coordenação de OGI do IMPN

Balcões 310.000

Depósitos à 26.000

ordem no B.

Angola

Dívida do 40.000

cliente “J.

Pais”

Peixe 500.000

Depósito a 910.000

prazo B.

Angola

Máquina 350.000

registadora

Massas 400.000

alimentícias

Dívida à 110.000

“Moisés &

Ca, Lda.”

115
Coordenação de OGI do IMPN

Expositores 260.000

Edifício 3.800.000

Dívida do 160.000

Super de

Angola

Massa 430.000

Farinha 480.000

Mobiliário de 90.000

escritório

Carrinha 2.600.000

Toyota

Quota na 1.000.000

“B. Matos,

Lda.”

Vale Postal 5.000

Manteiga 170.000

116
Coordenação de OGI do IMPN

Dívida do 250.000

Cliente

“Dias & S,

Lda.”

Depósito a 390.000

prazo no B.

Comércio

Pedidos:

2.1 Complete o quadro acima, assinalando com X a natureza dos

elementos patrimoniais.

2.2 Determine o valor do Activo e do Passivo, da empresa.

2.3 Calcule o valor do património.

2.4 Elabore o Inventário analítico da empresa “C. Campos & Ca, Lda.”,

em 30 de Setembro de n.

3. A empresa “Bento & Pontes, Lda.”, retalhista de pronto a vestir,

com sede na Av. da Esperança, nº380, em Benguela, iniciou a sua

actividade, em 3 de Outubro do ano n, com os seguintes elementos

patrimoniais (Valores em kwanzas):

- Dinheiro em cofre 50.000

- 300 camisolas 450.000

117
Coordenação de OGI do IMPN

- 1 Máquina registadora 60.000

- Dívida de C. Gama por compra de camisolas 130.000

- Depósito à ordem no banco Industrial 180.000

- 200 Calças 300.000

- Dívida à Confecções “D. Vaz, Lda.” 500.000

- Empréstimo obtido no Banco industrial a curto prazo

1.100.000

- 50 Casacos 170.000

- 1 Carrinha Mercedes 1.800.000

- Dívida de “Rui Ramos, Lda.” A curto prazo 115.000

-Quota na sociedade “Bento & Bastos, Lda.”

600.000

- Mobiliário de escritório 260.000

- Dívida a “Têxteis África” 700.000

118
Coordenação de OGI do IMPN

Pedidos:

3.1 Classifique esta empresa sob o ponto de vista económico,

justificando a sua resposta.

3.2 Elabore o inventário classificado e analítico desta empresa no dia 3 de

Outubro de n.

3.3 Elabore um balanço sintético, inicial, da empresa.

119

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