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- Não venha descontar sua raiva em mim.

- Apenas quero que se afaste dele antes que algo pior aconteça.

Giovanna pegou sua bolsa e saiu do local, deixando Francesca preocupada. Sabia que a irmã estava começando a
sofrer com isso, mas não via algo que pudesse fazer para impedir.

Notas finais:

Parece que o perigo começou de fato a cercar nossas duas protagonistas... Alguém
precisa dar um jeito nesses homens rsrs

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Capitulo 9 por Lethicia Lobato
Manolo continuava sentado, pensando no que iria fazer, quando um de seus primos entrou no escritório, avisando
que havia alguém que queria falar com ele. Manolo ficou de pé, se perguntando quem a família Mancini havia
mandado para conversar, ou se o próprio Filippo estava à sua espera.

Seguiu até a frente de sua casa, e viu Giancarlo parado, muito sério, enquanto observava algumas crianças brincando
na rua. Se aproximou lentamente, enquanto tentava se acalmar, para que pudesse conversar tranquilamente.

- Que bela visita. - disse. - Entra aí, vamos tomar alguma coisa.

- Estou bem aqui fora. Não tenho interesse em conhecer esse lugar que você chama de casa.

Manolo sentiu raiva, mas quem estava à sua frente era Giancarlo, precisava manter a calma.

- O que você quer?

- Seu irmão andou fazendo merda lá no centro. Você soube?

- Soube, já tive uma conversa com ele.

- Eu vi que ele foi para o hospital. Pelo menos nisso, você sabe o que precisava fazer.

- Já dei uma lição nele, o que mais vocês querem?

- Seu irmão ameaçou as filhas do Filippo com uma arma, inventou coisas a respeito de Giovanna. Acha que isso vai
ficar assim?

- O que vocês querem? - perguntou sentindo o início de uma dor de cabeça.


- Escuta bem, Filippo quer o seu irmão longe das filhas dele. O que existe entre Giovanna e a noiva de Boris, é apenas
amizades e um assunto de trabalho, mas isso também vai ser desfeito. Não queremos conflitos, e vocês certamente
também não, pois sabem que se for pra entrar em uma guerra, vão perder.

- Boris não vai chegar perto das filhas de Filippo, tem minha palavra.

- Ótimo! Eles vão perdoar essa afronta, mas se acontecer novamente, alguém vai precisar pagar a conta. Entendeu?

- Sim.

- Perfeito. Agora eu já vou, por que não aguento ficar nesse chiqueiro por muito tempo.

Manolo observou Giancarlo entrar em seu carro, e ir embora. A raiva pela humilhação tomava conta de si, mas sabia
que entrar em um conflito com a família Mancini, era assinar sua carta de suicídio, eles ainda mandavam em boa
parte da cidade, e tinham a amizade de Giancarlo, que controlava Roma de todas as formas, pensava.

Manolo entrou novamente em casa, pensando que precisava colocar seu irmão sob constante vigilância para evitar
qualquer problema futuro que pudesse surgir. Queria paz até o casamento de Boris com Giulia, após isso, conversaria
com Alberto, pai da noiva, para que alguma coisa pudesse ser feita a respeito desse conflito. Sabia que Alberto não
aceitaria retomar antigas ligações, mas precisava tentar, pelo bem de sua família e de seus negócios.

**

Giovanna entrou em casa e não encontrou ninguém, olhou em seu relógio, viu que pelo horário, seus irmãos estavam
na rua. Suspirou cansada e aborrecida, começando a subir as escadas para seu quarto, pensando que naquela noite,
queria ser qualquer pessoa de Roma, menos quem realmente era. Quando voltou para a casa de seu pai, pensou que
tentaria manter distância total dos negócios que envolviam a família, mas os conflitos vieram de formas diferentes.
Precisava se livrar do que estava sentindo, mas não conseguia, e não queria.

Quando entrou em seu quarto, viu seu pai sentado em uma poltrona que ficava próxima a janela. Rapidamente
imaginou que ele estava ali para conversar sobre o que acontecera mais cedo. Fechou a porta e jogou sua bolsa na
cama, cruzando os braços logo em seguida, enquanto caminhava na direção de Filippo.

- Há quanto tempo está aqui?

- Não muito. Tentei ligar, mas seu celular estava desligado.

- Não queria contato com ninguém.

- Eu sei, mas...

- Mas alguma coisa poderia acontecer comigo.

- Isso.

Giovanna suspirou, estava cansada desse cuidado, essa falsa liberdade que possuía.

- Estou cansada, pai. Não aguento essa prisão. O negócio já não foi fechado? Por que ficar me perseguindo?

- Por que agora minha preocupação é outra.

- Os ciganos.
- Sim. Aquele homem teve coragem de ir até você e fazer uma ameaça. Se ele teve coragem de fazer isso, eu sei que ele
pode cumprir, mesmo que depois morra.

- Eu não fiz nada. Já estou longe da Giulia, não vou mais falar com ela.

- Eu quero confiar em você, Giovanna. - Filippo ficou de pé. - Mas eu sei que você não vai se afastar tão fácil dessa
mulher. Você sempre foi um pouco obcecada, como seus irmãos.

Giovanna ficou em silêncio, pois não sabia o que dizer a seu pai naquele momento.

- Só tenha cuidado.

Ela balançou a cabeça, concordando.

- Pedi para Giancarlo conversar com o irmão desse rapaz. Mandei um aviso em meu nome.

- Uma ameaça?

- Apenas um aviso.

Dizendo isso, Filippo saiu do quarto, deixando Giovanna com seus pensamentos e dúvidas a respeito do que fazer.

Se jogou na poltrona onde seu pai estava, e ficou refletindo que o mais correto seria manter distância de Giulia por
enquanto, até que essa confusão fosse esquecida. Não queria envolver seu pai e seus irmãos em uma briga, temia pela
vida deles, e sabia que qualquer conflito poderia acabar em alguma morte.

**

Giulia acordou no dia seguinte, se sentindo estranha. Não estava com vontade de trabalhar, não estava com o desejo
que sentia todos os dias de criar algo novo. Sentou na cama, e passou a mão no rosto, não queria admitir, mas estava
sem inspiração para fazer suas telas. Esses momentos eram raros, porém quando aconteciam, ela não trabalhava,
pois não conseguia fazer nada relacionado a arte. Levantou e foi se arrumar para mais um dia.

Quando saiu de seu quarto, encontrou Wladimir que parecia estar com pressa. Segurou o braço do irmão, impedindo
que ele continuasse andando. Esse olhou para ela, sem entender o que acontecia.

- O que foi? Estou atrasado.

- Acho que estou sem inspiração para trabalhar hoje.

- Aconteceu alguma coisa? - conhecia Giulia, sabia que esses momentos acontecem quando algo a incomodava.

- Não, apenas estou sem cabeça pra isso.

Ele se soltou e ficou olhando para a irmã por alguns segundos. Sabia que algo estava acontecendo, mas não conseguia
tirar nenhuma informação de Giulia, e isso começava a preocupá-lo. Precisava descobrir de algum jeito o que estava
acontecendo.

- Descanse. Talvez seja ansiedade por causa do casamento.

- Mas ainda falta um mês.

- Seu organismo sabe que algo grande vai acontecer.


- O que eu faço?

- Aproveita o dia para descansar. - disse, beijando a testa da irmã. - Eu preciso ir, estou atrasado.

- É hoje que você consegue que aquele projeto seja aprovado.

- Sim. Me deseje sorte.

- Boa sorte. - sorte.

Wladimir sentiu uma leve culpa dentro de si. Não era sorte o que precisava, pois a aprovação do projeto já era certa.

Giulia acompanhou o irmão até a porta da casa, e se despediu mais uma vez. Enquanto via o Wladimir andar até o
ponto de ônibus, observou que Boris não estava na frente da sua casa. Estranhou, pois todos os dias ele ficava no
mesmo lugar, esperando a sua saída e conversando com alguns homens. Resolveu ir até a casa do noivo, para saber se
algo havia acontecido.

Andou alguns metros até a casa da família Vacitti. Era um casarão parecido com o seu, porém a movimentação das
pessoas era menor. Cumprimentou algumas pessoas que estavam do lado de fora, e entrou sem problemas. Sempre
era bem recebida quando visitava a casa do noivo, e daquela vez não foi diferente.

- Veio visitar o Boris? - uma moça perguntou feliz, era prima dos irmãos.

- Sim, estranhei que ele não apareceu para falar comigo.

- Ontem ele sofreu um pequeno acidente, precisou ir até o hospital, mas não se preocupe, ele está lá em cima no
quarto.

- Como foi isso?! - Giulia perguntou, preocupada.

- Não sabemos os detalhes, apenas Manolo.

Giulia subiu as escadas até o quarto do noivo. Bateu na porta, e esperou por uma resposta, que veio logo em seguida.
Entrou no quarto e viu o noivo deitado na cama, enquanto assistia à televisão.

- Giulia! Que bom que veio! - sentou com dificuldade na cama. - Sente-se aqui comigo.

Giulia sorriu, e sentou ao lado do rapaz, observando como ele parecia abatido, e com algumas dores. Se perguntava
do que havia acontecido.

- Parece que você levou uma surra. - comentou.

- Mais ou menos. - sorriu. - Não se preocupe, seu noivo vai estar inteiro para o casamento.

Giulia sorriu de volta, pensando em como queria que aquele casamento fosse adiado ou cancelado.

- Como você está?

- Com algumas dores, mas nada grave. Logo estarei bem novamente.

- Estarei rezando por você.


- Obrigado. - agradeceu, segurando a mão de Giulia. - Você não precisa ir trabalhar?

- Não vou hoje.

- Então faltou trabalho para ficar com seu noivo? - Boris perguntou animado.

Giulia sorriu sem graça, pensou em dizer que não, mas não queria tirar a alegria do rosto de seu noivo.

- Sim.

- Então fique aqui comigo. Vamos assistir a alguns filmes.

Giulia deitou ao lado de Boris, enquanto pensava na obrigatoriedade daquele matrimônio. Os dois foram prometidos
antes do nascimento, era uma cerimônia muito aguardada pelas duas famílias, mas Giulia a cada dia se questionava
ainda mais a respeito desse compromisso. Nunca conversara com seu pai a respeito dessa obrigatoriedade, não sabia
como ele iria reagir caso não quisesse se casar. Tinha medo de não atender as expectativas de sua família, mas
também temia não ser feliz nesse casamento. Essa dúvida se tornou mais forte, principalmente depois de conhecer
Giovanna.

Ficou a manhã toda ao lado de Boris, ajudando o rapaz como conseguia. Resolveu voltar para sua casa após o almoço,
mesmo com os protestos de Boris para que ficasse. Usou a desculpa que precisava conversar com sua mãe sobre o
casamento, e isso fez com que o rapaz a deixasse ir.

Sentiu-se aliviada quando entrou em sua casa, mas não pôde ficar mais do que alguns minutos sozinha, pois sua mãe
se aproximou, com um estojo nas mãos. Giulia observou o objeto, pensando que certamente seria uma joia.

- Filha, quero mostrar algo para você. Venha.

Giulia se deixou levar pela mãe que falava animadamente sobre os preparativos para o casamento, mas a jovem não
se esforçava para entender o que estava ouvindo. Apenas desejava ficar sozinha ou fugir de toda aquela bagunça.

- Venha, filha. - a mulher disse, quando as duas entraram no quarto de Giulia. - É uma joia de família.

Giulia olhou o lindo colar com várias pedras de esmeraldas. Ficou surpresa, conhecia aquela joia, estava nas mulheres
da sua família há anos, antes de seu nascimento. Entendeu o que estava acontecendo, sua mãe estava repassando a
ela aquela presente.

- É o seu colar.

- Agora é seu, minha filha. - a mulher entregou. - Essa jóia representa o casamento das mulheres de nossa família.
Logo vai estar com o homem que foi prometido a você. Vai ter sua família, quando sua filha se casar, essa joia vai ser
dela.

Giulia não sabia o que dizer. Entendia a importância daquele ato, sabia que não estava sendo digna dele, mas não
podia recusar o presente, pois sua mãe iria desconfiar de algo. Com as mãos trêmulas, e sentindo uma dor no peito,
pegou o estojo e olhou o colar mais uma vez. Não queria casar, e aquela joia deveria ser de uma noiva feliz, pensou.

- Não sei o que dizer. - comentou, com a voz emocionada.

- Apenas seja feliz.

Giulia sentiu o abraço de sua mãe, e se deixou envolver por ele. Estava tentando encontrar uma proteção, pois sua
mente estava confusa, seus sentimentos estavam confusos. Queria dizer que não iria casar, queria seguir sua vida e
fazer o que achava melhor para sua felicidade, mas não queria magoar seus pais, decepcionar sua família, e o mais
importante, não queria enfrentar tudo aquilo sozinha.

**

Wladimir recebia os cumprimentos de seus colegas de trabalho, pelo projeto aprovado. Havia sido uma disputa cheia
de divergências, aos olhos de todos, Wladimir e Enrico se tornaram "inimigos" dentro dessa briga política, pois
Enrico se mostrava contrário ao projeto de Óstia, ao passo que Wladimir era a favor. Os espectadores não sabiam que
aquilo não passava de uma encenação para promover o nome de Wladimir e Enrico, ao mesmo tempo, que o projeto
dividia opiniões e fazia com que parte da própria população de Roma se tornasse a favor. Havia saído tudo como
planejado, o projeto estava aprovado, a opinião popular era em sua maioria a favor, e o porto seria construído como
um sinal de mais progresso para a cidade.

- Apesar de nossas divergências, colocamos o bem de Roma em primeiro lugar. - Enrico disse enquanto apertava a
mão de Wladimir.

- Tenho certeza que esse é o melhor para a cidade.

Ambos faziam essa encenação, pois naquele momento, estavam cercados de outros políticos, e alguns jornalistas, que
registravam o momento. O plano precisava seguir como havia sido combinado.

Após uma pequena entrevista, Wladimir seguiu para sua sala. Estava tranquilo e leve, pois finalmente havia
encerrado seu papel dentro daquele plano. Estranhamente, sua consciência não estava pesada, apenas pensava em
como toda aquela polêmica havia sido positiva em alguns aspectos para sua imagem, e que quando assumisse a
secretária que desejava, não levantaria tantas suspeitas.

- Parece que você conseguiu o que desejava.

Wladimir olhou para o chefe do seu partido, que havia acabado de entrar na sala e falava aquela frase, que aos seus
ouvidos, não pareceu nada amigável.

- O que quer, Carlo?

- Apenas vim parabenizá-lo pela sua entrada na obscuridade da política de Roma.

Wladimir sorriu ao ouvir aquela frase, como se uma piada tivesse acabado de ser contada.

- Acho que você não é a pessoa mais indicada para me condenar por isso. Além do mais, não sei do que está falando.

- Eu nunca fui um homem que prega a igualdade entre todos, nunca defendi os pobres dessa cidade, e nem condenei a
corrupção.

- Eu preciso trabalhar, e os projetos de Óstia, não são do seu setor de serviço. Eu cuido das construções.

- E soube tirar proveito disso. - Carlo disse, lembrando da ameaça que havia recebido de Giancarlo. Não poderia
deixar que essa conversa com Wladimir chegasse aos seus ouvidos, caso contrário, não receberia um segundo aviso. -
Não se preocupe, apenas corra atrás do que acha importante.

Dizendo isso, Carlo deixou a sala, e também deixou um Wladimir nervoso e preocupado. Temia que essa história
pudesse se espalhar, virar notícia do jornal, isso poderia sujar seu nome, manchar sua carreira, e por consequência,
acabar com seus planos. Pensava todas essas hipóteses, enquanto pegava o celular e via um número já conhecido.
Não queria mais contato com essas pessoas, porém precisava de alguma forma colocar correntes em Carlo, para que
ele não se tornasse uma ameaça real.

- Wladimir? Que surpresa me ligar.


- O projeto foi finalmente aprovado, Giancarlo. Logo a construtora responsável vai poder iniciar as obras do porto.

- Perfeito. Eu fiquei sabendo. Vai ser muito bom para nossa cidade.

- Sim. Eu gostaria de saber se posso reservar uma mesa para almoçar em seu restaurante hoje?

Giancarlo entendeu, naquele momento, que Wladimir queria conversar pessoalmente. Se perguntava o que poderia
ser, por isso resolveu aceitar.

- Claro, venha tranquilamente. Vou reservar uma mesa.

- Obrigado.

Wladimir desligou e ficou olhando para o celular. Seu coração estava acelerado, precisava resolver o seu problema
com Carlo o quanto antes. O medo de ser descoberto, e a ideia de perder seu futuro cargo, era tão grande, que não
percebia os caminhos que estava tomando para conseguir o que tanto desejava.

Tentou desviar sua mente daquele assunto, resolvendo ler a sobre a repercussão a respeito do porto que seria
construído em Óstia. Viu que boa parte das opiniões eram positivas a respeito, alegando que aumentaria o turismo na
região, os empregos também ficariam em alta, até mesmo alguns grupos que defendiam a chegada dos imigrantes, se
mostraram a favor, pois seria mais uma rota por onde as pessoas poderiam entrar.

- De uma forma geral, o projeto agradou boa parte da população. - comentou.

Enquanto procurava as notícias em seu celular, Wladimir se deparou com uma manchete onde falava de Filippo
Mancini e suas enormes contribuições para instituições de caridade, ajuda com imigrantes que chegavam em Roma, e
alguns outros projetos sociais que o empresário participava, todos em sua maioria como um patrocinador. Wladimir
lembrou que já havia visto aquele homem no restaurante conversando com Giancarlo, e que aquilo havia chamado
sua atenção.

- Aparentemente é apenas um empresário que gosta de ajudar as pessoas. - pensava alto enquanto pesquisava mais a
respeito de Filippo. - É dono de um restaurante, e algumas boates no centro. - continuava refletindo, enquanto lia
sobre o empresário.

Começou a procurar os lugares onde as boates estavam localizadas, percebeu que as áreas onde os estabelecimentos
estavam, era um ponto onde havia muita venda de drogas, mas que curiosamente nunca havia sido investigado pela
polícia local. Lembrou que há alguns anos, havia se iniciado uma busca naquelas áreas, porém, tudo foi arquivado
após alguns meses.

Encontrou também informações onde diziam que Filippo Mancini havia sido preso, por suspeita de participação em
uma organização que atuava em Roma dentro de vários setores, como política, segurança, e até trabalhos sociais. A
organização chamada pelos jornalistas de Lá Máfia havia sido desfeita, muitos foram presos, porém nada havia sido
provado contra o Mancini, e ele seguia inocente.

Dentro de sua rápida pesquisa sobre notícias antigas, viu um nome que chamou atenção, o pai de Manolo Vacitti
também estava entre os participantes da organização. Ele havia sido preso e provas atestaram sua participação nos
crimes.

- Eu sabia que aquela família estava dentro desse tipo de negócio. - refletiu. - Então por que o papai faz tanta questão
desse casamento da Giulia com Boris?

A cabeça de Wladimir estava confusa, porém não queria focar naquele assunto, por enquanto. Seu interesse maior era
descobrir se Filippo Mancini estava participando dos negócios em Óstia. Sua suspeita se tornou mais forte, ao ver o
endereço do restaurante da família Mancini, ficava na mesma área onde o porto seria construído. Havia visto o
projeto, o restaurante não seria afetado de nenhuma forma, pelo contrário, seria um dos lugares que mais lucraria,
por conta de sua localização.
Wladimir se perguntava como nunca havia percebido aquilo. O restaurante aparecia claramente na planta inicial do
projeto, porém sua preocupação maior não era aquele estabelecimento, que apesar de aparentemente está
despercebido, ele era um ponto a refletir, pois a maioria dos outros restaurantes do local, e algumas lojas, haviam
sido vendidos para os empresários por trás do projeto, apenas aquele permanecia no local, Wladimir pensava.

- Apesar de isso não provar nada, é algo curioso de ver.

Wladimir largou o celular e tentou voltar ao trabalho, porém não conseguia desligar a mente das pequenas
descobertas que havia feito, e da conversa que teria com Giancarlo. Precisava pensar com calma no que iria fazer com
as informações que tinha, e tentar achar uma forma de se proteger com elas.

Notas finais:

Boris já recebeu o primeiro avisto, vamos ver até quando ele vai respeitar.

Wladimir entrando em terreno arriscado....

mas aquele sentimento do novo, apenas ela poderia sentir.

**

O carro de Boris parou na frente da casa de Lucca, ele desligou o veículo e correu até a porta. Esperou até que Lucca
abrisse, e entrou rapidamente no local. Estava sentindo muita raiva dentro de si, mesmo dirigindo sem rumo por
vários minutos, não conseguiu amenizar aquele sentimento. Por conta disso, seguiu para Óstia, enquanto pensava em
um plano para se vingar.

- Algum problema? – Lucca perguntou.

- Cancelaram meu casamento!! – Gritou, chutando uma cadeira. – Aquela maldita Mancini, ela conseguiu acabar com
tudo!

- Que coisa horrível... Você trouxe alguma coisa?

Boris olhou com raiva para Lucca, e deu um forte soco em seu rosto. O rapaz caiu no chão, sentindo uma forte dor.

- Acha que eu quero saber de drogas? Eu quero acabar com a Mancini!

Andou até a sala e se jogou no sofá, observando Claudio, que agora estava deitado em uma cama colocada no local.

- Esse lixo ainda não acordou?

- Ele acorda às vezes, e dorme de novo. Hoje perguntou o que estava fazendo aqui. – Lucca disse, limpando o sangue
de sua boca.

- Precisa de alguma coisa para ele?

- Por enquanto não.

Boris olhava para Claudio, enquanto pensava que ele deveria acordar logo, pois precisava de sua ajuda para pensar
em uma forma de atingir Giovanna. Havia decido que iria atingi-la de alguma forma, mesmo que isso pudesse custar
sua vida, faria Giovanna sofrer como nunca.
**

Giulia olhava suas coisas arrumadas em duas malas, e seus objetos de trabalho. Depois pensaria como voltar para
buscar o que havia ficado para trás, mas por enquanto tudo que iria precisar estava em suas mãos. Queria ver
Giovanna, e estava ansiosa para se instalar em algum hotel e ligar para ela.

- Está pronta? – Wladimir perguntou.

- Estou, para onde vamos?

- Primeiro para um hotel, depois veremos.

- Certo.

Wladimir ajudou a irmã a carregar suas coisas para o carro. Enquanto passava pela sala de sua casa, sentia os mais
diversos olhares. Alguns eram de raiva, nojo, desprezo, mas também via olhares de conforto, felicidade, além de
alguns sorrisos. Sabia que que não era odiada por todos, sua família estava dividida, cada um tinha uma forma de ver
o mundo, mas não podia viver em um lugar assim, sair era necessário.

- Tudo pronto. – Wladimir fechou o porta malas. – Pegou tudo?

- Por enquanto.

- Não se preocupe, suas coisas vão ficar guardadas até que venha buscar.

Giulia se virou e viu seu pai, sua mãe e sua cunhada. Sorriu, agradecendo o que seu pai havia falado. Olhou para sua
mãe que ainda chorava, sentiu um aperto dentro do coração, não queria ser a causadora daquelas lágrimas, mas sabia
que era necessário.

- Desculpe por tudo, mãe. – foi tudo que disse.

- Ah minha filha, por que precisa ser assim?

- Eu preciso ser livre, escolher o que eu quero, mas isso não é um adeus. Se desejar, nós iremos manter contato, eu
jamais vou poder cortar meus laços com vocês. – se aproximou, e sem se conter, mas temendo a rejeição, abraçou sua
mãe, que aceitou aquele gesto e retribuiu.

Giulia sentiu seu coração se acalmar, pois ter o seu abraço recebido, significava que um dia os laços entre elas
poderiam passar por uma reconstituição.

- Espero que essa seja a decisão da sua felicidade. – Jasmim comentou.

- Eu também. – Giulia concordou. – Nos tornamos irmãs, Jasmim. Isso não vai mudar.

- Se cuida, Giulia. – sorriu.

Após aquela breve despedida, e ainda sentindo os diversos olhares em si, Giulia decidiu que era hora de ir embora.
Entrou no carro com seu irmão, e ambos deixaram aquela enorme casa, onde havia passado toda a sua vida até
aquele momento. Conseguiu ver que sua mãe caiu em um choro maior quando saiu da propriedade. Desejava que ela
ficasse bem.

- Acho que essa é a coisa mais difícil que já fiz.

- Tenha certeza que sim. – Wladimir disse, enquanto ligava o som do carro.

Giulia encostou a cabeça na janela do carro, pensando em como tudo estava mudando em um espaço de tempo tão
curto. Antes estava nervosa com seu casamento que se aproximava, via sua família correr contra o tempo para que
estivesse pronto para o grande dia, mas agora não existia mais nada, apenas o seu desejo de liberdade. Não estava
arrependida de suas decisões, sabia que se voltasse atrás, faria tudo da mesma forma, porém não conseguia deixar de
sentir medo.
**

Claudio abriu os olhos lentamente, sentiu uma forte dor nas costelas e evitou se mexer na cama. Olhou ao redor, e viu
um homem dormindo sentado no sofá, reconheceu que era Boris, e se perguntou o que ele estava fazendo ali. Logo
em seguida, viu Lucca vir da cozinha, e com dificuldade, pediu.

- Quero... Um pouco de água.

- Ah, claro.

Lucca foi até a cozinha, encheu um copo e voltou, ajudando Claudio a beber o líquido.

- Ainda acho... Que estou em um pesadelo toda vez que olho na sua cara. – Claudio comentou.

- Se não fosse eu, você estaria morto. – Lucca disse, colocando o copo em uma mesinha. – Agora sou condenado duas
vezes à morte.

- Não se preocupe, idiota. Vou devolver o favor. Só me deixa ficar aqui escondido. – olhou mais uma vez Boris. – O que
esse lixo faz aqui?

- Ele está triste porque cancelaram o casamento dele.

- Por que?

- Parece que a tal da Giovanna ficou com a noiva dele.

- Mais um ferrado pela família Mancini. – comentou com um meio sorriso.

Boris acordou com o diálogo que acontecia, olhou para Claudio acordado e agradeceu por finalmente ter acontecido.

- Enfim eu vi você acordado. – disse sentando em uma posição melhor no sofá.

- Cala a boca, seu lixo.

- Você está em condições de mandar eu fazer alguma coisa? – Boris perguntou rindo. – Esqueceu que deveria estar
morto? Só está vivo porque o Lucca estava doido demais naquela noite.

- Alguém sabe que eu estou aqui? – perguntou receoso.

- Não. – Boris respondeu.

Claudio respirou aliviado, sabia que se alguém do clã Mancini descobrisse, certamente viriam atrás para encerrar o
serviço.

- Por que bateram em você? – Boris perguntou curioso.

- Eu bati na Francesca.

- É um merda mesmo, bate em mulher. Eles deviam ter matado você.

- Não enche a minha paciência. Se acha que eu deveria morrer, por que não termina o que os Mancini não tiveram
competência?

- Por que você vai me ajudar. Salvamos você, e deve isso.

- Não trabalho com ciganos, principalmente se forem tão burros como você. Além disso, no que eu ajudaria você?

- Podemos vingar toda a humilhação que o clã Mancini fez a gente passar. Lucca apanhou do Emiliano, você quase
morreu, e eu perdi a minha noiva.
Claudio e Lucca trocaram um olhar, pensando no que Boris estava falando.

- O que você tem em mente? – Claudio perguntou.

- Por enquanto só a ideia da vingança. Você precisa melhorar, sair dessa cama, e aí podemos pensar em algo.

- Não quero participar disso. – Lucca disse. – Já tenho problemas demais.

- Você me deve isso, Lucca. Por todas as vezes eu ajudei você.

Lucca suspirou, mesmo com medo, sentia que era sua obrigação pagar os favores, principalmente quando Boris o
poupou da morte. Além de ter medo por saber o que poderia acontecer, caso se recusasse a ajuda.

- Tudo bem. – disse em voz baixa.

Boris sorriu, conseguindo ver seu plano de vingança tomando formas.

- Muito bem, meus novos amigos. Vamos aguardar a recuperação de Claudio, e dar início ao plano que vai acabar com
as estruturas da família Mancini.

Claudio deu um sorriso, começou a gostar da ideia. Queria causar dor a todos os Mancini, principalmente Francesca.
Lucca estava com medo, pois de todos ali, ele era o alvo mais fácil, porém estava preso aquelas pessoas.

- Um cigano, um homem morto, e um viciado. Que merda de grupo hein. – Claudio comentou rindo.

- É essa merda de grupo que vai acabar com a família Mancini. – Boris também ria.

- Os príncipes de Óstia. – Claudio disse a forma como os irmãos gostavam de falar. Estava com sede de uma revanche,
e sem nada a perder, usaria todas as armas possíveis contra aquela família.

Notas finais:

Giulia finalmente livre, mas Claudio e Boris estão dispostos a arriscar tudo nesse plano
de vingança, o que será que vem por aí? Alguém arrisca?

Quem será o alvo?

- Claro que sim. – Sorriu, dando um selinho na mulher. – Não demora, e nada de mortes.

- Não se preocupe.

As duas desceram juntas, Giovanna pediu para que Giulia fosse acompanhada até o carro, e seguiu na
direção oposta, para o depósito. Seu sorriso se desfez, seus olhos brilhavam, uma expressão séria e diferente começava
a tomar conta. Ela apenas desejava fazer os culpados pagarem. Apenas a ideia de Giulia sofrendo, causava um
desconforto enorme em seu coração, e aquele ódio, que tentava todos os dias manter guardado, acordava com toda a
força que podia. E cada vez que isso acontecia, se tornava difícil controlá-lo.
Notas finais:

Mexeram com a Giulia errada rsrs

Acho que deixei uma dica da próxima história... Só acho rsrs

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Capitulo 39 por Lethicia Lobato
Giovanna seguia lentamente até o depósito, onde estavam os homens culpados por incomodar Giulia.
Apenas pensava no que faria com eles, pois apesar de sua vontade, havia prometido a Giulia que ninguém iria morrer
naquela noite, logo não poderia quebrar sua promessa com sua amada, mesmo que desejasse muito isso.

Entrou no local, e logo viu dois homens sentados, com os braços amarrados para trás, pesos as
cadeiras, onde estavam sentados. Olhou para o segurança que havia conversado antes, e ele balançou a cabeça,
confirmando que os dois eram quem ela procurava. Sorriu satisfeita, ao mesmo tempo que a raiva aumentou ao olhar.

- Não fizemos nada. – Um deles ousou falar. – Era apenas uma conversa, não sabíamos que a mulher já
tinha alguém.

- A questão não é essa. Mesmo que ela não tenha, vocês não podem abordar uma moça desse jeito. –
Giovanna disse, caminhando lentamente. – Não entendem quando uma mulher diz não?

Os dois começaram a respirar rapidamente, sentindo medo do olhar que Giovanna mostrava. Naquele
momento, se arrependeram da aproximação que ousaram fazer.

- Podemos negociar, temos dinheiro. – O outro ofereceu. – Ninguém precisa morrer.

- Oh não, ninguém vai morrer hoje. – Giovanna andou até atrás de umas caixas de madeira. – Mas
apenas por que isso foi um pedido que eu não pude recusar. – Pegou um taco de beisebol que estava ali. – Porém,
entendam, não podem sair daqui sem um aviso, algo que jamais vão esquecer.

Ela saiu de trás das caixas, segurando o taco. Naquele momento, os dois tiveram certeza do que iria
acontecer, e o nervosismo se tornou maior em seus corpos. Sabiam que aquela mulher não teria piedade, e
duvidavam se ela iria deixá-los vivos.

- Por favor, vamos negociar! – Um gritou.

- Não tem negociação quando o assunto é a Giulia.

Dizendo isso, Giovanna começou a desferir uma sequência de golpes pelo corpo dos homens, evitando
acertar pontos que poderiam causar mortes, mas sem evitar de usar sua força para descarregar toda sua raiva
naqueles que estavam à sua frente.

A cena era assistida por todos, que apenas estavam em silêncio, surpresos em como a Mancini havia
mudado, e se antes ela parecia ter piedade com as pessoas, naquele momento isso inexistia totalmente. Apenas
conseguiam enxergar uma mulher cheia de raiva, e que precisava descarregar isso em algum lugar ou alguém. Apesar
dos golpes não acertarem pontos importantes do corpo, duvidavam que os dois pudessem sobreviver, pois a
quantidade de batidas era enorme.

Alguns minutos depois, Giovanna jogou o taco para longe, e se afastou dos corpos. Estava ofegante,
cansada demais para falar ou fazer qualquer outra coisa. Seus braços estavam doloridos, seu peito também. Aquele
momento exigira um esforço além do que estava acostumada, mas a adrenalina do momento, e a raiva que estava
sentindo, mascararam qualquer limite que seu corpo físico pudesse ter.

Ela sentou em uma cadeira próxima, ainda respirando com dificuldade. Levantou a cabeça, a jogando
para trás, em uma tentativa de puxar o ar com mais facilidade. Nenhuma palavra era dita naquele momento, apenas
olhos curiosos de pessoas que estavam preparadas para as ordens que viriam a seguir.

- A senhorita está bem? – Um dos homens perguntou.

- Estou... Como... Emiliano consegue?


- Anos de prática. – O rapaz comentou.

Giovanna deu um meio sorriso. Sabia que o preparo físico de seu irmão era excelente, anos de treino e
lutas na academia proporcionaram isso. Refletiu, pensando que talvez fosse uma boa ideia começar a se exercitar.

- Estão vivos? – Perguntou.

Um dos homens se aproximou, se abaixando próximo aos corpos. Estava checando para ver se os dois
estavam vivos, pois essa era a preocupação de Giovanna naquele momento, mesmo que não se importasse se ambos
estivessem mortos. Apenas pensava na promessa feita a Giulia.

- Estão vivos, senhorita. – O rapaz respondeu, ficando de pé. – Mas não sei se por muito tempo.

- Não me importo. Joguem os corpos em algum lugar dessa cidade. Nos fundos de um hospital seria
interessante. – Ficou de pé. – Peguem o dinheiro das carteiras, leiam os documentos. Qualquer informação que possa
ser útil sobre eles.

- Certo.

- Se der algum problema, sabem o que fazer.

Todos concordaram, e Giovanna deixou o local, dessa vez mais calma e tranquila. Sua raiva havia se
esvaído completamente, agora tudo que sobrara era apenas o cansaço e algumas dores pelo corpo. Queria apenas
dormir, e esquecer aquele momento da noite.

Quando chegou no estacionamento, viu Giulia dentro do carro, mexendo no celular. Agradeceu aos
seguranças pelo cuidado com a moça, e se aproximou do veículo, entrando rapidamente, para a felicidade de Giulia
que já desejava ir há tempo para casa.

- Você demorou. – Disse guardando o celular. – Me falou que seria rápido.

- Tentei ser o mais rápido possível. – Giovanna comentou. – Tudo bem?

- Sim, só estou cansada. – Observou que havia algumas marcas pequenas de sangue na camisa branca
da Mancini. – E você precisa de um banho.

- Com toda certeza. – Riu, enquanto ligava o carro e ambas deixavam a boate.

Durante o caminho até a casa, Giovanna pensou no que havia acontecido naquela noite. Não teve
medo do que fez, além de não se sentir mais culpada por machucar alguém, ou causar uma possível morte que a
pessoa poderia ter. Apenas pensava que Giulia estava bem, e segura, nada mais importava. Teve certeza naquele
momento, que mataria por ela se fosse necessário, e faria isso sem pensar duas vezes.

- Giulia. – Chamou, procurando a mão da Sbano.

- O que foi? – Giulia, que estava quase adormecendo, perguntou.

- Você quer casar comigo?

- O que? – Se mexeu no banco, apertando a mão de Giovanna, mostrando toda sua surpresa com
aquela pergunta. – Casar com você? É um pedido formal de casamento?

- Sim, acabei de perceber que eu mudo completamente quando estou com você, ou quando você corre
perigo. Giulia, eu sou capaz de qualquer coisa para manter você bem, e hoje eu tive certeza disso. – Giovanna dizia,
séria, e fixando seu olhar apenas na estrada à sua frente. – Quero casar com você, torná-la de uma vez uma de nós, e
ficar ao seu lado todos os dias.

Giulia ouvia cada palavra, sentindo seu coração descompassado, e a felicidade tomando conta de si. Já
não lembrava mais do que havia acontecido na boate, ou se os dois homens estavam vivos. Apenas conseguia ouvir as
palavras de Giovanna, que entravam em seus ouvidos, e enchiam seu coração de alegria. Não havia nada no mundo
que mais desejava do que aquele pedido.

- Eu aceito! – Sorriu. – Aceito casar com você.

Pela primeira vez, Giovanna deu um enorme sorriso, demonstrando toda sua felicidade e satisfação
pelo pedido aceito. Recebeu um beijo no rosto, e isso apenas deixou o momento mais perfeito do que já estava. Agora
tinha a certeza que ficariam juntas por muito tempo, e todos os dias faria de Giulia uma mulher muito feliz.

**

Três meses depois.

O salão estava todo enfeitado para uma enorme festa que iria acontecer. Depois de três meses,
Giovanna e Giulia finalmente conseguiram o que tanto desejavam, que o casamento de fato acontecesse, mesmo não
sendo como ambas sonhavam, mas tudo aconteceu dentro das possibilidades que tinham em mãos. A união havia
sido aprovada e finalmente poderiam ter a cerimônia que tanto sonhavam.

Na casa da família Mancini, Giulia olhava seu reflexo no espelho. Com um enorme sorriso no rosto,
aprovava a imagem que estava vendo. Usava um vestido rosa, cheio de pedras de cristais, que davam um brilho
enorme à roupa. Ao contrário das noivas de sua família, Giulia abriu mão do vestido grande e preferiu algo mais
discreto, mas não resistiu aos brilhos das pedras de cristais. Ainda tinha receios de que pudesse causar algum
constrangimento a Giovanna, mas seu sangue algumas vezes falava mais alto.

Seus braços estavam adornados com várias pulseiras de pedras preciosas, todas legítimas, que
vieram como presente de parentes que estavam felizes com aquela união. Em seu pescoço, um enorme colar de
esmeraldas, que combinavam com os brincos, que também dispensavam a descrição. O último adereço do conjunto,
era uma tiara que também fazia par com o colar e os brincos.

- Então essa é uma noiva cigana? – Francesca perguntou, parando logo atrás de Giulia.

- Tentei ser o mais discreta possível.

- Não deu certo. – Francesca riu. – Você está linda, Giulia. Sabe que minha irmã não quer que se
esconda por causa dela.

- Eu sei, mas...- Suspirou. – Estou tão nervosa. – Se virou para Francesca. – Olhe pra você, está linda,
mas ao mesmo tempo tão discreta.

- Pare, você é a noiva. Tem que brilhar muito hoje. – Disse, segurando a mão da cunhada. – Você está
linda, Giulia Sbano.

Nesse momento, uma batida na porta foi ouvida. As duas mulheres olharam ao mesmo tempo, mas foi
Francesca que se aproximou para ver quem estava do outro lado.

- A noiva já está pronta? – Emiliano perguntou, olhando para o interior do quarto. – Nossa! –
Exclamou surpreso.

- Como estou, Emiliano? – Giulia perguntou nervosa.

- Está linda. Essas joias são verdadeiras? – Perguntou ainda surpreso.

- Sim, presente de Wladimir e sua esposa. – Disse emocionada. – Pelo menos terei eles no meu
casamento hoje.

- Acho que não é só eles não. Soube que alguns parentes que aprovam seu casamento, também vão
para a festa.

Os olhos de Giulia brilharam, era tudo que ela precisava ouvir naquele momento. O casamento era o
momento mais importante de sua vida, era uma união para sempre, aprendeu isso desde o seu nascimento. Desejava
de todo seu coração ter sua família ao seu lado, mesmo que não pudesse ser o clã todo, alguns parentes enchiam seu
coração de felicidade.

- Concordo com Emiliano, você está linda, Giulia.

A noiva olhou para Sarah, que estava ao lado do Mancini. Deu um sorriso de agradecimento,
principalmente por ela estar ali. Sabia o quanto era difícil para Sarah conseguir sair do convento e participar de algo
entre a família. Se perguntava por quanto tempo isso ainda iria durar, e até quando ela iria aguentar manter a vida de
freira, mesmo apaixonada por Emiliano.

- Irmã, que surpresa você por aqui. Achei que não ia conseguir fugir do convento hoje. – Francesca
disse com sarcasmo. – Vejo que deu uma folga do hábito, fica muito melhor sem ele.

- Agradeço seu elogio. – Sarah falou da mesma forma.

- Sem brigas hoje, por favor. – Emiliano interveio. – É o casamento da Giovanna e da Giulia. Podemos
respeitar, Francesca?

- Claro. – Respondeu séria. – Com licença, vou ver se Giovanna já está indo.

Francesca passou por Sarah, a empurrando levemente. De todos daquela casa, a relação mais difícil de
se construir, era entre Sarah e Francesca, pois a caçula da família não aceitava aquele relacionamento. Simplesmente
não entendia a demora de Sarah para abrir mão de seus votos e viver com Emiliano, e essa espera toda a aborrecia,
pois via como seu irmão havia mudado, e como ele sofria com aquele sentimento.

Às vezes sentia falta do antigo Emiliano, mas desejava que fosse feliz, apenas queria que Sarah
tomasse uma decisão definitiva, e só iria ter um acordo de paz, quando isso acontecesse.

- Ignore-a, Sarah. – Giulia pediu. – Hoje é dia de festa.


- Obrigada, Giulia. – Agradeceu sincera.

- Estamos aqui para levá-la a cerimônia. – Emiliano olhou em seu relógio. – Acho que Giovanna já
deve está saindo. Quando for a nossa hora, nós vamos.

Giulia assentiu, olhando seu reflexo mais uma vez no espelho. Estava nervosa, mas muito feliz. Agora
conseguia entender o sentimento que ouviu muitas vezes sobre o casamento, e a forma como ficaria minutos antes da
cerimônia. Aquele frio na barriga, e a ansiedade por chegar logo ao momento tão esperando. Aquele sim era o
momento que sonhou por toda sua vida.

**

Francesca abriu a porta de seu quarto, e viu Giovanna também diante do espelho. Sorriu olhando
como sua irmã estava linda. Ela usava um vestido branco, simples, com alguns brilhos. Também não ostentava muitas
joias, apenas o suficiente para combinar com seu vestido. Havia um contraste enorme entre as duas noivas, mas que
Francesca julgou como sendo perfeito. Ambas eram diferentes, mas ao mesmo tempo se completavam.

- Você está linda. – Francesca disse, chamando atenção de Giovanna. – Bem mais simples que a Giulia,
mas não tira sua beleza.

- Imagino como Giulia deve estar. – Sorriu. – Tenho certeza que está linda.

- Ela está. Uma verdadeira noiva.

Giovanna suspirou, ficando séria por alguns minutos, o suficiente para chamar atenção de Francesca,
que não entendeu o que estava acontecendo.

- Algum problema?

- Apenas pensando que quando aceitei voltar para essa cidade, nunca imaginei que estaria casando
algum tempo depois, e que meu pai não estaria aqui para ver.

Francesca ficou séria, a lembrança de seu pai também estava forte em sua mente naquele dia, mas
tentava se concentrar em como ele ficaria feliz ao ver Giovanna se casando com quem desejava, e finalmente fixando
residência em Roma. Aquele sempre fora seu desejo, ter os filhos juntos e por perto. Agora tudo estava acontecendo,
mesmo que ele não estivesse mais presente para ver isso.

- Ele estaria muito feliz, muito orgulhoso de você. – Disse sincera. – Hoje não é um dia de tristeza,
vamos ficar felizes pelo seu casamento. Tenho certeza que era o que ele iria querer.

Giovanna balançou a cabeça, concordando com as palavras de Francesca. Tudo estava em paz, e logo
estaria casada com a mulher que amava, precisava focar nisso. Aquele dia precisava ser perfeito, e faria de tudo para
que isso acontecesse.

**

O salão estava pronto para a festa, convidados chegavam a todo momento. Muitos estavam vindo de
outros lugares além de Roma, principalmente amigos de negócios da família Mancini. Todos estavam curiosos para
conhecer a noiva de Giovanna, e apreciar a cerimônia que iria acontecer.

Ao mesmo tempo, alguns membros da família Sbano também chegavam para a festa. Não eram
muitos, mas todos que estavam ali, torciam pela felicidade de Giulia. Ainda estava sendo difícil para a família aceitar
aquele relacionamento, alguns talvez nunca aceitassem, mas existiam aqueles que gostavam de Giulia, e queria sua
felicidade de qualquer maneira.

- Pensei que teríamos mais pessoas da sua família por aqui. – Ugo comentou, enquanto caminhava ao
lado de Wladimir pelo salão.

- Muitos não aceitaram vir, outros comparam brigas para está aqui. Ainda é um problema muito
grande o que Giulia fez, mas mesmo que sejam poucos, todos que estão aqui, estão de forma sincera.

- Seria triste ela casar sem nenhum representante de sua família.

- Por isso nós estamos aqui.

Algum tempo depois, a cerimônia deu início. Todos os medos e preocupações de Giovanna sumiram
quando viu Giulia chegando. Seu coração acelerou ao ver como a noiva estava linda, bem como seu sorriso estava
maravilhoso. O vestido, as jóias, tudo dava um toque especial, que era a marca de Giulia, aquele toque que Giovanna
amava todos os dias, e que jamais pediria para que ela mudasse.

A cada passo que encurtava a distância entre as duas, Giovanna tinha certeza do que queria. Viver ao
lado de Giulia era o seu maior desejo, e torná-la sua esposa, era a felicidade mais plena que poderia conseguir.
A cerimônia aconteceu de forma rápida, como ambas desejavam. Quando se encerrou, Giovanna e
Giulia estavam emocionadas, completamente tomadas pela felicidade de poder dizer que estavam casadas. Naquele
momento, desejaram que aquela união se tornasse eterna, pois era o que cada uma queria, viver ao lado de sua
amada por toda vida.

Ugo e seus irmãos assistiam ao beijo que selava o casamento. Batiam palmas para celebrar aquele
momento. Todos estavam felizes com aquela união que começou de forma tão conturbada, que trouxe tantos
resultados inesperados, mas que no final havia se tornado o principal momento de felicidade daquela família, que
depois de tantas situações, apenas desejava um período de paz.

- A cigana entrou mesmo para a família. – Emiliano comentou.

- Aposto que depois de muita luta. – Sarah respondeu.

- Sim, um dia eu conto tudo. – Segurou a mão da mulher. – Só falta a freira fazer o mesmo.

Sarah sorriu, por mais que tentasse fugir do que sentia, era difícil manter distância de Emiliano. Além
da paixão que tinha adquirido pelo seu estilo de vida, gostava de saber o que ele fazia, entender os negócios. Não
entendia se aquele interesse estava ligado aos seus sentimentos pelo rapaz, apenas sabia que tudo crescia de uma
forma tão rápida, que sentia que não poderia mais adiar o momento de largar tudo que acreditou durante um bom
tempo.

- Acredito que isso não vai demorar a acontecer. – Disse, e logo em seguida se afastou, deixando
Emiliano surpreso, pois era a primeira vez que Sarah falava sobre deixar de fato o convento.

Giulia não conseguia esconder a felicidade de ver alguns de seus parentes presentes na sua festa de
casamento. Queria festejar com todos, por isso logo pediu para que algumas músicas fossem trocadas, pois queria
algo que representasse mais a quem ela era. Aquele era o momento mais especial de sua vida, e passar ele ao lado de
sua família, para a Sbano não tinha preço.

Todos dançavam animadamente com Giulia, que havia esquecido completamente dos seus medos de
causar constrangimento aos Mancini, apenas desejava comemorar aquele momento com as pessoas que amava, sem
dar atenção a alguns olhares curiosos que se instalavam ao redor.

Giovanna observava a felicidade de sua esposa, e isso a deixava satisfeita. Desejava apenas alegria
para Giulia naquele dia, então se ela estava feliz, nada mais importava, nem mesmo comentários que poderiam surgir.

- Não sabia que os ciganos gostam tanto de jóias.

Giovanna olhou para o lado ao ouvir o comentário de Paola, uma das sócias de sua família. Sabia que a
presença dela era importante naquele momento de confraternização, mesmo que não quisesse misturar seu
casamento com negócios.

- Que bom que veio, Paola. – Giovanna cumprimentou a mulher, ignorando seu comentário. – A família
de Giulia trabalha com jóias, são bem conhecidos nessa área, principalmente no último ano.

- Eu sei, soube que seu pai ajudou bastante nesse crescimento. Fez parte do acordo de casamento
entre vocês?

- Digamos que sim. – Sorriu.

- Agora falando a verdade. – O filho de Paola, que estava ao lado da mãe, se pronunciou. – Você
realmente não tem vergonha disso? – Fez um gesto apontando para Giulia que se divertia com sua família.

- Claro que não, Andrea. Não tenho vergonha da minha esposa, ela é maravilhosa e não aceito que
ninguém diga o contrário disso. – Respondeu séria.

Paola percebeu a pergunta infeliz que seu filho mais velho havia feito, e principalmente o clima que se
instalou depois da resposta de Giovanna. Logo tratou de intervir, pois não estava ali para alimentar inimizade com os
Mancini.

- Andrea, por que não vai conversar com outros convidados por aí?

- Sim, senhora. – O rapaz respondeu. – Com licença, e desculpe qualquer comentário inapropriado,
Giovanna. – Disse, percebendo que havia falado demais.

- Não se preocupe, apenas aproveite a festa e guarde seus comentários para si mesmo. – Sorriu.

Após o rapaz se afastar, Paola deu um sorriso tentando quebrar o momento tenso. Compartilhava da
mesma opinião de seu filho, mas sabia que não podia externar tal pensamento. Tinha negócios com os Mancini que
estavam acima de qualquer opinião pessoal. A paz deveria ser mantida entre as famílias, para que tudo continuasse a
fluir tranquilamente.

- Perdoe o comentário desnecessário de meu filho.


- Não se preocupe, Paola. Apenas aproveite a festa, e mais uma vez obrigada pela presença.

Giovanna se afastou, não queria alongar mais aquela conversa, pois sabia que Paola estava ali para
falar de negócios, e esse não era seu desejo naquele momento. Apenas queria curtir seu casamento e assistir a
felicidade de sua esposa, aquilo era o mais importante.

Sarah andava pelo jardim externo que havia no salão de festas, pensava em como iria começar o
processo para se desligar de seus votos. Sabia que não podia mais demorar com essa decisão, e mesmo que quisesse
continuar seu caminho, sabia que precisava fazer tudo de uma forma diferente, pois estava gostando de alguém, e
contra isso não podia lutar.

- A irmã está gostando da festa?

Sarah se virou e encontrou Francesca, que olhava séria para ela. Suspirou aborrecida, pois não estava
com paciência para aguentar as provocações de sua cunhada. Sabia o que precisava fazer e não precisava ser
lembrada disso toda vez que encontrava Francesca.

- Não gosto da forma como você fala. – Disse.

- E eu não gosto da forma como brinca com meu irmão.

- Não estou brincando com seu irmão.

- Ah não? Há mais de um ano você transa com ele loucamente, mas não consegue abandonar o
convento. Não é segredo pra ninguém aqui que você gosta dele, então o que falta para largar aquela vida?

- Do jeito que você fala parece que tudo é tão fácil.

- As coisas são fáceis, você é covarde o suficiente para não enxergar isso.

Sarah se aproximou de Francesa, segurou seu braço com tanta força, que fez a mais nova fazer uma
pequena careta de dor. Não esperava uma reação assim de Sarah, logo ficou surpresa quando aconteceu.

- Escuta aqui, garota. Cuidado com suas palavras, as coisas vão acontecer na hora certa, não é você
com suas ameaças baratas que vai me intimidar. Logo seremos irmãs, então é melhor começarmos a criar um
ambiente de paz entre nós, se não quiser que eu transforme sua vida em um inferno.

Francesca deu um sorriso surpresa, aquela postura de Sarah havia sido algo que não esperava. Agora
conseguia entender o motivo de seu irmão estar tão apaixonado, ela também tinha o mesmo olhar que ele quando
estava aborrecida. Pela primeira vez, temeu a cunhada, mas não deixou esse sentimento aparecer.

- Talvez eu pague pra ver. – Desafiou.

Sarah soltou o braço de Francesca, que ainda sentindo dores, pensou que certamente aquele toque
deixaria marcas.

- As coisas vão mudar, Francesca. Logo vamos nos entender. – Dizendo isso, Sarah se afastou,
deixando Francesca pensativa sobre o que aquela frase queria dizer. Desejava que ela estivesse se referindo ao fato
de deixar a vida religiosa, pois nada faria seu irmão mais feliz do que essa decisão.

**

O casamento durou o dia todo, apenas a noite os convidados começaram a dar sinais de cansaço, e
alguns começaram a se despedir. Mesmo com toda a felicidade do momento, Giulia sentia que era o momento de ficar
a sós com Giovanna. Seria a primeira noite das duas como mulheres casadas, e queria aproveitar cada segundo
daquele instante.

Deixaram a festa ainda com alguns convidados, sabiam que a família iria tomar conta de tudo, e o
desejo de ficar a sós era maior. Seguiram juntas até a casa de Óstia, pois queriam privacidade daquela noite, e aquela
casa era a favorita de Giulia, que era apaixonada por Óstia, onde sempre queria ficar quando tinha folga.

Giovanna dirigia, enquanto conversava sobre a festa com Giulia. Estava feliz de saber que sua esposa
havia se divertido naquele dia. Havia pensado em tudo para tornar aquele casamento perfeito para sua amada, e
estava satisfeita consigo mesma por ter conseguido alcançar o que tanto desejou.

Chegaram ao local, e desceram do carro, seguindo para o interior da casa. Subiam as escadas juntas,
enquanto ainda riam de algo que Giulia contava sobre a festa. O clima entre elas estava descontraído, e o nervosismo
não tinha espaço naquele momento.

Decidiram tomar banho juntas na enorme banheira que existia no quarto de Giovanna. Foi ali que
começou a noite para ambas. Trocaram carinhos, e beijos, que ficavam mais urgentes à medida que as mãos
ganhavam vida e percorriam os corpos, que começavam a desejar o toque com certa urgência.
Após alguns minutos, Giovanna puxou Giulia para o quarto, mas sem desfazer o beijo que trocavam
naquele momento. A Mancini empurrou delicadamente sua amada para que deitasse na cama, enquanto mergulhava
seu corpo sobre o dela, sentindo sua pele macia, e os seios entrando em contato, provocando pequenos gemidos de
Giulia, que sempre adorava quando sua pele se colava com a de Giovanna.

As mãos de Giovanna acariciavam a barriga de Giulia, subindo até os seios, apertando levemente, e
logo massageando o local. A Sbano apertava a mulher contra seu corpo, abria as pernas, encaixando seu corpo ao
dela. Arranhava levemente suas costas, enquanto sentia a boca de Giovanna em seu pescoço, beijando, chupando
levemente, com cuidado para não deixar marcas. A jovem artista amava o cuidado que a Mancini mostrava quando
estavam juntas.

Com um gemido mais alto, Giulia jogou sua cabeça para trás, enquanto sentia a boca de Giovanna
descer de seu pescoço e ganhar espaço em seus seios, chupando um enquanto massageava com perfeição o outro. Já
conhecia o corpo de Giulia e todos os pontos que ela gostava de ser tocada, os seios eram um desses pontos, ela era
sensível naquele local, logo sempre amava beijá-los, chupar como a Sbano gostava.

A mão de Giovanna começou a percorrer outro caminho, enquanto sua boca ainda se mantinha nos
seios de Giulia. Descia seu toque pela barriga da outra, arranhando levemente, causando suspiros e mais gemidos de
Giulia. Sua vontade era sentir como sua amada estava com todos aqueles toques, por isso desceu mais um pouco sua
mão e tocou no sexo, sentindo como ele estava molhando e quente, pedindo pelo seu toque o mais rápido possível.

- Você é tão gostosa. – Giovanna disse ao sentir a umidade no meio das pernas de Giulia.

- Quero sua boca, por favor. – Giulia pediu, pois estava muito excitada e não queria mais esperar por
aquele momento.

Giovanna sentiu seu corpo vibrar com aquele pedido, começou a descer seus beijos, mordendo
levemente a barriga de Giulia, enquanto apertava suas coxas, e segurava com firmeza, abrindo mais as pernas de
Giulia. Queria ver seu sexo completamente molhado, e a expressão de prazer de sua amada enquanto implorava por
seu toque.

Se afastou um pouco, ficando de joelhos entre as pernas de Giulia. Começou a tocar o sexo dela,
enquanto assistia encantada a expressão de desejo da Sbano, que gemia e rebolava contra a mão de Giovanna,
pedindo por mais, pois queria chegar ao orgasmo que tanto seu corpo pedida naquele momento.

- Ai Giovanna, não me tortura. – Pedida em meio a gemidos.

Giovanna sorriu, adorando ouvir a voz de Giulia daquela forma, apenas aumentava seu tesão sentir
sua amada implorando pelo seu toque. Lentamente se aproximou, deitando no meio das pernas de Giulia, e
lentamente passando sua língua pela extensão do sexo de Giulia, que gemeu mais alto, e começou a rebolar, querendo
um contato maior da boca de Giovanna.

Entendendo perfeitamente o que Giulia desejava, Giovanna começou a chupar o sexo da moça,
alternando também com a língua que penetrava lentamente em Giulia, para logo em seguida a boca chupar seu
clitóris. A Sbano estava totalmente entregue, sentindo que a qualquer momento iria chegar ao orgasmo que tanto
desejava. Sua excitação era grande demais, e não iria aguentar por muito mais tempo.

Quando o momento chegou, Giulia segurou a cabeça de Giovanna, apertou o rosto da mulher contra
seu sexo, enquanto rebolava com mais vontade, sentindo que estava chegando ao momento máximo de prazer. Seus
gemidos se tornaram mais altos, e sentiu uma forte corrente passando por seu corpo quando gozou fortemente na
boca de Giovanna, que chupava tudo com vontade, amando o gosto de sua esposa.

- Eu amo você, Giovanna. – Dizia enquanto puxava a Mancini para um beijo, sentindo seu próprio
gosto na boca dela. – Eu amo tanto.

- Também amo você, Giulia. Você é perfeita.

Elas se abraçaram, apertando aquele contato cada vez mais. Uma sentia o coração da outra batendo
em descompasso, as respirações ofegantes que precisavam de uns segundos para normalizar. A noite estava apenas
começando para elas, queria matar aquele desejo que sentiram durante o dia todo, amar esquecendo completamente
de tudo, criando um mundo onde existia apenas as duas e aquele sentimento que sentiam. Uma nova fase estava se
iniciando para ambas, e queriam aproveitar o máximo possível.

**

Emiliano empurrava o carrinho, enquanto caminhava pelo aeroporto, ao seu lado Giovanna e Giulia
andavam de mãos dadas. Além deles, estavam Francesca, Enzo e Viola que também fizeram questão de participar
daquele momento. Estavam acompanhando o recém casal que iria viajar por algumas semanas em lua de mel.
Giovanna e Giulia haviam planejado aquela viagem há muito tempo, antes do casamento, e acharam aquela
oportunidade perfeita para colocar os planos em prática.

- Não se preocupem com nada, apenas curtam essa viagem. – Francesca dizia animada.
- E o trabalho nos abrigos? – Giulia perguntou receosa. – Acho que é muito tempo para ficar longe.

- Eu cuido de tudo. – Viola garantiu. – Além disso, tem a Sarah que também adora ajudar.

- Viu, Giulia? Não tem com o que se preocupar. – Emiliano disse. – Vai se divertir com a Giovanna. –
Sorriu.

Quando chegou o momento da despedida, Giulia quis se certificar de que todo seu projeto ficaria em
boas mãos. Sabia que Viola e Sarah também eram donas, mas seu medo sempre falava mais alto. Após mais uma vez
ser acalmada por elas, concordou que precisava relaxar e deixar os problemas para trás por umas semanas.

Giovanna também se despediu de seus irmãos, prometendo que voltaria a Roma quando a viagem
acabasse. O medo da Mancini ir embora ainda era grande, mas sabia que enquanto Giulia estivesse por perto,
Giovanna não iria embora da cidade, e todos estariam juntos como sempre.

Dentro do avião, Giulia descansava a cabeça no ombro de Giovanna, enquanto entrelaçava sua mão na
dela. Logo iriam decolar para a viagem tão aguardada, e estavam tranquilas com isso, passariam momentos juntas,
longe de qualquer problema, sendo apenas um casal feliz em lua de mel. As duas estavam ansiosas por isso, pois pela
primeira vez iriam provar a sensação de ser um casal longe de confusão dos negócios da família.

- Está feliz? – Giovanna perguntou.

- Impossível não estar. – Giulia disse sorrindo. – Esperei tanto por esse momento.

- Eu também, e finalmente ele aconteceu.

Giovanna olhou pela janela do avião, pensando por um segundo em algo que faria com o maior prazer
se fosse há um tempo.

- O que acha de não voltar para casa?

Giulia olhou para a esposa, com uma expressão divertida no rosto.

- Você diz ir embora pra sempre?

- Sim. – Olhou para Giulia.

- Você sabe que não conseguiríamos. Eu amo aquela cidade, e você mesmo não percebendo, também
aprendeu a gostar.

- Tem razão, uma vez em Roma, você não quer mais ir embora.

- Isso mesmo. – Voltou a acomodar a cabeça no ombro de Giovanna. – Além disso, a ideia de ser
esposa de uma mafiosa, é algo que eu aprendi a gostar.

Giovanna riu divertida com aquele comentário, imaginando que nunca pensou que iria ouvir algo
assim da boca de Giulia.

- Então você gosta de ser uma dama da máfia?

Giulia apenas sorriu, não verbalizando sua resposta, mas Giovanna sabia o que ela queria dizer com
aquele sorriso, era uma resposta positiva. O medo já não existia mais dentro do coração de nenhuma das duas,
aprenderam a viver naquele mundo onde foram inseridas de formas tão distintas.

Giovanna não queria mais fugir de quem era, e nos últimos tempos havia abraçado isso tão forte que
não se parecia mais com a mulher que um dia jurou nunca participar dos negócios da família.

Giulia, que sempre temeu o crime, agora estava do lado mais escuro dele, e não o temia, pois sabia
como tudo funcionava. Lealdade era o principal, saber em quem confiar, ao mesmo tempo que precisava ter dinheiro
em mãos para pagar o preço de qualquer pessoa. Todos tinham um valor, e agora a Sbano sabia disso.

As duas descobriram o amor dentro de um contexto completamente inusitado, e juntas abraçaram


aquela realidade, aprendendo a gostar do que viviam todos os dias. A única regra era uma está sempre ao lado da
outra, pois era aquela relação que dava forças para enfrentar qualquer problema que iria surgir. Ambas tinham a
certeza de que poderiam fazer o que fosse necessário para manter uma proteção. Era dessa forma que uma família se
protegia, era de forma que elas se amavam.
Notas finais:

Enfim chegamos ao final de mais uma história, Giovanna e Giulia tiveram o tão
esperado final feliz!! Gostaram?

Queria agradecer a todas que acompanharam e aquelas que tiraram um tempinho


para comentar, um gesto tão simples tem um peso grande!

Em breve voltarei com uma nova história, uma continuação, na verdade...

Bjs!! Obg a todas!!

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