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GOVERNO DO ESTADO SECRETARIA DE ESTADO DA

DE ALAGOAS FAZENDA
SUPERINTENDÊNCIA ESPECIAL DA SUPERINTENDÊNCIA
RECEITA ESTADUAL DE TRIBUTAÇÃO
GERÊNCIA DE TRIBUTAÇÃO

PARECER

ASSUNTO: AÇÃO FISCAL – FISCALIZAÇÃO ESPECIAL

PARECER GET Nº XXXXXXXXXX PROCESSO Nº XXXXXXXXXXXXX


EMENTA: Consulta Fiscal. Na venda de mercadorias a órgãos da Administração
Pública Estadual Direta e suas Fundações e Autarquias o contribuinte deverá deduzir do
preço da mercadoria o valor correspondente ao imposto dispensado, demonstrando
expressamente na nota fiscal a respectiva dedução, nos termos da nota 9 do item 11 do
Anexo II do RICMS. A ação fiscal realizada pela SUPLAF é procedente.
1. INTERESSADO: Superintendência de Planejamento Fiscal - SUPLAF.
2. FUNDAMENTAÇÃO E CONCLUSÃO
Trata-se de Consulta Fiscal apresentada pela Gerência de Fiscalização de
Estabelecimentos e Outros Impostos, depois que a Auditora Fiscal da Receita Estadual
Mônica Lima de Aquino (fl. 226) questionou o procedimento usado na ação fiscal
realizada pela SUPLAF, sugerindo a emissão de parecer conclusivo sobre este
procedimento (fls. 223/224).
Ressalte-se que a SUPLAF considerou as operações com isenção de ICMS
indevida, em razão de os documentos fiscais terem sido emitidos sem o destaque do
valor do ICMS normal.
Cumpre observar o que dispõe os §§ 1º e 5º do art. 2º do Decreto nº 3.976, de 11
de fevereiro de 2008, que regulamenta a Lei nº 6.539, de 3 dezembro de 2004, que
concede isenção de ICMS às operações e prestações internas de aquisição de bens,
mercadorias e serviços, efetuadas por órgãos da administração pública estadual direta,
suas fundações e autarquias, como segue:
Art. 2º Ficam isentas do ICMS as operações e prestações internas e a
importação do exterior de bens, mercadorias ou serviços adquiridos por
órgãos da Administração Pública Estadual Direta, suas Fundações e
Autarquias.
§ 1º A isenção de que trata o "caput" fica condicionada:
I - ao desconto, no preço, do valor equivalente ao imposto dispensado;
II - à indicação, no respectivo documento fiscal, do valor do desconto;
*Incisos I e II do §1º do art. 2º revogados pelo Decreto n.º 10.870/11.
III - à comprovação de inexistência de similar produzido no país, na hipótese
de importação do exterior;
IV - à regular inscrição do contribuinte-fornecedor no Cadastro de
Contribuintes do Estado de Alagoas - CACEAL; e
V - ao credenciamento do contribuinte para a realização da operação ou
prestação isenta, nos termos do art. 3º.
(...)
§ 5º O valor correspondente à isenção do ICMS deverá ser deduzido do preço
dos respectivos produtos, contido nas propostas vencedoras do processo
licitatório, devendo o contribuinte demonstrar a dedução, expressamente, no
documento fiscal (Convênio ICMS 110/10). (grifei)
A norma transcrita acima apesar de ter revogado o inciso II do § 1º que
condicionava a isenção à indicação, no respectivo documento fiscal, do valor do
desconto, o contribuinte continua obrigado a esta regra pelo § 5º deste mesmo artigo.
Cumpre observar também o que dispõe o RICMS, como segue:
Item 35 da Parte II do Anexo I

35 – As operações internas, inclusive importações, dos produtos referidos no


item 11 do Anexo II, desde que atendidas as condições previstas no referido
item para fruição do benefício (Convênio ICMS 100/97 e alterações).
Nota única. Este benefício vigorará enquanto vigorar o Convênio ICMS
100/97, de 4 de novembro de 1997. (grifei)

Item 11 do Anexo II

11 – nas saídas interestaduais com insumos agropecuários a seguir


especificados, a base de cálculo fica reduzida em (Convênios ICMS nºs
100/97, 40/98, 05/99, 97/99, 08/00, 10/01, 58/01, 89/01, 20/02, 21/02, 106/02,
152/02, 25/03, 57/03, 93/03, 99/04, 16/05, 18/05, 63/05, 149/05, 150/05,
54/06, 93/06, 53/08, 71/08, 138/08, 156/08, 55/09, 69/09, 119/09, 01/10,
195/10 e 123/11):
I – 60% (sessenta por cento):
(...)
e) semente genética, semente básica, semente certificada de primeira geração
- C1, semente certificada de segunda geração - C2, semente não certificada de
primeira geração - S1 e semente não certificada de segunda geração – S2,
destinadas à semeadura, desde que produzidas sob controle de entidades
certificadoras ou fiscalizadoras, bem como as importadas, atendidas as
disposições da Lei nº 10.711, de 05 de agosto de 2003, regulamentada pelo
Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004, e as exigências estabelecidas pelos
órgãos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou por outros
órgãos e entidades da Administração Federal, dos Estados e do Distrito
Federal, que mantiverem convênio com aquele Ministério;
f) alho em pó, sorgo, milheto, sal mineralizado, farinhas de peixe, de ostra, de
carne, de osso, de pena, de sangue e de víscera, calcário calcítico, caroço de
algodão, farelos e tortas de algodão, de babaçu, de cacau, de amendoim, de
linhaça, de mamona, de milho e de trigo, farelos de arroz, de girassol, de
glúten de milho, de gérmen de milho desengordurado, de quirera de milho, de
casca e de semente de uva e de polpa cítrica, glúten de milho, silagens de
forrageiras e de produtos vegetais, feno, óleos de aves, resíduos de óleo e
gordura de origem animal ou vegetal, descartados por empresas do ramo
alimentício, e outros resíduos industriais, destinados à alimentação animal ou
ao emprego na fabricação de ração animal (Convênio ICMS 21/16);
(...) (grifei)
Nota 4. Relativamente ao disposto na alínea e do inciso I do caput, o
benefício não se aplicará se a semente não satisfizer os padrões estabelecidos
para o Estado de destino pelo órgão competente, ou, ainda que atenda ao
padrão, tenha a semente outro destino que não seja a semeadura.
(...)
Nota 6. O benefício concedido às sementes referidas na alínea e do inciso I do
caput estende-se à saída interna do campo de produção, desde que:
I – o campo de produção seja inscrito no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento ou em órgão por ele delegado;
II – o destinatário seja beneficiador de sementes inscrito no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou em órgão por ele delegado;
III – a produção de cada campo não exceda à quantidade estimada, por
ocasião da aprovação de sua inscrição, pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento ou por órgão por ele delegado;
IV – a semente satisfaça o padrão estabelecido pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento; e
V – a semente não tenha outro destino que não seja a semeadura.
Nota 7. A estimativa a que se refere o inciso III da Nota 6 deverá ser mantida
à disposição do Fisco pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento pelo prazo de cinco anos.
(...)
Nota 9. Para fins de fruição do benefício de que cuida este item, deverá o
estabelecimento vendedor deduzir do preço da mercadoria o valor
correspondente ao imposto dispensado, demonstrando-se expressamente na
nota fiscal a respectiva dedução.
Nota 10. Este benefício vigorará enquanto vigorar o Convênio ICMS 100/97,
de 4 de novembro de 1997. (grifei)
De acordo com a interpretação sistemática dos artigos acima copiados, é possível
afirmar que o contribuinte deverá deduzir do preço da mercadoria o valor
correspondente ao imposto dispensado, demonstrando expressamente na nota fiscal a
respectiva dedução, nos termos da nota 9 do item 11 do Anexo II do RICMS.
Ressalte-se que para gozar da isenção disposta no item 35 da Parte II do Anexo I
do RICMS deverão ser atendidas todas as condições previstas item 11 do Anexo II do
RICMS, inclusive a nota 9.
Dessa forma, conclui-se que a ação fiscal realizada pela SUPLAF é procedente.
É o parecer.

Maceió, 7 de fevereiro de 2019.

Marcos José Dattoli de Souza


Em Assessoramento

De acordo. Aprovo o parecer exarado, que encaminho à Superintendência de


Tributação.

Maceió/AL, de de 2019.

______________________________________
Jacque Damasceno Pereira Júnior
Gerente de Tributação

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