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Disciplina: Trabalho e Constituição da Sociabilidade

Prof: Leonardo Carvalho


Acadêmicas: Amanda Gonçalves, Isabella Zoca

RESUMO
“Do neoliberalismo de cooptação ao ultraneoliberalismo: respostas do
capital à crise” de Juliana Fiuza Cislaghi

Após a Segunda Guerra Mundial, o capitalismo, especialmente na


Europa, entrou em um período conhecido como "anos de ouro", marcado pela
reconstrução pós-guerra e pelo armamentismo subsequente, impulsionando
um novo ciclo de crescimento econômico. Isso foi acompanhado por uma maior
regulação e planejamento econômico pelos Estados, que passaram a ser
chamados de Estados de Bem-Estar Social (EBES), devido às políticas sociais
mais abrangentes que garantiam.
Esses avanços não foram concedidos pela classe dominante, mas sim
foram conquistados através da organização dos trabalhadores, que, em troca
de maiores salários e direitos sociais, optaram por não seguir com uma
revolução contra o capital, acompanhando os ganhos de produtividade do
modelo de produção fordista. No entanto, esses benefícios não foram
uniformemente distribuídos entre os trabalhadores, as mulheres, minorias
étnicas, negros e imigrantes não foram chamados para usufruir do suposto
Estado de bem-estar.
O EBES, é visto como uma exceção dentro do desenvolvimento histórico
do capitalismo, ocorrendo em um período específico, em determinadas regiões
geográficas e beneficiando principalmente um segmento específico da classe
trabalhadora. No entanto, eles também criaram uma "demanda de inclusão"
que passou a influenciar os programas políticos em todo o mundo, levando à
busca por um modelo de capitalismo social-democrata, que incorporasse
princípios de justiça social. Assim, o pouco que se conquistou dos direitos
sociais, e aumentos dos salários garantidos pelo fundo público, acabou
reduzindo o lucro do capital, ocasionando crises cíclicas.
O capital em resposta a essa crise, passa a utilizar do meio neoliberal, o
termo "neoliberalismo" não se refere a um retorno ao liberalismo clássico, mas
sim a uma forma mais contemporânea de liberalismo econômico que surgiu
principalmente a partir dos anos 1970 e 1980. O neoliberalismo enfatiza a
redução do papel do Estado na economia, defendendo a liberalização dos
mercados, a privatização de empresas estatais, a redução das
regulamentações e a ênfase na livre iniciativa e na competição.
O neoliberalismo trouxe um novo direcionamento para o uso do fundo
público, que deixou de focar principalmente em políticas sociais e medidas
econômicas anticíclicas, como preconizava a teoria keynesiana. Em vez disso,
passou a priorizar a remuneração imediata do capital, especialmente do capital
rentista. Isso ocorreu porque uma das características essenciais do
neoliberalismo foi a retomada da hegemonia do capital financeiro no controle
das economias, resultando em uma maior explosão da classe trabalhadora.
Surge então um novo modelo de produção o Toyotismo, que: “introduz
novas técnicas de gestão da força de trabalho que exploram não só a
capacidade física, mas também a capacidade criativa e de cooperação dos
trabalhadores” (Antunes, 1999).
Assim, se reduz todo o gasto no âmbito do setor público, há uma
regressão nos investimentos das políticas públicas para favorecer e voltar a
estabilizar a economia do capital, afetando os países periféricos,
comprometendo mais os seus orçamentos com juros e encargos detendo
menos soberania sobre elas.
Para as políticas sociais, o neoliberalismo propõe um conjunto de
medidas que incluem privatização, focalização e descentralização. Isso
significa abrir novos espaços de atuação para o capital privado, transferindo
para ele recursos públicos e reduzindo a abrangência da política social,
focando apenas em trabalhadores dos segmentos mais empobrecidos,
reduzindo o acesso a serviços essenciais para amplas camadas da população,
aumentando as desigualdades sociais.

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