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CURSO DE COSMÉTICOS CAPILARES– A QUÍMICA DA BELEZA
MC- 01

APOSTILA MC-01

Ana Darezzo

Belo Horizonte
2020/2021

Todos os direitos reservados 1

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CURSO DE COSMÉTICOS CAPILARES– A QUÍMICA DA BELEZA
MC- 01

MANUAL DEFINITIVO COSMÉTICOS CAPILARES ........................................................3


APRESENTAÇÃO PESSOAL ...................................................................................................4
CABELOS ....................................................................................................................................5
ESTRUTURA DO COURO CABELUDO ................................................................................7
ESTRUTURA DO CABELUDO ..............................................................................................10
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS CABELOS ........................................................................12
CICLO DE CRESCIMENTO DOS CABELOS .....................................................................16
TEXTURA, TIPO E FORMAS DOS CABELOS ...................................................................18
COR DOS CABELOS ...............................................................................................................22
pH DOS CABELOS ...................................................................................................................24
PRINCIPAIS DANOS CAUSADOS NA HASTE CAPILAR ...............................................26
PRINCIPAIS ATIVOS PARA RECONSTRUÇÃO CAPILAR ...........................................27
PRINCIPAIS COSMÉTICOS CAPILARES ..........................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................37

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Seja bem-vindo (a) ao Manual Definitivo Cosméticos Capilares


MC-01: A Química da Beleza.

Os cosméticos capilares são preparações destinadas ao contato


com o cabelo e com o couro cabeludo, com o objetivo de limpar,
alterar a sua aparência e ainda proteger e manter ambos em boas
condições.

Atualmente, os produtos capilares destinam-se principalmente a


reconstrução da fibra capilar devido a agressões externas, assim
conhecer a fisiologia capilar é o primeiro passo para entender
como os produtos diferenciados para esse segmento agem.

Dessa forma, nesta unidade, você irá conhecer toda a parte


conceitual do cabelo, desde sua estrutura física, até os
principais cosméticos capilares, a fim de oferecer os
conhecimentos básicos necessários e melhor compressão da
composição dos produtos para tratamento de cabelos.

Este curso não habilita o aluno a ser um profissional da área,


mas serve para que tenha conhecimento do assunto e possa
decidir posteriormente se deseja aprofundar nos estudos,
fazendo cursos mais específicos e direcionados a formação
profissional.

Não nos responsabilizamos por eventuais danos causados na


utilização dessas informações de maneira errônea.

É vedada a divulgação por quaisquer meios o conteúdo do curso


sem prévia autorização, sendo cabíveis ações pertinentes.

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Olá!
Sou Ana Darezzo.
Apaixonada e fascinada pelo universo da química e
física, me formei no Curso Técnico de Química e
posteriormente me graduei em Engenharia Química.
Com mais de 7 anos de experiência no ramo da química, já trabalhei
em laboratórios de análises, indústrias cosméticas, realizando
análises físico-químicas, pesquisa e desenvolvimento de
formulações cosméticas, bem como no desenvolvimento e
implementação do Sistema de Gestão para a Qualidade.
Criei esse curso com a finalidade de passar adiante meus
conhecimentos e ajudar aqueles que querem abrir seu próprio
negócio no ramo de produtos cosméticos ou que querem fazer
produtos para consumo próprio.
Espero que com este curso, você adquira informações que ampliem
os seus conhecimentos referentes à área de cosmetologia e que
tenha muito sucesso nos seus objetivos.

Então vamos lá!

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A palavra cabelo vem do latim capillus, e pode-se


considerar que o cabelo trata-se de cada um dos pelos
que crescem na região do couro cabeludo,
diferenciando-o dos demais pelos do corpo pelo seu
formato, local e comprimento.
O cabelo não possui uma função vital para os
humanos, ou seja, podemos viver com a sua total
ausência, porém o cabelo tem um enorme impacto
no nosso psicológico, possuindo um valor imensurável.
A importância social do cabelo é surpreendente e pode influenciar na personalidade e na
autoestima de uma pessoa. Em algumas civilizações ancestrais, o cabelo era um símbolo de
poder, enquanto em outras era considerado um símbolo de sabedoria. Até mesmo em
tempos modernos o significado do cabelo e seu
estilo ainda estão profundamente enraizados em
todas as culturas.
Ao longo dos anos o cabelo deixou de ser apenas
uma ferramenta de proteção do couro cabeludo
do sol e ações do tempo, símbolo de poder e
sabedoria, ou uma questão de moda, passando
também a ser um símbolo de vaidade.
Atualmente, tanto mulheres quanto homens
criaram novos hábitos de higiene e cuidados com
os cabelos, possuindo fundamentalmente uma
importância estética considerável.
O cabelo é uma das poucas características físicas
que podemos facilmente alterar, quer quanto à
sua forma, comprimento ou cor.

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O fio de cabelo cresce em média 1,5 cm por mês.


VOCÊ
SABIA? A espessura varia, sendo mais comuns que fios mais escuros tenham
espessura mais grossa e consequentemente os fios mais claros,
espessura mais fina.

O ser humano possui em média 100.000 fios de cabelo. Os ruivos


possuem em média 90.000, cabelos pretos 110.00 e louros 140.000.

Um fio de cabelo pode suportar em média até 100g de peso antes de


romper.

O cabelo feminino cresce mais devagar que o masculino.

O cabelo masculino é mais denso do que o feminino.

O cabelo crespo cresce mais lentamente e é mais frágil do que o cabelo


liso.
Em geral, 90% dos fios de cabelo estão em crescimento e 10% em
repouso.

Crianças perdem em média 90 fios de cabelo por dia, o que aumenta


para 120 na velhice.

Distúrbios de tireóide e deficiência de ferro no organismo são fatores


reversíveis da queda de cabelo.

A maioria das drogas e vários tipos de medicamentos causam queda de


cabelo.

Pode-se perda mais de 50% dos cabelos antes que outras pessoas
possam notar.

Um centímetro de cabelo pode revelar muito sobre seu


comportamento no último mês, como o que você comeu, bebeu, e os
ambientes que você frequentou.

O cabelo mais comum do mundo é o preto. Os cabelos loiros cobrem a


cabeça de apenas 2% da população e o ruivo é o mais raro, apenas 1%
das pessoas o possui.

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O conjunto dos tecidos moles que cobrem o crânio constitui o couro cabeludo. Trata-se de
um revestimento contínuo, suave e resistente. O couro cabeludo é formado por unidades
anatómicas, que contêm grupos de 1 a 4 fios de cabelo, envoltas por um anel de tecido
conjuntivo que as protege, com inervação e circulação próprias, e também com glândulas
sebáceas que dão oleosidade natural ao couro cabeludo.
O couro cabeludo, e de uma forma geral a pele, podem ser divididos em três camadas
principais: epiderme, derme e hipoderme.

A hipoderme ou tela subcutânea corresponde à camada mais profunda da pele, situada


debaixo da derme, e tem como principal função a regulação térmica do corpo e a proteção
mecânica dos órgãos internos.

A derme, cútis verdadeira ou pele verdadeira situa-se debaixo da epiderme, é resistente,


flexível e elástica. É constituída por tecido conjuntivo denso, e apresenta vasos sanguíneos,
nervos, folículos pilosos, músculos eretores do pelo, glândulas sudoríparas e glândulas
sebáceas.

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Dispõe-se em duas camadas: uma profunda ou reticular e a outra superficial ou papilar. A


camada reticular consiste os fibroblastos, que sintetizam o colágeno e a elastina. Nas camadas
mais profundas da camada reticular encontram-se glândulas sudoríparas, sebáceas, folículos
do pelo e pequenos acúmulos de células. A camada papilar consiste em numerosas
eminências vasculares altamente sensitivas, as papilas. Entretanto, vamos focar no folículo
piloso.

O folículo piloso é a estrutura resultante da invaginação (penetração de


parte de uma estrutura orgânica em outra, sendo ambas do mesmo
indivíduo), da epiderme no sentido da derme, formando um canal ou
duto, que irá se transformar em folículo piloso e dará origem aos pelos.
Todos os folículos pilosos apresentam uma glândula sebácea anexa. O
sebo produzido por estas glândulas está envolvido na diferenciação da
epiderme, na manutenção da barreira protetora, no odor corporal e
proteção contra a radiação ultravioleta.
Há cerca de cem mil folículos capilares no couro cabeludo. Em média, o couro cabeludo
apresenta mais de 100.000 folículos pilosos. Em cada folículo crescem cerca de 20 novas
fibras de cabelo durante a vida. Cada fio de cabelo cresce durante vários anos, em média 6
anos, antes de cair e ser substituído por um novo.

A epiderme corresponde à camada mais externa da pele, visível a olho nu. É um epitélio
pavimentoso e estratificado (células escamosas em várias camadas), não possui vasos
sanguíneos e que está em constante renovação. A célula principal é o queratinócito ou
ceratinócito, que produz a queratina. Pode ser dividido em cinco subcamadas: camada basal,
camada espinhosa, camada granular, camada lúcida, camada córnea.

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É o mais profundo, em contado com a derme, constituído por células que se dividem
continuamente, dando origem as outras camadas. Contém pouca queratina.

Células que possuem mais queratina que as da camada basal e que formam junções celulares
umas com as outras, que proporcionam o contato entre as células vizinhas.

Possui células com grânulos de queratina acentuados e outras proteínas.

É formada por uma fina camada de células achatadas, que liberam enzimas que as digerem.

É a camada mais externa e que entra em contato


direto com os produtos cosméticos. Constitui
células mortas, sem núcleo e achatadas, com
grande quantidade de filamentos,
principalmente queratina. Serve como uma
barreira de proteção contra as várias agressões
ambientais, prevenindo a penetração de
substâncias estranhas ao organismo, ao mesmo
tempo em que retém o seu conteúdo,
principalmente água, eletrólitos e nutrientes.

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Os cabelos são fibras naturais que nascem na parte mais profunda do fólico
piloso e são formados por duas partes: hastes e raiz.

Haste capilar ou fio capilar é um longo cilindro altamente organizado composto por células
queratinizadas e que se encontram estruturadas de modo a resistirem às forças degenerativas
como fricção, flexão, puxão e radiação ultravioleta. Possui três camadas principais separadas
e distintas:

É a camada externa do cabelo que resiste às ações do tempo, composta por células em forma
de escamas sobrepostas, ricas em queratina, formando uma proteção para sua parte interna.
Mas devido às agressões físicas que o cabelo está susceptível como escovação, tinturas,
descolorantes, permanentes e alisamentos, a cutícula acaba perdendo sua força natural,
deixando o fio enfraquecido.
A cutícula é formada de 6 a 10 camadas dessas células, constituindo a camada protetora do
cabelo. A cutícula é transparente e opaca e quanto mais fechada mais luminosidade é notada
no cabelo. Se as cutículas se abrem, o cabelo fica mais sujeito a porosidade e sem brilho.
Por isso é importante que a cutícula seja mantida em boas condições para que o cabelo tenha
um aspecto saudável e com o máximo reflexo de luz.

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É a segunda e principal camada do fio de cabelo, ocupando a maior parte da área do cabelo.
Noventa por cento do peso total do cabelo vem do córtex.
É responsável pela resistência do cabelo, pois contém altos níveis de hidrogênio, oxigênio e
queratina, contento também os pigmentos de melanina, responsável pela coloração dos
cabelos. A estrutura proteica única do córtex permite que o cabelo tenha elasticidade e a
possibilidade de realizar penteados, permanentes e relaxamentos.

É a camada mais interna, a parte central do fio, que garante toda sustentação de sua estrutura.
A medula pode ou não estar presente nas fibras de cabelo humano. De uma forma geral
não contribui significativamente para a massa do fio do cabelo, e desempenha um pequeno
ou nenhum papel na cosmética.

A raiz ou bulbo capilar determina a forma do fio e representa a parte viva do cabelo. Na
parte inferior da raiz, tem-se a papila que é uma pequena depressão que recebe os vasos
sanguíneos e as terminações nervosas.

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O fio de cabelo é composto por 45% de carbono, 7% de hidrogênio, 28% de oxigênio, 15%
de nitrogênio e 5% de enxofre. Essa composição química reunida forma-se a queratina
dentro do córtex.
O cabelo é formado basicamente de queratina, uma proteína formada pelo encadeamento
por um número muito grande de aminoácidos (sendo o mais importante à cistina) unidos
por uma ligação chamada de ligação peptídica, que são ligações fortes e difíceis de romper.
A queratina representa cerca de 90% da composição do cabelo, sendo seu restante completo
por água, lipídios, sais minerais e vitaminas.

Esses aminoácidos assumem as características físicas de longas fibras, chamadas de cadeias


protéticas, sendo a queratina constituída de muitas dessas fibras, as quais estão dispostas em
paralelo e enroladas em torno uma das outras.
Assim, o cabelo é formado por
cadeias de queratina dispostas em
hélice, as quais estão presas por
ligações à base de enxofre.

Proteína em hélice.

A principal característica da queratina é a existência de um alto teor de enxofre devido à


presença de cistina, que possui dois grupos amino e dois carboxílicos, o que permite que
este aminoácido faça parte de duas cadeias proteicas que assim ficam unidas através de
ligações dissulfeto.

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Cistina.

Ligação de dissulfeto é uma ligação forte, que une os


átomos de enxofre a dois aminoácidos cisteínos vizinhos
para criar a cistina, que é o aminoácido mais abundante
no cabelo.
As ligações de dissulfeto não se rompem com calor ou
água. Conferem estabilidade química e física à queratina,
ou seja, dão resistência aos cabelos, proporcionam
elasticidade e é responsável pela forma e textura do
cabelo. Muitas vezes essas ligações são quebradas para se
conseguir uma nova configuração do cabelo, como acontece no alisamento químico.

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As cadeias de queratina também se organizam e se conectam através de outros dois tipos de


ligações além da ponte de dissulfeto: pontes de hidrogênio e pontes salinas.

São as ligações que existem em maior quantidade no cabelo, mas também são as mais fracas.
As ligações de hidrogênio são facilmente rompidas pela água ou calor. É nelas que se
interfere quando faz uma escova no cabelo, usa a chapinha ou o babyliss. Ao posicionar o
fio da forma que deseja (liso ou enrolado) e retirar a água dele, as pontes de hidrogênio são
refeitas na nova posição. A vantagem é que essas ligações são as mais fáceis de manipular; a
desvantagem é que basta molhar e as pontes de hidrogênio se desfazem prontas para voltar
à sua configuração original quando o cabelo secar.

São um pouco mais fortes do que as pontes de hidrogênio e se desfazem quando o pH do


cabelo assume níveis mais ácidos ou alcalinos do que o padrão dos fios, se reconstituindo
assim que o pH volta ao normal.

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O crescimento das fibras de cabelo no interior do folículo piloso não ocorre de forma
contínua e ininterrupta. Assim, a produção de novos fios de cabelo ocorre em ciclos, e cada
ciclo completo possui três fases que se repetem continuamente por toda a vida. São elas:

A fase anágena é a fase ativa, ou seja, a fase de crescimento durante a qual o cabelo é
produzido. Durante essa parte do ciclo, as células capilares são produzidas em ritmo
acelerado. Essa fase do ciclo geralmente dura entre 3 a 7 anos, mas pode chegar a até 10.
Esse tempo de crescimento é variável em função das características do indivíduo, como
genética, sexo, idade, além de outros importantes fatores ambientas aos quais estamos
expostos, como tipo de alimentação, stress, poluição ambiental, qualidade de vida, entre
outros. Em um adulto normal, encontra-se cerca de 85% dos fios do couro cabeludo nesta
fase de crescimento. Geralmente, a fase anágena é maior nas mulheres do que nos homens.
O cabelo na fase anágena apresenta raiz escura e desprende-se do folículo piloso quando
puxado com força. Ao terminar a fase anágena, inicia-se um anova etapa do ciclo.

Durante o período de gravidez, a proporção de cabelos na fase


anágena aumenta consideravelmente, devido às mudanças dos
fatores hormonais. Porém, após o parto os cabelos sofrem uma
influência hormonal e passam rapidamente da fase anágena
para a fase telógena, levando a uma queda avolumada de fios de
cabelo. Depois de um período médio de 3 meses a densidade
capilar volta a se restabelecer.

A fase catágena é a fase de transição que sinaliza o fim da etapa anterior. Nessa fase a divisão
celular cessa, o cabelo não sofre alterações significativas do seu aspeto e o folículo retrai-se
em direção a superfície. Esta fase dura em média 3 a 4 semanas e apena 1 a 2% dos fios
encontram-se nesse estágio.
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É a fase final do ciclo de vida do fio


de cabelo. Esta fase tem como
característica o desprendimento do
fio de cabelo do couro cabeludo e
tem duração de 3 a 4 meses.
Durante esse período os fios de
cabelo estão em constante queda e
após o seu desprendimento, ocorre
o início da produção de um novo
fio de cabelo. Em um adulto,
normalmente cerca de 10 a 14%
dos fios encontram-se nessa fase.
Os fios nesta fase podem ser
facilmente diferenciados das
demais fases através da avaliação de sua raiz, em que apresenta raiz branca e desprende-se
facilmente do folículo. Dentro desta taxa de queda, tem-se em média de 100 a 150 fios de
cabelo em desprendimento por dia, o que é considerado normal.

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A textura, o tipo, a forma e composição proteica do cabelo são definidas geneticamente. Os


cabelos podem ser finos, com forma lisa ou ondulada, com curvatura ondulada ou crespa,
curvatura lisa ou levemente ondulada, o que dependerá da herança genética de cada pessoa.
Porém, existem fatores que podem colaborar para a mudança de sua natureza original, as
condições de nutrição influenciam a composição proteica do cabelo, sendo que a má
nutrição pode provocar diminuição no diâmetro das fibras, perda de pigmentação, brilho,
força, comprimento e número de fios.

A textura capilar é o diâmetro de cada fio de cabelo, que pode ser classificado em fino,
médio ou grosso. Basicamente, os cabelos mais finos são mais frágeis e susceptíveis a danos
e os mais grossos mais fortes e resistentes.

Fino Médio Grosso

É considerado o tipo de cabelo ideal, pois não ressecam


com facilidade e nem são oleosos excessivamente. São
macios, com brilho e volume adequados. Não exigem
lavagem todos os dias, pois o couro cabeludo se mantém
limpo por um bom tempo e as glândulas sebáceas
produzem gordura na medida certa para a lubrificação
dos cabelos.

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Neste tipo de cabelo, a gordura produzida não é suficiente para


manter os cabelos hidratados, provocando um aspecto
volumoso, espetado, ressecado, sem brilho, frágil e
embaraçado. Além do fator genético, hábitos como má
alimentação, exposição excessiva ao sem a devida proteção,
banhos de mar ou piscina, permanentes, alisamentos e tintura,
podem agravar esse quadro. Tais fatores podem colaborar para
o desequilíbrio da secreção nas glândulas sebáceas, tornando o couro cabeludo e os fios do
cabelo secos. Evitar lavar os cabelos todos os dias, usar produtos específicos e fazer
hidratação pelo menos de 15 em 15 dias, pode ajudar na lubrificação dos fios.

Nos cabelos oleosos, as glândulas sebáceas produzem mais


gordura do que o necessário, deixando os cabelos sem volume e
com aspecto sujo. Tal oleosidade excessiva pode ser em virtude
de disfunções do organismo, como glândulas e ovários. Neste caso
é preciso ter alguns cuidados, visto que o couro cabeludo sujo
impede o funcionamento eficaz das glândulas sebáceas e dos
folículos pilosos, tornando-o mais oleoso. Lavar o cabelo
diariamente, utilizar produtos específicos, evitar o uso excessivo de condicionadores e
cremes sem enxágue, e hidratar o cabelo uma vez ao mês, pode ajudar.

Neste tipo de cabelo o couro cabeludo é oleoso e os fios são


ressecados. Isso acontece, normalmente, devido ao uso de
produtos inadequados como tinturas, alisantes, uso excessivo
de secador, exposição ao sol, banhos de mar e piscina. Para
esse tipo de cabelo é interessante utilizar produtos específicos,
evitar o contato de condicionadores e cremes com o couro
cabeludo e fazer hidratação mensalmente.

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Essa forma de cabelo é mais comum entre


asiáticos, europeus, índios, entre outros. É
totalmente liso, sem nenhuma ondulação, da raiz
às pontas. Tentem a ser mais oleosos e exigem
cuidados especiais, pois apresentam menor
flexibilidade e maior facilidade a danos.

O cabelo ondulado geralmente nasce liso na raiz


e forma ondulações ao longo dos fios. Forma
mechas em padrão de S e é
mais suscetível ao frizz.

Os cabelos cacheados formam cachos bem


definidos ao longo dos fios. Essa forma de cabelo
dificilmente é oleosa, pois esse formato impede
que a oleosidade produzida na raiz chegue até as
pontas. Consequentemente, os cabelos ficam mais
secos, frágeis e arrepiados, exigindo maiores
cuidados.

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São os cabelos geralmente conhecidos


como afro. Os cabelos crespos nascem bem
enrolados desde a raiz, sendo mais ressecados e
opacos que os demais tipos de cabelo, devido à
impossibilidade da oleosidade se distribuir pelos
fios. Por isso necessitam de bastante hidratação
para que revelem toda a sua beleza e não se
quebrem à medida que vão crescendo. Sua
principal característica é o volume e tende a arrepiar com maior facilidade em ambientes
mais úmidos.

A aparência de cada fio individualmente na variação de liso a crespo:

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A cor natural dos cabelos é controlada


geneticamente, produzida por grânulos de
pigmentos formados nos melanócitos
presentes no bolbo capilar e então
transferidos para as células do córtex e
medula, através de prolongamentos existentes
nos melanócitos.

Os melanócitos produzem uma série de


pigmentos com diferentes estruturas e
composição química. Variando-se a natureza
do pigmento, a quantidade e modo de
distribuição no cabelo podem ser produzidos
uma larga faixa de cores.

O pigmento que dá a cor natural dos cabelos é chamado de melanina. E a grande variedade
de cor natural do cabelo se dá pela associação de dois tipos de melanina. São elas:

É o tipo mais comum de melanina e é o principal pigmento encontrado nos cabelos


castanhos a preto.

É menos abundante e é o pigmento encontrado nos cabelos louros a ruivos.

Assim, a cor natural do cabelo é consequência das


proporções relativas de eumelanina/feomelanina e da
quantidade total de melanina presente no cabelo.

Cabelos escuros e castanhos apresentam grande


quantidade de eumelanina e cabelos loiros e ruivos
grandes quantidade de feomelanina. Somente o cabelo
completamente branco não contém qualquer tipo de
melanina, visto que o branco é a cor real da queratina sem
a influência da melanina.

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O cabelo cinzento ou branco resulta da diminuição


da produção de melanina pelos melanócitos, e é a
manifestação mais clássica do envelhecimento.

Isso normalmente acontece entre os 28 e 42 anos de


idade. Este processo é quase sempre irreversível, e
os produtos cosméticos procuram combatê-lo das
mais diversas formas.

A chegada dos cabelos brancos pode-se também ser


causado por outros fatores além da idade, como distúrbios na tireoide ou problemas de
anemia.

Três fatores determinam todas as cores naturais dos cabelos:

Textura do cabelo;

O número total e o tamanho


dos grânulos de pigmento;

A proporção de eumelanina em
relação à feomelanina.

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MC- 01

Para se estabelecer o valor de pH de um produto cosmético é essencial saber o pH da região


a qual será plicada o produto, uma vez que o pH sofre alterações conforme a região do
corpo, produtos químicos e idade. Se o pH do produto for diferente da região aplicada pode
causar serias reações.

Basicamente, o pH encontrado nos diferentes tipos de cabelo são:

Normal: Possui pH
Seco: Possui pH inferior Oleoso: Possui pH
entre 4,5 a 6:
a 7: Ácido. superior a 7: Alcalino.
Fisiológico.

Um fio de cabelo saudável é protegido por uma camada hidro lipídica com o pH em torno
de 4,5 a 5,5 e o couro cabeludo possui pH entre 3,8 a 5,6, ou seja, levemente ácidos. Essa
camada protege da proliferação de fungos no couro cabeludo, dentre outros
microrganismos. Além disso, o pH ácido mantém as cutículas de cabelo seladas, impedindo
a entrada de substâncias, além da perda de água ou nutrientes para o ambiente, ajudando
por exemplo a preservar a cor depositada nos cabelos assim como outros tratamentos
hidratantes. Contudo, nunca devemos utilizar pH menor do que 2,5 em um produto.

Entretanto, produtos capilares com pH alto ou alcalinos pode danificar os cabelos,


tornando-os ásperos, quebradiços e ressecados. Produtos que precisam abrir a cutícula do
fio para mudar a estrutura da fibra capilar tem pH alcalino para facilitar a penetração do
ativo, como colorações, alisamentos, relaxamentos e descolorações. Devendo o pH alcalino
ser usado somente nesses casos.

Os produtos utilizados nos cabelos com a finalidade de limpeza, o pH deve ser de 4 a 5,


para manter o equilíbrio dos fios e conseguir promover a limpeza, sem danificá-los.

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Produtos utilizados nos cabelos com a finalidade de hidratar, devem ter o pH em torno de
4,5, pois assim irão fechar as escamas deixando os fios hidratados e com brilho.

Um pH considerado "neutro" para os cabelos não quer dizer,


necessariamente, que ele seja 7. Se o pH do nosso cabelo é em torno
de 4,5 e 5,5, um produto com um pH acima disso, pode ser
considerado alcalino em relação a nosso cabelo, ok?

A tabela abaixo demostra o efeito do pH nos cabelos.

CARACTERÍSTICAS
SOLUÇÃO EFEITO NO CABELO
IMPORTANTES
Não deve ser aplicado no cabelo ou
Dissolve o cabelo por completo no couro cabeludo.
Extremamente ácido (pH 0,0 a 1,0)
Ácidos ou cremes rinse restauram o
corpo para eliminar a porosidade do
cabelo. Condicionadores eliminam o
excesso de porosidade dos cabelos
O cabelo encolhe e enrijece. As danificados. Xampus especiais
cutículas se fecham. Aumenta o reduzem o embaraçamento e a
Forte a suave acidez (pH 1,0 a 4,5) brilho do cabelo. Os resíduos opacidade do cabelo e previne sua
de sabão são eliminados. descoloração. Os cremes para cabelo
aumentam o brilho. As colorações
proporcionam um efeito temporário.
Os neutralizantes removem resíduos
de loções permanentes.
Soluções neutralizadoras são
indicadas para prevenir o excesso de
Cabelo em seu estado normal.
Neutro (pH 4,5 a 5,5) volume, que é normal em cabelos
Textura e brilho se normalizam. danificados. Xampus suaves para
limpeza normal e manejo dos cabelos.
O cabelo obtém volume. A
Tonalizantes e descolorantes
porosidade aumenta à medida
penetram com mais facilidade, e a
Álcali suave (pH 5,5 a 10,0) que as camadas de cutícula se ação química aumenta. Ativadores
dilatam. O cabelo obtém para peróxido de hidrogênio.
aparência opaca e ressecada.
Não deve ser aplicado no cabelo ou
Álcali Forte (pH 10,0 a 14,0) Dissolve o cabelo por completo no couro cabeludo, a menos que
utilizados como relaxantes e alisantes.

É importante lembrar que o pH de uma criança é diferente de um adulto. Seu


sistema de defesa ainda não está completo, além de outros fatores que
interferem. O pH desses produtos são em torno de 7, indicados como neutros.
Não são compatíveis com o pH do cabelo de um adulto, que são mais ácidos.

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Atualmente existe uma variedade de cosméticos com


propriedades cada vez mais específicas, entretanto alguns
podem muitas vezes causar danos estruturais a haste capilar.
Os danos mais visíveis estão apenas na superfície do fio,
porém a estrutura interna do cabelo é a mais comprometida,
ocorrendo diminuição da elasticidade e da força, levando ao
aumento de quebras e formação de pontas duplas.

Os cabelos podem ser avaliados quanto à porosidade, que se relaciona com a estrutura
interna do fio, ocasionando a abertura do fio de cabelo. Cabelos porosos apresentam
cutículas abertas, absorvendo com maior rapidez elementos químicos. Os cabelos normais
apresentam cutículas semiaberta, tendo absorção considerada normal dos elementos
químicos. E os cabelos impermeáveis possuem cutículas fechadas dificultando a penetração
dos produtos químicos.

Devido a fatores químicos e físicos a haste capilar pode sofre alterações. Quando se deseja
modificar o cabelo através de processos químicos como alisamentos, permanentes,
descoloração e colorantes, é necessário à abertura das cutículas dos fios para que ocorra
uma maior penetração das substâncias químicas até o córtex. Assim, são utilizados produtos
com alto pH que acarreta alteração ou danos a fibra do cabelo.

Os corantes causam alterações na haste capilar, pois são destinados a


restituir ou alterar a cor dos cabelos. As descolorações clareiam a
haste capilar, porém é um processo muito agressivo, pois danifica e
elimina a melanina do cabelo. Esses produtos químicos apresentam
afinidade com a queratina levando a lesões na haste capilar e na
epiderme, e dependendo de alguns fatores pode levar a quebra da
haste capilar.

Os hidróxidos presentes em fórmulas de alisamento podem reagir com os metais presentes


nas colorações, resultando em danos graves aos cabelos. Outros agressores que danificam a
haste capilar são os agentes físicos como o calor, que podem ser de secadores ou chapinhas,
causando quebra e ressecamento e até mesmo provocar queimadura nas fibras.

Devido aos danos ocasionados por agentes químicos e físicos a haste capilar pode apresentar
a Triconodose, que é determinada por um nó simples ou duplo no cabelo. Também a
Tricoptilose, que forma uma fissura na haste tronando as extremidades do fio bifurcadas ou
com múltiplas pontas. E ainda a Tricorrexe Nodosa tornando o cabelo facilmente
quebradiço e com a aparição de nós esbranquiçados ao longo de alguns fios.
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Os cosméticos para tratamento de reestruturação capilar contêm diferentes substâncias em


suas formulas, sendo que cada uma possui uma função específica. Dentre os ativos mais
utilizados nas formulações de cosméticos estão:

No geral, os silicones apresentam propriedades táteis suaves e sedosas, atuam como


lubrificantes não oleosos e inclusive diminuem a sensação de oleosidade quando associados
a ceras e óleos. Os silicones catiônicos e o amodimeticone possuem grande afinidade de se
ligar ao cabelo melhorando a penteabilidade a úmido e a seco, eliminam a carga estática,
proporcionam condicionamento, maciez e brilho.

Os polímeros possuem grupamentos hidroxilados que mantém a hidratação dos fios,


retendo moléculas de água através de ligações entre os átomos, conhecidos como ligações
de hidrogênio. São utilizados em cosméticos como aditivos.

Possuem propriedades emolientes e hidratantes. São muito utilizados em composições


cosméticas devido as suas substâncias permitirem repor os lipídios perdidos nos processos
químicos e físicos.

Quando presente em formulações cosméticas apresenta


alta fixação e repara danos na cutícula, fornecendo
aminoácidos e auxiliando na hidratação. Auxilia na
restauração das regiões onde houve rompimento da
cadeia peptídica causada por agentes químicos e físicos,
penetrando facilmente na cutícula proporcionando
brilho, restauração, hidratação e condicionamento.

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O vinho é rico em vitamina E, retarda o envelhecimento dos


fios do cabelo deixando-os rejuvenescidos, aumenta a
elasticidade dos fios deixando-os mais forte, possibilita uma
hidratação profunda fazendo com que o cabelo se
reestruture, elimina as pontas duplas e deixa os cabelos com
um brilho intenso.

O vinho como bebida em si pode ser utilizado nas


formulações cosméticas, porém é preciso ter muito cuidado
na hora de usar o mesmo. A casca da uva e suas sementes possui uma grande quantidade
de polifenóis, substância antioxidante inúmeras vezes mais potentes do que a vitamina E,
que ajudam a minimizar os efeitos dos radicais livres e a retardar o envelhecimento dos fios.
Nos vinhos tintos, as quantidades de flavonoides presentes possuem poder antioxidante
superior aos da vitamina C e E.

Muitas hidratações possuem restrições a alguns tipos de cabelo, e isso não ocorre com o
vinho, podendo ser usado em todos os tipos de cabelo, dando aos fios um aspecto de cabelos
saudáveis e jovens, além de prevenir ou melhorar os estragos dos cabelos quimicamente
modificados, fazendo mais efeito em cabelos oleosos e ressecados.

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Os cabelos e o couro cabeludo acumulam uma grande variedade de impurezas, incluindo


oleosidade produzida pelas glândulas sebáceas, células mortas descamadas, resíduos de
cosméticos, bem como sujeiras do ar. Os cabelos sujos perdem o brilho, tornam-se oleosos
e desenvolvem odor desagradável. Logo produtos que permitam a limpeza do cabelo e do
couro cabeludo, ou seja, os xampus são indispensáveis. O pH final de um xampu deve ser
em torno de 6,0.

Um bom xampu deve atender as seguintes necessidades:

Ser de fácil
Limpar sem enxague;
Não irritar
agredir os fios Ter apenas
olhos e
ou o couro espuma
Ter odor e mucosas;
cabeludo; aspecto
suficiente para
lubrificar o couro
agradável;
cabeludo e os
fios de cabelo.

Os componentes básicos de uma formulação de xampu são:

Os xampus precisam de grandes quantidades de água para manter todos os ingredientes


dissolvidos. Normalmente, entre 45% a 75% do conteúdo do xampu é água.

Os tensoativos compreendem entre 12% a 20% do conteúdo do xampu. Geralmente, xampu


para cabelo seco usa-se 7 a 8%, xampu para cabelo normal usa-se de 8 a 10% e xampu para
cabelos oleosos usa-se de 10 a 12% de matéria-prima ativa. A presença de óleos no cabelo
diminui a capacidade espumante de um xampu, assim quando a cabelo está muito oleoso o
xampu produz menos espuma. Por isso, os xampus para cabelos oleosos devem apresentar
maior concentração de agentes de limpeza.

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Usualmente são utilizados tensoativos aniônicos que


apresentam bom poder de detergência e promovem a
formação de espuma durante a lavagem do cabelo. Dentre
os tensoativos aniônicos os mais utilizados são os alquil
sulfatos e alquil éter sulfatos. Mas também podem ser
utilizados tensoativos anfóteros e não iônicos, ou a mistura
dois ou mais surfactantes diferentes.

A concentração adequada dos tensoativos na formulação é muito importante para o sucesso


da mesma, visto que apesar desses componentes atuarem removendo a sujeira dos cabelos
e couro cabeludo, podem também remover a oleosidade natural do fio capilar, a qual é
importante para a manutenção do brilho do mesmo.

Apesar dos tensoativos aniônicos serem capazes de formar espuma em abundância,


estabilizadores de espumas é muito utilizado nas formulações de xampus, pois essa matéria-
prima na formulação tem a capacidade de tornar a espuma mais espessa e cremosa.

Os espessantes ajudam a controlar a espuma final do xampu, aumentando a viscosidade.


Esses aditivos impedem que os ingredientes se separem ou se concentrem no fundo da
embalagem. Há muitas matérias-primas espessante para xampu, porém o mais usual é o
cloreto de sódio (NaCl), por ser de fácil aquisição e baixo custo.

Os conservantes inibem o crescimento de microrganismo e aumentam a vida útil do


produto, tornando-o seguro para o uso.

Eliminam reações indesejadas e estabilizam o produto. Os agentes quelantes previnem a


precipitação de metais, estabilizam a cor do produto e evitam que os óleos se tornem
rançosos. Podem ser adicionados para clarear ou desintoxicar xampus, para ajudar na
remoção de produtos que deixam um revestimento ou se acumula nos cabelos.

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Substâncias incorporadas com o objetivo de evitar a transparência dos xampus lhes


conferindo um aspecto cremoso. Estas substâncias dissolvidas a quente na formulação,
emulsionam ou cristalizam com o resfriamento, conferindo o aspecto pretendido.

Os opacificadores disfarçam a nebulosidade ou as cores pouco atraentes, enquanto os


agentes perolizantes dão um brilho perolado ao xampu.

Como a maioria dos xampus é alcalina, o que ocasiona a abertura das escamas da cutícula,
devem ser usadas substâncias que permitam sua neutralização, como: ácido cítrico, ácido
lático, ácido glicólico.

Essência e coloração formam menos de 1% da formula do xampu, mas são responsáveis por
mais de 90% de suas vendas. Nenhum dos dois ingredientes é necessário ou útil, além do
fato de melhorar a aparência e o cheiro.

Há hoje no mercado dezenas de outras matérias-primas que podem ser empregadas na


formulação de xampus.

Os condicionadores não podem realmente reparar cabelos


danificados, mas podem restaurar a aparência e textura dos cabelos.
Eles fecham as escamas dos fios, permitindo maior facilidade para
pentear, proporcionam uma melhor aparência, volume e brilho,
reduzem a elasticidade estática do cabelo, deixando mais solto e
macio, fortalecem o cabelo e amaciam a cutícula.

Trata-se de uma associação de diversos produtos que apresentam certas características as


quais complementam o tratamento do cabelo. São produtos de caráter catiônico, formando
uma camada invisível sobre os fios com cargas elétricas positivas, acrescidos de aditivos
proporcionando um produto final mais elaborado.
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Chama-se de Creme Rinse o produto que contém somente a base com caraterística
catiônica. São destinados ao enxague capilar após o uso do xampu para facilitar o pentear
dos cabelos e geralmente apresentam pH ácido para proporcionar brilho aos cabelos.

Outro tipo de condicionador é o leave in, que é aplicado no cabelo seco ou úmido antes do
penteado, permanecendo no cabelo, ou seja, não é enxaguado. Ajuda a manter a hidratação,
diminui o volume e o frizz.
Um bom condicionador deve atender as seguintes necessidades:

Manter a aparência dos cabelos atraente e saudável;

Ser de fácil aplicação e enxágue;

Os opacificadores disfarçam a nebulosidade ou as cores pouco atraentes, enquanto os agentes perolizantes


dão um brilho;
Ser adaptado ao tipo e condição do cabelo;

Proporcionar boa penteabilidade a úmido e a seco;

Ser suave, não tóxico, não irritante;

Deixar os cabelos desembaraçados, com brilho, maciez, volume e maleabilidade;

Não causar a formação de carga estática;

Ter fragrância agradável com boa expansão e fixação;

Ser estável durante o período de validade;

Não ser susceptível a contaminação microbiológica;

Ter boa relação custo/benefício;

Ter pequena quantidade de espuma; pH de 3,8 a 4,5.

Ter baixa irritabilidade a pele, olhos e ao cabelo.

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Os condicionadores capilares podem ser pensados como xampus invertidos. A maioria dos
xampus contém uma grande quantidade de tensoativos e uma menor quantidade de material
graxo (condicionadores), e o inverso acontece com os condicionadores.

Os componentes básicos de uma formulação de condicionador são:

TENSOATIVOS
AJUSTADORES
ÁGUA NÃO IÔNICOS E ESPESSANTES CONSERVANTES
DE pH
CATIÔNICOS

PROTEÍNAS E
AGENTES
ESSÊNCIA VITAMINAS DERIVADOS DE UMIDIFICANTES
LUBRIFICANTES
PROTEÍNA

As proteínas são utilizadas para melhorar a textura do cabelo, equilibrar a oleosidade e


aumentar a elasticidade.

Retém a umidade aumentando a flexibilidade e o brilho dos cabelos.

Os materiais graxos, álcoois graxos (óleos, gorduras ou ceras grandes e não voláteis) e
silicones, melhoram a ação de pentear os cabelos úmidos e deixam os cabelos macios.

O condicionador quando de boa qualidade e utilizado corretamente, constitui um


tratamento de beleza capilar, porém o seu efeito dura somente até a próxima lavagem dos
cabelos. Assim, para um efeito mais prolongado é necessário à utilização de máscaras e
demais produtos destinados à hidratação intensiva.

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Serve para fixar um penteado por um determinado período de tempo. Deixa os cabelos
bem rígidos e sai dos fios após lavagem. Entretanto, seu uso continuo pode provocar o
aparecimento de caspas.

Tem a finalidade de modelar os cabelos, disfarçar os fios arrepiados e até reduzir o volume.
É semelhante ao gel fixador, porém seu resultado é mais suave, não deixando os cabelos tão
imóveis quanto o gel. A pomada para cabelos pode ser utilizada diariamente sem
comprometer a saúde dos fios.

Tem a finalidade de fechar as cutículas capilares temporariamente e evitar que as pontas se


abram, formando pontas duplas.

É utilizado para dar movimento aos cachos e volume aos cabelos. Não deve ser aplicado no
couro cabeludo, somente ao longo do comprimento e depois se deve passar um pente de
dentes largos ou os dedos entre os cabelos para formar ondas.

É utilizado para retirar o frizz dos cabelos, controlando


os fios rebeldes. Também pode ser usado antes da
escova ou chapinha para dar um efeito mais liso.

Protege os cabelos contra o calor de escovas, chapinhas


e modeladores.

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As tinturas são substâncias que modificam a cor dos


cabelos ou exaltam as cores que já possuem.
Podemos classificar as colorações como:

I. Colorações não oxidativas: De ação


temporária, atua por deposição no cabelo,
não podendo clarear a cor natural do cabelo.
Não ocorre formação de novos químicos,
sendo apenas uma ação física que sai após um
número determinado de lavagens do cabelo.
Existem dois tipos de coloração não
oxidativa:

a) Temporária: São máscaras de cor, onde o cabelo é revestido com a cor desejada, sem
mudar quimicamente a estrutura do cabelo, que absorve e reflete a luz diferentemente
da sua cor natural. Estão dispostas nas mais variadas formas de soluções concentradas
a base de água, como xampus e condicionadores coloridos, ou até mesmo em forma
de loções fixadoras, espumas e sprays. Dura quatro a cinco lavagens.
b) Semipermanente: São compostas de substâncias sintéticas derivadas do petróleo e são
utilizadas para realçar a cor natural e modificar ou cobrir os cabelos grisalhos, sem
modificar a cor base do cabelo. Penetram na cutícula capilar e, parcialmente, no
córtex, e como resultado a coloração pode durar de 5 a 10 lavagens. Pouco pigmento
natural é retirado no processo.

II. Colorações oxidativas: Dependem da mistura de dois componentes, que são


misturados antes do uso e geram a coloração por meio de reações químicas na
superfície e no interior da fibra capilar. O primeiro componente são substâncias
fortemente alcalinas que atuam na cutícula, permitindo a penetração das moléculas da
tintura no córtex. O segundo componente envolve uma solução oxidante, usualmente
de peroxido de hidrogênio, que oxida os corantes presentes no primeiro componente
resultando em produtos coloridos que confere a coloração a fibra capilar.
As colorações oxidativas podem ser:

a) Permanente: Contém água oxigenada e amônia que conseguem penetrar na cutícula


do fio e retirar boa parte dos pigmentos naturais do cabelo para fixar os corantes da
nova cor. Dura por tempo indefinido e muitas vezes é preciso cortar os fios para
eliminá-la ou realizar um novo tingimento sobre o antigo.
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O termo “matriz” se refere ao equilíbrio e ao controle da cor. Matizar o cabelo significa


neutralizar mechas, acrescentar, ou intensificar alguma cor nos cabelos que já possuem uma
tintura, utilizando de um recurso mais suave para aplicação da nuance, mas sem promover
o ressecamento e perda de brilho. Os matizadores se diferenciam das colorações
permanentes no grau de saturação da cor. As colorações temporárias também são
constantemente utilizadas para o processo de matização, que pode ter o objetivo de
depositar cor, assim como neutralizar cores indesejadas.

A matização pode ser feita em todos os tipos e cores de cabelos. Conforme os fios
dos cabelos vão recebendo colorações de cores diferentes do seu tom natural, eles vão
oxidando, desbotando ou manchando, gerando outros tons indesejados. A matização acaba
com a oxidação dos fios, sendo usada para eliminar a cor indesejada e recobrar o tom das
madeixas, além de fazer uma hidratação profunda possibilitando que a cor permaneça por
mais tempo.

O processo de matização aumenta a durabilidade da


tintura aplicada no cabelo ajudando a realçar a sua
tonalidade, brilho e luminosidade. Não
necessariamente a matização tem que ser feita logo
após a aplicação de uma nova coloração nos cabelos,
mas também quando a cor está desbotando, sem
precisar fazer uma nova aplicação de tinta. Isso ajuda
a preservar o cabelo, uma vez que há redução do uso
de químicas que podem desidratar e ressecar os fios.

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