Você está na página 1de 6

Resumo do Artigo

Preparações Rádio farmacêuticas e suas aplicações

Douglas Pinheiro Valverde

Professor:Murilo
Fagundes de Castro

Salvador
2024
Resumo do artigo:

Preparações Rádio farmacêuticas e suas aplicações:

Noções de radioatividade:
A radioatividade é o fenômeno pelo qual determinados átomos ou núcleos instáveis sofrem
transformações espontâneas, emitindo radiações. Essas radiações podem ser partículas alfa,
partículas beta, raios gama e, em alguns casos, nêutrons. Aqui estão algumas noções básicas
sobre a radioatividade:
Núcleos Instáveis: Átomos com núcleos instáveis são chamados de átomos radioativos. Esses
núcleos instáveis buscam alcançar uma configuração mais estável por meio de emissão de
partículas ou radiação.
Partículas Alfa: São partículas compostas por dois prótons e dois nêutrons. Têm uma carga
elétrica positiva. A emissão de uma partícula alfa resulta na diminuição de dois prótons e dois
nêutrons no núcleo original.
Partículas Beta: Existem duas formas de partículas beta: beta negativo e beta positivo.
Beta Negativo: É a emissão de um elétron. Um nêutron se converte em um próton no núcleo,
e um elétron é emitido.
Beta Positivo :Um próton se converte em um nêutron, emitindo um pósitron (antipartícula do
elétron).
Raios Gama: São ondas eletromagnéticas de alta energia, sem carga elétrica ou massa.
Geralmente acompanham a emissão de partículas alfa ou beta, ajudando a equilibrar a energia
do núcleo.
Decaimento Radioativo: O decaimento radioativo ocorre quando um núcleo instável se
transforma em outro núcleo mais estável por meio da emissão de partículas ou radiação.
Lei da Meia-Vida: A meia-vida de um material radioativo é o tempo necessário para que a
metade dos átomos radioativos de uma amostra se desintegre. A lei da meia-vida é uma
característica específica de cada material radioativo.

Aplicações:

Medicina Nuclear: Uso de radiofármacos para diagnóstico e tratamento de doenças.


Indústria: Medidores de espessura, esterilização de produtos.
Energia Nuclear: Produção de energia elétrica por fissão nuclear.

Radiação Ionizante: As radiações alfa, beta e gama podem ionizar átomos, removendo
elétrons e criando íons. Essa ionização pode ter efeitos biológicos significativos.
Proteção Radiológica: Uso de barreiras, distância e tempo para minimizar a exposição à
radiação ionizante. O uso de equipamentos de proteção individual também é crucial.
A compreensão dessas noções de radioatividade é fundamental para o uso seguro e eficaz da
tecnologia nuclear em diversas aplicações. A regulamentação e monitoramento rigorosos são
essenciais para garantir a segurança em ambientes onde a radioatividade é utilizada

Salvador
2024
Produção de Radionuclídeos:

Radionuclídeos são átomos que possuem um núcleo instável e emitem radiações ionizantes
durante seu processo de desintegração radioativa. Esses radionuclídeos podem ser
encontrados naturalmente na Terra (radionuclídeos primordiais) ou podem ser produzidos
artificialmente em laboratórios ou reatores nucleares. Eles desempenham um papel crucial em
diversas áreas, incluindo medicina nuclear, diagnóstico por imagem, terapia, pesquisa
científica e indústria. Aqui estão alguns exemplos de radionuclídeos significativos:

Tecnécio-99m (Tc-99m): Um dos radionuclídeos mais amplamente utilizados na medicina


nuclear. É usado em cintilografia para diagnóstico de várias condições médicas, como
problemas cardíacos, renais e ósseos.

Iodo-131 (I-131): Utilizado em medicina nuclear para tratamento de doenças da tireoide,


especialmente em casos de câncer de tireoide.

Flúor-18 (F-18):Usado em tomografia por emissão de pósitrons (PET) para diagnóstico por
imagem em oncologia, neurologia e cardiologia.

Césio-137 (Cs-137): Produzido em reatores nucleares e utilizado em radioterapia, bem como


em fontes industriais para medição de nível e esterilização.

Estes são apenas alguns exemplos, e há muitos outros radionuclídeos com diferentes
aplicações em medicina, indústria, pesquisa e outros campos. A escolha do radionuclídeo
depende das propriedades específicas necessárias para a aplicação desejada, incluindo tipo de
radiação emitida, meia-vida, energia e capacidade de ligação química.

Radiofármacos para diagnóstico:

Os radiofármacos para diagnóstico são substâncias que contêm radionuclídeos utilizados em


procedimentos de imagem médica para diagnóstico de diversas condições. Esses
radiofármacos emitem radiações que podem ser detectadas por equipamentos específicos,
permitindo a obtenção de imagens detalhadas de órgãos e tecidos. Aqui estão alguns
exemplos comuns de radiofármacos usados para diagnóstico:

Tecnécio-99m (Tc-99m):Forma a base para uma variedade de radiofármacos devido à sua


conveniente meia-vida e emissão de radiação gama. Exemplos incluem:
Tc-99m Sestamibi:Usado em cintilografia cardíaca para avaliação da perfusão do miocárdio.
Tc-99m DTPA e MAG3:Utilizados em cintilografia renal para avaliar a função e anatomia
dos rins.
Tc-99m MDP: Empregado em cintilografia óssea para detecção de anormalidades ósseas.

Salvador
2024
Flúor-18 (F-18):FDG (18F-Fluordesoxiglicose):Usado em tomografia por emissão de
pósitrons (PET) para avaliação da atividade metabólica de tecidos, sendo frequentemente
aplicado na oncologia.
Gálio-67 (Ga-67): Ga-67 Citrato: Utilizado em cintilografia para detecção de inflamação,
infecção e tumores.
Índio-111 (In-111):In-111 Octreotide: Usado em cintilografia para imagem de tumores
neuroendócrinos, especialmente em tumores da hipófise e pâncreas.
Tálio-201 (Tl-201):Tl-201 Cloreto:Utilizado em cintilografia cardíaca para avaliação da
perfusão miocárdica.
Iodo-123 (I-123):I-123 Ioflupano:Usado em cintilografia cerebral para avaliação da função
cerebral, especialmente em distúrbios como a doença de Parkinson.
Sódio-22 (Na-22):Na-22 Fluoreto:Utilizado em cintilografia óssea para imagens detalhadas
de estruturas ósseas.

Esses radiofármacos são administrados ao paciente por via intravenosa, oral ou inalatória,
dependendo do tipo de exame e da área a ser avaliada. Após a administração, a distribuição
do radiofármaco no corpo é monitorada pela detecção da radiação emitida, permitindo a
obtenção de imagens funcionais e anatômicas.

É fundamental que esses procedimentos sejam realizados sob a supervisão de profissionais


treinados em medicina nuclear, seguindo protocolos específicos para garantir a segurança do
paciente e a qualidade das imagens obtidas.

Radiofármacos para terapia

A emissão de partículas ionizantes, como partículas alfa (α), partículas beta (β) e elétrons
Auger, é indicada para esse fim. A escolha entre essas partículas depende de vários fatores,
incluindo o tamanho do tumor, a distribuição intratumoral e a farmacocinética do
radiofármaco.
Partículas Alfa (α): São partículas carregadas compostas por dois prótons e dois nêutrons.
Devido à sua massa e carga, as partículas alfa têm um alcance muito curto no tecido,
depositando sua energia de maneira concentrada. Isso as torna eficazes para tratamento de
tumores pequenos e localizados.
Partículas Beta (β): São elétrons (β-) ou pósitrons (β+). As partículas beta têm um alcance
maior no tecido em comparação com as partículas alfa, sendo adequadas para o tratamento de
tumores maiores ou mais difusos. A radiação beta é utilizada em terapia de radionuclídeos,
como no tratamento de câncer de tireoide com Iodo-131.
Elétrons Auger: - São elétrons liberados durante a desexcitação de átomos excitados. Eles
têm um alcance muito curto, similar ao das partículas alfa, tornando-os adequados para
tratamento de tumores localizados. A vantagem dos elétrons Auger é a capacidade de causar
danos precisos nas proximidades do núcleo do átomo onde são emitidos.

Salvador
2024
Embora a emissão de raios gama (γ) possa acompanhar a emissão de partículas, essa radiação
não contribui para a eficácia da terapia. Pelo contrário, ela aumenta a dose de radiação para
os tecidos saudáveis. No entanto, quando a energia dos raios gama é adequada para a
aquisição de imagens, isso pode ser vantajoso. A capacidade de visualizar a distribuição in
vivo do radiofármaco durante a terapia pode fornecer informações valiosas sobre a
distribuição do tratamento no corpo do paciente. Essa abordagem é conhecida como
teranóstica, integrando terapia e diagnóstico.

Controle de qualidade de preparações radio farmacêuticas:

O controle de qualidade desempenha um papel fundamental nas Boas Práticas Radio


farmacêuticas (BPR) para garantir que os radiofármacos produzidos atendam a padrões
rigorosos de qualidade e segurança antes de serem administrados aos pacientes. Alguns
aspectos importantes do controle de qualidade incluem:
Validação de Técnicas: A validação de técnicas refere-se à confirmação de que os métodos
utilizados na produção de radiofármacos são adequados, precisos e consistentes. Isso envolve
a avaliação sistemática e documentada de processos, procedimentos e equipamentos.
Calibração de Aparelhos e Equipamentos: A calibração é crucial para garantir a precisão dos
instrumentos e equipamentos utilizados no processo de produção de radiofármacos. Isso
inclui equipamentos de medição de radioatividade, balanças, sistemas de injeção, entre
outros. A calibração regular é necessária para manter a confiabilidade dos resultados.
Boas Práticas de Fabricação (BPF): As Boas Práticas de Fabricação são diretrizes e padrões
estabelecidos para garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos produtos. Isso inclui a
implementação de procedimentos padronizados, controle de documentos, treinamento
adequado de pessoal e manutenção de instalações e equipamentos.
Controle de Qualidade de Matérias-Primas:A avaliação e o controle rigoroso das matérias-
primas utilizadas na produção de radiofármacos são essenciais para garantir sua qualidade e
conformidade com os padrões estabelecidos. Isso inclui a verificação de pureza, identidade e
concentração dos reagentes utilizados.
Controle Ambiental: Garantir condições ambientais controladas é crucial para evitar
contaminações e garantir a estabilidade dos radiofármacos. Isso inclui controle de
temperatura, umidade e pressão nas áreas de produção e armazenamento.
Testes de Estabilidade: Os testes de estabilidade são realizados para avaliar como as
características do radiofármaco podem mudar ao longo do tempo. Isso é particularmente
importante para garantir que o produto mantenha sua qualidade até o momento da
administração ao paciente.
Documentação Adequada: O controle de qualidade requer uma documentação detalhada de
todos os processos e procedimentos. Isso inclui registros de produção, relatórios de testes,
certificados de calibração e outros documentos relacionados à qualidade.

O cumprimento dessas práticas de controle de qualidade é essencial para garantir que os


radiofármacos atendam aos padrões regulatórios e proporcionem resultados confiáveis e
seguros em procedimentos de diagnóstico e tratamento.

Salvador
2024
Medicina Nuclear:

A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que utiliza radiofármacos para diagnóstico,
tratamento e pesquisa. Ela se baseia na detecção da radiação emitida por radionuclídeos
introduzidos no corpo. Principais pontos da Medicina Nuclear incluem:
Diagnóstico: Cintilografia: Uso de radiofármacos para obter imagens funcionais de órgãos e
tecidos.
Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET):Combinação de radiofármacos com PET para
imagens metabólicas em alta resolução.
Gama-grafia: Detecção de raios gama emitidos por órgãos após administração de
radiofármacos.
Terapia: Radioterapia Interna Seletiva:Uso de radionuclídeos para tratar tumores, como Iodo-
131 para câncer de tireoide e Lutécio-177 para tumores neuroendócrinos.
Terapia de Doses Terapêuticas: Uso de radionuclídeos para tratar condições médicas
específicas, como dor óssea com Samário-153.
Radiofármacos:
Tecnécio-99m:Amplamente utilizado para cintilografia cardíaca, óssea, renal, entre outros.
Flúor-18: Usado em PET para diagnóstico oncológico.
Gálio-67: Utilizado em cintilografia para detecção de inflamação e tumores.
Iodo-131: Utilizado em cintilografia da tireoide e terapia do câncer de tireoide.
Controle de Qualidade:
Validação de Técnicas: Confirmação da adequação e consistência dos métodos de produção.
Calibração de Equipamentos: Garantia da precisão de instrumentos utilizados.
Boas Práticas Radiofarmacêuticas: Diretrizes para garantir qualidade e segurança na
produção de radiofármacos.
Aplicações Clínicas:
Oncologia: Diagnóstico e tratamento de tumores.
Cardiologia: Avaliação da função cardíaca e perfusão miocárdica.
Neurologia: Estudos cerebrais para diagnóstico de distúrbios neurológicos.
Nefrologia: Avaliação da função renal.
Segurança e Regulação:
Boas Práticas de Fabricação: Implementação de padrões para garantir qualidade e segurança.
Controle Ambiental: Garantia de condições adequadas para evitar contaminação.
Documentação Adequada: Registros detalhados de processos e procedimentos.

A Medicina Nuclear desempenha um papel crucial na medicina contemporânea,


proporcionando métodos de diagnóstico e tratamento precisos e não invasivos em diversas
áreas clínicas.

Salvador
2024

Você também pode gostar