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OS SACRAMENTOS DA IGREJA

O conhecimento humano começa pelos


sentidos e, para chegar a conhecer as
coisas que os ultrapassam, temos de
utilizar imagens, símbolos ou
comparações, que desvelam um pouco
o desconhecido.

Deus procedeu conosco do mesmo modo,


instituindo os sinais sensíveis que chamamos de
sacramentos, para expressar as realidades
sobrenaturais da graça.
Mas a onipotência divina faz mais do que nós
podemos fazer. Deus concedeu a estes sinais
sensíveis SIGNIFICAR e PRODUZIR a graça.
1. O que são os sacramentos
Os sacramentos são sinais
sensíveis e eficazes da graça,
instituídos por Jesus Cristo e
confiados à Igreja, através dos
quais nos é dispensada a vida
divina.

Sinal sensível é uma coisa conhecida que


manifesta outra menos conhecida; se vejo
fumaça, descubro que existe fogo. Mas dizemos
também sinal eficaz porque o sacramento não só
significa, mas que produz a graça (a fumaça só
significa fogo, mas não o produz).
2. O porquê da instituição dos
sacramentos
Podemos nos perguntar porque Cristo
quis fazer assim as coisas. Ele podia
comunicar a graça diretamente, sem
recorrer a nenhum meio sensível.

Mas Ele quis acomodar-se a nossa maneira de ser,


dando-nos os dons divinos por meio de realidades
materiais que usamos, para que fosse mais fácil
para nós consegui-los.
No batismo, por exemplo, assim como a água purifica
naturalmente, o sacramento purifica: o sacramento
lava e limpa sobrenaturalmente a alma, tirando o
pecado original e qualquer outro pecado que possa
existir, mediante a infusão da graça.
Esta foi a pedagogia de Cristo durante sua vida
pública, servindo-se de coisas naturais, de ações
externas e de palavras.
Tocou com sua mão o leproso e lhe disse; “Quero,
fica limpo” (Mt 8,3); untou com barro os olhos do
cego de nascimento e ele recuperou a vista (cf. Jo
9,6-7); para comunicar aos Apóstolos o poder de
perdoar os pecados, soprou sobre eles e
pronunciou umas palavras (cf. Jo 20,22).
Assim como a santíssima humanidade de Cristo é
o instrumento único à divindade de que se serve o
Verbo para realizar a Redenção da humanidade,
assim as coisas ou ações dos sacramentos são os
instrumentos separados pelos quais Deus nos
santifica, acomodando-se a nossa maneira de ser
e de entender.
3. Jesus Cristo instituiu os sete sacramentos

Todos os sacramentos foram


instituídos por Jesus Cristo – que
é o autor da graça e pode
comunicá-la por meio de sinais
sensíveis – e eles são sete:
Batismo, Confirmação, Eucaristia,
Penitência, Unção dos Enfermos,
Ordem e Matrimônio.

Nos sete sacramentos estão atendidas todas as


necessidades da vida sobrenatural do cristão.
4. Os sacramentos da Igreja

Cristo confiou os sacramentos a sua Igreja, e


podemos dizer que são “da Igreja” em um duplo
sentido: a Igreja faz ou administra ou celebra os
sacramentos, e os sacramentos constroem a
Igreja (o batismo gera novos filhos da Igreja,
etc..). Existem, pois, por ela e para ela.
5. Os sacramentos da fé

Os sacramentos estão
ordenados à santificação dos
homens, à edificação do
Corpo de Cristo e, em
definitivo, a dar culto a
Deus, mas como sinais, tem
também uma finalidade
instrutiva.

Não só supõem a fé, também a fortalecem, a


alimentam e a expressam com palavras e ações;
por isso são chamados sacramentos da fé.
6. Efeitos dos sacramentos

Os sacramentos, se são
recebidos com as
disposições requeridas,
produzem como fruto:

* Graça santificante. Os sacramentos dão ou


aumentam a graça santificante. O batismo e a
penitência dão a graça; os outros cinco aumentam
a graça santificante e só se devem recebe-los
estando na graça de Deus.
* Graça sacramental. Além da
graça santificante que
concedem os sacramentos,
cada um outorga algo especial
que chamamos graça
sacramental.
É um direito de receber de Deus, no momento
oportuno, a ajuda necessária para cumprir as
obrigações contraídas ao receber aquele
sacramento. Assim, o batismo dá a graça especial
para viver como bons filhos de Deus; a
confirmação concede a força e o valor para
confessar e defender a fé até a morte, se for
preciso; o matrimônio, para que os cônjuges
sejam bons esposos e eduquem de forma cristã os
filhos; etc..
* Caráter. O batismo, confirmação e ordem
sacerdotal concedem, além disso, o caráter, que
é um sinal espiritual e indelével que confere uma
peculiar participação no sacerdócio de Cristo. Por
isso, estes sacramentos só se recebem uma
única vez.
7. De que se compõe um sacramento
Um sacramento se compõe de matéria,
forma e o ministro que o realiza com a
intenção de fazer o que faz a Igreja.

* A matéria é a realidade ou ação


sensível, como a água natural no batismo,
os atos do penitente na confissão
(contrição, confissão e satisfação).

* A forma são as palavras que, ao fazê-


lo, se pronunciam.

* O ministro é a pessoa que faz ou


administra o sacramento.
8. Diversidade de sacramentos
Seguindo a analogia entre vida natural
e etapas da vida sobrenatural, podem-
se distinguir nos sacramentos, três
grupos distintos:
a) Sacramentos da iniciação cristã: Batismo,
Confirmação e Eucaristia, que põem os
fundamentos da vida cristã e comunicam a vida
nova em Cristo;
b)Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos
Enfermos, que curam o pecado e as feridas da
nossa debilidade;
c) Sacramentos a serviço da comunidade: Ordem
sacerdotal e Matrimônio, estabelecidos para
socorrer as necessidades da comunidade cristã e
da sociedade humana.
Sacramentos de iniciação
cristã
BATISMO CRISMA EUCARISTIA
Para É o sacramento do agir cristão É o alimento e sustento do
É o sacramento do ser cristão
quê? ser e do agir cristão
Imposição das mãos e a Pão e vinho
Sinal Água unção com óleo

Vida Nova. Seguidor de Cristo O Dom do Espírito Santo (At Jesus: alimento e força do
Graça 2,1-47) batizado
Crer no Evangelho (Mc 16,16), Viver testemunhando Jesus Aliança. O compromisso de
Compro
conhecer e viver o que Jesus Cristo, assumindo a vida viver e partilhar a exemplo de
misso nos ensinou (Mt 28,19-20) Jesus Cristo (Jo 15)
cristã como adulto
Quantas Uma só vez, marcados para Todos os dias. Até duas
Uma só vez (Ef 4,4-6)
vezes? sempre vezes ao dia
A oração que o Bispo reza A hora da Consagração. A
(nome), EU TE BATIZO em com as mãos estendidas (...) Oração Eucarística é toda
Parte nome do Pai, do Filho e do e unção com óleo: “..., ela consecratória. CORPO e
central Espírito Santo (derramando recebe por este sinal o Esp. SANGUE de Jesus. Partir da
água) Santo, Dom de Deus” Óstia (pão eucarístico).
Bispo, Padre, Diácono ou O Bispo. Padre autorizado O Bispo e o Padre
Ministro
qualquer pessoa...
Texto Jo 1,19-33; Mt 28,16-20; Jo 14,26; At 2,1-47; Jo Mt 26,26ss; Jo 6,51-57;
bíblico Mc 16,14-18 16,13ss; At 1,8; 19,1-7; 8,14s 15,10-17; At 2,42; 1Cor 11,13
Sacramentos da cura
PENITÊNCIA UNÇÃO DOS ENFERMOS
É para dar ao cristão força de amar...
(Confissão, Reconciliação, Perdão): é para
Para quê? mesmo na hora da dor... conforto e
tratar da saúde recebida no Batismo
alívio...
Encontro amigo do pecador com o Imposição das mãos e a
Sinal
confessor. Absolvição unção com óleo

Graça Perdão e Reconciliação com... Força, perdão e ajuda

Esforçar-se para vencer o pecado e viver Entrega confiante nas mãos de Deus
Compromisso
em comunhão com... através da Igreja
Quantas ... pelo menos uma vez ao ano. Olhemos Mais de uma vez se houver necessidade
vezes? para os Santos

Momento propriamente da Confissão. “Por esta santa unção e por sua grande
Parte central Oração da ABSOLVIÇÃO misericórdia, o Senhor venha em teu
auxílio com a graça do Espírito Santo...”

Ministro O Bispo e o Padre. O Bispo e o Padre

Mt 18,15ss; Jo 20,22ss; Mc 1,41; Mc 1,29-34; Jo 9,1-7;


Texto bíblico
At 2,22-23 Tg 5,13-15
Sacramentos do serviço
ORDEM MATRIMÔNIO
É o que consagra as lideranças de maior É para abençoar os noivos que querem
Para quê? responsabilidade no serviço do Povo de se unir e formar uma família cristã...
Deus

Imposição das mãos (1Tm 4,14) Os noivos de MÃOS DADAS, fazendo o


Sinal
consentimento

Graça A consagração da pessoa e força para Bênção de Deus para viver como
prestar o serviço família cristã
Testemunhar, Anunciar, Celebrar, Ser Amor fiel, Participar, Amar os filhos,
Compromisso pastor, Animar, Unir Educar...
Quantas Uma só vez. “Tu és sacerdote para Os(as) viúvos(as) podem casar de novo
vezes? sempre”

A imposição das mãos pelo Bispo e a Quando os noivos, na presença da


Parte central oração consecratória Comunidade e do padre ou diácono, se
dão as mãos e assumem o
compromisso...

O Bispo. Os noivos. Os outros são assistentes ou


Ministro
testemunhas

Texto bíblico Lc 22,19; At 6,1-6; 14,23; 1Tm 3,1-7 Gn 1,26s; Ef 5,25-27; Jo 2,1-11; Mt 19,4-6
TODOS OS BATIZADOS SÃO:

Escolhidos pelo Pai


Chamados pelo Filho
Enviados em missão pelo
Espírito Santo
BATISMO Deus ao criar o homem, além da vida
natural, concedeu-lhe uma vida
sobrenatural. A graça sobrenatural ia
ser a herança que todos os homens
transmitiram a sua posteridade. Mas o
homem rechaçou a Deus cometendo o
primeiro pecado, perdendo assim a
Graça Santificante e a união com Deus.
O próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo, ofereceu a
reparação infinita pela ingratidão do homem. Jesus
iluminou o abismo que havia entre a divindade e a
humanidade. O homem, por si só, não teria força para
ligar a humanidade a Deus, somente um ser Divino
poderia: Jesus Cristo, o nosso Salvador.
Para restaurar na alma a graça perdida, Jesus instituiu o
Sacramento do Batismo. Através do Batismo a alma
passa a participar da própria vida de Deus e a essa
participação chamamos Graça Santificante.

Batizar quer dizer lavar, mergulhar. É


o ponto de partida da vida de cristão.

O batismo tem significado para o cristão, na medida em


que assume os compromissos que dele derivam. Ao receber
o batismo o cristão recebe vida nova. Essa nova vida é o
compromisso que ele deve vivenciar na família e na
comunidade. Sem uma vivência o batismo de nada valerá.
Efeitos do Batismo
1º) Paga a dívida que o homem tem com Deus ao
nascer. Dívida essa contraída pelos nossos primeiros
pais, através da desobediência para com Deus.

2º) O Batismo nos torna filhos de


Deus, irmãos de Jesus Cristo e
templos do Espírito Santo. Nós nos
tornamos habitação da Santíssima
Trindade.
"Viremos a ele e nele faremos nossa
morada" (Jo 14,23).
3º) Infunde em nós as três virtudes teologais: fé,
esperança e caridade. Essas virtudes são infundidas
em nós em forma de semente. Compete a nós, através
da freqüência aos Sacramentos, orações, leitura da
Bíblia e boas obras, fazer com que essa semente
germine, cresça e dê bons frutos.

4º) Nos faz herdeiros de Deus. Se


somos filhos de Deus também somos
herdeiros. E a nossa herança é o céu.
5º) É o princípio. É a porta de entrada
para os outros Sacramentos. Sem o
batismo não podemos receber nenhum
outro Sacramento.
6º) Nos faz cristãos. Quer dizer, somos de
Cristo. Aqui está nossa vocação cristã,
tornamo-nos seguidores de Cristo.
Parecidos com Cristo, pelas nossas obras,
pela nossa conduta.

7º) Introduz à Igreja. O Batismo nos incorpora à Igreja,


nos faz ser Igreja. Faz de nós membros vivos e
comprometidos com a Igreja. A Igreja somos nós.
8º) Imprime caráter de Cristão. Se depois de batizados
pecamos mortalmente, cortamos a nossa união com Deus
e o fluxo da sua graça; perdemos a graça santificante, mas
não o carater batismal, que transformou a nossa alma para
sempre.
Quais são alguns nomes do
Batismo?
O nome Batismo vem do grego
baptizein, que significa
“imergir”. Aquele que é batizado
é mergulhado na água para
simbolizar que é sepultado com a
morte de Cristo e ressuscita
como nova criatura. É também
chamado banho do renascimento,
renovação pelo Espírito Santo e
iluminação.
Por que batizamos com água?

Não é por acaso que se


batiza com água. O
próprio Jesus foi assim
batizado no rio Jordão. A
água simboliza vida. O
batismo é a vida nova.
Por meio da água –
símbolo da vida humana
– Deus nos transmite, no
batismo, a vida divina.
Por que a vela no batismo?
Na celebração do batismo, acende-se uma vela no círio
pascal. Ela representa Jesus ressuscitado, que vence a
escuridão do túmulo e as trevas do pecado, ressuscitando
vitorioso e cheio de luz. O gesto de acender uma vela no círio
pascal simboliza a união do batizado com Cristo Jesus.
Significa que quem recebe o batismo passa a receber a vida
nova de Deus, como uma vela recebe vida ao ser acesa em
outra.

A vela do batismo quer dizer a quem


é batizado: Jesus é a luz da sua vida!
Procure ser também essa luz e será
feliz!
Por que o óleo no batismo?

A Igreja tem o costume de ungir a


fronte e o peito das crianças que são
batizadas. Unge-se o peito com óleo
dos catecúmenos (isto é, os que
ainda não foram batizados). Esse
óleo é consagrado pelo bispo na
semana santa.

Depois que a pessoa foi batizada, sua testa é ungida com o


óleo da crisma, também consagrado pelo bispo na semana
santa. O que significam esses gestos? O óleo é símbolo de
força, resistência e missão.
Qual o sentido da veste branca no batismo?
Esse gesto parece ter surgido nas primeiras comunidades
cristãs, quando se batizavam os adultos à beira de um
tanque ou piscina. Quem ia ser batizado despojava-se das
roupas, mergulhava e vinha à tona. Saído da água, trocava
de roupa, simbolizando a vida nova do batismo.

Ao entregar a veste branca o padre diz:


“Você nasceu de novo e se revestiu do
Cristo. Por isso você traz a veste
batismal. Que seus pais e padrinhos o
ajudem por sua palavra e exemplo a
conservar a dignidade de filho(a) de
Deus até a vida eterna.
EUCARISTIA,
mistério de amor e de fé
Ser humano algum
consegue sobreviver sem
alimentar-se. Jesus sabia
disso! Pelo mesmo motivo
quis estar presente em
nosso meio na forma de
comida: pão e vinho.
Assim como na vida terrena, em nossa caminhada
espiritual necessitamos nos alimentar. Não apenas
da Palavra, como querem alguns irmãos, mas
sobretudo do próprio Corpo do Senhor
Ressuscitado.
Como você não
consegue observar as
proteínas de um
alimento terreno
revitalizando suas
células, também não
consegue observar
materialmente a graça
refazendo sua alma. Mas
ela está ali, silenciosa,
porém operante.
Na Eucaristia, Deus nos renova a identidade
divina, a vocação à santidade.
Quando dizemos que a Sagrada
Eucaristia é o maior dos sacramentos,
afirmamos algo evidente.
O Batismo é sem dúvida, o
sacramento mais necessário; sem
ele, não podemos ir para o céu.

No entanto, apesar das maravilhas que o Batismo e os


outros sacramentos produzem na alma, não são senão
instrumentos de que Deus se serve para nos dar a sua
graça. Mas na Sagrada Eucaristia não temos apenas um
instrumento que nos comunica as graças divinas, mas é
nos dado o próprio autor da graça: Jesus Cristo, real e
verdadeiramente presente. "Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue, tem a vida em mim e Eu nele".
Sabemos que cada Sacramento produz o seu efeito
ou efeitos próprios.
O Batismo nos dá a Graça Santificante.
A Confirmação fortalece a nossa fé tornando-nos
adultos espiritualmente.

A Sagrada Eucaristia é um
sacramento cujo fim especial é
aumentar a Graça Santificante,
repetida e frequentemente por
meio da união pessoal com o
próprio Autor da Graça.
O sacramento da Sagrada Eucaristia foi instituído
como alimento espiritual.
Visto a Eucaristia ser um alimento espiritual, é
de se supor que ela cause os mesmos efeitos de
um alimento material em relação ao corpo.
E assim é: nutre, faz crescer, restaura as
forças, deleita-nos.
O primeiro e o mais importante dos efeitos do
alimento material é tornar-se uma só coisa com
quem o come; transforma-se na substância da
pessoa que o ingere e torna-se parte dela.
Na Sagrada Eucaristia passa-se espiritualmente algo
parecido, mas com uma grande diferença: é o
individuo que se une ao alimento.
A comunhão do corpo e do sangue
de Cristo faz com que nos
transformemos naquilo que
recebemos. Sempre que duas
coisas se unem, de modo que uma
delas se deve transformar num todo,
então aquilo que é mais forte
transforma em si o mais fraco.
Os diversos nomes deste sacramento

A riqueza inesgotável da
Eucaristia se expressa mediante os
distintos nomes que recebe. Cada
um evoca algum aspecto de seu
conteúdo ou a circunstância do
momento da instituição.
É chamada:

- Eucaristia, que significa ação de graças a Deus;

- Banquete do Senhor, porque Cristo a instituiu na quinta-


feira feira santa, na última Ceia;
- Santo Sacrifício, porque
atualiza o único sacrifício de
Cristo na cruz;
- Comunhão, porque nos
unimos ao mesmo Cristo
recebendo seu Corpo e seu
Sangue;
- Santa Missa, porque quando
os fiéis, ao terminar a liturgia
eucarística, são enviados
(“missio”) para que cumpram a
vontade de Deus em sua vida
ordinária.
A instituição da Eucaristia
Jesus Cristo instituiu a Eucaristia
na quinta-feira santa, na última
Ceia. Tinha já anunciado aos
discípulos em Cafarnaum (cf. Jo 6)
que lhes daria seu corpo e sangue
como alimento, como também
vinha preparando a fé dos seus
com argumentos incontestáveis.

Assim, ao escutar na última Ceia: Isto é o meu corpo (Lc


22,19), tinham o firme convencimento de que era como
Jesus dizia; assim como a água tinha sido convertida em
vinho por meio de sua palavra onipotente e os pãezinhos se
multiplicaram até saciar a fome de uma grande multidão.
A celebração litúrgica da Eucaristia
Os Apóstolos receberam um encargo do Senhor: “Fazei
isto em memória de mim” (Lucas 22,19), e a Igreja não
cessou mais de realizar estas palavras na celebração
litúrgica, que não é uma mera recordação, mas atualização
real do memorial de Cristo: de sua vida, de sua morte, de
sua ressurreição e de sua intercessão mediadora junto ao
Pai, que se realiza na Eucaristia.

Desde meados do século II, e


segundo o relato do mártir São
Justino, temos atestadas as grandes
linhas da celebração eucarística,
que permaneceram invariáveis até
os nossos dias.
A Eucaristia, renovação não cruenta do
sacrifício da cruz
Jesus Cristo ofereceu a Deus Pai o sacrifício de sua
própria vida morrendo na cruz.

Foi um autêntico sacrifício com o


qual nos redimiu de nossos pecados,
superando todas as ofensas que a
humanidade tenha feito ou poderia
fazer, porque seu sacrifício na cruz é
de valor infinito.
Mas, ainda que o valor do sacrifício de Cristo tenha
sido infinito e único, o Senhor quis que se perpetuasse
– se fizesse presente – para aplicar os méritos da
redenção; por isso, antes de morrer, consagrou o pão e
o vinho e ordenou aos Apóstolos: “Fazei isto em
memória de mim”.

Desta maneira, os fez


sacerdotes do Novo
Testamento para que, com seu
poder e em sua pessoa,
oferecessem continuamente a
Deus o sacrifício visível da
Igreja.
Jesus Cristo instituiu a Missa
não para perpetuar a Ceia, mas
sim o sacrifício da cruz.

Assim, a Missa renova de forma


não cruenta (sem outro
derramamento do sangue de
Cristo) o mesmo sacrifício do
Calvário;

e a Eucaristia é igualmente, sacrifício da Igreja, pois,


sendo a Igreja o Corpo de Cristo, participa da oferenda
de sua Cabeça, que é Cristo.
O sacrifício da Missa e o da cruz são
essencialmente um e o mesmo sacrifício
Entre a Missa e o sacrifício da cruz há uma
identidade essencial, e algumas diferenças
acidentais:

O Sacerdote é o mesmo
Cristo, que no Calvário se
ofereceu sozinho, enquanto
que na Missa, o faz por meio
do sacerdote.
A Vítima é a mesma: Cristo, que no sacrifício
da cruz se imolou de maneira cruenta,
enquanto que na Missa o faz de modo não
cruento.

A presença de Cristo sob as espécies


consagradas do pão e do vinho, que contém
em separado seu Corpo e seu Sangue como
espécies distintas, manifestam
misticamente a separação do Corpo e do
Sangue ocorrida na cruz.
Na cruz, Cristo nos resgatou do
pecado e ganhou, para nós, os
méritos da salvação;

na Missa, são-nos aplicados os


méritos que Jesus ganhou então.
Na Eucaristia está presente o
mesmo Jesus Cristo

Ainda que a fé da Igreja tenha sido sempre a mesma, a


doutrina foi-se desenvolvendo e o Concílio de Trento
afirma que na Santíssima Eucaristia estão contidos
verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue
junto com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus
Cristo, e, por conseqüência, Cristo inteiro.

É o que se conhece como presença real de Cristo no


sacramento da Eucaristia.
Chama-se real não a título
exclusivo, como se as outras
presenças não fossem reais,
mas por excelência, porque é
substancial e por ela Cristo,
Deus e homem, se faz
totalmente presente, como
explica o papa Paulo VI.

Esta luz que arde dia e noite junto ao Sacrário nos


recorda que Jesus está ali, realmente presente.
A transubstanciação

Ante a realidade sobrenatural


do mistério eucarístico – a
presença real de Cristo sob os
véus do pão e do vinho – é
inevitável a pergunta:

O que aconteceu? Porque antes era pão e vinho, e quando


o sacerdote diz: “Isto é o meu corpo”, “Este é o cálice do
meu sangue”, aquilo é o Corpo e o Sangue de Cristo. É o
que nos diz a fé, e a palavra de Deus não pode falhar.
Efetivamente, pelo poder divino outorgado ao sacerdote
produziu-se uma mudança, uma conversão – e conversão
de substâncias, porque as aparências externas não mudaram
-, razão pela que, o que era substância de pão se converteu
na substância de Cristo, no Corpo de Cristo e o que era
substância de vinho se converteu na substância de Cristo,
no Sangue de Cristo.
Esta admirável e singular conversão é
o que se conhece com o nome de
transubstanciação, ou mudança de
substância.

É um mistério excepcional que a razão humana não tem


condições de compreender, mas que Deus pode realizar por
meio de seu ministro, o sacerdote.
Jesus Cristo está realmente
presente nas formas consagradas
e em cada uma de suas partes
Quando o sacerdote consagra muitas formas cremos que
Jesus Cristo está realmente presente em todas e cada
uma delas. Também cremos que, se uma forma se parte
em diversos pedaços, Jesus Cristo está todo inteiro em
cada um deles.
Por isso o sacerdote recolhe cuidadosamente as
partículas das hóstias consagradas, ainda que sejam
muito pequenas.
O Senhor ficou entre nós por amor, e é com amor que
haveremos de tratá-lo.
Os cristãos devem manifestar fé e amor para
com a Eucaristia
A crença nestas verdades de
nossa fé tem levado a Igreja a
render culto de adoração ao
Santíssimo Sacramento. Este
culto à Sagrada Eucaristia foi
vivenciado sempre pelo povo
cristão através de muitas
devoções eucarísticas:
A Quinta-feira Santa, em que
celebramos a instituição da
Eucaristia e especialmente do
sacrifício da Missa.
A festa de Corpus Christi, que celebra a presença real de
Jesus Cristo, e o Santíssimo Sacramento é levado
solenemente em procissão pelas ruas da cidade.

A exposição e bênção com o


Santíssimo Sacramento,
passando um momento com
o Senhor sacramentado em
intimidade de adoração e
sincero agradecimento.

As visitas ao Sacrário, por parte dos fiéis para


acompanhá-lo.
E tantas outras orações que alimentam a
piedade eucarística: comunhões espirituais,
as orações para antes e depois de
comungar, etc.
Guiados pela fé, é um detalhe de nobreza
humana oferecer a Jesus no Sacrário coisas
dignas: que o Sacrário seja de qualidade,
cuidar dos vasos sagrados, esmerar-se na
limpeza;
mas sobretudo, o respeito e a adoração: a genuflexão bem
feita diante do Sacrário, acudir com freqüência a visitar o
Senhor – ao menos com o pensamento e o desejo -,
atualizar a fé na Eucaristia ao passar por uma Igreja, etc...
PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ:
* É preciso amar a Missa, de tal
maneira que se procure dela
participar sempre que possível, com
uma participação consciente, ativa e
frutuosa.

* Unir os pequenos sacrifícios de cada dia com o


sacrifício de Cristo, que se renova na Eucaristia.

Propor-se a fazer, sempre que possível, uma visita ao


Santíssimo no Sacrário da Igreja.

Ao entrar na Igreja, ir sempre, primeiramente, saudar o


Senhor, no Sacrário.
NA CONFIRMAÇÃO, SE RECEBE O
ESPÍRITO SANTO

A finalidade dos
Sacramentos é para
tornarmo-nos um sinal
de testemunho de vida;
é para identificar-nos
cada vez mais com
Cristo. Não é só para
nos sentirmos bem,
pagar ou cumprir
promessa.
Se fixarmos nossa atenção nos
Apóstolos, antes e depois da
vinda do Espírito Santo em
Pentecostes, vamos observar
algumas diferenças importantes:
antes, tinham medo e agora
pregam a palavra de Deus com
decisão; os que eram incultos e
ignorantes, depois falam dos
mistérios de Deus e línguas
estranhas.

Esta mudança tão surpreendente é produzida porque,


naquele dia, receberam a plenitude do Espírito Santo.
De maneira semelhante, os fiéis
recebem também a plenitude
do Espírito Santo no
sacramento da confirmação.

Este tema pode servir para


conhecer melhor a natureza e os
efeitos do sacramento e, se
ainda não foi recebido, para
preparar-se bem com a vontade
de recebê-lo o quanto antes.
Os Apóstolos receberam a plenitude do Espírito Santo
em Pentecostes; nós, na confirmação.

Os Apóstolos já tinham recebido o


Espírito Santo antes da ascensão do
Senhor aos céus; na tarde da
ressurreição Jesus apareceu-lhes no
Cenáculo, soprou sobre eles,
dizendo: “Recebei o Espírito Santo”
(Jo 20,22). Mas em Pentecostes
encheram-se do Espírito Santo e de
dons excepcionais (cf. At 2,1-4).
Também nós recebemos no Batismo o
Espírito Santo junto com a graça, mas
o Senhor instituiu o sacramento da
confirmação que é necessário para a
plenitude da graça batismal.

A confirmação une mais intimamente à Igreja e


enriquece com uma fortaleza especial do Espírito
Santo; de forma que nos comprometemos muito
mais, como autênticas testemunhas de Cristo, a
estender e defender a fé cristã com nossas palavras e
obras, a mostrar-nos perante os demais como
verdadeiros discípulos de Cristo.
Efeitos do sacramento da confirmação
De maneira parecida ao que sucedeu aos
Apóstolos no dia de Pentecostes, este
sacramento produz na alma estes frutos:
a) Aumenta a graça. A vida da graça que se recebe
pela primeira vez no batismo adquire um novo
empenho com a confirmação: há um crescimento e
um aprofundamento da graça batismal.

b) Imprime caráter. A confirmação imprime uma


marca espiritual indelével – o caráter – para ser
testemunhas de Cristo e colaboradores de seu Reino;
por isso, só se pode receber este sacramento uma vez
na vida.
c) Fortalece a fé. A palavra
confirmação significa fortalecimento;
com este sacramento nossa fé em Jesus
Cristo fica fortalecida.

d) Nos faz testemunhas de Cristo. A confirmação nos


dá forças para defender a fé e de nos defender-nos dos
inimigos exteriores da nossa salvação: o demônio, o
mau exemplo e inclusive as perseguições, abertas ou
disfarçadas, que podem acontecer a nós, cristãos. Nos
dá vigor para confessar com firmeza nossa fé sendo
testemunhas de Cristo, colaborando na santificação do
mundo e atuando como apóstolos onde vivemos e
trabalhamos.
Ministro, sujeito, matéria e forma do
sacramento da confirmação

Ministro ordinário deste sacramento é o Bispo;


extraordinário, o presbítero que goza desta faculdade
pelo direito comum ou por concessão peculiar da
autoridade competente; em perigo de morte, o pároco
ou qualquer presbítero.
O sujeito é toda pessoa batizada que não tenha
recebido este sacramento anteriormente. Para recebê-
lo deve-se estar na graça de Deus, conhecer os
principais mistérios da fé e acercar-se do sacramento
com reverência e devoção.
A matéria é a unção na fronte com o
crisma (mistura de azeite e bálsamo
consagrada pelo bispo), que se faz
enquanto se impõe a mão. A unção
significa um dos efeitos do
sacramento: robustecer a fé.

A forma é constituída pelas palavras que pronuncia o


ministro: “N. recebe por este sinal o Dom do Espírito
Santo”. O crismando responde “Amém”.
Estimar muito a confirmação

Posto que a confirmação faz do fiel


cristão uma testemunha de Jesus
Cristo, desenvolvendo e
aperfeiçoando as graças recebidas no
batismo, é preciso lutar por manter os
frutos do sacramento.

Só assim seremos fortes para confessar com inteireza


a fé cristã. E o conseguiremos se acudirmos com
freqüência aos sacramentos da penitência e da
eucaristia.
Ordinariamente, a vida cristã se
desenvolve em circunstâncias
correntes e normais; só em
circunstâncias extraordinárias, o
Senhor pode nos pedir o heroísmo do
martírio, derramando o sangue para
confessar a fé em Jesus Cristo.

Sem dúvida, o Senhor pede a todos o esforçar-se em


pequenas lutas da vida diária: trato com os pais e
irmãos, trabalho bem feito e oferecido a Deus, ajuda
generosa e desinteressada aos companheiros,
fidelidade à doutrina de Jesus Cristo e difusão da fé
com o exemplo, a amizade e os bons conselhos.
Os sete dons do Espírito
Santo

Sabedoria: Não a sabedoria do mundo, mas aquela


que nos faz reconhecer e buscar a verdade, que é o
próprio Deus: fonte da sabedoria. Verdade que
encontramos na Bíblia.
Entendimento: É o dom que nos faz aceitar as
verdades reveladas por Deus.
Conselho: É a luz que nos dá o Espírito Santo, para
distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do
falso, e assim orientarmos acerdatamente a nossa
vida, e a de quem pede um conselho.
Ciência: Não é a ciência do
mundo, mas a ciência de Deus. A
verdade que é vida. Por esse dom
o Espírito Santo nos indica o
caminho a seguir na realização da
nossa vocação.

Fortaleza: É o dom da coragem para viver fielmente


a fé no dia-a-dia, e até mesmo o martírio, se for
preciso.
Piedade: É o dom pelo qual o
Espírito Santo nos dá o gosto de
amar e servir a Deus com
alegria. Nesse dom nos é dado o
sabor das coisas de Deus.

Temor de Deus: Temor aqui não


significa "ter medo de Deus",
mas um amor tão grande, que
queima o coração de respeito por
Deus. Não é um pavor pela
justiça divina, mas o receio de
ofender ou desagradar a Deus.
Carismas

Além dos sete dons, o Espírito Santo,


dá outros dons espirituais chamados de
carismas. São dados gratuitamente pelo
Espírito Santo.

Os carismas não são dados apenas para crescimento


individual da pessoa, mas para crescimento da
comunidade. Assim, há o dom de ensinar, o dom do
ministério, o dom da exortação, o dom de presidir etc.
Todos esses dons devem ser manifestados com
simplicidade e humildade. (1Cor 12, 4-11)
Sempre que o Espírito Santo concede um carisma a
uma pessoa, Ele visa um fim: o de edificar a Igreja de
modo que todos que a ela se congregue possam
usufruir desse carisma.

Lembremo-nos de um recado de São Paulo:

"Dai de graça o que de graça recebestes."

Todo dom não é mérito da pessoa, mas do Espírito


Santo. Todo dom deve ser colocado a serviço da
comunidade. Toda pessoa recebe do Espírito Santo
algum dom.
Qual é o seu dom?
Os frutos do Espírito Santo
Assim como a figueira e como a videira, o crismado
deve produzir frutos e bons frutos, pois como diz Jesus
em Mt 7, 20: "pelos seus frutos o conhecereis”. Deve
fazer as boas obras com o Espírito de Deus e não com
segundas intenções.
Assim como o adubo colocado aos pés de uma árvore a
faz (ou não) produzir frutos, a graça de Deus derramada
nos corações dos crismados, faz produzir bons frutos.
Porém, é necessário que o crismado se predisponha a
receber este adubo, que é a graça de Deus, porque
depende unicamente do homem, já que a graça de Deus
é dada gratuitamente àquele que pedir e fizer por
merecer.
Quais são os frutos do Espírito
Santo?

Para falar dos frutos do Espírito Santo é preciso antes


falar dos frutos da carne. São eles:
fornicação, impureza, libertinagem, idolatria,
superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição,
discórdia, partidos, invejas, bebedeiras, orgias etc.

A estes antepõem os frutos do Espírito Santo, que são:


caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade,
concórdia, fidelidade, brandura, temperança, pureza,
amizade, unidade etc.
Gestos rituais
O óleo do Crisma
O Crisma é um dos três óleos que o bispo benze todo
ano na Missa da Quinta-feira Santa. Os outros dois
são: o óleo dos catecúmenos (usado no Batismo) e o
óleo dos enfermos (usado na Unção dos Enfermos).
O azeite significa o efeito fortificante da graça de Deus.
Além da bênção especial e diferente que cada óleo
recebe, o Crisma é misturado com bálsamo.
No Crisma, o bálsamo simboliza a "fragância" da
virtude, o bom odor que deverá desprender-se da vida
daquele que põe em movimento as graças da
Confirmação.
Imposição das mãos
A imposição das mãos é um gesto bíblico
de benção ou de consagração. Jesus cura
os doentes e abençoa as crianças pela
imposição das mãos, através da qual
passa toda a sua força divina.
Os apóstolos, pela imposição das mãos, curavam
doentes, consagravam presbíteros e diáconos, e
davam o Espírito Santo às novas comunidades.
O gesto é adequado a significar a tomada de posse de
um ser pela potência de Deus e plenitude do Espírito
Santo, a fim de investí-lo de um poder espiritual, de
uma aptidão, em vista de uma missão.
Consignação
O Bispo coloca a mão sobre o ombro do
crismando: imposição das mãos mais pessoal.
Ao mesmo tempo marca-o na fronte com um
sinal: o sinal da cruz, dizendo: (nome do
crismando) recebe por este sinal, os dons do
Espírito Santo.
A cruz que se traça sobre a fronte do confirmando é
outro símbolo poderoso, se realmente o entendemos e
pomos em prática. É muito fácil sabê-lo. Basta
perguntar-nos: vivo de verdade como se trouxesse uma
cruz visível gravada na minha fronte, que me marca
como homem ou mulher cristãos?
Na minha vida diária, dou testemunho de Cristo?
Unção
Ao mesmo tempo que o Bispo procede
a imposição das mãos de forma pessoal,
ele unge a fronte do confirmando com o
sinal da cruz, com o polegar
mergulhado no óleo do Crisma. É a
unção.

Os três gestos rituais formam um todo: o sinal


sensível e visível do amor de Deus para com o
confirmando.
Nesses três gestos o confirmando
assemelha-se intimamente ao Cristo, ao
Messias (Cristo no grego e Messias no
hebraico, são traduções da palavra
ungido). Jesus ungido. O homem Jesus é
ungido de divindade e Espírito Santo.

Pelo Sacramento da Crisma, tornamo-nos plenamente


cristãos, isto é, participantes da Unção do Cristo para
continuarmos sua missão.
Essa unção é feita em forma de cruz.
Diz-nos Santo Tomás: "Os combatentes trazem a
insígnia do seu comandante"
E na fronte no ponto mais visível.
Os sacramentos da cura

Pelos sacramentos da iniciação cristã, o homem recebe


a vida nova em Cristo. Ora, esta vida nos trazemos em
"vasos de argila" (2Cor 4,7), sujeitos ao sofrimento, à
doença e à morte. Esta nova vida de filhos de Deus
pode se tornar debilitada e até perdida pelo pecado.
O Senhor Jesus Cristo, médico de nossa alma e de nosso
corpo, que remiu os pecados do paralítico e restitui-lhe a
saúde do corpo, quis que sua igreja continuasse, na força
do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação,
também junto de seus próprios membros. É esta a
finalidade dos dois sacramentos de cura: o da Penitência
e da Unção dos Enfermos.
NA CONFISSÃO, POR MEIO DO SACERDOTE,
JESUS NOS PERDOA

A confissão consiste em um
sacramento instituído por
Jesus Cristo no qual o
sacerdote perdoa os
pecados cometidos depois
do batismo.

Sobre o sacramento da
Confissão (Penitência,
Reconciliação), devemos
analisar o seguinte:
1) Os homens pecam:

Diz a Sagrada Escritura: "O justo


cai sete vezes por dia" (Pr 24,16).
E se o próprio justo cai sete vezes,
que será daquele que não é justo?

"Não há homem que não peque" (Ecl 7,21).

"Aquele que diz que não tem pecado faz


Deus mentiroso" (1Jo 1,10).

O "Livre Arbítrio" humano permite ao


homem realizar atos contrários ao seu
criador.
2) É necessário obter o perdão desses
pecados:

"Nesta porta do Senhor,


só o justo pode entrar"
(Sl 117,20).

"Não sabeis que os pecadores não possuirão


o reino de Deus?" (1Cor 6,9).

Portanto, para entrar no Reino de Deus, é


necessário obter o perdão dos pecados.
3) Nosso Senhor instituiu um
sacramento:
Qual é o meio que existe para alcançar o
perdão dos pecados? Nos diz São João:
"Se confessarmos os nossos pecados, diz
o Apóstolo, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e purificar-nos de
toda injustiça" (1Jo 1,8).

Todavia, "aquele que esconde os seus crimes não será


purificado; aquele, ao contrário, que se confessar e
deixar seus crimes, alcançará a misericórdia" (Pr
38,13). "Não vos demoreis no erro dos ímpios, mas
confessai-vos antes de morrer" (Ecl 17,26).
A confissão não é nova, já existia no Antigo
Testamento, mas foi elevada à dignidade de
Sacramento por Nosso Senhor, que conhecia a
fraqueza humana e desejava salvar seus filhos.

No dia da ressurreição, como para significar que a


confissão é uma espécie de ressurreição espiritual
do pecador, "apareceu no meio dos apóstolos... e,
mostrando-lhes as mãos e seu lado... lhes disse:
A paz esteja convosco. Assim como meu Pai me
enviou, eu vos envio a vós. ... soprando sobre
eles: recebei o Espírito Santo... Àqueles a quem
perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e
àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão
retidos" (Jo 21,21-23). O mesmo texto encontra-
se em São Mateus (Mt 28, 20).
Como tudo é claro! Nosso Senhor
tinha o poder de perdoar os pecados,
como se desprende de São Mateus
(Mt 9,2-7). Ele transmite esse poder
aos seus Apóstolos dizendo: "assim
como o Pai me enviou", isto é, com o
poder de perdoar os pecados, "assim
eu vos envio a vós", ou seja, dotados
do mesmo poder.
E para dissipar qualquer dúvida, continua:
"soprando sobre eles: Recebei o Espírito Santo..."
como se dissesse: Recebei um poder divino... só
Deus pode perdoar pecados: pois bem... "Àqueles
a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão
perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-
lhes-ão retidos" (Jo 21,21-23).
A conclusão é rigorosa: Cristo podia perdoar os
pecados. Ele comunicou este poder aos Apóstolos
e por eles aos sucessores dos Apóstolos: pois a
Igreja é uma instituição "que deve durar até o fim
do mundo" (Mt 28,20).

O livro dos Atos dos Apóstolos


refere que quem se convertia
"vinha fazer a confissão das suas
culpas" (At 19,18).
Aqui nós começamos a refutar
uma argumentação dos
protestantes: cada um se
confessa diretamente com
Deus.
4) A confissão deve ser feita a um padre:

Pelo próprio livro dos Atos dos


Apóstolos, quando se afirma que
o convertido "vinha fazer a
confissão", fica claro que era
necessário um deslocamento da
pessoa para realizar a confissão
junto aos Apóstolos, pois o verbo
"vir" é usado por quem recebe a
visita do penitente.

Se a confissão fosse direta com Deus, bastaria


pedir perdão de seus pecados, sem precisar 'ir'
até a Igreja.
Aliás, São Tiago é explícito a esse respeito:
"confessai os vossos pecados uns aos outros,
diz ele, e orai uns pelos outros, a fim de que
sejais salvos" (Tg 5,16). Isto é, confessai
vossos pecados a um homem, que tenha
recebido o poder de perdoá-los.

De qualquer forma, a
instituição do
Sacramento deixa claro
o poder que Nosso
Senhor conferiu à sua
Igreja.
Sem a vontade de se confessar com um
outro homem, o pecador demonstra que seu
arrependimento não é profundo, pois ele não
se envergonha mais de ofender a Deus do
que de expor sua honra. No fundo, ama a si
mesmo mais do que a Deus e pode estar
cometendo um outro pecado, ainda mais
grave, contra o primeiro mandamento: Amar
a Deus sobre todas as coisas.

Mas, em não existindo um Padre, como


confessar-se? E como ficam os homens no
Antigo Testamento?
5) Contrição e Atrição
A Contrição consiste em pedir
o perdão de seus pecados por
amor de Deus. A atrição, por
sua vez, consiste em pedir o
perdão dos pecados por
temor do inferno.

A primeira, contrição (chamada de contrição


perfeita), apaga os pecados da pessoa antes
mesmo da confissão. Todavia, só é verdadeira
se há a disposição de se confessar com um
padre. Foi desta forma que se salvaram os
justos do Antigo Testamento.
A atrição só é válida através do sacramento da
confissão, o qual é eficaz mesmo se há apenas
"medo do inferno".

Ninguém duvida de que o sincero


arrependimento dos pecados, com firme
propósito de não pecar mais, e satisfação feita
a Deus e aos prejudicados, eram, no Antigo
Testamento, condições necessárias e
suficientes para obter o perdão de Deus.
O mesmo vale ainda hoje para
todos os que desconhecem Nosso
Senhor Jesus Cristo e seu
Evangelho (desde que sigam a Lei
Natural) e para os que não têm
como se confessar (desde que
tenham um ato de contrição
perfeita).

Mas quem, em seu orgulho, não acredita nas


palavras de Cristo Ressuscitado, com as quais
ele instituiu o sacramento da penitência, e por
isso não quer se confessar, não receberá o
perdão, pois não ama à Deus verdadeiramente.
Cada pecado é um ato de orgulho e
desobediência contra Deus. Por isso
"Cristo se humilhou e tornou-se
obediente até a morte, e morte na
Cruz" (Fl 2,8) para expiar o orgulho
e a desobediência dos nossos
pecados, e nos merecer o perdão.

Por isso ele exige de nós este ato de humildade e de


obediência, na Confissão sacramental, na qual
confessamos os nossos pecados diante do seu
representante, legitimamente ordenado. E, conforme a
sua promessa: "Quem se humilha, será exaltado, e
quem se exalta, será humilhado" (Lc 18,14).
Alguns dizem que, depois do batismo
(pela imersão), estariam livres de
qualquer pecado e nem poderiam mais
pecar! Conseqüentemente, concluem
que não haveria necessidade de
confissão. Apóiam esta afirmação nas
palavras bíblicas de 1Jo 3,6 e 9.
Todavia, basta confrontar essa passagem com outra,
do próprio João (1Jo 1,8-10), para perceber que a
conclusão é precipitada: "Se dissermos que não
temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos,
e a verdade não está em nós. Se confessarmos os
nossos pecados, Ele é fiel e justo, e nos perdoa os
nossos pecados, e nos purifica de toda a iniqüidade.
Se dissermos que não temos pecado, taxamo-Lo de
mentiroso, e a sua palavra não está em nós".
6) O que é necessário para ser eficaz uma
confissão?
exame de consciência
ter arrependimento (atrição
ou contrição)
propósito de não recair no
pecado e de evitar as
circunstâncias que o favoreçam
confessar-se sem omitir nada
cumprir a penitência
estabelecida pelo confessor
A UNÇÃO DOS ENFERMOS
Com o sacramento da Unção dos
enfermos a Igreja acode em
ajuda a seus filhos que começam
a estar em perigo de vida, por
enfermidade grave ou velhice.

Nestes momentos difíceis e importantes da


vida, quando ventila-se o destino eterno do ser
humano, Deus não nos deixa sozinhos, mas
faz-se presente para nos socorrer com sua
graça e sua misericórdia. O sacramento da
Unção dos enfermos proporciona ao cristão a
graça para vencer as dificuldades inerentes ao
estado de enfermidade grave ou velhice.
1. O cristão frente à enfermidade e à morte
A morte chega
inevitavelmente a cada ser
humano porque, queiramos
ou não, é o desenlace natural
da existência. Normalmente,
chega com a enfermidade
grave ou por causa da
velhice.
Para afrontar com dignidade e proveito este
momento da vida, Deus socorre o cristão com a
Unção dos enfermos, remédio e ajuda poderosa
para saber levar com Cristo a enfermidade e sair
ao passo da morte fortalecidos com a graça
especial do sacramento.
2. O que é a Unção dos enfermos
Jesus Cristo deixou-nos um remédio
salutar para toda e qualquer
necessidade da vida sobrenatural, e
nos últimos momentos da existência o
demônio monta uma grande batalha,
necessitando a pessoa de auxílios
especiais.
Estes auxílios foram vinculados por Jesus Cristo
à Unção dos enfermos, sacramento instituído
para o alívio espiritual e também corporal do
cristão gravemente enfermo. Por este
sacramento o cristão se une a Jesus Cristo para
ter os mesmos sentimentos dele frente à dor e à
morte.
3. Jesus Cristo instituiu este sacramento
O sacramento da Unção dos
enfermos foi instituído por Cristo,
ainda que quem o promulgou
tenha sido o Apóstolo São Tiago,
que mostra a Tradição da Igreja
quando diz: “Alguém de vós está
enfermo? Chame os presbíteros
da Igreja e orem sobre ele,
ungindo-o com o óleo em nome
do Senhor. A oração da fé salvará
o enfermo, e o Senhor o aliviará.
E se tiver algum pecado, lhe será
perdoado” (Tiago 5, 14-15).
4. Efeitos deste sacramento

* a união do enfermo à Paixão de


Cristo, para o bem próprio e de toda a
Igreja;

* o consolo, a paz e o ânimo para suportar


cristãmente os sofrimentos da enfermidade ou
da velhice;
* o perdão dos pecados, se não pode
confessar-se e contanto que esteja arrependido
de suas culpas ao menos com a dor de atrição;
* o restabelecimento da saúde
corporal, se isto for conveniente à
saúde espiritual. Por isso não se
deve esperar, para administrar o
sacramento, que o enfermo esteja já
em agonia; o lógico é que esteja
plenamente lúcido. Sem dúvida, se
já perdeu o conhecimento, tem
direito a que se administre o
sacramento e assim deve ser feito,
ainda que sob condição, na dúvida
de que ainda esteja vivo.

* a preparação para a passagem à vida eterna.


5. Modo de se
administrar este
sacramento

A administração deste sacramento tem


diversas cerimônias. O essencial da celebração
– assim como para os demais sacramentos –
é a aplicação da matéria (santos óleos) e a
forma (palavras que o ministro pronuncia,
enquanto unge o enfermo).
6. É preciso preparar-se para a morte
Deus vem em nossa ajuda a
cada momento, como Pai que
nos ama e nos quer felizes na
terra, e depois eternamente
no céu.
Ter estudado este sacramento deve fazer-nos
pensar na realidade da morte, que recorda a
necessidade de viver sempre na graça de
Deus, crescer na vida cristã, aceitar os
sofrimentos que tenhamos nesta vida e
receber com alegria a morte, sabendo que é o
passo necessário para nos encontrarmos com
Deus no céu.
7. Propósitos da vida cristã:

* Oferecer com alegria as


dores e sofrimentos da vida,
especialmente a enfermidade,
sem medo da morte.

* Agradecer e estimar o sacramento da Unção


dos enfermos, procurando avisar o sacerdote
quando algum familiar ou amigo estiver
gravemente enfermo.
Os sacramentos de
serviço da comunidade

O Batismo, Confirmação e Eucaristia são os


sacramentos da iniciação cristã, que põem os
fundamentos da vocação comum dos cristãos:
vocação à santidade e à evangelização do
mundo. Estes sacramentos, junto com a
Penitência e a Unção dos enfermos,
proporcionam a cada fiel as graças necessárias
para viver como cristãos e alcançar o céu.
Para as necessidades sociais da Igreja e da
comunidade civil, Jesus Cristo instituiu a
Ordem sacerdotal e o Matrimônio, ordenados à
salvação dos demais; por isso são conhecidos
como sacramentos a serviço da comunidade.
Comecemos pelo sacramento da Ordem.
O SACRAMENTO DA ORDEM
1. Todos os cristãos participam, de maneira
distinta, do único sacerdócio de Cristo
Jesus Cristo – verdadeiro e supremo
sacerdote da Nova Aliança – nos
reconciliou com Deus por meio do
sacrifício da cruz, sendo sacerdote e
vítima. Mas, tendo de continuar o
sacrifício, o Senhor quis comunicar à
Igreja uma participação de seu
sacerdócio, que se alcança mediante o
sacramento da Ordem.
Esta participação singular se conhece como
sacerdócio ministerial, que capacita para atuar na
pessoa de Cristo, Cabeça da Igreja: os bispos e os
presbíteros.
Mas é preciso dizer que a Igreja inteira,
fundada por Cristo, é um povo sacerdotal, de
modo que – pelo batismo – todos os fiéis
participam do sacerdócio de Cristo. Esta outra
participação chama-se sacerdócio comum dos
fiéis.
2. O sacerdócio comum e o ministerial são
essencialmente diversos
O sacerdócio ministerial difere essencialmente,
não só em grau, do sacerdócio comum dos fiéis,
porque confere um poder sagrado para o serviço
dos irmãos.

Os que receberam o sacramento


da Ordem são ministros de Cristo,
instrumentos através dos quais
Ele se serve para continuar no
mundo sua obra de salvação. Tal
obra é levada adiante por meio
do ensino, do culto divino e do
governo pastoral.
3. A instituição do sacramento da Ordem
Cristo escolheu seus Apóstolos e na última
Ceia instituiu o sacerdócio da Nova Aliança.

Aos Apóstolos e a seus sucessores no sacerdócio


ordenou que renovassem na Missa o sacrifício da cruz;
e com estas palavras: “Fazei isto em minha memória”
(Lc 22,19), os instituiu sacerdotes do Novo
Testamento. No dia da Ressurreição conferiu-lhes
também o poder de perdoar ou reter os pecados,
outorgando-lhes o poder que Ele tinha.
Como os Apóstolos sabiam que o sacerdócio deveria
continuar na Igreja depois deles morrerem, depois
de evangelizar uma cidade e antes de deixá-la,
impunham as mãos a outros, comunicando-lhes o
sacerdócio (cf 2 Tm 1,6; At 14,23).
4. Os três graus do sacramento da Ordem

O sacramento da Ordem consta


de três graus subordinados um
ao outro.

O episcopado e o presbiterado são diversas


formas de participação ministerial no
sacerdócio de Cristo; o diaconado, está
destinado a ajudar e a servir as outras ordens.
Por isso, o termo sacerdote designa os bispos e
os presbíteros, mas não os diáconos. Os três
graus são conferidos pelo sacramento da
Ordem.
5. O sacerdote é um homem consagrado a
Deus para sempre
Os poderes que lhe são
outorgados, que nem mesmo os
anjos possuem, não são
passageiros, mas permanentes.
As pessoas que recebem este
sacramento recebem um caráter
indelével e são sacerdotes para
sempre.
O caráter distingue o ordenado dos demais fiéis:
participa do sacerdócio de Cristo de um modo
essencialmente distinto. Junto com o caráter recebe
outras graças na consagração sacerdotal para
assemelhar-se com Cristo, de maneira que de todo
o sacerdote pode-se dizer que é outro Cristo.
6. Ministério dos sacerdotes
As manifestações principais do ministério dos
sacerdotes são:
a) Pregar a Palavra de Deus. O
sacerdote exerce este ministério
quando prega a homilia dentro da
Missa, ao dar catequese e em
múltiplas ocasiões: meditações,
retiros, aulas de formação, etc..
b) Administrar os sacramentos e especialmente
celebrar a Santa Missa. Desde que o cristão nasce
até que morra, está junto dele o sacerdote
ajudando-o com os sacramentos. Mas o ministério
principal dos sacerdotes é a celebração do santo
sacrifício da Missa.
c) Guiar o povo cristão para a
santidade. Os sacerdotes tem a
missão e o dever de apascentar como
bons pastores o rebanho que lhes foi
confiado pelo bispo: com a oração e o
serviço, ajudando-lhes em suas
necessidades, acompanhando-lhes
nos momentos difíceis e com a
insubstituível tarefa da direção
espiritual, para que possam ser
tirados os obstáculos que lhes
impeçam de receber a graça de Deus.

d) Dirigir ao Senhor a oração oficial da Igreja com


a oração da Liturgia das Horas.
O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

1. Instituição do matrimônio

O livro do Gênesis ensina que Deus criou o ser


humano, homem e mulher, e deu-lhes uma
missão unitiva e procriativa: “Homem e mulher
os criou, e Deus os abençoou dizendo-lhes:
crescei e multiplicai-vos e enchei a terra”
(Gênesis 1,27-28). Assim, Deus instituiu o
matrimônio, tendo como fim que tivessem filhos
e educassem-nos; e para que os esposos se
ajudem entre si: porque “não é bom que o
homem esteja só, vou fazer-lhe uma ajuda
semelhante a ele” (Gênesis 2,18).
2. O matrimônio, sacramento cristão
Jesus Cristo elevou à dignidade de sacramento o
matrimonio instituído no início da humanidade. O
matrimônio entre cristãos é a imagem da união de
Jesus Cristo com sua Igreja. A tradição cristã viu
na presença de Jesus nas bodas de Caná uma
confirmação do valor divino do matrimônio.
Portanto, entre cristãos, só existe um verdadeiro
matrimônio: o que Jesus Cristo santificou e elevou
à dignidade de sacramento. Por isto, nenhum
católico pode contrair tão somente o chamado
“matrimônio civil”; tal união não seria válida, já
que não tem maior valor do que o de uma simples
cerimônia legal perante a lei civil. Entre católicos
só é válido o matrimônio-sacramento contraído
perante a Igreja.
3. As propriedades do matrimônio
O matrimônio, tanto na condição de instituição
natural como na de sacramento cristão, está
revestido de duas propriedades essenciais: a
unidade e a indissolubilidade.

Unidade quer dizer que o matrimônio é a união de


um só homem com uma única mulher: “Por isso
deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se
unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne”
(Gênesis 2,24).
Indissolubilidade quer dizer que o vínculo conjugal
não pode desatar-se nunca: “O que Deus uniu o
homem não o separe”, diz o Evangelho (Mateus
19,6; 5,32; Lucas 16,18). O divórcio, pois, está
proibido.

Deus assim o quis por várias razões: pelo bem dos


filhos; pelo bem, a felicidade e a segurança dos
esposos, que desaparece quando o divórcio é
introduzido nas sociedades; pelo bem de toda a
sociedade humana, pois a humanidade se compõe
de famílias, e quanto mais sólidas e estáveis
sejam, maior será a ordem e o bem estar da
sociedade e dos indivíduos.
4. Efeitos do sacramento do matrimônio

O sacramento do matrimônio aumenta


a graça santificante naqueles que o
recebem.

Também comunica os auxílios especiais que os


esposos necessitam para santificar-se dentro do
matrimônio, para educar a seus filhos e cumprir os
deveres que contraem ao casar-se. Estes deveres
são, para com eles mesmos: amar-se e respeitar-
se, guardar a fidelidade e ajudar-se mutuamente;
em relação aos filhos: alimentá-los, vesti-los,
educá-los religiosa, moral e intelectualmente e
assegurar seu futuro.
Os ministros do sacramento são os mesmos
contraentes; contudo, deve ser celebrado
ante testemunhas, perante o pároco ou um
seu delegado. Senão, o casamento é
inválido.
5. O matrimônio, caminho de santidade
O sacramento do matrimônio concede aos esposos
as graças necessárias para que se santifiquem e
santifiquem os outros. É dever de toda a família –
também dos filhos – facilitar este clima humano e
cristão, através do qual se consegue que os lares
sejam luminosos e alegres, sacrificando-se para se
obter as virtudes humanas e sobrenaturais de uma
família que começou santificada com um
sacramento.

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