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Sincrónico

Agr a de cim e n t os

Quero agradecer ao senhor por todas as minhas


conquistas, pois sem as suas bênçãos eu não poderia
alcançar.

Uma palavra de muito sentida de agradecimento a


Ana Paula Bravo Francisco que contribui
significativamente para que esse livro pudesse ver a
luz do dia e não passasse de um mero projecto. “Eu
gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que
você me enxergou melhor do que eu sou. Pela sua
capacidade de me olhar devagar, já que nessa vida
muita gente já me olhou depressa demais.”

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Sincrónico

N ot a do Au t or

“ Sincrónico” , é um livro de poem as, com o qualquer


out ro ou nenhum ainda vist o- com nadas cheios de
t udo na dim ensão de cada leit or - que com algum a
nat uralidade t ant o da alm a quant o das palavras,
t ent o ret rat ar dois m undos paralelos, m undos vividos
e sent idos na ínt egra desde a dor num a longa noit e
ao renascer em cada alvor, em que um indivíduo que
est á a passar por um a crise exist encial, por t er
perdido alguém m uit o próxim o, alguém cuj a
exist ência foi um a vida a m ais para ele, m as ao
m esm o t em po, e fora do seu universo sent im ent al,
há um a var iedade de problem as que est ão
direct am ent e ligados ao seu quot idiano. E esses
problem as dão azo diariam ent e à sua im aginação e
ao m esm o t em po expressão, conect ando- se em
sent im ent os, sobret udo dissabores, a out ros seres ao
seu redor, sent indo- se, assim , livre para perpet uar
com as palavr as com post as nest e livro t ais crises
exist enciais.

Perpet uar na esperança de que as palavras o


libert em , libert em quem venha a ler, libert em quem
venha a ouvir. Enfim ...

Que sim plesm ent e libert em .

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Sa u da de

Hoj e sem quer er quer endo, m e lem brei de nós am igo

Já faz algum t em po que não quero e evit o a t odo


cust o, abrir de novo essa ferida, que com cert eza
nunca sarou, apenas aprendi a cont rolar essa dor que
com t em po, se perpet ua em m inha alm a.

Honest am ent e, quando est ou sozinho, isolado do


m undo, quando est ou no m eu m undo, aquele em que
m e desligo de t udo, at é de m im m esm o, é em m im
que t e procuro.

Aproveit o cada segundo, cada m inut o, pareço at é


congelar o t em po, e abraço as lem branças de t ant as
que são as saudades, e procuro, reviv er cada
m om ent o.

Eu sei que o adeus não foi para sem pr e, anseio poder


volt ar a vê- lo, poder t er o prazer de com part ilhar
cont igo, out ros bons m om ent os, e com em or ar sej a lá
o que for, at é m esm o um a pós- vida.

Sint o falt a de quem j á fui, sint o falt a de nós, sint o


at é hoj e raiva de a vida por t er - t e roubado de m im ,
de nós, e de t udo que ainda est ava por vir.

Vej o m uit o de você em m im , aliás, você faz part e de


m im , e t enho cert eza que será assim , at é v olt ar m os
a nos reunir.

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Cola pso

Hoj e é um daqueles dias em que nada m e apet ece

Em que m uit a pouca coisa m e dá vont ade de fazer

Parece que não há nada a ganhar nem t ão pouco a


perder

É um sent im ent o t ão est ranho e com plicado de se


perceber

Hoj e!

As lem branças rom peram o cordão do present e

Se inst alaram em um est ado diferent e do passado

Dificult ando m inut o pós m inut o a form ação do fut uro

Criando assim o conj unt o de em oções em um único


espaço

Hoj e!

Est ou a funcionar que nem um a bom ba a relógio

Ent r ei em m odo de voo aut om at icam ent e sem


cont rolo

E por m uit o que t ent o fazer j á não há com o ganhar


m ais t em po

At é parecer que as em oções vão ent rar em erupção


a qualquer m om ent o

Hoj e!

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Sincrónico

Me sint o com o se est ivesse preso dent ro do m eu


próprio corpo

Procuro fazer m anobras dent ro da m inha cabeça de


t udo que ouço

Tent ando evit ar a t odo cust o um colapso

Para o inevit ável Silêncio t ot al.

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Pr oibido

Escondo lágrim as por det rás de um sorriso

Finj o est ar bem para m e m ant er erguido

E uso m inha dor com o com bust ível para ir seguindo

Em busca da vit ória, porque nessa vida não há sem


sacrifício

At é porque sonhar, não é proibido

Não t ive um professor m elhor do que a própria vida


em si

Tive que aprender a int erpret ar um livro que nunca o


li

E m e lem bro m uit o bem com o foi difícil chegar at é


aqui

Não foi fácil, m as na com panhia do Alt íssim o


consegui

At é porque sonhar, não é proibido se acredit as em t i

Derram ei m uit as lágrim as em busca da felicidade

Violei os m eus princípios e deixei de lado a vaidade

Adapt ei- m e a um m undo diferent e que hoj e é a


m inha realidade

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Sincrónico

Foi preciso deixar de ser quem eu sem pr e fui para


m e t ornar que eu sou hoj e

At é porque sonhar, não é proibido

Proibido m esm o é não sonhar

Porque um hom em sem sonho

É um hom em v ivo, m as em est ado m or t o.

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Son h o

A vida é com o um sonho para cada um de nós

Um sonho que t er em os de acordar em algum


m om ent o

Sem qualquer lem brança ou sent im ent o.

Sem noção da exist ência de um ant es ou ilusão de


um depois

É um sonho t ão real t ant o quant o único

Tão eu, t ão você, t ão MUNDO

Que não há espaço de cogit ar ser ilusório

Mas que um dia havem os de desper t ar

E o fim dará ent ão início a um novo com eço

Um a nova hist ória em algum lugar no t em po e no


espaço

Um fut uro sem um present e nem t ão pouco um


passado

Com o se est ivéssem os a com eçar t udo zer o.

Sem ant ecedent es ou procedent es

Sem j ulgam ent os ou condenações

Sem fé ou religiões
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Ou vir

E se ouvia dizer que a água não era pura

Mas j á vivem os quat rocent os ( 400) anos de


escravat ura!

E os coit ados, surdo e m udo t inham sede, m as a sede


não ouvia

E com o quem não ouve se perde, Angola se perdia.

Passados quar ent a e seis anos ( 46) , o povo ainda


bebia

Mas não é que a água at é faz m ilagres, é que ent ão


o surdo j á ouvia

E se grit ava para os quat ros ( 4) vent os, que at é o


cego via e percebia

Que a dem ocr acia deve ser alt ernada ou deve ser
dem ocrát ica por t odas as vias

Ent r e cegos e surdos, eis os que são a m aioria, m as


essa m aioria não t em cabeça

E com o é nor m al, um corpo sem cabeça anda a deriva


"

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A cu lpa é da FOM E

Ousadia seria dizer que o m eu( nosso) povo é gat uno

E não vou aqui t apar o sol com a peneira

At é porque as im agens falam por si só

Pelo que podem os enxergar, a fom e t em força.

Não é j ust ificável a ação t om ada pelos cidadãos

Tant o quant o não é fácil j ust ificar em casa a f alt a de


pão.

Um paradoxo que precisa ur gent em ent e de solução

Se não, vam os às urnas vot ar a favor da alim ent ação.

Ent r e as várias m aneiras de m anifest ação, essa é


um a delas.

Diz- se por aí que a “ ocasião faz o ladrão” , viu - se


pelas t elas.

O que não se ouviu em t om alt o, fez- se pelo j eit o


m ais baixo.

O m eu( nosso) povo est á esfom eado, com o um a


galinha só que sem o papo.

Com cer t eza não haverá “ o banquet e” para esses


m arim bondos.

A m enos que cont em os de grau em gr au para


at ingirm os os m ilhões

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Sincrónico

E m esm o assim hav erá diferença ent r e peculat o e


ladrões

Porque uns r oubam para com er e out r os para


com prar m ansões.

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Re la t ivo

Talvez o m undo sej a m esm o relat ivo ao m undo

E, relat ivam ent e a isso, Angola faz part e desse


m undo

Um m undo que est á exat am ent e no fim do m undo

Não é at oa que é considerado um país do t erceiro


m undo.

Aqui as lágrim as podem ser relat ivam ent e de


felicidade ou t r ist eza

Não há um m ínim o de em pat ia ent r e aquele que vot a


e o que governa

Por isso é r elat ivo dizer que os LEXUS, aqui não


m at am à fom e

Ant es pelo cont rário, aqui à FOME é que m at a.

Ainda assim “ Não Am arga Nada” , “ A FOME AQUI É


RELATI VA” .

Porque essa nossa “ GERAÇÃO ESTUDA POUCO E


POUCO TRABALHA” .

E com o consequência “ TEM POUCO PODER DE


COMPRA” .

Em um país onde “ JÁ TEM MUI TA PRODUÇÃO DE


BENS ALI MENTARES. “

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Sin cr ón ico

“ Ouço de t odos os cant os sobre o possível fim do


MUNDO

E se as duas pot ências decidirem balar* , t alvez sej a


o fim de t udo

Talvez! At é porque aqui, j á faz algum t em po que o


MUNDO acabou( finished)

Já algum t em po que às bom bas at ôm icas de FOME e


Malária, nos dest ruiu

É que no m eu MUNDO, j á vivem os o fim do MUNDO.”

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N ot a Biogr á fica

Bedinercio Cledimeno Chimuco Vuna nasceu em


Lubango, no dia 08 de Janeiro de 1992, onde cresceu
e concluiu os seus estudos. É filho de Pierre Mangaca
Vuna e de Laurinda Emília Belvinda Chimuco.

O Poeta Louco como é conhecido por alguns e


Bedinercio Vuna por outros, ganhou paixão por
poesia quando ainda era muito jovem, no início da
década de 2000, quando ingressou na OPA
(Organização dos Pioneiros Angolanos), onde
durante as actividades, fazia parte da atracção os
membros recitarem poemas de escritores angolano.
Foi nessa altura que o então jovem adolescente
começou a se interessar por poesia(literatura) que
culminou com interesse em escrever, e, passado
alguns anos, propriamente em 2021, lançou seu
primeiro livro com título “ONREVOG” que significa
“GOVERNO”. A HISTÓRIA AINDA ESTÁ A SER FEITA…

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