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Graduação em Ciências Biológicas – Bacharelado/Licenciatura

Zoologia dos Vertebrados

Amniota (provido de âmnio)

Características Gerais Diversificação da vegetação terrestre no


Grupo monofilético. Carbonífero.
Ovo amniótico. Evolução dos insetos terrestres.
Ventilação através de contrações da musculatura Evolução de um mecanismo mandibular eficiente à
intercostal. insetivoria.
Pele resistente à dessecação. Evolução de uma locomoção terrestre mais
Características peculiares esqueléticas (cabeça, eficiente.
fenestras temporais, cintura escapular e Anexos Embrionários – Ovo Amniótico
tornozelos). Todos os amniotas caracterizam por ovos
Mandíbulas mais fortes. (maiores) dotados de quatro membranas
Excreção de compostos nitrogenados com extraembrionárias e uma estrutura externa de
economia hídrica. proteção. – Âmnio; Alantoide; Córion; Saco
Cérebro e órgãos sensoriais expandidos. vitelino; Casca porosa.
Órgão copulador: pênis derivado da parede Âmnio: membrana extraembrionária (anexo) que
cloacal. envolve uma “cavidade líquida”.
Grupo com maior demanda energética. Líquido amniótico.
Maior sucesso na exploração do ambiente Proteção ao embrião em desenvolvimento.
terrestre em relação aos anamniotas (anfíbios Origem: ectoderme e mesoderme parietal.
modernos). Evita a desidratação (proporciona meio aquoso).
Lepospondyli – Precursores dos Amniota Permite movimentação (desenvolvimento
Gênero Diplocaulus muscular).
Grupo de anfíbios extintos no Permiano. Alantoide: saco membranoso com superfície
Largas protuberâncias nas laterais do crânio. respiratória.
Hábitos fossoriais. Armazenamento de resíduos nitrogenados.
1992: encontrado possível exemplar no Japão Córion: membrana que envolve o âmnio e alantoide.
(criado por artista plástico). Altamente vascularizado.
Anthracosauria – Precursores dos Amniota Trocas gasosas: oxigênio e gás carbônico passam
Gênero Limnoscelis livremente.
Grupo extinto de anfíbios mais próximo aos Tanto o córion quanto alantoide podem realizar
répteis. trocas gasosas.
Hábitos carnívoros (dentição bem desenvolvida). Saco vitelino: armazenamento de substância
Presença de ovo amniótico, porém com estruturas nutritiva.
mais primitivas dos ovos amnióticos atuais. Presente em organismos anamniotas (anfíbios,
Origem e Evolução peixes e invertebrados), porém mais desenvolvido
Final do Paleozoico: divergiram em múltiplas em amniotas.
linhagens (répteis não voadores, aves e Mamíferos marsupiais e placentários: saco vitelino
mamíferos). não armazena vitelo.
Extintos: Plesiossauros, Ictiossauros, Forma uma placenta temporária ou persistente
Arcossauros (Dinossauros e Pterossauros) e para transferência de nutrientes, gases e
linhagens primitivas de Synapsida. excretas entre a mãe e o embrião.

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Casca porosa: envolve o córion e dá proteção e Nutrição do embrião: casca fornece cálcio e
sustentação ao ovo. outros minerais essenciais para o desenvolvimento
Totalmente mineralizada (carbonato de cálcio – (esqueleto).
CaCO3). Fecundação e Desenvolvimento
Muitas espécies possuem ovos com cascas Amniotas: fecundação obrigatoriamente interna.
flexíveis. Casca: barreira física que impede a fertilização
Maioria dos mamíferos e alguns lagartos e pelos espermatozoides.
serpentes não depositam ovos com casca Fecundação é realizada anteriormente à formação
mineralizada. da casca.
Aves: casca é uma barreira semipermeável que Geralmente realizada através de órgão copulador.
permite a passagem de gases, mas limita a perda Exceções: tuataras e maioria das aves (contato
de água. cloacal).
Modificações na Estrutura dos Ovos Pênis: derivado da parede cloacal.
Ovo Amniótico: casca coriácea, flexível. Larvas (embriões) desprovidos de brânquias.
Lagartos, serpentes, crocodilianos e testudines. Tegumento Espesso e Impermeável
Ovo Cleidóico (aminiótico): casca calcárea, rígida. Anfíbios: pele delgada e constantemente úmida
Aves, alguns lagartos e testudines. para trocas gasosas eficientes.
Desenvolvimento Placentário Vulneráveis à desidratação e traumas físicos.
Em muitas espécies o desenvolvimento do embrião Amniotas: abandono da função respiratória.
se dá no interior do trato reprodutivo da fêmea. Consistência: variável de acordo com os grupos.
Proteção contra predadores. Ancestrais: pele mais espessa, queratinizada e
Previne a desidratação. menos permeável à água (condição da maioria dos
Mãe controla as principais necessidades répteis atuais).
nutricionais e fisiológicas do embrião. Grande variedade de estruturas compostas de
“O Ovo” terrestre não é exclusividade dos queratina: Escamas; Pelos; Penas; Garras.
Amniota! Queratina: protege o tegumento de traumas
Anfíbios: muitas espécies depositam ovos no meio físicos, perda de água (lipídios hidrofílicos).
terrestre. Répteis: betaqueratina (forma mas rígida e com
Tartarugas: ovos são enterrados em solo úmido ou maior espessura de queratina – escamas
locais com grande umidade. epidérmicas).
Ovo amniótico: maior resistência à aridez Escamas epidérmicas (répteis): não são homólogas
insuportável para qualquer anfíbio. às escamas dos peixes.
Evolução: ovo amniótico foi um fator Peixes: escamas dérmicas de origem
determinante para o sucesso dos tetrápodes no predominantemente óssea.
ambiente terrestre. Crocodilianos: escamas permanecem por toda a
Desenvolvimento de embriões maiores e de rápido vida, crescimento constante.
crescimento. Serpentes e lagartos: nova camada da epiderme
Camada gelatinosa (anfíbios): não permite queratinizada se forma abaixo da camada antiga,
sustentação à ovos grandes; limita a difusão do essa então descartada periodicamente.
oxigênio. Tartarugas: adicionam novas camadas de
Casca porosa: maior sustentação e troca de gases. queratina sob as camadas antigas dos escudos
placoides (escamas modificadas).

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Osteodermos: placas ósseas localizadas na derme, Ausência de caixa torácica e diafragma – maiores
abaixo das escamas (crocodilianos e alguns limites na ventilação (entrada de ar forçado pela
lagartos – Scincidae). boca).
Cromatóforos: células na derme dotadas de Amniotas
pigmentos que dá o colorido aos lagartos e Pulmões bem desenvolvidos, expandidos através
serpentes. de movimentos.
Couro de répteis: derme é utilizada na fabricação das costelas (Aves e Squamata).
de artigos de couro (jacarés e serpentes) – bolsas dos órgãos internos (Chelonia e Crocodylia).
e sapatos de valor elevado. do diafragma e costelas (Mammalia).
Grande problema ambiental para a conservação de Estrutura Bucal e Mandibular
espécies de répteis. Peixes: projetadas para sucção e fechamento
Respiração e Ventilação Pulmonar rápido, exercem pouca força estática após
Respiração pulmonar: principal forma de troca captura de presas.
gasosa da maioria dos amniotas. Tetrápodes terrestres: adaptações para segurar
Pulmões: muito mais desenvolvidos do que nos a presa.
anfíbios (maior superfície de absorção e Fenestras temporais: estruturas presentes no
mecanismo distinto de ventilação). crânio e na mandíbula que oferecem maior
Reflexo da alta demanda metabólica dos amniotas. vantagem mecânica (maior aderência da
Anfíbios e Peixes Pulmonados: inflam pulmões musculatura).
“empurrando” ar para dentro pela cavidade oral e Língua: muscular e móvel – auxilia deglutição,
faringe. percepção sensorial e captura de alimento.
Amniotas: “puxam” ar para pulmões (aspiração) Sistema Cardiovascular
através da expansão da caixa torácica com auxílio Circulação dupla, alta pressão.
da musculatura intercostal (associação com Átrio direito recebe sangue desoxigenado dos
costelas). tecidos, completamente separado do átrio
Deslocamento do fígado juntamente com esquerdo (sangue oxigenado pelos pulmões).
movimentos adicionais da musculatura adjacente Mamíferos, aves e crocodilianos: dois ventrículos
(tartarugas e crocodilianos). completamente separados.
Diafragma e costelas (mamíferos). Demais répteis: ventrículo único dividido (de
Musculatura intercostal: utilizada apenas para forma incompleta) em várias câmaras.
locomoção em tetrápodes primitivos. Amniotas: circulação funcionalmente separada
Aumento e reorganização mecânica dos membros (fluxo sanguíneo limita a mistura de sangue
dos Amniota permitiram uma locomoção mais arterial e venoso).
eficiente e menos dependente da musculatura Melhor separação dos circuitos resulta em maior
intercostal. pressão sanguínea.
Tartarugas aquáticas e marinhas: respiração Peixes e anfíbios: 15 a 40 mmHg.
faringeana e cloacal (suplementação da respiração Varanidae (lagartos monitores, dragão-de-
pulmonar). komodo): cerca de 80 mmHg.
Serpentes marinhas: respiração cutânea Septo incompleto do coração da maioria dos
(suplementação da pulmonar). répteis é característica adaptativa.
Anfíbios: Impede que o sangue passe pelos pulmões em
Respiração cutânea, buco-faríngea, pulmonar e situações de interrupção da respiração.
branquial.

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Evita gasto de energia ao bombear sangue Aves: sem órgão copulador, transferência de
desnecessariamente para os pulmões durante um esperma se dá ao encostar uma cloaca na outra.
mergulho, por exemplo. Estruturas da cloaca podem ser eversíveis,
Excreção de Compostos Nitrogenados funcionando como um “pênis”.
Anfíbios: excreção de compostos nitrogenados em
forma de amônia ou ureia.
Amônia: tóxica a concentrações altas, requer
diluição para ser eliminada.
Ureia: pode ser acumulada nos rins, reduz
relativamente a perda de água.
Ácido úrico: toxicidade baixa, pode ser
concentrado exigindo quantidade mínima de água
para excreção.
Aves e répteis (exceto Testudines): habilidades
limitadas para concentrar urina nos rins (bexiga
recebe urina diluída).
Água e sais são reabsorvidos na bexiga e “urina” é
eliminada como massa semissólida (ácido úrico) -
uritotélicos.
Testudines: uréia + ácido úrico.
Cérebro e Órgãos Sensoriais
Cérebro: telencéfalo e cerebelo relativamente
grandes.
Estruturas maiores em aves e mamíferos.
Visão: acurada, diferenciam maioria das cores
(spp. possuem cores vistosas).
Olfato: mais desenvolvido em serpentes, alguns
lagartos e mamíferos.
Órgão de Jacobson (vomeronasal): câmaras
olfatórias especializadas no teto da cavidade oral.
Serpentes, lagartos e aves: capazes de detectar
luzes infravermelha e ultravioleta (algumas spp.).
Órgão Copulador (Machos)
Presença de pênis.
Derivado da parede cloacal (evaginação).
Diversas modificações variando com os grupos.
Serpentes e lagartos: hemipênis – par órgãos
invertidos, dentro do corpo.
Apenas um é utilizado de cada vez, alternando seu
uso durante a cópula.
Cada um possui canal deferente independente.
Podem apresentar espinhos, ganchos e até serem
bifurcados.

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