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João Figueiredo

• João Figueiredo foi um militar conhecido por ser o


último presidente do Brasil durante o período da
Ditadura Militar. Seu governo acumulou péssimos
resultados na economia.
• João Figueiredo foi um militar e político brasileiro que ficou
conhecido como o último presidente do Brasil do período da
Ditadura Militar. Seu governo se estendeu de 1979 e 1985,
ficando marcado pelas medidas de abertura controlada
promovida pelos militares e pelo fortalecimento da oposição
civil aos militares.
• Assumiu a presidência como o sucessor de Geisel e na
presidência demonstrou ser uma figura autoritária, sendo
conhecido por suas declarações mal-educadas. Seu governo
obteve péssimos resultados na área da economia e se encerrou
como o último governo militar após a derrota para Tancredo
Neves na eleição de 1985.
Resumo sobre João Figueiredo
• João Figueiredo foi um militar e político brasileiro conhecido como
presidente no período de 1979 a 1985.
• Obteve inúmeras promoções de carreira no exército, chegando à
posição de chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante o
governo de Ernesto Geisel.
• Foi indicado por Geisel como seu sucessor, vencendo a eleição
presidencial de 1978.
• Demonstrou ser um presidente autoritário, realizando inúmeras
declarações polêmicas.
• Recusou-se a participar da cerimônia de posse de José Sarney em
1985.
Governo João Figueiredo
• A escolha dos presidentes durante a Ditadura Militar era realizada de
maneira indireta, portanto sem a participação da população. Com isso,
a escolha do novo presidente seria feita por um colégio eleitoral que
era composto pelos membros do Congresso Nacional. O candidato
escolhido por Ernesto Geisel para sucedê-lo foi mesmo João
Figueiredo, escolha anunciada em 1977.
• Do outro lado, concorrendo contra Figueiredo, estava o general Euler
Bentes Monteiro, o indicado pela oposição consentida. O resultado foi
a vitória de Figueiredo; ele obteve 355 votos contra 226 do general
Euler. A eleição aconteceu em 1978, e a posse de Figueiredo se deu no
dia 15 de março de 1979.
• Na ocasião, João Figueiredo reforçou que continuaria
com o processo de abertura da Ditadura. O governo de
João Figueiredo acabou sendo marcado pela sua política
econômica desastrosa, pelo engajamento da população
pelo fim da Ditadura Militar e pelas declarações
grosseiras do presidente.
• O jornalista Rodrigo Vizeu destacou algumas das falas
controversas de João Figueiredo enquanto esteve na
presidência do Brasil.
Vejamos:
Por exemplo, em uma de suas recuperações por problemas no
coração, declarou: ‘Quando estou com vontade de bater em
alguém, é sinal de que estou melhorando. E eu já estou com
vontade de bater em uma porção de gente.’ […] Em uma de
suas frases mais célebres, foi questionado por um jornalista
sobre o cheiro do povo e respondeu: ‘Para mim era melhor o
cheiro do cavalo.’
• Além da agressividade do presidente e do autoritarismo de seu
governo, outro ponto negativo foi a condução desastrosa que esse
governo fez da economia. Entre os indicativos disso estão o fato de que
esse governo permitiu uma inflação de 235,1% em 1985, quase dobrou
a dívida externa brasileira e viu o PIB brasileiro encolher 4,3% em
1981|2|.
• Esse governo foi o responsável pela aprovação da Lei da Anistia, uma
lei que permitiu o retorno de milhares de brasileiros que haviam fugido
do país por conta da perseguição promovida pelos militares, mas
também garantiu o perdão judicial aos agentes repressivos da ditadura,
impedindo que estes fossem julgados pelos crimes cometidos durante
esse período repressivo de nossa história.
• Outra ação desse governo que contribuiu para o andamento da
abertura gradual foi o fim do bipartidarismo, e com isso o país pôde
novamente ter diferentes partidos políticos. O intuito era enfraquecer
a oposição formada pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro)
por causa do surgimento de uma série de novos partidos que
poderiam “roubar” votos dos emedebistas.
• A abertura promovida pelos militares, no entanto, não era suficiente
para a população, e esse período da história brasileira foi marcado
pelo engajamento popular para que a democracia irrestrita voltasse a
ser a rotina de nosso país. As eleições que aconteceram no ano de
1982 demonstraram a insatisfação da população com a Ditadura
Militar.
• Essa abertura controlada promovida pelo governo e o engajamento da
população pelo retorno de uma democracia irrestrita fez com que a
linha-dura dos militares reagisse e organizasse uma série de atentados
a bomba pelo Brasil. O caso mais simbólico foi o Atentado do
Riocentro, em 1982, no Rio de Janeiro.
• Com o fortalecimento da oposição, uma Emenda Constitucional foi
proposta em 1983 pelo deputado federal Dante de Oliveira. Essa
emenda propunha o retorno da eleição presidencial direta no Brasil e
deu início à campanha das Diretas Já, contando com um enorme
engajamento popular e resultando em comícios gigantescos, como o
que mobilizou 400 mil pessoas em São Paulo, por exemplo.
• No final, as Diretas Já não foram aprovadas no Congresso
Nacional e a eleição presidencial de 1985 foi realizada de
maneira indireta. Com a derrota sofrida pela oposição na
votação da Emenda Dante de Oliveira, o jeito foi organizar o
candidato que teria maiores possibilidades de derrotar os
militares na eleição presidencial.
• "O nome escolhido foi o de Tancredo Neves, político mineiro de
oposição que tinha uma opinião mais favorável entre os
militares brasileiros. Os militares, reunidos no Partido
Democrático Social (PDS), decidiram pelo paulista Paulo Maluf,
mas essa foi uma escolha impopular que contribuiu para dividir
o partido.
• Apesar de a população não votar, o apoio popular à
candidatura de Tancredo foi intenso, e isso se refletiu no
resultado do pleito: Tancredo Neves obteve 480 votos contra
180 votos para Paulo Maluf. Com a derrota de Paulo Maluf, o
governo de João Figueiredo e a Ditadura Militar foram
encerrados em 1985.
• João Figueiredo recusou-se a comparecer à cerimônia de posse
de José Sarney, que assumiu a presidência interinamente
devido à internação de Tancredo Neves, mas acabou
permanecendo na posição com a morte do presidente eleito.
Últimos anos de João Figueiredo
• João Figueiredo optou por retirar-se completamente da vida pública,
isolando-se em um sítio no interior do Rio de Janeiro. Apesar disso,
reapareceu em algumas ocasiões para ameaçar a democracia e dar
declarações de caráter golpista. Em 1993, cogitou-se a candidatura de
João Figueiredo à presidência pela eleição do ano seguinte, mas ele
não apoiou essa ideia.
• A partir de 1995, João Figueiredo teve graves problemas de saúde,
chegando a ficar internado na UTI por vários dias e a perder quase a
totalidade de sua visão. Os problemas cardíacos e na coluna se
agravaram, e Figueiredo sentia tantas dores na coluna que chegou a
fazer uma cirurgia com um médium. João Figueiredo, no entanto,
faleceu no dia 24 de dezembro de 1999.
Jose Sarney
• O Governo Sarney ficou marcado por ter sido o primeiro governo civil
a assumir o Brasil após 21 anos de Ditadura Militar. José Sarney
assumiu a presidência após a trágica morte de Tancredo Neves, o
presidente eleito em 1985. Sarney foi o responsável por conduzir o
retorno do país à normalidade democrática.
• Um dos grandes marcos desse governo foi a formação de uma
Assembleia Constituinte que redigiu e promulgou a
Constituição de 1988. O governo de José Sarney também ficou
conhecido por fracassar no combate à crise econômica que assolava o
país. O político maranhense governou o país entre 1985 e 1990.
Redemocratização

• No final da década de 1970, os militares optaram por realizar a transição política


no Brasil de forma a realizar uma abertura do regime para entregar o poder
novamente aos civis. Os historiadores entendem essa ação dos militares não como
uma ação em busca da democratização do país, mas sim de uma abertura que
mantivesse governo civis, mas que vinculados aos interesses militares.
• A abertura planejada pelos militares acabou não dando certo por conta do
engajamento da população pela democratização do país. Um dos movimentos
populares símbolo dessa luta foi o Movimento das Diretas Já, impulsionado
pela Emenda Dante de Oliveira, que debatia a respeito do retorno das eleições
diretas no Brasil.
• As Diretas Já mobilizaram milhões de brasileiros em comícios realizados em todas
as partes do país. A população desejava poder escolher o presidente do país, depois
de mais de vinte anos da última vez que esse direito havia sido exercido. A emenda
pelas Diretas Já, no entanto, foi derrotada e a eleição presidencial de 1985
• Para a eleição de 1985, os militares decidiram lançar por meio do Partido
Democrático Social (PDS), o partido herdeiro do Arena, o
candidato Paulo Maluf. Essa decisão desagradou José Sarney, que queria a
realização de prévias no interior do PDS e não uma simples nomeação. Sarney era
o presidente do PDS e acabou rompendo com o partido e mudando-se para o
PMDB.
• A oposição aos militares, formada sobretudo pelo PMDB (Partido da Mobilização
Democrática Brasileira), decidiu mobilizar-se para lançar um candidato e
concorrer contra Paulo Maluf. O candidato escolhido pelo PMDB foi Tancredo
Neves, tradicional político mineiro, e, como seu vice, foi escolhido José Sarney.
• Houve intensa movimentação política no interior do Colégio Eleitoral e Tancredo
Neves conseguiu sobressair-se ao candidato apoiado pelos militares, obtendo 480
votos contra 180 votos obtidos por Paulo Maluf. Com esse resultado, pela
primeira vez em 21 anos, o Brasil teria um civil na presidência. Era o fim da
Ditadura Militar.
Morte de Tancredo Neves
• A posse presidencial de Tancredo Neves estava marcada para acontecer
no dia 15 de março de 1985. Nas semanas anteriores à posse, Tancredo
escondeu de todos que sentia dores abdominais, porque temia que isso
pudesse ser usado como justificativa pelos militares para se
perpetuarem no poder. Ele planejava procurar tratamento médico após a
posse, mas às vésperas dela, no dia 13 de março, acabou
sendo internado às pressas.
• A condução da situação de Tancredo foi muito ruim, uma vez que ele
foi operado em um hospital com condições técnicas e de higiene
questionáveis. Ele foi transferido para São Paulo, passando por sete
cirurgias, mas acabou falecendo no dia 21 de abril de 1985. Enquanto
estava internado, o país questionava-se quem assumiria a presidência.
• Após muito debate e muita negociação política, ficou decidido que o
vice-presidente assumiria temporariamente até a recuperação de
Tancredo Neves. Sendo assim, em 15 de março, José Sarney tomou
posse como presidente interino do Brasil. Por uma ironia do destino, a
presidência do Brasil após a ditadura caía no colo de um político que
construiu sua carreira como apoiador da ditadura.
• O falecimento de Tancredo Neves acabou confirmando José Sarney
como o primeiro presidente do Brasil a assumir o cargo após a saída
dos militares. Durante o seu governo, foi realizada a montagem da
estrutura democrática do país e elaborada uma nova Constituição.
Como parte do acordo de Tancredo com os militares, nenhum tipo de
investigação dos crimes cometidos por militares na ditadura foi
realizado.
• A posse de José Sarney foi, com certeza, um enorme anticlímax para a
sociedade que defendia a democratização do Brasil. De toda forma, coube a
ele cumprir esse papel apesar de que, inicialmente, Ulysses Guimarães,
deputado federal, tinha mais influência política no país que o próprio
presidente.
• Em maio de 1985, José Sarney apresentou o Emendão, nome que dado à
Emenda Constitucional que realizava uma série de concessões democráticas
no país, como o reestabelecimento das eleições diretas para presidente,
concedia direito de voto aos analfabetos etc. Em junho, saiu a convocação
para a realização de eleição para formar uma Assembleia Constituinte.
• Sarney fez articulações políticas para que a Constituinte fosse formada por
aqueles que já faziam parte do legislativo. Isso ia contra os interesses
populares que queriam que a Constituinte fosse formada por pessoas que
teriam como única e exclusiva função a elaboração da nova constituição
brasileira.
Constituição de 1988

• Foi no processo de elaboração da Constituição de 1988 que os atritos do presidente


com os congressistas mostraram-se claramente. Enquanto Ulysses Guimarães,
presidente da Constituinte, e a maioria de seus colegas buscavam construir um
arcabouço legal democrático para nosso país, o presidente seguia o caminho
contrário.
• Sarney fazia parte de um grupo que desejava construir uma ordem liberal no país,
mas com pouca democracia e, segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa
Starling, Sarney “utilizava práticas e acordos fisiológicos para estender o próprio
mandato e garantir sua permanência por cinco anos na Presidência da República”|1|.
• A Assembleia Constituinte foi um momento ímpar na história brasileira, uma vez
que mobilizou nossa sociedade para a construção de uma carta democrática que
respeitasse direitos de todos, incluindo grupos marginalizados, como os negros,
índios e as mulheres. O envolvimento popular de maneira direta na produção de uma
nova constituição resultou na elaboração da constituição mais democrática da
• A Constituinte era formada por 559 congressistas que tomaram posse
em 1º de fevereiro de 1987 e os trabalhos para elaboração da
Constituição estendeu-se durante mais de um ano. A Constituição de
1988 foi um enorme avanço para o Brasil na questão dos direitos
civis. Ela, no entanto, omitiu questões importantes para o
desenvolvimento do país, como a reforma agrária. Essa pauta acabou
sendo derrubada por conta do lobby de ruralistas, donos de grandes
propriedades.
• Durante os trabalhos da Constituinte, 112 emendas populares foram
enviadas, contendo, ao todo, mais de 12 milhões de assinaturas|2|. O
resultado final foi um documento com 250 artigos, amplamente
democrático e que está em vigor até hoje. A promulgação foi realizada
em 5 de outubro de 1988 com um discurso de Ulysses Guimarães.
Plano Cruzado

• Além de conduzir o país para sua redemocratização, Sarney tinha como


responsabilidade recuperar a economia brasileira. No ano anterior ao da posse de
Sarney, a inflação no país tinha sido de 215,27% e eram necessárias mudanças para
que essa situação fosse superada. Por conta disso, em 28 de fevereiro de 1986, foi
lançado o Plano Cruzado.
• Esse plano decretou o congelamento de preços e os salários foram
reajustados em 15%, mais 8% de bônus e receberiam um ajuste a cada 20% que a
inflação aumentasse. Uma nova moeda foi criada, o cruzado, e cada 1000 cruzeiros
equivaleriam a 1 cruzado. Além disso, Sarney incentivou a população a monitorar os
preços dos produtos e denunciar caso encontrasse aumento irregular.
• O resultado a princípio foi extraordinário e a inflação despencou rapidamente. Como
os salários tinham sofrido aumento, o poder de compra da população aumentou
consideravelmente. O resultado foi que a popularidade de José Sarney disparou. O
presidente sabia que ele não poderia manter o congelamento de preços durante
muito tempo, mas visando às eleições de 1986, ele acabou decidindo por estender
• O congelamento dos preços acabou fazendo com que o valor de muitos produtos
ficassem defasados, deixando de ser produzidos. Além disso, com o aumento do poder
de compra da população, muitas mercadorias sumiram e só eram disponibilizadas
mediante o pagamento de ágio, uma cobrança extra sobre o valor do produto. Quando
as eleições aconteceram, a população ainda estava movida pela euforia do sucesso
inicial do plano e o resultado foi que o PMDB dominou as eleições de 1986.
• Logo depois da eleição, Sarney anunciou o Plano Cruzado II, autorizando o reajuste
de preços de mercadorias e serviços. O resultado foi que o valor do combustível
aumentou 60%, da energia elétrica 120% e o reajuste de muitas mercadorias foi de mais
de 100%|3|. Isso fez a inflação aumentar e, no final de 1986, ela tinha chegado a 79%.
• Como consequência da crise econômica, no começo de 1987, o Brasil
anunciou moratória, isto é, tornou público que não pagaria os seus credores
internacionais. Dali pra frente a situação só piorou e a inflação alcançou 1973% de
pico. O governo de Sarney ainda foi acusado durante todo a sua extensão de
envolvimento em esquemas de corrupção.
Atividades
- Assistir a vídeo aula:
1- Explique detalhado como se deu o processo do fim da ditadura militar no Brasil.
https://www.youtube.com/watch?v=gzX_bm4O8uE
2- Explique os pontos positivos e negativos do governo de José Sarney.
3- qual foi o ponto de maior repercussão que houve na constituição de 1988 do
governo.
4- O jornalista Rodrigo Vizeu destacou algumas das falas controversas de João
Figueiredo enquanto esteve na presidência do Brasil. Por exemplo, em uma de
suas recuperações por problemas no coração, declarou: ‘Quando estou com
vontade de bater em alguém, é sinal de que estou melhorando. E eu já estou com
vontade de bater em uma porção de gente.’ […] Em uma de suas frases mais
célebres, foi questionado por um jornalista sobre o cheiro do povo e respondeu:
‘Para mim era melhor o cheiro do cavalo. O que ele quis dizer com estas frases:
• 5- Além da agressividade do presidente e do autoritarismo de seu governo, outro
ponto negativo foi a condução desastrosa que esse governo fez da economia.
Explique esta economia.
• 6- A promulgação da Constituição de 1988 foi oficializada por qual político
brasileiro?
• a) Ulysses Guimarães
• b) Lula
• c) Tancredo Neves
• d) José Sarney
• e) Paulo Maluf
7- Um dos acontecimentos mais 8- Por que Tancredo Neves não assumiu a
trágicos da Nova República foi presidência do Brasil após vencer a eleição
o acidente radiológico que presidencial de 1985?
aconteceu em 1987. Esse • a) Os militares não permitiram sua posse,
acidente aconteceu em qual por se tratar de um político de oposição.
grande cidade brasileira? • b) A Constituição brasileira impedia a
posse de Tancredo porque ele não tinha
• a) Brasília obtido mais de 80% dos votos.
• b) São Paulo • c) Problemas de saúde impediram sua
• c) Rio de Janeiro posse.
• d) Belo Horizonte • d) Ele desistiu de tomar posse como
presidente.
• e) Goiânia • e) Nenhuma das alternativas acima.

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