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UTILIZAÇÃO DA RADIOATIVIDADE:

A radioativadade, quando utilizada de forma controlada, pode trazer muitos benefícios para o homem.Hoje em dia ela é
utilizada sob três formas básicas:

1-Uso da energia do núcleo do átomo;

2-Uso das radiações que têm a capacidade de atravessar a matéria e velar filmes(raios X);

3-Uso da capacidade(Radioterapia ou esterilização de material médico);

Ao mesmo tempo em que as radiações podem trazer benefícios para a humanidade, também podem trazer malefícios
como, por exemplo, a bomba atômica.

A Área que mais utiliza a radiação hoje em dia é a medicina, como na radiologia, na radioterapia e na medicina
molecular.

A mais antiga e difundida área desta utilização é a radiologia, que estuda como se faz e interpreta a radiografia.

As radiografias não afetam a saúde da pessoa irradiada devido ao curto espaço de tempo em que a pessoa é exposta
à radiação e também que este não constitui um ato rotineiro.Mesmo assim, mulheres no primeiro trimestre de gravidez
devem evitar a exposição aos raios X.

A radioterapia e a medicina nuclear constituem uma outra área de atuação da medicina com o uso da radiação.

A radioterapia é destinada principalmente ao controle do câncer, uma vez que a radiação penetra no corpo e atinge
tumores malignos.Na radioterapia o paciente fica exposto mais tempo à radiação e uma alta dose é dirigida à região a
ser tratada.A radioterapia tem como principal objetivo a agressão de tecidos do corpo humano, no caso os tumores.

O objetivo da medicina nuclear visa o diagnóstico.Na medicina nuclear substâncias radioativas são injetadas pela veia
do paciente, e, tempo depois este é colocado sob equipamentos que medem a radioatividade da droga injetada e que
foi absorvida por certos órgãos do corpo.Assim é possível fazer um mapeamento de órgãos, dependendo do tipo de
material injetado.

O isótopo iodo-131 é usado para determinar o tamanho, forma e atividade da glândula


tireóide. O paciente bebe uma solução de KI, incorporando iodo-131. O corpo concentra
o iodo na tireóide. Após algum tempo, um detector de radiação varre a região da
glândula e a informação é exibida, no computador, sob a forma visual. A figura é então
chamada de fotoscan. O aparelho lê apenas a radiação gama, mas o I-131 também emite
radiação beta. O tempo de meia-vida do I-131 é de apenas 8 minutos, o que faz com que
toda a radioatividade cesse após algumas horas.

Principais radioisótopos usados na Medicina


Isótopo Principais usos
3 Trítio (hidrogênio-
H Determinação do conteúdo de água no corpo
3)
Varredura do cérebro com tomografia de emissão
positrônica transversa (PET) para traçar o caminho da
11
C Carbono-11 glucose

14
C Carbono-14 Ensaios de radioimunidade.
Detecção de constrições e obstruções do sistema
circulatório.
24
Na Sódio-24

32 Detecção de tumores oculares, câncer de pele, ou tumores pós-


P Fósforo-32
cirúrgicos.
51 Diagnóstico de albumina, tamanho e forma da baço, disordens
Cr Cromo-51
gastrointestinais.
59
Fe Ferro-59 Mal função das juntas ósseas, dianóstico de anemias
60
Co Cobalto-60 Tratamento do câncer.
Varredura do corpo inteiro para tumores.
67
Ga Gálio-67

75
Se Selênio-75 Varredura do pâncreas
Varredura da ventilação no pulmão.
81m
Kr Criptônio-81m

Varredura dos ossos para doenças, incluindo


85 câncer.
Sr Estrôncio-85

Um dos mais utilizados: diagnóstico do


99m
cérebro, ossos, fígado, rins, músculos e
Tc Tecnécio-99m varredura de todo o corpo..

Diagnóstico de mal funcionamento da glândula tireóide,


tratamento do hipertireoidismo e câncer tireoidal.
131
I Iodo-131

197
Hg Mercúrio-197 Varredura dos rins.

Tipos de radiação comumente empregados na medicina


Energia Profundidade de penetração
Tipo de aproximada no
Fontes mais comuns aproximada
Radiação
(no uso) Ar Tecido Chumbo
Raios Alfa Rádio-226
(4He2+) Radônio-222 5 MeV 4cm 0,05 mm 0
Polônio-210
Raios Beta Trítio
(e-) Estrôncio-90 0,06 a 0,005 a 0,3
0,01 a 0,02 MeV 0,3 a 6 cm
Iodo-131 4 mm mm
Carbono-14
Raios Gama Cobalto-60
(fótons) Césio-137
produtos do decaimento do 1 MeV 400 cm 50 cm 30 cm
Rádio-226
Tecnécio-99m
Raios X 120 a 240
90 a 250 keV 30 cm 1,5 mm
(fótons) m

Partículas alfa (α)


Núcleos atômicos instáveis, geralmente, de elevada massa atômica, emitem radiação alfa, que é constituída
por dois prótons e dois nêutrons. Esta é a forma “mais rápida” de procurar a estabilidade, pois cada partícula alfa tem
número de massa igual a 4. Sendo assim, a cada partícula alfa emitida por um núcleo instável, a sua massa diminui de
4 unidades.
Estas partículas liberadas possuem alta energia cinética, ou seja, alta “energia de movimento”, pois o núcleo, além de
liberar os prótons e nêutrons, também libera energia, na forma de energia cinética das partículas. No entanto, essas
partículas possuem baixo poder de penetração.

Partículas beta (β-,β+)


Uma outra forma de um núcleo atômico se estabilizar é quando existe um número bem maior de nêutrons do
que de prótons. Nesse caso poderá ocorrer a transformação de um nêutron em um próton. Para esta transformação
ocorrer, e a quantidade de prótons aumentar em relação à de nêutrons, é necessário que ocorra a liberação de um
elétron pelo núcleo atômico. Ou seja, o núcleo atômico irá emitir, liberar, um “elétron”, ou melhor, uma sub-partícula
carregada negativamente, também conhecida como partícula beta, ou beta menos,  -.

É importante que a atenção seja voltada para o fato do “elétron” (partícula  -) ser emitido pelo núcleo
atômico, ou seja, não tem nada a ver com os elétrons da eletrosfera.

Por outro lado, quando o número de nêutrons for insuficiente para estabilizar a quantidade de prótons
presentes no núcleo atômico, poderá ocorrer a transformação de um próton em um nêutron. Para esta transformação
ocorrer, será necessária a liberação de uma sub-partícula positiva do núcleo atômico. Será emitida uma partícula beta
positiva, +, também, conhecida, como pósitron.
As partículas beta possuem alta energia cinética e poder de penetração superior ao das partículas alfa. O
seu poder de penetração superior é devido ao fato da partícula possuir massa muito inferior à da partícula alfa. Mesmo
que a partícula beta, possua carga (carga negativa, ou positiva), ela irá ter maior penetração, pois é mais leve e terá
menor perda de energia. Entretanto, a sua penetração não será, ainda, muito alta. O seu poder de ionização também
será considerável, no entanto, menor que o das partículas alfa, visto que a quantidade de cargas das partículas beta é
inferior ao das partículas alfa.

Radiação gama (δ)

De uma forma geral, a radiação gama é emitida por um núcleo atômico, quando este emite outros tipos de
radiação, seja ela alfa ou beta. A liberação de radiação gama é uma forma encontrada pelo núcleo para se “estabilizar”
quando ocorre a liberação de alguma partícula nuclear, pois com esta emissão de partícula ainda resta energia em
excesso no núcleo atômico, que deve ser liberada (transformação de massa em energia, segundo a equação: E = mc 2).
A forma encontrada pelo núcleo para liberar esta energia é a partir de radiação gama, que é uma forma de energia
eletromagnética.

A radiação gama, por ser uma onda eletromagnética, da mesma natureza da luz. Ela viaja com a velocidade
da luz, ou seja, a radiação gama, viaja a 300.000 km/s, assim como a luz.
Esta radiação é altamente penetrante, ou seja, o seu poder de penetração é muito elevado, pois ela não
possui massa. Isso acontece por ela não ser partícula, mas sim onda, além do fato dela não possuir carga elétrica
nem positiva, nem negativa.
O poder de ionização desta radiação pode ser inferior ao das partículas beta e alfa. Isso irá depender do
quão energética é a radiação gama. Por sua vez, o dano causado pela radiação gama pode, muitas vezes, ser bem
maior do que os causados pelas radiações de partículas, pois, como dito, ela pode possui alta energia, o que lhe
confere alto poder de ionização. Isso é devido ao fato das moléculas e átomos possuírem elétrons, os quais podem ser
retirados. No entanto, para serem retirados é necessária uma quantidade de energia tal (energia quantizada) que
possibilite a ionização do composto (átomo ou molécula). E é aí que a radiação gama pode agir, ou seja, ela irá
quebrar a molécula, pois ela retirará os elétrons da ligação química. Logo, a sua capacidade de provocar danos é
maior.

É importante que seja observado que a radiação gama é neutra, mas não tem relação alguma com os nêutrons, que
também são neutros, ou seja, radiação gama não é nêutron. Mesmo porque, quando um núcleo atômico emite
nêutrons, esta radiação (de partículas) é denominada de feixe de nêutrons.

Na área industrial, utiliza-se a radiação para radiografar peças mecânicas , e com isso fazer um
diagnóstico de um defeito ou uma peça quebrada no interior de um equipamento.

Na indústria alimentícia utilizam-se radiações de alta energia, evitando que frutas se estraguem mais rapidamente ou
brotem ramificações, e assim possam ser armazenadas por maiores períodos de tempo.

A radiação, por atacar microorganismos, também é utilizada na esterilização de materiais.


Miguel A. Medeiros

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