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Gabriella Amereles Prezoto - VEMR

Cobaias

Também conhecidos como Porquinhos-da-Índia, Preá, Preá-da-Índia,


Guinea Pig ou cientificamente como Cavia porcellus.

A cobaia é um roedor de estatura baixa e com o corpo arredondado e sem


cauda. São animais de olhos salientes, vivos, brilhantes, pretos ou
transparentes e de orelhas pequenas, largas e dobradas. Os machos são
mais corpulentos que as fêmeas, exceto durante a gravidez.
Fortemente territorialistas e sociáveis, podem reproduzir-se ao longo de
todo o ano, gerando dois a seis filhotes por ninhada. Para o
primeiro acasalamento, recomenda-se que o macho tenha de três a
quatro meses e as fêmeas de três a sete meses (jamais depois de sete
meses).
A cobaia é conhecida, por muitos, como símbolo representativo dos
animais de laboratório. As primeiras utilizações, com fins experimentais,
foram realizadas por Lavoiser, em 1790, em investigações relacionadas ao
calor. Atualmente, as cobaias são muito utilizadas em experimentações
ligadas à nutrição, farmacologia, imunologia, alergia, radiologia etc.

Comportamento:

As cobaias são animais sociais, tímidos, dóceis e raramente mordem ou


arranham. Assustam-se facilmente, defecam e urinam nos comedouros e
derramam sua alimentação pelo piso da gaiola. Gritam de prazer antes de
situações gratificantes (alimentação) e ficam muito juntas ou em cima
umas das outras durante o manejo da colônia pelo técnico.
Os animais adultos, frequentemente, mordem as orelhas dos jovens e os
machos podem brigar violentamente, principalmente durante disputas
por uma fêmea em estro, até que se estabeleça a hierarquia do grupo.
De onde são naturais:

Os antepassados desses animais, que são hoje utilizados no mundo inteiro


com a finalidade de investigação e de domesticação, são provenientes da
América do Sul. Não se sabe, porém, o período exato que esse roedor foi
levado para a Europa e para todo o continente americano.
Acredita-se que a cobaia tenha sido domesticada na região dos Andes a
partir de um ancestral dos preás selvagens atuais.

Expectativa de vida:

Embora alguns possam viver até 10 anos, as cobaias geralmente vivem de


quatro a seis anos.

Alimentação:

As cobaias são fundamentalmente herbívoras e comem a maioria dos


tipos de grãos, verduras e pasto. As rações comerciais são peletizadas,
com diâmetro recomendável de no máximo de 50 mm, e devem ser
administradas em comedouros adequados para minimizar o desperdício,
contaminação fecal e urinária.
Feno, capim fresco, frutas e verduras são a base alimentar das cobaias.
Pode ser também oferecida ração própria para esses roedores,
encontradas em Petshops especializados. O feno e o capim podem e
devem ser ofertados em abundância, além de aumentarem o consumo de
fibras, eles são muito importantes para desgastar os dentes, evitando
lesões e má-oclusão.
Recinto adequado:

Segundo a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals,


organização que promove o bem-estar dos animais, as cobaias devem
ter um espaço adequado, com no mínimo 120 cm de comprimento por
160 cm de largura por indivíduo. À medida em que se tem mais cobaias,
a gaiola deverá ser maior.
Dentro da gaiola, ela deve ter uma casinha para dormir, aparas de
madeira no chão, um recipiente com comida e um bebedouro. A
temperatura da gaiola deve estar em um local que oscile entre 18º e
24ºC e, de preferência, esteja dentro de casa. Sua água deve ser
renovada uma vez ao dia e a gaiola limpa uma vez por semana.

Gaiola

Para quem passa a maior parte do dia fora, e não tem muito tempo para
soltar e supervisionar, existem gaiolas para as cobaias. Quanto maior,
melhor, sendo uma boa alternativa os cercadinhos.
Independentemente do tipo de alojamento, é importante que ele seja
térreo (um único andar) e que o chão não seja de grade, que causa lesões
nas patinhas a longo prazo. Lembrando que o chão deve sempre ser
forrado com substrato.

Acessórios

Na natureza, as cobaias vivem em tocas cavadas por elas mesmas ou por


outros animais. Por isso, depois de comprar a gaiola, não se esqueça de
adquirir também tocas, túneis e outros acessórios em que elas possam se
alojar.

Existem brinquedos de madeira que também são fundamentais para


distração, gasto de energia e desgaste dos dentes. Compre-os somente de
lojas especializadas para evitar problemas com pecinhas soltas ou
materiais tóxicos.
Outros acessórios essenciais são: comedouro e bebedouro.
Contenção física:

O método mais seguro para conter uma cobaia é colocar uma mão sob o
tórax e com a outra apoiar a parte posterior, para suportar o peso do
animal, permitindo que ele fique sentado sobre a palma da mão. Deve-se
evitar apertar o tórax pela sua fragilidade.

Principais doenças:

Pododermatite
As lesões de pododermatite são, em sua grande maioria, originadas por
uma causa anterior e principal, mais frequentemente a traumas
provocados pelos pisos inadequados dos alojamentos – jaulas de
grades/gaiola (pisos em malha de arame), pisos abrasivos, duros (e/ou
sujos), aparas de madeira afiadas – e falta de higiene das mesmas. As
camas ensopadas com urina também podem contribuir para o surgimento
de pododermatite.
Esse tipo de problema ocorre mais comumente em cobaias adultas, com
sobrepeso, ou fêmeas prenhas, uma vez que o peso é, também, fator
preponderante.
As lesões nas almofadas plantares que sustentam o peso do corpo
começam como uma área de alopecia e eritema, com ou sem edema,
progredindo para erosões e ulcerações e
até tumefacções granulomatosas. As úlceras podem evoluir a forma
de abcessos, pústulas, pápulas, nódulos e fístulas, resultando numa
condição extremamente dolorosa ao animal.
Os animais afetados manifestam prurido intenso, claudicação ou
relutância em caminhar ou comer e vocalizam frequentemente.
Tratamento:
Inicialmente, é urgente identificar e solucionar o problema que originou
essa condição. Trocando gaiolas por cercados, eliminando grades, ou
cobrindo-as com uma tábua e, daí forrá-las. A utilização de soft ou um piso
suave (ex. um pano acolchoado) evita o aparecimento dessa doença.

Escorbuto:
Assim como os humanos e os primatas, as cobaias não conseguem
sintetizar a Vitamina C (ácido ascórbico), acarretando alguns problemas de
saúde como o escorbuto.
A vitamina C desempenha vários papéis no corpo. Talvez o mais conhecido
seja a sua participação primária na síntese de colágeno, a qual interage na
criação de todos os tipos de tecidos. Quando existe a falta do ácido
ascórbico, várias alterações ocorrem. Por esta razão a alimentação desses
animais é o fator fundamental para prevenir a doença.
Dentre os sintomas dessa patologia nesse roedor, incluem-se a perda de
apetite, emagrecimento, doenças respiratórias, sistema imunológico
deficitário, demora na cicatrização de ferimentos, sangramento e
inflamação das gengivas, fraqueza dental, perda dos dentes, alopecia e
fraqueza.
Em decorrência dessas condições, o roedor pode vir a óbito em 3 ou 4
semanas.
Tratamento:
Inicialmente é importante corrigir a alimentação do animal,
principalmente a oferta da Vitamina C. Em um primeiro passo, é indicada a
administração dessa vitamina em gotas, diretamente na boca do animal,
para a rápida absorção do ácido ascórbico pelo organismo.

Bibliografia:

https://www.petz.com.br/blog/especies/porquinho-da-india/

https://www.cevek.com.br/blog/animais-silvestres/quais-cuidados-eu-
devo-ter-com-meu-porquinho-da-india/

http://books.scielo.org/id/sfwtj/pdf/andrade-9788575413869-12.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Porquinho-da-%C3%8Dndia

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