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06/11/2016 Novo Fit 1.

4 manual trata bem o dono, mas não o bolso dele ­ 14/01/2009 ­ UOL Carros

Novo Fit 1.4 manual trata bem o dono, mas não o bolso
dele
EUGÊNIO AUGUSTO BRITO
Da Redação

O Honda Fit, em sua segunda geração batizada pela marca de New Fit
e lançada por aqui em outubro, é um dos modelos mais badalados do atual
cenário da indústria automotiva nacional. Em votação encerrada no dia 30
de dezembro, foi eleito pelos internautas o carro mais importante de 2008,
com 5.528 votos, ou 11,24% dos 49.181 votos recebidos por UOL Carros.
Antes, também foi o escolhido na categoria minivan do troféu "O Melhor de
Auto Press" (saiba mais aqui). Por fim, encerrou o ano que passou na 16ª
posição do ranking de vendas elaborado pela Fenabrave, com credenciais
para não apenas liderar o nicho dos monovolumes, mas também para
brigar com compactos premium, hatches e peruas (station wagons)
médios.

Fotos: Eugênio Augusto Brito/UOL

Queridinho do público por tratar bem seus ocupantes, Fit se moderniza para maltratar rivais

Enquanto Chevrolet Meriva teve 24.363 unidades e Fiat Idea outras 27.011

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unidades comercializadas, o Honda Fit acumulou 40.512 vendas ao longo


do último ano. Seja pelo espaço interno e pela durabilidade ­­ motivos de
elogios para a primeira geração ­­ ou pelo novo visual, maior potência,
tamanho ampliado e melhor lista de itens de série da atual, a verdade é que
o modelo japonês deixou para trás seus rivais diretos.

Veja a análise do relatório da Fenabrave para dezembro de 2008

DIFERENÇAS ÂNGULOS DA EVOLUÇÃO

De fato, o contato inicial com um exemplar do


novo Fit causa bastante impacto e os detalhes,
com o perdão do uso de lugar­comum, fazem a
diferença. De cara, chama a atenção o porte VEJA TODAS AS IMAGENS DO FIT

maior: são 3,9 metros de comprimento, com generosos 2,50 m de entre­


eixos, quase 1,70 m de largura e 1,53 m de altura. Em relação ao antigo, o
modelo atual ganhou 7 centímetros no comprimento, 1 cm na largura e
mais 1 cm na altura, com a medida que determina o espaço interno 5 cm
maior.

O visual, muito mais agressivo, é ainda um grande diferencial em relação à


geração anterior e aos rivais ­­ a frente evoca um V maiúsculo, com duplo
vinco pronunciado sobre o capô, faróis angulosos e grade frontal, do tipo
colméia, em delta. A sensação de modernidade do projeto vem ainda da
ampla área do para­brisa e de sua extrema inclinação, praticamente
continuando as linhas da frente, que segue curta como no Fit original, mas
que por ser mais pontuda passa a impressão de ter suas dimensões muito
mais reduzidas.

Ainda assim, o novo Fit manteve a identidade ao mesmo tempo que ficou
inegavelmente mais bonito. Esta impressão foi atestada ao ouvirmos dois
profissionais acostumados a lidar com todo tipo de veículo e que não têm a
avaliação comprometida pelos sentimentos comuns aos donos. Para uma
atendente de lava­carros, o monovolume japonês não perdeu de todo o

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"visual de sapo" original, mas com menos detalhes salientes ganhou ar


"mais robusto, esportivo", conforme afirmou o manobrista de uma rede de
estacionamentos.

Fotos: Eugênio Augusto Brito/UOL

No encontro de gerações, o "visual de sapo" dá lugar a uma certa esportividade

VIDA A BORDO
Impressiona também o toque de classe, por assim dizer, dado à nova
geração: mesmo as versões de acabamento mais simples, LX e LXL,
contam com para­choques e retrovisores pintados na cor do veículo e com
o trio ar­condicionado/direção com assistência elétrica/vidros elétricos. O
nível de acabamento é muito bom, com texturas e encaixes de plásticos e
tecidos (com suas bolinhas) que agradam ao toque. Os pés do motorista
também têm privilégios, com a boa disposição e tamanho dos pedais e a
presença de uma área para descanso para o pé esquerdo, típica de
veículos automáticos e que ganha importância em trajetos mais longos.

Uma ressalva deve ser feita para a baixa densidade dos assentos, moles
demais na unidade testada, não dando total apoio durante a permanência
no veículo, principalmente em curvas mais abruptas ­­ esta, porém, é uma

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percepção que pode variar de pessoa para pessoa.

Já o acesso aos controles merece elogios. Os mostradores do painel, de


fácil visualização e divididos em três elementos circulares (conta­giros,
velocímetro e indicador do nível de combustível), seguem o padrão do Fit
original, mas com um toque final de Civic, assim como ocorre com o
volante de três raios, com ajustes de altura e profundidade. Este conjunto
dá ao interior um ar mais jovial e, por isso, com sede de esportividade.

O comando elétrico dos espelhos externos, bem localizado, facilita a vida


do condutor. Os botões de controle da ventilação e do ar­condicionado
também são rapidamente localizáveis, graças à originalidade de
posicionamento, com arranjo vertical (normalmente são dispostos na
horizontal), e de desenho (a verdade é que por serem esquisitos, se
destacam).

Fotos: Eugênio Augusto Brito/UOL

No interior, detalhes proporcionam um conjunto que, com pequenas exceções, é bem resolvido

O modelo conta ainda com mimos como espelho de cortesia no para­sol de


ambos os lados e acionador interno da portinhola do tanque de gasolina
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para a partida a frio.

O número de porta­objetos é generoso, o que deve satisfazer ao público


masculino e agradar ao feminino: existem porta­copos/garrafas nas laterais
do painel do veículos, logo abaixo das saídas de ar, que atendem a
motorista e passageiro dianteiro, no console central e também nas duas
portas traseiras; há dois porta­luvas, um superior e um inferior (embora
nenhum, isoladamente, seja muito amplo); o console central conta ainda
com bandeja porta­objetos e um acessório para itens menores e moedas e
há um compartimento sob o lado esquerdo do banco traseiro, com trava.

Por falar em banco traseiro, eles transportam com conforto até dois adultos
e uma criança ou adolescente de tamanho não muito avantajado. Três
adultos passariam sufoco com certeza, mesmo com a presença de encosto
de cabeça e cintos de três pontos para as três posições do assento, que
conta ainda com ajuste de profundidade e pode ser dobrado para cima ou
rebatido (ou seja, movimentado na direção do assoalho) na proporção
60/40, aumentando assim a capacidade de carga do porta­malas.

Falando em capacidade de carga, originalmente esta é de 384 litros


(Meriva tem 390 l e Idea, 380 l, com o banco traseiro na posição original),
mas cresce consideravelmente com os bancos rebatidos: embora a Honda
não divulgue oficialmente o número, fala­se em algo perto dos 1.320 litros.

O rádio é simples e conta com sintonizador FM, entrada para CD


compatível com MP3/WMA e plugue para cabo auxiliar (AUX­IN), que
permite a conexão (mas não o controle) de aparelhos portáteis (MP3
player, iPods e congêneres). Não é vistoso e moderno como o modelo
digital (de série nas versões EX e EXL) e deixa um feioso "buraco"
convertido em porta­objetos extra no console, mas dá conta do recado.

O PREÇO JOGA CONTRA VERSÕES E PREÇOS


(dezembro/08)

Com estas características, a versão LXL avaliada

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pode ser encontrada nas lojas por preços a partir de LX MT R$ 49.580

LX AT R$ 53.265
R$ 53.300, de acordo com a tabela mais recente da LXL MT R$ 53.300

Honda, que leva em conta a redução do IPI (veja LXL AT R$ 56.985

tabela). E este é o calcanhar­de­Aquiles do novo Fit, EX MT R$ 56.885

EX AT R$ 60.550
uma vez que o preço está bem maior que o da EXL MT R$ 60.490

geração anterior e muito acima dos principais rivais: EXL AT R$ 66.070

o Chevrolet Meriva 1.4 pode ser encontrado a partir de estimados R$


41.153, enquanto o Fiat Idea ELX 1.4 tem preço inicial de R$ 40.552
anunciado no site da fabricante, todos com motor flex.

A diferença de preços a serem pagos podem ser justificadas (embora não


totalmente explicadas) pela maior disponibilidade de itens de série, pelo
projeto atualizado e obviamente mais moderno e, também, pelo prazer ao
dirigir.

DESEMPENHO
Com o sistema i­VTEC de controle das válvulas de admissão, o motor 1.4
16V tem sua disposição modificada para garantir economia. Funciona
assim: em baixa rotação, apenas três válvulas operam em cada cilindro,
mas todas entram em ação quando o acelerador é solicitado com maior
empenho.

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Fotos: Eugênio Augusto Brito/UOL

Coração do Fit consegue aliar potência e silêncio, mas ainda precisa lidar melhor com consumo

Na prática, percebe­se uma maior morosidade em largadas (na abertura de


um semáforo, por exemplo, e retomadas (quando o objetivo é ultrapassar o
veículo da frente, por exemplo). Com o passar do tempo e a subida dos
giros (o torque entra por volta dos 4.000 rpm e chega ao máximo em
4.800), porém, o carro ganha fôlego e se mostra "ligado" e ágil nas
manobras, sensação auxiliada pelo engates curtos e precisão do câmbio de
cinco velocidades. E também da potência, 100/101 cavalos (gasolina/
álcool), acima da registrada pelo motor Flexpower 1.4 do Meriva (99/105
cv) e também muito superior aos 80/81 cv do Idea.

É assim, com este comportamento, que o Fit alcançou uma média urbana
apenas razoável durante a avaliação: chegou aos 8,4 km/l, abastecido
apenas com álcool.

De toda forma, vale dizer que o Fit é extremamente silencioso. Do motor,


ouve­se apenas um sopro quando em movimento e sempre fica a
impressão de que o carro morreu quando o veículo está parado, tamanha a
falta de ruído. Os demais barulhos chegam como um leve uivo ao interior
da cabine.

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O conjunto de suspensão, McPherson/barra de torção (dianteira/traseira),


garante suavidade e conforto interno ao rodar ao mesmo tempo em que
garante estabilidade mesmo em situações que pareceriam temerárias a
outros monovolumes, passando segurança ao motorista.

São detalhes que, mesmo quando pareados com o alto preço pago,
acabam pesando favoravelmente e devem desequilibrar a balança em
direção ao modelo da Honda.

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