1.1. PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB) 3 1.1.1. Auro de Moura Andrade 3 1.1.2. Brochado da Rocha 3 1.1.3. Celso Peçanha 4 1.1.4. Ivete Vargas 4 1.1.5. João Goulart 4 1.1.6. Plínio Coelho 5 1.2. PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD) 5 1.2.1. Antônio Balbino 5 1.2.2. Armando Falcão 6 1.2.3. Benedito Valadares 6 1.2.4. Brígido Tinoco 6 1.2.5. Carlos Luz 7 1.2.6. Gustavo Capanema 8 1.2.7. Ovídio de Abreu 8 1.2.8. Ranieri Mazzilli 9 1.2.9. Ulysses Guimarães 9 1.3. UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL (UDN) 9 1.3.1. Afonso Arinos 9 1.3.2. Galdino do Valle Filho 10 1.3.3. José Bonifácio Lafayette 11 1.3.4. José de Magalhães Pinto 11 1.3.5. Tenório Cavalcanti 12 1.4. PARTIDO SOCIAL PROGRESSISTA (PSP) 12 1.4.1. Félix Valois 12 1.4.2. Manhães Barreto 13 1.4.3. Paulo Lauro 13 1.5. PARTIDO REPUBLICANO (PR) 14 1.5.1. Dix-huit Rosado 14 1.5.2. Manoel Cavalcanti Novaes 14 1.6. PARTIDO REPUBLICANO PROGRESSISTA (PRP) 15 1.6.1. Jorge Lacerda 15 1.7. PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) 15 1.7.1. João Amazonas 15 1. POSICIONAMENTO DAS DELEGAÇÕES 1.1. PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB) 1.1.1. Auro de Moura Andrade Auro Soares de Moura Andrade foi um advogado e político brasileiro nascido em Barretos, São Paulo, em 19 de setembro de 1915. Ele nasceu numa família de fazendeiros e era filho do pecuarista Antônio Joaquim de Moura Andrade, vulgarmente chamado de "o rei do gado". Em 1944, Auro entrou para a vida pública como articulador de campanha do candidato Eduardo Gomes à presidência da República. Esse movimento em torno da candidatura de Gomes culminou na criação da União Democrática Nacional (UDN). Com apoio de alguns padrinhos políticos, inclusive de Eduardo, Moura Andrade se candidatou a deputado estadual e ganhou pela legenda da UDN. Após se estabelecer como líder da oposição e presidente de algumas comissões, elegeu-se deputado federal, em 1950, e em 1951 ele saiu da UDN e ingressou no Partido Democrata Cristão (PDC) em 1952. Durante o governo de Vargas, Auro passou a se identificar mais com o nacionalismo do governo, sobretudo no que tange ao domínio nacional do petróleo. A intenção de Moura Andrade é construir suas alianças para virar senador, por isso, seu voto segue sua ideologia momentânea, visto que ele estava na UDN e agora se encontra no PTB. No momento, lhe apetece relacrionar-se mais intimamente com o lado nacionalista da disputa de poder, mas o deputado deve estar atento às oportunidades que se lhe mostrarem.
1.1.2. Brochado da Rocha
José Diogo Brochado da Rocha foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) após o fim do Estado Novo. Assumiu o cargo de deputado federal pelo Rio Grande do Sul com a legenda do PSD. Foi uma figura importante na confecção da Constituição de 1946. Em 1947 trocou de partido, encaminhando-se para o PTB, renunciando ao cargo de Deputado e assumindo uma cadeira no Legislativo Gaúcho. Dois anos depois assumiu o papel de presidente da assembleia legislativa do Rio Grande do Sul. Em 1950 se elege deputado Federal. Como líder do PTB e da maioria seu papel é garantir a continuação do governo eleito e pleitear o apoio dos indecisos dentro da casa do povo. A articulação com Getúlio deve ser intensa e precisa. 1.1.3. Celso Peçanha Celso Peçanha nasceu em Campos dos Goytacazes no dia 2 de agosto de 1916. Foi um advogado, jornalista, professor e político brasileiro. No ano de 1938, ingressou na Faculdade de Direito de Niterói, onde conseguiu eleger-se, no ano seguinte, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Já em 1941, foi nomeado prefeito de Bom Jardim pelo interventor varguista fluminense Ernani do Amaral Peixoto. Foi prefeito até o ano de 1950, quando se elegeu deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Celso Peçanha é um dos principais articuladores políticos varguistas, e seu papel é cumprir a base do governo eleito, defendendo enfaticamente o Presidente Getúlio.
1.1.4. Ivete Vargas
Cândida Ivete Vargas Chagas nasceu em 17 de julho de 1916 em São Borja, no interior do Rio Grande do Sul. É sobrinha neta do Presidente Getúlio Vargas. Também, no percurso de sua especialização, fez o Ensino Superior na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da PUC do Rio de Janeiro. Ivete ocupou seu primeiro cargo eleito a partir da 39ª legislatura na Câmara dos Deputados, a partir de 1951. Cabe, portanto, a ela juntar-se aos outros quadros de seu partido para defender a imagem do Presidente Getúlio Vargas.
1.1.5. João Goulart
João Belchior Marques Goulart, também chamado Jango, nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, em 1º de março de 1919. É filho de um estancieiro gaúcho criador de gado bovino, cuja família tomou a parte de Borges de Medeiros e dos republicanos na Revolução de 23. Da mesma maneira, também deu suporte para a Revolução de 30, sendo Getúlio Vargas também um grande fazendeiro gaúcho. Mais velho, foi até Porto Alegre e foi se formar na Faculdade de Bens e de Ciências Jurídicas, mas não seguiu carreira, retornando bacharel a São Borja a fim de ajudar o pai. Sua vida política se inicia mesmo ao se aproximar de Getúlio Vargas, já ex-presidente após a redemocratização, que volta a morar no interior do Rio Grande do Sul. Jango já era próximo de seu filho, Manuel Antônio Vargas, mas o estreitamento de laços com Getúlio proporcionou a energia para que se engajasse politicamente, o que culminou em que ocupasse uma cadeira na Assembléia Estadual do Rio Grande do Sul. Foi eleito senador na Assembléia Constituinte de 46. Mantendo-se firme à aliança com Getúlio, se elegeu deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro – partido de maior apoio à figura – no mesmo ano em que aquele era eleito para a Presidência mais uma vez. A título de curiosidade, a irmã de João, Neuza Goulart, se casou com Leonel Brizola em 1950, tendo como padrinho ninguém mais, ninguém menos que Getúlio Vargas. Dessa forma, João Goulart articulará, mediante sua proximidade pessoal e política, com o Congresso a fim de melhorar a imagem do governo frente ao risco iminente de impedimento.
1.1.6. Plínio Coelho
Plínio Coelho nasceu em Humaitá, no Amazonas, no dia 21 de fevereiro de 1920. Formou-se professor pelo Instituto de Educação e bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Amazonas. Começou a carreira política efetivamente como Constituinte na Câmara da Amazônia em 1947, já filiado ao PTB. Sob a legenda desse partido, continuou advogando pelos direitos do trabalho e pelo forte desenvolvimento impulsionado pelo Estado. Plínio foi eleito deputado federal em 1950. Nesta casa, fará de tudo para manter a imagem do Presidente Getúlio Vargas e de seu projeto, tend9 e
1.2. PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD)
1.2.1. Antônio Balbino Antônio Balbino de Carvalho Filho nasceu em Barreiras (BA) no dia 22 de abril de 1912, tendo como seu tio Geraldo Rocha, homem de confiança de Getúlio Vargas e considerado melhor amigo de Perón no Brasil. Formado em Direito, Antônio começou a exercer sua profissão no meio jornalístico e um ano depois viajou à França para estudar políticas econômicas na Sorbonne. Em 1933, foi eleito deputado estadual e integrou a comissão para elaboração do Estado Novo. Logo após a implantação, perdeu seu cargo e se afastou da política por um tempo, passando a trabalhar em Salvador atividades profissionais como advogado, professor e jornalista, logo depois foi para o Rio de Janeiro sendo membro do Conselho de Educação do Estado. Após exercer a advocacia por dois anos no Rio, Balbino retornou à Bahia em 1945 para incorporar-se à campanha política desencadeada pelo processo de redemocratização em curso no país. Ingressou então no Partido Popular Sindicalista (PPS) 1.2.2. Armando Falcão
1.2.3. Benedito Valadares
Nascido em dezembro de 1892, Benedito Valadares Ribeiro é jornalista e político brasileiro, sendo considerado como um dos mais influentes de Minas Gerais, pois sua carreira política começou cedo, como vereador em sua cidade natal, Pará de Minas, e depois prefeito da mesma cidade, durante a época do Golpe de 1930. Mais tarde, em 1933, Benedito se tornou governador do estado de Minas Gerais, após a intervenção direta do então presidente e ditador, Getúlio Vargas, dessa forma, ocupando o cargo no governo do Estado até 1945. No ano seguinte, Benedito foi eleito deputado federal por MG com a segunda maior quantidade de votos (38.987), atrás somente de Ovídio de Abreu, seu colega de partido. No ano de 1954, durante seu segundo mandato consecutivo como deputado federal, Benedito Valadares é o presidente do Partido Social Democrata, partido este com a maior bancada da Câmara e que serve apoiando o atual governo do presidente eleito, Getúlio Vargas.
1.2.4. Brígido Tinoco
Brígido, natural de Niterói, teve uma extensa carreira em várias áreas da política, desde de vereador até secretário de várias frentes estaduais e municipais em vários estados. Em 1945 concorreu ao cargo de deputado federal pelo Partido Social Democrata (PSD) no estado fluminense e assumiu em fevereiro de 1946 e participou dos trabalhos constituintes e, após a promulgação da nova Carta Constitucional, passou a exercer o mandato ordinário. perdeu a disputa em janeiro de 1948, quando se manifestou contra a cassação dos mandatos dos parlamentares comunistas. Membro das comissões de Trabalho e Legislação Social e de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, integrou ainda a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos delituosos da ditadura de Vargas. Em 1949 tornou-se membro da comissão diretora do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional (CEDPEN), núcleo da campanha a favor do monopólio estatal do petróleo. No pleito de outubro de 1950 elegeu-se deputado federal pelo Rio de Janeiro na mesma legenda com 17.749 votos, tendo sido o segundo mais votado em seu partido. Em 1952 representou a Câmara Federal no Congresso Jurídico Internacional de Genebra, na Suíça. Brígido se encontra ao lado governista, apoiando medidas trabalhistas de Vargas e pautas progressistas dentro do Congresso Nacional e com foco na sua campanha para governador do estado fluminense. 1.2.5. Carlos Luz Carlos Coimbra da Luz nasceu em Três Corações (MG) no dia 4 de agosto de 1894, filho de Alberto Gomes Ribeiro da Luz — juiz de direito e depois desembargador — e de Augusta Coimbra da Luz. Também seguiram a trajetória política seu sobrinho Américo Gomes Ribeiro da Luz, deputado federal constituinte em 1891, e seus primos Augusto Coimbra da Luz, deputado da Assembléia Legislativa de Minas Gerais entre 1927 e 1930, e Gastão de Oliveira Coimbra, deputado da Assembléia Legislativa mineira de 1935 a 1937. Na convenção realizada em 8 de abril de 1945 seguinte para fundar a seção mineira do Partido Social Democrático (PSD), Carlos Luz foi eleito membro da comissão executiva estadual da agremiação junto com outros 24 políticos ligados a Vargas. O mesmo encontro aprovou também o lançamento da candidatura do ministro da Guerra, general Eurico Dutra, à presidência da República nas eleições previstas para 2 de dezembro de 1945. Carlos Luz foi um dos dirigentes pessedistas que mais firmemente apoiaram a candidatura. No dia 29 de outubro de 1945, Carlos Luz foi eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte por Minas Gerais, obtendo 24.895 votos, a quarta votação da bancada pessedista e do estado. Entretanto, não chegou a assumir sua cadeira, porque foi convidado por Dutra para ocupar a pasta da Justiça do novo governo, empossado em 31 de janeiro de 1946. Uma das primeiras medidas de sua gestão foi a proibição à prática dos jogos de azar no país, sancionada pelo presidente Dutra em 30 de abril seguinte. Nas eleições suplementares para a Câmara dos Deputados realizadas em janeiro de 1947, Carlos Luz foi o único candidato eleito na legenda do PSD, enquanto a coligação UDN-PR conseguiu eleger dois representantes. Os novos deputados tomaram posse em 17 de março de 1947, integrando-se à legislatura ordinária em curso desde dezembro do ano anterior. Ainda em 1947, Carlos Luz assumiu o cargo de diretor-presidente do Banco Ribeiro Junqueira S.A Carlos Luz foi reeleito em 11 de novembro de 1950 para a Câmara dos Deputados com 17.663 votos, situando-se bastante abaixo da média da bancada pessedista. Durante a legislatura iniciada em 1º de fevereiro de 1951, exerceu a função de relator do orçamento da Fazenda na Comissão de Finanças da Câmara. Carlos Luz, apesar de discreto deputado na época apresentava uma relativa oposição a Getúlio estando mais à direita do campo político e do próprio PSD. 1.2.6. Gustavo Capanema Nascido no interior de Minas Gerais, Gustavo Capanema é um dos políticos mais influentes do Estado e do País, com uma carreira extensa. Formado em direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, Capanema ingressou na vida política como vereador de Pitangui, sua cidade natal, em 1927. Em 1930, ele é eleito como governador de Minas, ficando no cargo até 1933; no ano seguinte, tornou-se Ministro da Educação e Saúde Pública do primeiro governo Vargas, sendo o responsável pela retomada das campanhas sanitárias, interrompidas entre 1930 e 1934, e pelo início dos estudos visando à criação da Universidade do Brasil. Ainda como ministro, Capanema foi o principal homem da construção da Lei brasileira de preservação do patrimônio histórico e cultural, sancionada em novembro de 1937. Nas eleições de 1950, Gustavo Capanema elegeu-se como deputado federal pelo segundo mandato consecutivo e faz parte da base governista pelo PSB, representando seu memorável trabalho como ministro de Vargas.
1.2.7. Ovídio de Abreu
Ovídio de Abreu, nascido na cidade de Pará de Minas, é um economista e político brasileiro com uma carreira brilhante. Seu início na vida política se deu com a ajuda do seu amigo de infância, o atual deputado federal Benedito Valadares. Quando Valadares foi nomeado interventor federal em Minas, no ano de 1933, Abreu atuou como Chefe de Gabinete. Um ano depois, tornou-se secretário de Finanças de Minas Gerais, ficando no cargo até 1941. Em 1944, Getúlio Vargas nomeou Ovídio para a presidência do Departamento Nacional do Café (DNC). Com o fim do Estado Novo, Ovídio pediu a exoneração do cargo, mas foi convidado mais uma vez, em 1946, pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra. Paralelamente, Abreu foi um dos fundadores do Partido Social Democrata (PSD). A partir do fim oficial do DNC, em outubro de 1946, Ovídio foi nomeado diretor da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil, e depois, se tornou chefe de gabinete do Ministro da Fazenda, Pedro Luís Correia de Castro. Em 1948, com Pedro Luís doente, assumiu interinamente o Ministério da Fazenda. Em 1949, foi nomeado presidente do Banco do Brasil, ficando no cargo entre julho daquele ano e dezembro de 1950. Nas eleições gerais de 1950, Ovídio de Abreu foi o Deputado Federal eleito mais votado em Minas Gerais, com 43.115 votos a seu favor. Em seu mandato, deverá lutar, ao lado de seu partido, pela estabilidade do governo Vargas, que se encontra em uma delicada crise.
1.2.8. Ranieri Mazzilli
Pascoal Ranieri Mazzilli nasceu em 27 de abril de 1910, filho de imigrantes italianos, no interior de São Paulo. Embora tenha ingressado na Faculdade de Direito de São Paulo, teve que interrompê-la devido às instabilidades da eclosão da Revolução de 30, bacharelando-se apenas em 1940, no Rio de Janeiro, depois de ter ingressado em sua carreira pelos ramos administrativo e financeiro do funcionalismo público. Mazzilli, membro do ramo progressista do PSD, se elegeu deputado federal em 1950, integrando a 39ª legislatura da Câmara dos Deputados. Em seu mandato, trabalhará junto a boa parte da bancada do seu partido para estabilizar a imagem do governo Vargas.
1.2.9. Ulysses Guimarães
Ulysses Silveira Guimarães nasceu em Rio Claro (SP) em 6 de outubro de 1916, seguindo em seus estudos preparando-se para ser professor escolar. Paralelamente, cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, pela qual começou suas atividades políticas pelo movimento estudantil, chegando até a ser vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no último ano de curso. Ingressou no PSB durante os processos de redemocratização ao fim do Estado Novo. Em 1947, compôs a Assembleia Constituinte do estado de São Paulo, começando sua carreira pela política institucional. O amado Doutor Ulysses foi eleito para a Câmara dos Deputados nas eleições de 1950 pela primeira vez na vida. Em seu mandato, já deu forte apoio a Vargas, integrando profundamente a feitura dos projetos da Petrobras e da Eletrobras. No atual contexto de crise generalizada, Ulysses deverá trabalhar pela democracia e pelo nacionalismo, compondo a base varguista para seu governo.
1.3. UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL (UDN)
1.3.1. Afonso Arinos Afonso Arinos de Melo Franco nasceu em 27 de novembro de 1905 em Belo Horizonte, em meio a uma família de histórica tradição política. Concluiu o curso superior na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, saindo também em viagens com o pai, diplomata, e compreendendo mais da política geral. Afonso só começou a participar ativamente da política com a Aliança Liberal, também fazendo parte das articulações para o golpe de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder. O jurista, assim como sua família, seguiu apoiando o governo, embora Arinos ainda guardasse um apreço pelos ideais democráticos. Depois de trabalhar como escritor e jornalista, tomou parte no Conselho Jurídico do Banco do Brasil em 1935. Nesse ínterim, também trabalhou em diversas instituições acadêmicas como docente no Brasil e no exterior. Em 1943, fez parte do Manifesto dos Mineiros, um documento em defesa da redemocratização em oposição ao Estado Novo de Vargas, promovido no estado de Minas Gerais em 1943, o que iniciou o rumo democrata contra a firme mão de Getúlio. Nesse sentido, participou da formação do partido de oposição liberal União Democrática Nacional (UDN). No interior do partido, foi um dos que advogou, por exemplo, contra a cassação do PCB, visando à liberdade de expressão política, e pela aliança interpartidária com o PSD e com o PR. Por essa organização, Afonso Arinos chegou a conseguir uma suplência na Câmara dos Deputados em 1945, até subir efetivamente a uma cadeira no ano de 1951. Com o falecimento de José Monteiro Soares Filho, Afonso assume a liderança da bancada udenista na Câmara dos Deputados, combatendo o lado getulista, liderado pelo oponente pessedista Gustavo Capanema. Arinos se utilizará de todo o seu arcabouço teórico e de seu histórico acadêmico para minar a imagem da Presidência, aliando-se aos militares e jamais dispensando a participação dos EUA nos planos políticos da direita liberal em oposição ao populismo varguista.
1.3.2. Galdino do Valle Filho
Galdino do Valle Filho, nasceu em Trajano de Moraes, município do estado do Rio de Janeiro, no dia 24 de setembro de 1879. Ele mudou-se para Novo Friburgo em busca de melhores oportunidades, cursando o Ensino Médio na escola de Anchieta e após concluir foi morar no Rio de Janeiro para cursar medicina, se formando em 1903. Sua vida pública começou como vereador, em 1909 em Nova Friburgo, e depois como prefeito de Nova Friburgo. Posteriormente combatente contra o movimento tenentista, foi para São Paulo conter os revoltosos, atuando como capitão médico. Havia ocupado cadeiras na política institucional até o Governo Provisório de Vargas, quando teve o mandato de deputado federal cassado e se exilou em Portugal. Um ano depois, em abril de 1931, ele retorna ao Brasil, em Niterói, e ganha destaque por ser um importante médico na cidade. Com o afastamento de Getúlio Vargas e a redemocratização, Galdino ajuda a fundar a UDN e se torna novamente deputado federal por alguns mandatos. Em 1954, ele ainda é deputado federal e um inimigo declarado de Getúlio Vargas, tendo como principal foco a saúde pública e a resolução da crise política e social que circunda o atual mandatário aos moldes udenistas.
1.3.3. José Bonifácio Lafayette
José Bonifácio Lafayette de Andrada nasceu em Minas Gerais, Brasil, e foi um renomado advogado formado pela Faculdade Nacional de Direito em 1927. Com seu conhecimento e habilidades, ele se destacou na carreira jurídica e rapidamente ganhou destaque como um dos mais talentosos advogados de sua geração. Lafayette ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados a partir de 1935, e foi signatário do Manifesto dos Mineiros, uma defesa da redemocratização em oposição ao Estado Novo de Vargas, promovido no estado de Minas Gerais em 1943. Também foi membro da Assembléia Nacional Constituinte de 1946, participando da elaboração da Constituição brasileira de 1946. Além de sua carreira política, José Bonifácio também atuou como advogado, defendendo causas sociais e políticas. Ele foi um defensor dos direitos humanos e da democracia, e trabalhou para melhorar as condições de vida da população brasileira. Foi um dos primeiros membros da UDN, um partido político de oposição fundado em 1945. Além disso, ele também se integrou à "Banda de Música da UDN", onde desempenhou um papel ativo na campanha política do partido. Está no seu terceiro mandato como deputado, todos pelo referido partido, e como advogado, busca brechas na lei para prejudicar Getúlio e retirá-lo da Presidência da República. Como deputado, a sua maior função é ser oposição radical e sem possibilidades de diálogo com o governo, com a intenção de dificultar a gestão varguista e minar o seu apoio social.
1.3.4. José de Magalhães Pinto
José de Magalhães Pinto nasceu em Minas Gerais. É um advogado, economista, banqueiro e político com atuação no seu estado natal. Pinto configura uma das lideranças mais importantes da União Democrática Nacional, pois, além de ser uma voz importante em seu estado, foi um dos fundadores do partido de oposição ao governo. Se encontra em seu segundo mandato, o primeiro como deputado constituinte e o segundo como deputado federal, por Minas Gerais. Como deputado, ele lutou por reformas progressistas e defendeu o bem-estar social para todos os brasileiros. Sua atuação no Congresso Nacional foi fundamental para ajudar a estabelecer políticas sólidas e equilibradas para o país. O papel de José Pinto como uma voz importante e influente no congresso é dificultar os projetos do governo e colocar ainda mais pressão na Presidência. Sua oposição deve ser baseada no seu poder de influência, visto que o Deputado se encontra com forte apoio social de sua base eleitoral.
1.3.5. Tenório Cavalcanti
Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque, conhecido como o "Homem da Capa Preta", nasceu em 27 de setembro de 1906, em Alagoas, mas toda a sua atuação foi realizada no Rio de Janeiro. Ele é um ativista da pedagogia da violência, conhecido como pai das milícias, com base nos indícios de envolvimento de Cavalcanti com alguns grupos paramilitares da região de Caxias. A sua entrada na vida pública inicia-se quando ele começa a ter laços, através do seu chefe, com o Ministro das Relações Exteriores de Washington Luís, Otávio Mangabeira, o qual endossa sua entrada na política e se candidatar para vereador e ganha. Ele ganha o carinho de Mangabeira, pois o mesmo, resolveu algumas desavenças do ministro. Como vereador, ele foi muito influente na baixada fluminense e não deixava roubar e quem quissese matar alguém precisava pedir permissão a cavalcante e, por isso, começou a ser respeitado por todos os moradores por gerar uma "segurança artificial”, mas monopolizada por ele. Ele teve seu mandato como vereador cassado por Getúlio Vargas, no Estado Novo, tendo tentado o presidente Vargas, por diversas vezes, assassinar Tenório, sem sucesso. Após a destituição de Vargas, Cavalcanti se filiou à UDN em 1945 e retornou como deputado estadual e, posteriormente, em 1951, como deputado federal. Dentro da casa legislativa, Tenório será uma voz radical e odiosa em oposição a Getúlio – apesar do populismo presente na figura da Capa Preta – e não aceitará qualquer acordo que beneficie o Presidente da República.
1.4. PARTIDO SOCIAL PROGRESSISTA (PSP)
1.4.1. Félix Valois Nascido no Maranhão, em 1906, mas com a carreira política consolidada no Território Federal do Rio Branco (que no futuro virá a ser conhecido como Roraima), Felix Valois foi um militar e serve como deputado federal pelo Partido Social Progressista (PSP), sendo o único deputado federal eleito por Rio Branco, com 1.418 votos. Antes de integrar a Câmara, Valois foi também governador do estado que o elegeu como deputado entre os anos de 1947 a 1948, e anos antes, deputado estadual pelo Maranhão entre 1935 a 1937. Assumiu sua cadeira como Deputado Federal em 1951, junto à legenda do Partido Social Progressista, no mesmo ano em que foi condecorado marechal. Nessa bancada, Valois defenderá os valores progressistas do planejamento estatal, protagonizados pela figura de Vargas na Presidência.
1.4.2. Manhães Barreto
Nascido Benedito Manhães Barreto, em 1900, no Rio de Janeiro, o brilhante engenheiro civil e economista, formado pela universidade de Liège, na Bélgica, é um político brasileiro, eleito o segundo deputado federal mais votado do Partido Social Progressista (PSP) pela cidade de São Paulo, com mais de 31.000 votos. Antes de ingressar de fato como uma figura política e eleita, Manhães Barreto foi vice-presidente do Banco do Brasil durante o governo de Washington Luís e também foi secretário do tesouro do governo de São Paulo. Quando se elegeu, em 1950, Barreto compôs a Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados, onde, em 1952, foi um dos relatores da proposta ao Governo Federal em criar uma sociedade de economia mista para a exploração do petróleo no Brasil. O interessante dessa proposta foi que a Comissão de Transportes apresentou uma emenda para tratar o pagamento de royalties aos estados onde o petróleo fosse extraído, contudo, Manhães Barreto, juntamente a um grupo da comissão, questionaram a constitucionalidade da emenda, fazendo com que 1 ano mais tarde (1953), o projeto fosse sancionado, resultando na regulamentação da política nacional do petróleo e na criação da Petrobras. Atualmente, Manhães Barreto, juntamente à bancada do PSP, expressa opiniões de apoio ao Governo Vargas e compõe a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados como 3º secretário.
1.4.3. Paulo Lauro
Paulo Lauro, nascido em São Paulo, no ano de 1907, é um político e advogado brasileiro. Por ser negro, se tornou um dos primeiros a conquistar altos patamares na ainda exclusivista e racista política brasileira, sendo o primeiro prefeito preto da cidade de São Paulo, entre os anos de 1947 a 1948. Mais tarde, elegeu-se deputado federal pelo Partido Social Progressista (PSP) com mais de 15.700 votos, sendo o sétimo deputado do seu partido a se eleger com mais votos. Durante a sua carreira, Paulo Lauro foi o advogado de defesa do famosíssimo caso do Massacre do Restaurante Chinês, em março de 1938, em que, em três dos julgamentos movidos contra o réu Arias de Oliveira, o fez ser absolvido de dois devido a sua grande proeminência. Na atual legislatura, Paulo Lauro é o líder da bancada do PSP, que se põe como pró-governo.
1.5. PARTIDO REPUBLICANO (PR)
1.5.1. Dix-huit Rosado Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia, ou apenas Dix-Huit Rosado, como era conhecido, é um médico e político brasileiro nascido no estado do Rio Grande do Norte, em 1912. Dix-Huit foi deputado estadual de 1947 a 1951, até que elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Norte pelo Partido Republicano (PR), sendo o segundo deputado mais votado nas eleições de 1950 no estado, com mais de 13.000 votos. Durante sua carreira profissional, o Doutor Dix-Huit foi Presidente do Instituto do Desenvolvimento Agrário do Rio Grande do Norte e Tenente-Coronel Médico e Chefe de Saúde do Serviço de Saúde da Polícia Militar do Rio Grande do Norte. Na atual legislatura, Dix-Huit representa o Partido Republicano (PR) como líder da bancada na Câmara e se posiciona como pró-governo Vargas.
1.5.2. Manoel Cavalcanti Novaes
Manoel Cavalcanti Novaes, ou somente Manoel Novaes, é um médico e político nascido em Pernambuco, no ano de 1908. Formado pela Universidade Federal da Bahia, Manoel exerceu medicina na Saúde Pública do Estado antes de ingressar na carreira política e ser, talvez, um dos deputados mais experientes atuando na atual legislatura na Câmara dos Deputados, pois entre 1933 a 1935, Manoel Novaes foi eleito deputado federal pelo Partido Social Democrata (PSD), pelo qual participou da construção e da elaboração da Constituição de 1934. Após isso, exilou-se na Europa durante o governo ditatorial conhecido como Estado Novo do atual presidente Getúlio Vargas. Ao retornar para o Brasil, Manoel elegeu-se deputado federal mais uma vez, em 1945, pela União Democrática Nacional (UDN) e ajudou na elaboração da Constituição de 1946. Sendo um dos fundadores do Partido Republicano (PR) na Bahia, Manoel Novaes se reelege nas eleições de 1950 como o deputado federal mais votado da Bahia, com mais de 33.000 votos, e atua como 3º suplente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados na atual 39ª legislatura. Acompanhando o partido, faz parte da base nacionalista de Vargas, mas Novaes não hesitará em acompanhar os rumos da direita brasileira.
1.6. PARTIDO REPUBLICANO PROGRESSISTA (PRP)
1.6.1. Jorge Lacerda Jorge Lacerda nasceu em Paranaguá em 20 de outubro de 1914 e foi um político brasileiro de ascendência grega. Jorge Lacerda começou sua jornada educacional na Escola Paroquial de Paranaguá, sua cidade natal. Anos mais tarde, a família se mudou para Florianópolis, em Santa Catarina, onde ele concluiu seus estudos ginasiais no Colégio Catarinense. Após sua formatura, ele seguiu para a Faculdade de Medicina do Paraná, onde se formou em Medicina em 1937. Mais tarde, em 1949, ele completou seus estudos e se bacharelou em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói, no Rio de Janeiro. Ele morou no Rio por alguns anos e, durante esses anos, se tornou oficial de gabinete do Ministro da Justiça, onde conseguiu fazer boas conexões e importantes ligações dentro do ministério. Foi eleito deputado federal no pleito de 1950 pelo PRP (Partido Republicano Progressista) em aliança com a União Democrática Nacional (UDN), e foi o mais votado da coligação, com 17.991 votos. Ele tomou posse na 39ª Legislatura, que foi realizada de 1951 a 1955. Ele, o líder da sua bancada no congresso, tem a função de articular apoio com a UDN, mas ele não representa a ala mais radical do partido e nem da coligação com a União Democrática. Assim, representa uma forte oposição ao Presidente, associando-se aos discursos udenistas para exercer sua representação.
1.7. PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)
1.7.1. João Amazonas João Amazonas, nascido em Belém, no ano de 1912, é um teórico e político marxista, além de guerrilheiro e líder do Partido Comunista do Brasil (PCB). João começou sua caminhada na política e nos estudos marxistas com apenas 23 anos, após um comício da Aliança Nacional Libertadora (ANL), quando foi convidado a participar da Juventude Comunista quando integrou a ANL, e em seguida, filiou-se ao PCB. Logo após sua filiação, Amazonas organizou uma célula comunista na empresa onde trabalhava, e no mesmo ano de 1935, foi preso por 15 dias por ter envolvimento com a União dos Proletários de Belém. Em 1936, João é preso mais uma vez, apenas por ter sido integrante da ANL. Juntamente com o camarada Pedro Pomar, ensinaram sobre o marxismo-leninismo aos outros detentos, até que foram soltos em junho de 1937 por falta de provas. Após a prisão, João Amazonas dedicou sua vida à carreira política, sendo eleito deputado federal pelo PCB em 1950, representando o Distrito Federal. Ele representa a figura mais à esquerda do parlamento, se alinhando, sobretudo, às pautas nacionalistas e defendendo o trabalho, mas enxergando o horizonte final como o marxismo lhe indica.