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08/11/2023, 13:55 Chagas Freitas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Chagas Freitas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Antônio de Pádua Chagas Freitas (Rio de


Janeiro, 4 de março de 1914 — Rio de Janeiro,
Chagas Freitas
30 de setembro de 1991) foi um jornalista e
político brasileiro; governador da Guanabara
(1971 a 1975) e do Rio de Janeiro (1979 a
1983).[1][2]

Seu nome deu origem ao termo chaguismo,


que designou sua forma particular de utilizar a
máquina pública estatal para vencer as eleições e
que dominou a política carioca e fluminense de
1970 a 1982.[1]

Representante do Chagas Freitas em 1971


52º Governador do Rio de Janeiro
ademarismo
Período 15 de março de 1979
até 15 de março de 1983
Diplomado em direito em 1935 pela Faculdade
Nacional de Direito da Universidade Federal do Antecessor(a) Faria Lima
Rio de Janeiro, Chagas Freitas começou atuando Sucessor(a) Leonel Brizola
no jornalismo e ingressou na política em 1945, 4º Governador da Guanabara
com o fim do Estado Novo). Nesse ano ingressou
Período 15 de março de 1971
na UDN, seguindo o exemplo de Ademar de até 15 de março de 1975
Barros, de quem era amigo e aliado político.
Antecessor(a) Negrão de Lima
Quando Ademar de Barros rompeu com a UDN, Sucessor(a) estado extinto[nota 1]
Chagas Freitas acompanhou-o na fundação do
Dados pessoais
efêmero Partido Republicano Progressista, que
em 1946 deu origem ao Partido Social Nascimento 4 de março de 1914
Progressista (PSP). Juntos, procuraram Rio de Janeiro, Distrito Federal
consolidar o domínio do PSP fora de São Paulo, Morte 30 de setembro de 1991 (77 anos)
base política do ademarismo e assim em 1950, Rio de Janeiro, RJ
Chagas Freitas tornou-se diretor do vespertino A Partido UDN (1945-1946)
Notícia, criado por Ademar no Rio de Janeiro PSP (1946-1958)
para expandir o partido no Distrito Federal. Em PSD (1958-1965)
seguida, criaram também o matutino O Dia MDB (1966-1979)
PP (1980-1982)
(1951), que se tornaria um dos principais jornais
PMDB (1982-1991)
da capital.
Profissão jornalista, político
Nessa época, Chagas Freitas também começou a
se projetar individualmente. Após uma tentativa frustrada de eleger-se para a Câmara dos
Deputados em 1950, conseguiu ser eleito em 1954. O trabalho de Chagas no Rio de Janeiro
permitiu a Ademar de Barros ser o candidato mais votado no Distrito Federal nas eleições de 1955,
à frente de Juscelino Kubitschek.

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A partir de 1958, quando foi reeleito deputado federal, Chagas Freitas começou a se afastar de
Ademar, que naquele ano perdera a eleição em São Paulo para o janista Carvalho Pinto. Com o
rompimento da sociedade, Chagas Freitas assumiu o controle dos jornais e filiou-se ao PSD, pelo
qual obteve um terceiro mandato na Câmara, em 1962.

A formação da máquina chaguista


Em 1964, Chagas Freitas apoiou ativamente o movimento
militar que deu o golpe de estado que depôs o presidente eleito
João Goulart. No entanto, vendo que a ARENA, partido criado
para apoiar e dar ilusão de legalidade para os militares, estava
sob controle dos lacerdistas, preferiu filiar-se ao MDB,
aproveitando a forte inclinação oposicionista do eleitorado da
Guanabara.

Como antiga capital federal o Rio de Janeiro ainda sediava


diversos órgãos e autarquias e Chagas Freitas, vislumbrando Chagas Freitas (1971).
esse fato, aproximou-se dos interesses do funcionalismo
público e foi o mentor de uma política clientelista que buscava
não hostilizar o governo da ditadura militar. A tranquila eleição de 1966 representou não só a
conquista do quarto mandato de Chagas Freitas, mas a consolidação do seu domínio dentro do
MDB guanabarino (com o predomínio de seus aliados políticos no partido).

Em 1970, com apoio da maioria na Assembleia Legislativa, foi eleito governador da Guanabara por
via indireta (o único eleito pela oposição durante todo o regime militar). No entanto, a cúpula
nacional do MDB criticou a sua posição dúbia em relação ao governo militar do qual era, na
prática, aliado regional.

Chagas Freitas também foi acusado por seus adversários de utilizar a administração pública para
distribuir cargos aos seus cabos eleitorais (a chamada "política da bica d'água"). Isso não o impediu
de apoiar interesses financeiros e imobiliários na administração do estado, o que lhe permitiu
construir grandes obras.

Mas a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975, acabou sendo prejudicial aos
interesses da corrente "chaguista". O governo do estado foi entregue ao almirante Floriano Peixoto
Faria Lima, frustrando a tentativa de eleger o vice-governador Erasmo Martins Pedro.

Além disso, Chagas Freitas teria que dividir o controle do MDB estadual com Amaral Peixoto, que
era o líder fluminense do partido. Isolado, Chagas Freitas deixou o partido, mas voltaria em 1977.

O declínio político
No pleito indireto de 1978, foi escolhido governador pelo MDB como candidato único ao cargo,
devido à renúncia do general Syzeno Sarmento às vésperas da formação do colégio eleitoral.[3]
Considerando a abrangência do bipartidarismo, foi o único político eleito para tal cargo pela
oposição, em duas oportunidades como governador da Guanabara e do Rio de Janeiro.[4]

Em 1979, Chagas Freitas tomou posse como governador do Rio de Janeiro, após ser novamente
eleito pela maioria do MDB na Assembleia Legislativa, porém o diretório nacional do MDB,
liderado por Ulysses Guimarães não tolerava as suas boas relações com os militares e no mesmo
ano, com o fim do bipartidarismo, vetou seu ingresso no PMDB. A Chagas Freitas e seus aliados
restou a alternativa de juntar-se ao Partido Popular (PP), criado por Tancredo Neves, que
representava uma oposição moderada ao regime militar.

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O PP não conseguiu se firmar nacionalmente e acabou


sendo incorporado ao PMDB no final de 1981. O retorno de
Chagas Freitas acabou dividindo o partido e provocando a
saída de lideranças como o senador Saturnino Braga (para
o PDT) e o prefeito de Niterói Wellington Moreira Franco,
(que foi para o PDS) seguindo seu sogro, Amaral Peixoto.

Dessa forma, o PMDB passou a apostar todas as suas forças


no deputado federal Miro Teixeira, tido como o herdeiro do
chaguismo. No entanto, este foi derrotado por Leonel
Brizola (PDT), o que apressou a rápida dissolução de seu
bloco de apoio. O próprio Miro Teixeira mais tarde entraria
para o PDT e ajudaria Brizola a consolidar o poder do
partido no estado.

Em 1983, após deixar o governo fluminense e já doente,


Chagas Freitas vendeu o jornal "O Dia" ao jornalista Ary de
Carvalho. Após um longo histórico de depressão e
tentativas de suicídio, faleceu por problemas na aorta
abdominal.
O governador Chagas Freitas com o
prefeito do Rio (Júlio Coutinho)
Notas inaugurando central telefônica da Telerj,
1980.
1. Com a extinção do estado da Guanabara, o sucessor
de Negrão de Lima foi Marcos Tamoio exercendo
função como prefeito do Rio de Janeiro.

Referências
1. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «ANTONIO
DE PADUA CHAGAS FREITAS» (http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/
antonio-de-padua-chagas-freitas). CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea do Brasil. Consultado em 24 de fevereiro de 2019
2. «Deputado(a) Federal CHAGAS FREITAS» (https://www.camara.leg.br/deputados/131180/biog
rafia). www.camara.leg.br. Consultado em 24 de fevereiro de 2019
3. «Memorial da Democracia - Arena vence, mas MDB tem mais votos» (http://memorialdademoc
racia.com.br/card/arena-vence-mas-mdb-tem-mais-votos). Memorial da Democracia.
Consultado em 7 de agosto de 2023
4. «Enfraquecimento da Arena e vitória do chaguismo» (https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitst
ream/handle/10438/9939/fusao.pdf) (PDF). A fusão do Rio de Janeiro, a ditadura militar e a
transição política. 2006. Consultado em 7 de agosto de 2023

Ligações externas
«Acervo digital de Veja» (http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx). Acesso em 10 de
fevereiro de 2010.

Precedido por Governador da Guanabara Sucedido por


Negrão de Lima 1971 — 1975 —
Precedido por Governador do Rio de Janeiro Sucedido por
Faria Lima 1979 — 1983 Leonel Brizola

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