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Tema: Saúde pública no Brasil: um direito a ser concretizado

Segundo a Constituição Federal de 1988, o direito à saúde e bem-estar são


invioláveis à vida humana. Porém, a maioria da população brasileira não gozam desses
preceitos na prática, pois a saúde ainda é uma norma a ser concretizada, evidenciando um
quadro alarmante. Desse modo, a negligência do Estado e a desigualdade socioeconômica
corroboram com a não eficiência dos direitos mencionados.

Nesse sentido, é importante entender que o escasso interesse político está associado
diretamente à insuficiência dessa pauta pública. Sob esse viés, de acordo com o filósofo
John Locke, o governo possui um Contrato Social — ideia organizada para manter a
igualdade entre os cidadãos — com o povo, onde a troca de liberdade por direitos
constitucionais, como a saúde, deve ser priorizada. No entanto, o poder público, mediante o
desvio de verbas que visam melhorar a condição saudável dos indivíduos, dificulta o
investimento na área qualitativa, o que distancia esse direito e, claramente, rompe o
Contrato de Lock. Em consequência, a sociedade sofre graves efeitos e, em virtude disso, a
saúde torna-se inacessível. Logo, enquanto essa precária situação se mantiver, a
reestruturação saudável será inviável.

Ademais, cabe notar que a diferença coletiva torna essa questão uma norma ainda
mais limitada. Esse apontamento ganha lógica no estudo do IPEA, onde a atenção primária
a saúde nas zonas remotas sofre, desde 2018, uma queda progressiva. Isso, além de ser
normalizado no país, trás a debilitação do padrão de vida nas periferias urbanas, ou seja, a
atenção voltada aos cuidados mais básicos desses moradores não acontece. Nesse
sentido, ocorre uma disparidade na saúde que provoca abismos desumanos nessas regiões
e, consequentemente, elas ficam à margem da comunidade, um problema que não só nutre
o perigoso ciclo de concentração de renda, mas também potencializa a não igualdade entre
os cidadãos, distanciando da realidade o viés de John Locke. Assim, essa nefasta
conjuntura fortalece a precariedade do acesso à saúde e o esquecimento das periferias.

Nota-se, portanto, a urgência em concretizar a saúde pública no Brasil. Para isso, é


fundamental que o Ministério Público — responsável pelo estímulo ao bem comum —
mobilize as secretarias estaduais e as municipais para a criação de uma medida conjunta
em prol da saúde, já que a união entre as esferas do poder é necessária para
reestruturação desse direito. Isso será feito por meio da fiscalização de possíveis modos de
investir nesse ramo, com a intenção de administrar a verba pública. Além disso, o Ministério
do Desenvolvimento Regional deve reforçar a qualidade de vida na zona rural, por
intermédio do mapeamento das áreas que possuem um nível de diferença absurdo. Feito
isso, se concretizará o direito à saúde na nação.
Introdução

● ...saúde e AO bem-estar. Se é direito, há, então, direito à/ao (elemento 1) e à/ao


(elemento 2), ou seja, ocorre o paralelismo
● O correto seria “a maioria não GOZA”. O verbo gozar (que significa “vislumbrar” ou
“desfrutar”) está concordando com pessoas, mas, na verdade, o núcleo do sujeito
dessa frase é maioria. Esse termo, por sua vez, realmente representa um plural,
mas ainda assim é uma palavra no singular, então o correto seria colocar "a
maioria não goza". Esse é um erro de concordância muito comum nas redações.
● O verbo “corroborar” é transitivo direto, isto é, ele não pede o complemento
introduzido pela preposição “com”. Nesse sentido, o correto seria “corrobora a
não…”

Desenvolvimento

● O pronome “onde” deve ser usado para retomar apenas algum local, como país,
escola e internet. Nesse caso, para retomar algum conceito filosófico, use um
pronome relativo, como o "em que” ou “no qual"
● A expressão "a sociedade sofre graves efeitos" apresenta uma lacuna
argumentativa, isto é, você poderia dar exemplo de algum efeito. Poderia colocar
assim: “...sofre graves efeitos, como o difícil acesso ao tratamento especializado
sobre a depressão"
● A estruturação desse parágrafo ficou boa e organizada. Além disso, o jeito que o
repertório foi relacionado à argumentação, inclusive, foi ótimo, algo que demonstra
um projeto de texto claro. Por fim, tome cuidado com as afirmações que não são
explicitadas.

Desenvolvimento 2

● Trás= tem haver com o que está atrás de alguma coisa. Ex: A mulherada ama correr
correr atrás do Matheus
● Traz: passa uma ideia de consequência, como "a dependência tecnológica traz
riscos à saúde, como o desinteresse pelo mundo real e o aumento da ansiedade”
● É inegável que esse parágrafo foi melhor que o outro, já que o repertório usado
ajudou bastante na produção de uma análise crítica acerca da tese e do tema em
questão. Muito bom.

Conclusão

● A 1° proposta de intervenção está completa, possuindo os cinco elementos. E a 2°


proposta está incompleta, o que não é problema algum. Inclusive, a maneira que
você organizou elas ficou muito boa.
● Não existe próclise após a vírgula. Inclusive, a vírgula afasta a próclise, é como se
elas fossem inimigas, sabe?. Então, o correto seria: “Feito isso, será concretizado
o..”. Ou “Feito isso, concretizar-se-á o..
Nota por competência

C1: 160 (foram mais de 2 erros de gramática)

C2: 200 (repertório produtivo, legitimado e pertinente à discussão, bem como o


desenvolvimento do tema dentro dos limites estruturais teve ótima abrangência)

C3: 160 (houve aquela lacuna argumentativa no 2° parágrafo, o que prejudicou a coerência)

C4: 160 (uso inadequado do pronome “onde”, erro esse que foi repetido, inclusive)

C5: 200 (proposta de intervenção completa)

Total: 880

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